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APX3 2020.2 corrigida (1)

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1 
 
 
 
APX 3 – 2020.2 
DISCIPLINA: LITERATURA NA FORMAÇÃO DO LEITOR 
Coordenação: Profª Ana Maria de Bulhões Carvalho 
 
 
 
Caro (a) aluno (a): POR FAVOR, FAÇA A PROVA EM WORD 
Esta é uma avaliação individual e com consulta. Para realizar uma boa prova, siga as instruções abaixo: 
 leia atentamente todas as questões; 
 revise suas respostas e verifique se as ideias estão claras. 
 Uma das questões será respondida e pontuada pelo DIÁRIO DE BORDO. Portanto a atividade valerá 
80 (8,0) aos quais o Sistema somará os 2,0 da questão. 
 
 
 
 
Boa prova! 
VALOR 8,0 + Diário de bordo 2,0 
2 
 
QUESTÃO 1 (valor: 2 pontos) Leia o poema: 
As sem-razões do amor, de Carlos Drummond de Andrade 
Eu te amo porque te amo, 
Não precisas ser amante, 
e nem sempre sabes sê-lo. 
Eu te amo porque te amo. 
Amor é estado de graça 
e com amor não se paga. 
 
 Amor é dado de graça, 
 é semeado no vento, 
 na cachoeira, no eclipse. 
 Amor foge a dicionários 
 e a regulamentos vários. 
 
Eu te amo porque não amo 
bastante ou demais a mim. 
Porque amor não se troca, 
não se conjuga nem se ama. 
Porque amor é amor a nada, 
feliz e forte em si mesmo. 
 
 Amor é primo da morte, 
 e da morte vencedor, 
 por mais que o matem (e matam) 
 a cada instante de amor. 
 
1.1 Drummond é modernista, portanto defensor da poesia livre, sem métrica regulamentada. No 
entanto observa-se alguma rima interna, porque também faz parte da liberdade do poeta 
poder escolher o ritmo, a rima. Releia o poema e busque algum resquício de métrica na 
construção da estrofe, na métrica e na rima, e dê exemplo. 
1.2 Repare no título do poema. Comente de modo geral a relação do título com os sentidos 
encontrados no que o poeta diz sobre o amor. 
 
QUESTÃO 2 (valor: 3 pontos) Leia o conto 
Os aventureiros da pastelaria proibida, de João Victor Teixeira (Fonte: Curtos- Fantásticos-vol1) 
 
O CASAL SE ENCARAVA EM SILÊNCIO, até o homem tomar a iniciativa: 
— Então, você não vai acreditar em mim, mas mesmo assim vou explicar o que aconteceu. 
# 
Estava no trabalho, tão concentrado que nem reparei a hora passar. Foi então que a tempestade começou. O 
relógio marcava onze da noite quando desci as escadas do prédio, correndo em direção ao metrô, afinal, era nosso 
dia especial e eu estava atrasado. 
Foi quando aconteceu. 
Sei que é difícil acreditar, mas preciso que se lembre de todo nosso tempo juntos. Alguma vez enganei você? 
Preciso de um voto de confiança! 
Quando estava para atravessar a Avenida Chile, a fim de chegar à estação da Carioca, em meio àquele caos do 
centro do Rio, um raio caiu bem na minha frente! 
Não se preocupe, estou bem. O raio não me machucou, mas, claro, quase enfartei com o susto; o barulho foi 
ensurdecedor, e o clarão cegou meus olhos por um instante. 
3 
 
Tive a sensação de que alguém me chamava, como se estivesse muito longe, mas não conseguia ver quem era 
até minha visão voltar. Só então descobri o dono da voz: era o Guilherme! 
Isso mesmo, o Guilherme, nosso futuro padrinho de casamento! 
Não faz essa cara, como se ele sempre fosse o culpado de tudo… Ele é meu amigo desde a escola, é como um 
irmão pra mim. 
Preste bastante atenção, porque é agora que a parte bizarra da história começa! 
Havia uma… Como posso definir? Uma criatura, isso! Era uma mistura de vários animais! Guilherme estava 
montado sobre o que parecia ser o casco de uma tartaruga, com cabeça de avestruz, rabo de tubarão e patas de 
cavalo. 
Sim, é difícil acreditar, mas é verdade! 
Como estava dizendo, Guilherme montava esse bicho enquanto estendia a mão para mim, gritando: 
— Não tenho tempo para explicar, só monta logo antes que eles cheguem! 
Olhei para trás, descobrindo que “eles” eram ninjas. Os caras saltaram do alto do Edifício Central e correram 
no ar, igualzinho àqueles filmes de artes marciais. Montei no bicho e Guilherme o colocou para voar. Acho que 
esqueci de falar que a criatura tinha um par de asas… Mas, sim, ela tinha! 
Voltando: Guilherme me entregou uma espada, dizendo: 
— Você saberá o que fazer! 
E, para minha surpresa, eu realmente sabia! Era como se eu fosse um mestre samurai! 
Travamos um duelo no ar contra os ninjas, a chuva dificultou as coisas, mas saímos vitoriosos! Foi quando 
Guilherme soltou: 
— Temos que salvar a princesa Tonoboi! Somos os escolhidos! 
Não tinha ideia do que ele falava, mas acreditei, pois é isso que devemos fazer com quem a gente gosta, 
acreditar. 
Não, jamais, isto não é uma indireta, é só uma opinião. 
Enfim, voamos no Jerônimo (acho que esqueci de falar isso também, Jerônimo era o nome da criatura) até 
pousar perto do Maracanã, onde estacionamos o bicho em uma vaga para um flanelinha tomar conta. 
Como o flanelinha não se assustou com o bicho? Como é que vou saber? Pergunta pra ele, caramba! Posso 
terminar a história agora ou não? 
Obrigado. 
Guilherme bateu na porta de uma pastelaria interditada, e ela se abriu. 
— Ainda bem que vocês chegaram rápido, o portal já vai se fechar! — Era o príncipe Toi-In. 
Corremos até a cozinha e pulamos dentro de um buraco brilhante, perto do forno. Tudo começou a girar e 
girar, já estava ficando tonto, aí caímos no chão e a poeira subiu. Olhei para o céu, ele parecia mais negro que o 
normal, com um ponto azul no meio que eu nunca havia visto. Foi aí que me dei conta, estava olhando para a Terra, 
sim, para o nosso planeta! A gente foi parar na lua, de frente para um castelo que parecia ter saído de um dos 
contos das Mil e Uma Noites! 
O quê? Como eu estava respirando? Você já esteve na lua, por acaso? Como sabe se não tem como respirar 
lá? Aquelas filmagens do homem flutuando por lá deve ser montagem dos Estados Unidos. Deixa eu terminar a 
história, já tô quase no fim, não me interrompa! 
Invadimos o castelo, enfrentamos hordas de guerreiros, mas conseguimos dar conta de todos! No final, 
esperando pela gente, estava o impetuoso imperador Ling com a princesa Tonoboi amarrada num pedestal nos 
fundos. Depois de uma árdua batalha, derrotamos o imperador e libertamos a princesa, mas o que a gente não sabia 
era que Ling ainda estava vivo! Ele acionou o sistema de autodestruição do castelo, enquanto gargalhava como um 
louco. 
Ficamos desesperados! Era nosso fim! 
Foi quando o flanelinha chegou pela janela, montado no Jerônimo! A gente subiu na criatura e voltamos para 
a Terra, deixamos a princesa e o príncipe na pastelaria. O Guilherme me deixou aqui e foi para casa, por isso cheguei 
só agora. 
# 
4 
 
— Acabou, João? E quer mesmo que eu acredite que você chegou em casa mais de três horas da manhã, no 
dia do nosso aniversário de namoro, porque aconteceu isso tudo com você? 
— Mas, Fabiane, por que eu mentiria pra você? 
Ela foi até a porta e a abriu. 
— Sai daqui! Quando você for homem o suficiente pra falar a verdade você volta! 
# 
No outro dia, Fabiane pensava como João era capaz de ter sido tão infantil na noite anterior a ponto de 
inventar tudo aquilo. Foi quando a campainha soou. Ao abrir a porta, ela ficou sem palavras: deu de cara com uma 
jovem de feições orientais, vestindo roupas luxuosas e, junto dela, uma comitiva com vários guerreiros. 
A moça se apresentou como a princesa Tonoboi. Procurava João para entregar cinco joias preciosas como 
recompensa pelo resgate. 
— A Fabiane me ligou agora se desculpando. Sua ideia de contratar alguém para se passar pela princesa 
Tonoboi foi ótima, Guilherme! 
— Você sabe que meus planos sempre funcionam. 
— Pois é… Talvez fosse melhor ter falado que fiquei bebendo com você depois do trabalho ontem, mas, sabe 
como é, tenho essa péssima mania de sempre falar a verdade… 
 
2.1 Considerando o aspecto fantástico, como se estrutura o conto em termos de narrativa, 
isto é, de modo de contar a história em relação à verossimilhança, ao real?2.2 Explique a lógica do João, personagem narrador, no final do conto. 
 2.3 Comente a inserção deste conto numa antologia fantástica. Você concorda em chamar o 
conto de fantástico? Justifique sua resposta. 
 
 
QUESTÃO 3 (VALOR: 3 PONTOS) Leia a comédia: 
Confusão, de Artur Azevedo 
No corredor dos camarotes do [teatro] Apolo, depois do 1º ato [da peça] do Menino Ambrósio1. O Teles 
encontra-se com o Gama. 
Teles: Olá! Estou admiradíssimo! Você é fruta rara em teatro! 
Gama: Muito rara. 
Teles: Foi a peça que o atraiu? 
Gama: Não, meu caro, confesso-lhe que não foi a peça que me atraiu: O menino Ambrósio era um título 
que não me dizia nada, e eu não gosto de crianças. 
Teles: Então que foi? 
Gama: Fui atraído por esta Mercedes Blasco, de quem tanto se fala, por ter escrito uma obra escandalosa, 
o relatório documentado dos seus amores! Li o livro e fiquei com uma vontade doida de conhecer a autora. 
Ora, aí tens por que vim ver O menino Ambrósio. 
Teles: E que impressão te fez ela? 
Gama: Magnífica! Tinham me dito que era uma mulher insípida, sem graça... Calúnia! É a mais bonita e a 
mais simpática das intérpretes de O menino Ambrósio! Que linda boca! Que olhos matadores! 
Compreendo, meu amigo, compreendo que esta mulher tenha sido tão amada! 
Teles:Cáspite! Que entusiasmo!Pois, francamente não achei lá essas coisas, e como atriz... 
Gama:Como atriz nada tem de notável, mas eu não vim ver a atriz: vim ver a mulher que inspirou tantas 
paixões e fez escrever tantas cartas; entretanto não é desajeitada, tem uma certa habilidade, e 
representou muito bem aquela cena com o visconde. 
 
1
 Não há registro de que esta peça seja real, parece uma invenção de Artur Azevedo. Já o Teatro Apolo, um teatro com estrutura 
de ferro feita na França pela mesma oficina que criou a torre Eiffel, foi inaugurado em 1890 e cessou as atividade em 1916. 
Ficava na Rua do Lavradio, 50. 
5 
 
Teles: Que cena? 
Gama: Aquela em que o visconde quer seduzi-la e é troçado por ela... 
Teles: Homem, tem graça! 
Gama: Tem graça o quê? 
Teles: Confundiste a Mercedes Blazo com a Acácia Reis! 
Gama: Que me dizes? 
Teles: A Mercedes é a que faz o papel de Pimpinela! 
Gama: Então aqueles olhos... aquela boca... aquele sorriso ... não são dela? Que diabo! Vou pedir à 
Acácia Reis que escreva suas memórias. A julgar por aqueles olhos, devem ser ainda mais interessantes 
que as da Mercedes Blasco! 
4.1 Qual é a confusão, de que fala o título? 
4.2 Por que a peça é tida como comédia? 
4.3 Que elemento da tríade texto-espetáculo-espectador representa os personagens e qual a sua 
importância para um espetáculo teatral? 
 
 
QUESTÃO 5 (VALOR: 2 PONTOS obtidos na sessão Diário de bordo da plataforma) 
Inspire-se no poema Porquinho da Índia, de Manuel Bandeira, abaixo: 
Porquinho da Índia, de Manuel Bandeira 
Quando eu tinha seis anos 
 Ganhei um porquinho da Índia 
 Que dor de coração eu tinha 
 Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão! 
 Levava ele para sala 
 Pra os lugares mais bonitos, mais limpinhos. 
 Ele não se importava: 
 Queria estar debaixo do fogão. 
 Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas. 
 _O meu porquinho da Índia foi a minha primeira namorada. 
 
E crie TRÊS DIAS de um “Diário de bordo”, contando um caso pessoal ou que tenha ocorrido com 
pessoa conhecida, usando, do poema de Bandeira, uma parte do tema ou outro elemento à 
escolha. Pode modificar o elemento escolhido de maneira livre. 
 
A atividade será pontuada no local Diário de bordo. O resto da AP3 valerá 8 pontos.

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