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Avaliaçao Psicologica - Transplante de Orgaos

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
CAMPUS TIJUCA
CURSO DE PSICOLOGIA
ESTÁGIO SUPERVISIONADO BÁSICO IV
CAROLINA DE OLIVEIRA RODRIGUES DA MOTA - 20191106650
CIRO MOREIRA BOLZANI ALVES - 20191103085
MAÍRA GARRIDO - 20191104879
MARIANNA ANTUNES MENDONÇA DE LUCAS - 20191100272
PALOMA CARVALHO MIRANDA RODRIGUES - 20191104512
RIO DE JANEIRO
2020.2
CAROLINA DE OLIVEIRA RODRIGUES DA MOTA - 20191106650
CIRO MOREIRA BOLZANI ALVES - 20191103085
MAÍRA GARRIDO - 20191104879
MARIANNA ANTUNES MENDONÇA DE LUCAS - 20191100272
PALOMA CARVALHO MIRANDA RODRIGUES - 20191104512
ESTÁGIO SUPERVISIONADO BÁSICO IV
Trabalho realizado para disciplina de Estágio Básico Supervisionado IV em Avaliação em Psicologia apresentado como requisito de avaliação da Universidade Veiga de Almeida.
Orientador: Prof. Francisco Donizetti Mendes Takahashi
RIO DE JANEIRO
2020.2
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................4
2 DESENVOLVIMENTO........................................................................................................................6
2.1 PÓS-TRANSPLANTE...............................................................................................................7
2.2 TRANSPLANTE RENAL.........................................................................................................8
2.3 DOADOR....................................................................................................................................9
2.4 IMPORTÂNCIA E OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA O
TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS....................................................................................................11
3 CONCLUSÃO......................................................................................................................................13
4 REFERÊNCIAS...................................................................................................................................14
5 ANEXOS...............................................................................................................................................15
1 INTRODUÇÃO
O transplante de órgãos tem se tornado uma alternativa cada vez mais comum nos dias atuais, com uma melhora expressiva de técnicas, refletindo diretamente na sobrevida dos pacientes receptores. Apesar da cultura brasileira ainda se confrontar com o número baixo de doações, conforme dados apresentados pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), a taxa de doação chegou a 14 por milhão de pessoas (pmp).
Atualmente, a maioria dos transplantes é feita por doadores mortos, gerando um entrave na fila de espera. Entretanto, dentro das possibilidades encontradas, é essencial que os órgãos destinados aos transplantes sejam utilizados com eficiência, dependendo, portanto, dos cuidados adequados no transporte, cirurgia, e pós-transplante em curto, médio e longo prazo.
A doação e o transplante de órgãos dependem de múltiplas variáveis, que estão divididas em variáveis fisiológicas, pessoais (informações gerais, conhecimento sobre doação) e variáveis psicossociais (conduta pró-social, crenças, visão sobre o próprio corpo, aspectos emocionais e psicológicos). Trata-se de uma situação perpassada por complexos dilemas éticos, como a aceitação da morte encefálica, retirada de órgãos, respeito à dignidade do corpo do falecido, aspectos relacionados às crenças particulares sobre mudanças internas ocasionadas pelo novo órgão (mudanças fisiológicas e emocionais), assim como fantasias relacionadas a possíveis mudanças de personalidade decorrentes da recepção de “parte” de outra pessoa.
Trabalhar adequadamente os aspectos psicológicos no pré-transplante, traz a possibilidade de identificação precoce de aspectos afetivos, cognitivos, sociais e pessoais, que possam impactar negativamente na manutenção do órgão após a alta hospitalar. Alguns aspectos da personalidade, características de disciplina e adaptação a novas situações, auto responsabilização, postura ativa no tratamento e reflexões sobre planejamentos de vida, são altamente relevantes no processo de preparação e mudanças de hábitos, necessários para preservação da saúde e qualidade de vida após a cirurgia.
A psicologia se ocupa das emoções, sentimentos, subjetivações e desejos pessoais, também das relações interpessoais. Corpo e mente constituem uma só unidade indivisível: o ser humano. Frente a isso, um adoecimento no corpo pode trazer repercussões emocionais, conflitos, e comportamentos disfuncionais, que precisam ser cuidados.
Enquanto integrante da equipe multiprofissional, o psicólogo atua como intermediário de todas as relações, de modo participativo nas orientações e informações disponibilizadas ao paciente e família, avaliando o modo de compreensão manifesto pelos envolvidos, intervindo frente à demanda, fantasias, crenças disfuncionais, dificuldades de assimilação, características ansiosas, desafios do tratamento.
É ainda, mediador do processo de comunicação paciente-equipe-família, facilitando a compreensão das informações prestadas pelos demais integrantes, e avaliando as repercussões das mudanças de rotina nos comportamentos e modos de relação, estimulando a postura ativa e auto responsabilização no tratamento.
Dito isto, o presente trabalho tem o objetivo de evidenciar a importância da avaliação psicológica durante todo o processo de transplante de órgãos, em especial o transplante renal. Para além disso, pretende, também, trazer luz ao processo de acompanhamento psicológico tanto do doador quanto do receptor, afim de demonstrar como se dá tal acompanhamento e como o mesmo atua de forma direta para que se consiga obter êxito no transplante.
2 DESENVOLVIMENTO
A avaliação psicológica no contexto de transplante de órgãos se faz necessária no pré-operatório e no pós-operatório, nos possíveis receptores de órgãos e nos candidatos a doadores, em caso de doadores vivos. No pré-operatório a avaliação psicológica vai coletar dados úteis para definir se o candidato vai ou não ser incluso na lista de espera de transplantes. Dados esses, coletados através de entrevistas com o paciente e entrevistas com familiares. Quanto ao método, geralmente são utilizados questionários e realizadas entrevistas psicológicas, sendo: entrevistas individuais, entrevista familiar, e entrevista devolutiva. Nestas entrevistas, realiza-se anamnese (histórico de saúde mental, estado emocional atual e aspectos psicológicos importantes da história de vida e do processo de adoecimento), além da avaliação da motivação e do conhecimento do paciente sobre todo processo do transplante. 
Para Hojaij et al. (2015 p. 2) “a avaliação psicológica é um passo importante da avaliação pré-operatória de candidatos a transplante, pois pode identificar padrões de comportamento e estados emocionais que podem afetar o curso da doença antes e depois do transplante”.
Os componentes básicos julgados na avaliação psicologia leva em consideração não só o momento atual do sujeito, mas histórico de vida, obtendo informações sobre saúde mental, uso de álcool e drogas, apoio social, compreensão da doença e dos procedimentos de transplante, etc. Há uma preocupação em o paciente aderir atividades e comportamentos que podem ser prejudiciais para a saúde após o transplante, o julgamento dessa hipótese também se dá levando em conta a história pregressa e estado atual do sujeito. Esses fatores podem ser levados em consideração, variando de centro para centro e tipo de transplante. Por conta disso pacientes podem ficar receosos ao falar do seu passado.
 Candidatos a transplante apresentam maior risco de depressão, ansiedade, medo, angústia durante todo o processo, é comum também sentimentos, resignação ou otimismo. Paradoxais situações de perdas e ganhos que muitos de nós experimentamos em formas diferentes durante o curso da vida, torna-se mais latentes em quem possui uma doença crônica.
Avaliação psicológica pode servir de instrumento para identificar quem precisa de intervenções psicoterapêuticas, em alguns casos se faz necessário um acompanhamento para que seja aprovado o candidato ao transplante. O tempo de espera pode ajudar na aceitação do transplante e no planejamento de uma vida pós transplante. Existem evidências de que quando a espera é curta demais o paciente tem mais dificuldade com ajuste psicológico nos pós.
 2.1 PÓS TRANSPLANTE
No período pós-transplante a presença do psicólogo se faz necessária pois o estado emocional do paciente pode se mostrar instável ao lidar com a adaptação de um novo estilo de vida, adaptação pessoal e social, o processo de retorno ao ambiente familiar, etc. Todas essas readaptações podem causar estresse, ansiedade, depressão.
É comum o paciente obter sentimentos de:
· Culpa, no caso de doação cadavérica;
· Sentimento de dever algo ao doador; 
· Dificuldade de distinguir o órgão doado, do doador quando membro da família; 
· Alterações de personalidade e fantasias de alterações físicas; 
· Medo de mudança na opção sexual no caso de doador do sexo oposto. 
Com o acompanhamento psicológico e um bom desempenho do órgão, tais sentimentos vão se diluindo. 
É comum, também, que surja sentimentos de rejuvenescimento, liberdade, autonomia. Em alguns casos a restauração total da saúde pode levar pacientes a abandonar os cuidados médicos e terapêuticos, e adotar hábitos não saudáveis, como cigarros e álcool.
2.2.TRANSPLANTE RENAL
A insuficiência renal crônica é uma das principais doenças crônico-degenerativas da atualidade. Seu tratamento é constituído por importantes demandas, pois envolve perdas na autonomia, alterações psicossociais e grande impacto emocional. O transplante renal representa uma alternativa importante ao tratamento convencional da insuficiência renal crônica.
Candidatos de transplante apresentam significativamente maior risco de angústia e/ou distúrbios depressivos quando comparados com a população geral. Uma vez realizado o transplante, o receptor é submetido a tratamento imunossupressor para evitar fenômenos de rejeição do rim implantado. Considerando os impactos psicofísicos da realização dessa cirurgia, faz-se necessário os processos avaliativos e de acompanhamento, pré e pós cirúrgicos.
Devido à escassez da provisão de órgãos doados e sua difícil distribuição, são realizadas as avaliações psicológicas, apesar de muitas vezes serem considerados subjetivas, podem apontar os riscos e benefícios do transplante para o paciente e sua família. A avaliação psicológica pré-transplante, pode ser um importante instrumento para identificar pacientes que necessitam de intervenções psicoterapêuticas, isto é, em lugar de apenas identificar os que deveriam ser excluídos como candidatos, podendo direcionar pacientes a serviços ou intervenções que os ajudarão a atingir melhor qualidade de vida antes e depois do transplante.
As principais dificuldades enfrentadas por pacientes com falência renal envolvem isolamento social, perda do emprego, dependência da Previdência Social, alocação e manutenção da fístula cirúrgica, diminuição de atividades físicas, alterações corporais e na auto imagem, perda de autonomia, alterações da função sexual, mudanças na rotina familiar, profissional e social e interrupção dos estudos (Almeida, 2003; Duarte, Miyazaki, Ciconelli & Sesso, 2003; Lima & Gualda, 2001; Machado & Car, 2003; Martins & Cesarino, 2005; Trentini, Corradi, Araldi & Tigrinho, 2004). Além disso, as restrições alimentares exigidas no tratamento e os potenciais efeitos colaterais da diálise são apontados como demandas do tratamento que podem expor o paciente a vivências de estresse, culpabilização, ansiedade, insegurança, incertezas futuras e comprometimento da qualidade de vida (Almeida, 2003; Duarte et al., 2003; Lima & Gualda, 2001; Machado & Car, 2003; Martins & Cesarino, 2005; Trentini et al., 2004).
2.3 DOADOR
O transplante de órgãos é a única alternativa para muitos pacientes portadores de algumas doenças, mas existe uma desproporção entre a demanda de órgãos para transplante e o número de transplantes efetivados. O potencial doador é o paciente com diagnóstico de morte encefálica, no qual tenham sido descartadas contraindicações clínicas que representem riscos aos receptores dos órgãos. Esse processo pode demorar horas ou dias, o que pode causar estresse e ser traumático à família e, com isso, afeta desfavoravelmente o número de doações.  O que pode reduzir a incerteza durante o tempo de espera, é o transplante com doador vivo. Embora a doação de cadáver seja a preferência na maioria dos casos, a doação com doador vivo é uma opção para muitos pacientes.
A decisão pelo doador vivo é muito delicada, requer uma análise minuciosa, coleta de informações e orientações com o paciente e a família. O paciente e a família devem estar cientes de que estão optando por um tratamento muito especializado, com possibilidade de sucesso, mas que também admite risco de vida tanto para o doador quanto para o receptor.
Dados provenientes da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO, 2009) indicam que a taxa de transplantes renais com doador vivo no Brasil vem se mantendo estável ao longo da última década, mas a proporção em relação a transplantes provenientes de cadáveres vem decrescendo. Os transplantes renais respondem pela maioria dos transplantes realizados no País: em 2009, foram realizados 3098 transplantes renais, sendo 1290 intervivos. Tal procedimento vem aumentando na última década, e Minas Gerais e São Paulo são os estados que mais o realizam, sendo que o Distrito Federal se situa em 12º lugar (Almeida, 2003; Duarte et al., 2003; Lima & Gualda, 2001; Machado & Car, 2003; Martins & Cesarino, 2005; Trentini et al., 2004).
Na entrevista de avaliação psicológica com o doador deve ser avaliado a história pregressa e atual: de saúde mental, de uso de drogas, do estado mental e de compreensão do procedimento do transplante, essa etapa é de suma importância, deixá-lo consciente dos riscos cirúrgicos em apesar da intenção de ajudar a saúde de um outro. O estímulo da motivação para o transplante do potencial doador precisa ser avaliado, pois cria um espaço propício para diversas reações psicológicas do doador, do receptor e da família.
As relações entre o doador, receptor e a família podem ser afetadas, em alguns casos o doador se sente na obrigação de dívida de gratidão ao parente que aguarda por um transplante que pode salvar a sua vida. Questões como a representação no núcleo familiar ou motivos até financeiros podem justificar a motivação para concessão. Em muitos casos a decisão para se candidatar ocorre de forma impulsiva e por uma pressão de membros da família.
O que ocorre em alguns casos pós cirúrgicos é do paciente se sentir em devedor ao seu doador e tende a aceitar qualquer pedido, efeitos como esse nem sempre são notados previamente, mas o objetivo da avaliação é perceber a possibilidade de alguns impactos já comuns em casos de transplante e direcionar paciente e doador para um acompanhamento tanto clínico quanto psicológico.
2.4 IMPORTÂNCIA E OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA PARA O TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS
Esse tipo de avaliação específica, para uma cirurgia de transplante, em geral é realizada por um psicólogo inserido no ambiente hospitalar, pertencente a uma equipe multidisciplinar, onde em geral estão os médicos, enfermeiros, nutricionistas e fisioterapeutas.
Nessa avaliação, leva-se em conta variáveis fisiológicas, pessoais e psicossociais, como crenças e visões sobre o próprio corpo, aspectos emocionais e psicológicos, pois o transplante em si envolve diversos dilemas éticos, como, no caso do doador ou de sua família, a aceitação da morte do doador, respeito ao corpo do falecido, e no caso do receptor, crenças sobre mudanças internas relacionadas ao novo órgão e fantasias relacionadas a mudanças de personalidade devido a recepção de uma parte de outra pessoa.
Uma avaliação psicológica
adequada no pré-transplante ajuda na identificação de aspectos cognitivos, sociais, afetivos e pessoais que possam influenciar de maneira negativa a manutenção do órgão depois do receptor deixar o hospital. Características como disciplina, adaptação a novas situações e reflexões sobre planejamento de vida são muito importantes no processo de preparação e de mudanças de hábitos para que a saúde e a qualidade de vida do receptor sejam preservadas após a cirurgia.  
É indicado que o acompanhamento psicológico seja iniciado logo após a aprovação e indicação médicas para a cirurgia, pois assim a compreensão prática das diferentes fases do processo será facilitada, levando o paciente a reflexões sobre as informações passadas pela equipe médica, ajudando na conscientização inicial sobre as mudanças que serão necessárias no que se refere a sua vida, tornando-o mais ativo e respondente ao tratamento.
Uma vez que a psicologia se ocupa de emoções, sentimentos e da questão subjetiva de cada ser humano, assim como de suas relações interpessoais, o ser humano é visto como uma unidade indivisível que engloba corpo e mente, e um adoecimento de um pode trazer repercussões no outro, que precisará ser cuidado pela equipe.
Nessa equipe, o psicólogo assume o papel de intermediário das relações, participando ativamente das orientações e informações que são passadas ao paciente e a família, avaliando o nível de compreensão dos envolvidos sobre os acontecimentos e o procedimento, no que diz respeito a fantasias, possíveis dificuldades de assimilação, ansiedade, crenças sobre o assunto e desafios que serão encontrados no tratamento. Intermedia também a comunicação do paciente e sua família com a equipe, buscando facilitar a compreensão das informações passadas e avaliando as consequências das mudanças de rotina no comportamento destes.
A avaliação psicológica e seu acompanhamento são essenciais no pré transplante, uma vez que atenta aos aspectos subjetivos do paciente, observando quais manifestações podem comprometer a efetividade do tratamento em longo e médio prazo, uma vez que estes têm uma relação direta com comportamentos e traços de personalidade do paciente, e devem ser trabalhadas antes que o procedimento aconteça, aumentando significativamente as chances de sucesso. As principais temáticas se relacionam a autoestima, conflitos de autoimagem, medo, planos futuros, desejos, idealizações de cura, fantasias, mudanças de auto percepção, porém são muito mais abrangentes, e o ideal é que seja oferecido ao paciente suporte durante o processo todo, entendendo as demandas subjetivas que tanto geram sofrimento a este. 
Seguem algumas diretrizes comuns às três primeiras consultas:
Na primeira consulta: O foco é compreender com mais exatidão o processo que o paciente percorreu desde o diagnóstico até a consulta, observando suas motivações, sua rede de apoio familiar e social e sua personalidade, para dar um parecer inicial à equipe médica sobre aspectos que devem ser abordados na próxima consulta.
Na segunda consulta: Com as características práticas do candidato mais evidentes (maneira como está lidando com o tratamento, expectativas relacionadas ao procedimento, fantasias e outras questões que a equipe precisa desmistificar), o foco passa a ser a identificação de comportamentos disfuncionais e hábitos de vida que possam dificultar o tratamento, e também uma avaliação do padrão de autocuidado, buscando identificar hábitos que possam dificultar o sucesso do procedimento.
Na terceira Consulta: O foco passa a ser a preparação para a cirurgia, a espera na fila dos transplantes, conhecimento mais aprofundado sobre as mudanças que serão decorrentes com o novo órgão e estratégias de corresponsabilização. O objetivo da entrevista pode parecer em um primeiro momento ser o de barrar a realização da cirurgia, mas na verdade é o de identificar fatores disfuncionais que podem prejudicar o andamento apropriado do procedimento e se necessário, intervir. São identificados desde o nível de compreensão da cirurgia como cuidados em saúde, capacidade de compreensão das rotinas necessárias e manutenção do autocuidado. As fantasias relacionadas ao procedimento, se existentes, começam a ser desmistificadas. Se for identificada alguma situação onde o paciente não seja capaz de assumir seu autocuidado na integralidade, um cuidador familiar é necessário, para que este possa se corresponsabilizar e fazer parte das orientações junto da equipe. 
3 CONCLUSÃO:
O presente trabalho cujo objetivo principal foi evidenciar a importância da avaliação psicológica durante todo o processo de transplante de órgãos, destacando principalmente o transplante renal, buscou trazer novos conhecimentos a respeito de porquê se faz necessário que haja além de um acompanhamento psicológico, também uma avaliação psicológica antes e após o transplante de órgãos, com foco no doador e receptor, mas que se estenda também às suas famílias.
Para além disso, demonstrou que para que aumente as chances de sucesso em tal procedimento, é de suma importância que o paciente esteja saudável não apenas biológica como, também psicologicamente, uma vez que fatores emocionais e psicológicos, como: ansiedade, medo, fantasias, crenças errôneas, dentre muitos outros, influenciam diretamente a vida do indivíduo, e consequentemente o processo de transplante.
Ressalta-se a grande importância do tema aqui trabalhado, visto que apesar de ter aumentado o número de transplantes de órgãos no Brasil e no mundo em geral, nota-se que ainda há certo tabu em uma parcela da população, seja por medo, pré-conceitos enganosos e até mesmo crenças religiosas.
Uma vez que o transplante pode aumentar a qualidade de vida de um sujeito e até mesmo salva-lo da morte, torna-se urgente que haja maior discussão sobre o assunto, estendendo-o à população, afim de que se jogue luz e traga esclarecimentos, diminuindo as crenças deturpadas e com isso aumentando o número de doadores.
Conclui-se, portanto, foram alcançados os objetivos a que se propôs e que embora nos dias atuais as ciências humanas e biológicas tenham avançado, ainda há muito o que evoluir para que os transplantes sejam cada vez mais frequentes e bem-sucedidos, permitindo que cada vez mais vidas sejam salvas.
4 REFERÊNCIAS:
Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, ABTO. Disponível em: https://site.abto.org.br/. Acessado em 03/10/2020.
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GARCIA, Maria Lúcia Pinheiro; SOUZA, Ângela Maria Alves e; HOLANDA, Teresa Cristina. Intervenção psicológica em uma unidade de transplante renal de um hospital universitário. Psicol. Cienc. Prof, Brasília, v. 25, n. 3, p. 472-483, 2005. Disponível em: < https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932005000300011&lng=en&nrm=iso>. Acessado em: 05, out, 2020.
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KOHLSDORF, Marina. Avaliação psicológica de candidatos a transplante renal intervivos. Psicologia Argumento, [S.l.], v. 30, n. 69, nov. 2017. ISSN 1980-5942. Disponível em: < https://periodicos.pucpr.br/index.php/psicologiaargumento/article/view/23289>. Acessado em: 05 out. 2020.
LAZZARETTI, Claire Terezinha. TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS: AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA. Psicologia Argumento, [S.l.], v. 24, n. 45, p. 35-41, nov. 2017. Disponível em: < https://periodicos.pucpr.br/index.php/psicologiaargumento/article/view/20019/19305>. Acesso em: 04/10/2020.
REVISTA DIÁLOGOS. Brasília: Conselho Federal
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SANTOS, Marcelo José dos; MASSAROLLO, Maria Cristina Komatsu Braga. Processo de doação de órgãos: percepção de familiares de doadores cadáveres. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 13, n. 3, p. 382-387, jun, 2005. Disponível em: < https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692005000300013&lng=en&nrm=iso>. Acessado em: 05, out, 2020.
5 ANEXOS
PERGUNTA:
Qual a importância da avaliação psicológica antes de uma cirurgia de transplante?
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