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Vestibular Literatura

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Professor: Ari Meneghini
Segunda Parte
Origens da Literatura Brasileira
História da literatura brasileira subdividida em
duas grandes eras:
Era Colonial e Era Nacional
Era Colonial
começou em 1500 e foi até 1808, 
dividida
em Quinhentismo (século XVI)
Seiscentismo ou Barroco (1601 - 1768) 
e o Setecentismo ou Arcadismo (1768 - 1808)
Professor: Ari Meneghini
Professor: Ari Meneghini
Quinhentismo (século XVI)
Seiscentismo ou Barroco (1601 - 1768)
- Conjunto de textos sobre o Brasil;
- Esses textos destacavam o Brasil como terra nova a ser conquistada;
- Carta de Pero Vaz de Caminha
- Crônicas dos Viajantes...
- Publicação de Prosopopeia, de Bento Teixeira; 
- O Barroco literário brasileiro desenvolve-se na Bahia, tendo como 
pano de fundo a economia açucareira;
- Estilo que dominou a arquitetura, pintura, literatura;
- Arte rebuscada, exagerada; detalhe, dualismo/contradições, cultismo, 
conceptismo...
- Gregório de Matos (poeta e advogado) Conhecido como o “Boca do Inferno”, 
famoso por seus sonetos satíricos, donde ataca, muitas vezes, 
a sociedade baiana da época.
Professor: Ari Meneghini
Setecentismo ou Arcadismo (1768 – 1808)
- O Arcadismo teve como marco inicial a publicação de“Obras Poéticas”, 
de Cláudio Manuel da Costa em 1768 e, ademais, a fundação da
“Arcádia Ultramarina”, em Vila Rica; 
- José Santa Rita Durão (1722-1784) poema épico Caramuru;
-José Basílio da Gama (1741-1795) O Uraguai;
-Tomás Antônio Gonzaga (1744 – 1810) Pseudônimo Dirceu; a obra que 
merece destaque é Marília de Dirceu (1792) carregada de lirismo e baseada 
no seu romance com a brasileira Maria Doroteia Joaquina de Seixas.
https://www.todamateria.com.br/marilia-de-dirceu/
Para ir além...
LIRAS
TOMÁS ANTÓNIO GONZAGA
Lira I
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, d’ expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal, e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
[...]
Eu vi o meu semblante numa fonte,
Dos anos inda não está cortado:
Os pastores, que habitam este monte,
Com tal destreza toco a sanfoninha,
Que inveja até me tem o próprio Alceste:
Ao som dela concerto a voz celeste;
Nem canto letra, que não seja minha.
Simplicidade
- condição superior do 
eu lírico (sentimentos do 
autor) que não cuida 
De gado alheiro, 
Tem casa própria ; 
Convencionalismo 
árcade, em defesa 
de uma vida pastoril... 
Apesar de aspectos da 
vida burguesa, o ideal 
exaltado é de uma vida 
simples, que despreza 
os bens materiais.
Valorização
da natureza/ 
Dirceu/amada 
ida ao campo. 
tema: fuga da 
cidade; 
natureza lugar 
ideal para o 
amor...
Ornemos nossas testas com 
as flores.
E façamos de feno um 
brando leito,
Prendamo-nos, Marília, em 
laço estreito,
Gozemos do prazer de sãos 
Amores.
Sobre as nossas cabeças,
Sem que o possam deter, o 
tempo corre;
E para nós o tempo, que se 
passa,
Também, Marília, morre.
Com os anos, Marília, o 
gosto falta,
E se entorpece o corpo já 
cansado;
triste o velho cordeiro está 
deitado,
e o leve filho sempre alegre 
salta.
A mesma formosura
[...]
Ah!Não, minha Marília,
Aproveite-se o tempo, 
antes que faça
o estrago de roubar ao 
corpo as forças
E ao semblante a graça.
Prazeres 
terrenos
- suposta 
pureza e 
contemplação,
há o desejo 
dos prazeres 
do corpo
Instantes 
passageiros
-Tempo aproveitado
para desfrutar 
felicidade terrena
Carpie diem
Professor: Ari Meneghini
Canção
Pelados em Santos
Mamonas Assassinas
Mina,
Seus cabelo é “da hora”,
Seu corpão é um violão,
meu docinho de coco,
Tá me deixando louco.
Minha Brasília amarela
Tá de portas abertas,
Pra mode a gente se amar,
Pelados em Santos.
Pois você, minha "Pitxula"
Me deixou legalzão,
Não me sinto sozinho,
Você é meu chuchuzinho!
Music is very good (Oxente ai, ai, ai!)
[…]
Pro Paraguai ela não quis viajar
Comprei um Rebok e uma calça Fiorucci,
Ela não quer usar
Eu não sei o que faço
Pra essa mulé eu conquistchar
Por que ela é lindia
[…]
Gonzaga quer mostrar às 
sua musa seus dotes 
(Fazenda, gado). Já o eu-
lírico de Pelados em 
Santos conta com sua 
Brasília Amarela e alguns 
presentes no processo de 
sedução burguesa...
Distinção
Tênis Rebok e calça Fiorucci, produtos importados 
trazidos do Paraguai, davam a distinção necessária ao 
rapaz, assim como os produtos “importados” (azeite e 
vinho) produzidos na fazenda de Dirceu
A mesma proposta no poema árcade, um sujeito apaixonado 
convida uma jovem para ir a um local afastado da cidade, 
propondo diversões inocentes que ocultam as reais intenções de 
aproveitar os prazeres sensuais da vida...
Professor: Ari Meneghini
Dura entre 1808 a 1836. É considerado um período inerte da 
literatura brasileira, marcado pela chegada da Missão Artística 
Francesa, em 1816, contratada por Dom João IV.
Professor: Ari Meneghini
Era Nacional
A Era Nacional da literatura brasileira começa em 1836 e dura 
até os dias atuais. Começa com o Romantismo e perpassa 
pelo Realismo, o Simbolismo, o Modernismo e o Pós-Modernismo.
Segunda Parte
Primórdios do Romantismo no Brasil
Criação de uma literatura como expressão de nação independente
Professor: Ari Meneghini
Romantismo
Em Portugal, o Romantismo surge em 1825, com a publicação do poema Camões, de Almeida Garrett.
“Camões”: biografia romântica de Luis Vaz de Camões, destacando os amores de Camões com 
Natércia. 
O início do Romantismo português coincide com as lutas civis, entre liberais e conservadores, 
quando D. Pedro renuncia ao trono brasileiro.
Influências 
O romance Werther, de Goethe, publicado na Alemanha em 1774, lança as 
definições do sentimentalismo romântico e da fuga pelo suicídio.
Na Inglaterra, o Romantismo está presente, inicialmente, no começo do 
século XIX, destacando a poesia ultraromântica de Lord Byron.
Professor: Ari Meneghini
Romantismo
Características
Individualismo e subjetivismo
Sentimentalismo
Culto à natureza
Sonho, fantasia, tendência à idealização
Escapismo Liberdade artística
Professor: Ari Meneghini
Romantismo brasileiro
Arte independência política. 
Nacionalismo ufanista indianismo; regionalismo; culto à 
natureza brasileira; tentativa de criação de uma língua nacional.
Vigência
Início: 1836 – Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães.
Fim: década de 1870, com a morte dos últimos românticos mais importantes: Castro 
Alves e José de Alencar.
Professor: Ari Meneghini
Primeira Geração Romântica
José de Alencar (1829-1877)
e Gonçalves Dias (1823-1864) principais representantes 
Indianismo 
Autores def. da identidade nacional (1822) Valor fig. indígena 
Herói 
exaltação dos elementos típicos da cultura local e 
da natureza bras. textos literários.
Professor: Ari Meneghini
Iracema (1865)
José de Alencar
Além, muito além daquela 
serra, que ainda azula no 
horizonte, nasceu Iracema. 
Iracema, a virgem dos lábios de 
mel, que tinha os cabelos mais 
negros que a asa da graúna e 
mais longos que seu talhe de 
palmeira.
O favo da jati não era doce 
como seu sorriso; nem a 
baunilha recendia no bosque 
como seu hálito perfumado... 
Mais rápida que a ema 
selvagem, a morena virgem 
corria o sertão e as matas do 
Ipu ?" onde campeava sua 
guerreira tribo da grande 
nação tabajara, o pé grácil e nu, 
mal roçando alisava apenas a 
verde pelúcia que vestia a terra 
com as primeiras águas.
Um dia, ao pino do sol, ela 
repousava em um claro da 
floresta. Banhava-lhe o corpo a 
sombra da oiticica, mais fresca 
do que o orvalho da noite. [...]
-Herói nacional
- Cor local e natureza brasileira
- Escrito em prosa poética;
- Mito de fundação da identidade bras;
- História de amor entre colonizador; Martim 
e a indía dos lábios de mel.
Professor: Ari Meneghini
Canção do Exílio
Gonçalves Dias
Minha terra tem palmeiras, 
Onde cantao Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite, 
Mais prazer eu encontro lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores, 
Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer eu encontro lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra, 
Sem que eu volte para lá; 
Sem que disfrute os primores 
Que não encontro por cá; 
Sem qu'inda aviste as palmeiras, 
Onde canta o Sabiá.
Valorização do Brasil
-Valorização idealizada da terra natal. 
- Autor no exílio (afastamento espacial.
Professor: Ari Meneghini
Intertextualidade
Trecho do Hino Nacional:
“Nossos bosques, têm mais vida”,
“Nossa vida” no teu seio mais 
amores...
Paródia
Canção do Exílio
Murilo Mendes
Minha terra tem macieiras
Da Califórnia
Onde cantam gaturamos
De Veneza
[...]
Ai quem me dera chupar uma
Carambola de verdade
E ouvir um sabiá com certidão
De idade!
Diálogo entre as obras
Romantismo e Modernismo
Professor: Ari Meneghini
Questão 3
(Enem – 2009)
TEXTO A
Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores.
[...]
Minha terra tem primores, 
Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer eu encontro lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra, 
Sem que eu volte para lá; 
Sem que disfrute os primores 
Que não encontro por cá; 
Sem qu'inda aviste as palmeiras, 
Onde canta o Sabiá.
TEXTO B
Canto de regresso à Pátria
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase tem mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita
Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que eu veja a rua 15
E o progresso de São Paulo.
ANDRADE, O. Cadernos de poesia do 
aluno Oswald. São Paulo: Círculo do 
Livro. s/d.
Professor: Ari Meneghini
Os textos A e B, escritos em contextos históricos e culturais diversos, 
enfocam o mesmo motivo poético: a paisagem brasileira entrevista a distância. 
Analisando-os, conclui-se que:
a) o ufanismo, atitude de quem se orgulha excessivamente do país em que 
nasceu, é o tom de que se revestem os dois textos.
b) a exaltação da natureza é a principal característica do texto B, que 
valoriza a paisagem tropical realçada no texto A.
c) o texto B aborda o tema da nação, como o texto A, mas sem perder a visão 
crítica da realidade brasileira.
d) o texto B, em oposição ao texto A, revela distanciamento geográfico do 
poeta em relação à pátria.
e) ambos os textos apresentam ironicamente a paisagem brasileira.
Professor: Ari Meneghini
Resposta Questão 3
Alternativa “c”.
Apesar da abordagem de um mesmo tema, o texto B 
revisita de forma crítica o texto A, estabelecendo-se uma 
relação intertextual, no caso, uma paródia.
Professor: Ari Meneghini
Segunda Geração Romântica
Individualista, Ultrarromântica,Byroniana ou do “Mal do Século”
Os poetas: 
-Incompreendidos pela sociedade
-Isolamento na própria subjetividade
-Imagens ligadas à morte
-Espaço para o fantasioso e o macabro
- Exemplo: Noite na Taverna (ficção gótica)
Álvares de Azevedo (1831-1852) principal nome
Lira dos vinte anos (1853, Poemas); o Conde Lopo (1886, Poema)
Macário (1855, Drama com traços cômicos); Noite na taverna (1855, contos Byronianos, 
góticos, sombrios e devassos
Professor: Ari MeneghiniNoite na Taverna
Álvares de Azevedo
Quando dei acordo de mim, estava num 
lugar escuro: as estrelas passavam seus 
raios brancos entre as vidraças de um 
templo. As luzes de quatro círios batiam 
num caixão entreaberto. Abri-o. Era o de 
uma moça. Aquele branco da mortalha, as 
grinaldas da morte na fronte dela, 
naquela tez lívida e embaçada, o vidrento 
dos olhos mal-apertados... Era uma 
defunta! E aqueles traços todos me 
lembraram uma idéia perdida... Era o anjo 
do cemitério! Cerrei as portas da igreja 
que, ignoro porque, eu achara abertas. 
Tomei o cadáver nos meus braços para 
fora do caixão. Pesava como chumbo...
[...] Nunca ouvistes falar de catalepsia? É 
um pesadelo horrível aquele que gira ao 
acordado que emparedam num sepulcro; 
sonho gelado em que sentem-se os 
membros tolhidos e as faces banhadas de 
lágrimas alheias, sem poder revelar a 
vida! [...]
Traços Macabros
-Atmosfera de pesadelo
-Necrofilia
- Centro da narrativa: relação sexual com o 
suposto cadáver
Professor: Ari Meneghini
Para ir além...
"A Árvore da Vida" e "Melancolia"
Contardo Caligaris
[...] Eu tinha o receio de que 
"Melancolia", de Lars von Trier, fosse 
uma espécie de inverso simétrico do 
filme de Malick: uma meditação sobre a 
gratuidade da nossa existência (...)Mas 
não foi nada disso. Parêntese: vários 
comentadores declaram que se trata de 
um filme sobre o mal de hoje, a 
depressão (...) Continuando, mal do qual 
sofre Justine consiste em perder 
interesse pela vida concreta, a ponto de 
não tolerar o que lhe parece ser a farsa 
de sua própria festa de casamento. (...) 
uma extrema insegurança....
Resenha
Escapismo
Fugir da realidade 
concreta em busca 
do mundo de 
sonhos e 
fantasias...
Diálogo...
- A morte: um tema privilegiado
- Exagerado e sentimental
- Extrema evasão do mundo (sujeito 
em conflito)
Professor: Ari Meneghini
Questão 1
Soneto 
Já da morte o palor me cobre o rosto, 
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!… já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece…
Eis o estado em que a mágoa me tem posto! 
O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.
Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!
(AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000)
Professor: Ari Meneghini
O núcleo temático do soneto citado é típico da segunda geração do 
romantismo, porém configura um lirismo que o projeta para além desse 
momento específico. O fundamento desse lirismo é
a) a angústia alimentada pela constatação da irreversibilidade da morte.
b) a melancolia que frustra a possibilidade de reação diante da perda.
c) o descontrole das emoções provocado pela autopiedade.
d) o desejo de morrer como alívio para a desilusão amorosa.
e) o gosto pela escuridão como solução para o sofrimento.
Professor: Ari Meneghini
Alternativa “b”. 
Esse lirismo está fundamentado na melancolia, sentimento que impede 
qualquer possibilidade de reação diante da perda, fato que pode ser 
notado nos seguintes versos: 
“Do leito embalde no macio encosto/ Tento o sono reter!... já esmorece/ 
O corpo exausto que o repouso esquece.../Eis o estado em que a mágoa 
me tem posto!”.
Professor: Ari Meneghini
Terceira Geração Romântica
Poeta baiano Castro Alves (1847- 1871) principal autor
- Engajamento em relação a questões sociais
- Inconformismo com a escravidão
- Movimento abolicionista
- Castro Alves denuncia o sofrimento dos 
africanos...
Poesia social
Abolicionista 
Liberal, social ou condoreira
Espumas flutuantes (1870), A Cachoeira de Paulo Afonso (1876) Os escravos (1883)
Professor: Ari Meneghini
Vozes d'África
(Castro Alves)
Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito...
Onde estás, Senhor Deus? [...]
Foi depois do dilúvio... um viadante,
Negro, sombrio, pálido, arquejante,
[...]
E eu disse ao peregrinofulminado:
"Cam! ... serás meu esposo bem-amado...”
[...]
Hoje em meu sangue a América se nutre
Condor que transformara-se em abutre,
Ave da escravidão, [...]
Há dois mil anos eu soluço um grito...
escuta o brado meu lá no infinito,
Meu Deus! Senhor, meu Deus!!...
Castigo mítico: O caráter de ancestralidade da África 
sugere que o sofrimento do povo africano não é recente. Reza a 
lenda que a África fora vítima de uma maldição lançada sobre 
Cam, filho de Noé. A escravidão dos negros africanos 
remontaria a esse castigo.
Condoreirismo: ... a visão aguçada da ave simboliza a ideia de 
que os poetas enxergavam o mundo de modo mais perspicaz...
... Ideais abolicionistas missão social do poeta condoreiro.
Presente Histórico: Conj. Verbal no presente, indica 
que os sofrimentos permanecem no tempo atual...
Análise
Professor: Ari Meneghini
Questão 1
Sobre o Condoreirismo, é incorreto afirmar:
a) Seu principal representante foi Castro Alves, o primeiro grande poeta social brasileiro. Embora 
tenha sido um poeta engajado, Castro Alves soube conciliar as ideias de reforma social com os 
procedimentos específicos da poesia, evitando assim que sua obra fosse apenas um mero panfleto 
político.
b) O Condoreirismo, também chamado de corrente hugoana (alusão ao escritor francês Victor Hugo), 
encontrou vários adeptos no Brasil, como Castro Alves, Pedro Luís, Pedro Calasãs e Sousândrade.
c) A principal preocupação da poesia condoreira foi a defesa dos oprimidos socialmente: os operários 
das indústrias e os camponeses.
d) A poesia condoreira estabelece um interessante contraponto com a poesia ufanista e idealista 
realizada na primeira fase romântica, ressaltando os aspectos negativos do país, como a escravidão 
dos negros.
e) O condor é a ave associada à vertente romântica chamada Condoreirismo.
Professor: Ari Meneghini
Resposta
Alternativa “c”.
Manifestação literária que ficou marcada pelo 
interesse com os problemas sociais brasileiros, 
sobretudo com a questão da escravidão dos negros, 
o Condoreirismo assumiu feições abolicionistas e 
republicanas, mostrando na literatura o lado feio da 
sociedade brasileira, a despeito do ufanismo 
encontrado na primeira fase do Romantismo.
Professor: Ari Meneghini
Realismo/Naturalismo
Realismo (1881-1922)
- Realidade segundo uma visão objetiva e materialista;
-Produção de obras que retratam o real sem distorção ou idealização;
-Em geral, os textos servem como denúncia das desigualdades sociais;
-Burguesia criticada por transformar as relações sociais e os próprios indivíduos em 
mercadorias;
-Ocorrem também ataques ao clero e à Igreja Católica.
- Movimento se desenvolve durante a segunda fase da Revolução industrial e o 
capitalismo torna-se um dos alvos das obras literárias;
-Personagens ganham personalidades mais complexas em relação às personagens 
românticas.
- Fronteiras entre o social e o psicológico: aparência versus essência ----jogo realista.
Professor: Ari Meneghini
Naturalismo (1881-1922)
- Considerado por muitos especialistas a radicalização do Realismo.
- Além de observarem a realidade, os autores naturalistas procuram 
explicar os acontecimentos com base em teorias científicas.
Influência do meio sobre o indivíduo (determinismo)... Evolução dos seres 
vivos (darwinismo)...
para explicar o comportamento das personagens ( e desse modo, interpretar 
a realidade)
Professor: Ari Meneghini
Eça de Queirós e Gustave Flaubert
Eça de Queiros (1845-1900)
-Um dos marcos do mov. realista em Portugal 
é o conto Singularidades de uma Rapariga 
Loura (1874)
-O romance As Cidades e as Serras, trata 
da onda de cientificismo e modernização que 
influenciou a cultura europeia na 2ª metade 
do século XIX. (no caso de Portugal, 
expectativa de equiparação do país em 
relação ao desenv. tecnológico observado nas 
demais nações do continente europeu.
-As Cidades e as Serras: traços do 
romance de tese; por meio da história 
narrada, defende uma ideia. Nesse caso a 
narrativa concretiza as oposições entre 
campo e cidade, simplicidade e tecnologia. 
Gustave Flaubert (1821-1880)
-Madame Bovary (1857), romance 
de Gustave Flaubert, constitui uma das 
maiores obras da estética realista da 
Literatura Francesa. O segredo desse 
sucesso está no estilo, que consiste na 
“perfeição da prosa e na maestria mais 
absoluta da arte de narrar”.
- Obra que ocupa posição central no 
gênero romance: considerado uma “leitura 
indecente e corruptora” das mocinhas de 
família.
- O autor foi processado por tratar de 
um tema como o adultério.
Professor: Ari Meneghini
Realismo/Naturalismo-Brasil
Em 1881 aparecem Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, 
e O Mulato, de Aluísio de Azevedo, obras consideradas inauguratórias da 
estética Realista e Naturalista, respectivamente.
Machado de Assis (1839-1908)
-O maior ficcionista de sua época.
-Sua produção realista é marcada pela 
consciência das contradições de um 
Brasil dividido entre o desejo de 
modernização e a manutenção das 
estruturas conservadoras.
-Olhar crítico e aguçado: explora 
oposições.
- Análise de valores sociais de forma 
implícita/critica ao contexto social..
Aluísio Azevedo (1857-1913)
-Retratou o modo de vida das classes populares e 
também o comportamento animalesco que pode 
estar por trás das aparências de civilidade.
-O autor das “massas”, produziu enredos ao gosto 
popular, cheio de intrigas amorosas e aventuras 
emocionantes.
- Retratou os problemas da realidade brasileira 
vividos pelas classes sociais mais desfavorecidas.
Professor: Ari Meneghini
Machado de Assis (1839-1908)
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881)
-Publicado em 1881, marco da Realismo no Brasil.
-É um romance revolucionário em vários aspectos. A quebra do enredo convencional, a estratégica 
utilização de um narrador-defunto que se anuncia autor da obra.
-O romance de maior ruptura realista no Brasil.
ENREDO/ANÁLISE:
Um defunto autor, sem as ilusões e as fraudes interiores dos vivos, narra do túmulo a sua vida 
pregressa. Num tom irônico, ele vai descobrindo a ausência de grandeza em si e em todas as 
pessoas. A consciência de que as ações humanas são desencadeadas apelas pelo interesse, pela 
possibilidade de lucro, pelo egoísmo e pelo instinto sexual justifica o fim do romance, em que Brás 
Cubas mede sua vida e conclui que ganhara: “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o 
legado da nossa miséria” (...)
Professor: Ari Meneghini
Dom Casmurro (1899)
Bento Santiago tenta recompor o passado através da memória, e recorda o amor adolescente por 
Capitu (a de “olhos oblíquos e dissimulados”, “olhos de cigana”, “olhos de ressaca”). 
Boa parte da memória de Bento Santiago concentra-se na adolescência (a poesia da primeira paixão, o 
compromisso de casamento, o ingresso forçado no seminário). 
Depois, as ações ocorrem velozes: amizade com Escobar, abandono do seminário, casamento com 
Capitu, o nascimento de Ezequiel, filho do personagem-narrador, a felicidade. Escobar morre no mar e 
Capitu sofre tanto que Bento Santiago desconfia. 
Uma desconfiança que aumentará dia após dia, uma dialética de suspeitas e ciúmes: Bento vê no filho 
Ezequiel, os traços fisionômicos de Escobar. O casamento se corrói pela traição (concreta?, real?) de 
Capitu, que parte para a Europa com o filho, impelida pelo marido que já não os aceita. Anos depois, 
Capitu morre, Ezequiel retorna para o Brasil (segundo o narrador, cada vez mais parecido com Escobar), 
vai para a África e lá também morre. O processo de desagregação de Bento Santiago estava concluído, 
restando-lhe a solidão definitiva.
Professor: Ari Meneghini
QUESTÃO 1
No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro 
estilo de época: o romantismo.
“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida 
criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a 
primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto nãoé romance, em que o 
autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo 
que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das 
mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro 
indivíduo, para os fins secretos da criação.”
(ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson, 
1957.)
Professor: Ari Meneghini
A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está 
transcrita na alternativa:
a) ... em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e 
espinhas...
b) ... era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça...
c) Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, 
precário e eterno, ...
d) Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos...
e) ... o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.
Professor: Ari Meneghini
Alternativa “a”.
Machado faz uma sutil crítica aos românticos, que idealizavam a 
mulher, tornando-a uma espécie de musa inatingível. Virgília era real e, 
assim como as mocinhas de sua idade, possuía sardas e espinhas, mas 
nem por isso deixava de ser bela.
Literatura
Professor: Ari Meneghini
QUESTÃO 2
Sobre a literatura realista, é incorreto afirmar:
a) Teve início na Europa com a publicação do romance Madame Bovary(1857), de 
Gustave Flaubert, e do romance naturalista Thérèse Raquin (1867), de Émile Zola.
b) Em comum, Realismo e Naturalismo apresentam os seguintes aspectos: combate ao 
Romantismo, o resgate do objetivismo na literatura e o gosto pelas descrições.
c) Entre as principais características do Realismo estão: personagens planas, de 
pensamentos e ações previsíveis, individualismo, subjetivismo e linguagem culta 
permeada por metáforas.
d) Entre as principais características do Realismo estão: personagens trabalhadas 
psicologicamente, universalismo, objetivismo, linguagem culta e direta.
e) Memórias Póstumas de Brás Cubas é o marco da literatura realista no Brasil.
Literatura
Professor: Ari Meneghini
Alternativa “c”.
Professor: Ari Meneghini
Aluísio Azevedo (1857-1913)
O Mulato (1881)
- Romance cuja ação transcorre em São Luís do Maranhão, envolvendo 
denúncias contra o preconceito de cor, a mediocridade da vida provinciana e a 
hipocrisia do clero. Jovem mulato de origem misteriosa, Raimundo volta a São 
Luís, após formar-se em Portugal, buscando seus antepassados e uma fortuna 
que lhe teria sido subtraída. Termina apaixonando-se pela prima, branca e 
rica, Ana, e descobrindo o próprio passado. Sob a inspiração de um padre 
corrupto, um ex-namorado de Ana assassina Raimundo. O romance acaba com a 
indiferença de São Luís em relação ao assassinato e o casamento de Ana com 
o criminoso.
Professor: Ari Meneghini
O Cortiço conta principalmente duas histórias: a de João Romão e Miranda, dois comerciantes, o 
primeiro, o avarento dono do cortiço, que vive com uma escrava a qual ele mente liberdade. Isto faz 
com que ele se refine e mais tarde tente devolver Bertoleza, a escrava, a seu antigo dono. A outra 
história é a de Jerônimo e Rita Baiana, o primeiro, um trabalhador português que é seduzido pela Baiana 
e vai se abrasileirando. Acaba por abandonar a mulher, pára de pagar a escola da filha e matar o ex-
amante de Rita Baiana. (...) A decadência atinge muitos moradores do cortiço. É o caso de Pombinha, 
moça culta que aguardava a primeira menstruação para se casar. Seduzida pela prostituta Léonie, 
abandona o marido e vai viver com a amante, prostituindo-se também.
Análise
-A concepção biológica da existência – que chega ao extremo de considerar o próprio cortiço um 
organismo vivo, sujeito às leis evolutivas.
-A predominância do coletivo sobre o particular
-O registro de acumulação primitiva de capital (João Romão).
-O fatalismo que condena os indivíduos a se tornarem o reflexo do cenário onde vivem.
-O determinismo dos instintos.
-A identificação da sensualidade: mulata Rita Baiana
- A celebração de uma extraordinária força vital, de uma selvagem vibração dos instintos e uma 
fervilhante alegria de existir e sobreviver em condições tão adversas.
O cortiço (1890)
Professor: Ari Meneghini
Questão
Leia o texto abaixo, retirado de O Cortiço, e faça o que se pede:
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de 
portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas 
de chumbo.... 
[...]
O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam 
vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras 
na venda; ensarilhavam-se discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, 
gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que 
mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer aanimal de existir, a 
triunfante satisfação de respirar sobre a terra.... 
(AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. 15. ed. São Paulo: Ática, 1984. p. 28-29.)
Professor: Ari Meneghini
Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma possível leitura do fragmento citado:
a) No texto, o narrador enfatiza a força do coletivo. Todo o cortiço é apresentado como
um personagem que, aos poucos, acorda como uma colmeia humana.
b) O texto apresenta um dinamismo descritivo, ao enfatizar os elementos visuais,
olfativos e auditivos.
c) O discurso naturalista de Aluísio Azevedo enfatiza nos personagens de O Cortiço o
aspecto animalesco, "rasteiro" do ser humano, mas também a sua vitalidade e energia
naturais, oriundas do prazer de existir.
d) Através da descrição do despertar do cortiço, o narrador apresenta os elementos
introspectivos dos personagens, procurando criar correspondências entre o mundo físico
e o metafísico.
e) Observa-se, no discurso de Aluísio Azevedo, pela constante utilização de metáforas e
sinestesias, uma preocupação em apresentar elementos descritivos que comprovem a sua
tese determinista.
Professor: Ari Meneghini
Alternativa “d”
Professor: Ari Meneghini
Parnasianismo e Simbolismo
Parnasianismo – França, década de 1860 e no Brasil, década de 1880.
Características: Reação à poesia romântica; objetividade do poeta; culto à 
forma,ritmo e versificação; Utilização de fórmulas poéticas fixas como o soneto.; arte 
pela arte (compromisso com a beleza)
Parnasianismo no Brasil
Olavo Bilac (1865-1918)
Poesias (1888, “Via-láctea”, “Sarças de fogo” e Tarde (1918)
Temas principais: natureza – pátria – antiguidade greco-romana – amor 
sensual e amor platônico – questionamento da própria poesia.
Características básicas: Rigidez métrica e luta pela perfeição formal...
Professor: Ari Meneghini
Raimundo Correia (1859-1911)
Sinfonias (1883) e Aleluias (1891)
Temas Principais: natureza – melancolia da existência
Características básicas: Recursos visuais (plásticos) e sonoros na 
confecção dos versos .
Alberto de Oliveira (1857-1937)
Meridionais (1884) e Versos e rimas (1895)
Temas principais: natureza – descritivismo de objetos.
Característica básica: adesão completa e rígida a todos os princípios 
do movimento.
Professor: Ari Meneghini
Simbolismo
Surgimento na França, 1880 com Verlaine, Malharmé e Rimbaud
Características: - Reação subjetivista ao descritivismo
-Abandono das fórmulas poéticas rígidas.
-Poesia como um processo de sugestão.
-Sugestão através de símbolos, metáforas.
-Sugestão através das musicalidade da linguagem (uso de aliterações)
-Culto ao mistério, espiritualismo e misticismo.
-Domínio do vago, do obscuro, inefável.
Simbolismo no Brasil
Cruz e Souza (1861-1898)
Missal(1893); Broquéis (1893); Faróis (1900); Últimos sonetos (1905)
Temas principais: Obsessão pela cor branca; erotismo sublimado; sofrimento da 
condição humana; espiritualização e religiosidade. Linguagem metafórica e musical.
Professor: Ari Meneghini
Alphonsus de Guimaraens(1870- 1921)
Câmara ardente (1899), Dona Mística (1899) Septenário das dores de Nossa 
Senhora (1899)
Temas Principais: a morte da noiva. Misticismo religioso. A paisagem 
fantasmagórica das cidades mineiras. Linguagem de rica musicalidade.
Diferença entre PARNASIANISMO e SIMBOLISMO
Parnasianismo
-poesia descritiva
-arte pela arte /artificial
-Não há religiosidade
-Retrata o belo artístico e é fruto 
do racionalismo da época
- é de origem clássica 
Simbolismo
- poesia sugestiva (diz tudo 
indiretamente (uso de fig.lgg).
-arte filosófica.
-Poesia de origem medieval/ 
subjetiva
-
Professor: Ari Meneghini
Vida obscura
Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro
ó ser humilde entre os humildes seres,
embriagado, tonto de prazeres,
o mundo para ti foi negro e duro.
Atravessaste no silêncio escuro
a vida presa a trágicos deveres
e chegaste ao saber de altos saberes
tornando-te mais simples e mais puro.
Ninguém te viu o sofrimento inquieto,
magoado, oculto e aterrador, secreto,
que o coração te apunhalou no mundo,
Mas eu que sempre te segui os passos
sei que a cruz infernal prendeu-te os braços
e o teu suspiro como foi profundo!
(SOUSA, C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1961)
Questão 105- Enem 2014
Professor: Ari Meneghini
Com uma obra densa e expressiva no Simbolismo brasileiro, Cruz e
Souza transpôs para seu lirismo uma sensibilidade em conflito com a
realidade vivenciada. No soneto, essa percepção traduz-se em
(A) sofrimento tácito diante dos limites impostos pela discriminação.
(B) tendência latente ao vício como resposta ao isolamento social.
(C) extenuação condicionada a uma rotina de tarefas degradantes.
(D) frustração amorosa canalizada para as atividades intelectuais.
(E) vocação religiosa manifesta na aproximação com a fé cristã.
Professor: Ari Meneghini
Alternativa “A”
Comentário:
A questão exige que o leitor faça uma série de inferências. A primeira delas 
é decorrente do fato de saber que o poeta Cruz e Souza era negro 
e reconhecer no texto as referências à sua cor. É importante atentar 
para a escolha lexical ao longo de todo o poema: “mundo foi negro”, “silêncio 
escuro”, “vida obscura”.
Lembrar que uma das principais características do Simbolismo é a subjetividade, 
por meio da qual as informações são apenas sugeridas.
Professor: Ari Meneghini
Pré-Modernismo (1902-1922)
-O Pré-modernismo não constitui uma escola literária, mas sim uma literatura de 
transição entre o Realismo/Naturalismo e o Modernismo. São obras escritas ou 
publicadas nas duas primeiras décadas do século XX: de 1902 (publicação de Os 
Sertões) a 1922 (realização da Semana de Arte Moderna).
- O Pré-modernismo apresenta duas facetas:
a. um caráter conservador, representado pela permanência de elementos 
naturalistas e parnasianos.
b. um caráter renovador, representado pelo interesse crítico na realidade 
brasileira, revelando as tensões da época. 
Traços mais marcantes:
1. espaço físico focalizado: o sertão nordestino, os subúrbios da capital federal, 
etc. 2. personagens: o sertanejo, o caipira, os marginalizados do processo social (o 
mulato, negro, imigrante) e uma classe média de trabalhadores; 3. temática: 
problemas da realidade brasileira daquele momento
Professor: Ari Meneghini
Principais nomes do Pré-Modernismo Brasileiro
Euclides da Cunha (1866-1909)
Os sertões (1902) considerado o marco do movimento.
-Livro genial que mescla o relato sobre a guerra de Canudos, travada entre 
sertanejos fanáticos e soldados do exército, com análise sociológica naturalista 
sobre e com sofisticadas interpretações da guerra e do Brasil.
- A obra divide-se em “A terra” – “O Homem” – “A luta”.
-Em “O homem”, o sertanejo e apresentado como uma “sub-raça”...
-“A luta” parte mais importante é uma mescla de texto científico, resgate 
histórico, reportagem jornalística, narrativa romanesca, análise da guerra, 
denúncia da chacina dos sertanejos e profunda interpretação sobre o Brasil.
A linguagem:
- Extraordinariamente elaborada, ornamental, difícil, poética, com muitas figuras 
como antíteses, metáforas e paradoxos...
Professor: Ari Meneghini
Lima Barreto (1881-1922)
-Dono de um estilo de escrever inovador, ele retrata em Triste Fim de 
Policarpo Quaresma (1915) o cotidiano da população marginalizada dos 
subúrbios cariocas.
-Ironia corrosiva ao nacionalismo ufanista.
-Denúncia dos preconceitos sociais e de cor (o autor era mulato)
-Triste Fim de Policarpo Quaresma:
-Relato centrado em um burocrata visionário, dominado por formulações de 
nacionalismo ufanista e que, por isso, crê piamente nas grandezas 
convencionais da nação. A narrativa é a da perda progressiva de seus ideais, 
perseguidos e destroçados pela realidade, com por exemplo a fracassada 
experiência agrícola e sua consciência da brutalidade das elites... Por 
protestar contra a violência do próprio governo que ajudara a defender, 
Policarpo Quaresma será preso e fuzilado.
Professor: Ari Meneghini
Outros autores Pré-Modernistas
Augusto dos Anjos (1884-1914)
Eu (1912)
-Poesia com traços parnasianos, simbolistas e pré-modernistas
-Utilização de termos científicos da medicina e da biologia.
-Obsessão pela morte.
-Monteiro Lobato (1882-1948) (literatura adulta)
-Urupês(1918), Cidades Mortas (1919) e Negrinha (1920)
-Contos com ênfase em soluções patéticas e anedóticas.
-Criação da figura do caboclo brasileiro (o caipira) –Jeca Tatu.
-Simões Lopes Neto (1865-1916)
Contos gauchescos (1912), Lendas do Sul (1913) e Casos do Romualdo 
(1952)
- Cultura regional sul-rio-grandense; lendas, etc.
Professor: Ari Meneghini
ENEM 2015 Q 15 - Sertanejos e canudos
TEXTO I
Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o 
esgotamento completo. Vencido palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu 
no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos 
morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na 
frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados.
CUNHA, E. Os sertões. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987.
TEXTO II
Na trincheira, no centro do reduto, permaneciam quatro fanáticos sobreviventes 
do extermínio. Era um velho, coxo por ferimento e usando uniforme da Guarda 
Católica, um rapaz de 16 a 18 anos, um preto alto e magro, e um caboclo. Ao serem 
intimados para deporem as armas, investiram com enorme fúria. Assim estava 
terminada e de maneira tão trágica a sanguinosa guerra, que o banditismo e o 
fanatismo traziam acesa por longos meses, naquele recanto do território nacional.
SOARES, H. M. A Guerra de Canudos. Rio de Janeiro: Altina, 1902.
Professor: Ari Meneghini
Os relatos do último ato da Guerra de Canudos fazem uso de
representações que se perpetuariam na memória construída sobre o
conflito. Nesse sentido, cada autor caracterizou a atitude dos sertanejos,
respectivamente, como fruto da
a) manipulação e incompetência.
b) ignorância e solidariedade.
c) hesitação e obstinação.
d) esperança e valentia.
e) bravura e loucura.
Professor: Ari Meneghini
Alternativa “e”
Euclides da Cunha, escreveu Os Sertões de maneira poética, exaltando a bravura e 
força do sertanejo, levando em conta a hostilidade do meio natural e das condições 
socioeconômicas em que se encontrava. Dessa forma, a guerra de Canudos ao lutar 
contra esse homem forte e honrado, pode ser considerada uma epopeia sertaneja 
que narra até os últimos momentos da resistência, até os quarto finais: "Eram quatro 
apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam 
raivosamente cinco mil soldados.“
Já o texto de H.M. Soares segue outro caminho, ele julga os seguidores de Antônio 
Conselheiro como cheios de “banditismo e fanatismo”, e considera ainda uma dose 
de irracionalidade que poderia até ser considerada “loucura”: 
"quatro fanáticos sobreviventes do extermínio".
Professor: Ari Meneghini
1. Fragmento de Triste fim de Policarpo Quaresma
“Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amorda Pátria tomou-o todo 
inteiro. Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e 
absorvente. ( … ) o que o patriotismo o fez pensar, foi num conhecimento inteiro de 
Brasil. ( … ) Não se sabia bem onde nascera, mas não fora decerto em São Paulo, nem no 
Rio Grande do Sul, nem no Pará. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer 
regionalismo: Quaresma era antes de tudo brasileiro.” (BARRETO, Lima. “Triste fim de 
Policarpo Quaresma”. São Paulo: Scipione, 1997.)
Este fragmento de “Triste Fim de Policarpo Quaresma” ilustra uma das características 
mais marcantes do Pré-Modernismo que é o:
a) Desejo de compreender a complexa realidade nacional.
b) nacionalismo ufanista e exagerado, herdado do Romantismo.
c) resgate de padrões estéticos e metafísicos do Simbolismo.
d) nacionalismo utópico e exagerado, herdado do Parnasianismo.
e) subjetivismo poético, tão bem representado pelo protagonista.
Literatura
Professor: Ari Meneghini
Alternativa “ A”
No trecho da obra de Lima Barreto, devemos depreender o caráter nacionalista 
de seu personagem e observar a dificuldade de “enquadrá-lo” em uma categoria a 
partir de aspectos regionais, neste sentido, o autor visa avaliar o que é ser 
brasileiro, o que confirma a letra A. 
As alternativas B, C, D e E estão incorretas, pois embora o pré-modernismo seja 
um período de transição entre movimentos ao final do século XIX e a escola 
modernista, não apresenta traços românticos e, no trecho em destaque, não há 
relação com o campo da transcendência, muito abordado no Simbolismo. Além 
disso, na letra D, o movimento Parnasiano se desvincula de referências do contexto 
social e histórico, sendo um movimento mais voltado para a própria arte e, na letra 
E, o trecho não apresenta uma linguagem subjetivada.
Professor: Ari Meneghini
Modernismo
Semana de Arte Moderna (1922)
Antecedentes:as Vanguardas: Futurismo, cubismo, dadaísmo, Surrealismo, 
Expressionismo...
FUTURISMO: Marinetti; mov. que mais influenciou os modernistas; ruptura 
total com ao passado; exaltava o “esplendor geométrico e mecânico do mundo 
moderno”. Isso significava cantar a máquina, o aeroplano, o asfalto... No plano 
formal: suprimiam o eu poético, a pontuação, os adjetivos e usavam apenas o 
verbo no infinitivo, etc.
Semana de Arte Moderna: Marco do Modernismo Bras.; Fev.1922; Teatro 
Municipal de SP; evento conturbado; exposição de obras de Anita Malfatti: 
severas reações da crítica conservadora – “Paranoia ou Mistificação?”, de 
Monteiro Lobato, criticando-a...
Ruptura com a arte acadêmica: manifestos de Mário de Andrade com propostas 
inovadoras...
Professor: Ari Meneghini
Modernismo – Primeira Fase (1922-1930)
Iniciada no início da década de 20, no século XX, a primeira fase normalmente está associada à Semana 
de Arte Moderna. É possível observar forte influência das vanguardas europeias em um movimento que 
propunha a ruptura com os moldes clássicos que vigiam na literatura, além da incessante busca pela 
experimentação temática e linguística. Seus principais representantes foram Mário de Andrade, 
Manuel Bandeira e Oswald de Andrade.
Modernismo – Segunda Fase (1930-1945)
Também conhecida como Fase da Consolidação, durante esse período é possível perceber um 
amadurecimento das ideias defendidas no início do movimento. É importante observar o predomínio na 
prosa de ficção (atenção para nomes como Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, José Lins do Rêgo, Érico 
Veríssimo e Rachel de Queiroz) e o surgimento de novos poetas, como Carlos Drummond de Andrade e 
Manoel de Barros.
Modernismo – Terceira Fase (1945-1960)
Na terceira fase, há uma continuação das tendências observadas na fase anterior – prosa urbana, prosa 
intimista e prosa regionalista. Tanto na prosa como na poesia são feitos experimentos temáticos e 
linguísticos, além de uma volta aos ideais clássicos sem prejuízo da perspectiva modernista. Os 
principais nomes dessa fase foram Clarice Lispector, Vinicius de Moraes, João Cabral de Melo Neto e 
Cecília Meireles.
Professor: Ari Meneghini
Características da Literatura Modernista
Liberdade de expressão (Poética, de Manuel Bandeira);
Incorporação do cotidiano (prosaico, diário, grosseiro é o
centro da nova estética); Linguagem coloquial
(espontânea, mescla expressões da língua culta com o
popular, admite erros gramaticais); Inovações técnicas
(verso livre, destruição dos nexos, Paranomásia [junção de
palavras de sonoridade parecidas, mas com significado
diferente]; Colagem e montagem cinematográfica;
liberdade no uso da pontuação.
Professor: Ari Meneghini
Autores
Os autores de 1922
Oswald de Andrade (1890-1954)
Obras Principais – Poesia: Poesia do Pau-Brasil (1925) Teatro: O rei da vela (1937)
Romances: Memórias sentimentais de João Miramar (1924); Serafim Ponte Grande
(1933)
-Oswald de Andrade escreveu os textos mais corrosivos da estética modernista.
-Os seus dois romances desobedecem aos padrões tradicionais da narrativa, diluindo a
separação entre prosa e poesia. Inovação contínua, metáforas ousadas, neologismos
capítulos curtos, condensação telegráfica.
Mário de Andrade (1893-1945)
Obras Principais – Poesia: Paulicéia desvairada*; (1922) Clã do Jabuti; (1927) Lira
Paulistana (1946). *A obra mais importante por causa do prefácio, nele Mário
teorizara sobre a própria poesia e sobre as tendências modernistas do novo lirismo.
Ficção:Amar verbo intransitivo (1927); Macunaíma* (1928); Contos novos (1946)
*o herói sem nenhum caráter.
Professor: Ari Meneghini
O romance de 1930
A vida do neo-realismo
-Conjunto de narrativas, escritas entre os anos de 1930 e 1960, por uma mesma geração, 
oriunda de famílias oligárquicas decadentes, com uma visão de mundo crítica, um sentido 
missionário da literatura e padrões artísticos bastante próximo do realismo.
Características
-Ênfase nas questões ideológicas e sociais.
-Rejeição ao experimentalismo técnico e ao gosto pela paródia, substituídos por um 
realismo mais ou menos trivial.
-Retrato da realidade.
-Tipificação social explícita (várias classes sociais).
-Tomada de consciência do subdesenvolvimento (atraso e miséria do país).
-Denúncia da situação opressiva vivida por camponeses e operáiros.
- Valorização da realidade rural que levou os críticos a designarem o período como 
regionalista.
Professor: Ari Meneghini
Mundos narrados
Romances de temática agrária
-A ascensão e que dos coronéis: Banguê e Fogo Morto, de José Lins do Rego; Terras do sem fim e São 
Jorge dos Ilhéus, de Jorge Amado; O tempo e o vento , de Erico Verissimo. ESSES RELATOS 
OSCILAM ENTRE A SAGA (exaltação com traços épicos) E A CRÍTICA MAIS CONTUNDENTE, seja 
a ideológica (Jorge Amado), seja a ética (Erico Verissimo). No caso ESPECÍFICO de José Lins do 
Rego, predomina um tom nostálgico e melancólico diante das ruínas dos engenhos.
-Drama dos trabalhadores rurais: Vidas secas, de Graciliano Ramos, que corresponde a uma 
impugnação latifundiária nordestina.
-Confronto do Brasil rural e o Brasil urbano: São Bernardo, de Graciliano Ramos (a obra sintetiza o 
descompasso entre a mentalidade patriarcal-latifundiária e a urbana modernizada.
Romances de Temática urbana
-Nova realidade constituída: urbanização ininterrupta do país.
-Prisma de denúncia (Jorge Amado); adesão crítica (Erico Verissimo), tristeza impotente (Cyro dos 
Anjos.
-Camadas populares, trabalhadores e marginais: Capitães de Areia, de Jorge Amado.
- Setores médicos (pequena burguesia): Os ratos, de Dyonélio Machado e toda a primeira fase de 
Erico Verissimo, o chamado de Ciclo de Clarissa. 
Professor: Ari Meneghini
Principais romancistas
Raquel de Queiroz (1910-2003)
O Quinze (1930) – O plano social (apresentação dos efeitos da seca sobre os sertanejos)
e o plano individual (experiência de uma moça – Conceição- que intenta definir sua
identidade numa sociedade patriacalista, recusando o amor de um jovem proprietário
rural.
José Lins do Rego(1901-1957)
- Ciclo da cana-de-açúcar: Menino de engenho (1932), Doidinho (1943), Fogo Morto(1943)
-Cangaço e misticismo: Pedra Bonita (1938), Cangaceiros (1953)
-Tempos diversos: Pureza (1937), Riacho doce (1939), Eurídice (1947)
Graciliano Ramos (1892-1953)
Vidas secas (1934): trajetória de uma família sertaneja entre duas secas, além da
natureza, o latifúndio e o governo contribuem para tornar insuportável a vida dos
camponeses.
Erico Verissimo (1905-1975)
Professor: Ari Meneghini
Erico Verissimo (1905-1975)
PRIMEIRA FASE – Fantoches – livro de estreia, lançado em 1932 e composto por contos.
O ciclo de Clarissa: Clarissa (1933) Primeiro romance do autor – em tom lírico e quase 
inocente; outros romances do ciclo: Musica ao longe (1935), Um lugar ao sol (1936), Saga 
(1940). Características da primeira fase: registro de valores e costumes da pequena 
burguesia de Porto Alegre;caracterização psicológica; contador de histórias; lgg 
tradicional; traços coloquiais.
SEGUNDA FASE – O tempo e o vento (1949- 1962): obra-prima do autor, dividida em três 
grandes partes: O continente, o retrato e o arquipélago. 
-Aspectos estruturais de o tempo e o vento: Tema geral: História da formação do RS; 
famílias Terra-Cambará...Tema específico: ascensão e queda da classe de fazendeiros 
gaúchos; Duração da narrativa: 200 anos. O texto começa em 1745, num episódio ocorrido 
nas Missões jesuíticas e se estende até 1945.
Outros Autores: Jorge Amado (1912-2001); Dyonélio Machado (1895-1985); Cyro 
Martins(1908-1995) – trilogia do gaúcho a pé (Sem rumo, Porteira Fechada e Estrada 
Nova); 
Professor: Ari Meneghini
A poesia moderna
Manuel Bandeira (1886_1968)
Cinza das horas (1917); Carnaval (1919); Libertinagem (1930); Estrela da manhã (1936),
Estrela da tarde (1958), etc.
Características: confissão pessoal e a vida cotidiana; desejo insatisfeito e amargurado,
tema da morte; simplicidade que levou a considerar a importância de sua poesia.
Cecília Meireles (1901- 1964)
Viagem (1939); Vaga música (1942). Mar absoluto (1945) e o Romanceiro da
Inconfidência (1953) Características: tradição lírica do passado; sentimentos de perda
amorosa e solidão; atmosfera existencial; O romance da Inconfidência é a experiência
poética mais significativa: pesquisa de elementos históricos; utilizou forma poética do
passado ibérico: o romanceiro (cada poema é um romance).
Mário Quintana (1906-1994)
A rua dos cataventos (1940); Sapato florido (1948) (...) O aprendiz de feiticeiro (1950)
(...)Esconderijos do tempo (1980) e Velório sem defunto (1990) – Características:
Herança simbolista; temática sobre a morte e da tristeza das coisas; simplicidade.
Professor: Ari Meneghini
Vinicius de Moraes (1913-1980)
Novos Poemas (1933). Cinco elegias (1943) e Poemas, sonetos e baladas (1946)
Primeira Fase: neo-simbolismo, com conotações místicas.
Segunda Fase: Cinco Elegias – explosão de uma poesia mais viril; aproximação de um mundo mais
material.
Características principais: Verbalismo do soneto; grande tema é o amor; lírica comprometida com o
cotidiano.
Carlos Drumonnd de Andrade (1902-1987)
Alguma poesia (1930); Sentimento de Mundo (1940); A rosa do povo (1945) (...) Amar se aprende
amando (1986) Prosa: Fala, amendoeira (1957); Cadeira de balanço (1966) e Contos de aprendiz (1951)
Características: Multiplicidade infinita de assuntos; poesia social; reflexão existencial.
Geração de 45
Marcada pelo fim da Segunda Guerra, pela derrubada da ditadura de Getúlio Vargas; colocou em
segundo plano as preocupações políticas, ideológicas e culturais; Aventura da linguagem, forma e rigor
do texto – preocupação desta geração.
João Cabral de Melo Neto (1920- 1999): Morte e vida severina (1956)
Educação pela pedra (1966)
Literatura
Professor: Ari Meneghini
Questões - Modernismo
Questão 111, Enem 2013
Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas 
antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre 
houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.
[...]
Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo 
início, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pré-pré-história já havia os 
monstros apocalípticos? Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um 
fato. Os dois juntos — sou eu que escrevo o que estou escrevendo. [...] Felicidade? Nunca vi palavra 
mais doida, inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes.
Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma visão gradual — há dois anos e meio 
venho aos poucos descobrindo os porquês. É visão da iminência de. De quê? Quem sabe se mais 
tarde saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. Só não inicio pelo fim que 
justificaria o começo — como a morte parece dizer sobre a vida — porque preciso registrar os 
fatos antecedentes.
LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998 (fragmento).
Professor: Ari Meneghini
A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetória literária de Clarice 
Lispector, culminada com a obra A hora da estrela, de 1977, ano da morte da escritora.
Nesse fragmento, nota-se essa peculiaridade porque o narrador
a) observa os acontecimentos que narra sob uma ótica distante, sendo indiferente aos 
fatos e às personagens.
b) relata a história sem ter tido a preocupação de investigar os motivos que levaram aos 
eventos que a compõem.
c) revela-se um sujeito que reflete sobre questões existenciais e sobre a construção do 
discurso.
d) admite a dificuldade de escrever uma história em razão da complexidade para 
escolher as palavras exatas.
e) propõe-se a discutir questões de natureza filosófica e metafísica, incomuns na 
narrativa de ficção.
Professor: Ari Meneghini
Alternativa “c”.
No romance A hora da estrela há um narrador onisciente intruso
que interfere no discurso da personagem, promovendo uma
reflexão existencial sobre o fazer artístico por meio da
metalinguagem.
Professor: Ari Meneghini
ENEM 2012 QUESTÃO 135
O trovador
Sentimentos em mim do asperamente
dos homens das primeiras eras...
As primaveras do sarcasmo
intermitentemente no meu coração arlequinal...
Intermitentemente...
Outras vezes é um doente, um frio
na minha alma doente como um longo som redondo...
Cantabona! Cantabona!
Dlorom...
Sou um tupi tangendo um alaúde!
ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias completas de Mário de Andrade. Belo 
Horizonte: Itatiaia, 2005.
Professor: Ari Meneghini
Cara ao Modernismo, a questão da identidade nacional é recorrente na prosa e na 
poesia de Mário de Andrade. Em O trovador, esse aspecto é
A) abordado subliminarmente, por meio de expressões como “coração arlequinal” que, 
evocando o carnaval, remete à brasilidade.
B) verificado já no título, que remete aos repentistas nordestinos, estudados por Mário 
de Andrade em suas viagens e pesquisas folclóricas.
C) lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões como “Sentimentos em mim do 
asperamente” (v. 1), “frio” (v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som triste do alaúde 
“Dlorom” (v. 9).
D) problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a síntese 
nacional que seria proposta no Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade.
E) exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos homens das primeiras eras” 
para mostrar o orgulho brasileiro por suas raízes indígenas.
Professor: Ari Meneghini
Alternativa D.
Em O Trovador, a problemática em relação à questão da identidade
nacional é pela fusão e oposição (símbolo do primitivo -selvagem) e
alaúde (símbolo do civilizado), temática recomendada
no ManifestoAntropófago, de Oswald de Andrade.
Professor: Ari Meneghini
Questão 3
Assinale a alternativa em que se encontram preocupações estéticas da Primeira Geração 
Modernista:
a) Principal corrente de vanguarda da Literatura Brasileira, rompeu com a estrutura 
discursiva do verso tradicional, valendo-se de materiais gráficos e visuais que 
transformaram a estrutura do poema.
b) Busca pelosentido da existência humana, confronto entre o homem e a realidade, 
reflexão filosófico-existencialista, espiritualismo, preocupação social e política, 
metalinguagem e sensualismo.
c) Os escritores de maior destaque da primeira fase do Modernismo defendiam a 
reconstrução da cultura brasileira sobre bases nacionais, revisão crítica de nosso 
passado histórico e de nossas tradições culturais, eliminação do complexo de 
colonizados e uso de uma linguagem própria da cultura brasileira.
d) Amadurecimento da prosa, sobretudo do romance, enfoque mais direto dos fatos, 
influência da estética Realista-Naturalista do século XIX e caráter documental, como 
no livro Vidas secas, de Graciliano Ramos.
Professor: Ari Meneghini
Alternativa “c”.
A primeira fase modernista surgiu do anseio de escritores como Mário de 
Andrade e Manuel Bandeira por mudanças na Literatura Brasileira. Para a 
criação de uma Literatura genuinamente nacional, pregavam a ruptura 
com os padrões clássicos impostos pela cultura europeia. Na linguagem, 
defendiam uma língua sem arcaísmos, livre de erudição.
Professor: Ari Meneghini
ENEM 2009 QUESTÃO 120
No decênio de 1870, Franklin Távora defendeu a tese de que no Brasil havia duas 
literaturas independentes dentro da mesma língua: uma do Norte e outra do Sul, 
regiões segundo ele muito diferentes por formação histórica, composição étnica, 
costumes, modismos linguísticos etc. Por isso, deu aos romances regionais que 
publicou o título geral de Literatura do Norte. Em nossos dias, um escritor gaúcho, 
Viana Moog, procurou mostrar com bastante engenho que no Brasil há, em verdade, 
literaturas setoriais diversas, refletindo as características locais.
CANDIDO, A. A nova narrativa. A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: 
Ática, 2003.
Com relação à valorização, no romance regionalista brasileiro, do homem e da 
paisagem de determinadas regiões nacionais, sabe-se que
Professor: Ari Meneghini
A) o romance do Sul do Brasil se caracteriza pela temática essencialmente urbana, 
colocando em relevo a formação do homem por meio da mescla de características locais e 
dos aspectos culturais trazidos de fora pela imigração europeia.
B) José de Alencar, representante, sobretudo, do romance urbano, retrata a temática da 
urbanização das cidades brasileiras e das relações conflituosas entre as raças.
C) o romance do Nordeste caracteriza-se pelo acentuado realismo no uso do vocabulário, 
pelo temário local, expressando a vida do homem em face da natureza agreste, e assume 
frequentemente o ponto de vista dos menos favorecidos.
D) a literatura urbana brasileira, da qual um dos expoentes é Machado de Assis, põe em 
relevo a formação do homem brasileiro, o sincretismo religioso, as raízes africanas e 
indígenas que caracterizam o nosso povo.
E) Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, Simões Lopes Neto e Jorge Amado são romancistas 
das décadas de 30 e 40 do século XX, cuja obra retrata a problemática do homem urbano 
em confronto com a modernização do país promovida pelo Estado Novo.
Professor: Ari Meneghini
Alternativa “c”.
O regionalismo surge na literatura em vários momentos, com diversas 
propostas estilísticas e temáticas. Como aponta a opção C, o romance 
nordestino se caracteriza pela exploração de regionalismos 
linguísticos e pelo flagra da luta do homem contra a natureza local, do 
sertão. As outras alternativas não são verdadeiras por trazerem 
algum detalhe errado: na A, essencialmente urbana; na B, relações 
conflituosas entre raças; na D, as raízes africanas e indígenas; e na E, 
a modernização do país.
Professor: Ari Meneghini

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