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Planejamento de operações policiais

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TÉCNICAS OPERACIONAIS POLICIAIS 
 O Treinamento do Policial na Área Operacional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÉCNICAS OPERACIONAIS POLICIAIS 
 O Treinamento do Policial na Área Operacional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESPECIALISTA EM SEGURANÇA DO CIDADÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO......................................................................................................... 01 
 
1 ASPECTOS GERAIS DAS TÉCNICAS OPERACIONAIS.. ................................ 03 
 
1.1 Conceito de Técnicas Operacionais Policiais ................................................ 08 
 
1.2 Evolução Histórica das Técnicas Operacionais ............................................11 
 
2 ESTUDO DAS TÉCNICAS OPERACIONAIS POLICIAIS .................................. 13 
 
2.1Abordagem, busca pessoal, algemação e condução d o Preso ..................... 18 
2.1.1Abordagem........................................................................................................ 18 
2.1.2 Busca ............................................................................................................... 22 
2.1.3 Algemação........................................................................................................ 24 
2.1.4 Condução de Preso...........................................................................................26 
 
2.2 Técnicas de Entrada SWAT e SAS ................................................................... 27 
 
2.3 Interceptação de Veículo com Suspeito .......................................................... 28 
 
3 OCORRENCIA DE ALTO RISCO ........................................................................29 
 
3.1 Gerenciamento de crise ....................................................................................29 
rocedimento Policial .......................... .............................................................29 
3.2 Causadores do Evento Critico ..........................................................................30 
 
4 AVALIAÇÃO DAS TÉCNICAS OPERACIONAIS POLICIAIS ........................... 31 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................33 
 
BIBLIOGRAFIA... ...................................................................................................... 36 
1 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
A Policia Civil de Santa Catarina implantou a partir de 1996, uma série de 
cursos denominados de sensibilização para a qualidade, inicialmente ministrados 
para a alta administração e cargos comissionados, no mês de agosto do mesmo 
ano estendeu os aludidos cursos às carreiras de Delegado de Policia, comissário de 
policia e investigador policial. Estes que passaram a ser chamados de atualização e 
aperfeiçoamento, vez que foram introduzidas outras disciplinas, além da qualidade 
no serviço Policial tal como o TOP (Técnicas Operacionais Policiais). 
A intensificação do treinamento foi influenciada por vários fatores entre 
eles as grandes transformações econômicas e sociais que vem acontecendo em 
nossa sociedade. A luz dessas mudanças torna-se fundamental a atualização e o 
treinamento, ou seja, investir nos policiais através da qualificação. 
Assim, como viabilização de ações coerentes com o cenário atual, o 
Projeto «Treinamento para profissionais da área de segurança do cidadão» integra o 
«Subprograma de Gestão e Desenvolvimento de Recursos Humanos» no 
«Programa de Modernização do Poder Executivo Federal», negociado entre o 
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - MP e o Banco Interamericano de 
Desenvolvimento - BID. O projeto, que será implementado pelo Ministério da Justiça 
- MJ, apoiado pelo Programa das Nações Unidas para o Controle Internacional de 
Drogas - UNDCP, prevê em suas especificações: 
- Identificação das necessidades de formação, aperfeiçoamento e 
especialização de pessoal das polícias federais e estaduais; 
- proposta de compatibilização dos currículos, visando garantir o 
princípio de eqüidade dos conhecimentos e a modernização do ensino policial. 
Considerando a importância da qualificação para uma ação Policial eficaz, 
o presente estudo procurará responder a seguinte questão: policial civil do Estado 
2 
de Santa Catarina está preparado para desenvolver o trabalho operacional com 
segurança? 
Este estudo tem como objetivo os seguintes pontos: 
- analisar a importância da abordagem busca, algemação e condução do 
suspeito para o efeito do trabalho policial. 
- elencar as vantagens dentro da técnica de entrada da SWAT e SAS 
para a segurança do agente e conclusão dos trabalhos 
- alertar sobre as vantagens e desvantagens no que se refere à 
interceptação de veículos com suspeitos 
- adequar o policial civil à nova realidade social, onde o ser humano e o 
bem comum são os parâmetros básicos do cumprimento do dever. 
Salientamos que jamais poderemos dizer que nossa técnica é absoluta e 
melhor, e sim que devido a vários e constantes treinamentos de diferentes técnicas, 
chegaremos a uma definição das necessidades para nossa realidade. Deixamos 
bem claro que, em alguns casos, o policial, conhecedor das diversas técnicas, 
poderá tanto utilizar uma ou outra, ou até sintetizá-las em uma só no transcorrer da 
ocorrência. 
O maior risco para um governo é iludir-se que possui um grupo de 
homens em condições de atuar, quando na realidade os emprega em atividades 
diversas daquelas para as quais foram concebidos, ou os mantém com armamento, 
treinamento e equipamento inadequados, por esta razão, presenciamos tragédias 
como a do seqüestro do ônibus urbano no Rio de Janeiro, no dia 12 de junho de 
2000, que resultou na morte do refém e posterior execução do seqüestrador pela 
polícia, ou o acontecimento conhecido como o “Massacre de Ramallo” , em 18 de 
setembro de 1999, na Argentina, onde após um frustrado assalto a banco, 
criminosos e reféns foram metralhados pelo grupo de intervenção, tudo transmitido 
ao vivo pela imprensa argentina. Fatos como estes comprometem a imagem da 
polícia e do governo, resultando, via de regra, alterações na chefia dos primeiros e 
na queda do segundo. Daí a importância a ser dada à formação e manutenção 
destes grupos. 
Com as respostas obtidas para essa questão espero poder propor 
algumas ações corretivas, se este for o caso, para que os futuros programas de 
treinamento realizados na instituição aumentem sua eficácia. 
3 
 
 
 
 
1. ASPECTOS GERAIS DAS TÉCNICAS OPERACIONAIS 
 
 
Desde há muito que a eficiência tem sido cortejada. Dentro dessa 
perspectiva Garcia (1994) diz que a eficiência é o meio: baseia-se no método, na 
rotina e no caminho para se chegar a alguma coisa. Quando se tem um bom 
método, uma boa rotina, teremos a premissa de um aumento de eficiência. 
Poderemos, entretanto, encontrar uma equipe altamente eficiente, porém pouco 
eficaz. 
Como se sabe, a eficácia é o resultado: está baseada no alcance dos 
objetivos propostos e na conseqüência final do trabalho. Podem existir ainda, de 
acordo com Garcia (1994), situações em que a eficiência da equipe não seja das 
melhores, porém seu resultado, sua eficácia esteja além das expectativas. O ideal é 
otimizar o desempenho eficiente e eficaz. Alcançar objetivos através de resultados 
excelentes fazendo as coisas com arte e elegância. A excelência nos meios e nos 
fins. 
Como sabemos, o treinamento tem por objetivo fornecer às pessoas, de 
forma intencional, meios para possibilitar a aprendizagem sobre determinado 
assunto. A aprendizagem pode ser definida como o processo pelo qual se adquire 
experiências, capazes de aumentare melhorar a capacidade produtiva de 
determinada pessoa. No entender de Bordanave apud Bastos (1994, p.42), 
“aprendizagem é uma modificação relativamente permanente na disposição ou na 
capacidade do homem, ocorrida como resultado de sua atividade e que não pode 
ser simplesmente atribuída ao processo de crescimento e maturação ou a outras 
causas como doenças, mutilações genéticas, etc.”. 
Seguindo ainda o mesmo raciocínio, Bastos (1994) diz não poder ser o 
treinamento entendido como um simples ato, mas como um processo educacional 
aplicado de maneira geralmente sistemática e organizado. Neste processo, as 
pessoas apreendem conhecimentos específicos, adquirem habilidades em função de 
4 
objetivos definidos ou modificam atitudes diante das relações entre pessoas ou de 
aspectos de tarefa, organização ou ambiente. 
Citando Hinrichs, Chiovenato (1988) mostra o processo de treinamento 
assemelhando-se a um modelo de sistema aberto, como uma série de 
procedimentos e formas para conseguir a aprendizagem de habilidades, 
conceitos e atitudes: 
- Entradas (inputs), como treinandos, recursos, organizacionais, 
objetivos, etc. 
- Processamento ou operação, como processos de ensino-
aprendizagem, programas de treinamento, etc. 
- Saída (output), como conhecimento, habilidades, atitudes, eficácia 
organizacional, etc. 
- Retroação (feedback), como avaliação dos procedimentos e 
resultados do treinamento.1 
Nota-se uma grande confusão a respeito das denominações que devem 
ser atribuídas às diversas práticas de treinamento. Fala-se em “estratégias”, em 
“táticas”, em “programas”, em “métodos” e em “técnicas”, quase como se fossem 
sinônimos. Os autores em geral, simplesmente listam-nas sem a preocupação de 
agrupá-las por família ou qualquer outro critério. Alguns, no entanto, como Abreu e 
Masseto apud Bíscaro (1994,p 42) agrupam as estratégias de acordo com os 
objetivos da aprendizagem. 
E seguindo a classificação de Uris apud Bíscaro (1994,p 36), temos os 
seguintes “caminhos”: 
Aprender pela experiência. 
Aprender pela simulação. 
Aprender pela teoria. 
Aprender pelo “desenvolvimento do espírito”. 
Estes caminhos assinalados por Uris e listados por Bíscaro (1994,p36), 
quase sempre se cruzam ou se superpõe e um não exclui os outros, são 
quase sempre paralelos. Desta feita depreende-se quatro grandes 
orientações pedagógicas: 
-Método conceitual ou aprender pela teoria pode ser exemplificado através 
de: explanação oral, simples ou com apoio audiovisual, debate, estudo 
dirigido, instrução programada, painel, simpósio e universidade aberta. 
-Método simulado ou aprender imitando a realidade pode ser exemplificado 
através de: dramatizações, Role-playing, jogos de empresa, estudo de 
casos, projetos. 
-Método comportamental ou aprender pelo desenvolvimento psicológico 
pode ser exemplificado através de: aconselhamento psicológico 
(counseling), psicodrama, T-grupo (Training-group), socioanálise, dinâmica 
de grupo.2 
As mudanças surgem, não somente porque as necessidades que surgem 
exigem soluções inovadoras, mas também em função dos novos conhecimentos 
que, a cada dia, delineiam modernas perspectivas. De modo geral Bastos 
(1994,p103) diz que ignorar a evolução e o progresso, assim como persistir nos 
 
1 CHIAVENATO, Idalberto.Recursos Humanos. 2ed.São Paulo: Atlas 1988. 
 
2 BISCARO, Antonio Waldir.Métodos e Técnicas em T&D. In: BOOG, Gustavo G. Manual de 
Treinamento e Desenvolvimento. São Paulo.Makron Books, 1994 
5 
velhos hábitos, nos padrões anteriores e nas idéias que “sempre deram certo até 
aqui” é mais que estagnar é retroceder. Outra alternativa não resta, a qualquer 
atividade que queira se manter de pé, no competitivo e globalizante mercado, senão 
manter atentos e perfeitamente instruídos seus colaboradores, mediante constantes 
e rotineiros treinamentos. 
A maioria dos autores é unânime em reconhecer que o treinamento é a 
educação que visa adaptar o homem a determinada atuação sistemática. Por seu 
turno, o desenvolvimento seria a educação que visa ampliar e aperfeiçoar o homem 
para seu crescimento. O treinamento, muito embora tenha como objetivo principal à 
melhora da performance da empresa deve visar, primordialmente, o crescimento das 
pessoas que a servem, assertiva esta corroborada pelas palavras de Garcia (1994,p 
82), fortalecida a auto-estima dos funcionários, cria-se à ferramenta mais poderosa 
de todas: “Um rico e recompensador ambiente de trabalho, em que a palavra de 
ordem é SER FELIZ!”. 
Os ensinamentos de Garcia (1994,p 90)3 orientam que o treinamento segue 
uma rotina que propicia a toda a organização, melhoria na qualidade dos 
produtos/serviços prestados. Apesar das dificuldades para o 
estabelecimento de definições padrões do que venha a ser qualidade, 
alguns conceitos têm sido aceitos e consagrados: 
“Qualidade é a adequação ao uso”. (Joseph Juran) 
“Qualidade = zero defeito”. (Philip Crosby) 
“Já não basta satisfazer o cliente, é preciso encantá-lo”. (Philip Kotler) 
Não obstante a dificuldade em se determinar uma definição padrão sobre 
o que venha a ser qualidade, existe uma quase unanimidade no sentido de que, o 
processo de busca da excelência dos produtos/serviços, estão diretamente 
relacionados às exigências do público consumidor. Por seu turno, o despertar para 
as exigências e a busca pela excelência dos produtos ofertados, varia de acordo 
com a cultura e o grau de desenvolvimento e consciência de cada país e de cada 
organização. 
Para enfrentar essas mudanças e garantir o seu espaço, as organizações 
estão buscando os programas de qualidade. Campos (1992, p.2) colabora, neste 
sentido, afirmando que: “Um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende 
 
3 GARCIA, J.F. Pereira.T&D Mobilizando a Organização para a Qualidade.In: BOOG, Gustavo G. 
Manual de Treinamento e Desenvolvimento. São Paulo.Makron Books, 1994. 
 
6 
perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo 
certo às necessidades do cliente”. 
E para que a efetiva implantação de um programa de qualidade ocorra, 
torna-se fundamental a presença dos processos de educação e treinamento, ou 
seja, investir nas pessoas que compõem a organização através da qualificação. 
Em geral as organizações tem tentado satisfazer as necessidades básicas 
de seus colaboradores, através de: salários, assistência médica, social e 
previdenciária. Porém muitas vezes esquecem de necessidades não menos 
importantes, pessoais e profissionais, notadamente autonomia e auto-realização, 
requisitos essenciais à satisfação e evolução de qualquer ser humano produtivo. 
Este desafio é singular, especialmente para aqueles que trabalham na 
área de treinamento, que envidam esforços para desenvolver a potencialidade de 
seus recursos humanos. Acontece que determinados padrões já arraigados nos 
modelos institucionais faço menção ao exagero principalmente burocrático nas 
instituições e medo da perda de poder, atrapalham de forma muito direta o alcance 
desses objetivos. 
Desta feita se às instituições cabe facultar os meios, aos dirigentes 
compete fixar as metas necessárias para o aperfeiçoamento de seus subordinados. 
Uma vez que pessoas e organizações não podem ser separadas, pois juntas 
formam um todo. 
Como mostra Bastos (1994, p. 140) “Já se tornou um chavão a afirmação 
de que produzir hoje, sem levar em consideração as características e os interesses 
do consumidor é um verdadeiro suicídio empresarial”. 
A participação individual, através de treinamentos de capacitação, do 
comprometimento com a instituição e a criatividade individual, prestigia a 
competência, ao mesmo tempo em que incentiva o desempenho, valorizando a 
participação. É um ciclo benéfico e altamente salutar para toda a organização. “O 
indivíduo será competente quando estiver devidamente capacitadopara o trabalho, 
comprometido com o resultado e conseguir desenvolvê-lo com criatividade”. 
Em Santa Catarina, Estado pioneiro na Implantação de um programa de 
qualidade abrangente no serviço público, o planejamento estratégico, realizado de 
forma participativa na Secretaria de Segurança Pública, culminou com o 
estabelecimento de sua missão e visão, quer seja, como missão a razão de ser da 
7 
instituição, como visão aquilo que se deseja para o futuro (objetivos e metas), sendo 
considerada uma das mais completas e que serve de referencial na área pública. 
A missão da SSP (Polícia Civil) é “promover a segurança pública e o 
estabelecimento de suas políticas, dentro do território catarinense, de 
acordo com a legislação vigente, através de ações educativas, preventivas e 
repressivas, voltadas ao combate à criminalidade, diretamente ou através 
de parcerias, viabilizando condições capazes de garantir os direitos do 
cidadão”. E definiu a seguinte visão: “Atingir o reconhecimento da sociedade 
catarinense como órgão de excelência em segurança pública e referência 
no contexto nacional e internacional de sucesso na prestação de serviços, 
atendimento às necessidades do cidadão, rapidez na resolução de 
problemas, através de uma equipe de profissionais competente, qualificada 
e atualizada, altamente comprometida com a busca incessante da qualidade 
de vida da população”. 4 
A partir da implantação dos cursos de treinamento e aperfeiçoamento 
sentiu-se grande modificação dentro e fora da academia, notou-se uma grande 
melhora tanto no atendimento ao público, quanto na parte operacional, os treinados 
começaram a executar trabalhos de campo observando com rigor critérios de ordem 
técnica. Os cursos despertaram no seio da corporação a discussão de temas há 
muito abandonados pela falta de incentivo dos dirigentes maiores da instituição 
policial. Sentiu-se que a maioria dos policiais participantes voltou ao trabalho 
orgulhosos e motivados, os serviços começaram a fluir de forma mais eficiente e 
educada. De modo geral elevou-se a auto estima. 
Fato que merece registro é o de que no início dos cursos de “Atualização 
e Aperfeiçoamento” os policiais indicados para participarem apresentavam-se na 
Acadepol revoltados, pois entendiam que suas indicações representavam uma certa 
forma de castigo. 
Os primeiros dias de curso eram extremamente difíceis, notava-se grande 
revolta no meio dos treinados, a maioria questionava as dificuldades da Instituição, a 
qualidade e descaso dos dirigentes, os salários, a alimentação servida, etc. 
Como os cursos foram idealizados dentro de aspectos absolutamente 
democráticos, onde se dava ampla oportunidade para que todos colocassem suas 
idéias, já partir do terceiro dia os policiais integravam-se ao espírito da equipe 
ministrante e começavam a participar positivamente. Quando do encerramento dos 
 
4 ACADEMIA da Polícia Civil. Disponível em <www.acadepol.sc.gov.br> 
8 
cursos, que duravam duas semanas, lágrimas e declarações calorosas eram 
evidenciadas, havia um clima de grande satisfação e a maioria absoluta abonava a 
iniciativa e o pragmatismo do curso, a ponto de pedir que novos cursos fossem 
realizados em curto prazo, para que eles pudessem novamente regressar à 
academia de polícia. 
 
 
1.1. Conceito de técnicas operacionais policiais 
Todo procedimento policial, em dupla ou grupo, executados com clareza, 
precisão, segurança e eficiência visando à eficácia do procedimento.Com estes 
objetivos fundamentais, a abordagem é a parte principal da missão, precedida de 
reconhecimento do terreno, observação cuidadosa, planejamento e técnica. 
O Plano Operacional é a descrição das normas e procedimentos que a 
equipe desempenhará. Para que estas normas sejam coerentes com o ambiente de 
trabalho é necessário realizar um treinamento específico para que o policial esteja 
completamente integrado em seu ambiente. 
É por esta razão que o treinamento e a formação da equipe são de suma 
importância para a eficácia da ação policial. 
É comum sempre que algo sai errado, a culpa recair no recurso humano. 
A corda sempre arrebenta no lado mais fraco! Relembremos casos típicos, como o 
ocorrido no Rio de Janeiro com o resgate mal sucedido no ônibus, quando fomos 
surpreendidos pela ação do policial que saiu atirando contra o marginal e acabou 
fulminando a refém, ferindo-a mortalmente. 
A mídia enquadrou como culpado o policial. Foram elaboradas variadas 
simulações, enfocando erros estratégicos e táticos referente à atuação da equipe. 
Todas estas indagações vêm de encontro a um só ponto: o treinamento 
foi adequado? O homem foi formado técnica e taticamente para o emprego do 
armamento? A falha foi do homem, do seu treinamento ou da metodologia aplicada? 
Estas nossas perguntas obrigam-nos, justamente, a refletir se os nossos 
homens de segurança estão realmente aptos, para enfrentar as situações para que 
foram formados. 
9 
Qual seria, então, a melhor metodologia para o treinamento do homem de 
segurança? 
A resposta a esta pergunta esta fundamentalmente alicerçada na filosofia 
da instrução ministrada a esse homem. 
O policial deve possuir um alto grau de operacionalidade, o que sugere 
uma forte impressão profissional e uma conotação que relacione a atividade de 
segurança com o ambiente em que está inserido. 
Este grau de operacionalidade esta ligado diretamente com a eficácia da 
ação. O policial deve obter resultados positivos na função que desempenha. 
Essa eficácia é obtida por meio de instrução individual. O princípio 
metodológico básico que a norteia é o desempenho. O policial é, então, treinado sob 
um caráter eminentemente prático e objetivo, voltado exclusivamente para a função 
específica que irá realizar. 
O policial operacional deve ser um executante de tarefas, em termos 
pessoais e coletivos. Assim, os objetivos da instrução individual devem definir as 
habilidades e as destrezas necessárias para a execução destas tarefas. 
No treinamento os aspectos afetivo e cognitivo devem oferecer suportes 
para a obtenção de resultados predominantemente psicomotores. 
A resposta do policial a este processo deve ser o seu desempenho 
individual, ou seja, a sua "performance" na execução de tarefas ligadas à sua 
missão. O bom desempenho deverá ser conduzido por objetivos claramente 
definidos. 
Dessa forma a instrução individual, voltada para o desempenho, deve 
treinar o policial, a partir da execução das tarefas relacionadas com as funções 
relativas ao cargo que irá ocupar, sob suas condições específicas, até que o mesmo 
demonstre o nível de habilidade estabelecido pelos Padrões Mínimos exigidos. O 
caráter prático da aula é a forma de orientar a obtenção do desempenho individual 
desejado. 
10 
Este tipo de treinamento permite ao policial aprender realizando sua 
tarefa. Condenamos a famosa "genérica", onde o homem, teoricamente, torna-se um 
doutor em generalidades, não conseguindo obter um padrão de conduta satisfatório 
perante a sociedade. 
Sob nosso ponto de vista, esta questão é de suma importância, podendo 
até ser considerada a pedra filosofal do treinamento. 
A metodologia proposta, moderna e atual, direciona, de maneira incisiva, 
o treinamento para o seu real objetivo: a descrição concreta de cada cargo. 
 
Concepção dos Objetivos 
Os objetivos da instrução voltada para o desempenho devem estar 
direcionados na descrição real de cada cargo, expressando desta forma todas as 
atividades e responsabilidades do policial, em quaisquer situações, para 
desempenhar as suas funções. 
Com esta finalidade é indispensável o conhecimento detalhado de cada 
cargo, o que não só assegura objetividade, como também elimina informações 
desnecessárias ao treinamento. 
O núcleo de conhecimento, policial, deve ser desdobrado em assuntos 
que, por sua vez, serão ordenados em matérias.Baseado nestas concepções pode-se partir para definir os objetivos 
individuais da instrução. Estes objetivos constituem os critérios de acionamento da 
atividade ensino-aprendizagem e resumem a própria essência metodológica da 
instrução voltada para o desempenho. 
A filosofia deste treinamento é a especialização, que visa à máxima 
eficácia no desempenho das funções, em um curto espaço de tempo. 
Dentro deste enfoque, é necessário definir, primeiramente, para cada tipo 
de matéria e assunto, quais serão os objetivos individuais que desejamos atingir 
durante a formação do homem de segurança. 
11 
Os objetivos individuais relacionam-se com as áreas cognitiva (intelecto - 
conhecimento) e psicomotora (destreza e habilidade), resultando, como produto 
final, no comportamento do aluno. 
Para cada assunto deve-se definir este comportamento configurado como 
fator terminal e identificado por três elementos: 
l) Tarefa a ser executada: 
A tarefa deve expressar, claramente, quais conhecimentos o aluno deve 
adquirir durante seu treinamento. A pergunta que se deve realizar é: o que o policial 
precisa saber? 
As aulas voltadas para o desempenho são orientadas para a execução 
dessas tarefas, de forma que o aluno, realmente, possa aprender, realizando-as. 
2) Condições de execução: 
As condições de execução delimitarão quais as circunstâncias em que a 
tarefa deve ser executada. As circunstâncias devem aproximar-se, o mais possível, 
da realidade, ou seja, as situações do cargo e função. As condições de execução 
são os parâmetros para a objetividade e realismo da metodologia do treinamento. 
3) Padrão Mínimo: 
O padrão mínimo é o fator que discrimina, ao aluno, o que lhe é exigido 
para caracterizar ou demonstrar a aquisição do conhecimento, habilidade e ou 
destreza. 
Este padrão é o elemento de verificação, mas o critério de avaliação é o 
desempenho individual. Este é, na realidade, o verdadeiro parâmetro para que se 
saiba se o aluno realiza, ou não, sua tarefa a contento. 
Na verdade, para cada assunto, deve-se ter um objetivo individual a ser 
atingido. 
 
 
1.2 Evolução histórica das técnicas operacionais p oliciais 
A raiz da criação da maior parte das Unidades de Operações Especiais, 
no mundo, (GEO, GOE, GIGN, GSG9...), vem de um acontecimento dos Jogos 
12 
Olímpicos de Munique em 05 de setembro de 1972, onde um Comando terrorista 
palestino da organização Setembro Negro seqüestrou diversos membros da 
delegação esportiva de Israel, a intervenção para libertá-los ficou por conta da 
polícia alemã, em uma operação que resultou em um massacre, tendo como 
resultado a morte tanto dos terroristas como de nove dos reféns. Após este fato, 
diversos países decidiram começar a adestrar elementos policiais para atuar em 
situações semelhantes. 
Passados alguns anos, ações terroristas como estas foram verificadas 
novamente, mas com intervenções bem sucedidas, como na fulminante ação dos 
Comandos de Israel contra a FPLP em Entebe, no ano de 1976, durante o seqüestro 
de um avião da Air France, ou o seqüestro do avião da Lufthansa, em 1977, com 
intervenção do GSG9 Alemão e na tomada da embaixada do Irã em Londres, 1980, 
com intervenção do SAS Britânico, comprovando a necessidade das forças de 
segurança em manter homens permanentemente treinados e equipados para serem 
utilizados como o que se definiu chamar de “A OPÇÃO FINAL”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
 
2. ESTUDO DAS TÉCNICAS OPERACIONAIS POLICIAIS. 
 
 
O policial recém saído dos bancos acadêmicos encontra, com certeza, 
sérias dificuldades em seu dia a dia. O auxílio de policiais mais experientes é, sem 
dúvida, o remédio mais eficiente no combate a essas situações críticas. Porém, a 
principal atividade que poderá salvar sua vida nas ruas é o treinamento constante; 
treinamentos físicos, técnicos e psicológicos. 
A rotina é a maior inimiga do policial e deve ser combatida diuturnamente. 
Um único momento de distração pode trazer conseqüências fatais e, para evitar isso, 
o policial deve encarar todas as ocorrências com a mesma atenção e 
profissionalismo. 
A vibração com a carreira e a vontade de mostrar serviço são comuns a 
todos os recém formados e até mesmo aos policiais mais antigos, porém, durante 
sua atuação profissional, estes devem balancear o desejo pelo sucesso com muito 
bom senso. As ações burocráticas, de extrema importância para toda e qualquer 
força policial mundial, podem ser estudadas demoradamente e reavaliadas por 
diversas vezes. Já nas ações de rua, uma decisão muitas vezes deve ser tomada 
em questão de segundos, produzindo efeitos imediatos e envolvendo o risco direto 
de muitas vidas. 
O exercício da profissão policial não pode ser levado como um mero 
emprego, mas sim como um sacerdócio, pois não são poucas às vezes em que o 
policial precisa abrir mão do convívio familiar, de horários e de fins-de-semana, para 
exercer com plenitude suas atribuições de defensor da sociedade, mesmo sabendo 
que nem sempre será reconhecido por seu trabalho.Algumas preocupações e 
observações devem estar sempre presentes na mente de um bom policial, para que 
este logre êxito em sua profissão: 
1) O policial não é um super-homem; 
14 
2) Jamais deve sair para as ruas sem antes checar sua arma, seu 
instrumento de trabalho; 
3) Se, ao avaliar uma situação, um ato lhe parecer estúpido, mas este ato 
funciona, então não é um ato estúpido; 
4) Durante uma troca de tiros, deve sempre se manter abrigado, não se 
tornando um alvo; 
5) Nunca deve atirar desnecessariamente, pois isto poderá colocar a vida 
de terceiros e a missão em risco; 
6) Deve sempre empregar seus conhecimentos e seu potencial em 
missões e durante todo o aprendizado, mas sendo sempre humilde para receber 
informações que podem lhe salvar a vida; 
8) O bom policial precisa acreditar em todas as missões que lhe são 
confiadas, por mais simples que possa lhe parecer, ela pode tirar-lhe a vida; 
9) O trabalho em equipe é sempre o melhor trabalho; 
10) Se o inimigo está em seu campo de alcance, você também estará no 
dele; 
11) Deve ser profissional, sempre respeitando a capacidade de ação do 
inimigo; 
12) Não deve fazer ou tomar atitudes para as quais não foi preparado. 
O treinamento de Operações Especiais é complicado, exige homens 
capacitados, e uma estrutura adequada para a prática do que é ensinado em sala de 
aula, deve obrigatoriamente abranger temas como, adestramento físico, inteligência, 
tiro de combate, balística, utilização de explosivos, técnicas básicas de rapel, 
combate urbano e rural, defesa pessoal e técnicas de entrada em grupo com resgate 
de reféns. 
O homem de operações especiais, que não deve ser confundido com um 
Comandos, deve ter condições de pensar e decidir sob condições severas, pois irá 
operar quando todos os tipos de negociações já houverem falhado, por isto, depois 
de formado, deve apresentar as seguintes características: 
- Esmerada formação tático-técnica para satisfazer missões especiais; 
- Clara compreensão e sentido da responsabilidade no cumprimento da 
missão atribuída; 
15 
- Formação espiritual caracterizada por uma genuína e inabalável 
vontade de vencer; 
- Moral inabalável; 
- Resistência física compatível com o esforço a superar. 
Por sua vez, a UOE (Unidade de Operações Especiais) que irá receber 
este homem deve também apresentar características especiais, como: 
- Penetração: poder chegar com a potência adequada a lugares 
decisivos e no momento oportuno; 
- Poder de Ação: Possuir a maior capacidade operacional da polícia, 
pela qualidade dos homens, técnicas, armamentos e equipamentos; 
- Velocidade: Capacidade de cobrir grandes distâncias em tempo 
reduzido; 
- Versatilidade: Possuir qualidades variadas, capaz de ser empregada 
em diferentes missões atribuída a unidade, como inteligência, penetração, etc...; 
- Flexibilidade: poderatuar de maneira satisfatória nas diferentes 
missões atribuídas à unidade, adequando-se a situação e as necessidades; 
- Ação Imediata: Atuar ofensivamente no terreno operacional, se 
manifestando pela ação instantânea segura e confiável; 
- Mobilidade: Possuir capacidade de progredir em um breve espaço de 
tempo a diferentes objetivos; 
- Alcance: Levar sua ação ofensiva a grandes distâncias, sem importar o 
tipo de terreno. 
O Capitão-de-Fragata Willian H. McRaven, comandante do SEAL Team-3, 
em seu estudo intitulado “A Teoria das Operações Especiais”, uma das únicas obras 
existentes sobre o assunto, classifica os princípios das operações especiais em seis, 
sendo eles: Simplicidade, Segurança, Surpresa, Rapidez, Repetição e Propósito. 
Entre os Grupos SWAT americanos, é comum encontrarmos a descrição 
SAMSCATT, que designa os princípios aplicáveis em Grupos de Operações 
Especiais, quais sejam: Surpresa, Agressão, Mobilidade, Velocidade, 
Comunicações, Precisão, Treinamento e Time. 
Quaisquer que sejam os princípios elencados como prioritários para um 
determinado Grupo, devem ser de amplo conhecimento de seus integrantes e 
exaustivamente trabalhados durante o curso de formação, de tal forma que qualquer 
16 
ação a ser realizada por um integrante deste Grupo, leve sempre em consideração o 
que lhe foi ensinado na busca do melhor resultado possível. 
Não se conhece ainda, padrão de tempo, para a formação de um Força 
Especial, porém, o primeiro estágio de Comandos (militares), realizado na Escola de 
Fuzileiros Navais de Lorient (França), teve a duração de oito semanas e serviu como 
base para os demais cursos e estágios que passaram a ser ditados pelo mundo, 
vejamos alguns exemplos ilustrativos entre forças policiais e militares: 
- GEO- Espanha (6 meses/900 horas/aulas); 
- GIS - Itália (11 meses); 
- Comandos Exército Brasileiro (3 meses) 
- Operações Especiais - PM/RS-Brasil (03 meses) 
- Operações Especiais-Polícia de Santa Fé/Argentina (02 meses) 
- Formação de Fuerzas Especiales- Gendarmeria Nacional Argentina-(04 
meses); 
Os cursos realizados para formar operadores que irão atuar em todo um 
país, como no caso dos países Europeus, tendem a ter uma duração maior, já que 
incluem em seus currículos o treinamento contra-terrorismo e básico pára-quedista, 
o que exige toda uma dedicação especial, além de Unidades que irão desempenhar 
ainda missões fora de seus países, como o caso do SAS Britânico que já atuou na 
Malásia, Irlanda e Argentina. 
Outros Grupos, como o caso das Forças Policiais, demandam um período 
mais curto de formação, pois terá seu emprego restrito a área de atuação de sua 
polícia e farão predominantemente atividades como resgate de reféns e 
intervenções urbanas. 
Qual o período ideal para formação das FAEPs? 
Entendemos, com base em estudos e experiências, que o período de oito 
semanas seja ideal para se preparar um homem que irá desenvolver as atividades 
em uma Unidade de Operações Especiais Policiais, pois está comprovado que após 
este período, os exercícios tendem a tornar-se mais perigosos, pelo cansaço físico e 
estafa dos homens, acabando por perder-se excelentes policiais por lesões físicas 
ocasionadas por erros nos treinamentos. 
 
17 
Quais as condições para seleção dos homens que irão freqüentar o treinamento? 
Como se pode prever, esta atividade não está ao alcance de qualquer 
policial, sendo necessário certa robustez e preparo técnico para integrar uma 
unidade de elite. Sugerimos, como base para uma pré-seleção, que se considere: 
Indivíduos voluntários, com um mínimo de dois anos de atuação em unidades 
operacionais da polícia, comportamento bom, sem restrições para atividades físicas, 
conhecimentos já adquiridos e que possam ser úteis ao grupo, tais como: pára-
quedismo, montanhismo, mergulho, tiro de precisão, conhecimentos de recarga de 
munição e manutenção de armas de fogo, etc..., além de uma nota sigilosa, 
manuscrita e assinada pelo seu comandante de unidade, abonando sua conduta 
pessoal e profissional. 
Os instrutores que irão trabalhar na formação destes homens, também 
devem ser preparados, pois não estarão formando policiais para o serviço de rua, 
mas sim homens que estarão constantemente oferecendo suas vidas para salvar a 
de reféns, sendo-lhes exigido o máximo de acerto em toda e qualquer ação, serão 
cobrados não em um único dia de trabalho, mas carregarão consigo para o resto de 
sua vida profissional o peso da responsabilidade de estar entre as Forças Especiais 
da Polícia, devendo assim pensar e proceder. Daí a necessidade de se selecionar 
instrutores pelo grau de conhecimento que possuem para trabalhar os temas do 
curso, afastando dos alunos pessoal sem formação tático-técnica. 
Após estudar alguns grupos SWAT e similares no Brasil e no exterior, ou 
seja, que o essencial para o sucesso de um Grupo Especial é a qualidade daqueles 
que o compõe, independente de sexo ou idade, e que para atingir o nível de 
aperfeiçoamento desejado, não é necessário submeter-se a desgastes físicos 
excessivos, traumas, ou mesmo torturas físicas e psicológicas, mas sim ser detentor 
de um enorme conhecimento das técnicas a serem empregadas, muito treinamento 
individual e coletivo e amplo conhecimento do armamento e equipamento que será 
utilizado, aí sim, teremos homens seguros e confiantes, capazes de utilizar seus 
cérebros da maneira adequada quando necessário, ou seja, sabendo decidir certo 
na hora certa. 
 
 
 
 
18 
2.1 Abordagem, busca pessoal, algemação e condução do suspeito para 
feito do trabalho policial. 
A matéria relativa ás abordagens está prevista no Código de Processo 
Penal arts. 240 a 250 e através da ação discricionária do poder de polícia conforme 
capítulo I da Constituição Federal no seu Artigo 144 que trata da Segurança Pública. 
Constitui uma das principais atividades realizadas pelo policial em seu 
trabalho diário. Em qualquer abordagem fatalmente, o policial terá que se aproximar 
suspeito o que nos leva a deduzir que este deverá, obrigatoriamente, dominar as 
técnicas inerentes à busca pessoal. 
No processo de abordagem e busca pessoal devemos priorizar os 
princípios básicos da abordagem, são eles: 
- Observar: Nesta Fase o Policial tem que olhar, observar, e interpretar a 
ação para que não ocorram erros, sempre levando em conta que, ”jamais abordar 
alguém para investigar e sim investigar para abordar”. 
- Planejar: Escolhido o objetivo e tendo-o observado cuidadosamente, 
deve-se planejar de que maneira será feita a abordagem.Todo o planejamento feito 
pelo policial deve objetivar principalmente a segurança de terceiros, dos policiais 
envolvidos na ação e do suspeito a ser abordado respectivamente. 
- O número de Policiais, para se executar a abordagem deve sempre ser 
igual ou superior em relação aos suspeitos a serem abordados, devendo o policial 
levar em conta o conhecimento que se tem sobre o suspeito, se o mesmo possui 
mandado de prisão, se costuma andar armado, se possui pessoas que o protejam. 
- Os meios que se tem disponíveis para a abordagem: armas, algemas, 
viatura apropriada para o transporte do mesmo se necessário. 
- O conhecimento do local bem como o dia, a hora e a natureza do delito 
que o suspeito tenha praticado. 
 
 
2.1.1 Abordagem. 
Abordar é o ato de aproximar-se de uma pessoa, a pé ou motorizada e 
que emana indícios de suspeição, que tenha praticado ou que esteja na iminência 
de praticar ilícitos penais. 
19 
Muitas mortes de policiais estão ligadas diretamente a abordagens 
executadas ou planejadas de maneira equivocada. A doutrina policial nos ensina 
que uma abordagem segura, no aspecto efetivo, deve contar com três policiais para 
cada abordado. Porém, na prática, isso raramente acontece, fazendo com que as 
atenções devam ser redobradas. O policial, ao efetuar uma abordagem, deve 
observar alguns aspectos basilares paraque possa salvaguardar sua vida: 
1)Segurança - É a certeza, a confiança, a garantia, a condição de estar 
seguro. Basicamente é estar cercado de todas as cautelas necessárias para a 
eliminação dos riscos de perigo. 
2) Surpresa - Ato ou efeito de surpreender, aparecer inopinadamente. O 
fator surpresa, além de contribuir decisivamente para a segurança da equipe, é 
dissuador psicológico da resistência do abordado. 
3) Rapidez - Qualidade de ser rápido, instantâneo, ligeiro, veloz. O 
princípio da rapidez, dentro da progressão policial, visa impossibilitar uma reação por 
parte do abordado. 
4) Ação vigorosa - Maneira como se exerce uma força física. Não se pode 
confundir vigor com arbítrio. O policial deve fazer com que o infrator da lei sinta que 
há decisão de sua parte, neutralizando o menor esboço de reação. O importante é o 
impacto psicológico, a postura e a conduta, fatores inibidores de uma possível 
reação. 
5)Unidade de comando - Ao se realizar uma abordagem, certos 
comandos verbais devem ser emitidos visando o entendimento por parte do 
abordado das ações que deva realizar. Somente um dos policiais da equipe deve ser 
incumbido de comandar a abordagem e de dar as ordens, pois se vários policiais 
emitirem ordens ao mesmo tempo à confusão dominará a ação policial, prejudicando 
seriamente seu êxito. 
Nem sempre nas abordagens do dia a dia todos estes aspectos estarão 
presentes. Portanto, cabe ao policial avaliar os riscos da ação e a oportunidade da 
sua realização, pois uma prisão pode ser efetuada hoje, amanhã ou até mesmo no 
ano que vem, porém sua vida é uma só. 
 
Procedimentos na Abordagem 
A Abordagem, propriamente dita divide-se em três fases: 
20 
- Planejamento mental: forma individual em que cada policial programa a 
ação, mentalmente, analisando a melhor maneira para a execução da técnica. 
- Plano de Ação: é o planejamento de como será a ação, dividindo as 
tarefas e atribuindo as responsabilidades de cada integrante do grupo. 
- Execução: é a ação resultante das fases anteriores, com as técnicas 
adquiridas através do treinamento. 
Tipos de abordagem 
a)Abordagem de pessoa (s) a pé 
Na Abordagem de pessoas a pé, o policial dará os seguintes comandos: 
(1°) POLÍCIA, PARADO, NÃO SE MEXA. Este primeiro co mando é 
importantíssimo por dois motivos: primeiro, é a identificação do policial para que a 
pessoa abordada não pense que está sendo vítima de crime e o segundo, no caso 
do abordado estar com as mãos nos bolsos da calça, jaqueta ou nas costas, como 
habitualmente ocorre, levantar imediatamente os braços e colocar as mãos atrás da 
cabeça, o que faz com que o policial venha a ter dois riscos: um momento que tira as 
mãos do bolso e outro com as mãos atrás da cabeça, pois o mesmo poderá ter uma 
arma de fogo ou faca nas costas, logo abaixo do pescoço encoberta pela camisa. 
(2°) Levantar as mãos acima da cabeça com as palmas voltadas para 
mim. 
(3°) Coloque as mãos na parede, abra as pernas, afa ste as pernas da 
parede (o policial comandará até que o abordado fique em posição de desequilíbrio). 
Ao avistarem o abordado, um dos policiais, dará a voz de comando inicial, 
conforme previamente planejado, e os policiais, se posicionarão na forma de 
triangulo, sendo os policiais na base e o suspeito deve ficar no vértice contrário, 
caso tenham que se movimentar, devem fazer de forma ordenada, de maneira que 
não fique na linha de visão ou de tiro de outro policial. 
O policial se sozinho, deverá sempre solicitar apoio. No caso de não 
haver tempo, deverá então, primeiramente manter o abordado sob controle e após 
solicitar apoio. 
b) Abordagem a Veículo 
Também devem ser observados alguns princípios básicos de segurança: 
o policial deve procurar fazer a abordagem em local onde não ponha em risco a 
vida de terceiros, caso haja confronto com os suspeitos. A abordagem deve ser 
planejada de forma que o condutor do veículo a ser abordado não possa tentar 
21 
empreender fuga. Neste caso é imprescindível o emprego do fator surpresa. Se 
possível, deve ser sempre em uma sinaleira, pois ali será possível bloquear o 
veículo pela frente e por trás. Caso o policial aviste o veículo suspeito e este não 
perceba que está sendo seguido, deve solicitar apoio e seguí-lo até o momento 
exato, onde será feita a abordagem. 
Depois do posicionamento correto dos veículos, os policiais descerão de 
sua viatura e permanecerão de portas abertas, onde buscarão proteção entre a 
coluna da porta dianteira e a porta da viatura, bem como aproveitarão as colunas de 
trás e da porta do motorista do veículo abordado. Deste ponto, é que darão a voz de 
comando para o suspeito. A voz de comando deve ser pronunciada com energia e 
de maneira clara para que o receptor entenda, ou seja: 
(1°) Polícia 
(2°) Desligue o motor; 
(3°) Mãos espalmadas contra o pára-brisa dianteiro. Esta atitude é 
indispensável por dois motivos, sendo a primeira relacionada a segurança do 
policial, e, a segunda para que o possível infrator deixe ali as impressões digitais, 
assim não poderá negar que ali esteve. 
(4°) a partir deste momento o policial que não está dando a voz de 
comando, se aproximará do veículo pela parte de trás oposta ao motorista, de forma 
cautelosa e utilizando as colunas do veículo abordado como proteção, faz uma 
varredura no banco de trás do mesmo, para verificar se há alguém escondido. Após 
utilizando a coluna da porta do carona do veículo, verifica a existência de alguma 
arma com o motorista ou em sua proximidade. Se a pessoa abordada estiver com 
sinto de segurança, avisa seu colega que ordena para que solte o sinto com a mão 
esquerda, bem devagar. 
(5°) Em seguida, o policial que está dando a voz de comando ordenará ao 
abordado que ponhas as duas mãos para o lado de fora, abra a porta utilizando o 
trinco do lado de fora, com a mão direita, saia do veículo lentamente de costas, 
colocando as mãos espalmadas sobre o capo, com o corpo colado no veículo. 
Neste momento os policiais se aproximam do suspeito sempre 
observando as normas de segurança. 
 
 
 
22 
2.1.2 Busca 
Neste aspecto, cabe salientar que as buscas poderão ser pessoais ou 
domiciliares, com o objetivo de se procurar descobrir ou investigar alguém ou 
determinado objeto. 
A Primeira refere-se à pessoa, suas vestimentas e objeto, e se realizará 
sempre que existir fundadas suspeitas de que o abordado oculte coisa proveniente 
de crime ou instrumentos utilizados na pratica de crime ou determinados a fim 
delituoso. A segunda relaciona-se com a casa do indivíduo, “asilo inviolável”, salvo 
nos casos permitidos por lei (art. 5° XI da Consti tuição Federal), quais sejam: 
- Flagrante delito 
- desastre 
- para prestar socorro 
- Por determinação Policial (durante o dia) 
Tanto a abordagem quanto à busca, justifica-se somente com a 
existência de fundadas suspeitas sobre o indivíduo. 
Quanto ao termo, fundadas suspeitas, esclarecemos que se trata de 
poder discriminatório do agente, ou seja, sujeito à interpretação realizada pelo 
policial com base nos elementos que determinaram a sua convicção no momento da 
abordagem. 
Alertando que a busca manifestadamente infundada é tipificada como 
abuso de autoridade. 
Busca pessoal 
Consiste no ato Policial com o objetivo de encontrar objetos ou 
instrumentos de delito em pessoa ou para evitar que o suspeito a ser abordado 
alcance alguma arma escondida que possa vir a ser usada contra o policial ou 
pessoa(s), devendo observar algumas ações. 
Proceder a Busca logo após a abordagem, observar atentamente a 
movimentação do suspeito, dominando a situação com ordens claras e curtas e 
nunca proceder à busca de frente para o suspeito, sempre colocando–o de costas. 
Nesta fase o policial deverá ser educado e cortês, justificando sempre 
que possível o motivo da abordagem e busca, questionar o suspeito os assuntosde 
seu interesse, geralmente voltados ao motivo da abordagem, requisitando desse os 
23 
documentos de identificação do mesmo, procurando sempre uma atitude 
profissional a evitar discussões desnecessárias. 
Com relação a busca pessoal em mulher, dispõe o art. 249 do Código de 
Processo Penal que esta deverá ser realizada por outra mulher exceto quando impor 
retardamento ou prejuízo da diligência. 
Existem basicamente quatro tipos de posições para que se proceda à 
busca pessoal: 
a)De pé com apoio: é a revista feita na parede, citada anteriormente. 
b)De pé sem apoio: após a abordagem, determina-se que o suspeito vire-
se de costas, coloque as mãos entrelaçadas na cabeça, o policial aproxima-se, 
segura firme nas mãos do suspeito e com seu cotovelo encostado nasa costas do 
suspeito faz uma alavanca forçado os braços do suspeito para trás fazendo com que 
o suspeito fique em posição de desequilíbrio, procure ainda calçar o calcanhar do 
suspeito com o seu pé forte, para que, se necessário, desequilibrá-lo e proceda a 
revista. 
c)De joelhos: depois que o abordado estiver com as mãos entrelaçadas 
atrás da cabeça, determine que o suspeito se ajoelhe e cruze os pés, o policial 
aproxima-se segura firme as mãos do suspeito e com o joelho desequilibra o 
suspeito, e efetua a revista. 
 d)Deitado: consiste em ordenar que o suspeito, em primeiro ligar ajoelhe-
se, a seguir deite-se com os braços abertos e com as palmas das mãos viradas 
para cima. A Seguir realiza-se a revista de forma segura, que poderá ser realizada 
com o suspeito imobilizado. 
Lembrando sempre que, tanto a posição de joelhos ou deitado somente 
será utilizada se o revistado for delinqüente em fuga, foragido, criminoso conhecido 
da polícia, em flagrante delito, prisão preventiva ou temporária. 
A revista deverá ser de forma que as mãos deslizem no revistado, sendo 
que alguns pontos do corpo, tais como bolsos da calça e jaqueta, deve-se utilizar a 
técnica de apalpar, devido ao risco de se encontrar agulhas, navalhas ou lâminas. 
Lembre-se que a busca deve ser minuciosa, devendo o policial estar 
atento a muletas, carrinhos de crianças, entre as costuras das roupas, bonés, 
chapéu s, entre os cabelos, nas roupas íntimas, tênis ou por baixo da língua, 
poderão estar escondidos objetos ilícitos. 
 
24 
2.1.3 Algemação 
A evolução do Processo Penal restringiu o uso de ferros (algemas), 
impondo às autoridades o respeito à integridade física e moral dos condenados e 
presos provisórios (art. 5°, XLIX da Constituição F ederal). 
No mesmo sentido, complementa a Lei de execuções penais (art. 40) que 
“impões-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos 
condenados ou presos provisórios”. 
Em outra passagem, a referida Lei, dispôs, com relação ao uso de 
algemas que o seu emprego será disciplinado por decreto federal. 
Entretanto, passados 17 anos a regulamentação, no âmbito da 
Administração Federal, ainda não foi editada. 
A despeito disto, poderíamos citar, em caráter suplementar, a existência 
de um Decreto datado do período do Império Brasileiro que preocupo-se com o 
tema. Em seu art.28, o Decreto n° 4.824 de 22.11.18 71 recomenda: “O preso não 
será conduzido com ferros, algemas ou cordas, salvo caso extremo de segurança, o 
que deverá ser justificado pelo condutor”. 
Igualmente no Estado de São Paulo, vige o Decreto n° 19.903/50, o qual 
orienta os policiais a usarem as algemas nas tentativas de fuga ou resistência à 
prisão com violência, exigindo que as ocorrências dessa espécie sejam registradas 
em livro próprio nas repartições policiais. 
Logo, por ser instrumento de trabalho indispensável para os policiais, de 
que forma poderíamos contribuir para deslinde da questão? 
Mediante a interpretação e a análise dos princípios e garantias 
individuais vigentes, poderíamos dizer que o uso das algemas ou outra espécie de 
constrição física se faz necessário, como garantia de segurança pública, nas 
hipóteses de resistência à prisão, tentativa de fuga, de condução de pessoa presa, 
condenada ou custodiada `a presença de autoridade ou no transporte para 
estabelecimento penal quando houver ameaça a segurança coletiva ou individual do 
próprio preso, do policial ou de terceiros. 
É claro que as circunstâncias deverão ser avaliadas pelo policial, 
utilizando, como critérios, a periculosidade do preso, o seu estado emocional, sinais 
de desequilíbrio mental causado por doença ou substância entorpecente, a sua 
compleição física, a existência de numero insuficiente de policiais e até o local onde 
se realiza a diligência (possibilidade de fuga ou resgate). 
25 
Por fim salientamos que, em caso de audiência pública, a manutenção 
das algemas ficará a critério da autoridade judicial ou administrativa. 
O Policial deve sempre ter algemas como parte indispensável de seu 
equipamento. Lembre-se uma pessoa algemada não está totalmente indefesa, por 
isso fique atento e use técnicas seguras de algemação. 
Técnicas de algemação: 
a)Um preso: se estiver com o suspeito em posição de revista contra a 
parede para algemá-lo proceda assim. 
- algeme primeiramente a mão direita do suspeito, com um movimento 
de rotação traga esta mão para trás do corpo do suspeito e firme esta mão junto ao 
corpo do suspeito. 
- com a sua mão esquerda segure os dedos da mão esquerda do 
suspeita e traga até a algema, finalizando. 
b) dois presos com dois pares de algemas: algeme-os com os braços nas 
costas, sendo que o braço direito de um ficará cruzado com o do outro, as palmas 
das mãos são sempre para fora ficando dorso com dorso. 
c) três presos com dois pares de algemas: 
- algeme a mão esquerda do que está no meio com a mão direita do 
que está à direita dele. 
- algeme a mão direita do que está no meio com a mão esquerda do que 
está à esquerda dele. 
Policiais já experientes não têm duvidas a respeito que o uso correta das 
algemas poderá facilitar o seu serviço, sabem que o seu uso é mais um fator de 
segurança que se pode contar e consideram as algemas um outro companheiro. 
Hoje é comum conduzir algemados, presos de alta periculosidade ou 
outros colocados à disposição da justiça, quando de sua remoção de uma para outra 
dependência. Evita-se assim, qualquer tentativa de fuga, com segurança máxima 
para todos. 
Se decidir usar algemas, faça-o de modo correto, procurando obter todas 
as vantagens desta técnica, mas cuidado para não ferir alguém desnecessariamente 
e lembre-se só o treinamento poderá conduzi-lo à perfeição. 
 
 
 
26 
2.1.4 Condução de preso 
A condução do preso é a parte final da operação e mesmo estando o 
indivíduo algemado deve-se ainda priorizar a segurança do policial, muitas fugas são 
empreendidas com o indivíduo algemado para tanto seguem algumas técnicas a 
serem utilizadas: 
a)Condução a pé: 
- o policial deverá passar o braço contrário do qual usa sua arma 
pegando o pulso ou a corrente da algema e colocando o seu cotovelo de 
encontro ao cotovelo do detido, puxando para o seu lado e empurrando para 
frente, fazendo desta forma uma alavanca. 
- o policial passa o braço contrário do qual ele usa a sua arma, 
encaixando o seu ombro sob a axila do detido e pressionando para baixo. 
b)Condução em viatura sem caixa ou descaracterizada: 
- o detido jamais deverá ir sentado atrás do banco do motorista e 
deverá sempre ser acompanhado com outro policial 
- no caso de conduzir dos presos algemados, deve o policial sentar-
se atrás do motorista e os detidos do seu lado direito algemados com os braços 
para trás e cruzados, certificando-se de que as portas encontram-se 
devidamente travadas. 
c)Condução de preso em viatura com caixa / compartimento apropriado: 
- sempre que for conduzir preso em viatura com ou sem caixa a 
algemação deve ser feita com as mãos do preso para trás 
- antes de colocar o preso na caixa verificar sea mesma encontra-se 
em perfeitas condições de segurança , se não foi deixado anteriormente por outro 
preso qualquer objeto que possa ser usado para empreender fuga ou ataque ao 
policial que o está conduzindo. 
- quando chegar ao local de destino do preso , após retira-lo da 
caixa ,novamente examinar a mesma para averiguar se o preso não dispensou 
qualquer objeto pessoal ou que possa ser usado como prova de crime , tais como 
: giletes , canivetes, facas, drogas , munição etc... 
c) Condução dentro da delegacia: 
Quando da movimentação de preso no interior da Delegacia, para que 
seja ouvido em cartório, deve ser sempre feito com toda a segurança, usando no 
mínimo dois policiais. Se o infrator estiver na cela, nunca deve ser retirado dela sem 
27 
antes ser algemado com as mãos para trás. Antes de abrir as grades peça para que 
o preso aproxime-se e vire com as mãos nas costas, proceda a algemação e só 
então abra as grades. 
Antes ainda de abrir as agrades o policial deve ordenar que os demais 
presos posicionem-se no fundo da cela. 
O Policial que for algemar o preso não deve estar portando a chave da 
cela, e sim o policial que estiver lhe dando apoio. 
 
 
2.2 Técnicas de entrada SWAT e SAS 
A progressão do policial em locais críticos vem se tornando alvo 
permanente de estudos técnicos, devido aos altos índices de mortes ou de 
ferimentos de policiais, de reféns e de terceiros, quando da transposição de tais 
locais. 
As escadas são locais considerados como críticos para a progressão do 
policial, pois nos deparamos constantemente com curvas e ângulos mortos onde, 
geralmente, o domínio é do oponente, que estará acima de nós. 
As janelas, segundo estatísticas, são locais onde muito policiais morreram 
ou foram feridos por não saberem como progredir.É imprescindível que se evite 
exposições do corpo frente a uma janela, mesmo que esta esteja coberta por 
cortinas, onde a silhueta ficará marcada pela luz. 
Conhecidas como “funil fatal”, as portas devem ser transpostas com o 
máximo de cuidado, utilizando-se sempre que possível, espelhos ou técnicas de 
tomada de ângulo (“Quick Peek”). O policial deve lembrar-se sempre de empurrar a 
porta até seu limite, evitando desagradáveis surpresas que possam estar por trás. 
A transposição de quaisquer obstáculos, como muros e paredes, deve ser 
rápida e nunca na posição totalmente em pé, pois é importantíssima a presença de 
cobertura no momento. 
O policial não deve passar por armários, cortinas, camas, biombos ou 
outros móveis que possam abrigar uma pessoa, sem antes revistá-los como 
possíveis esconderijos, o que possibilitaria um oponente às suas costas. 
 
 
 
 
28 
2.3 Interceptação de veículos com suspeitos 
Ao aproximar-se de um veículo em uma barreira, o policial deve procurar 
fazê-lo pela retaguarda, aproveitando o ângulo morto proporcionado pela coluna 
lateral do veículo, nunca se colocando totalmente em frente à janela. Deve observar 
atentamente o interior do veículo, fazendo com que o motorista tenha que girar a 
cabeça para trás para apresentar seus documentos. O policial nunca deve entrar na 
linha de tiro do seu apoio (segurança), se acaso houver algum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. OCORRENCIA DE ALTO RISCO 
 
 
É toda aquela ocorrência que exige do policial um treinamento 
especializado e da instituição um suporte de meios maior e mais qualificado. 
Hoje, a sociedade não admite mais uma policia despreparada e sem 
qualidades técnicas, fazendo, assim, com que o policial passe a buscar um 
aprimoramento, através de cursos e fontes literárias e com que as instituições 
policiais, por sua vez, revejam conceitos e criem “grupos táticos” especializados para 
agirem em ocorrências de alto risco. 
 
 
3.1 Gerenciamento de Crise 
Começamos então definindo o conceito de crise, conforme a Academia 
Nacional do FBI: 
“É um evento ou situação crucial, que exige uma resposta especial da 
policia, a fim de assegurar uma solução aceitável”. Definido o que é crise nos resta, 
então, verificar o que significa gerenciamento de Crise: “É o processo de identificar, 
obter e aplicar os recursos necessários à antecipação, prevenção e resolução de 
uma crise”.O gerenciamento de Crise tem por objetivo salvar vidas e aplicar a Lei. 
 
 
3.2 Procedimento Policial 
O policial, ao chegar no local e constatar a existência da crise devera 
tomar as seguintes providencias. 
1) Evitar que a ocorrência mude de lugar e coloque outras pessoas 
inocentes em risco. 
2) Isolar o local, a fim de evitar a presença de pessoas que possam 
atrapalhar o trabalho policial, evitar que os causadores do evento e os 
reféns (se houver) tenham contato com o exterior, fazendo assim, que a 
policia assuma o total controle da situação. 
30 
3)Tentar convencer o individuo em Crise de que existe uma solução 
segura para o problema, tentando retomar o equilíbrio, o policial que 
iniciar a negociação deve saber que precisa ganhar tempo ate a chegada 
de equipe especializada. 
 
 
3.3 Causadores do Evento Critico 
1) Criminosos em fuga 
2) Prisioneiros em Revolta 
3) Individuo emocionalmente Perturbado 
4) Paranóicos esquizofrênicos 
5) Maníacos Depressivos 
6) Fanáticos Políticos e Religiosos 
7) Terroristas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
 
4. AVALIAÇÃO DAS TÉCNICAS OPERACIONAIS POLICIAIS 
 
 
O policial deve ter sempre em mente, ao deparar-se com uma situação de 
risco, que para cada grau de risco ou ameaça corresponde um nível de resposta da 
organização policial. Esse nível sobe gradativamente na hierarquia da entidade, na 
medida em que cresce o vulto da crise a ser enfrentada. Dessa forma, deve-se 
utilizar novamente o bom senso, pois existem situações que podem ser debeladas 
com recursos locais e outras que necessitam do emprego de forças especializadas. 
O policial, como profissional de segurança pública, deve ter a 
responsabilidade de evitar decisões “bairristas” e acionar, nos casos necessários, os 
recursos especializados de que disponha para a solução de eventos com alto grau 
de risco, não expondo a sua vida e muito menos a de terceiros, dos quais tem a 
responsabilidade funcional e moral de preservar. 
Podemos observar diariamente, através da imprensa escrita e televisiva, 
ocorrências com morte de policiais, envolvidos em reações a infrações como o roubo 
à mão armada e até mesmo sendo mantidos em cárcere privado, durante invasões a 
delegacias que visam à libertação de presos. 
Existem alguns procedimentos que podem minimizar os efeitos 
desastrosos que uma reação inoportuna pode causar nesses tipos de situações: 
1) Manter-se calmo; 
2) Cumprir as ordens dos criminosos; 
3) Não discutir atitudes ou providências da Polícia; 
4) Fazer anotações mentais de todos os movimentos, deslocamentos, 
sinais, placas, avisos, cheiros, ruídos etc. 
5) Guardar as características dos criminosos, como sotaques, hábitos etc. 
6) Somente tentar uma fuga após a reavaliação das possibilidades de 
êxito 
7) Evitar comentários provocadores 
32 
8) Procurar ganhar tempo 
9) Evitar a empatia 
10) Tentar controlar e contornar as humilhações com o poder mental; 
11) Não dar as costas a um criminoso armado; 
12) Não tratar diferentemente as mulheres que participam do crime; 
13) Só reagir, quando em inferioridade, em último caso e para preservar a 
própria vida ou a de terceiros. 
E lembre-se sempre: 
1) O policial deve ser e não parecer; 
2) O suor expirado em treinamentos poupa o sangue que seria derramado 
nas ruas; 
3) Ouvir muito, ver muito e falar pouco; 
4) Ninguém é melhor que ninguém; 
5) Não basta querer, é preciso agir; 
6) O sucesso tem muitos pais, o fracasso é órfão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Como primeiro passo, o diagnósticorealizado, que consistiu na análise 
externa e interna das organizações policiais, aponta para a necessidade de 
mudança na formação desses profissionais, mediante os seguintes norteadores para 
ação: 
- Redefinição de um perfil desejado para orientar a formação do 
profissional da área de segurança do cidadão. 
- implantação de uma estrutura de ensino que valorize o aprendiz e os 
processos de aprendizagem, dando ênfase à dimensão atitudinal, por meio de 
atividades coletivas e técnicas de ensino que dinamizem o ato de aprender; 
- utilização de novas tecnologias como ferramentas para treinamento. 
Assim, diante dos pontos norteadores enumerados no diagnóstico, o 
objetivo desta proposta é ser uma ferramenta de trabalho que auxilie a 
homogeneização dos treinamentos e o planejamento curricular, com o propósito de 
assegurar o princípio de eqüidade no processo aprendizagem, garantindo unidade 
de pensamento e ações adequadas às necessidades sociais vigentes. 
A fim de atender a esta previsão, considerando a natureza autônoma do 
ensino policial e pautada na necessidade de colocar a garantia dos direitos do 
cidadão como foco dos serviços a serem prestados, a proposta contida neste 
documento procura descrever um modelo de perfil desejado, abrangendo as 
competências básicas a todas as categorias de profissionais da área de segurança 
do cidadão, que deverão ser acrescidas das competências específicas à atividade 
de cada ramo profissional, neste caso especificamente do policial operacional, 
mediante o perfil profissiográfico a ser estabelecido por cada organização. Define, 
em seguida, os princípios pedagógicos e as dimensões do conhecimento que 
serviram de pressupostos teóricos para a formação do currículo de TOP (Técnicas 
34 
Operacionais Policiais) e as temáticas centrais que perpassam os conteúdos a 
serem trabalhados. 
Para que os policiais possam lograr êxito em suas missões, são 
necessários alguns fatores indispensáveis, como por exemplo: equipamentos, 
informações, organização da equipe, planejamento e treinamentos constantes. 
O Policial não pode ser um "bibelô", apenas marcando presença para 
inibir ou intimidar, deve estar pronto para tomar atitudes e principalmente efetuar 
respostas táticas rápidas, seguras e eficientes em situações de crise. 
O Policial deve estar exaustivamente treinado, tanto em habilidades 
táticas especiais como nas simulações de eventos que possam ocorrer em qualquer 
lugar ou terreno. Alguns acham que não há necessidade de se investir nos 
treinamentos ou equipamentos para esses policiais, pois em seu errôneo modo de 
pensar, é um grupo que não atua todos os dias são fatos que acontecem 
esporadicamente. Mas, é justamente isso que demonstra que a estrutura está 
funcionando, pois o fato de não acontecer é devido à prevenção. Deve-se pensar 
que, quando estes homens entrarem em confronto real, serão segundos, minutos 
talvez que decidirão a situação, dando um desfecho favorável ou não, por vezes 
serão fatais para um lado ou para o outro. 
É necessário que os profissionais de segurança, ou seja, os policiais, 
estejam prontos, treinando e simulando situações, pois os fatos acontecem quando 
menos esperado e sempre em locais e terrenos diferentes, cidades, bairros, casas, 
praias, etc. 
Uma boa base de gerenciamento e administração de um grupo de 
policiais, pode ter uma satisfatória organização e distribuição abrangente, trazendo 
assim um feed back mais positivo e eficiente. 
Quanto mais preparados e atentos estivermos, menos oportunidades 
criaremos para sermos surpreendidos, neutralizando possibilidades de ocorrências 
indesejáveis ou minimizando seus efeitos. 
A nós, homens de segurança, cabe repensar se os nossos Policiais estão 
aptos a executar as tarefas para as quais foram designados. A falha na execução 
dessas missões é culpa do policial ou do seu treinamento? 
O treinamento deve ser encarado como um investimento no capital 
35 
humano, um instrumento de lucro, crescimento e vitalidade da instituição Segurança 
Pública. . 
Uma última frase do mestre Sun Tzu: 
 "O RESGUARDAR-NOS DA DERROTA ESTÁ EM NOSSAS MÃOS, 
MAS A OPORTUNIDADE PARA DERROTAR O INIMIGO É FORNECIDA POR ELE 
PRÓPRIO”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
 
 
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