RELATORIO DE ESTAGIO B1

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FACULDADE PITÁGORAS 
 CURSO DE PSICOLOGIA 
 
 
 PRISCILA DE OLIVEIRA NUNES 
 
 
 RELATÓRIO DE ESTÁGIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IPATINGA MG 
 
 
 
 PRISCILA DE OLIVEIRA NUNES 
 
 
 
 
 ESTÁGIO BÁSICO I 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à 
disciplina Estágio básico I, da 
Faculdade Pitágoras Ipatinga, 
curso de psicologia quarto 
período. 
Orientador: Elaine Franciny 
Santos Jardim. 
CRP: 04/27991 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ipatinga 
 2020 
III 
 
Sumário 
Sumário ......................................................................................................................................... 3 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4 
2. DESENVOLVIMENTO ................................................................................................... 5 
3. CONCLUSÃO ............................................................................................................. 9 
4. REFEÊNCIAS ........................................................................................................... 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. INTRODUÇÃO 
 
Este relatório refere-se ao Estágio Básico I do 4º período do curso de 
Psicologia da Faculdade Pitágoras – Ipatinga-MG, que propôs um encontro no 
dia 06/outubro/2020 a comunidade terapêutica - Associação Reviver para 
dependentes químicos, localizada R. Von Goethe, 436 - Cidade Nobre, Ipatinga 
- MG para que se exerça a prática de conhecimentos adquiridos por meio de 
formação teórica de observação. 
A elaboração do relatório é uma das etapas mais importantes de um curso 
de graduação. Nesse momento, são reunidos os métodos e técnicas de 
observação, desenvolvidos durante o curso, e abordados os aspectos mais 
relevantes. 
A observação é utilizada para coletar dados acerca do comportamento 
e da situação ambiental. (Marilda Fernandes; Maria Amélia, 2011). 
 
O estágio tem como objetivo possibilitar um olhar mais técnico sobre os 
comportamentos dos indivíduos e uma reflexão sobre as atividades exercidas 
por eles, sendo um exercício de estudo, fixação e elaboração da experiência 
observacional, favorecendo o aprendizado da atividade da profissão de 
psicólogo. Ao compartilhar com a comunidade acadêmica as situações, 
dificuldades e conquistas do estágio, é possível reconhecer os erros, confirmar 
os acertos e desenvolver as competências necessárias a profissão do psicólogo 
em parceria com os colegas, professores e profissionais da área. Outra 
importante habilidade aperfeiçoada na elaboração de um Relatório de Estágio 
se refere à aplicação do método científico e a organização do conhecimento. 
“o uso da observação tem permitido descobrir que o comportamento é 
influenciado pelas consequências que produz no ambiente; que os 
modos pelos quais essas consequências se distribuem no tempo 
determinam di-ferentes padrões de comportamento; que o 
comportamento pode ficar sob influência de estímulos particulares do 
ambi-ente, em detrimento de outros.” (Marilda Fernandes; Maria 
Amélia, 2011). 
 
A fim de refletir as dificuldades e vantagens encontradas durante a 
observação, desmistificando o conhecimento popular e expondo claramente o 
real papel do profissional Psicólogo dentro de uma instituição que trabalha com 
dependentes químicos. 
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2. DESENVOLVIMENTO 
 
A Associação Reviver de Assistência e Reintegração Social e 
Toxicômanos e Alcoólatras, foi fundada no ano de 1994 pelo sr. Adair Ferreira e 
em 2005 foi transformada em casa de apoio, localizada no bairro Cidade Nobre, 
em Ipatinga-MG. A comunidade é uma instituição filantrópica e sem fins 
lucrativos. Tendo como público alvo apenas pessoas do sexo masculino e que 
buscam por tratamento, pois a comunidade não realiza internação compulsória. 
De acordo com Pozas(1996), as CT foram criadas em 1979 com o intuito 
de dar uma resposta aos problemas provenientes da dependência de drogas, 
possuindo assim um ambiente que necessariamente é livre das mesmas e uma 
forma de tratamento em que o paciente é tratado como o principal protagonista 
de sua cura. Trata-se de um sistema estruturado, com limites precisos e funções 
bem delimitadas, regras claras e afetos controlados, através de normas, horários 
e responsabilidades. Toda estrutura é para que o paciente se situe totalmente 
no tratamento, sendo assim, o trabalho intenso, tanto pela equipe profissional, 
quanto pelos pacientes. 
 Os objetivos das CT não são só os resultados do tratamento, mas 
também as consequências de uma reabilitação social envolvendo intervenção 
também em outros locais fora do espaço da CT (Pozas, 1996). 
Levando em consideração que no fim do tratamento o indivíduo retorna 
para a sua rotina, onde possivelmente frequentará o mesmo ambiente e mesmo 
ciclo de amigos, no qual possa haver estímulos que faça com que ele tenha uma 
recaída e regresse o seu processo. 
 
 Atualmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o uso 
abusivo de drogas como uma doença crônica e recorrente. Para esta instituição, 
o uso de drogas constitui um problema de saúde pública, que vêm ultrapassando 
todas as fronteiras sociais, emocionais, políticas e nacionais, preocupando toda 
a sociedade (Andretta & Oliveira, 2011). 
Segundo dados do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas 
Psicotrópicas (Cebrid, 2010), muitos são os fatores que podem motivar o uso de 
drogas, como: a busca de prazer, amenizar a ansiedade, tensão, medos e até 
aliviar dores físicas. Quando a utilização dessas substâncias se dá de forma 
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abusiva e repetitiva, sem que haja um controle do consumo, frequentemente 
instala-se a dependência (Crauss & Abaid, 2012). 
De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), a 
dependência química caracteriza-se pela presença de um agrupamento de 
sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos, indicando que o indivíduo 
continua utilizando uma substância, apesar de problemas significativos 
relacionados a ela. Como acrescentam Kaplan, Sadock e Grebb (2007). 
 A associação tem estrutura para abrigar trinta e quatro internos, porém 
no momento há quinze acolhidos, devido ao atual cenário de pandemia (Covid 
19) o quadro de vagas está limitado. 
A mesma possui área espaçosa, contendo pátio, campo de futebol, 
academia, escritório, um espaço de jogos de tabuleiro, cozinha com duas 
divisões, sendo uma para cortar frutas e verduras,“verdurão” (termo utilizado 
pelo monitor para denominar a área onde é preparado as verduras e legumes) e 
o outro espaço para cozinhar, tendo um fogão à lenha, dispensa onde é 
armazenado alimentos não perecíveis (doados e comprados), refeitório 
amplo, contendo uma televisão e mesas conjugadas com bancos; quartos, 
banheiros grandes, um cômodo que permanece trancado para o 
armazenamento de produtos de limpeza e químicos, e também o espaço é bem 
inclusivo, sendo todo adaptado para deficientes físicos. 
 
 O funcionamento do local é dirigido por dois monitores (um no período da 
manhã e outro a noite), um psicólogo (terça e quinta), uma assistente social 
(terça e quinta) e uma secretária. Não é considerada uma comunidade social, 
porém, existem vagas sociais e a prefeitura arca somente com o salário dos 
funcionários, sendo assim, os demais gastos são arcados pelas famílias dos 
internos e doações. 
Foi preciso uma observação detalhada e cautelosa para que pudéssemos 
alternar entretoda a estrutura do local e ao comportamento de todos os 
acolhidos, dando devida atenção em tudo presente naquele ambiente. 
 
“Não basta, entretanto, que um indivíduo sozinho tenha observado o 
fenômeno para ele ser tomado como real.” (Marilda Fernandes; Maria 
Amélia, 2011). 
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Ao chegar à instituição, fomos recepcionados por um dos internos que no 
dia estava responsável por tal função; entramos e observamos que estavam em 
uma reunião de rotina matinal que finalizou logo após a nossa chegada; saiu do 
local onde estava sendo realizada a reunião e foi fazer o uso de tabaco e os 
demais foram cumprir as suas tarefas pré-estabelecidas que são programadas 
semanalmente, como varrer, ficar responsável por cozinhar, picar os legumes, 
lavar os banheiros, limpar os quartos, limpar o campo de futebol. Foi estipulada 
uma função para cada interno, para que possam alcançar novamente 
reponsabilidade e a disciplina que foi perdida por conta dependência química. 
Segundo o calendário de atividades mostrado pelo psicólogo da instituição, as 
11h soava um toque de sino para o banho e logo após iam para o 
refeitório almoçar; tinham depois da refeição um tempo livre, e as 14h havia uma 
reunião com líderes religiosos, sendo eles,(católicos , evangélicos, dentre 
outros), ou palestras. 
 
‘’Para explicar de forma científica qualquer fenômeno é necessário 
descrevê-lo de um modo minucioso, preciso e objetivo. Sabe-se que sorrir, 
franzir as sobrancelhas, chorar ou outros comportamentos não-verbais podem 
fornecer pistas úteis ao clínico. Neste sentido, Galvão afirma: Descrever não 
pode ser recriar um todo, mas envolve definir um contexto no qual certos 
aspectos do todo são registrando assim, observação e descrição podem exercer 
uma importante função.” (Ilma A; Jocineyla Alves; Lorena Franciley, 2003
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Testemunhamos que o indivíduo S usava um boné e um jaleco na cor 
branca para cozinhar e sorria abertamente enquanto conversava com seu 
parceiro de serviço. 
A outra parte do grupo de internos que estavam na parte superior do local 
observava todos os nossos passos e conversavam uns com os outros em tom 
baixo, enquanto o Monitor e o Psicólogo nos passavam orientações sobre a 
comunidade. 
No campo de futebol estava o indivíduo C, que naquele dia estava 
responsável por retirar com um carrinho de mão e um rastelo todas as folhas que 
caiam das árvores. O mesmo apresentava bastante timidez, não fazendo contato 
visual conosco em nenhum momento. 
Ao sair da comunidade nos deparamos com individuo G, que estava 
varrendo a área externa de toda a estrutura, visto que todos os internos podem 
entrar e sair do local a qualquer hora, diferentemente de uma clinica de 
internação compulsória onde internos são totalmente restritos de sair. 
 
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3. CONCLUSÃO 
 
 
Neste Estágio Básico I, aprendi a importância da observação sendo essencial a 
uma das atividades que exerceremos dentro da nossa futura profissão. Através 
da observação eu pudesse entender melhor e aperfeiçoar minha visão. Agora 
possuo uma visão mais cientifica sobre os indivíduos, havendo uma descoberta 
enorme através de um único comportamento ou até mesmo uma conversa 
entre eles. 
Aprendi em vários aspectos, inclusive a importância da rotina, das atividades 
executadas por eles, do convívio um com o outro, das Psicoterapias, entre 
outras... 
A primeira impressão que tive foi que seria algo difícil, porém, com a 
observação feita, pude notar que é um trabalho um pouco robotizado, sendo 
assim, fiquei mais tranquila e curiosa para continuar aprendendo sobre esse 
campo. 
Posso concluir, então, que o estágio foi uma grande oportunidade de 
complementar e aperfeiçoar o meu ver cientifico. Além de possibilitar um 
grande conhecimento. Por fim, afirmo que o estágio na Comunidade 
Terapêutica foi enriquecedor e contribuiu muito para o meu desenvolvimento 
como Acadêmica em Psicologia e como pessoa.
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 Ipatinga ,30 de novembro de 2020. 
 
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 Priscila de Oliveira Nunes 
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Elaine Franciny Santos Jardim. 
Professor orientador CRP: 04/27991 
 
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4. REFEÊNCIAS 
 
Aprendendo a observar, Marilda Fernandes Danna; Maria Amélia Mattos. 2 ed., 
pag. 12 – São Paulo: EDICON,2011 
Aprendendo a observar, Marilda Fernandes Danna; Maria Amélia Mattos. 2 ed., 
pag. 11 – São Paulo: EDICON,2011 
Pozas, J.E.M. (1996). Comunidades terapêuticas en España: evolución 
histórica, situación actual y perspectivas [on-line]. 
Andretta, I., & Oliveira, M. S. (2011). A entrevista motivacional em adolescentes 
usuários de droga que cometeram ato infracional. Psicologia: Reflexão e 
Crítica, 24(2),218-226. 
Crauss, R. M. G., & Abaid, J. L. W. (2012). A dependência química e o 
tratamento de desintoxicação hospitalar na fala dos usuários. Contextos 
Clínicos, 5(1),62-72. 
Kaplan, H., Sadock, B., & Grebb, J. (2007). Compêndio de Psiquiatria: Ciência 
do comportamento e Psiquiatria Clínica (9. ed). Porto Alegre, RS: Artes 
Médicas. 
Ilma A. Goulart de Souza Britto; Jocineyla Alves de Oliveira; Lorena Franciley 
Dias de Sousa, Rev. bras. ter. comport. cogn. vol.5 no.2 São Paulo dez. 2003