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Disciplina: Introdução ao Estudo do Direito Faculdade: UNIFTC Professora: Geruza Gomes 13ª Aula NORMA JURÍDICA Sabemos que só existe Direito onde existe sociedade. Então, temos de admitir que as normas jurídicas são essencialmente, regras sociais. Isso significa que a função das normas jurídicas é disciplinar o comportamento social dos homens. No entanto, dizer apenas isso não é suficiente para caracterizá-las, porque existem diversas outras normas que também disciplinam a vida social. Vejamos os exemplos: Normas morais: (consciência moral) Normas religiosas: (fé) Tanto as normas morais como as religiosas se aplicam à vida em sociedade. Então, como distinguir as normas jurídicas dessas outras normas sociais? Vejamos que, tanto Direito quanto a Moral destinam-se a regular a conduta humana. Moral = vida interior; Direito = vida exterior. NORMA JURÍDICA NO PLANO TEÓRICO No plano teórico, costuma-se reconhecer que as normas jurídicas tendem a realizar os ideais de justiça. Ou seja, a justiça seria o objetivo que dá sentido à existência da norma jurídica. Do contrário, ela não seria uma norma legítima, e sim arbitrária. NO PLANO PRÁTICO Em termos práticos, entretanto, sabemos que a norma jurídica e o processo judicial que visa a sua aplicação ainda estão distantes de realizar, a contento, os ideais de justiça. Infelizmente, permanece viva a contundente advertência do jurista Rui Barbosa (1849-1923): “Em nosso País a lei não exprime o consentimento da maioria; são as minorias, as oligarquias mais acanhadas, mais impopulares e menos respeitáveis, as que põem, e dispõem; as que mandam, e desmandam em tudo”. Relembrando o conceito de Direito “Direito é um conjunto de regras obrigatórias que disciplinam o convívio social humano” Essas regras obrigatórias serão chamadas de normas jurídicas. A norma jurídica é elemento fundamental para a constituição e existência do Direito. DEFINIÇÃO DE NORMA JURÍDICA “Norma jurídica é a regra social garantida pelo poder de coerção do Estado, tendo como objetivo teórico à promoção da justiça.” No mundo jurídico, não basta conhecer bem a lei para fazer justa aplicação do direito, porque a justiça nem sempre estará na lei. O mau operador do direito, advogado ou juiz, transforma uma lei boa em má, ao passo que o bom operador é capaz de dar boa aplicação até a uma lei ruim. Direito e Moral –Direito: Coercibilidade - possibilidade de interferência da força no cumprimento de uma regra (sanção). –Moral: incompatível com a força. Espontaneidade por parte do agente. O objeto do direito, como temos visto, são os fatos juridicamente relevantes. Ao falarmos de sujeitos de direito, estamos a falar daqueles que são os titulares do direito subjetivo, e, que têm a prerrogativa de exercê-lo ou exigir a prestação jurídica que lhe é assegurada pela ordem jurídica (sujeito ativo), e daqueles que, em contrapartida, têm a obrigação de cumprir a obrigação jurídica determinada (sujeito passivo). É imprescindível aqui haver a personalidade jurídica, ou seja, a aptidão para exigir ou cumprir uma obrigação. CARACTERÍSTICAS DA NORMA JURÍDICA BILATERALIDADE: A norma jurídica é bilateral, posto que vincula sempre duas partes, qual seja, aquele que exige a conduta e aquele que presta tal conduta, atribuindo sempre poder a uma parte e dever a outra. Ex. O Estado tem o poder de exigir do contribuinte o imposto; O credor tem o poder de exigir do devedor o pagamento; O Estado tem o poder de exigir do cidadão uma conduta não criminosa, etc. CARACTERÍSTICAS DA NORMA JURÍDICA GENERALIDADE: A norma jurídica não tem caráter personalíssimo, é preceito de ordem geral dirigida indistintamente a todos os indivíduos que se encontram na mesma situação jurídica. ABSTRATIVIDADE: A norma jurídica é abstrata, ou seja, regulando as situações de modo geral e hipotético, não podendo regular os casos concretos sob pena de não prever todas as situações sociais possíveis. CARACTERÍSTICAS DA NORMA JURÍDICA IMPERATIVIDADE: Como principal característica, a norma jurídica é imperativa, ou seja, não é mera declaração de uma conduta, mas impõe-se quanto a seu cumprimento. CARACTERÍSTICAS DA NORMA JURÍDICA COERCIBILIDADE: Que se traduz na possibilidade de uso da coação para o cumprimento da norma, seja através da intimidação (coação psicológica), seja pela possibilidade do uso da força (coação física). NORMA JURÍDICA - CARACTERÍSTICAS # BILATERALIDADE (+dever-) # GENERALIDADE (todos-iguais) # ABSTRATIVIDADE (várias situações) # IMPERATIVIDADE (impor vontade maioria) # COERCIBILIDADE (possível uso da coação) Pedra angular da ciência do direito Normas do tipo dever/ser Norma Jurídica Características: Bilateralidade Generalidade Abstratividade Imperatividade Coercibilidade CARACTERÍSTICAS DA NORMA JURÍDICA A hierarquia das normas, no direito comum, segue um critério rígido de escalonamento das normas, onde os diplomas normativos estão colocados em um sistema que, tem na sua base a norma mais inferior e no seu ápice a norma mais superior. HIERARQUIA DAS NORMAS As leis não tem, de forma geral, todas o mesmo valor, apresentando diferenças em essência e força, já que cada uma é dotada de uma elaboração peculiar e posição hierárquica diversa das demais. Algumas são mais “importantes” que as outras. Se duas leis vierem a tratar do mesmo assunto, a lei mais importante, a de maior hierarquia, afastará a aplicação da lei de grau inferior. HIERARQUIA DAS NORMAS As leis não tem, de forma geral, todas o mesmo valor, apresentando diferenças em essência e força, já que cada uma é dotada de uma elaboração peculiar e posição hierárquica diversa das demais. Algumas são mais “importantes” que as outras. Se duas leis vierem a tratar do mesmo assunto, a lei mais importante, a de maior hierarquia, afastará a aplicação da lei de grau inferior. O que é a Pirâmide de Kelsen? A pirâmide de Kelsen é uma teoria criada por um “jurisfilósofo” chamado Hans Kelsen, e está baseada no princípio da hierarquia existente entre as normas legais, atribuindo ao topo dessa pirâmide a norma maior, que é a Constituição Federal, seguida das Leis Complementares e assim por diante. Atributos da norma jurídica: Requisitos para que a norma tenha existência válida e produza seus efeitos. São eles: validade; vigência; eficácia; são atributos de formação da norma. ATRIBUTOS DA NORMA JURÍDICA VALIDADE, VIGÊNCIA E EFICÁCIA Qual a relação da interpretação com os tema de vigência, validade e eficácia? Validade: qualidade ou caráter de válido, capaz de produzir os efeitos esperados. VALIDADE EXISTÊNCIA Vigência: particularidade ou estado do que é vigente; que se encontra em vigor e possui resultados: questionar a vigência de uma norma; cessar a vigência de um contrato. VIGÊNCIA FORÇA Eficácia: qualidade daquilo que alcança os resultados planejados; característica do que produz os efeitos esperados, do que é eficaz. EFICÁCIA APLICAÇÃO 1) Validade: Pertinência da norma com o ordenamento, ou seja, cumprir requisitos de caráter formal e material. a) Formal: cumprimento de requisitos quanto a forma de elaboração da lei. b) Material: conteúdo da norma. A matéria que a norma trata deve guardar uma relação de coerência com a norma superior. 2) Vigência: Tempo de validade da norma. 1) Quando a norma é publicada, pode ser mediata ou imediata a) Mediata: cumpre o período (“vacatio legis”) de 45 dias, previsto no art 1º do código civil, para entrar em vigor. b) Imediata: ocorre quando a data de publicação coincide com a data em que foi publicada. Já é prevista na lei a data de vigoração. Nota: Caso a lei não preveja a data devigoração, o prazo utilizado é o previsto pelo Código Civil (45 dias). Vigência determinada: estabelecimento prévio do período em que a lei irá vigorar. Vigência indeterminada: ocorre quando não se pode afirmar o prazo de validade da lei. 3) Eficácia: diz respeito à capacidade de produção de efeitos pela norma. · Existem dois tipos de eficácia: a) Eficácia Técnica: quando a norma cumpre todas as condições formais (jurídicas) necessárias para a produção de efeitos. b) Eficácia Social: diz respeito à possibilidade da norma produzir efeitos na sociedade. Ou seja, a correspondência entre a norma e a realidade social. Obs: Algumas normas podem não ter mais vigência e ainda ter eficácia. Isso ocorre quando há direito adquirido, ou seja, quando uma norma “cai” e seus efeitos ainda são sentidos. Ex: Regime de aposentadoria - Quem cumpriu os requisitos referentes à antiga norma previdenciária não perde seus direitos, mesmo após a reforma no regime. A validade não se confunde com a vigência, posto que pode haver uma norma jurídica válida sem que esteja vigente, isso ocorre claramente quando se vislumbra a vacatio legis, ou quando o dispositivo legal é revogado, embora continue vinculante para os casos pretéritos. Vacatio Legis - é o intervalo entre a data da publicação da lei e o início da sua vigência. A vigência representa a característica de obrigatoriedade da observância de uma determinada norma, ou seja, é uma qualidade da norma que permite a sua incidência no meio social. Vigência da Lei - uma lei passa a ser de conhecimento de todos quando é publicada no Diário Oficial. Geralmente as próprias leis indicam quando passam a ter valor; se, porém, ela nada fala, ela será obrigatória no país após 45 dias. Este espaço de tempo compreendido entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor é chamado de vacatio legis. Validade: É a qualidade da norma que designa a sua pertinência com o ordenamento jurídico, por terem sido cumpridas as condições formais e materiais de sua produção e, consequente, interação com o sistema. Vigência: É a qualidade da norma que diz respeito ao tempo de validade, ao período que vai do momento em que ela entra em vigor (que passa a ter força vinculante) até o momento que seja revogada ou que se esgota o prazo prescrito pra sua duração. Eficácia: É a qualidade da norma que se refere à possibilidade concreta de produzir efeitos, porque estão presentes as condições fáticas exigíveis para sua observância ou porque estão presentes as condições técnicas necessárias para sua obrigação. Antinomia: o conflito aparente de normas e seus critérios de resolução. Os conflitos de normas ocorridos durante o processo de interpretação denominam-se Antinomias. Esses problemas podem ser solucionados através da aplicação de três critérios: hierárquico, cronológico e da especialidade. CONFLITOS ENTRE NORMAS JURÍDICAS. O primeiro critério solucionador de antinomias e o mais relevante é o hierárquico, pois não há o que se falar em norma jurídica inferior contrária à superior. Isto ocorre porque “a norma que representa o fundamento de validade de uma outra norma é, em face desta, uma norma superior”, por exemplo a Constituição Federal de 1988 tem caráter supralegal, na qual, as demais leis (ordinárias, complementares, etc.) devem estar em consonância aos princípios estabelecidos por ela, caso contrário será considerada inconstitucional perdendo sua efetividade. O critério cronológico tem por fundamentado o artigo 2º, § 1º, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, que regula que norma posterior revoga a anterior: “A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior”. O último critério é o da especialidade o qual prescreve que a norma especial prevalece sobre a geral. Este critério também encontra-se no artigo 2º, § 2o da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. “A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior”. O conflito de normas nada mais é do que duas ou mais normas disputando a regência de um mesmo fato típico, antijurídico e punível. ANEXOS ilustrativos para ajudar no entendimento do tema ACREDITE, VOCÊ PODE TUDO Se nada mudar, invente, e quando mudar, entenda. Se ficar difícil, enfrente, e quando ficar fácil, agradeça. Se a tristeza rondar, alegre-se, e quando ficar alegre, contagie. E quando recomeçar, acredite. Você pode tudo. Tudo consegue pelo amor, e pela fé que você tem em Deus!
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