Buscar

TECNOLOGIA NÃO LETAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 97 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 97 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 97 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
1 | P á g i n a 
 
Sumário 
AULA 1 – HISTÓRICO E ASPECTOS LEGAIS DA TECNOLOGIA NÃO LETAL. . 3 
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3 
2. AGENTES QUÍMICOS DE USO POLICIAL: CARACTERÍSTICAS E SUAS 
PROPRIEDADES ......................................................................................................... 3 
3. CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES QUÍMCOS DE USO POLICIAL .............. 7 
4. MÉTODO DE DISPERSÃO DOS AGENTES QUÍMICOS NA ATIVIDADE 
POLICIAL .................................................................................................................... 8 
5. AGENTES QUIMICOS UTILIZADOS NA ATIVIDADE POLICIAL. ............. 9 
6. AGENTES QUÍMICOS CONTRA ANIMAIS ................................................... 13 
ACONTECEU... ...................................................................................................... 14 
GRANADA EXPLODE EM MÃO DE SUBTENENTE DA PM DURANTE 
TREINAMENTO ........................................................................................................... 14 
AULA 02 – TEORIA SOBRE ARMAMENTO E MUNIÇÕES NÃO LETAIS........... 15 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 16 
2. CONCEITO DE MUNIÇÕES NÃO LETAIS .................................................... 16 
3. OBJETIVO DAS MUNIÇÕES NÃO LETAIS ................................................... 16 
4. TIPOS DE ARMAMENTOS NÃO LETAIS. ....... Erro! Indicador não definido. 
5. TIPOS DE ARMAMENTOS NÃO LETAIS. ..................................................... 17 
5.1. ESPINGARDA DE CALIBRE 12 ............................................................... 17 
6. MUNIÇÕES NÃO LETAIS DE CALIBRE 12 .................................................. 21 
6.1. CONCEITO .................................................... Erro! Indicador não definido. 
6.2. MUNIÇÕES DE IMPACTO CONTROLADO ........................................... 21 
5.3- MUNIÇÕES QUÍMICAS ................................................................................ 24 
5.4 - MUNIÇÕES EXPLOSIVAS .......................................................................... 25 
5.5. MUNIÇÕES NÃO LETAIS DE CALIBRE 37/38 e 38.1mm ........................ 26 
5.6. MUNIÇÕES DE IMPACTO CONTROLADO ............................................... 26 
file:///G:/SSEVP-Comum/Superintendência%20de%20Educação/2016/5_COORD_FORMAÇÃO/ATUALIZAÇÃO%20CURRICULAR/PMERJ/CFSD/Material%20Diagramado/Tecnologia%20não-letal.docx%23_Toc445721936
file:///G:/SSEVP-Comum/Superintendência%20de%20Educação/2016/5_COORD_FORMAÇÃO/ATUALIZAÇÃO%20CURRICULAR/PMERJ/CFSD/Material%20Diagramado/Tecnologia%20não-letal.docx%23_Toc445721937
file:///G:/SSEVP-Comum/Superintendência%20de%20Educação/2016/5_COORD_FORMAÇÃO/ATUALIZAÇÃO%20CURRICULAR/PMERJ/CFSD/Material%20Diagramado/Tecnologia%20não-letal.docx%23_Toc445721937
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
2 | P á g i n a 
 
7. MUNIÇÕES QUÍMICAS ................................................................................... 28 
SAIBA MAIS... ......................................................... Erro! Indicador não definido. 
 
 
file:///G:/SSEVP-Comum/Superintendência%20de%20Educação/2016/5_COORD_FORMAÇÃO/ATUALIZAÇÃO%20CURRICULAR/PMERJ/CFSD/Material%20Diagramado/Tecnologia%20não-letal.docx%23_Toc445721953
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
3 | P á g i n a 
 
 
AULA 1 – HISTÓRICO E ASPECTOS LEGAIS DA TECNOLOGIA NÃO 
LETAL. 
 
 
INTRODUÇÃO 
O emprego policial de agentes químicos contra pessoas visa basicamente dispersar 
multidões, subjugar criminosos e até mesmo isolar uma área conflagrada. A utilização de 
agentes químicos contra civis deve ser condicionado primordialmente à pessoal habilitado, 
evitando-se com isso o mau uso dessa tecnologia não 
letal. Cabe ressaltar, que infelizmente nenhum sistema 
pode ser descrito como perfeito e totalmente livre de 
mortes, porém, o treinamento constante e o controle é 
que vão garantir o sucesso da operação. É bom 
lembrar, que até água inadequadamente utilizada, pode 
causar lesões permanentes ou até matar. 
Essa nova tecnologia no policiamento ostensivo constituiu uma ferramenta indispensável 
para uso legal da força e a preservação dos direitos humanos, assim como estabelece o Código 
de Conduta para os Encarregados da Aplicação da Lei - CCEAL, os Princípios Básicos sobre 
a Utilização da Força e de Arma de Fogo pelos funcionários responsáveis pela aplicação da 
lei da ONU e a Portaria Interministerial nº 4.226, de 31 de Dezembro de 2010. 
 
 AGENTES QUÍMICOS DE USO POLICIAL: CARACTERÍSTICAS E SUAS 
PROPRIEDADES 
 
a) Conceito: Denomina-se agente químico de uso policial toda substância que, quando 
empregada para fins policiais, produza efeitos reversíveis no organismo, visando a 
incapacitação temporária, através de efeitos tóxicos, fumígenos e ou psicológicos. 
 
 
 O POLICIAL DEVE ESTAR 
ALTAMENTE CAPACITADO PARA 
QUE POSSA PRESTAR UM 
SERVIÇO DE ALTA QUALIDADE 
PARA A SOCIEDADE 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
4 | P á g i n a 
 
b) Símbolos: Os agentes químicos atualmente utilizados no emprego policial encontram-
se abaixo relacionados: 
Ortoclobenzilmalononitrilo 
CS 
Cloracetofenona 
CN 
Oleoresina 
Capsaicina OC 
Mistura de 
Hexacloretana 
HC 
Carboximetilcelulose 
CMC 
 
c) Toxidez: É a capacidade relativa que, num mesmo período de tempo, dosagens iguais 
de agentes diferentes, têm de produzir efeitos sobre o organismo. 
 
d) Concentração: Os efeitos tóxicos dos agentes químicos dependem de sua natureza e 
composição para ser eficiente, porém é necessário que seja lançado em certa 
quantidade. Concentração consiste na quantidade de agente químico existente em 
determinado volume de ar. Essa concentração pode ser expressa em miligramas de 
agente por metro cúbico de ar (mg/m³). 
 Concentração Eficiente: É aquela em que o agente produz o efeito que lhe é 
característico para a obtenção do resultado para o qual é lançado. 
 Concentração Inquietante: É aquela em que o agente, embora não produza 
integralmente seu efeito característico, resulta outros efeitos secundários ou 
inquietantes, tais como espirros, coceiras, corizas. Exigindo o uso da máscara 
contra gases. 
 Concentração Letal: É aquele em que o agente é capaz de produzir a morte em 
pessoas desprotegidas. 
 
e) Dosagem de vapor (Ct): A dosagem de vapor é a concentração do gás na atmosfera, 
multiplicada pelo tempo durante a qual a mesma persiste. É calculada, multiplicando-se 
a concentração do agente químico pelo tempo de exposição (D= C x t), sendo em 
mg/m3 x min. 
 
f) Dosagem letal média (Ct L 50): É aquela que produz 50% de mortes quando 
utilizadas em pessoas desprotegidas ou com idêntica condição de proteção. Quando a 
dosagem se refere a líquido, ela é indicada pela expressão "D L SO". 
Dosagem Média CN CS 
Ct L 50 14.000 mg x min / m3 25.000 a 60.000 mg x min / m3 
 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
5 | P á g i n a 
 
g) Dosagem letal de incapacitação (Ct I 50): É aquela considerada suficiente para 
incapacitar 50% do pessoal exposto. Em se tratando de agente líquido sobre a pele, é 
expressa como "D I 50". 
 
Dosagem Média CN CS 
Ct I 50 20 mg x min / m3 10 a 20 mg x min / m3 
 
h) Persistência: É a capacidade que um agente químico possui de permanecer, em 
concentração eficiente, no local em que foi lançado. A persistência varia de acordo 
com as propriedades físicas e químicas do agente, que por sua vez estão na 
dependência de fatores comuns, tais como temperatura, velocidade do vento, processo 
de dispersão, estabilidade do ar(gradiente de temperatura), topografia do terreno, 
vegetação, natureza do solo, bem como a quantidade de agente lançado. 
 Temperatura: A persistência do agente químico (AQ) é inversamente 
proporcional à temperatura, ou seja, quanto maior for a temperatura, mais 
rapidamenteo agente químico se dispersa. Quanto menor a temperatura, 
maior será a persistência; 
 Velocidade do vento: A persistência também é inversamente proporcional à 
velocidade do vento. Quanto maior a velocidade, mais rapidamente o agente 
químico se dissipará e, consequentemente menor será a persistência. A 
velocidade ideal é de 09 (nove) Km/h; 
 Processo de Dispersão: É a forma pela qual o agente químico é apresentado 
ao ambiente externo; 
 Estabilidade do Ar: A persistência do agente químico é diretamente 
proporcional à estabilidade do ar. Quanto maior a estabilidade do ar, maior 
será a persistência. A estabilidade do ar pode ser estudada sob três 
condições: lapse, inversão e neutralidade; 

 Lapse - Esta condição ocorre normalmente, nos dias de céu sem 
nuvens ou parcialmente nublados. Nesta condição, há fortes 
correntes de ar e os gases são rapidamente dissipados. 
 Inversão - Ocorre, normalmente, nas noites limpas e no 
amanhecer até cerca de uma hora após o nascer do Sol. Nesta 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
6 | P á g i n a 
 
condição há uma tendência dos gases a se conservarem à linha 
do solo. 
 Neutralidade - É uma condição intermediária entre lapse e 
inversão. Nesta condição há uma persistência muito boa dos 
gases, facilitando assim, a consecução do objetivo. É considerada 
a condição ideal para o uso de agente químico. Ocorre, 
normalmente, nas noites ou dias densamente nublados ou em 
períodos de transição entre uma condição meteorológica e outra. 
Isto acontece, via de regra, entre uma ou duas horas após o 
nascer do Sol. 
 
 Topografia do terreno: Obtém-se uma boa concentração de agentes químicos, 
independentemente de sua forma quando em encostas íngremes ou despenhadeiros. 
O terreno irregular retarda o movimento da nuvem de gás, enquanto o terreno plano 
possibilita um movimento constante e suave; 
 Vegetação: Os terrenos cobertos de vegetação são mais propícios ao emprego de 
agentes do que os terrenos limpos. Um gás disseminado em um bosque denso tende a 
permanecer por mais tempo do que em bosques abertos; 
 Natureza do Solo: A natureza do solo afetará a penetração das granadas químicas, a 
formação de crateras e, consequentemente, a extensão da contaminação do líquido. A 
presença de chuva ou neve afeta a natureza do solo. Em terreno mole, a munição 
química percutente tende a enterrar-se no solo antes de explodir. Parte da carga 
química permanece na cratera, parte será lançada para cima, transformando-se em 
nuvens de gás. Quando o terreno for muito duro a munição tipo arrebentamento 
explode sobre a superfície, não havendo perda apreciável da carga química para a 
formação da cratera; 
 Quantidade de agente: Quanto maior for a quantidade de agente químico empregado, 
maior será a sua persistência. 
 
i) Volatilidade (física): É a capacidade de determinado Agente Químico ser reduzido a 
gás. A volatilidade é o peso de vapor num volume unitário de ar, em condições de 
equilíbrio, a temperatura determinada. Quanto às propriedades físicas a volatilidade é 
uma das mais importantes, pois está diretamente ligada a persistência dos agentes 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
7 | P á g i n a 
 
químicos no emprego em operações policiais. A volatilidade aumenta na razão direta 
da temperatura e expressa em miligramas de vapor por metro cúbico (mg/m3). 
j) Hidrólise (Química): Em relação às propriedades químicas, a hidrólise é de grande 
importância para o operador de agentes químicos em operações policiais, tendo em 
vista que ela significa a reação de qualquer substância química com a água, tendo como 
produção uma ou mais substâncias novas. Servindo de alerta para o uso em situações 
onde há presença de chuvas, pois, os efeitos fisiológicos são potencializados em 
contato com a água. Uma hidrólise rápida é também fator importante na diminuição do 
efeito da persistência dos Agentes Químicos. 
CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES QUÍMCOS DE USO POLICIAL 
Os agentes químicos são classificados em diversas categorias, porém para fins didáticos 
deste manual utilizaremos apenas as categorias pertinentes ao emprego policial. 
a) Quanto classificação básica: A classificação chamada básica divide os agentes 
químicos em dois grupos: 
 
 Gases: Todos aqueles que são empregados contra pessoal e produzem efeitos 
tóxicos temporários. Ex: Granadas de emissão lacrimogênea 
 Fumígenos: Todos aqueles que por queima, hidrólise ou condensação produzem 
fumaça ou neblina. Ex: Granadas e munições de sinalização por fumaça colorida. 
 
b) Quanto ao estado físico dos agentes: Os agentes químicos podem ser SÓLIDOS, 
LÍQUIDOS E GASOSOS. É sabido que os corpos mudam de estados de acordo com a 
temperatura a que estiverem sujeitos. Para classificá-los pelo estado físico tomou-se 
como base a temperatura de 20ºC -(68ºF). O estado físico em que o corpo estiver a essa 
temperatura e sob pressão normal, corresponderá a sua classificação. É preciso não 
confundir a classificação física do agente com o estado em que o mesmo se apresenta 
em campanha. A Cloracetofenona (CN) e a Ortoclorobenzalmalononitrila (CS), são 
agentes do grupo dos sólidos e normalmente empregada no estado gasoso. 
c) Quanto ao emprego tático dos agentes: Os agentes químicos conforme o emprego 
tático são divididos em 02 grupos, a saber: 
 Inquietantes: São agentes de efeitos leves e temporários, porém desagradáveis, que 
diminuem a capacidade combativa do atacado, ou que o obriga, para evitar seus 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
8 | P á g i n a 
 
efeitos, ao uso da máscara conta gases, o que também diminui sua capacidade 
operacional; 
 Fumígenos: São agentes que produzem fumaça por queima, hidrólise ou 
condensação. Subdividem-se em 02 grupos: 
 Cobertura - Empregados, normalmente, para cobrir com fumaça movimentos de 
tropa policiais, pontos vitais e instalações importantes, interferindo com a 
observação e reduzindo a eficácia dos tiros do inimigo. No controle de 
multidões visa causar grande efeito psicológico nos manifestantes (ansiedade e 
medo), interromper a comunicação visual entre os manifestantes, bem como 
desorientação da turba. Sinalização - Representados pelas fumaças coloridas e 
empregados em operações de desembarque, resgate de feridos, identificação de 
locais de difícil acesso, travessia de cursos d'agua, e operações policiais 
aerotransportados. 
 
 Sinalização - Representados pelas fumaças coloridas e empregados em 
operações de desembarque, resgate de feridos, identificação de locais de difícil 
acesso, travessia de cursos d'agua, e operações policiais aerotransportados. 
 
d) Quanto a fisiologia: São justamente os efeitos que os agentes químicos causam no 
organismo: 
 Lacrimogêneos: Agentes que atacam os olhos, produzindo irritações, dor intensa e 
provocando lacrimejamento abundante. Seus efeitos são temporários, raramente 
passando de meia hora. Nos dias de calor e nas regiões em que a sudorese é mais 
acentuada, podem ocorrer, também, ardor, vermelhidão e prurido, igualmente 
temporários. Os agentes do grupo são o Ortoclorobenzilmalononitrila – CS, Oleoresina 
de Capsaicina - OC e a Cloracetofenona - CN, este ultimo, proibido seu emprego pelo 
Exército Brasileiro desde 1994, através de N.I; 
MÉTODO DE DISPERSÃO DOS AGENTES QUÍMICOS NA ATIVIDADE 
POLICIAL 
A ação eficaz dos agentes químicos varia, largamente, com o método de dispersão. Os 
agentes químicos não letais podem ser lançados e disseminados da seguinte forma: 
POR QUEIMA(COMBUSTÃO): Ocorre à ação de um dispositivo de acionamento do 
tipo queima (espoleta, misto de ignição) e o agente é liberado lentamente, para o exterior, 
na forma gasosa ou aerosol. É o modo de dispersão de algumas granadas e dos tubos 
fumígeno; 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
9 | P á g i n a 
 
POR ESPARGIMENTO: O agente é lançado na forma líquida ou sólida, 
micropulverizado. São Compostos de cristais de agente químicos com substânciassolventes que ao se volatilizarem, espargem o agente no ambiente; 
POR EXPLOSÃO: São Compostos de cristais sólidos com substâncias inerentes em pó 
que através de cargas explosivas são dispersados no ambiente; 
POR VOLATIZAÇÃO: São agentes químicos acondicionados em pequenos frascos de 
vidro que quando arremessados contra a superfície, volatizam, ao entrarem em contato com 
o ar. Utilizados em ambientes quando há produtos inflamáveis, não sendo possível o uso 
do método por queima ou explosão. Ex: Ampolas. 
AGENTES QUIMICOS UTILIZADOS NA ATIVIDADE POLICIAL. 
Dentre todos os grupos de agentes químicos testados e utilizados no passado, visando o 
controle de multidões e a preservação da Ordem Pública, nenhum obteve maior eficácia, 
do que os Agentes Químicos Inquietantes Lacrimogêneos e os Agentes Fumígenos, 
principalmente por possuírem efeitos menos tóxicos, reversíveis e não duradouros no 
organismo humano, quando utilizados adequadamente por profissionais de Segurança 
Pública. 
Entre os mais utilizados no mundo, destacaremos os já empregados e disponíveis na 
Corporação: 
a) Cloroacetofenona – Símbolo CN 
 
Foi descoberto em 1869, pelo químico alemão Carl Von Graebe, sem ter sido, entretanto, 
considerado realmente um gás de guerra até ao fim da 1ª Guerra Mundial, quando 
pesquisadores americanos obtiveram um processo de fabricação satisfatório. 
Sua utilização foi proibida nos EUA a partir do ano de 1960 e no Brasil a partir do ano de 
1994 pelo Exercito Brasileiro, onde estudos comprovaram que a utilização do agente 
lacrimogêneo "CN", mesmo em concentrações adequadas, possuíam elevados efeitos 
tóxicos além da lacrimação, acarretando vários acidentes, inclusive fatais. Estudos 
científicos provaram ainda que o agente CN era sensível a higroscopicidade (absorção da 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
10 | P á g i n a 
 
umidade do ar) e sujeita a mudança brusca de classificação tática e fisiológica, podendo se 
tornar um agente vesicante, agindo principalmente sobre a pele, produzindo queimaduras, 
com formação de bolhas e causando a necrose da pele 
Pesquisas demonstraram que a Cloracetofenona – CN, tem sido considerada uma 
“promotora” do desenvolvimento de tumores ou co-carcinogênica. Os tumores observados 
são papiloma s(tumor eptelial, “verrugas”) na pele. 
 Efeitos fisiológicos: Sensação de queimaduras nos olhos, acompanhada de 
lacrimejamento intenso, sufocação, dificuldade de respiração e constrição do 
peito, sensação de ardência na pele(principalmente as partes úmidas), irritação 
da pele, corrimento nasal. Em elevadas concentrações podem ocorrer ainda: 
vertigens, náuseas e vômitos. A duração aproximada dos efeitos é de 5 a 15 
minutos. 
 Medidas para Descontaminação: Manter-se calmo para reduzir a sudorese, 
sair do local contaminado, se possível retirar a roupa contaminada, lavar as 
partes do corpo afetadas (com água corrente em "abundância"), não esfregar os 
olhos, dirigir-se para o ar fresco permanecendo com o rosto voltado contra o 
vento, com os olhos abertos. Em casos de contaminação intestinal ou pulmonar, 
procurar atendimento médico especializado. 
b) Ortoclorobenzilmalononitrilo - Simbolo CS: 
 
Foi sintetizado pela 1ª vez em 1928, pelos cientistas Carson e Stoughton, cujas as iniciais 
dos últimos nomes são utilizados para identificar o composto. 
Trata-se de um sólido branco cristalino, com odor de pimenta. 
Em 1959, o exército americano passou a adotar o agente CS para treinamento de combate e 
para controle de crises, sendo instituído como seu agente padrão, sendo usado largamente 
com sucesso pelos EUA na Guerra do Vietnã. 
O agente CS foi considerado seguro e eficaz especialmente em treinamentos com baixas 
concentrações. É um agente mais potente e seguro do que o CN. 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
11 | P á g i n a 
 
O produto da hidrólise do CS não é totalmente conhecido, por isso alguns estudiosos 
preferem dizer que esse agente não hidrolisa com a água, sendo a mesma um fator de 
potencialização de seu efeito (aumenta a sensação de ardência), entretanto não se pode 
afirmar na íntegra que não há hidrólise desse agente com a água. 
O agente CS é pouco solúvel em água, mas apresenta solubilidade moderada em álcool e boa 
em solventes orgânicos, como acetona, clorofórmio. 
A nuvem do agente é branca no momento do lançamento e alguns segundos depois. Mesmo 
não sendo muito persistente, o CS pode aderir a superfícies rugosas como roupas de onde é 
eliminado lentamente. 
Assim como a CN, a CS possui efeitos tóxicos, pois se trata de um agente químico ou 
agressivo químico. Altas exposições a CS podem causar edema pulmonar. 
 Efeitos fisiológicos: Idêntico ao Cloroacetofenona - CN 
 Medidas para Descontaminação: Idêntico ao Cloroacetofenona – CN 
 
c) Oleoresina de Capsaicina - "Oleoresin Capsicum" - Simbolo OC 
 
Erradamente conhecido como "gás pimenta", a Oleoresina de Capsaicina, não é um gás na 
acepção da palavra e sim uma resina oleosa extraída de plantas do gênero "Capsicum", 
mais conhecida entre nós pelas suas apresentações e sinônimos tais como a pimenta 
vermelha, a pimenta tabasco, pimenta caiena, pimenta malagueta, etc. 
Foi usado pela primeira vez pelos correios dos EUA desde 1961 contra os ataques de cães. 
O "OC" veio a ser o agente mais utilizado na atualidade, devido a sua portabilidade, 
eficácia e facilidade de emprego, agindo principalmente nas vias superiores: membranas 
das mucosas (olhos, nariz, garganta e pulmão), causando uma reação imediata. 
O uso do agente pimenta para “controlar” multidões e conter criminosos começou a 
difundir-se nos Estados Unidos nos anos 80, depois que o FBI respaldou e recomendou o 
uso desse tipo de arma como uma alternativa eficiente, eficaz e não letal. Essa 
recomendação era baseada num estudo do agente Thomas Ward, Diretor da Divisão de 
Treinamento em Armas de Fogo da cidade de Quantico (Virginia). Depois da publicação 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
12 | P á g i n a 
 
desse estudo, em 1989, o uso do agente pimenta difundiu-se tanto, que ele é utilizado hoje 
por 90% das delegacias americanas e por polícias de diversos países. 
Possui hidrólise desconhecida, e é praticamente insolúvel em água, apresentando 
solubilidade em álcool, éter, benzeno e clorofórmio. 
 Efeitos fisiológicos: Fechamento involuntário dos olhos, cegueira temporária, forte 
lacrimejamento, fotofobia, fotosensibilidade, sensação de sufocação e queimação, 
tonteira, grande reação emocional, irritação, corrimento nasal, desorientação e em 
alguns casos aumenta a temperatura corporal. A duração aproximada dos efeitos é de 
20 a 30 minutos 
 Medidas para Descontaminação: Idêntico ao Cloroacetofenona - CN e 
Ortoclorobenzilmalononitrilo - CS. 
 
d) Hexacloretano - Símbolo "HC" 
 Cl Cl 
 │ │ 
 Cl ─ C ─ C ─ Cl 
 │ │ 
 Cl Cl 
 C2Cl6 
Hexacloretano 
 
 
No começo da 2ª Guerra Mundial, foi preparada uma mistura com outra composição, a que 
se deu o nome de Mistura HC, e na qual o tetracloreto de carbono era substituido pela 
Hexacloretana sólida - C2Cl6. Juntou-se também, cloreto de amônia como retardador e 
perclorato de amônia como oxidante. 
É uma mistura sólida, que em combustão, se transforma em pulverulento, de cor branca ou 
levemente acizentada e pouco densa, evaporando em contato com o ar. 
É usado na produção de alumínio, para remoção de bolhas e por forças policiais, como gás 
de efeito moral no controle multidões, já que é um eficaz produtor de fumaça. 
Usados para interferir com a observação e ou esconder a movimentação das forças 
policiais. 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
13 | P á g i n a 
 
Nasações de controle multitudinário e/ou operações de pronto restabelecimento da Ordem 
Pública, os fumígenos de cobertura são empregados com o único objetivo: causar grande 
efeito psicológico (ansiedade e medo), interromper a comunicação visual e causar 
desorientação nos oponentes, pois a mistura HC, quando queimada, produz intenso calor e 
fumaça. 
Possui odor acre e adocicado. Serve como artefato sinalizador, quando misturados com 
corante orgânico, visando alcançar fumaça colorida. 
 Efeitos fisiológicos: Em condições normais de uso: aberto, baixas concentrações é 
inócua, porém em ambientes fechados e em altas concentrações é tóxica, irritando o 
nariz e garganta, provocando tosses e irritação pulmonar. 
 Medidas para Descontaminação: Em casos de contaminação intestinal ou 
pulmonar, procurar atendimento médico especializado. 
AGENTES QUÍMICOS CONTRA ANIMAIS 
Em operações policiais que forem utilizados agentes químicos, deve-se atentar para os 
efeitos consequentes, principalmente em cães e cavalos. 
a) Efeitos fisiológicos 
Os efeitos dos agentes químicos inquietantes lacrimogêneos sobre animais são diferentes 
aos que ocorrem em indivíduos, sendo que, de modo geral os animais são mais resistentes 
a esses efeitos. A proteção será efetiva com máscaras contra gases. 
 Efeitos nos Cavalos: Não sofre a ação dos efeitos lacrimogêneos, 
cloroacetofenona(CN), ortoclorobenzilmalononitrilo(CS), oleoresina de 
capsaicina(OC) e hexacloretano(HC). Surtindo apenas os efeitos psicológicos 
desses agentes químicos, como por exemplo: “fumaça e explosão de granada”. 
 Efeitos em Cães: Sofre intensamente a ação dos efeitos da oleoresina de 
capsaicina(OC), agindo principalmente no aparelho respiratório, adentrando pelas 
vias aéreas e pulmões. 
 
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: 
a. Ressalta-se que o lançamento de diversos tipos de granadas com agentes químicos 
diferentes em altas concentrações, pode ocasionar a formação de "gases eventuais", devido 
as combinações químicas entre os produtos da queima, que podem ser altamente tóxicos e 
provocar a morte em alguns casos; 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
14 | P á g i n a 
 
b. O Exercito brasileiro possui entre suas legislações o Regulamento para a Fiscalização de 
Produtos Controlados (R - 105), instituído pelo Decreto nº 3.665, de 20 de Novembro de 
2000, que regula e controla desde a produção até a comercialização todos os produtos 
considerados perigosos e danosos aos seres humanos. Por esse regulamento, fica proibido o 
uso de qualquer tipo agente químico por pessoas civis, tais como: espargidores de "agente 
pimenta", granadas de "gás lacrimogêneo", etc. Sendo permitido somente o seu uso, por 
órgãos do governo federal, estadual e municipal, devidamente cadastrados e registrados 
nesse regulamento. Cabe ressaltar, que em alguns países a utilização de agente químico 
para autodefesa, por civis, é permitido. 
c. O uso indevido de agentes químicos implica em ilícitos penais, conforme os artigos 129, 
252 e 253 do Código Penal Brasileiro e artigo 270 do Código Penal Militar Brasileiro; 
d. A utilização de agentes químicos em crianças, mulheres grávidas e idosos, deve ocorrer 
somente em último recurso. 
e. É proibida a utilização de agentes químicos (gasosos), em altas concentrações, em 
locais confinados e não ventilados, devido ao risco de lesões graves e fator morte; 
f. Segundo a National Institute for Occupational Safety and Health - NIOSHI no 
Immediately Dangerous Life or Health - IDLH, a concentração necessária para um ser 
humano saudável suportar durante 30 minutos, sem que haja efeito irreversível para saúde, é a 
seguinte: CN - 100mg/m3. e CS - 2mg/m3. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ACONTECEU... 
GRANADA EXPLODE EM MÃO DE SUBTENENTE DA PM DURANTE 
TREINAMENTO 
O subtenente do Batalhão de Choque (BPChoque), da Polícia Militar (PM), Nilsé Moreira 
Sales, sofreu graves ferimentos após uma granada explodir em sua mão, durante 
treinamento na unidade. O militar dava instruções para uma equipe da Força Tática de 
Apoio (FTA), em Juazeiro do Norte, e, após o acidente, foi socorrido ao Instituto Dr. José 
Frota (IJF), em Fortaleza. 
O acidente ocorreu quando o militar manuseava explosivos durante uma instrução de 
manutenção. Em determinado momento da atividade, uma granada (não-letal) acabou 
detonando em sua mão, de acordo com a PM. 
O policial Nilsé Moreira tem 27 anos de serviço no BPChoque e é instrutor especialista em 
equipamento não letal. O subtenente está no IJF realizando exames médicos para 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
15 | P á g i n a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 02 – TEORIA SOBRE ARMAMENTO E MUNIÇÕES NÃO LETAIS. 
 
 
 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
16 | P á g i n a 
 
INTRODUÇÃO 
O presente capítulo tem como escopo apresentar as variedades de munições não letais mais 
utilizadas pelos agentes de segurança pública. Por este motivo, não abordaremos de forma 
apurada as particularidades das armas que são utilizadas para efetuarem os disparos das 
munições que serão o tema deste estudo. 
Como o principal objetivo deste manual é padronizar a forma de emprego das munições 
não letais, vamos adotar como modelo as munições da fabricante CONDOR, pelo fato das 
mesmas serem as que são utilizadas atualmente pela PMERJ. 
CONCEITO DE MUNIÇÕES NÃO LETAIS 
Consistem em artefatos projetados para realizarem incapacitações temporárias e não 
permanentes em pessoas ou objetos, seja em ações contra alvos isolados ou em locais com 
grande concentração de pessoas. 
Essas munições podem ser de: Impacto Controlado, quando sua ação é oriunda do impacto 
de projetis de baixa energia cinética (elastomero, espuma, projetis expansivos, bismuto, 
beans bags, etc); Químicas por ação direta de agentes sólidos (as munições de jato direto 
tanto de CS quanto OC); Químicas por ação de agentes fumígenos (munições fumígenas 
coloridas); Químicas por emissão de agentes lacrimogêneos (CS) e Explosivas (Possuem 
cargas explosivas projetadas através de uma munição, sejam elas somente detonantes ou 
com algum tipo de agente químico). 
As munições de impacto controlado mais comuns são as de calibre 12, 37/38 mm e 40 mm, 
podendo variar de acordo com o modelo, conforme veremos adiante. Podem constituir-se 
de projétil singular ou em vários fragmentos. 
A principal diferença das munições de impacto controlado (não-letais) para as munições 
letais, está no projétil, pois os projetis das munições de impacto controlado não são de 
metal (com exceção das munições de bismuto). 
OBJETIVO DAS MUNIÇÕES NÃO LETAIS 
 
O principal objetivo das munições não letais é a possibilidade do agente de segurança 
pública neutralizar qualquer tipo de ação individual ou coletiva sem proporcionar o efeito 
MORTE, tampouco causar danos permanentes, desde que sejam seguidas as normas de 
segurança e emprego tático deste tipo de tecnologia. 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
17 | P á g i n a 
 
TIPOS DE ARMAMENTOS NÃO LETAIS. 
Para melhor elucidar a compreensão dos diversos tipos de munições não letais, abordadas 
neste capítulo, elas serão apresentadas sistematicamente, seguindo uma ordem de acordo 
com a arma específica utilizada no disparo de cada modelo apresentado. 
 
1.1. ESPINGARDA DE CALIBRE 12 
É utilizada com grande sucesso para efetuar disparos de munições de impacto controlado, 
agentes químicos e explosivos. Não usar “choque cilíndrico” nestas armas para operarem 
essas munições. 
 
Figura 1. Espingarda de Calibre 12. 
1.1.1. BOCAL ADAPTADOR DE LANÇAMENTO CAL 12 E 37/38,1 MM- BC 
100- BC 100/A 
Este adaptador é acoplado à espingardas ou à lançadores, para lançar granadas que 
funcionem através de EOT, em locais onde o arremesso manual é comprometido por 
obstáculos (muros altos, longas distâncias, etc.). O lançamento é feito por um tipo de 
munição especial, a AM405 (para as espingardas) ou aAM 405/A (para os lançadores 
37/38,1 mm). 
 
Figura 2. Bocal adaptador de lançamento Cal 12 E 37/38 Mm- Bc 100- Bc 100/A. 
 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
18 | P á g i n a 
 
 
Figura 3. AM-600 
 
1.2. BASTÃO LANÇADOR CALIBRE 12 A.M 402 
Pouco utilizado operacionalmente, mais recomendado para utilizar munições de projeção, 
devido o mesmo não possuir as vantagens no tocante à precisão da espingarda, não é 
recomendado para ser utilizado com munições de impacto controlado. 
 
Figura 4. Bastão Lançador A.M 402 Cal 12. 
 
1.3. LANÇADOR DE MUNIÇÕES CAL 37/38,1 MM - AM 600 
Arma projetada para disparar munições do referido calibre, de alma lisa, fácil manuseio, 
podendo ser utilizadas tanto munições de impacto controlado, jato direto e de emissão 
(lacrimogêneas ou não). Basta puxar o aparelho de visada (alça de mira), que o armamento 
irá abrir a culatra, onde introduziremos a munição e fechando-a posteriormente. Os 
mesmos cuidados no tocante a manutenção inerentes às espingardas devem ser mantidos 
para os lançadores cal 37/38 e 38,1mm. Assim como as espingardas, este armamento não 
possui trava de percussor (o mesmo é flutuante), e sim trava de gatinho, portanto, deve-se 
ter cuidado quando a arma estiver carregada, porque diferentemente da cal 12 de ação 
“pump”, não há possibilidade do armamento ficar somente alimentado, ele sempre ficará 
carregado. Para as munições de emissão, as formas de empunhadura e engajamento 
variarão de acordo com a distância desejada pelo atirador, sendo que se o armamento for 
empunhado em uma elevação de 45º, o projetil alcançará maior distancia. Empunhado a 
uma elevação de 90º, alcançará a menor distância possível. 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
19 | P á g i n a 
 
No momento de realizar o disparo, a coronha do armamento deve ficar firmemente apoiada 
no ombro do atirador, e sua mão fraca segurará a empunhadura dianteira (vide figura), 
porém, o atirador pode adotar outra empunhadura de tiro, usando a mão fraca junto com a 
mão forte, assim como se faz com as armas curtas, mas mantendo a coronha presa ao 
ombro. Algo que não se pode esquecer, é que a natureza da munição a ser usada vai influenciar 
a forma do disparo. Assim, munições de impacto controlado serão usadas diretamente contra 
pessoas, já as munições químicas de emissão, aquelas que possuem corpo metálico, não podem 
ser usadas diretamente contra pessoas, devido ao risco de lesões permanente, assim como as 
munições de jato direto, que não devem ser usadas contra os olhos de indivíduos, devido ao 
risco de lesões oriundas do impacto do agente quimico em pó. 
 
Figura 5. Lançador de munições cal 37/38,1 mm - AM 600 
 
1.4. LANÇADOR DE MUNIÇÕES CAL 40x46mm - AM 640 
Este armamento possui as mesmas características dos lançadores modernos no calibre 
37/38,1mm, até mesmo nas formas de emprego. A única diferença é seu cano que possui 
raiamento, o que o faz alcançar distancias maiores e com mais precisão. Este calibre é o 
padrão utilizado pela OTAN, e no Brasil, esta substituindo aos poucos os lançadores em 
37/38,1mm, pois mesmo sendo estes em 40mm, podem ser usadas com munições 
37/38,1mm, porém com maior precisão. O que proporciona isto é o fato do mesmo ser 
projetado para que o culote dos dois tipos de munições seja compatível com o encaixe do 
cano na hora do carregamento. As formas de emprego operacional são as mesmas dos 
lançadores cal 37/38,1mm. 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
20 | P á g i n a 
 
 
Figura 6. Lançador de munições cal 40/46mm - AM 64 0 
 
 
1.5. ARMA DE AR COMPRIMIDO PARA MUNIÇÕES DE BISMUTO - FN 303 
Este armamento funciona através de ar comprimido, onde há necessidade de seu cilindro 
de ar estar carregado (há um carregador próprio para deixar o cilindro de ar cheio, também 
em forma de cilindro de gás). Ao introduzir o carregador (circular) em seu espaço, 
rapidamente o mesmo ficará encaixado, sendo feito assim o carregamento da arma. Após a 
abertura do ar, feita somente virando a tecla do cilindro de ar para “ON”, a arma já ficará 
com a trava de segurança pronta, e o armamento já ficará em modo de segurança. Para 
disparar, coloca-se a trava de segurança a frente, destravando o armamento e realizando os 
disparos. Após a utilização, é necessário fechar o cilindro de ar, porém deve se ter cuidado, 
pois mesmo com a passagem do ar fechada, a arma ainda possui autonomia para 
aproximadamente 3 (três) disparos. 
Para solucionar isso, o operador vai retirar o carregador, somente apertando a tecla do 
retém do mesmo, que esta entre o carregador e a empunhadura dianteira, e depois desta 
ação, irá disparar a arma a “seco”, até o momento que o ar interno se acabe, inutilizando 
temporariamente o armamento. 16 
 
O carregador possui a capacidade de 15 (quinze) munições. Para abastecer o mesmo, o 
armamento possui um objeto parecido com um “canudo”, na mesma espessura das 
munições, onde se introduz uma extremidade do mesmo no orifício de entrada do 
carregador, e assim, na outra extremidade do “canudo”, se colocam as munições, que 
terminam no interior do carregador. O operador deve girar a tampa do carregador (como 
nos telefones fixos antigos), para que os demais espaços vazios venham se conectar ao 
“canudo” que está transportando as munições. 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
21 | P á g i n a 
 
OBSERVAÇÃO: É de vital importância o cuidado e a manutenção dos armamentos que 
utilizamos para esses tipos de munições, pois elas deixam muitos resíduos acumulados nos 
canos (pólvora, resíduos de elastômero e agentes químicos), resíduos esses que danificam o 
armamento. Não é recomendado utilizar tipos diferentes de munições não letais com o 
mesmo armamento, pois resíduos, sejam eles químicos ou borracha, podem comprometer o 
funcionamento do disparo, devido ao acúmulo destes detritos no cano. Com isso, os 
projetis perdem energia e precisão (devido ao atrito com as impurezas), os agentes 
químicos não são todos dispersados (ficam agarrados no cano), e no caso das explosivas, o 
projetil detonante pode ficar contido no cano do armamento, (explodindo neste mesmo 
local), o que pode causar acidentes para o operador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MUNIÇÕES NÃO LETAIS DE CALIBRE 
12 
São os artefatos mais comuns na PMERJ, existindo munições de impacto controlado, 
químicas e explosivas, para diversos tipos de missões. 
 
1.6. MUNIÇÕES DE IMPACTO CONTROLADO 
São munições projetadas para incapacitar pessoas através do impacto de projetis de baixa 
energia cinética, sendo neste calibre, em sua quase totalidade feitas de elastômero 
(borracha). 
 
 5.1.1 MUNIÇÕES CILÍNDRICAS DE BALOTE ÚNICO- AM 403 
Cartucho com balote único cilíndrico de elastômero foi um dos primeiros modelos 
projetados, devido ao seu desenho, e a própria natureza das armas que o disparam, que são 
Figura 7. ARMA DE AR COMPRIMIDO 
PARA MUNIÇÕES DE BISMUTO - FN 303 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
22 | P á g i n a 
 
de alma lisa, não é possível ter com o mesmo uma precisão totalmente perfeita, já que 
devido ao seu peso e formato, sua trajetória pode ser comprometida de acordo com fatores 
físicos externos, como o vento. Mesmo assim ainda é um tipo de munição recomendada 
para ser utilizada contra uma pessoa e até mesmo objeto, somente requer uma atenção 
maior do atirador. 
 
 
ESPECIFICAÇÕES: 
Projétil de elastômero 
Cartucho plástico 
Faixa de utilização: 20 a 50m 
Comprimentos: 64 mm 
Peso: 22g 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.1.2 MUNIÇÕES COM (TRÊS) BALOTES CILINDRICOS-AM 403/C 
Cartucho com 3 (três) balotes cilíndricos de elastômero, que assim como nas munições de 
balote único cilindrico, são disparadas por armas de alma lisa, e como equivalem a 
aproximadamente 1/3 do peso de um balote único, sua precisão fica mais vulnerável a 
fatores externos, sendo mais indicada para a utilização contra grupode pessoas, porque 
tem a capacidade de acertar mais de um alvo. Por outro lado, o atirador deve avaliar com 
cautela seu disparo, para que não acabe atingindo pessoas que não estejam envolvidas 
neste tipo de ocorrência. 
 
 
 Figura 9.AM403/C 
 
 
 
Figura 8. AM-403 
 
 
 
 
ESPECIFICAÇÕES: 
Projétil de elastômero 
Cartucho plástico 
Faixa de utilização: 20 a 50m 
Comprimento: 64mm 
Peso: 22g 
 
 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
23 | P á g i n a 
 
5.1.3 MUNIÇÃO COM 3 (TRES) ESFERAS-AM 403/A 
Cartucho com 3 (três) esferas de elastômero, útil para ser utilizado contra grupo de 
pessoas, devido à capacidade de atingir mais de um alvo. Devido ao seu formato de esfera, 
não possui arestas nem superfícies retas, o que evita a incidência de um maior número de 
lesões. 
. 
 
 Figura 10. AM-403/A 
5.1.4 MUNIÇÃO DE IMPACTO MÚLTIPLO-AM 403/M 
Cartucho com múltiplas esferas de elastômero, em sua maioria 12 (doze) esferas menores e 
mais leves que os demais tipos, muito útil também para ser utilizada contra grandes 
concentrações de pessoas e alvos múltiplos, reservando o cuidado ao ser utilizado para não 
atingir pessoas que não estejam no objetivo do atirador. Assim como as demais munições 
já mencionadas, pode ter sua trajetória influenciada por fatores físicos externos. 
 
 Figura 61.AM-403/M 
 
5.1.5 MUNIÇÕES DE CORPO RAIADO OU DE PRECISÃO- AM 403/P 
Esses cartuchos geralmente são confeccionados com material macio, interior vazio, com raias e 
canais em sua extremidade, o que proporciona uma resistência maior do projetil às ações de 
 
 
 
ESPECIFICAÇÕES : 
Projétil de elastômero 
Cartucho plástico 
Faixa de utilização: 20 a 50m 
Comprimento: 67mm 
 Peso: 23g 
ESPECIFICAÇÕES: 
Projétil de elastômero 
Cartucho plástico Faixa de utilização: 20 a 
50m 
Comprimento: 61mm 
Peso: 19g 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
24 | P á g i n a 
 
fatores físicos externos, proporcionando com isso uma maior precisão e menor probabilidade 
de causar danos permanentes. 
 
 Figura 72. AM-403/P 
 
5.1.6. MUNIÇÕES DE CORPO RAIADO/PRECISÃO DE CURTA DISTÂNCIA - 
AM 403/P SR (SHORT RANGE) 
Possui a mesma forma que a 403/P, porém, seu material é mais macio e possui uma 
quantidade inferior de propelente (pólvora), o que permite a utilização a distâncias maiores 
que 5(cinco) metros. 
 
 
 Figura 13. AM-403/P SR 
 
MUNIÇÕES QUÍMICAS 
São projetis que tem como função principal incapacitar pessoas ou grupos de pessoas 
através da ação de agentes químicos. 
 
6.1. MUNIÇÃO QUÍMICA DE JATO DIRETO CS - GL 103 
Este modelo de munição possui o agente químico CS em forma de pó no interior do 
cartucho, sendo lançado diretamente contra o objetivo quando disparado. Devem ser 
ESPECIFICAÇÕES: 
Projétil de elastômero macio 
Cartucho plástico 
Faixa de utilização: 15 a 20m 
Comprimento: 64mm 
Peso: 19g 
ESPECIFICAÇÕES: 
Projétil de elastômero macio 
Cartucho plástico 
Faixa de utilização: 10 a 15m 
Comprimento: 64mm 
Peso: 19g 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
25 | P á g i n a 
 
tomadas todas as precauções necessárias com este artefato, no tocante à descontaminação, 
pois o agente químico entrará em contato direto com o indivíduo. Outro cuidado a ser 
tomado é a questão da manutenção do armamento que foi usado (espingarda ou bastão 
lançador), pois o mesmo ficará com fragmentos do agente químico usado, o que pode 
causar contaminação ao agente que o manuseia, além de danos ao armamento se a mesma 
manutenção não for eficiente. 
 
6.2. MUNIÇÃO QUÍMICA DE JATO DIRETO OC- GL 104 
Possui a mesma mecânica, conceito e operacionalidade que as munições de jato direto de 
CS, porém, deve ser tomada a precaução quanto à utilização desse agente químico próximo 
a caninos, devido a elevada sensibilidade dos mesmos aos agentes oriundos da capsaicina. 
 
 
 Figura14. OC - GL-104 / CS – GL-103 
 
 MUNIÇÕES EXPLOSIVAS 
São munições onde suas principais ações são oriundas da explosão de seus projetis, 
podendo essas explosões além de efeito moral, liberarem alguma quantidade de um 
determinado agente químico. 
 
1.7. MUNIÇÃO EXPLOSIVA DE CARGA INOCUA- GL 102 
Este tipo de munição funciona através de carga explosiva, que tem sua coluna de retardo 
iniciada pelo disparo, vindo a consumar a detonação quando a queima da coluna de retardo 
chega até a ogiva explosiva, liberando uma pequena carga de talco inerte, sem 
propriedades lacrimogêneas. 
 
1.8. MUNIÇÃO EXPLOSIVA DE CARGA LACRIMOGENEA- GL 101 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
26 | P á g i n a 
 
Com mesmo funcionamento, restrições e peculiaridades das munições explosivas de carga 
inócua, porém, ao invés do talco inerte, o que será liberado pela munição depois da 
explosão, será um tipo de agente químico com propriedades lacrimogêneas, o CS. 
 
Figura 15. GL-101/ GL-102 
 
MUNIÇÕES NÃO LETAIS DE CALIBRE 37/38 e 38.1mm 
Os tipos de munição deste calibre, assim como no calibre 12 são diversos, possuindo tanto 
munições de impacto controlado, químicas com agente químico sólido, fumígenas e de 
emissão lacrimogênea. 
 
1.9. MUNIÇÕES DE IMPACTO CONTROLADO 
Assim como no calibre 12, as munições de impacto controlado para o calibre 37/38 e 
38.1mm são projeteis que funcionam por ação física, de baixa energia cinética, podendo 
ser fabricados a partir de elastômero (borracha), ou com outros materiais macios (projeteis 
expansíveis). 
 
1.9.1. MUNIÇÃO DE TRÊS ESFERAS - AM 404 
Cartucho com 3 (três) esferas de elastômero, são mais indicadas para serem utilizadas 
contra grupos de pessoas, porém sempre observando se há terceiros que não estão 
envolvidos nas proximidades dos alvos. 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
27 | P á g i n a 
 
 
 Figura 16. AM-404 
 
8.1.2 -MUNIÇÕES DE 12(DOZE) ESFERAS- AM 404/12E 
Cartucho com 12 (doze) esferas de elastômero, possui a vantagem de atingir múltiplos alvos, 
de forma mais abrangente que as de 3(três) esferas, devido a este fato, porém, pode se tornar 
também um instrumento mais perigoso que a AM 404, devido à maior área de acerto das 
esferas. 
 
 Figura 17.AM 404/12E 
8.1.3 - MUNIÇÃO EXPANSÍVEL DE IMPACTO CONTROLADO- AM 470(SOFTH 
PUNCH) 
Cartucho com um projétil de impacto expansível, feito em talco, envolvido por um material 
parecido com uma “bexiga de festa” onde a carga fica comprimida no interior do cartucho, 
aumentando suas dimensões quando disparada. 
 
 
ESPECIFICAÇÕES: 
Projétil de elastômero 
Cartucho de alumínio 
Faixa de utilização: 20 a 50m 
Comprimento: 124mm 
Peso: 157g 
 
 
 
ESPECIFICAÇÕES 
Projétil de elastômero 
Cartucho de alumínio 
Faixa de utilização: 20 a 50m 
Comprimento: 115mm 
Peso: 151g 
 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
28 | P á g i n a 
 
 
 Figura 88. AM 470(SOFTH PUNCH) 
MUNIÇÕES QUÍMICAS 
Possuem a intenção de dissuadir pessoas. 
 
9.1- MUNIÇÕES QUÍMICAS DE LANÇAMENTO DE MÉDIO ALCANCE 
São munições projetadas para serem lançadas a distâncias entre 80/90 metros, não devendo 
ser usadas diretamente contra pessoas, já que são feitas de metal (alumínio), o que pode 
causar lesões permanentes ou até mesmo o efeito Morte. Podem ser de sinalização, onde se 
produz fumaça colorida ou de emissão de agentes lacrimogêneos, como o CS. São essas as 
munições mencionadas: GL201, GL 203, GL203L e GL 204. 
 
Figura 9. GL201, GL 203, GL203L e GL 204. 
 
 
9.2. MUNIÇÕES QUÍMICAS DE LANÇAMENTO DE LONGO ALCANCE 
 
Assim como as de médio alcance, estas possuem praticamente o mesmo emprego 
operacional e as mesmas variações quanto sua natureza, sendo como diferença primordial, 
o fato das munições de longo alcance serem projetadas para distancias entre 100(cem) a 
120(centoe vinte) metros, podendo alcançar até 150m 
 
 
ESPECIFICAÇÕES: 
Projetil expansível 
Cartucho de alumínio 
Faixa de utilização: 5 a 30m 
Comprimento: 100mm 
Peso: 78g 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
29 | P á g i n a 
 
9.3. MUNIÇÃO QUIMICA DE JATO DIRETO- GL 103/A (CS) 
Para este calibre, também há munições químicas de jato direto, com agente CS, onde a 
forma de emprego será da mesma forma que as munições jato direto feitas para o calibre 
 
9.4. MUNIÇÃO QUÍMICA DE JATO DIRETO OC- GL 104/A 
Com o mesmo emprego que as munições mencionadas acima, porém com agente químico 
capsaicina. 
 MUNIÇÕES NÃO LETAIS DE CALIBRE 40x46mm 
As munições neste calibre são relativamente novas na PMERJ, possuindo diversos 
modelos para funções e missões específicas, visto que encontraremos projeteis de impacto 
controlado com materiais diferentes do elastômero, como as munições de espuma, onde 
ainda há a vantagem de identificar pessoas devido aos modelos com gel marcador, projetis 
de emissão lacrimogênea, projetis explosivos tanto por coluna de retardo como por 
impacto, e até mesmo munições que funcionam como sinalizadores. 
 
10.1. MUNIÇÕES DE IMPACTO CONTROLADO/ ESPUMA 
As munições de impacto controlado para este calibre que estão em uso na PMERJ possuem 
uma peculiaridade: a matéria prima dos projetis não é o elastômero, e sim espuma, o que 
faz delas equipamentos com a capacidade de evitarem lesões mais graves, como 
perfurações, penetrações, pois a espuma é bem mais macia que a borracha. Alguns projetis 
desta categoria podem vir com algum agente químico em forma sólida (atualmente só o 
CS), liberado no momento do impacto. 
 
10.1.1. PROJETIL DE ESPUMA-NT 901 
Projetil com ponta de espuma, projetado especialmente para ser usado como munição de 
impacto controlado, com a vantagem de ser um projetil com ponta macia, o que impede 
perfurações. 
 
 
 
ESPECIFICAÇÕES 
Projetil de espuma 
Comprimento: 101mm 
Peso: 91g 
Peso do projetil: 26g 
Velocidade do projetil: 100m/s 
Faixa de utilização: 20 a 50m 
Figura 10 Projetil de Espuma NT-901 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
30 | P á g i n a 
 
 
Figura 11. NT-901 
 
10.1.2 - PROJETIL DE ESPUMA LACRIMOGÊNEO – NT 901/CS 
Este projetil possui as mesmas características que o mencionado acima, porém com a 
peculiaridade de possuir agente químico CS em forma sólida. 
 
Figura 12. Espuma Lacrimogêneo – NT 901/CS 
 
10.1.3. PROJETIL DE ESPUMA COM GEL MARCADOR-NT 901/M 
Este artefato possui a capacidade de marcar com gel os alvos que forem atingidos, 
facilitando assim a identificação de meliantes que venham a empreender em fuga. 
 
Figura 13. PROJETIL DE ESPUMA COM GEL MARCADOR-NT 901/M 
 
1- Ponta em espuma 
2- Projetil plástico estabilizador 
3 - Corpo em alumínio 
4 - Carga de projeção 
5 - Espoleta de percussão 
 
 
ESPECIFICAÇÕES 
Projetil: Espuma com CS 
Comprimento: 97mm 
Peso: 91g 
Peso do projetil: 28g 
Velocidade: 100m/s 
Faixa de utilização: 20 a 50m 
ESPECIFICAÇÕES 
Projetil: Espuma com gel 
marcador 
Comprimento: 94mm 
Peso: 93g 
Peso do projetil: 28g 
Velocidade: 100m/s 
Faixa de utilização: 20 a 50m 
 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
31 | P á g i n a 
 
 
 
 
10.1.4 PROJETIL DE ESPUMA PARA TREINAMENTO- NT 900 
Projetil usado para treinamento, sem acréscimo de qualquer tipo de agente químico ou gel. 
 
Figura 14.PROJETIL DE ESPUMA PARA TREINAMENTO- NT 900 
 
10.2. MUNIÇÕES EXPLOSIVAS 
As munições explosivas para calibre 40x46mm podem ser detonadas através de coluna de 
retardo ou através de impacto, o que será descrito a seguir. Podem emitir também junto 
com a explosão agentes químicos em forma sólida. 
 
10.2.1 - MUNIÇÃO EXPLOSIVA DE LUZ E SOM POR RETARDO- NT 907 
Este artefato após ser lançado, inicia-se a queima da coluna de retardo, que durará 
aproximadamente 2,5 segundos, explodindo em seguida. 
 
10.2.2- MUNIÇÃO EXPLOSIVA DE LUZ E SOM POR IMPACTO- NT 907 I 
Artefato explosivo, que após o lançamento, devido à velocidade alcançada pelo projetil, 
“abre” o dispositivo de detonação existente nesta munição, fazendo com que a mesma 
detone ao colidir com uma superfície rígida. 
 
10.2.3-MUNIÇÃO EXPLOSIVA DE LUZ E SOM POR RETARDO 
LACRIMOGÊNEA-NT 907 CS 
Munição de funcionamento idêntico à NT 907, porém com agente químico CS. 
 
10.2.4. MUNIÇÃO EXPLOSIVA DE LUZ E SOM POR IMPACTO 
LACRIMOGENEA-NT 907I/CS 
Funciona como a explosiva por impacto, porém com CS em forma sólida de adicional. 
 
ESPECIFICAÇÕES 
Projetil: Espuma com carga inerte 
Comprimento: 94mm 
Peso: 93g 
Peso do projetil: 28g 
Velocidade: 100m/s 
Faixa de utilização: 20 a 50m 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
32 | P á g i n a 
 
 
10.3. MUNIÇÕES DE EMISSÃO LACRIMOGÊNEA 
São munições que detém a função de emitir agente químico CS em forma de gás através da 
queima do referido agente químico. 
 
10.3.1-MUNIÇÃO DE EMISSÃO LACRIMOGÊNEA- NT 902 
Este tipo de munição tem a função de emitir agente químico CS quando lançada. 
 
Figura 15. MUNIÇÃO DE EMISSÃO LACRIMOGÊNEA- NT 902 
 
10.4. MUNIÇÕES ILUMINATIVAS 
São munições que funcionam como artefatos pirotécnicos, sem função direta contra 
pessoas, sendo projetados para a realização de missões de resgate, reconhecimento e até 
mesmo solenidades, entre outras. 
 
10.4.1. MUNIÇÃO ILUMINATIVA COM PARAQUEDAS- NT 906 
Artefato utilizado como sinalizador, onde após ser disparado, depois de iniciar a coluna de 
retardo, um pequeno paraquedas se abre a partir da munição, amortecendo a sua queda, 
enquanto o projetil emite luz através da queima de material pirotécnico. 
 
Figura 16,Munição Iluminativa com Paraquedas - NT906 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
33 | P á g i n a 
 
 MUNIÇÕES NÃO LETAIS DE CALIBRE 17.5 mm – FN 303 
São munições projetadas para serem usadas pelo fuzil de ar comprimido FN 303, em sua 
totalidade (PMERJ), são projetadas para impacto controlado, embora haja projetis que 
liberam agente químico capsaicina quando fragmentados e outras gel marcador. 
1.10. MUNIÇÕES DE BISMUTO 
O bismuto é um metal frágil. Entre os metais pesados é o único que praticamente não é 
tóxico. 
 
Figura 17. Cristal de Bismuto 
 
Figura 18.Pepitas de Bismuto 
As munições não-letais de bismuto, segundo a FN (Fabrique Nationale Herstal), origem de 
todas as munições de Bismuto utilizadas na PMERJ, “proporcionam maior precisão do que 
um padrão de paintball”. A metade dianteira da esfera é de bismuto granulado projetado 
para fragmentar com o impacto em superfícies macias, evitando, assim, penetração ou 
outra lesão grave-permanente à pele humana. Cabe ressaltar que a distância mínima de 
segurança dessas munições é de 1 m, ou seja, é uma excelente alternativa tática para o 
emprego policial, visto que a grande maioria das munições de impacto controlado possui 
distâncias de segurança bem superiores. 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
34 | P á g i n a 
 
A metade traseira desses projetis utiliza uma barbatana estabilizadora em corpo de 
poliestireno, o que garante precisão de aproximadamente 50m. Elas são de calibre 0.68” 
(17.5mm), pesam 8,5g. 
O objetivo principal dessas munições é o impacto controlado. Porém, elas são qualificadas 
de acordo com os efeitos secundários, ou seja, com a fragmentação do bismuto é liberado o 
agente químico que se encontra no interior da munição, e este pode ser identificador, 
inócuo, inquietante e/ou incapacitante e podem ser identificados por códigos de cores 
líquidas. 
 
12.2. MUNIÇÕES DE IMPACTO/TREINAMENTO (Branca) 
Esta munição funciona como artefato de impacto controlado, e também foi projetada para 
treinamento devido ao fato de não possuir nenhum outro composto químico. 
 
Figura 19.Treinamento / Impacto (branca) 
12.3. MUNIÇÕES DE IMPACTO IDENTIFICADORA PERMANENTE(Amarela) 
Este projetil possui a capacidade de marcar a pessoa que é atingida, com uma tinta de 
coloração amarela. Esta tinta não é dissolvidapor água, ficando impregnada por tempo 
indeterminado. 
 
Figura 20.Identificadora permanente (amarela) 
 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
35 | P á g i n a 
 
 
12.4. MUNIÇÕES DE IMPACTO IDENTIFICADORA/LAVÁVEL (ROSA) 
Este projétil de impacto possui uma tinta de coloração rosa, para identificar pessoas que 
venham a ser atingidas, porém, esta tinta é lavável, não sendo permanente como a amarela. 
 
Figura 21. Identificadora lavável (rosa) 
 
12.5. MUNIÇÕES DE IMPACTO COM AGENTE PIMENTA (Laranja) 
Munição de impacto controlado com agente pimenta (capsaicina) em forma líquida, 
liberada após o impacto e fragmentação do projétil. 
 
Figura 22. Agente pimenta (Laranja) 
 
EMPREGO DAS MUNIÇÕES NÃO LETAIS 
Enumeraremos aqui como são empregadas os diversos tipos de munições Não Letais. 
1.11. EMPREGO DAS MUNIÇÕES DE CALIBRE 12 
Começaremos com o calibre 12, um dos mais utilizados por forças de segurança pública, 
onde falaremos de munições de impacto controlado, jato direto e explosivas. 
 
 
 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
36 | P á g i n a 
 
1.11.1. MUNIÇÕES DE IMPACTO CONTROLADO 
As munições de impacto controlado de calibre 12 em sua maioria são projetadas para 
serem utilizadas nas pernas dos oponentes a 20(vinte) metros, com exceção da AM 403/P 
SR, que pode ser usada a uma distância mínima de 5(cinco) metros. 
1.11.2. MUNIÇÕES JATO DIRETO 
As munições deste tipo para este calibre não são projetadas para serem usadas diretamente 
nos olhos, pois podem causar sérias lesões. O atirador deve elevar a arma, apontando a 
mesma a uma altura que faça seu cano ficar acima da cabeça do oponente, a uma distância 
mínima de 3 (três) metros e realizar o disparo, pois o agente químico, que se encontra na 
forma sólida, irá “cair” na direção do alvo, realizando sua ação. Um fator de vital 
importância para este tipo de munição é a observação da direção e velocidade do vento, 
pois o mesmo se estiver na direção contrária ao atirador, o agente químico pode vir a 
atingir o agente de segurança pública. Outra questão que deve ser elencada é quando há o 
emprego de tropa com caninos, pois o agente químico capsaicina é extremamente irritante 
e prejudicial para o cão, o que nos leva a evitar empregá-lo nestes casos. 
 
1.11.3. MUNIÇÕES EXPLOSIVAS 
Os artefatos deste calibre que agem por explosão não são projetados para serem usados 
diretamente contra pessoas, primeiro porque a ponta do projetil é feita de material rígido, o que 
pode causar graves lesões. Outro fator é a existência de explosão na ação final, podendo o 
projetil fixar no corpo da pessoa atingida, levando-a a óbito pela explosão. A explosão ocorre 
entre 6(seis) a 8(oito) segundos após o disparo. No caso da GL 101, como há a liberação de 
CS, observar a direção e velocidade do vento. 
 
1.12. EMPREGO DAS MUNIÇÕES DE CALIBRE 37/38 e 38,1 mm 
Abaixo, serão mencionadas as formas de emprego para os artefatos deste referido calibre. 
1.12.1. MUNIÇÕES DE IMPACTO CONTROLADO 
Assim como no calibre 12, as munições de impacto controlado 37/38 e 38,1mm devem ser 
usadas nas pernas dos agressores. Quanto à distância, com a exceção das munições 
expansíveis, no caso mencionado a SOFTH PUNCH(AM 470), que podem ser usadas a 
partir de 5(cinco)metros, todas as outras usadas pela PMERJ devem ser usadas a no 
mínimo 20(vinte) metros dos oponentes. 
1.12.2. MUNIÇÕES JATO DIRETO 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
37 | P á g i n a 
 
As munições jato direto para este calibre possuem as mesmas formas de emprego e 
utilização das de jato direto para o calibre 12. 
 
1.12.3. MUNIÇÕES FUMÍGENAS/EMISSÃO LACRIMOGÊNEA MÉDIO 
ALCANCE 
As munições de médio alcance não devem ser usadas contra pessoas, por possuírem corpo 
de metal. Por este mesmo motivo, deve ser evitado o lançamento deste tipo de artefato em 
locais com objetos secos de fácil combustão, como palha, madeira, capim, papel, etc. As 
munições de emissão lacrimogêneas e as fumígenas de projetil único(GL 201 e GL204) 
não devem ser lançadas de forma retilínea (quando se aponta o lançador de forma direta na 
direção do alvo) contra superfícies muito rígidas, como paredes, pilastras, árvores, etc, 
porque devido ao impacto, seu mecanismo interno de acionamento da queima dos 
compostos químicos(fumaça e o CS) pode se danificar, inutilizando o artefato. Outro fator 
importante é não usar estes artefatos em ambientes fechados, e evitar ao máximo os de 
pouca ventilação. Outro fator proibitivo para não lançar estes artefatos de forma retilínea é 
o fato da grande possibilidade dos mesmos irem à direção do tórax, abdômen e até mesmo 
cabeça dos oponentes. 
1.12.4. MUNIÇÕES FUMÍGENAS/EMISSÃO LACRIMOGÊNEA LONGO 
ALCANCE 
Estes artefatos devem ser observados de forma diferente aos anteriores somente no tocante 
às distâncias preteridas a serem alcançadas, pois nos demais quesitos, devem ser 
empregados da mesma forma que as de médio alcance. 
 
1.13. EMPREGO DAS MUNIÇÕES DE CALIBRE 40x46mm 
Abaixo serão discriminadas as formas de emprego para os tipos de munições para calibre. 
12.3.1-MUNIÇÕES DE IMPACTO CONTROLADO 
A forma de emprego deste grupo de munições é a mesma que as de 37/38 e 38,1mm, 
sempre visando as pernas do oponente, a uma distância mínima de 20(vinte) metros do 
mesmo. 
12.3.2-MUNIÇÕES FUMÍGENAS/EMISSÃO LACRIMOGÊNEA 
Empregadas assim como as munições similares no calibre 37/38 e 38,1 mm. 
 
12.3.3-MUNIÇÕES EXPLOSIVAS 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
38 | P á g i n a 
 
Esse tipo de munição, assim como as de calibre 12 não devem ser usadas diretamente 
contra pessoas. Se for uma munição explosiva por retardo (NT 907), o atirador realizará o 
disparo em locais próximos aos oponentes, evitando locais com substâncias combustíveis e 
inflamáveis. Caso esteja operando uma explosiva por impacto (NT 907 I), 
obrigatoriamente o disparo deve ser direcionado para uma superfície rígida em forma 
retilínea, pois somente assim irá ocorrer a detonação. 
 
12.3.4-MUNIÇÕES ILUMINATIVAS/SINALIZADORAS 
Este artefato não é projetado para ser usado diretamente contra pessoas. Esses modelos 
aqui mencionados devem ser disparados com o armamento apontado para cima, formando 
um ângulo de 90 com o atirador, onde deve ser observada a direção e velocidade do vento, 
pois após o inicio da queima do composto pirotécnico e da abertura do “paraquedas”, até o 
momento da queda deste ao solo, sua trajetória pode ser mudada devido a estes fatores 
físicos. 
 
12.4 - MUNIÇÕES DE BISMUTO 
O emprego das referidas munições será tratado somente neste tópico, pois se comportam 
de forma muito parecida (as existentes na PMERJ). Embora há munições com gel 
marcador e até mesmo com agente Pimenta, as munições deste tipo funcionam como 
artefatos de impacto controlado, onde as pernas serão o alvo para os atiradores. Porém, 
devido a sua natureza já mencionada, a distância mínima para serem usadas é de apenas 
1(um) metro, o que possibilita o agente de segurança a capacidade de atuar em diversas 
situações específicas não antes conseguidas com as demais munições de impacto 
controlado. 
APLICAÇÕES TÁTICAS DAS MUNIÇÕES NÃO LETAIS 
Serão mencionadas diversas formas táticas de utilização para munições não letais, em 
todos os calibres mencionados até agora. É importante ressaltar que aplicação tática é algo 
mais complexo que o emprego, porque emprego trata somente da forma de manusear os 
armamentos e munições, enquanto aplicações táticas são práticas, ações mais complexas, 
que será necessário treinamento e instrução especializada para a realização das mesmas. 
Somente o Batalhão de Polícia de Choque é competente para a capacitação técnica na operação 
destes artefatos, em seus cursos, como o COPC (Curso de Operações de Polícia de Choque), 
CCDC (Curso de Controle de Distúrbios Civis), ou em seus estágios realizados e devidamente 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
39 | P á g i n a 
 
certificados. A realizaçãode práticas previstas nas APLICAÇÕES TÁTICAS DAS 
MUNIÇÕES NÃO LETAIS sem o devido conhecimento pode acarretar acidentes muito 
graves. 
 
1.14. MUNIÇÕES DE CALIBRE 12 
Podemos enumerar diversas formas de emprego tático/operacional para as munições não 
letais cal 12, o que virá descrito nos parágrafos a frente. 
 
1.14.1. MUNIÇÕES DE ELASTOMERO 
Quando usadas contra pessoas, independente da distância mínima determinada pelo 
fabricante, onde essa pode variar sempre usar como alvo as pernas, fazendo a visada com a 
arma inclinada para baixo, se o atirador estiver em pé, ou com o armamento perpendicular 
ao atirador (formando um ângulo reto) caso o mesmo estiver na posição de tiro de joelhos; 
se o alvo se encontrar em um plano superior ao do atirador, basicamente se faz a visada em 
suas pernas, inclinando o armamento para cima. 
É importante relembrar que as munições de elastômero são para serem usadas 
preferencialmente por espingardas, pois este armamento possui facilidades maiores para 
alcançar a precisão nos disparos do que o bastão cal 12(AM 402), além de maior segurança 
para manuseio e prevenção de acidentes. 
A norma e a doutrina para o uso destes armamentos são similares às armas letais, como no 
tocante ao controle de cano, dedo fora do gatilho e empunhadura. 
Cabe afirmar ainda que se forem operadas em conjunto com tropas de escudeiros, sendo 
elas de qualquer natureza (controle de multidões, intervenções táticas), o atirador deve 
fazer o enquadramento do alvo sem expor o escudeiro de forma alguma na linha de tiro, 
sempre realizando tal ação pelas extremidades (laterais ou superior) dos escudos passando 
a arma até sua metade pelos mesmos, ficando com isso protegido pelo equipamento, 
atirador e escudeiro, evitando com isso acidentes. 
Muito importante é manter a espingarda sempre alimentada, e não carregada, realizando o 
carregamento somente no momento do disparo, pois em diversas vezes a ação de carregar 
já causa um forte efeito moral de dispersão, restabelecendo em algumas vezes o controle 
do evento sem realizar disparos. 
Relembre sempre a necessidade quanto ao emprego do armamento no contexto do USO 
DA FORÇA, e caso o use de forma direta contra pessoas ou grupos de pessoas, faça com 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
40 | P á g i n a 
 
que os que forem atingidos recebam atendimento médico, e posteriormente encaminhando 
os mesmos a uma Unidade de Policia Judiciária. 
Podem ser usadas essas munições para realizarem controle de multidões e dispersão de 
grupos de indivíduos, sem efetuarem o disparo direto contra pessoas, caso não seja 
possível devido a distância ou ao tipo de indivíduo ou multidão que estejam transgredindo 
a lei (idosos, portadores de necessidades especiais, crianças), neste caso, o operador 
direciona seu disparo para um local ermo, ou com angulação de 90º para o alto 
(observando se há pessoas ou alvos sensíveis em sua direção, como vidraças, automóveis, 
entre outros), ou contra superfícies rígidas, como o chão, paredes, telhados de concreto, 
sempre observando neste caso uma distância mínima de 10 (dez) metros da pessoa ou do 
grupo que está sendo o centro da crise. 
Operações Policiais Militares do tipo A REP, muitas das vezes se deparam com indivíduos 
de alta periculosidade que estão empreendendo fuga, muitas das vezes tentando romper o 
bloqueio Policial de forma agressiva. Neste caso, podemos realizar disparos contra o 
veículo, focando principalmente em sua lateral, ou nas rodas, evitando atirar contra os 
vidros, pois dependendo da distância, as munições podem ultrapassá-lo. 
É importante ressaltar que diferentemente das munições letais, o ricocheteamento das 
munições Não Letais não é suficiente para causar lesões permanentes (devido à baixa 
energia cinética do projetil), o que torna uma alternativa bastante viável para dispersar 
pessoas ou grupo de pessoas pelo som do disparo, não causando lesões por impacto 
tampouco utilizando agentes químicos. 
 
13.1.2. MUNIÇÕES QUÍMICAS JATO DIRETO 
As munições químicas de Jato direto provocam a neutralização e a dispersão através da 
ação dos agentes químicos, em forma solida (pó). Esse tipo de munição deve ser operada 
da seguinte forma: fazer a visada com a arma apontada para aproximadamente 1(um) 
metro acima da cabeça do indivíduo que será alvo do disparo, para que o agente químico 
caia pela força da gravidade, agindo causando inquietação e irritação das mucosas 
(principalmente a ocular e nasal). 
Não se deve disparar este tipo de munição diretamente contra os olhos, pois pode causar 
sérias lesões oculares, isto, claro, se a agressão direcionada ao Policial Militar for de 
natureza Letal (como por exemplo, alguém avançando contra o agente da lei portando uma 
faca). 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
41 | P á g i n a 
 
É de vital importância a observação da direção e força do vento, para assegurar que o 
agente químico não voltara para atingir ao operador e também não ultrapassar o objetivo e 
atingir pessoas que não estejam envolvidas no evento. 
Sempre privilegie a utilização das espingardas para este tipo de munição, porque embora o 
bastão possa ser utilizado para tal fim, ele não é preciso e seguro como uma espingarda. 
O bastão será utilizado da seguinte forma: coloque a munição no interior do cano, fazendo 
em seguida o rosqueamento da outra parte do mesmo (onde fica o percussor), carregando 
assim o armamento. Depois de carregada, com o cano apontado para um local seguro (de 
preferência para o alto ou para o chão), puxe o gatilho todo à retaguarda virando-o para a 
esquerda ate travar o armamento, pois realizando tal ação, o gatilho ficará preso. O disparo 
será realizado com a arma na angulação desejada, sempre com as duas mãos no 
armamento, onde com o polegar de uma das mãos irá apertar o gatilho, vira-lo para a 
direita, e solta-lo, ocorrendo neste momento o disparo. 
Em locais fechados, quando houver a necessidade de retirar indivíduos homiziados, ou 
pessoas em operações de reintegração de posse, as munições de Jato Direto podem ser 
usadas para contaminar o ambiente, e através das ações dos agentes químicos, farão os 
indivíduos saírem dos locais mencionados (edificações, barricadas), muitas das vezes sem 
a necessidade do Policial Militar adentrar no estabelecimento com os referidos 
meliantes/ocupantes abrigados no local. 
 
1.14.3. MUNIÇÕES EXPLOSIVAS 
As munições explosivas não devem ser usadas contra pessoas (a não ser em resposta a uma 
agressão letal), pois além de possuírem uma superfície de plástico rígido, há possibilidade 
do mesmo projetil adentrar em partes do corpo humano e explodir, causando morte. 
Podem ser usadas por bastões de lançamento cal 12, carregando e disparando o armamento 
da mesma forma que nas munições químicas, porém em duas formas de angulações: com a 
arma inclinada a 45º para cima, onde o projetil possuirá maior alcance, ou com a mesma 
levemente inclinada para baixo, onde o projetil irá seguir sua trajetória resvalando-se ao 
chão, alcançando uma distância menor ao final, sem o risco de causar lesões permanentes 
em pessoas. As mesmas formas de angulação para disparo são aplicadas nas espingardas 
cal 12. 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
42 | P á g i n a 
 
Ao serem utilizadas, o operador deve observar se o destino do disparo é um local com 
alguns complicadores, como por exemplo, vidraças, combustíveis, pedras pequenas e 
soltas, fatores de risco para utilizar qualquer tipo de carga explosiva. 
As munições explosivas não são uteis somente para ocorrências de controle de multidões, 
como também muito uteis contra meliantes armados e homiziados em áreas conflagradas, 
podendo ser úteis contra qualquer tipo de barricada, contenção, pois possui um 
considerável efeito moral de dispersão, além da inquietação causada pelos agentes 
químicos. 
1.15. APLICAÇÕES TÁTICAS PARA MUNIÇÕES DE CALIBRE 37/38 e 
38,1mm 
Agora nos parágrafosabaixo, serão enumeradas alguma aplicações táticas para os diversos 
tipos de munições no calibre 37/38 e 38,1mm. Relembrando que estas munições podem ser 
usadas também no lançador calibre 40x46 mm(AM 640). 
 
1.15.1. MUNIÇÕES DE IMPACTO CONTROLADO 
As munições de impacto controlado neste calibre possuem a mesma empregabilidade das 
munições cal 12, sempre quando disparando em pessoas, fazê-lo nas pernas. O operador 
quando realizar tais disparos, deve sempre inclicar o cano da arma para baixo, para assim o 
disparo ir na direção dos mesmos membros, ou então ficar na posição de tiro ajoelhado, 
sendo nunca realizar a visada na altura do torax, abdomen e cabeça do indivíduo. 
As demais aplicações em relação a munição de impacto controlado para cal 37/38,1mm, 
são as mesmas usadas no cal 12, assim como as de jato direto. 
 
1.15.2. MUNIÇÕES QUÍMICAS DE JATO DIRETO 
Possuem as mesmas aplicações das munições jato direto de calibre 12, porém com ação 
mais potencializada, porque devido ao tamanho da munição para o lançador AM 600 ser 
maior, haverá uma quantidade maior de agente químico. 
1.15.3. MUNIÇÕES FUMÍGENAS/EMISSÃO LACRIMOGÊNEAS DE MÉDIO 
ALCANCE. 
As munições fumígenas possuem uma larga utilização tática. As fumígenas coloridas, por 
exemplo, além de servirem para sinalização em qualquer tipo de terreno, e até mesmo em 
solenidades, podem ser usadas em operações de controle de multidões, em casos onde há a 
necessidade de realizar lançamento de agentes químicos, mas há grupos sensíveis como 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
43 | P á g i n a 
 
crianças, idosos etc., então este tipo de munição fumígena, poderá realizar a dispersão 
desses grupos, devido à intimidação causada pela fumaça, sem haver a necessidade da 
utilização de agentes lacrimogêneos. 
As munições de agentes lacrimogêneos são grandes armas nas operações de controle de 
multidões, assim como em ações em áreas conflagradas. O agente de segurança pública 
pode usá-las contra indivíduos barricados e armados, sem a necessidade de usarem em 
larga escala munições letais, o que aumentaria a possibilidade de ações letais. 
É necessário observar o terreno e o contexto situacional no momento de utilizar tais 
artefatos, como por exemplo, nas lacrimogêneas, quando utilizar munições de médio ou 
longo alcance, quando utilizar munições de projetil único, ou as de 5(cinco) pastilhas. 
Munições que não sejam de projetis únicos (como o modelo Condor GL 203/L), devem ser 
usadas em áreas maiores, de preferência onde haja pouca concentração de edifícios, 
trânsito de veículos menos intenso, porque não há como controlar o direcionamento de 
todas as pastilhas da munição, ja que essas quando arremessadas se espalham no terreno de 
forma muito abrangente, o que pode ocasionar acidentes, como veículos atingidos, 
residências e até mesmo pessoas que não estejam envolvidas no distúrbio. 
Em locais que fujam dessa visualização, como vias públicas muito movimentadas, com 
alto grau de urbanização e elevado trânsito de veículos, privilegiar as munições de projetil 
único (GL 201, GL202 E GL204) é o mais sensato, pois a cada disparo, somente será 
lançado um projetil, o que facilita ao operador controlar a quantidade de agente químico no 
ambiente, bem como a área a ser contaminada. 
Por outro lado, em locais com grupos muito agressivos, locais onde há grandes áreas 
“abertas”, as munições de múltiplas pastilhas podem ser muito úteis, pois irá emitir o 
agente químico lacrimogêneo em vários locais ao mesmo tempo, impedindo que indivíduos 
se reagrupem ou também arremessem através de “chutes” as patilhas em direção aos 
policiais. 
 
Deve ser observado o cuidado necessário quando forem usadas munições químicas em 
locais com intenção vegetação e outros materiais inflamáveis, pois como essas possuem 
corpo metálico, e funcionam através de queima, podem alcançar temperaturas próximas a 
300º Celsius, acarretando incêndios. É importante afirmar ainda, que devido a esta 
temperatura, o operador jamais deve pegar com as mãos nuas tal artefato enquanto o 
mesmo estiver em emissão e minutos após o término da queima do agente químico, e 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
44 | P á g i n a 
 
quando assim se fizer necessário, deverá o operador utilizar um par de luvas resistente ao 
calor (aramida ou polietileno). Outro fator primordial, é que diferente das munições de jato 
direto, as munições fumígenas NÃO SÃO PARA SEREM UTILIZADAS em locais 
FECHADOS (interior de edificações, ônibus, trens, entre outros), pois podem além de 
causar pânico, causar problemas inerentes à elevada concentração dos agentes químicos, 
como pneumonia química ou até mesmo asfixia. 
1.15.4. MUNIÇÕES FUMÍGENAS/EMISSÃO LACRIMOGÊNEAS DE LONGO 
ALCANCE 
As mesmas aplicações táticas dos artefatos de médio alcance, com a possibilidade apenas 
de alcançar distâncias maiores. 
 
1.16. APLICAÇÕES TÁTICAS PARA MUNIÇÕES 40x46 mm 
Esse grupo de munições possui aplicações táticas muito parecidas com as munições no 
calibre 37/38 e 38.1 mm. 
 
1.16.1. MUNIÇÕES DE IMPACTO CONTROLADO 
Possuem praticamente as mesmas aplicações que os projetis dos demais calibres 
mencionados, o que vai diferenciar esses artefatos é que os existentes na PMERJ possuem 
projetis com cápsula de espuma, o que os tornam mais macios. É uma opção tática 
aconselhável quando se faz a necessidade de utilizar munições de impacto controlado 
contra grupos de condições físicas muito frágeis, pois a tendência é causar menos lesões 
que o elastômero. 
 
1.16.2. MUNIÇÕES FUMÍGENAS/EMISSÃO LACRIMOGÊNEA 
Praticamente as mesmas aplicações táticas que nos demais calibres. 
1.16.3. MUNIÇÕES EXPLOSIVAS 
Munições explosivas além de serem muito úteis em ocorrências de controle de multidões, 
são fortes opções no combate a indivíduos homiziados e em áreas conflagradas. As 
munições explosivas por impacto, por serem de explosão instantânea, podem ser 
preferenciadas quando há indivíduos a médias e longas distâncias prestes a realizarem 
ataques com armas de fogo (principalmente barricados locais de contenção), com artefatos 
incendiários (coquetéis molotov) ou outros explosivos caseiros (rojões), etc. As munições 
TÉCNOLOGIA NÃO-LETAL 
 
45 | P á g i n a 
 
explosivas por retardo funcionarão como granadas de mão que explodem após alguns 
segundos, porém com a possibilidade de alcançarem distâncias muito maiores. 
1.16.4. MUNIÇÕES ILUMINATIVAS/SINALIZADORAS 
São utilizadas em operações de resgate para informar a posição do grupo ou patrulha a ser 
localizada, missões de reconhecimento de terreno, etc. É um tipo de artefato com pouca ou 
quase nenhuma utilidade tática direta para missões policiais, porém para as outras 
mencionadas neste tópico, e até mesmo onde haja necessidade de usar artefatos de 
pirotecnia, este projetil se faz muito útil, mesmo que seja somente para distrair grandes 
concentrações de pessoas enquanto as forças policiais avançam no terreno. 
 
1.17. APLICAÇÕES TÁTICAS PARA MUNIÇÕES DE BISMUTO 
A principal vantagem tática deste tipo de munição é o fato de podermos utilizá-las em 
distâncias mínimas menores que as munições de impacto controlado dos demais calibres, 
sendo possível empregar a uma distância mínima de 1 (um) metro do oponente, portanto, é 
uma alternativa tática para locais fechados e locais a curta distância. É uma alternativa 
tática muito eficiente para quebrar o anonimato em ocorrências de controle de multidões, 
quando usados os projetis com gel marcadores. 
Outro fator importante que as munições de Bismuto conhecidas não utilizam pólvora como 
propelente, o que facilita em muito a manutenção do armamento, junto com sua 
conservação. 
É importante relembrar que, independente da distância mínima de qualquer munição, 
sempre visaremos as pernas. 
Os armamentos que utilizam estas munições seguem as mesmas normas de emprego que as 
espingardas, no tocante ao controle de cano e

Continue navegando