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Elementos de Radiologia Aula 1: Equipamentos radiográ�cos Apresentação Ao observar os mais diferentes tipos de serviços de radiodiagnósticos, você perceberá que os equipamentos radiográ�cos (�xos e transportáveis) estarão presentes desde as pequenas clínicas de radiologia até os grandes centros médicos. As imagens radiográ�cas produzidas por esses equipamentos auxiliam grande parte dos diagnósticos. Mesmo com seu aspecto mais simples em relação a outros estudos, ainda agregam em avaliações das mais diversas análises médicas. Veremos nesta aula, portanto, os diferentes tipos de equipamento radiográ�co, indicando seus componentes e suas principais características. Objetivos Reconhecer os diferentes tipos de equipamentos radiográ�cos (�xo, portátil e transportável); Relacionar os macrocomponentes constituintes de cada equipamento; Entender as funções de cada equipamento. Primeiras palavras O equipamento de radiogra�a é uma importante ferramenta e indispensável aliado para funcionalidade do serviço hospitalar. Para tanto, o paciente que será submetido ao exame deverá ser, preferencialmente, conduzido a um ambiente que atenda todas as necessidades de radioproteção (sala de exame radiográ�cos), conforme de�nição da portaria 453 , que diz: "4.27 A realização de exames radiológicos com equipamentos móveis em leitos hospitalares ou ambientes coletivos de internação, tais como unidades de tratamento intensivo e berçários, somente será permitida quando for inexequível ou clinicamente inaceitável transferir o paciente para uma instalação com equipamento fixo." - BRASIL (1998) Atenção Caso o paciente não possa ser conduzido, poderá ser atendido junto ao leito hospitalar, utilizando um equipamento especí�co denominado aparelho de raios X transportável. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Sala de exame radiográ�co �xo Este ambiente é desenvolvido para acomodar um equipamento de raios X �xo, sendo necessária a realização do cálculo de blindagem e levantamento radiométrico, que são desenvolvidos levando em conta: 1. a carga de trabalho, 2. a potência do equipamento, 3. o fator de uso e ocupação da sala. O objetivo dessa sala é limitar exposição à radiação nos ambientes controlados e livres nos limites previstos na portaria 453. Uma típica sala de exame radiográ�cos deve conter os seguintes componentes: bucky vertical para receptores de imagem componentes da alimentação elétrica cabeçote e colimador mesa de exame com gaveta para receptor de imagem biombo �xo e mesa de comando Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online javascript:void(0); Saiba mais Veja os instrumentos que compõe a sala de radiodiagnóstico. De�nições especí�cas na radiologia Vejamos algumas de�nições especí�cas para melhor compreender o tema desta aula: Clique nos botões para ver as informações. Consiste na avaliação de doses de radiação nas áreas adjacentes às salas de exames radiográ�cos e na barreira que protegem os trabalhadores da radiação ionizante. Levantamento radiométrico É o número total de exposições radiográ�cas realizadas pelo aparelho de raios X durante sua jornada de trabalho. Carga de trabalho Determina a relação em porcentagem que a radiação estará direcionada para determinada barreira. Fator de uso Determina a ocupação por pessoas das áreas adjacentes à sala de exame. Ocupação Área na qual medidas especí�cas de proteção radiológica são ou podem ser necessárias para manter a segurança. Área controlada São áreas onde não há necessidade de tomar nenhuma ação relativa a controle de dose. Área livre Componentes radiográ�cos Conheçamos agora, com mais detalhes, os componentes radiográ�cos: javascript:void(0); Buck mural ou vertical Componente responsável por acomodar o receptor de imagem e grade antidifusora quando o exame for realizado na posição ortostática. Sua estrutura anterior é constituída por material radiotransparente; normalmente composto pelo mesmo material que constitui a mesa, porém com dimensão menor. Em modelos anteriores, sua estrutura era �xada na parede, enquanto em modelos mais recentes essa estrutura é �xada em uma coluna vertical, que possibilita regulagem da altura do receptor de imagem em função da altura do paciente. Buck mural. Fonte: Anvisa. Mesa de exame com gaveta para �lme Seu objetivo é acomodar o paciente quando o exame for realizado em algum tipo de decúbito, além disso, são responsáveis por sustentar o �lme a grade antidifusora. O material que compõe a mesa de exame tem de ser rígido para suportar o peso do paciente e, ao mesmo tempo, confeccionada com material que minimize a atenuação de fótons. O tampo da mesa deve ter �na espessura para que não haja distorção das imagens pelo aumento da distância objeto- receptor de imagem. Mesa de exame. Fonte: IFPI. Atenção Materiais não apropriados proporcionariam a necessidade de aumento da dose de radiação e impacto na qualidade das imagens produzidas. Mobilidade da mesa de exames Clique no botão acima. Mobilidade da mesa de exames Fixa – elas não possuem nenhum tipo de movimento. O cabeçote do equipamento se alinha com a região anatômica de interesse em movimentos longitudinais e transversais. Movimento transversal – apresenta apenas o movimento na direção da largura da mesa de exames. Os movimentos no eixo do comprimento da mesa serão obtidos por meio do movimento do equipamento radiográ�co através de um trilho. Movimento total ou tampo �utuante – movimentam-se tanto longitudinalmente quanto lateralmente. Em aparelhos que possuem esse tipo de mesa, geralmente o cabeçote e o porta-chassi não possuem movimento lateral. trong>Movimento vertical – apresenta movimento vertical no sentido horário, até atingir um ângulo de 90º. Esses equipamentos auxiliam em procedimentos contrastados, principalmente nas avaliações do intestino e dos rins. Mesa telecomandada – é um tipo de mesa de exame controlada remotamente pelo pro�ssional de radiologia, por meio de controles na mesa de comando. Para isso, possuem motores que a fazem mover em qualquer direção. Componentes da alimentação elétrica O conjunto de componentes da alimentação elétrica é indispensável para a alimentação elétrica dos equipamentos radiológicos. Os componentes podem ser utilizados em sistemas: 1 De alimentação trifásica dupla 2 De alta frequência Funcionamento dos componentes de alimentação elétrica Clique no botão acima. Funcionamento dos componentes de alimentação elétrica O gerador de alta frequência converte a baixa voltagem (220 Volts (V) AC) e a baixa frequência (60 Hz) na entrada do gerador em alta voltagem (40-150 quilovolts (kV) DC) e alta frequência (500-25000 Hz). Para que possam ser utilizadas as técnicas de exposição necessárias na elaboração dos exames, é necessária uma taxa de potência da ordem de 50 quilowatts (kW) que permite configurações na tensão de 40-150 quilovolt pico (kVp) e corrente de 100-400 miliampère (mA). Quando comparado ao trifásico, o sistema de alta frequência permite uma variação de apenas 1% da tensão de Ripley, enquanto no sistema trifásico essa variação �ca em torno de 4%. Os componentes que integram a unidade de distribuição de energia necessitam ser refrigerados com temperaturas mais baixas (17° a 19°C) para que possam obter maior estabilidade no funcionamento. Por esse motivo, geralmente serão encontrados dentro da própria sala de exame ao aproveitar a temperatura que também é adequada ao funcionamento do equipamento e dos componentes envolvidos diretamente na formação das imagens. Comentário Ripley é variação da tensão em relação ao valor de kVp nominal selecionado pelo operador. Geradores Mesa de comando É o componente do equipamento por onde o pro�ssional de radiologia irá controlar os parâmetros elétricos desejado para determinada exposição radiográ�ca. Com o avanço tecnológico, houve muitas mudanças na mesa de comando – as primeiras eram totalmente analógicas, enquanto as mais atuais apresentamseletores digitais. Em geral, as mesas de comando apresentam os seguintes comandos: Botão de acionamento Função Interruptor Liga e desliga o equipamento Seletor de KV Determina a energia dos fótons Seletor de mA Seleciona a quantidade de fótons Seletor de tempo de exposição Determina por quanto tempo haverá exposição Seletor mAs; Correlaciona quantidade de fótons com o tempo de exposição Seletor de foco Define a escolha do foco fino ou grosso Seletor de posto Define a utilização do bucky mural ou mesa Seletor de rede Realiza o ajuste da rede elétrica (nas mesas mais modernas essa ação é automática) Preparo do tubo Inicia o giro do anodo Disparo da radiação Inicia o processo de emissão da radiação 1 http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0106/aula1.html Dispositivo de disparo de radiação Em função da segurança radiológica, evitando, assim, disparos acidentais, a Portaria 453 determina que o dispositivo de disparo seja composto por um botão do tipo dois estágios . Esse mesmo dispositivo, quando estiver em equipamentos radiográ�cos portáteis ou transportáveis, deverá apresentar um cabo disparador com comprimento mínimo de 2 metros. Essa recomendação auxilia na proteção radiológica do pro�ssional, na realização de exames no leito. 2 Exemplo Veja um exemplo do acionamento do botão de dois estágios: Outros elementos e componentes Vejamos, a seguir as funções de outros elementos e componentes tais como: • Estativa porta-tupo • Cabeçote e colimador • Funções da coluna, do braço e sistema de freios. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Outros elementos e componentes Clique no botão acima. http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0106/aula1.html Outros elementos e componentes Estativa porta-tubo Tem a função principal de sustentar o cabeçote, onde está o tubo de raios X. Existem diferentes modelos de acordo com a mobilidade, como móvel, �xa e telescópica. A estativa móvel se locomove por meio de sistemas de rodízios em trilhos �xados no chão, que permitem a realização de movimento longitudinal em relação à mesa de exame. Já a telescópica é �xada no teto da sala de exame. Existem dois tipos de sistema de freio: mecânicos e eletromagnéticos, os freios mecânicos funcionam de maneira simples, por meio da força de tração que pressionam as partes móveis do equipamento por meio de eixos sem �m. Já os freios eletromagnéticos são acionados eletricamente por interruptores que reproduzem um eletroímã, �xando na posição escolhida. Cabeçote e colimador Função da coluna – sustentar o braço e permitir o deslocamento ao longo do seu comprimento. Para que haja esse deslocamento, será necessária a participação de um sistema de contrapeso (ferro ou chumbo) ou molas interligadas por meio de cabos de aço. Função do braço – componente da estativa que sustenta o cabeçote contendo o tubo de raios X e o colimador de feixes. Sistema de freios – são apresentados na face anterior dos colimadores. Durante a realização do exame, a mesa, a estativa e a gaveta porta-chassi devem permanecer imóveis, para isso, os sistemas de freio permitirão de maneira precisa a �xação do posicionamento escolhido pelo pro�ssional de radiologia. Tipos de equipamentos radiográ�cos Leia o texto a seguir para entender as especi�cidades dos tipos de equipamentos: �xos, transportáveis e portáteis. Tipos de equipamentos Clique no botão acima. Tipos de equipamentos Além dos equipamentos �xos, existe também equipamentos que serão utilizados quando o paciente não reunir condições de ser conduzido até a sala de exame, sendo classi�cados como transportáveis e portáteis. Equipamentos radiográ�cos �xos Os equipamentos �xos são aqueles que a instalação foi realizada dentro de uma sala apropriada, sendo indicados para realização de exames em geral, inclusive de estruturas mais densas e espessas. As principais vantagens obtidas por este tipo de equipamento são: • Utilização de grande antidifusora; • Realização de variadas DFoFi (distância foco �lme); • Maior capacidade de corrente e tensão. Os equipamentos �xos telecomandados, apesar de não apresentarem diferenças visíveis, possibilitam o ajuste de todos os parâmetros radiográ�cos e geométricos a partir da mesa de comando (posição da mesa, inclinação, tamanho do campo, entre outros recursos). Aparelho de raio x com comando remoto e múltiplas inclinações. Fonte: Anvisa Equipamentos transportáveis Modalidade ideal para a realização de exames no leito, para isso, ele pode ser facilmente conduzido por um sistema de rodas podendo ser um modelo motorizado ou não. Para que o exame seja realizado, o paciente será posicionado sentado ou em decúbito dorsal, na própria mesa de internação. Possui restrições operacionais, principalmente relacionado ao seu uso contínuo, necessitando de um intervalo entre a realização de algumas exposições. Essa ação está relacionada a sua capacidade de dissipação de calor, que é inferior à do equipamento �xo. Atenção: Embora tenha um custo bem menor que o equipamento �xo, o equipamento transportável não deve ser utilizado como seu substituto. Equipamento transportável. Fonte: Shutterstock. Equipamentos portáteis Apesar de sua semelhança em relação ao equipamento transportável, ele se distingue basicamente em relação ao seu peso e à capacidade de radiação ou �exibilidade para realização de exames. Isso se justi�ca na necessidade de transporte em ambulâncias ou mesmo no porta-malas de carros ao permitir que este seja carregado por uma única pessoa por meio alças. Sua capacidade na realização de exames é limitada, porém sua aplicação é muito útil. Exemplo: em modalidade de serviço homecare (quando os pacientes são atendidos em sua própria residência, por incapacidade de locomoção), principalmente em atendimento a pacientes idosos e, mais recentemente, em aplicações veterinárias. Aparelho de raio x portátil para uso odontológico. Fonte: Shutterstock Atividade 1. Sobre os equipamentos que produzem as imagens radiográ�cas, quais das opções abaixo não representa um tipo de classi�cação de equipamento pela sua mobilidade relacionado a sua utilização ou característica? a) Fixo – é apropriado para a realização de todos os exames. b) Móvel – muito útil no atendimento residencial. c) Fixo – deve ser instalado em uma sala comum, sem que haja cuidados específicos. d) Transportável – ideal para realização de exames no leito. e) Móvel – seu peso e dimensão devem ser apropriados a sua necessidade de transporte em veículos e que possa ser carregado por uma única pessoa por alças. 2. Qual das opções a seguir não representa uma função ajustada em um típico aparelho radiográ�co �xo na mesa de comando? a) Definição de valor de corrente (mA). b) Escolha do tempo que a radiação será emitida (ms). c) Determina a tensão que será aplicada na ampola (kvp). d) Seleciona o posto utilizado no exame, com a definição da utilização do bucky mural ou mesa. e) Movimentar e travar as pás existentes na gaveta basculante para que haja a centralização dos receptores de imagem. 3. Sobre os diferentes tipos de mesa de exame, assinale a questão correta sobre suas diferentes utilizações relacionadas a seus possíveis movimentos. a) Tampo flutuante – possibilidade de variação de angulação e movimento da mesa de exame por meio da mesa de comando. b) Tampo flutuante – movimentam-se tanto longitudinalmente quanto lateralmente. c) Mesa com movimento transversal – não possuem movimento. Apenas o cabeçote se alinha com a região de interesse em movimentos longitudinais e transversais. d) Mesa fixa – geralmente o cabeçote e o porta-chassi não possuem movimento lateral. e) Mesa longitudinal – apresenta movimento vertical no sentido horário até atingir um ângulo de 90º. 4. Qual dos componentes encontrados em uma sala de exame radiográ�co conta com um gerador de alta tensão e um reti�cador de corrente, para que, assim, a produção da radiação seja apropriada as necessidades o equipamento de raios X? a) Componentes da alimentação elétrica.b) Bucky vertical e mesa de exame. c) Cabeçote. d) Mesa de exame. e) Bucky horizontal. 5. Sobre o material que compõe a superfície da mesa de exame e do bucky mural, qual das opções a seguir está incorreta sobre as características desse material e o impacto na imagem radiográ�ca produzida? a) Ser composta de matéria o mais radiopaco possível à radiação. b) Ser composta de matéria o mais radiotransparente possível à radiação. c) O material que compõe a mesa de exame tem de ser rígido para suportar o peso do paciente. d) Deve ser confeccionado com fina espessura, para que não haja distorção das imagens. e) Procura aproximar o máximo possível o corpo do paciente ao receptor de imagem, dessa forma, diminui a distância do objeto ao receptor de imagem. Notas mA 1 A escolha da corrente (mA) e do foco podem estar associados ou selecionados de maneira independente. Dois estágios 2 Preparo e disparo. Referências BIASOLI JR., Antônio. Técnicas Radiográ�cas. Rio de Janeiro: Rubio, 2006. BONTRANGER, K. L. Tratado de técnica radiológica e base anatômica. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2001. BRASIL. Portaria nº 453, de 1º de junho de 1998. Disponível em: //www.trabalhoseguro.com/Portarias/port_453_98_protecao_radiodiagnostico.html. Acesso em: 25 jun. 2019. BUSHONG, S. C. Ciência radiológica para tecnólogos. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier 2010. Próxima aula Produção e exposição da radiação e seus principais componentes e acessórios; Tipos de receptores analógico e processamento da imagem; Tipos de receptores digitais e processamento da imagem. Explore mais Assista aos vídeos: DRX-Evolution Plus Animation Demo - Digital Radiography for Medical Imaging javascript:void(0); javascript:void(0);
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