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Histórico dos recursos hídricos

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Programas de desenvolvimento e monitoramento dos recursos hídricos:
A água é, atualmente, uma forma de investimento no mundo inteiro, haja vista que sem água não há desenvolvimento econômico, social ou ambiental. Como visto na seção anterior, a distribuição temporal e espacial da água no planeta é bastante desigual, assim como sua qualidade, o que torna indispensável o desenvolvimento de programas adequados para o monitoramento e a conservação dos recursos hídricos. Conhecer as características físicas e químicas das águas, assim como os aspectos geográficos dos corpos hídricos e de seu entorno, é fundamental para definir e construir a infraestrutura necessária ao aproveitamento desses recursos. Isso porque, se o crescimento e desenvolvimento de áreas urbanas ocorrerem sem prévio estudo e avaliação do potencial hídrico de cada região, há um grande risco de acontecerem severos danos ao meio, como inundações, secas, erosão de leitos de rios e desertificação de terrenos, para citar apenas alguns exemplos. Uma das principais formas de preservar e, ao mesmo tempo, explorar os recursos hídricos de forma sustentável é desenvolver programas adequados de monitoramento e gestão das águas. Esses programas devem fornecer dados acurados e confiáveis, obtidos em curto período de tempo, para que sejam condizentes com o cenário atual de cada região. Entretanto, comumente é difícil avaliar de forma clara a situação dos corpos hídricos em escala global. Essa realidade é ainda mais evidente em países em desenvolvimento (que abrangem a maior parcela de água doce no mundo), devido à ausência de planejamento e à dificuldade na obtenção de dados hidrológicos. Felizmente, apesar de ainda escassas, algumas iniciativas de controle e gestão têm sido realizadas nas últimas décadas, e as atuais redes de monitoramento hidrométrico podem ser encontradas desde a administração voluntária de pequenas bacias hidrográficas no Brasil, até iniciativas maiores, em escala continental.
Sustentabilidade e os recursos hídricos
De acordo com a Organização das Nações Unidas (UN, 2015), a água encontra-se no centro do desenvolvimento sustentável e é crucial para a prosperidade socioeconômica dos países, em especial, daqueles em desenvolvimento. Além disso, é importante para a manutenção e o equilíbrio dos ecossistemas, além da sobrevivência do próprio homem.
Atualmente, mais de 1,7 bilhão de pessoas vivem em bacias hidrográficas onde o uso dos recursos hídricos excede a capacidade de recarga natural da bacia. Com isso, estima-se que até 2025 dois terços da população mundial estarão vivendo em zonas de estresse hídrico,
De fato, as disputas e os conflitos associados ao uso dos recursos hídricos são antigos, haja vista a relação existente entre a riqueza de um país e a sua disponibilidade hídrica. Alguns exemplos de regiões que estão, ou até recentemente estiveram, em discordância em relação ao uso dos seus corpos hídricos são: Israel e Síria (nascentes do rio Jordão); Turquia, Iraque e Síria (rios Tigre e Eufrates); Etiópia, Egito e Sudão (rio Nilo); e Botswana, Namíbia e Angola (Bacia do Okavango). A Figura 5 apresenta uma vista aérea do delta9 da Bacia do Okavango, considerada uma das sete maravilhas naturais da África. isto é, com baixa disponibilidade de água para o consumo e atividades humanas (UN, 2015).
Atividades humanas e os desafios à sustentabilidade
A agricultura é uma atividade econômica que apresenta um enorme consumo de água, sendo responsável pela demanda global de 70% desse recurso. Cabe destacar que este volume varia de acordo com cada país. A agricultura de sequeiro é a forma predominante de cultivo encontrada no mundo. Trata-se de um sistema utilizado em regiões que apresentam baixos índices pluviométricos e solos firmes, como nos planaltos africanos e no sertão nordestino. Para que esses tipos de cultivos tenham acesso à água, máquinas revolvem os terrenos, trazendo à tona a umidade natural do solo.
Outra área que demanda grande quantidade de água é o setor industrial, responsável pelo consumo de 20% da água potável utilizada no mundo. Os países desenvolvidos são os que retiram maior quantidade de água para este fim. Um dos maiores desafios da indústria atualmente é conseguir atender o aumento da demanda de produtos industrializados sem que isso impacte as práticas sustentáveis de exploração de recursos naturais como a água
A urbanização crescente e acelerada que vem ocorrendo nos países também leva ao aumento da demanda mundial por água. Atualmente, mais da metade da população mundial já vive em áreas urbanas e estima-se que até 2050 esse valor passe a dois terços da população, o que resultaria em cerca de 9 bilhões de pessoas.
Programas de avaliação e monitoramento dos recursos hídricos
Para compreendermos melhor como os programas de monitoramento de recursos hídricos são importantes para o processo da gestão sustentável da água, é importante conhecer antes o conceito de hidrologia. A hidrologia é a ciência que tem como objeto de estudo a ocorrência e distribuição das águas no planeta, espacial e temporalmente. Também, de acordo com a World Metereological Organization (WMO, ou Organização Meteorológica Mundial) e a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), a hidrologia deve levar em consideração as propriedades físicas, químicas e biológicas das águas, além de considerar sua interação com o ambiente físico e com os ecossistemas (WMO, 2009). A hidrologia, portanto, avalia e monitora os recursos hídricos. Um programa de monitoramento de águas tem como objetivos: determinar as fontes de água que possam ser exploradas como recursos hídricos; verificar a extensão, confiabilidade e qualidade das águas componentes dessas fontes; e avaliar as possibilidades de seu uso e controle. Dessa forma, é possível afirmar que os sistemas de monitoramento e avaliação dos recursos hídricos são parte essencial de um programa de gestão sustentável de águas. Sua importância é cada vez maior e reside no fato de que a população mundial, assim como suas atividades, está em pleno crescimento, o que demanda fontes de água potável. Esse aumento, se não for atendido de maneira sustentável e em equilíbrio com a renovação dos recursos no planeta, levará ao comprometimento dos corpos hídricos, tornando difícil a sobrevivência do homem e das demais espécies.
Os principais componentes de um sistema de avaliação dos recursos hídricos, segundo Hamilton (2012), são: 
· • coleta da série histórica dos dados hidrológicos associados ao ciclo da água (evaporação, infiltração, precipitação) em pontos distribuídos ao longo da área de avaliação; 
· • coleta de dados fisiográficos da região, isto é, aqueles associados às características naturais do terreno que determinam as variações temporais e espaciais dos componentes do ciclo da água. Dados fisiográficos podem ser obtidos, por exemplo, a partir do levantamento topográfico do terreno; 
· • uso de técnicas capazes de converter os dados obtidos em informação, relacionando os dados hidrológicos aos dados fisiográficos para obter as características do corpo hídrico em qualquer ponto de avaliação.

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