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INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
1 | P á g i n a 
 
Sumário 
 
Introdução ................................................................................. Erro! Indicador não definido. 
Aula 1 – Abordagem Policial. ................................................................................................ 3 
1. Conceituação de Abordagem e Busca ................................................................................ 4 
2. Aspectos Legais ................................................................................................................... 4 
3. Casos de Prisão: Flagrante Delito e Mandado Judicial ....................................................... 6 
Aula 2 – Abordagem Policial (Continuação). ....................................................................... 10 
1. Desobediência ................................................................................................................... 10 
2. Desacato ........................................................................................................................... 11 
3. Resistência e Tentativa de Fuga ........................................................................................ 11 
Aula 3 – Uso da Arma de Fogo e os Equipamentos Policiais ................................................. 17 
1. Armas de Fogo de Uso Policial .......................................................................................... 17 
2. Coletes Balísticos .............................................................................................................. 19 
3. Bastões e Tonfas. .............................................................................................................. 20 
Aula 4 – Uso da Arma de Fogo e os Equipamentos Policiais (Continuação). .......................... 21 
1. Armamento Não Letal ....................................................................................................... 21 
2. Uso das Algemas ............................................................................................................... 22 
3. Responsabilidade Legal no Emprego das Armas .............................................................. 23 
Aula 5 - Diligências Policiais. .............................................................................................. 25 
1. Procedimentos Operacionais a Serem Empregados Durante Abordagens de Pessoas, 
Veículos e Edificações. ............................................................................................................ 25 
Aula 6 - Diligências Policiais (Continuação). ........................................................................ 30 
1. Procedimentos Operacionais a Serem Empregados Durante Abordagens de Pessoas, 
Veículos e Edificações. (continuação). .................................................................................... 30 
Aula 7 - Diligências Policiais (Continuação). ........................................................................ 34 
1. Abordagem e Busca Pessoal ............................................................................................. 34 
Aula 8 - Diligências Policiais (Continuação). ........................................................................ 39 
1. Aula Prática ....................................................................................................................... 39 
Aula 9 - Diligências Policiais (Continuação). ........................................................................ 40 
1. Procedimentos de Revista ................................................................................................ 40 
Aula 10 - Diligências Policiais (Continuação). ...................................................................... 47 
1. Aula Prática ....................................................................................................................... 47 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
2 | P á g i n a 
 
Aula 11 - Diligências Policiais (Continuação). ...................................................................... 48 
1. Casos Especiais de Abordagem e Revista ......................................................................... 48 
Aula 12 - Diligências Policiais (Continuação). ...................................................................... 53 
1. Abordagem a Autoridades (suas imunidades e prerrogativas de função). ...................... 53 
Aula 13 - Diligências Policiais (Continuação). ...................................................................... 58 
1. Abordagem e Busca Domiciliar ........................................................................................... 58 
Aula 14 - Diligências Policiais (Continuação). ...................................................................... 63 
1. Técnicas de Deslocamento e Fatiamento em Áreas Edificadas. ....................................... 63 
Aula 15 - Diligências Policiais (Continuação). ...................................................................... 68 
1. Aula Prática ....................................................................................................................... 68 
Aula 16 - Diligências Policiais (Continuação). ...................................................................... 69 
1. Abordagem a Veículos ...................................................................................................... 69 
Aula 17 - Diligências Policiais (Continuação). ...................................................................... 84 
1. Aula Prática ....................................................................................................................... 84 
Aula 18 - Diligências Policiais (Continuação). ...................................................................... 85 
1. Técnicas de Abordagem a Veículos em Operações. ......................................................... 85 
2. Abordagem a Motocicletas ............................................................................................... 88 
3. Abordagem a Coletivos ..................................................................................................... 89 
Aula 19 - Diligências Policiais (Continuação). ...................................................................... 92 
1. Aula Prática ....................................................................................................................... 92 
Aula 20 – Ocorrências com Reféns. ..................................................................................... 93 
1. O Que é Crise?................................................................................................................... 93 
2. A Negociação .................................................................................................................... 93 
3. Negociador Preliminar ...................................................................................................... 93 
 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
3 | P á g i n a 
 
I – Introdução 
I-I Contextualização 
 
A Abordagem Policial é uma atividade realizada diuturnamente pela Policial 
Militar no exercício do policiamento ostensivo. Ela exige a observação de diversos 
preceitos regulamentares, visando legitimar as ações do Policial. Esta padronização 
impõe uma constante preparação técnica operacional e envolve uma atmosfera 
psicológica singular. 
O Policial Militar deverá empregar as múltiplas habilidades desenvolvidas, a 
partir de diversas áreas do conhecimento humano, para executar as ações policiais, a 
fim de garantir a integridade das mesmas. As intervenções policiais, especialmente na 
ofensiva direta contra o crime, devem ser cuidadosamente planejadas e executadas 
dentro de um rigoroso padrão operacional. 
Numa ação policial, não se admitem precipitações. Os riscos à sociedade e aos 
policiais devem ser dirimidos, de modo a reduzir o índice de vitimizadosem 
ocorrências policiais. 
I-II Finalidade 
 
O estudo da Doutrina de procedimentos operacionais pelos Policiais Militares 
para que desenvolvam suas habilidades profissionais. 
Aula 1 – Abordagem Policial. 
 
 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
4 | P á g i n a 
 
 
1. Conceituação de Abordagem e Busca 
 
A abordagem policial, também chamada de 
intervenção policial, é uma atividade constante para o 
policial militar no desenvolvimento das atividades de 
policiamento ostensivo. É também uma das atividades 
mais delicadas e perigosas na execução do serviço. Além 
do grande risco à integridade do policial militar envolve uma série de aspectos técnicos 
e legais que devem ser observados. 
A abordagem policial exige a observação de vários aspectos jurídicos 
preconizados a partir da Constituição Federal, exige treinamento técnico operacional e 
envolve o preparo psicológico, onde o policial deverá se utilizar de várias áreas do 
conhecimento humano, a fim de evitar uma reação violenta ou constrangimentos 
desnecessários. 
Abordagem policial é o ato de aproximar-se com segurança e deter pela surpresa 
um indivíduo (ou grupo de pessoas), a fim de ratificar ou não fundada suspeita em 
relação ao mesmo, ou ainda para deter um criminoso e/ou cessar uma ação delituosa. 
Busca é a diligência que se faz em determinado lugar com o fim de encontrar 
pessoa ou objeto que se procura. Encontrado o que se procura faz-se a apreensão da 
coisa, ou a prisão da pessoa, ou ainda a apreensão de crianças ou do adolescente. ―A 
busca será domiciliar ou pessoal‖ (Art. 240º do Código de Processo Penal – CPP). 
1. Aspectos Legais 
 
Dentre os aspectos que envolvem a abordagem policial, o princípio da Reserva 
Legal o conceito de Poder de Polícia e o conceito de Fundada Suspeita são de extrema 
importância, pois demonstram teoricamente a extensão e os limites desta atividade. 
2.1 Princípio da Reserva Legal 
 
O cidadão, não é obrigado a fazer ou deixar de fazer nada, que não seja pelo 
império da lei. Tal assertiva deve ser o pilar sustentador do ensino e da prática de 
técnicas e táticas de abordagem policial, caso contrário o policial corre o risco de agir 
arbitrariamente e algumas vezes acreditando estar correto, matando, prendendo 
 
A legalidade da 
ação policial 
O Policial militar 
deve sempre 
respeitar a lei, os 
seus limites, o 
cidadão e os direitos 
dos presos. 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
5 | P á g i n a 
 
ilegalmente, abusando de sua autoridade, colocando em risco sua vida e sua integridade 
física, a de seus companheiros, a dos cidadãos e dos infratores (que também deve ser 
assegurada), além de prejudicar a imagem da Polícia Militar do Estado do Rio de 
Janeiro (PMERJ), e possivelmente respondendo a diversos procedimentos 
administrativos, civis e penais que acabam, muitas vezes, custando sua carreira, sua 
liberdade, e em consequência prejudicando o sustento de suas famílias. 
É para evitar tais situações que o conhecimento e a padronização de técnicas e 
táticas operacionais, tendo como base a legislação pertinente, serão empregados de 
acordo com as especificidades de cada evento, podendo contribuir para mudar esse 
quadro e fazer com que os policiais atuem com mais segurança e voltem para seus lares, 
sem preocupações maiores, com as ações realizadas e bem sucedidas. 
O policial militar, no desenvolvimento de suas atividades e exercendo sua 
autoridade deve entender obrigatoriamente o princípio da reserva legal, pelo qual 
―ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de 
lei‖ (Constituição da República Federativa do Brasil (C.F.), Art. 5º Inciso II). Tal 
princípio é constitucional e serve como base para toda a legislação nacional e para 
nortear as atividades dos servidores públicos. 
 
2.2 Poder de Polícia 
 
Poder de Polícia é a faculdade que dispõe a Administração Pública para 
condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais em 
benefício da coletividade ou do próprio Estado. Surgiu da necessidade de regular a 
coexistência dos homens na sociedade, objetivando criar no indivíduo o estado de 
consciência no qual lhe seria impossível viver bem sem se submeter a esse poder. 
Consiste na ação da autoridade pública para fazer cumprir a lei, a todos os indivíduos, 
com o uso de força, se preciso. 
No ordenamento jurídico nacional, o poder de polícia está previsto no Código 
Tributário Nacional, Art. 78 e estende-se aos órgãos, que por sua vez têm a obrigação de 
fazer cumprir a lei. Desta forma, o Poder de Polícia não se restringe somente às polícias 
e um exemplo tradicional disso é a própria Receita Federal que se utiliza do poder de 
polícia para cobrar tributos, ou ainda a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que 
utiliza o poder de polícia para interditar estabelecimentos que contrariem as normas que 
garantem a saúde pública. 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
6 | P á g i n a 
 
No cumprimento de suas atividades o policial militar deve utilizar-se do poder de 
polícia, restringindo interesses individuais que contrariam a lei, para garantir os direitos 
da coletividade, mas deve ter a consciência de que os limites da aplicação deste poder 
estão previstos nas próprias leis e devem ser respeitados, uma vez que a própria conduta 
do servidor público deverá sempre seguir o que determina a lei. 
 
 2.3 Fundada Suspeita 
 
A fundada suspeita, prevista no art. 244º, do CPP, não pode fundar-se em 
parâmetros subjetivos, exigindo elementos concretos que indiquem a necessidade da 
revista, em face do constrangimento que causa. 
Após uma análise técnica, baseada no comportamento do indivíduo, o Policial 
Militar, através de evidências seguras, conclui que a pessoa possa ter cometido um 
ilícito penal e/ou tenha porte ou posse de objeto proibido ou objeto que constitua a 
materialidade de um crime que está sendo ou acabou de ser cometido. 
Desta forma, o policial militar não poderá fundamentar uma abordagem em 
parâmetros subjetivos como religião, raça ou cor da pele e vestimentas que demonstrem 
a cultura de um grupo. A abordagem deverá sempre observar critérios objetivos, como 
por exemplo, o porte de uma arma ou de um objeto que seja produto de crime ou a 
descrição informada na rede de comunicações sobre as características de um indivíduo 
que está cometendo ou acabou de cometer um crime ou ainda de um veículo na mesma 
situação, dentre outras inúmeras possibilidades, desde que objetivas, e que levem o 
policial a entender que tais elementos constituem a fundada suspeita. 
 
 
 
2. Casos de Prisão: Flagrante Delito e Mandado Judicial 
 
O artigo 5º inciso LXI da Constituição Federal descreve os casos em que é 
possível ocorrer a prisão: "Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem 
escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de 
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei." 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
7 | P á g i n a 
 
Desta forma a prisão de um cidadão só poderá ocorrer em flagrante delito ou por 
mandado judicial (que é a ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária 
competente). 
A prisão de um militar que comete crime propriamente militar (um tipo de crime 
que somente o servidor público militar pode cometer, como por exemplo, o crime de 
deserção) de uma forma geral deve seguir os mesmos princípios (flagrante delito ou 
mandado judicial), mas foi incluída como uma exceção na Constituição Federal, pois 
observa a legislação específica (como o Código Penal Militar) que rege também os 
casos de crimes propriamente militares. Existe ainda o caso de prisão administrativa, 
que constitui mais uma exceção e também está previsto na Constituição Federal (quando 
se refere a ―transgressão militar‖) que no caso da Polícia Militar do Estado do Riode 
Janeiro (PMERJ) está prevista no Artigo 11º §2º do Regulamento Disciplinar da 
PMERJ. 
É importante observar que nem todo caso de flagrante de delito constitui um caso 
de prisão, uma vez que algumas autoridades possuem imunidades e prerrogativas de 
função e por isso não são conduzidas à Delegacia de Policia. 
Outro ponto importante a ser observado é que a prisão poderá ser efetuada em 
qualquer dia ou a qualquer hora, respeitando as restrições relativas à inviolabilidade de 
domicílio (Art. 283º do Código do Processo Penal). 
É importante observar que o preso tem direitos legalmente assegurados, como o 
respeito à integridade física e moral (Art. 5º Inc. XLIX C.F.), o direito de ser informado 
sobre seus direitos, permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e 
de advogado (Art. 5º Inc. LXIII C.F.) e o direito a identificação dos responsáveis por 
sua prisão (Art. 5º Inc. LXIV C.F.), sob pena de relaxamento imediato da prisão caso 
esses direitos sejam desrespeitados (Art. 5º Inc. LXV C.F.), bem como de 
responsabilização dos servidores públicos responsáveis pelo abuso de autoridade. 
O policial militar deve sempre conduzir os presos diretamente para a Delegacia de 
Polícia da área (ou especializada quando o fato assim permitir, como por exemplo, os 
crimes ambientais que podem ser registrados na Delegacia de Proteção ao Meio 
Ambiente – DPMA – ou os crimes propriamente militares que podem ser registrados 
nas Delegacias de Polícia Judiciária Militar - DPJM), para o registro da ocorrência, 
jamais conduzir os presos para uma unidade policial militar (exceto no caso de prisão 
administrativa de militares, que devem ser conduzidos por um militar mais antigo às 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
8 | P á g i n a 
 
suas unidades militares de origem após comunicado à respectiva unidade) ou para 
qualquer outro lugar que não esteja compreendido no caminho mais rápido possível 
entre o local da prisão e a delegacia. 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
9 | P á g i n a 
 
ACONTECEU... 
 
Na noite de 23 de julho de 1993, pouco antes da meia-noite, dois carros com 
placas cobertas pararam em frente à Igreja da Candelária. Em seguida, os ocupantes 
atiraram contra dezenas de pessoas, a maioria crianças e adolescentes, que estavam 
dormindo nas proximidades da Igreja. Como resultado, seis menores e dois maiores 
morreram e várias crianças e adolescentes ficaram feridos. Um dos sobreviventes da 
chacina, Sandro Barbosa do Nascimento, voltou aos noticiários quase sete anos 
depois, como o autor do sequestro do ônibus 174. 
Posteriormente, nas investigações, descobriu-se que alguns dos autores dos 
disparos eram policiais militares e que a princípio o fato teria acontecido por conta 
de uma pedra arremessada contra uma viatura. No decorrer do processo, foram 
indiciadas sete pessoas. Destes, quatro foram condenados na época, sendo que um 
dos policiais militares envolvidos foi condenado a uma pena de mais de 300 anos de 
prisão. 
Observe que: Conforme ficou evidenciado nas investigações, houve principalmente 
por parte dos policiais militares envolvidos, uma total negligência quanto aos 
princípios demonstrados nessa aula. A abordagem foi realizada de forma 
intempestiva e violenta, não havendo razões para tal, uma vez que, mesmo que os 
moradores de rua fossem criminosos e mesmo que tivessem cometido qualquer 
crime anteriormente, não havia fundada suspeita, flagrante delito ou mandado que 
justificasse qualquer abordagem ou prisão, quiçá um fundamento para um juízo de 
valor decidindo entre a vida e a morte de alguém. O que houve foi um desrespeito 
ao bem jurídico tutelado de maior valor no ordenamento jurídico brasileiro: a 
VIDA. O que um policial militar pode fazer para cumprir o seu papel com 
perfeição, é auxiliar e orientar a população, zelando pela vida e integridade física de 
todos e prender e apresentar à autoridade policial os criminosos em flagrante delito 
ou com mandado. 
 
SAIBA MAIS... 
 
Você pode conhecer mais sobre a origem dos assuntos estudados nesta unidade 
pesquisando o site: 
https://www.youtube.com/watch?v=C2CIe895mWU 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/23_de_julho
http://pt.wikipedia.org/wiki/1993
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sandro_Barbosa_do_Nascimento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sequestro_do_%C3%B4nibus_174
https://www.youtube.com/watch?v=C2CIe895mWU
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
10 | P á g i n a 
 
Aula 2 – Abordagem Policial (Continuação). 
 
O policial no desenvolvimento de suas funções representa a força fiscalizadora do 
Estado. Um cidadão que se sente prejudicado pela 
ação policial pode tentar desobedecer, resistir, 
desacatar e até fugir. Em alguns casos, criminosos, 
sem compromisso com a lei, para defender seus 
interesses ilegais, podem ainda empregar armas de 
fogo contra a ação policial. Por isso, é importante o 
policial militar conhecer bem a diferença entre 
desobediência, desacato e resistência, pois durante 
uma abordagem policial existe a possibilidade de 
deparar-se com uma dessas situações. 
1. Desobediência 
 
O código penal (CP) descreve o crime de 
desobediência da seguinte forma: ―desobedecer a 
ordem legal de funcionário público‖ (Art. 330º do 
CP). 
É importante observar que a ordem deve ser 
legal, ou seja, deve ter a lei como fundamento. 
Outro ponto importante a ser observado no crime de desobediência é que a ordem 
deve partir de um funcionário público, sendo assim, presume-se que a pessoa que recebe 
a ordem, tenha conhecimento de que esta ordem partiu de um funcionário público. 
Portanto, o funcionário público deve estar identificado (no caso do policial militar, 
fardado e com sua identificação aparente), ou identificar-se antes de dar a ordem, 
Os Valores profissionais e os 
deveres éticos na Polícia 
Militar 
A missão da Polícia Militar 
traz, em si, o serviço 
imprescindível para a 
sociedade organizada. A 
disciplina, o senso do dever, a 
noção clara da missão a 
cumprir, são virtudes 
eminentemente éticas e não 
apenas técnicas. 
Fonte: 
http://www.pmpr.pr.gov.br/modu
les/conteudo/conteudo.php?conte
udo=679 
 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
11 | P á g i n a 
 
quando não estiver devidamente identificado (em trajes civis), caso contrário não há o 
crime de desobediência, pois o cidadão não terá como saber que a ordem está partindo 
de um funcionário público. 
2. Desacato 
 
O Código Penal (CP) descreve o crime de desacato da seguinte forma: ―desacatar 
funcionário público no exercício da função ou em razão dela‖ (Art. 331 do CP). 
Observação: o referido tipo penal, segundo alguns doutrinadores e de acordo com a 
jurisprudência, em alguns casos também pode ser cometido por gestos, como por 
exemplo, fazer sinal referente a órgão sexual masculino ao passar viatura policial. 
Observe que o crime de desacato só ocorre contra funcionários públicos e por isso 
é necessário que haja a intenção, o dolo de desacatar. Se a pessoa que desacata não tem 
conhecimento de que se trata de um funcionário público, seja porque este funcionário 
não está devidamente identificado ou porque não quis se identificar antes de ser 
desacatado, não configura o crime de desacato, portanto, se ocorrer desta forma, o 
cidadão não poderá ser preso por este crime. 
Outro ponto a ser observado é que o funcionário público precisa estar no exercício 
da função ou, não estando, o desacato precisa ocorrer em razão da função exercida pelo 
funcionário público, ou seja, se a pessoa que desacata não sabe que se trata de um 
funcionário público e dirige uma ofensa à pessoa física, mesmo sendo funcionário 
público, não ocorre o crime de desacato, desta forma, o cidadão não poderá ser preso 
por este crime. 
3. Resistência e Tentativa de Fuga 
 
O código penal (CP) descreve o crime de resistência da seguinte forma: ―opor-se 
à execução de ato legal, mediante violênciaou ameaça a funcionário competente para 
executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio‖ (Art. 329º do CP). 
Observe que o crime de resistência ocorre quando um funcionário público tenta 
executar um ato legal e alguém se opõe a execução deste ato mediante violência ou 
ameaça. É comum ocorrer o crime de desobediência e em seguida, quando o policial 
militar tenta efetuar a prisão, ocorrer o crime de resistência. Neste caso o policial militar 
poderá utilizar a força para garantir a execução do ato legal, conforme descreve o 
Código de Processo Penal: 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
12 | P á g i n a 
 
 ―Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em 
flagrante ou à determinada por autoridade competente, o executor e 
as pessoas que o auxiliarem, poderá usar dos meios necessários para 
defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto 
subscrito, também por duas testemunhas” (Art. 292º do CPP). 
O artigo 292 do CPP refere-se ao procedimento administrativo conhecido 
coloquialmente no jargão policial como ―auto de resistência‖ 
O emprego de força física só é permitido quando indispensável, nos casos de 
resistência ou tentativa de fuga. Se houver resistência por parte de terceiros, poderão ser 
usados os meios necessários para vencê-la ou para defesa dos policiais militares. Estas 
circunstâncias devem ser registradas no Registro de Ocorrência (R.O., registrado na 
Delegacia de Polícia) e no Boletim de Ocorrência Policial Militar (BOPM, registrado 
pelo próprio policial militar). 
É importante observar o que descreve o Código de Processo Penal (CPP) quanto 
ao uso da força, quando necessário: ―não será permitido o emprego de força, salvo a 
indispensável no caso de resistência ou tentativa de fuga de preso‖ (Art. 284º do CPP). 
O uso da força deverá sempre ser proporcional e obedecendo aos princípios da 
legalidade, necessidade, moderação e conveniência. Para isso, o Ministério da Justiça, 
através da portaria interministerial nº 4.226 de 31 de dezembro de 2010 definiu 
diretrizes para o uso da força para os agentes de segurança pública, obrigatórias para o 
Departamento de Polícia Federal, para o Departamento de Polícia Rodoviária Federal, 
para o Departamento Penitenciário Nacional e para Força Nacional de Segurança e 
estimulando a criação de mecanismos para efetivação destas diretrizes pelos entes 
federados. 
Uma forma didática para se observar regras de uso da força foi desenvolvida nos 
Estados Unidos da América, na Universidade de Illinois, pelo centro de treinamento da 
polícia federal (Federal Law Enforcement Training Center – FLETC) e atualmente é 
aplicada no Brasil. 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
13 | P á g i n a 
 
 
 
Figura 1 – Modelo de Uso da Força FLETC 
 
Cada estágio do painel de alternativas para o uso da força corresponde às técnicas 
e instrumentos fornecidos através do treinamento: 
 
Nível I – Esta categoria consiste de procedimentos básicos para apoiar o início e a 
continuação da submissão e da cooperação. Ocorre com uma atitude submissa e 
cooperativa do abordado, em contrapartida o policial utiliza comandos verbais. 
Nível II – Este nível inclui opções centradas em torno do ganho de controle, 
preferencialmente através de técnicas de persuasão e manipulação psicológica evitando-
se as técnicas de contato físico. O abordado utiliza técnicas de resistência passiva e o 
policial utiliza o controle de contato. 
Nível III – Quando o indivíduo utilizar força física ao resistir, o policial deve 
valer-se das táticas de imobilização e neutralização com ênfase às técnicas não letais. O 
abordado toma atitudes de resistência ativa e o policial passa a aplicar técnicas de 
submissão (na PMERJ aplica-se o Método de Defesa Policial Militar – MDPM). 
Nível IV – Neste nível a atitude agressiva do indivíduo leva o policial a aplicar 
tática centrada em contra-ataques ativos e com base na força, da mesma forma 
preconiza-se o uso de técnicas não letais. O indivíduo abordado tem uma postura 
agressiva, iniciando ameaça física e o policial passa a utilizar táticas defensivas não 
letais. 
 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
14 | P á g i n a 
 
Nível V – Neste nível as opções táticas dirigem-se para a sobrevivência e a 
autopreservação do policial, sendo necessário defender-se com a força letal. O abordado 
tem uma postura agressiva, utilizando força letal e o policial passa a aplicar o mesmo 
nível de força. 
É importante observar que a aplicação das técnicas deverá ser sempre 
proporcional, ou seja, não é necessário passar por todos os estágios anteriores para então 
aplicar uma determinada técnica. Não faria sentido um criminoso efetuar disparos 
contra policiais e os mesmos iniciarem sua reação com verbalização, seguindo os 
demais níveis até a aplicação de técnicas não letais antes de se defender com força letal. 
No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, a atividade policial apresenta algumas 
particularidades, cabendo destacar a utilização de armas de guerra por parte de grupos 
criminosos, sendo necessário neste caso aplicação direta do V nível, agindo de maneira 
proporcional, preservando a vida do policial militar e da sociedade civil. 
A comunicação com a pessoa abordada é fundamental para obtenção da 
colaboração da mesma. O policial militar deve lembrar que os cidadãos não entendem 
alguns termos técnicos empregados no treinamento policial militar. Use uma linguagem 
clara precisa e concisa. Assim como ordens simples, objetivas e executáveis em tom de 
voz compatível com a situação e o ambiente. 
O policial militar, quando aborda um cidadão que eventualmente cometeu um 
delito, por mais inexpressivo que o mesmo pareça, nunca deverá relaxar com a 
segurança. Mesmo um cidadão de bem, em um estado de estresse, devido à situação, 
poderá tentar escapar da prisão, praticando violência contra policiais. Contudo, em 
qualquer situação, esse cidadão, deverá receber tratamento digno de sua condição 
humana. O policial militar deve lembrar sempre que o limite do uso da força ocorre 
quando a situação passa a se tornar controlada e acaba a resistência ou tentativa de fuga 
por parte dos criminosos. Se ao final da intervenção houver pessoas feridas, as mesmas 
deverão receber a assistência adequada, devendo ser providenciado o encaminhamento 
para atendimento médico. 
O policial militar não pode esquecer que, mesmo no caso de criminosos que 
atentaram contra a sua vida, em caso de homicídio em decorrência de intervenção 
policial militar, deverá ser feito o máximo esforço para preservar o local do fato e a Sala 
de Operações (SOp) da Unidade Policial Militar da área deverá ser acionada assim 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
15 | P á g i n a 
 
como o fato deverá ser levado ao conhecimento da autoridade policial (Delegado de 
Polícia Civil). 
A utilização de força é um recurso que poderá desarticular a continuidade da 
reação por parte dos criminosos. O policial militar deverá sempre considerar, em uma 
abordagem, a possibilidade do indivíduo estar armado. A arma do policial militar 
deverá estar sempre pronta, caso seja necessário o seu emprego, o que não significa que 
deverá estar apontada para o abordado. O ideal é estar sempre pronto para defender-se 
ou neutralizar um ataque. Para isso o policial militar deverá conhecer muito bem o 
método de defesa policial militar (MDPM) que foi desenvolvido com técnicas de artes 
marciais e defesa pessoal e conhecer cada vez mais sobre o seu armamento e os 
equipamentos policiais. 
 
 
 
 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
16 | P á g i n a 
 
ACONTECEU... 
 
Policial do Bope confunde furadeira com arma e mata morador do Andaraí 
Na manhã do dia 19 de maio de 2010 um policial do Batalhão de Operações 
Especiais (Bope), a tropa de elite da Polícia Militar do Rio de Janeiro, matou por engano 
um moradordo Morro do Andaraí, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O motivo: o 
policial confundiu uma furadeira com uma arma. 
Na manhã desta quarta-feira (19), Hélio Ribeiro estava no terraço de casa, 
pregando uma lona com a furadeira, para proteger o pavimento da chuva. A esposa dele, 
Regina Ribeiro, também estava no terraço, regando as plantas. 
Fátima Pinho, que é vizinha de Hélio há mais de 40 anos, disse que, quando ele 
olhou para os policiais do Bope, que faziam uma operação no morro, chegou a se virar 
para a esposa e comentar: ―Vão pensar que estou armado.‖ 
―A Regina me contou que ele nem chegou a terminar a frase. Tomou o tiro, caiu 
da escada e ficou estatelado no chão, morto‖, contou, nervosa, Fátima. ―Em seguida, os 
policiais do Bope continuaram com as armas apontadas para o terraço e gritaram para a 
Regina se abaixar. Ela gritou de volta: ‗O meu marido está morto!‘‖, disse a vizinha. 
 
Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/05/policial-do-bope-confunde-
furadeira-com-arma-e-mata-morador-do-andarai.html 
 
 
 
Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2010/07/laudo-diz-que-furadeira-
poderia-ter-sido-confundida-com-arma.html 
SAIBA MAIS... 
 
Você pode conhecer mais sobre a origem dos assuntos estudados nesta unidade 
pesquisando: 
- Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, 
adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas na sua Resolução 34/169, de 17 
de dezembro de 1979; 
- Princípios orientadores para a Aplicação Efetiva do Código de Conduta para os 
Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, adotados pelo Conselho 
Econômico e Social das Nações Unidas na sua resolução 1989/61, de 24 de maio de 
1989; 
- Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo pelos Funcionários 
Responsáveis pela Aplicação da Lei, adotados pelo Oitavo Congresso das Nações 
Unidas para a Prevenção do Crime e o Tratamento dos Delinquentes, realizado em 
Havana, Cuba, de 27 de Agosto a 7 de setembro de 1999. 
 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
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Aula 3 – Uso da Arma de Fogo e os Equipamentos Policiais 
 
 
1. Armas de Fogo de Uso Policial 
 
O policial militar, independente do 
serviço que realiza e principalmente 
durante as abordagens, deverá portar as 
armas para as quais está habilitado 
(treinado) conhecendo o seu manejo e a 
manutenção no mínimo de primeiro 
escalão (limpeza básica e resolução 
básica de panes). Caso contrário, a arma 
poderá ser mais um fator de risco para a 
equipe e pessoas que estejam na área da 
operação. As armas e os equipamentos 
utilizados devem ser compatíveis com o 
serviço ou operação que o policial irá 
realizar. A Imprudência a imperícia e a 
negligência no emprego de armas e 
equipamentos podem gerar 
responsabilidades administrativa, penal 
e civil para o policial. 
O uso da arma está condicionado 
Aspectos Legais 
 
No caso do policial que dispara sua 
arma de fogo contra um criminoso, só se 
justifica esta ação se é perpetrada em 
legítima defesa. O Código Penal, a 
respeito da legítima defesa, assim 
expressa: ―Entende-se em legítima defesa 
quem, usando moderadamente dos meios 
necessários, repele injusta agressão, 
atual ou iminente, a direito seu ou de 
outrem. O agente que excede 
supostamente os limites da legítima 
defesa responde pelo fato, se este é 
punível como crime culposo.‖ O policial 
deverá ter certeza de que está repelindo 
uma AGRESSÃO GRAVE que coloca 
em perigo a sua vida ou de outrem. O(s) 
disparo(s) devem ser apenas em número 
suficiente para FAZER CESSAR A AGRESSÃO. 
 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
18 | P á g i n a 
 
aos aspectos da legalidade, grau de adestramento e oportunidade. No aspecto da 
legalidade, o uso da arma de fogo só se justifica quando a ação implicar uma ameaça 
real à sua vida ou à vida de terceiros. Caso não haja esse perigo, deverão ser usados 
outros meios. 
Não se deve apontar uma arma de fogo na direção de uma pessoa que não lhe 
ofereça risco. O nível de risco da operação e da abordagem, no momento da ação 
policial será decisivo para que o policial militar decida quanto ao posicionamento da 
arma na direção de outras pessoas. 
Mesmo em simulações, em que o policial tem toda certeza que a arma está 
descarregada. Não são raros os casos de acidentes reais com ―armas consideradas 
descarregadas‖. O manuseio de arma de fogo deve ser sempre realizado com a arma 
apontada para um local onde não ofereça risco. 
O momento do disparo de uma arma de fogo é extremamente delicado. O Policial 
deve analisar todos os aspectos relativos ao tiro (a trajetória, impacto, explosão, etc.) 
utilizando-se de técnicas próprias e conhecimentos adquiridos previamente, apesar do 
curto espaço de tempo e do estresse da situação. O tiro deve ser dirigido ao agressor, 
não ao local de onde o agressor está homiziado. Dentro de um veículo, por exemplo, 
além do criminoso armado poderá haver uma vítima, um refém ou uma criança 
dormindo. 
Após ter sacado a arma, o seu uso deverá ser moderado, suficiente apenas para 
fazer cessar a agressão que, uma vez cessada, desautoriza a continuação do seu uso. No 
aspecto da oportunidade, o policial deve atentar para as circunstâncias e acontecimentos 
ao seu redor, tais como pessoas muito próximas à cena, crianças, edificações públicas, 
automóveis, etc., expostos às eventuais consequências de um confronto com criminosos. 
Nessas ocasiões, onde houver a mínima probabilidade de um inocente vir a ser atingido, 
é preferível a possível fuga de criminosos armados ou, até mesmo o recuo tático dos 
policiais, no aguardo de uma ocasião mais adequada para abordar e prender os 
infratores. 
De acordo com o Código Penal, em seu artigo 25º, o conceito de legitima defesa, 
estabelece que antes de atirar o policial deve ter a convicção que está reagindo contra 
uma agressão injusta, atual e iminente e que não colocará a vida de terceiros em risco. O 
objetivo do tiro é neutralizar o criminoso, se possível, preservando sua vida. Cessada a 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
19 | P á g i n a 
 
ação, e estando controlado o ambiente, o policial deverá tomar algumas providências, 
tais como o atendimento médico aos feridos. 
O tiro é uma medida extrema que somente se justifica quando: 
 
a. Há ameaça iminente ou risco de morte para o agente; 
b. Para impedir a perpetração de crime que ameace a vida; 
c. Para vencer uma resistência a prisão contra pessoa que represente os riscos acima 
citados. 
O policial militar deve entender que: 
 
a. O uso letal intencional da arma de fogo somente se justifica quando for estritamente 
inevitável para proteger a vida; 
b. O uso de armas de fogo não é uma providência aceitável para dispersar 
manifestações ou tumultos. No caso de manifestações violentas, somente é tolerável 
quando não for possível o emprego de outros meios menos perigosos, para conter uma 
ameaça iminente de morte ou de ferimento grave; 
c. O limite do uso da força está condicionado ao necessário para manter a segurança 
das pessoas e a manutenção da ordem; 
d. Não existe a alegação de ordem superior para justificar uma ação manifestadamente 
ilegítima. 
É importante ainda observar que se considera crime o disparo de arma de fogo em 
lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que 
essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime (Lei 10.826 de 22 de 
dezembro de 2003 – Estatuto do Desarmamento). 
2. Coletes Balísticos 
 
O uso de coletes balísticos minimiza a possibilidade de o policial ser vitimado em 
decorrência de Disparo de Arma de Fogo (DAF). Vários policiais já tiveram suas vidas 
preservadas graças ao seu uso. É um equipamento que aliado ao emprego correto de 
outros recursos, gera superioridade técnica em uma ação policial. É importante que o 
colete esteja devidamente ajustado aocorpo, de forma que cubra todo o tórax, mas que 
mantenha a mobilidade, que esteja bem ajustado nas laterais, de forma que as placas 
fiquem o mais próximo possível, para maior proteção das laterais do corpo e da 
proteção dos órgãos vitais do tórax. O colete balístico é considerado um material bélico 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
20 | P á g i n a 
 
e é possível adquiri-lo no comércio (completo ou somente as capas, para um uso mais 
higiênico, uma vez que os mesmos coletes serão utilizados por diversos policiais 
proporcionando uma utilização mais eficiente e racional do material). 
 É importante observar que para manter a vida útil do material o colete não deve 
ser colocado em locais de forma que fique dobrado, pois isso danifica as malhas 
internas do colete. 
3. Bastões e Tonfas. 
 
O bastão policial é de uso obrigatório, 
previsto no M4 Manual do Policial Militar. É um 
excelente instrumento, de autodefesa, contra 
pessoas que não utilizam de armas de fogo. 
A Tonfa pode ser empregada em 
substituição ao bastão policial com a vantagem de 
ter maior versatilidade, principalmente para defesa 
do policial militar (sobretudo quando empregadas 
com técnicas do Método de Defesa Policial Militar, 
que permite imobilização e condução). 
 
 
 
 
Figura 02 – Bastões e Tonfas 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
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Aula 4 – Uso da Arma de Fogo e os Equipamentos Policiais 
(Continuação). 
 
1. Armamento Não Letal 
 
O armamento não letal é assim chamado, pois foi desenvolvido para que não 
cause letalidade, caso utilizado de forma correta. É importante observar que devido à 
possibilidade de letalidade, caso utilizado incorretamente, alguns autores definem esse 
tipo de armamento como ―de baixa letalidade‖ ou ―menos letal‖. 
O uso de armamentos e 
munições não letais propiciará uma 
maior segurança aos policiais militares 
em suas atividades diárias de abordagens 
e controles de distúrbios civis, 
minimizando riscos aos cidadãos em 
casos de reações violentas às ordens 
legais. No entanto, para a obtenção dos 
fins desejados, esse armamento e 
munições deverão ser empregados 
apenas por policiais treinados. 
É importante conhecer e respeitar as recomendações do fabricante durante a sua 
utilização e se atentar pelo fato de que eles só devem ser utilizados, homologados e 
fornecidos ao policial pela PMERJ, uma vez que estes equipamentos já passaram por 
análise técnica. Outro ponto relevante a ser observado é que as armas não letais são 
assim consideradas, porque foram desenvolvidas para cessar as reações do abordado 
sem causar morte, porém, seu uso em excesso e fora das recomendações do fabricante 
pode ser fatal. Sendo assim, o policial militar deverá sempre respeitar os limites do uso 
Figura 3 - Armamento não letal 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
22 | P á g i n a 
 
proporcional da força. Esta categoria de equipamento, pode ter outras classificações 
como: armas de menor potencial, ou armas de menor potencial letal, etc. 
O taser é uma arma de 
incapacitação, sua utilização requer 
treinamento específico, pois o seu mau uso 
pode levar o abordado à morte. Pode ser 
empregada em diferentes atividades do 
policiamento ostensivo. 
É muito importante observar que o 
taser NUNCA deve ser usado junto com 
espargidores de pimenta, caso contrário 
pode ocorrer uma combustão. 
2. Uso das Algemas 
 
As algemas, além de evitar a fuga, ajudam a preservar a integridade do preso. A 
11ª Súmula Vinculante do Supremo 
Tribunal Federal (STF) limita o uso de 
algemas a casos excepcionais: 
"Só é lícito o uso de algemas em 
caso de resistência e de fundado 
receio de fuga ou de perigo à 
integridade física própria ou 
alheia, por parte do preso ou de 
terceiros, justificada a 
excepcionalidade por escrito, sob 
pena de responsabilidade 
disciplinar civil e penal do agente 
ou da autoridade e de nulidade da 
prisão ou do ato processual a que 
se refere, sem prejuízo da 
responsabilidade civil do Estado". 
 
 
O uso de outros materiais como o lacre, deve ser evitado, porém caso haja 
necessidade de utilização destes recursos, deve-se adotar os mesmos preceitos da 11ª 
súmula do STF, além disso, o policial deverá observar durante a condução do preso se o 
material utilizado está provocando ferimentos desnecessários e evitáveis, nesse caso, o 
policial deverá buscar outro meio de contenção mais adequado. 
Figura 4 - Taser 
Figura 5 - Algema 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
23 | P á g i n a 
 
3. Responsabilidade Legal no Emprego das Armas 
 
O policial militar deverá sempre estar consciente de que a utilização de armas 
poderá lhe acarretar responsabilização, caso cometa um crime, independentemente de 
ter ou não intenção. 
No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta 
de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de 
prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou 
foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 
1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 
60 (sessenta) anos (Art.121 § 4º CP). 
 
 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
24 | P á g i n a 
 
ACONTECEU... 
 
Em dezembro de 2008 um laudo do Exército constatou que o spray de 
pimenta (arma não letal usada por diversas polícias no Brasil) é altamente 
inflamável e perigoso se combinado com outras armas não letais, como cassetete 
elétrico, ou se entrar em contato qualquer tipo de chama. 
A análise do Ctex (Centro Tecnológico do Exército) foi feita para tentar 
elucidar o caso de um adolescente identificado na época como Janderson de 16 
anos, que disse ter sido queimado com ácido por militares ao ser pego fumando 
maconha num quartel do Rio, em novembro de 2008. O Exército informou na época 
que as queimaduras foram causadas pela combinação não intencional de armas não 
letais e que seria instaurado um procedimento apuratório. 
Até então, o perigo dessa combinação não era totalmente conhecido. 
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1812200835.htm 
Observe que: Além do treinamento, é importante que o policial entenda que não é 
adequado utilizar simultaneamente tipos diferentes de armas não letais para 
imobilizar uma mesma pessoa. 
 
SAIBA MAIS... 
 
Você pode conhecer mais sobre a origem dos assuntos estudados nesta 
unidade pesquisando: 
- Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo pelos 
Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei (PBUFAF), adotados pelo Oitavo 
Congresso das Nações Unidas para a Prevenção do Crime e o Tratamento dos 
Delinquentes, realizado em Havana, Cuba, de 27 de Agosto a 7 de setembro de 
1999. 
 
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1812200835.htm
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
25 | P á g i n a 
 
Aula 5 - Diligências Policiais. 
 
 
1. Procedimentos Operacionais a 
Serem Empregados Durante 
Abordagens de Pessoas, Veículos e 
Edificações. 
 
É importante para o policial militar 
conhecer os procedimentos operacionais a 
serem empregados durante abordagens de 
pessoas, veículos e edificações: 
 
1.1 Observar 
 
Observar é a capacidade humana de 
ver, sentir e elaborar conclusões. Observe 
as pessoas, o que elas têm nas mãos, as 
atitudes. Estude o ambiente, becos, sacadas, 
carros estacionados, pessoas agitadas, 
características do terreno. Procure distinguir 
os criminosos dos demais, quando houver 
dúvidas, convém o policial militar se 
precaver em relação a todos, tomando o 
cuidado de não violar direitos individuais. 
O policial é um observador atento. Exercite 
sua capacidade de análise, tomando o 
cuidado para não criar estereótipos baseado em preconceitos. 
Abordagem a Domicílio 
Além da definição legal de domicílio,existe um ponto muito importante a 
ser pensado: a casa de cada pessoa, 
seja ela pobre ou rica, é um de seus 
bens mais preciosos, pois é na casa 
que podemos descansar, estar com a 
nossa família e guardar nossos 
pertences (coisas de valor material e 
coisas de valor emocional, como 
lembranças de família, presentes, 
recordações, fotos; bens estes que, 
muitas vezes, possuem um valor 
muito superior ao material, porque são 
bens adquiridos com esforço, 
recebidos como presentes, lembranças 
de entes queridos, coisas especiais 
para nós).Fonte: 
http://www.vivario.org.br/wpcontent/
uploads/2011/11/curso_CAPPC.pdf 
 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
26 | P á g i n a 
 
 
1.2 Planejar 
 
O planejamento é essencial para a segurança da ação. Use a observação sobre o 
terreno e empregue suas características em favor da equipe. Respeite os princípios 
técnicos: superioridade numérica; vantagem técnica gera a vantagem tática (eficiência 
gerando eficácia) e a surpresa. Por mais urgência que a circunstância apresente e por 
mais imediata que seja a necessidade da intervenção, aproveite o mínimo de tempo que 
tem, diante da situação e somente atue após planejar a ação. Como se aproximar, o 
emprego do efetivo, a eliminação das possíveis rotas de fuga. É seguro? Como? 
Quando? Onde? Quem? Como sair do local com o preso? Tenha resposta para as 
perguntas: O quê está acontecendo? Onde? Como? Quem são os envolvidos? Quem está 
armado? Qual a descrição do local? Quem são os possíveis suspeitos? Quem são os 
solicitantes? Não sendo oportuna a abordagem naquele momento observe, diligencie 
até que ache a oportunidade de realizar a abordagem dentro dos parâmetros táticos 
adequados. 
Não hesite em acionar reforços. Muitas vezes uma boa coleta de informações vai 
tornar a diligência mais proveitosa, criando condições para a realização de futuras 
diligências no sentido de identificar e, se for o caso, prender os acusados. Se tentar 
cercar uma pessoa armada, não seja ansioso, use os abrigos que o terreno lhe oferece: 
motores dos carros, hidrantes, depressões no terreno, etc. Mesmo quando o criminoso 
parecer dominado continue dando ordens protegido - não saia do seu abrigo, até que 
tenha reais condições de se locomover e atuar. Lembre-se de trabalhar com segurança, 
se necessário, aguarde a melhor oportunidade para agir. 
 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
27 | P á g i n a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.3 Abordar 
 
A progressão para a abordagem deve ser cuidadosa e silenciosa, a fim de não 
perder o aspecto técnico do fator surpresa. Segurança a trezentos e sessenta graus (ao 
redor) para a patrulha; posicionamento dos policiais de modo que não haja ―fogo 
cruzado‖ e que inocentes não venham a ser atingidos no caso de uma reação armada. 
Ao abordar um suspeito empregue sempre tom de voz firme que sugira 
imobilidade, inicialmente e sempre que possível identifique-se ao menos dizendo: 
ACONTECEU... 
 
Polícia prende 40 pessoas durante operação no Alto Paranaíba e Triângulo 
Mineiro 
Minas Gerais - 25/2/2015 às 19h17 
Ação cumpriu mandados em Monte Carmelo, Coromandel, Patrocínio e 
Uberlândia. 
Uma operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime 
Organizado) terminou com cerca de 40 pessoas presas nesta quarta-feira (25) nas 
regiões do Alto Paranaíba e do Triângulo Mineiro. A "Operação Faixa Preta" foi 
feita nas cidades de Monte Carmelo, Coromandel, Patrocínio e Uberlândia. A ação 
da regional de Uberlândia teve foco no combate à organização criminosa 
responsável pelo tráfico de drogas e pela prática de homicídios na região. O 
objetivo da operação foi o cumprimento de 44 mandados de prisão preventiva, dois 
mandados de apreensão de adolescente infrator, 51 mandados de busca domiciliar e 
23 mandados de apreensão de veículos. A operação resultou na prisão de 
envolvidos, apreensão de drogas, armas, munição e veículos. 
A ação teve origem em investigação desenvolvida pela Regional de Uberlândia do 
Gaeco e contou, em sua execução, com a parceria da Polícia Militar de Minas 
Gerais e da PRF (Polícia Rodoviária Federal). 
Fonte: http://noticias.r7.com/minas-gerais/policia-prende-40-pessoas-durante-
operacao-no-alto-paranaiba-e-triangulo-mineiro-25022015 
Observe que: O planejamento da ação foi de suma importância para o seu sucesso. 
 
 
http://noticias.r7.com/minas-gerais
http://noticias.r7.com/minas-gerais/policia-prende-40-pessoas-durante-operacao-no-alto-paranaiba-e-triangulo-mineiro-25022015
http://noticias.r7.com/minas-gerais/policia-prende-40-pessoas-durante-operacao-no-alto-paranaiba-e-triangulo-mineiro-25022015
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
28 | P á g i n a 
 
―Polícia!‖, em seguida utilize expressões como ―fique onde está!”; “calma!”; “não se 
mova!”; “fique quieto!”. Em ato contínuo, se for o caso, coloque os abordados no local 
e na posição em que será realizada a busca pessoal (o local deverá sempre ser o mais 
conveniente e seguro para os policiais). Sempre em estado de alerta total, não permita 
que os abordados mantenham qualquer objeto nas mãos ou que recebam auxílio de 
outras pessoas sob alegações diversas. Determine, aos abordados, que fiquem de costas 
e que coloquem as mãos espalmadas onde possam ser observadas, de preferência acima 
da cabeça. No caso de dúvida quanto a segurança da ação adie a operação, espere um 
momento melhor. Utilize os princípios da conveniência e da oportunidade. 
Quando houver a mínima probabilidade de um inocente vir a ser atingido em 
uma abordagem, é preferível o recuo tático dos policiais, aguardando uma ocasião mais 
adequada para abordar e prender os criminosos ou mesmo, possibilitar a fuga destes, 
mesmo estando armados, a fim de preservar vidas. 
 Surpreenda, mas nunca se precipite. O serviço que o policial militar presta à 
população é segurança pública. Em muitas situações, fica difícil controlar a ansiedade e 
para dar solução rápida ao problema, o policial acaba violando normas, se expondo a 
riscos e desgastes desnecessários, causando transtornos maiores para todos os 
envolvidos na ocorrência. Não perca o controle! 
 
1.4 Revistar 
 
Há várias maneiras de revistar pessoas abordadas. 
Comprovadamente a mais versátil, técnica e eficaz, principalmente quando se 
tratar de criminosos presos em flagrante de delito é realizada da seguinte maneira: O 
Comandante dará ordem para que os suspeitos fiquem de costas para a guarnição, que as 
bolsas, roupas, embrulhos ou qualquer volume que os suspeitos estejam conduzindo nas 
mãos, sejam lentamente colocadas no solo. Em seguida os suspeitos serão colocados de 
frente para uma parede, com os braços esticados e mãos sempre acima da cabeça com as 
mãos espalmadas, uma sobre a outra, de pernas abertas e desequilibrados. 
 Os suspeitos devem ser deslocados do local onde foram surpreendidos, a fim de 
neutralizar algum esquema de segurança dos mesmos, somente se isso não gerar risco à 
ação. No caso de corredores ou becos, o local de revista será isolado. Os homens da 
equipe de segurança controlarão a passagem de cidadãos pelo local enquanto durar a 
realização da diligência. Seguindo os passos para a Revista. São eles: 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
29 | P á g i n a 
 
1º passo: revista individual em todos os suspeitos; 
2º passo: busca em sacos, bolsas, calçados e locais e áreas de difícil acesso; 
3º passo: se for o caso, verificação de documentos e coleta de informações relevantes; 
4º passo: busca na área de revista. 
O encarregado pela revista poderá proceder com a arma na mão, sentindo que a 
situação está totalmente sob controle, deverá atuar com as mãos vazias e a arma fora do 
alcance dos suspeitos, empregando as técnicas vigentes na Corporação, com isto 
ganhará tempo e eficiência. Os suspeitos devem ser minuciosamente revistados, um a 
um, pelo encarregadoda revista, que se ocupará de ajustar cada elemento no momento 
da busca, não deixando nenhuma parte do corpo do suspeito ou pertences sem serem 
examinados. 
A princípio o policial que realiza a revista é o responsável em dominar qualquer 
resistência do suspeito no momento da busca pessoal, se necessário, fazendo uso de 
técnicas de Método de Defesa Policial Militar. Os demais patrulheiros se encarregarão 
do apoio de fogo e da segurança a 360 graus, da vigilância sobre os demais suspeitos, 
todos atentos para o caso de uma reação, ou agressão armada por parte de terceiros, ou 
uma tentativa de fuga. Mesmo que o suspeito já esteja sem armas, mantenha atenção 
sobre o mesmo. 
No caso de encontrar objetos de crime com o suspeito e houver possibilidade de 
fuga ou resistência, o mesmo poderá ser algemado antes, durante ou após a revista. 
Durante a realização da revista, o comandante poderá determinar que um ou mais 
patrulheiros façam uma busca nas proximidades onde se encontram os suspeitos 
(revistando caixas de passagens, buracos no solo e nas paredes, lixeiras etc.), desde que 
não afete a segurança da equipe. Caso não haja homens disponíveis logo que termine a 
busca pessoal o encarregado da revista vasculhará o local. Então, ciente de que nenhum 
dos suspeitos (ou presos) está portando arma, objeto proibido ou material de corpo de 
delito (junto ao corpo ou sob as vestes), será feita a revista nos objetos pessoais ou 
bolsas. Esta busca será acompanhada pelo proprietário. Quando possível às diligencias 
podem ser acompanhadas por testemunhas. Mesmo depois de concluída a revista, a 
guarnição não deverá relaxar a segurança. Encontrando arma ou qualquer outro objeto 
ilícito, continue a revista informando a equipe de maneira discreta a fim que esta 
aumente o nível de atenção. 
Lembre-se das condicionantes legais para realização da busca pessoal! 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
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Aula 6 - Diligências Policiais (Continuação). 
 
 
1. Procedimentos Operacionais a Serem 
Empregados Durante Abordagens de 
Pessoas, Veículos e Edificações. 
(continuação). 
 
1.5 Interpelar e Examinar 
 
Após a revista, ou durante, conforme o caso, o 
Comandante da guarnição fará perguntas ao suspeito e 
examinará uma possível documentação apresentada. 
Muitas vezes este procedimento ajuda a identificar um 
foragido da justiça ou obter informações sobre 
atividades ilícitas. As consultas a informações podem 
ser feitas diretamente na sala de operações da unidade. Além disso, atualmente existem 
aplicativos para celulares que permitem verificar informações sobre pessoas e veículos 
que também podem ser utilizados pelos policiais militares. A entrevista deve ser técnica, 
ouvindo-se, os suspeitos separadamente, um de cada vez. Lembre-se dos Direitos 
Constitucionais, em especial: o preso, pode manter-se calado e somente se pronunciar 
em juízo. 
 
1.6 Voz de Prisão 
 
Caso não seja confirmada a suspeita sobre a sua pessoa e o abordado pergunte é 
conveniente que o policial explique os motivos que levaram a abordagem. Quando for 
flagrante de delito o policial militar dará voz de prisão e deverá além de informar a 
prisão e o motivo, informar também os seus direitos (de permanecer calado, de ser 
 
Procedimentos 
Operacionais 
Conhecer e praticar cada 
vez mais os procedimentos 
operacionais de sua 
profissão é demonstrar o 
domínio e aplicação da 
técnica adequada. 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
31 | P á g i n a 
 
assistido por advogado ou familiar e de comunicar sua prisão a familiares ou a pessoa 
que indicar) o mais rápido possível. Em seguida o preso será conduzido à delegacia 
policial da circunscrição onde passará a exercer os direitos assistenciais acima descritos. 
Fique atento para os casos previstos na Lei 9.099 de 26 de setembro de 1995 (situações 
de flagrante de delito no cometimento de infrações penais de menor potencial ofensivo). 
Neste caso, o policial se dirigirá à pessoa que se encontra numa das hipóteses 
previstas nos casos de menor potencial ofensivo, comunicando-lhe as condicionantes 
legais de sua apresentação à Autoridade de Polícia Judiciária convidando-o a 
acompanhar à Delegacia Policial a fim de assumir o compromisso, perante a autoridade 
de Polícia Judiciária, de comparecer ao Juizado Especial Criminal, beneficiando-se 
assim do previsto na Lei 9.099 de 26 de setembro de 1995. 
No caso de prisão de criminosos, estes não devem permanecer mais que o 
estritamente necessário no local, devendo seguir imediatamente para a Delegacia 
Policial. Na entrega do preso à polícia civil, atentar para a necessidade de fazer constar 
no Registro de Ocorrência a relação de materiais com ele encontrados e a identificação 
do responsável pelo registro de ocorrência e recebimento do preso. 
É importante observar que a indevida restrição a liberdade constitui abuso de 
autoridade, sendo assim há entendimento na doutrina e jurisprudência de que a 
condução a delegacia policial para mera verificação de antecedentes (conhecida como 
condução para ―sarque‖) constitui fato típico previsto nesta legislação especial e não é 
um procedimento utilizado pela polícia militar. 
 
 
 
1.7 Procedimentos de Apreensão 
 
Todos os materiais apreendidos que o preso porta, usa ou mantêm em suas vestes 
devem ser registrados no BOPM e sempre que possível, também no Registro de 
Ocorrência na apresentação na D.P. 
 
1.8 Condução à Delegacia de Polícia 
 
A condução de presos à delegacia policial deve ser feita com a máxima segurança. 
Há notícias de diversos casos de fugas e de resgate de criminosos presos. Em alguns 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
32 | P á g i n a 
 
casos o resgate destes é realizado através de emboscadas, por grupos fortemente 
armados. Outras vezes simpatizantes dos presos causam grandes tumultos utilizando-se 
da população local, até mesmo empregando como escudo senhoras e crianças. O policial 
deverá cumprir a lei, tomará providências para garantir a integridade física e moral dos 
presos. Se porventura o preso for agressivo, deverá ser dominando e controlando, se 
necessário, imobilizando-o. Tomado o cuidado de não colocar em risco a guarnição, a 
população bem como o acautelado. A saída do local deve ser pelo itinerário mais rápido 
e seguro. Se o policial perceber que terá maiores dificuldades em sair do local abrigue-
se em local seguro e solicite auxílio. 
 
1.9 Apresentação da Ocorrência na Delegacia de Polícia 
 
A apresentação da ocorrência à autoridade policial deve ser serena. O condutor 
deverá narrar para o mesmo os fatos que tem conhecimento, claramente de modo que 
descreva com precisão o ocorrido, identificando as pessoas e as coisas no tempo e no 
espaço. No caso de flagrante de delito, apreensão de drogas, de armas ou de outros 
objetos de corpo de delito, o policial, deverá solicitar a inclusão desses itens nos 
registros confeccionados, antes de se ausentar da DP. 
 
 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
33 | P á g i n a 
 
ACONTECEU... 
 
Em 11 de junho de 2014, dois policiais militares lotados no 5º BPM em 
patrulhamento pela Av. Presidente Vargas apreenderam 03 adolescentes suspeitos 
de cometer roubos e furtos na região conhecida como Uruguaiana, localizada no 
Centro da cidade do Rio de Janeiro. Com os 03 adolescentes na caçapa da viatura 
seguiram para uma região da Floresta da Tijuca conhecida como Sumaré (fora da 
área de policiamento do 5º BPM). Durante o deslocamento o GPS da viatura 
registrava o trajeto e as câmeras internas registravam as imagens. No caminho, um 
dos adolescentes foi liberado. Em seguida as câmeras param de filmar e somente 
retornam quando os outros dois adolescentes já não estão mais no interior da 
viatura. Cinco dias depois Matheus Alves dos Santos, de 14 anos, foi encontrado 
morto no alto do morro do Sumaré. De acordo com as investigaçõesda Polícia Civil 
este era um dos jovens que estava dentro da viatura do 5º BPM no dia 11 de junho 
de 2014. O outro, de 15 anos, levou dois tiros, mas sobreviveu. Ele prestou 
depoimento na Divisão de Homicídios e participou da reconstituição do crime, 
contando tudo o que aconteceu em tese nos dez minutos em que o vídeo é 
interrompido. O garoto disse que fingiu que estava morto. Os dois policiais foram 
presos na época e a Justiça aceitou a denúncia por homicídio e ocultação de cadáver. 
Fonte: http://extra.globo.com/noticias/rio/pms-acusados-de-executar-adolescente-
no-morro-do-sumare-ficam-em-silencio-durante-interrogatorio-15565438.html 
Observe que: Embora a falta das imagens deixem dúvidas sobre o que ocorreu de 
fato, os policiais militares cometeram erros primários em sua ação. Toda vez que 
um policial militar prender ou apreender alguém, deve seguir diretamente para a 
delegacia de Polícia Civil para então registrar a ocorrência. Qualquer desvio neste 
caminho poderá ser interpretado como um erro procedimental e poderá ser utilizado 
como prova do desvio de conduta. 
 
 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
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Aula 7 - Diligências Policiais (Continuação). 
 
 
1. Abordagem e Busca Pessoal 
 
Abordagem policial é o ato de aproximar-se com segurança e deter pela surpresa 
um indivíduo (ou grupo de pessoas), a fim de confirmar ou não fundada suspeita em 
relação ao mesmo, ou ainda para deter um criminoso e/ou cessar uma ação delituosa. 
Em muitas abordagens é importante que o policial militar realize o procedimento de 
busca pessoal. 
Busca é a diligência que se faz em determinado lugar com a finalidade de 
encontrar pessoa ou coisa que se procura. Encontrado o que se procura faz-se a 
apreensão do objeto, ou a prisão da pessoa, ou ainda a apreensão de crianças ou de 
adolescentes. ―A busca será domiciliar ou pessoal‖ (Art. 240º. do CPP). 
A busca pessoal (ou revista) é a procura que se faz nas vestes das pessoas ou nos 
objetos que estão portando, tais como bolsas, malas, pastas, sacolas, incluindo os 
veículos em suas posses, etc., não se faz a busca pessoal, ou seja, a inspeção 
diretamente no corpo de uma pessoa, a fim de não causar abuso ou constrangimento. 
Esta medida é utilizada, por exemplo, quando se trata de entrada em unidades prisionais 
(que possuem procedimentos próprios para revista, como movimentos de agachamento 
sem as vestes e em local reservado e próprio), nunca pelo policial militar no 
policiamento ostensivo. 
O objetivo da busca pessoal sempre deverá ser encontrar em poder da pessoa, 
objetos utilizados ilegalmente ou ainda achado ou obtido por meios ilícitos, devendo ser 
apreendido todo material que sirva de prova e encaminhado para D.P. para apresentação 
à autoridade policial. 
Com relação à apreensão de cartas, é importante observar que não devem, em 
hipótese alguma, ser violadas, já que o sigilo de correspondência é um direito 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
35 | P á g i n a 
 
constitucional do cidadão e sua violação está tipificada no artigo 151º do Código Penal.
1
 
O mesmo princípio deve se aplicar a aparelhos eletrônicos tais como celular, tablet e 
notebook que caso seja necessário, devem ser apreendidos e apresentados à delegacia de 
polícia civil sem ser violados. 
A busca pessoal poderá ser realizada pela autoridade judiciária, policial ou por 
seus agentes, nos casos previstos em lei. A busca pessoal poderá ocorrer em virtude de 
mandado judicial ou consentida pela pessoa. 
A autoridade policial e seus agentes poderão ainda realizar a busca pessoal 
independente de mandado nas seguintes situações conforme descreve o Código de 
Processo Penal: 
 
a. No caso de prisão em flagrante; 
b. Quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou 
de objetos ou papéis que constituem corpo de delito; 
c. Quando a medida for determinada em mandado no curso da busca domiciliar. 
 
1.1 Abordagem e Revista 
 
Quando se inicia uma abordagem, é muito importante, que se observe a utilização 
da verbalização e o posicionamento correto dos policiais, para então iniciar os 
procedimentos de revista. 
 
1.1.1 Verbalização 
 
Após o contato visual com o abordado, a verbalização deve ser o primeiro meio 
de contato utilizado pelo policial militar. Desta forma deve-se empregar sempre tom de 
voz firme que sugira imobilidade. Inicialmente o policial militar deve identificar-se 
tentando dizer ao menos: ―Polícia!‖. Obviamente em situações que o criminoso reage 
utilizando força letal ou não, o policial militar não terá tempo hábil para verbalizar, 
devendo empregar proporcionalmente a força para conter a agressão. Em seguida o 
policial militar deverá usar expressões como: 
 
1
 Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a 
outrem. 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Sonegação ou destruição de correspondência. 
 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
36 | P á g i n a 
 
- Fique onde está! 
- Calma! 
- Não se mova! 
- Levante as mãos! 
- Mantenha as mãos onde eu possa ver! 
Neste momento é muito importante observar que muitas pessoas ficam nervosas e 
mesmo não tendo a intenção de desobedecer, a ordem, acabam não conseguindo 
responder ao que se pede. Desta forma é importante atentar para a ação (ou imobilidade) 
do abordado a fim de diferenciar uma possibilidade de reação de um ato de nervosismo. 
E assim, repetir os comandos até que sejam atendidos, mantendo uma distância de 
segurança, não tão perto que facilite uma reação e não tão longe que facilite a fuga 
(cerca de 1,5 metros dependendo das condições do local, podendo variar de acordo com 
a percepção do policial militar). Neste momento também é muito importante observar e 
controlar através dos comandos verbais as mãos do abordado, uma vez que se houver 
uma tentativa de reação, possivelmente as mãos serão utilizadas para isso. 
O uso de palavras obscenas ou vulgares, além de revelar a insegurança do policial, 
evidencia a falta de preparo profissional. Deve-se manter uma postura pautada na 
urbanidade. Deve-se evitar o uso de gírias, gritos e gesticulação teatral, isto demonstra 
insegurança e falta de preparo técnico. Deve-se usar linguagem clara, precisa e objetiva, 
evitando discussões e ponderações por parte dos abordados. 
Os comandos dados ao abordado devem ser simples, de fácil execução: 
- Levante as mãos! 
- Coloque as mãos na parede! 
- Dê um passo atrás! 
- Abra as pernas! 
 Esses comandos nunca devem ser dados por mais de um policial militar ao 
mesmo tempo, pois isto poderá confundir o abordado e levá-lo ao não cumprimento do 
que se ordenou. O policial militar deve ser paciente com as pessoas que estão 
observando a ação, estes muitas vezes não entendem as técnicas utilizadas pela Polícia 
Militar. É importante lembrar que a maioria das ocorrências são resolvidas ou 
encaminhadas pela verbalização. 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
37 | P á g i n a 
 
1.2 Posicionamento dos Policiais Durante a Abordagem e Busca Pessoal 
 
Logo no início de uma abordagem é importante observar, além do ambiente e de 
todos os demais aspectos relevantes, o posicionamento dos policiais. A partir do 
momento em que há a vantagem numérica (quantidade de policiais militares maior que 
a quantidade de abordados) é possível que um policial militar inicie os procedimentos 
de revista enquanto outro(s) faça(m) sua cobertura (por isso a necessidade de se ter 
vantagem numérica para iniciar uma abordagem). Desta forma, o policial que se 
aproxima do abordado, com sua arma em guarda baixa, apontando para um lugar seguro 
(a não ser que haja risco verificado através da reação do abordado em não obedecer ao 
que se pede e demonstrando que irá reagir), iniciará os procedimentos de verbalizaçãomantendo uma distância de segurança, não tão perto que facilite uma reação e não tão 
longe que facilite a fuga (cerca de 1,5 metros dependendo das condições do local, 
podendo variar de acordo com a percepção do policial militar). O policial militar 
responsável pela segurança da abordagem deverá permanecer atento ao que ocorre no 
ambiente e atentar também para possíveis reações do abordado evitando-as e evitando a 
fuga. 
Durante uma abordagem as posições dos policiais militares nunca devem cruzar 
uma possível uma linha de fogo um do outro e caso isso ocorra, o policial militar deverá 
buscar uma posição mais adequada de forma que faça uma segurança eficaz e não 
comprometa a segurança dos demais. 
 
Funções do grupo de revista 
 
1 – Homem revista; 
2 - Segurança da revista; 
3 – Segurança de área. 
Observação: nos casos em que só 
houver dois policiais militares, o mesmo 
policial poderá realizar duas funções 
(segurança de revista e área) devendo 
ficar claro que esta atitude diminui o 
nível de segurança da abordagem. 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
38 | P á g i n a 
 
O abordado deverá ser conduzido para um local onde haja um apoio para iniciar a 
revista (muro, veículo, etc.). Na hipótese da inexistência do apoio, o mesmo deverá ser 
revistado com as mãos na cabeça, e com os dedos entrelaçados. 
 Ao iniciar a revista, o policial militar deverá se aproximar do abordado 
protegendo sua arma, com uma das mãos deverá pressionar o corpo do abordado de 
forma que dificulte uma tentativa de reação ou fuga, de preferência com as mãos 
entrelaçadas na cabeça ou nas costas na linha da cintura quando as mãos do abordado 
estiverem apoiadas em um apoio, além disso, o pé oposto do policial militar deverá estar 
junto ao pé do abordado (o pé direito próximo ao pé esquerdo do abordado e vice versa 
quando mudar o lado da revista), por dentro, o que dificultará uma tentativa de reação e 
retirada da arma do policial militar. Em seguida realizar a revistar manual 
minuciosamente às vestes do abordado de forma que seja possível localizar armas e 
objetos que possam ser produtos de crime. 
Observação: Abordagem em posições diferenciadas tem como objetivo principal 
aumentar o nível de segurança da equipe, colocando o abordado em posição 
desconfortável, este procedimento deverá der utilizado em casos de extrema 
necessidade uma vez que toda abordagem torna- se um procedimento desagradável e 
constrangedor ao cidadão de bem. 
 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
39 | P á g i n a 
 
 
Aula 8 - Diligências Policiais (Continuação). 
 
 
1. Aula Prática 
 
Aula prática sobre o conteúdo de diligências policiais. 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
40 | P á g i n a 
 
Aula 9 - Diligências Policiais (Continuação). 
 
1. Procedimentos de Revista 
 
Toda ação policial deverá estar alicerçada na 
legalidade. Os aspectos técnicos, legais e éticos 
devem ser observados pelos policiais militares em 
todos os momentos. O policial que trata os 
cidadãos com cortesia produz uma impressão 
favorável. Por outro lado, aqueles que se 
descontrolam facilmente prejudicam o trabalho 
que realizam os demais. Um policial cortês produz 
uma imagem positiva da Corporação. 
Normalmente as situações tensas podem ser 
agravadas por um policial que atua 
impulsivamente e que abusa de sua autoridade. São 
atitudes que demonstram falta de ética, descontrole 
emocional e desconhecimento das técnicas 
policiais. 
Seja qual for o serviço que uma guarnição 
esteja executando, o comandante, deverá designar 
antecipadamente as funções de cada elemento da 
equipe, determinar os objetivos, as particularidades 
da missão, pontos de reunião (caso haja mais de uma patrulha atuando ou de 
fragmentação da equipe), itinerários e outros fatores técnicos de acordo com as 
especificidades da missão ou do local. É importante ter o conhecimento prévio das 
circunscrições das delegacias policiais e dos hospitais públicos antes de iniciar o 
serviço. 
Aspectos Legais 
 
Abordagem Policial e Busca 
Pessoal - Questões Legais e 
Operacionais 
É bom refletirmos sobre a 
busca pessoal e a abordagem 
policial, pois são ações que 
fazem parte do dia-a-dia da 
nossa profissão. É preciso 
conhecer as leis para não 
extrapolarmos nossa 
competência legal e, 
consequentemente, incorrermos 
em ilícitos penais. 
Fonte: 
http://www.universopolicial.co
m/2009/09/busca-pessoal-e-
abordagem-policial.html 
 
 
http://www.universopolicial.com/2009/09/busca-pessoal-e-abordagem-policial.html
http://www.universopolicial.com/2009/09/busca-pessoal-e-abordagem-policial.html
http://www.universopolicial.com/2009/09/busca-pessoal-e-abordagem-policial.html
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
41 | P á g i n a 
 
No desenvolvimento de qualquer ocorrência de abordagem, haverá apenas um 
Comandante das ações. Ninguém age por conta própria. Compete ao subordinado 
comunicar suas observações e solicitar autorização para suas iniciativas ao Comandante. 
Cabe aos policiais militares, principalmente ao mais experiente ou dotado de 
conhecimento técnico dos fatores envolvidos, assessorar seu Comandante. Deve ser 
observado o fator vantagem numérica. A proporção deve ser no mínimo de dois 
policiais para cada suspeito, posicionados estrategicamente no terreno, devendo no caso 
de inferioridade ou inconveniência avaliar a situação, solicitar e/ou aguardar auxílio ou, 
esperar um momento mais oportuno para abordar com maior segurança, utilizando o 
Princípio da Discricionariedade. 
Deve-se evitar, sempre que possível, efetuar a abordagem em locais frequentados 
por indivíduos que possam auxiliar os suspeitos, em logradouros públicos repletos de 
pessoas ou qualquer lugar em que uma possível reação venha trazer risco a segurança de 
inocentes e para os policiais militares. 
Antes de qualquer abordagem, os policiais devem observar o suspeito, com vistas 
aos volumes na cintura, as imediações, com a verificação de possíveis comparsas que 
possam estar dando cobertura, vias de fuga do infrator, abrigo para o policial, cidadãos, 
etc. Selecionando um local que ofereça maior segurança ao público, aos policiais e ao 
suspeito sempre que possível, para então iniciar a abordagem. 
Ao abordar alguém, o policial deve tentar identificar-se e caso o infrator esteja 
empunhando uma arma, ordenar que a solte (obviamente na hipótese de não haver 
tentativa de reação por parte do abordado). O policial deve manter especial atenção nas 
mãos e na linha de cintura do abordado, determinando desde logo que levante as mãos. 
O policial precisa estabelecer o controle do campo de visão do abordado e 
consequentemente dar início ao controle da situação verbalizando. A partir desse 
controle inicial da situação, o policial, preferencialmente utilizando verbos no 
imperativo, de forma simples e clara, deve emitir comandos para que o abordado dirija-
se a uma área de segurança onde será realizada a busca pessoal e consequente captura 
do infrator. 
O contato verbal mantido pelo policial com o abordado é extremamente 
importante para o sucesso da ação policial, assim enquanto um policial está 
conversando com o mesmo, os demais policiais devem permanecer calados, a fim de 
que o abordado não fique confuso diante de comandos divergentes e simultâneos de 
INSTRUÇÕES PRÁTICAS DE AÇÕES TÁTICAS II 
 
 
42 | P á g i n a 
 
vários policiais, oferecendo tempo suficiente para que o mesmo ouça, entenda e cumpra 
o determinado. 
Não se deve demonstrar familiaridade ou interagir com as pessoas envolvidas na 
ocorrência ou sustentar discussões. O policial ao atuar, deve fazer valer suas 
determinações legais usando uma linguagem clara precisa e objetiva. 
Quem dirige as ordens deve manter a atenção do abordado, inicialmente com tom 
firme de voz e assim que o mesmo começar a cumprir as ordens, ir normalizando o tom 
da voz, falando com

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