Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MARLUS CHORILLI, ET AL. Saúde em Revista 7 EFEITO DE EMULSÃO CONTENDO EXTRATO SECO DE GUARANÁ SOBRE OS VASOS SANGUÍNEOS DA DERME PAPILAR DE RATOS Efeito de Emulsão Contendo Extrato Seco de Guaraná sobre os Vasos Sanguíneos da Derme Papilar de Ratos Emulsion Effect Containing Dry Extract of Guarana Over the Blood Vessels of the Papillary Dermis of Rats RESUMO O extrato seco de guaraná (ESG) é rico em cafeína, a qual vem sen- do utilizada em formulações tópicas destinadas à prevenção e tratamento da lipodistrofia ginóide. O objetivo deste trabalho foi estudar os efeitos de emulsão (E) contendo concentrações diferentes de ESG, acrescida, separada- mente, de dois promotores químicos de permeação cutânea – ácido oléico (AO) ou miristato de isopropila (MI) – sobre os vasos sanguíneos da derme papilar de ratos. Foram utilizados dois grupos experimentais com cinco ra- tos machos Wistar cada, nos quais delimitaram-se quatro áreas de tratamen- to de 1 cm2 no dorso, expostas às seguintes formulações: no primeiro grupo experimental, – E + ESG 20%, E + ESG 20% + AO 1%, E + ESG 20% + MI 1% e controle (C); já no segundo grupo, realizaram-se os tratamentos E + ESG 50%, E + ESG 50% + AO 1%, E + ESG 50% + MI 1% e C. Fragmentos dessas áreas foram fixados em solução tamponada de formol 10% e proces- sados para coloração com hematoxilina e eosina (HE). Os vasos sanguíneos foram contados utilizando-se ocular reticulada. Os resultados mostraram aumento no número de vasos sanguíneos na derme papilar apenas quando empregado E + ESG 50% (439,22%). Todavia, os promotores químicos não alteraram o efeito do ESG 50% nos vasos sanguíneos da derme (aumento do número de vasos de 500% com AO e, de 460%, com MI). Palavras-chave GUARANÁ – PROMOTORES DE PERMEAÇÃO – DERME PAPILAR – VASOS SANGUÍNEOS. ABSTRACT The dry extract of guarana (DEG) is rich in caffeine. It has been used in topic formulations destined to the prevention and treatment of the gynoid lipodystrophy. The aim of this work was to study the effects of emulsion (E) with different concentrations of DEG, mixed with two distinct chemical promoters of cutaneous permeation – oleic acid (OA) or isopropyl myristate (IM), over the blood vessels in papillary dermis of rats. Two experimental groups with five male Wistar rats were used. Four areas of 1 cm2 in the back were submitted to the following formulations: in the 1st experimental group – E + DEG 20%, E + DEG 20% + OA 1%, E + DEG 20% + IM 1% and control (C); in the 2nd group the treatments were E + DEG 50%, E + DEG 50% + OA 1%, E + DEG 50% + IM 1% and C. Segments of these areas were fixed in 10% buffered formaldehyde and processed for staining with Hematoxylin and Eosin (HE). The number of blood vessels was counted using a reticular eyepiece. The results showed that only emulsions with 50% of DEG increased the number of papillary MARLUS CHORILLI* Departamento de Fármacos e Medicamentos – Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara (Unesp/SP) MARIA CRISTINA DE ALMEIDA PRADO RIBEIRO Bióloga graduada pela UNIMEP/SP MARIA SÍLVIA MARIANI PIRES-DE-CAMPOS Curso de Fisioterapia – Faculdade de Ciências da Saúde (UNIMEP/SP) GISLAINE RICCI LEONARDI Curso de Farmácia – Faculdade de Ciências da Saúde (UNIMEP/SP) MARIA LUIZA OZORES POLACOW Cursos de Farmácia e Fisioterapia – Faculdade de Ciências da Saúde (UNIMEP/SP) *Correspondências: Rua Silva Jardim, 1.198, Bairro Alto, 13417-230, Piracicaba/SP chorilli@fcfar.unesp.br 003138_SaudeEmRevista_14.book Page 7 Wednesday, April 20, 2005 3:27 PM MARLUS CHORILLI, ET AL. 8 SAÚDE REV., Piracicaba, 6(14): 07-12, 2004 dermis blood vessels (439.22%). However, the chemical promoters did not alter the effect of 50% DEG in dermis blood vessels (increase of the number of vessels of 500% with AO and 460% with MI). Keywords GUARANA – PERMEATION PROMOTERS – PAPILLARY DERMIS – BLOOD VESSELS. INTRODUÇÃO árias plantas vêm ganhando aceitação por parte dos profissionais da área cosmética e dos consumidores. O uso de extratos vege- tais em produtos cosméticos tem sido cada vez mais motivado pelos pesquisadores e formulado- res da área. Porém, é preciso cautela e um estudo minucioso da eficácia de cosméticos contendo ex- tratos vegetais para a obtenção de produtos de alta qualidade.8 Há séculos, o extrato de guaraná vem sendo utilizado, via oral, como estimulante do sistema nervoso central. Tal propriedade pode ser associ- ada especialmente à cafeína, um dos princípios ativos mais abundantes nesse extrato.9 O extrato de guaraná é composto quimicamente por bases xantínicas (cafeína, teofilina e teobromina) e por saponinas e taninos em altas concentrações, sen- do que os taninos apresentam ação antioxidante.9 Sabe-se que a cafeína sintética vem sendo em- pregada em formulações tópicas para o tratamen- to e a prevenção da lipodistrofia ginóide.1, 7 Assim, distribuidores do extrato de guaraná têm sugerido o uso dele em formulações tópicas para lipodistrofia ginóide. No entanto, a eficácia do uso do extrato de guaraná topicamente ainda não foi comprovada na literatura científica. A lipodistrofia ginóide, conhecida popularmente como celulite, configura-se como uma alteração do relevo cutâneo, que ocorre sobretudo em mulheres, nas regiões da cintura pélvica, membros inferiores e abdome. A alteração inicial que leva à formação da celulite parece ser a deterioração da substância in- tersticial e rede capilar, levando a retenção excessiva de líquidos na derme e em tecidos subcutâneos. Tais alterações são determinadas pelo estrógeno.16 Estudos de Rosenbaum et al.15 apontam a anatomia topográfica do tecido adiposo, na qual distinguem-se duas camadas separadas por uma fáscia superficial. A camada mais externa, que fica em contato com a derme, chama-se areolar e é composta por adipócitos globulares e volumosos, em disposição vertical, com vasos sanguíneos nu- merosos e delicados. Já a camada mais profunda, denominada lamelar, apresenta células fusifor- mes, menores e com disposição horizontal, onde os vasos são de maior calibre.15 Em mulheres, o limite derme-hipoderme é irre- gular e os septos de tecido conjuntivo formam vigas verticais. Dessa forma, se houver hipertrofia da hipo- derme, ocorrerá formação de herniações para a der- me reticular, resultando no aspecto “casca de laranja” na pele. Em homens, o limite derme-hipo- derme é liso, os septos são mais espessos e oblíquos, e, quando ocorre hipertrofia da hipoderme, esses septos, por serem oblíquos, pressionam as células adiposas contra a musculatura subjacente em direção à derme, sem formar, portanto, herniações.15, 16 Qualquer substância que atue sobre a substân- cia fundamental amorfa, sobre vasos ou sobre o tecido adiposo poderá ser útil no tratamento da lipodistrofia ginóide, já que a sua causa é multifa- torial.16 Mas, para atuar na derme e hipoderme, a substância ativa precisa permear a pele e, por is- so, promotores químicos de permeação, muitas vezes, são adicionados nas formulações.17 A presença dos promotores de permeação, atuando por mecanismos diversos, pode propor- cionar variações no fluxo de uma substância atra- vés da pele, mediante modificações na estrutura das membranas celulares, alterações dos coeficientes de difusão e dos coeficientes de partilha estrato cór- neo-veículo, influenciando no conteúdo hídrico ou ainda por diminuição das tensões de interface.17 Tais promotores, todavia, devem apresentar-se inócuos, farmacologicamente inativos, não interferindo nos princípios ativos nem modificando as características físicas e sensoriais próprias de cada produto, deven- do também apresentar efeito imediato e reversível.17 Entre os promotores de permeação, tem-se o ácido oléico (AO) e o miristato de isopropila (MI). Por técnicas calorimétricas, justifica-se o emprego do AO pelo fato de ele fluidificar os lipídeos do es- trato córneo, permitindo a difusão mais rápida das substâncias. O MI, éster de ácido graxo, pode au- mentar a solubilidade das substâncias no veículo.17 Assim, o objetivo deste trabalhofoi estudar os efeitos de emulsão (E) contendo concentrações diferentes de extrato seco de guaraná (ESG), acres- cida, separadamente, de dois promotores quími- V 003138_SaudeEmRevista_14.book Page 8 Wednesday, April 20, 2005 3:27 PM MARLUS CHORILLI, ET AL. Saúde em Revista 9 EFEITO DE EMULSÃO CONTENDO EXTRATO SECO DE GUARANÁ SOBRE OS VASOS SANGUÍNEOS DA DERME PAPILAR DE RATOS cos de permeação cutânea – AO ou MI – sobre os vasos sanguíneos da derme papilar de ratos. MATERIAL E MÉTODOS Quantificação de cafeína no ESG A quantificação de cafeína no ESG foi realiza- da segundo procedimento encontrado na Farma- copéia dos Estados Unidos do Brasil, 2.ª ed.10 Pesou-se cerca de 5 g de ESG e transferiu-se para um funil de separação. Adicionaram-se 40 mL de clorofórmio, 5 mL de hidróxido de amô- nio 10% e agitou-se por cinco minutos. Deixou- se em repouso por 15 minutos e filtrou-se o clo- rofórmio para um béquer através de algodão hi- drófilo. Repetiu-se a extração com três porções de 20 mL de clorofórmio. Em banho de areia, evaporaram-se os extratos clorofórmicos reuni- dos, até a secura. Juntaram-se ao resíduo 15 mL de água destilada, 0,5 mL de ácido sulfúrico 10% e ferveu-se por dois minutos. Os extratos foram resfriados e filtrados em papel de filtro para um funil de separação. Alcalinizou-se o filtrado com hidróxido de amônio 10% e extraiu-se a cafeína com 20 mL, 25 mL e 30 mL de clorofórmio. Os extratos clo- rofórmicos foram recolhidos, filtrando-os através de algodão hidrófilo para um béquer tarado. Eva- porou-se o extrato clorofórmico em banho de areia, levando-o posteriormente a uma estufa a 90ºC por uma hora. Esfriou-se o extrato em des- secador e calculou-se a quantidade percentual de cafeína extraída do ESG. O experimento foi reali- zado em triplicata. Análise experimental As emulsões empregadas no experimento compuseram-se de base auto-emulsionante a frio (que contém uma associação balanceada de doa- dores de viscosidade, emulsionantes, ésteres fos- fóricos e emolientes) 5%, MI ou AO 1%, metil dibromoglutaronitrila e fenoxietanol 0,2%, glice- rina 5%, água destilada e ESG 20% ou 50%. Utilizaram-se dez ratos machos albinos, linha- gem Wistar, divididos em dois grupos experimen- tais. Em todos os animais, foram delimitadas quatro áreas de 1 cm2 no dorso, expostas diaria- mente, por um período de 15 dias, às seguintes for- mulações: o primeiro grupo experimental recebeu E + ESG 20% numa das áreas, E + ESG 20% + AO 1% numa segunda área e E + ESG 20% + MI 1% numa terceira, reservando-se a quarta para o con- trole; já no segundo grupo empregou-se numa das áreas E + ESG 50%, em outra E + ESG 50% + AO 1% e numa terceira E + ESG 50% + MI 1%, servin- do de controle a quarta área. A quantidade de for- mulação aplicada nas áreas de tratamento foi de 1 g por dia, com exceção do grupo-controle, que não recebeu formulação. Fragmentos dessas áreas foram fixados em so- lução tamponada de formol 10% e processados rotineiramente em parafina para coloração com hematoxilina e eosina (HE). De cada área fizeram- se três lâminas com três cortes não seriados de 6 µm. Contaram-se os números de vasos sanguí- neos em cinco áreas de 250 µm2 por corte, utili- zando ocular reticular integradora milimetrada da Zeiss.5 Portanto, por animal, em cada trata- mento, obteve-se uma área total de 11.250 µm2 (250 µm2 x cinco áreas x nove cortes). A análise estatística foi realizada por meio de teste não paramétrico de Kruskal-Wallis, seguido por teste de comparação múltipla de Dunn's. RESULTADOS E DISCUSSÃO Quantificação de cafeína no ESG Os resultados da quantificação de cafeína no ESG encontram-se na tabela 1. Tabela 1. Quantificação de cafeína em 5g de ESG. Estudos anteriores comprovaram que 5% de cafeína em formulações dermocosméticas provo- caram diminuição significativa do número de adi- pócitos, levando ainda à lise dessas células.3 Além disso, tal concentração de cafeína está presente em várias formulações lipolíticas presentes no merca- do. Dessa forma, pretendia-se incorporar nas for- mulações uma quantidade de extrato de guaraná em que se tivesse 5% de cafeína. Para tanto, reali- zou-se a quantificação de cafeína no ESG (tab. 1). Observou-se a presença de cerca de 10% de cafeí- na em 5 g de extrato. Esse resultado está de acor- do ao preconizado na literatura.10 Assim, para se ter 5% de cafeína na formulação, 50% de extrato precisariam ser incorporados a ela. Para outro grupo, incorporaram-se 20% de extrato nas for- AMOSTRA QUANTIDADE DE CAFEÍNA % 1 0,503 10,06 2 0,49 9,8 3 0,501 10,02 Média 0,498 ± 0,007 9,96 ± 0,14 003138_SaudeEmRevista_14.book Page 9 Wednesday, April 20, 2005 3:27 PM MARLUS CHORILLI, ET AL. 10 SAÚDE REV., Piracicaba, 6(14): 07-12, 2004 mulações (2% de cafeína), com o propósito de sa- ber se a ação seria dose-dependente. Análises morfométricas e histológicas A tabela 2 apresenta os resultados das contagens do número de vasos sanguíneos nos tratamentos rea- lizados. Observa-se que área controle não apresentou diferença estatisticamente significativa em relação à área tratada com E + ESG 20%, independentemente da presença ou não dos promotores químicos de absorção. Isso nos leva a acreditar que tal concentra- ção de extrato pode ser insuficiente para ocasionar al- gum benefício na pele acometida pela celulite. Por outro lado, quando a base cosmética foi acrescida de 50% de ESG, obteve-se um aumento de 439,22% na vascularização da derme. Todavia, a presença dos promotores químicos não alterou estatisticamente o efeito do ESG 50% nos vasos san- guíneos da derme (aumento do número de vasos de 500% com AO e 460% com MI). Esses promoto- res foram utilizados em concentrações geralmente comuns nas formulações. Ainda assim, elas prova- velmente não se revelaram suficientes para pro- mover alguma alteração no efeito do ESG 50%. Alberti et al.2 verificaram o efeito promotor do MI numa concentração de 50% na formulação. Já Touitou et al.18 observaram o efeito promotor do AO numa concentração de 10%. Os efeitos das formulações nos vasos sanguí- neos da derme podem ser melhor visualizados na figura 1, em que se percebe maior número de va- sos sanguíneos nas áreas onde aplicou-se ESG 50% (1e, 1f e 1g) quando comparado com o controle (1a). Nas áreas que receberam ESG 20%, entretan- to, não se verificou alterações estatisticamente sig- nificativas no número de vasos sanguíneos (1b, 1c e 1d) em relação ao controle (1a). Tabela 2. Contagem do número de vasos sanguíneos da região papilar da derme analisados numa área de 11.250 µm2. * p < 0,05 quando comparado com o controle. Os valores estão representados como média ± erro-padrão médio (n = 5). O objetivo principal do trabalho era verificar a eficácia das formulações na hipoderme do rato, mas ela revelou-se bastante reduzida e irregular. Em estudo anterior, observou-se que o suíno tem se mostrado um bom modelo experimental para o estudo de formulações destinadas a prevenção e tratamento da celulite.3, 14 Contudo, os resultados obtidos sugerem que 50% do extrato na base cosmética, independente- mente do promotor químico utilizado, podem oca- sionar efeitos interessantes na pele, uma vez que o aumento da vascularização é essencial ao forneci- mento suficiente de oxigênio e nutrientes para a pe- le, mantendo a homeostase e a nutrição tecidual normal.6 Tal efeito deve ser buscado por um pro- duto cosmético, visto que, aprimorando a nutrição cutânea, seu aspecto conseqüentemente também irá melhorar. Essas alterações na derme apontam possivel- mente um quadro de angiogênese, que pode ser definida como um complexo processo biológico caracterizado pelo desenvolvimento de novos va- sos sanguíneos. Tal processo envolve múltiplos passos, entre eles, indução da hiper-permeabilida- de microvascular, levando ao extravasamento de proteínas plasmáticas, como fibrinogênio e pro- trombina, degradação enzimática da membrana basal vascular e matriz intersticial, migração e proliferação de células endoteliais mediante ali- beração do fator de crescimento vascular endote- lial (FCVE) e, finalmente, formação de vasos sanguíneos maduros.6 Segundo Espínola et al.,9 taninos e saponinas es- tão presentes em altas concentrações no extrato de guaraná. Os taninos constituem um grupo de bioflavonóides polifenólicos ativos, sintetizados por muitas plantas, facilitando a cicatrização de feridas.11 Khanna et al.12 notaram que o tratamento tó- pico com extrato de semente de uva – com suas altas concentrações de taninos, que possuem no- tável ação antioxidante – aumentou a liberação do FCVE. O aumento da liberação de FCVE, por sua vez, leva à maior permeabilidade vascular, promovendo angiogênese. Para Detmar,6 durante a angiogênese, a expressão do FCVE é induzida em queratinócitos da epiderme por vários estí- mulos, transformando fator de crescimento tu- moral – alfa (TNF-α) e hipóxia, o que aumenta a vascularização da derme, como verificado neste trabalho (fig. 1 e tab. 2). TRATAMENTOS MÉDIA ERRO-PADRÃO MÉDIO Controle 9,00 0,89 E + ESG 20% 17,40 2,75 E + ESG 20% + AO 1% 18,53 3,73 E + ESG 20% + MI 1% 16,60 3,24 E + ESG 50% 39,53* 1,64 E + ESG 50% + AO 1% 45,13* 3,76 E + ESG 50% + MI 1% 41,40* 1,06 003138_SaudeEmRevista_14.book Page 10 Wednesday, April 20, 2005 3:27 PM MARLUS CHORILLI, ET AL. Saúde em Revista 11 EFEITO DE EMULSÃO CONTENDO EXTRATO SECO DE GUARANÁ SOBRE OS VASOS SANGUÍNEOS DA DERME PAPILAR DE RATOS Figura 1. Controle (1a); E + ESG 20% (1b); E + ESG 20% + AO 1% (1c); E + ESG 20% + MI 1% (1d); E + ESG 50% (1e); E + ESG 50% + AO 1% (1f); E + ESG 50% + MI 1% (1g). Observar nos tratamentos com E + ESG 50%, acrescido tanto de AO 1% quanto de MI 1%, a pre- sença de vasos sanguíneos na derme – seta (HE, 10x). 1a 1b 1c 1d 1e 1f 1g 003138_SaudeEmRevista_14.book Page 11 Wednesday, April 20, 2005 3:27 PM MARLUS CHORILLI, ET AL. 12 SAÚDE REV., Piracicaba, 6(14): 07-12, 2004 Morisaki et al.13 também perceberam que as saponinas, presentes no ESG, estimulam a angiogê- nese in vivo. Em relação ao excessivo sangramen- to observado no momento da retirada dos fragmentos de pele, ele pode ser explicado pelo fato de o extrato de guaraná diminuir a agregação plaquetária e a formação de tromboxanas plaque- tárias, aumentando a quantidade de sangue.4 Este estudo preliminar, por sua vez, nos con- duzirá, certamente, a outras pesquisas. Em estu- dos futuros, pretende-se, por exemplo, avaliar a eficácia da base acrescida de 50% de extrato no tecido adiposo de suínos. Por outro lado, pode-se verificar que 50% de ESG aumentaram a microcir- culação cutânea, o que pode ser interessante a ou- tras categorias de cosméticos, como os que possuem atividade antienvelhecimento da pele, já que permitem melhora na nutrição cutânea. CONCLUSÕES Diante das condições experimentais, pode-se concluir que: – o rato não se mostrou um modelo experi- mental para estudo de hipoderme; – ESG 20% não provocou alterações significa- tivas na derme papilar de ratos, independente- mente do promotor químico utilizado; já ESG 50% causou aumento do número de vasos san- guíneos na derme, sendo que os promotores quí- micos de absorção não potencializaram o efeito do extrato. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Accúrsio W. Celulite x Cafeína. Revista de Cosmiatria & Estética 1999; 7(4): 25-6. 2. Alberti I, Kalia YN, Naik A, Bonny JD, Guy RH. Effect of Ethanol and Isopropyl Myristate on the Availability of Topical Terbinafine in Human Stratum Corneum, in Vivo. International Journal of Pharmaceutics 2001; 219:11-9. 3. Chorilli M, Polacow MLO, Pires-de-Campos MSM, Leonardi GR, Granzotto TM. Estudo da Permeação Cutânea da Cafeína com o Uso do Ultra- Som: teste in vivo e avaliação histológica. Anais do XXXIV Congresso Brasileiro de Farmacologia e Terapêutica Experimental; 2002 Out 28-31; Águas de Lindóia, Brasil. Águas de Lindóia: SBFTE; 2002. 239. 4. Bydlowski SP, D’amico EA, Chamone DA. An Aqueous Extract of Guarana (Paullinia cupana) Decreases Platelet Thromboxane Synthesis. Braz J Med Biol Res 1991; 24(4):421-4. 5. De Lacerda, CAM. Manual de Quantificação Morfológica: morfometria, alometria, estereologia. 2.ª ed. Rio de Janeiro: CEBIO; 1994. p.8-9. 6. Detmar M. The Role of VEGF and Thrombospondins in Skin Angiogenesis. Journal of Dermatological Science 2000; 24:S78-S84. 7. Di Salvo RM. Controlando o Surgimento da Celulite. Cosm Toil 1996; 8(4):56-62. 8. Dweck AC. Formulating with Natural Ingredients. Cosm Toil 2001; 116(5):57-60. 9. Espinola EB, Dias RF, Mattei R, Carlini EA. Pharmacological Activity of Guarana (Paullinia cupana Mart.) in Laboratory Animals. Journal of Ethnophar- macology 1997; 35:223-9. 10. Farmacopéia dos Estados Unidos do Brasil. 2.ª ed. 1959. p.512-3. 11. Hupkens P, Boxma H, Dokter J. Tannic Acid as a Topical Agent in Burns: historical considerations and implications for new developments. Burns 1995; 21:57-61. 12. Khanna S, Venojarvi M, Roy S, Sharma N, Trikha P, Bagchi D, et al. Dermal Wound Healing Properties of Redox-Active Grape Seed Proanthocyani- dins. Free Radical Biology & Medicine 2002; 33(8):1.089-96. 13. Morisaki N, Watanabe S, Tezuka M, Zenibayashi M, Shiina RL, Koyama N, et al. Mechanism of Angiogenic Effects of Saponin from Ginseng Radix Rubra in Human Umbilical vein Endothelial Cells. Br J Pharmacol 1995; 115(7):1.188-93. 14. Polacow MLO, Pires-de-Campos MSM, Leonardi GR, Carvalho LS, Fiori Júnior JF. Avaliação Histológica da Pele de Suínos Submetida ao Trata- mento Tópico com Tiratricol e Ultra-Som. Anais do XV Congresso Brasileiro de Cosmetologia; 2001 Jul 24-26; São Paulo, Brasil. São Paulo: ABC; 2001. p.499-505. 15. Rosenbaum M, Prieto V, Hellmer J, Boschmann M, Krueger J, Leibel R, et al. An Exploratory Investigation of the Morphology and Biochemistry of Cellulite. Plastic and Reconstructive Surgery 1998; 101(7):1.934-9. 16. Rossi AB, Vergnanini AL. Cellulite: a review. J Eur Acad Dermatol Venereol 2000; 14(4):251-62. 17. Santos D, Bahia, MFG. Promotores de Absorção e Penetração. Cosm Toil 1995; 7(5):42-51. 18. Touitou E, Godin B, Karl Y, Bujanover S, Becker Y. Oleic Acid, a Skin Penetration Enhancer, Affects Langerhans Cells and Corneocytes. Journal of Con- trolled Release 2002; 80:1-7. Submetido: 15/jan./2004 Aprovado: 17/set./2004 003138_SaudeEmRevista_14.book Page 12 Wednesday, April 20, 2005 3:27 PM
Compartilhar