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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM MARKETING E COMUNICAÇÃO EM MÍDIAS DIGITAIS Resenha Crítica de Caso Juana Queiroz Pinheiro Carvalho Trabalho da disciplina: Cenários Digitais e Comportamento do Consumidor Tutor: Prof. Renato dos Passos Guimarães Belo Horizonte – MG 2020 2 SEPHORA DIRECT: INVESTINDO EM MÍDIAS SOCIAIS, VÍDEOS E DISPOSITIVOS MÓVEIS Referência: WAGONFELD, Alisson. Sephora Direct: Investindo em Mídias Sociais, Video e Dispositivos Móveis. Harvard Business School, Junho 2012. Disponível em: http://www.referenceforbusiness.com/history2/73/Sephora-Holdings-S-A.html. Acessado em 01 de Agosto de 2020. Se concordarmos com a tese de Bauman, os consumidores, por meio das compras, tentam escapar do que ele chama de “A Agonia da insegurança”. Essa tal insegurança permite que grandes empresas possam utilizar de estratégias de marketing para saber exatamente como atingir o interesse do seu público alvo. Empresas como a Sephora, criada na França por Dominique Mandonnaud, em 1969 como uma loja de perfumes, que conta com um time de profissionais que acompanham com o passar dos anos quais são os tipos de consumidores dos produtos da marca e qual o comportamento de cada um deles. Com seus anos de experiência no mercado, a empresa Sephora está sempre se reinventando para conseguir engajar cada vez mais o público que está presente nesse meio digital que comanda os mercados atualmente, utilizando os mais diversos meios de mídias. A Sephora foi uma das pioneiras no mercado de cosméticos que, uma década depois expandiu seu mercado primeiramente para os Estados Unidos e posteriormente a outros países. Sempre utilizando de estratégias únicas para atingir seu público, a empresa dispunha de um ambiente onde os clientes podiam experimentar várias marcas numa modalidade de “autoatendimento assistido”, rompendo com os tradicionais paradigmas varejistas da época. Nesse período passávamos por uma nova ordem tecnológica - da sociedade massificada para a sociedade em rede - e estar à frente em estratégias e pensamentos foi para a empresa um ponto forte nesse mercado varejista, o que fez com que ela fosse notada pelo grupo de produtos luxuosos LVMH, que comprou a empresa por US$262 milhões em 1997. Sob o comando do grupo LVMH a empresa se expandiu ainda mais, abrindo sua primeira loja na cidade de Nova York em 1998, porém sem ainda haver conquistado a confiança de alguns laboratórios que, nessa época, abrangiam 44% do prestigiado mercado de beleza. Fato esse que fez com que a empresa voltasse seu olhar para as marcas menos famosas, investindo em diferentes tipos de categorias de cosméticos para encorajar os consumidores à experimentação. Investiram na chamada estimulação sensorial, citada por Tauber em uma de suas categorias que indicam os principais motivos que induzem o consumidor a ação de comprar. Nesse ambiente o consumidor vive mais do que a experiência da compra, ele experimenta tudo de uma maneira sensorial, como por exemplo, tendo a oportunidade de testar todos os produtos em exposição sem ter que necessariamente comprá-los. Tal estratégia trouxe grande credibilidade para a 3 marca, que cresceu chegando a representar em um determinado momento mais de 20.000 produtos. Diante de um cenário cada vez mais competitivo, a Sephora se viu diante da concorrência com grandes empresas de e-commerce tais como a Amazon.com e a Beauty.com, que ofereciam serviços similares porém com mais agilidade na entrega de produtos e serviços. A Sephora.com era o maior site de beleza online e precisava de um plano estratégico para se manter na liderança do mercado com o prestígio que havia conquistado. A nova ordem tecnológica surgiu para conectar o mundo, e segundo Santaella (2013) a web 2.0 tem seu foco diretamente no usuário que comanda seus desejos e permite que esse usuário seja leitor e produtor de informação na rede. Ou seja, dando essa liberdade de expressão ao cliente a empresa cria, dessa forma, meios para atingir os interesses de seus consumidores. Foi nesse cenário que a empresa se preparou para engajá-los. A vice-presidente sênior do grupo Sephora Direct, Julie Bornstein, é a profissional responsável por todo o marketing direto e iniciativas da companhia. Dentre outras funções, seu trabalho envolve analisar o conjunto de indicadores e, a partir dessas analises, criar as estratégias necessárias. Utilizando dos benefícios que as mídias digitais podem trazer, o grupo tem cada vez mais explorado o universo digital, tendo criado até um nova extensão dentro do Sephora Direct para focar nessas novas iniciativas. Com o constante crescimento do consumo no cenário digital, especialmente por ser esse um cenário onde o consumidor além da praticidade tem mais voz e mais poder, empresas como a Sephora necessitam estar constantemente integradas a esse universo, aumentando seu posicionamento de mercado e agregando mais valor à marca. O programa de fidelidade do consumidor - Sephora Beauty Insider - criado em 2007 desenvolveu vários meios estratégicos para se aproximar de seu consumidor ao perceber um rápido crescimento nas mídias digitais da marca. Nesse programa a empresa permitia que os consumidores experimentassem os produtos da marca por meio de amostras enviadas pelo correio. O objetivo era aumentar a confiança e credibilidade de seus produtos através das opiniões de seus clientes. Tal estratégia relaciona-se com o que José Jarbas chama de caráter preventivo, no qual se o consumidor gera um comentário negativo sobre a marca e não tem sua insatisfação prontamente respondida, irá gerar um efeito viral negativo a vários outros futuros consumidores, que podem deixar de consumir a marca. Foi através de vídeos no Facebook, participação em programa de compras online, aumento de sua presença no Twitter e com o lançamento programas promocionais de novos produtos que a empresa pôde focar em ter um maior impacto nas mídias de maneira a recuperar os investimentos adicionais. Embora a equipe da Sephora Direct estivesse satisfeita com sua habilidade de entrar em contato com o cliente, a plataforma que estava sendo utilizada não dispunha de grande capacidade de arquivo. Consequentemente, a equipe decidiu desenvolver um próprio fórum de perguntas e respostas com forte funcionalidade de busca. A visão era justamente dar voz e poder ao cliente, para que ele pudesse se sentir cada vez mais próximo da marca. Foi assim que a empresa contratou um terceiro para 4 projetar dentro do Sephora.com um mecanismo de perguntas e respostas, denominado Beauty Talk. De acordo com a tese de Li e Bernoff (2009), é possível classificar os consumidores de acordo com seu envolvimento em certas atividades. Por meio do perfil tecnográfico social, pode-se entender como as tecnologias sociais estão sendo adotadas por qualquer grupo de pessoas. Através de análises feitas pela Sephora Direct, percebeu-se uma certa dificuldade ao promover o fórum de perguntas e respostas e misturá-lo com o Facebook, pois os clientes que estavam no site apenas conseguiriam visualizar as perguntas e respostas, porém se quisessem fazer parte teriam que sair do site e entrar no Beauty Talk ou usar os dois sites simultaneamente, acreditava-se que isso era devido, em parte, ao Beauty Talk ser uma experiência mais profunda e menos compreendida. Utilizando de outras plataformas de redes sociais, como o Twitter, por exemplo, que permitia que qualquer um que fosse registrado no site pudesse se inscrever para receber postagens curtas da marca, a empresa pode dar mais voz a esse cliente que utilizava essa plataforma para interagir diretamente com as publicações de seu interesse. Esse método, conhecido como POST, permitiam que a empresa utilizasse dos meios tecnológicos para criar estratégias para seus objetivos que era engajar cada vez mais pessoas.Foi assim que o Twitter foi usado como um canal de comunicação durante as promoções da Sephora. Citando mais uma vez Li e Bernoff, usando a segmentação sociográfica, cada tipo de comportamento requer ações diferentes para conseguir engajar os consumidores. A tração inicial da Sephora em mídias eletrônicas, vídeos e dispositivos móveis chamou a atenção de um amplo mercado que queria formar uma parceria com a marca. Segundo Schiffman e Kanuk (2012), a grande importância do computador nas vidas e seu grande interesse por novidades tecnológicas mostra a relevância de se saber como agir nesse cenário de consumo online. Julie Bornstein concluiu que, ao utilizar as ferramentas de mídias sociais de uma maneira estratégica, a empresa poderia ter novas oportunidades nesse meio, aumentando o engajamento de seus clientes em relação à marca de forma comunicativa e produtiva. Embora fosse difícil medir a eficiência do uso de mídias sociais para saber mais sobre o comportamento dos clientes, Bornstein acreditava que era sempre melhor ter o feedback do cliente, mesmo sendo negativo. Dessa forma a equipe Sephora Direct se manteria atualizada, aprimorando assim suas estratégias diante das concorrentes, podendo analisar o perfil desse consumidor e a partir daí entender seu comportamento diante de um cenário em constante mudança. Isso possibilitou à empresa tornar seus produtos cada vez mais personalizados, tornando assim a experiência do cliente única.
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