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DIREITO TRIBUTÁRIO APLICADO
UNIDADE 2 – LIMITAÇÕES AO PODER DE 
TRIBUTAR E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
DO CONTRIBUINTE
Autoria: Paulo Roberto de Souza Junior – Revisão técnica: Larissa Gonçalves
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Introdução
Nesta unidade, iremos estudar as limitações ao poder de tributar. Assim, vamos debater a importância das
limitações como garantidoras dos direitos fundamentais do contribuinte.
Importante mencionar que a tributação é eminentemente fiscal num Estado capitalista, todavia, por sua função
social, busca-se a eliminação das desigualdades socioeconômicas e o tratamento das pessoas que estão na
mesma situação da mesma forma. Tais limitações à tributação estão previstas na Constituição Federal, nos arts.
150 a 152 (BRASIL, 1988), e são divididas em princípios, competências e imunidades.
Os princípios são norteadores das normas que estão presentes no Sistema Tributário Nacional (STN) e definem
como será a atuação da legislação tributária, ou seja, sua entrada em vigor e o prazo para cobrança.
A competência tributária é delineada na Constituição Federal e indica quem poderá instituir cada espécie
tributária; todavia, é facultativa e indelegável. Difere-se, por conseguinte, da capacidade tributária, que é
delegável. As imunidades visam à não instituição, cobrança e arrecadação dos tributos, já que foi desejo do
constitucionalista a não imposição desses tributos nas diversas situações inerentes.
Após abordar esses conceitos, passaremos a analisar as hipóteses de incidência e suas características.
Chegaremos, por sua vez, às normas gerais tributárias, estudando a legislação tributária, sua vigência, aplicação,
interpretação e integração. Como item final, teremos as formas de solução de conflitos decorrentes da aplicação
da legislação tributária, das quais destacaremos a transação, a mediação e conciliação e a arbitragem.
Bons estudos!
2.1 As limitações ao poder de tributar e os direitos e as 
garantias fundamentais do contribuinte
A crise vivida pelo Estado contemporâneo, devido à mundialização e à globalização, traz consigo uma
desigualdade socioeconômica enorme, prejudicando sociedades inteiras. Com o intuito de eliminar essa
desigualdade, ou pelo menos atenuá-la, nasceram os tributos.
O tributo é visto como o preço da cidadania, uma forma de manter a estrutura necessária para prover as
necessidades da população e garantir iguais oportunidades aos cidadãos. Algumas cidades no mundo possuem
eficiente infraestrutura de transportes, segurança pública, hospitais e escolas mantidas com os recursos obtidos
com os tributos, os quais são instituídos por representantes eleitos pela população, em obediência a limites
previamente estabelecidos. (MACHADO SEGUNDO, 2018, p. 23)
Para garantir que essa tributação atue em prol da coletividade, com base nos direitos e nas liberdades
individuais, nascem as limitações constitucionais ao poder de tributar do Estado. Com isso, eliminam-se as
diferenças econômicas e sociais existentes em sociedade.
Luciano Amaro (2019) salienta que as chamadas limitações ao poder de tributar “[…] integram o conjunto de
traços que demarcam o campo, o modo, a forma e a intensidade de atuação do poder de tributar (ou seja, do
poder, que emana da Constituição, de os entes políticos criarem tributos)”. (AMARO, 2019, p. 131).
Essas limitações são apresentadas por meio dos princípios, das competências e das imunidades, como forma de
privilegiar direitos e garantias fundamentais dos contribuintes, que buscam o respeito à dignidade humana e
condições mínimas de vida em sociedade.
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Figura 1 - Direitos fundamentais garantidos aos contribuintes
Fonte: iStock, 2020.
#PraCegoVer: a imagem, uma grande colagem com rostos de várias pessoas, representa todos os cidadãos ou
contribuintes a quem a Constituição Federal de 1988 prevê a garantia dos direitos fundamentais.
As garantias inerentes são apresentadas pelos princípios e pelas regras de tributação, por meio do STN. Esse
sistema é um conjunto de regras sociais de natureza jurídica amparados pelo exto , que representa a evolução
sentida pelas normas jurídicas tributárias, cujo objeto único é transferir recursos para o Estado. O STN tem como
características: 1) ser rígido, pois as regras que deverão ser seguidas estão delineadas na Constituição Federal; e
2) ser aberto, já que poderá ser completado mediante atividade legislativa. O ordenamento jurídico brasileiro,
portanto, segue o sistema rígido, o qual está previsto entre os arts. 145 e 162 da Constituição Federal (BRASIL,
1988).
Os princípios buscam preservar a harmonia e os valores-base das referidas regras que o compõem, já que são
enunciações normativas de valor genérico. Esses princípios, juntamente com as regras tributárias, buscam
privilegiar e garantir os direitos fundamentais do contribuinte; dessa forma, os primeiros constituem-se como
parâmetros de aplicabilidade das segundas dentro do STN. Entre esses princípios, chamamos a atenção para o
princípio da legalidade, já que este não possui ponderação.
Assim, transgredir uma diretriz (um princípio) é forçosamente pior que não cumprir uma norma (uma regra),
devido ao posicionamento do referido princípio dentro do ordenamento jurídico. Esse ato transgressor é
considerado inconstitucional, pois fere a base do ordenamento jurídico, ou seja, a Constituição Federal.
Outro limitador ao poder de tributar previsto na Constituição Federal, nos arts. 153 a 156 (, 1988), são as
competências tributárias, já que os tributos só podem ser instituídos pelos entes federados autorizados pelo
texto constitucional. A inibição dessas competências outorgadas a entes federados específicos é realizada por
meio das imunidades constitucionais.
2.2 Princípios tributários e suas implicações práticas
Os princípios tributários são um norte, um caminho para a preservação dos direitos e garantias fundamentai na
seara tributária. Estes definem toda a lógica do sistema normativo.
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O conteúdo e o alcance de cada princípio exposto na Constituição Federal trazem consigo uma abertura para sua
aplicabilidade nos casos concretos, em que somente um poderá ser aplicado. Todavia, dependendo do caso e dos
princípios envolvidos, estes poderão ser ponderados. Falaremos sobre cada um dos princípios, trazendo
jurisprudências do Supremo Tribunal Federal (STF) que tratam de casos relacionados.
2.2.1 Princípio da legalidade ou da estrita legalidade (CF, art. 150, I)
O princípio da legalidade define que há necessidade de uma lei instituidora para a criação das diversas espécies
tributárias, como definido pela Constituição Federal (BRASIL, 1988). Essa criação deverá ser por uma lei formal,
em que estarão descritos os aspectos, como fato gerador, hipótese de incidência, base de cálculo e alíquotas.
Quadro 1 - Jurisprudência do STF: princípio da legalidade
Fonte: Elaborado pelo autor baseado em BRASIL, 2017b, 2016b, 2016a.
#PraCegoVer: o quadro traz a descrição de algumas decisões do STF relacionadas ao princípio da legalidade: 
 (repercussão geral; Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 23-02-2017) – “Por violação ao princípio daARE 1.018.459 RG
legalidade tributária, é manifesta a inconstitucionalidade da instituição de nova contribuição compulsória, por
meio de acordo ou convenção coletiva, a empregados não filiados ao sindicato beneficiário da exação.”; RE
 (Rel. Min. Dias Toffoli, j. 19-10-2016, DJE de 03-08-2017) – “É inconstitucional, por ofensa ao princípio704.292
da legalidade tributária, lei que delega aos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas a competência
de fixar ou majorar, sem parâmetro legal, o valor das contribuições de interesse das categorias profissionais e
econômicas, usualmente cobradas sob o título de anuidades, vedada, ademais, a atualização desse valor pelos
conselhos em percentual superior aos índices legalmente previstos.”; (Rel. Min. Dias Toffoli, j. 19-10-RE 838.284
VOCÊ QUER VER?
Para conhecer mais sobre os princípios constitucionais para o sistema tributário do século XXI,
assista ao vídeo a seguir, que traz a palestra deLuiz Fux sobre o tema, conferida ao Fórum
Nacional Tributário (Font): .https://www.youtube.com/watch?v=O4gZALf_nV4
https://www.youtube.com/watch?v=O4gZALf_nV4
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conselhos em percentual superior aos índices legalmente previstos.”; (Rel. Min. Dias Toffoli, j. 19-10-RE 838.284
2016, DJE de 22-09-2017) – “Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita ao ato
normativo infralegal fixar o valor de taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal, valor esse que
não pode ser atualizado por ato do próprio conselho de fiscalização em percentual superior aos índices de
correção monetária legalmente previstos”.
O princípio da legalidade está previsto no artigo 150, inciso I, da Constituição Federal (BRASIL, 1988), e dispõe
que deverá haver uma lei para criar, aumentar e cobrar o tributo, impedindo abusos por parte das autoridades.
Somente a cobrança poderá ser realizada por terceiro.
Todavia, há exceções ao presente princípio, entre as quais estão a atualização do valor monetário da base do
cálculo do tributo e a fixação do prazo para recolhimento (STF, RE 172.394/SP (BRASIL, 1995b)), que podem ser
feitas por meio de decreto. Já o aumento da base de cálculo é reservado à lei, conforme art. 97 do Código
Tributário Nacional (CTN) (BRASIL, 1966).
2.2.2 Princípio da isonomia ou igualdade (CF, art. 150, II)
O art. 150, inciso II, da Constituição Federal, trata da isonomia horizontal; entretanto, da leitura do artigo
podemos perceber que o sentido vertical da isonomia foi contemplado, já que há necessidade de tratamento
diferenciado entre os que estão em situações distintas (BRASIL, 1988).
Assim, o princípio da isonomia possui duas esferas, uma horizontal e outra vertical. Em relação à esfera
horizontal, as pessoas que estão no mesmo nível devem ser tratadas igualmente; a esfera vertical, por outro lado,
dispõe que, apresentando-se em situações distintas, os contribuintes deverão ser tratados de forma desigual.
Quadro 2 - Jurisprudência do STF: princípio da isonomia
Fonte: Elaborado pelo autor baseado em BRASIL, 1969.
#PraCegoVer: o quadro descreve a Súmula 539 do STF, a qual “reduz o imposto predial urbano sobre imóvel
ocupado pela residência do proprietário, que não possua outro”.
Pode-se concluir, desse modo, que o imposto progressivo não fere o princípio da isonomia, pois seria uma forma
de isonomia vertical. Contudo, a isenção ou qualquer outro tipo de benefício fiscal poderá feri-lo, quando pessoas
em situações equivalentes forem tratadas de modo diferenciado. Essas diferenciações, quando instituídas de
maneira discriminatória ou a partir de critérios não razoáveis, são vedadas.
2.2.3 Princípio da irretroatividade (CF, art. 150, III, a)
O princípio da irretroatividade observa a data de entrada em vigor da lei instituidora ou do tributo. Assim, fatos
geradores anteriores à lei que os instituiu ou aumentou são vedados de cobrança por esse princípio.
O CTN, no art. 105, seguindo esse princípio, salienta que: “A legislação tributária aplica-se imediatamente aos
fatos geradores futuros e aos pendentes […]” (BRASIL, 1966). Há necessidade, portanto, de dois requisitos: que
haja lei que institua o fato gerador da cobrança, bem como que esta seja anterior ao fato realizado.
Nos termos do art. 106 do CTN, a retroatividade atua apenas de forma excepcional, e só se aplica em relação às
leis interpretativas e, no caso de leis punitivas, quando a alteração for mais benéfica ao contribuinte (BRASIL,
1966).
Todavia, há uma controvérsia sobre os tributos periódicos – cujos fatos geradores se prolongam no tempo, como
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Todavia, há uma controvérsia sobre os tributos periódicos – cujos fatos geradores se prolongam no tempo, como
o Imposto de Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Há uma divisão dos fatos geradores em: 
Fato gerador simples
Único evento, como o IPTU.
Fato gerador composto
Diversos momentos, como o IR.
Fato gerador instantâneo
Momento preciso, como o II.
A maior discussão é em relação à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e ao Imposto de Renda da
Pessoa Jurídica (IRPJ). A CSLL não está sujeita a esse princípio, já que é um tributo dito como periódico, cujo
prazo final será 31 de dezembro; entretanto, segue o princípio dos 90 dias (que será tratado mais adiante). O IR,
por sua vez, caso se torne mais gravoso, somente terá incidência a partir do próximo exercício de sua publicação.
Quadro 3 - Jurisprudência do STF: princípio da irretroatividade
Fonte: Elaborado pelo autor baseado em BRASIL, 2015c.
#PraCegoVer: o quadro descreve a Súmula 584 do STF: “Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos
do ano base aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração”.
Ressaltamos que há debates sobre o ferimento da Súmula 584 do STF aos princípios da irretroatividade e
anterioridade. Todavia, o STF aplica a Súmula quando a alteração legislativa aconteceu após o fim do período de
apuração da renda.
2.2.4 Princípio da anterioridade (CF, art. 150, III, b)
O princípio em tela define o período inicial que está autorizado para início da cobrança dos tributos, garantindo
ao contribuinte não só que seja tributado apenas por fatos consumados, mas também que tenha um prazo para
se adaptar à nova lei.
A vigência da lei que institui ou aumenta determinado tributo deve ficar protraída para o ano seguinte ao de sua
publicação, momento em que o ato se insere no contexto comunicacional do direito (CARVALHO, 2019, p. 219). O
presente princípio substitui o princípio da anualidade, previsto anteriormente desde a Constituição de 1946 até
VOCÊ O CONHECE?
Paulo de Barros Carvalho é um jurista de renome nacional e grande estudioso da esfera
tributária. É professor titular de Direito Tributário da PUCSP e da USP.
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presente princípio substitui o princípio da anualidade, previsto anteriormente desde a Constituição de 1946 até
o texto de 1988.
Quadro 4 - Jurisprudência do STF: princípio da anterioridade
Fonte: Elaborado pelo autor baseado em BRASIL, 2010b, 2015d.
#PraCegoVer: o quadro descreve as Súmulas 66 e 67 do STF: 66 – “É legítima a cobrança do tributo que houver
sido aumentado após o orçamento, mas antes do início do respectivo exercício financeiro”; 67 – “É
inconstitucional a cobrança do tributo que houver sido criado ou aumentado no mesmo exercício financeiro”.
Quando a administração pública tributária entender necessária a revogação de um benefício fiscal (ex.: isenção)
que modifique seu valor, deverá observar o princípio da anterioridade nonagesimal, ou seja, cobrar tributos
apenas após passados 90 dias da publicação da lei. Vejamos a decisão a seguir.
Quadro 5 - Jurisprudência do STF: princípio da anterioridade
Fonte: Elaborado pelo autor baseado em BRASIL, 2018.
#PraCegoVer: o quadro retrata uma decisão do STF, com sua descrição: (j. 03-04-2018) –RE 983821-SC
“Direito Constitucional e Tributário. Recurso Extraordinário interposto sob a égide do CPC/2015. Programa
reintegra. PIS e COFINS. Aproveitamento de créditos. Revogação de benefício fiscal. Redução da alíquota.
Majoração indireta de tributo. Observância do princípio da anterioridade nonagesimal. Consonância da decisão
agravada com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Agravo manejado sob a vigência do CPC/2015”.
Por meio desse princípio, busca-se a segurança aos contribuintes para que se preparem para a nova lei
tributária, ou seja, um tempo para se adaptar ao novo tributo ou à majoração do antigo. Evita-se, assim, a
tributação-surpresa.
VOCÊ SABIA?
O princípio da não surpresa tem como sua base o princípio da segurança jurídica, o que traz
consigo os princípios da irretroatividade, da anterioridade e da noventena, já que se garante os
direitos fundamentais do contribuinte.
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Há exceções a esses princípios em relação às Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) nos
combustíveis e ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) monofásico – combustível. No
primeiro caso, há restituiçãode alíquotas por decreto; e, no segundo, as exceções referem-se à fixação de
alíquotas (inclusive redução e aumento), princípio da legalidade, redução e restabelecimento de alíquotas,
ambos por convênio.
2.2.5 Princípio da anterioridade mitigada ou nonagesimal (CF, art. 150, III, 
c)
Esse princípio foi incorporado à Constituição Federal, por meio da Emenda Constitucional (EC) nº 42/2003,
definindo que a cobrança do tributo só poderá acontecer após 90 dias da publicação da lei que o institui.
Há três tipos de anterioridade: 1) máxima, que exige exercício financeiro seguinte mais prazo mínimo de 90 dias
para sua cobrança (ex.: IPVA e IPTU); 2) média ou tradicional, que exige exercício financeiro seguinte, mas não
segue a anterioridade nonagesimal (ex.: IR, entre outros); e 3) mínima ou mitigada, que exige apenas o prazo de
90 dias (ex.: Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e contribuições sociais à seguridade social).
Anterioridade máxima
Exige exercício financeiro mais prazo mínimo de 90 dias para sua cobrança (ex.: IPVA e IPTU).
Anterioridade média ou tradicional
Não segue a anterioridade nonagesimal (ex.: IR, entre outros).
Anterioridade mínima ou mitigada
Exige prazo de 90 dias (ex.: IPI e contribuições sociais à seguridade social).
Todavia, não seguem nenhum tipo de anterioridade: Imposto de Exportação (IE) (CF, art. 153, II); Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF) (CF, art. 153, V); imposto extraordinário (CF, art. 154, II); e empréstimos
compulsórios (CF, art. 148, I e II) (BRASIL, 1988).
Quadro 6 - Jurisprudência do STF: princípio da anterioridade nonagesimal
Fonte: Elaborado pelo autor baseado em BRASIL, 2019.
#PraCegoVer: o quadro retrata uma decisão do STF, com sua descrição: (Rel. Min. Rosa Weber, j.RE 603.917 RG 
25-10-2019, DJE de 18-11-2019, tema 382) – “A postergação do direito do contribuinte do ICMS de usufruir de
novas hipóteses de creditamento, por não representar aumento do tributo, não se sujeita à anterioridade
nonagesimal prevista no art. 150, III, c, da Constituição”.
O princípio anterioridade nonagesimal é obrigatório quando há majoração de tributos; todavia, não há
necessidade de segui-lo quando não se tratar de prejuízo ao contribuinte.
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=751377563
- -9
2.2.6 Princípio da vedação ao confisco (CF, art. 150, IV)
Proíbe-se o confisco, o qual se verifica quando há uma retirada do proprietário de sua propriedade num curto
espaço de tempo ou uma limitação ao exercício de atividades econômicas permitidas por lei.
Ressalta-se que não são proibidos o IPTU progressivo no tempo e a desapropriação de imóveis urbanos não
edificados, subutilizados ou não utilizados, desde que haja determinação legal do município incluída no plano
diretor (CF, art. 182, § 4º, incisos II e III) (BRASIL, 1988).
2.2.7 Princípio da ilimitabilidade do tráfego de pessoas ou bens (CF, art. 
150, V)
Esse princípio, explicado brevemente, não permite a cobrança de tributos com o objetivo de limitar a livre
circulação de pessoas ou bens por instituição de tributos interestaduais ou intermunicipais. A ressalva ocorre em
caso de cobrança de pedágio por utilização de via pública conservada pelo poder público (BRASIL, 1988).
2.2.8 Princípio da capacidade contributiva (CF, art. 145, § 1º)
Os tributos terão, sempre que possível, caráter pessoal e serão instituídos e cobrados dentro da capacidade
econômica do contribuinte, já que a tributação é eminentemente fiscal e arrecadatória. Para fins de efetividade
dessa máxima, pode a administração tributária, inclusive, identificar o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas de cada contribuinte, nos limites da lei e dos direitos individuais (BRASIL, 1988).
A seletividade de alguns tributos, como IPI (CF, art. 153, § 3º, inciso I) e ICMS (CF, art. 155, § 2º, inciso III), e a
progressividade do IR (art. 153, § 2º, inciso I) e do IPTU (CF, art. 156, § 1º, inciso I) não ferem tal capacidade
(BRASIL, 1988).
2.2.9 Princípio da uniformidade (CF, art. 151, I)
O tributo a ser instituído pela União deverá ser uniforme para todo território nacional. Ou seja, a União não pode
instituir tributo que indique distinção ou preferência entre estados, municípios ou o Distrito Federal. Nesse caso,
ficam ressalvados os incentivos fiscais que buscam promover um desenvolvimento socioeconômico equilibrado
entre as regiões do país (BRASIL, 1988).
Nesse sentido, veda-se tanto a utilização do IR como instrumento de concorrência desleal como as isenções
heterônomas, que serão debatidas dentro das imunidades.
2.2.10 Resumo dos princípios tributários
Agora que abordamos os princípios mais elementares ao se pensar o direito tributário, vamos fazer um resumo
de suas principais características, para facilitar a compreensão.
1) Princípio da
(estrita)
legalidade
CF, art. 150, I: criação de tributo por lei formal, com descrição de fato gerador, hipótese
de incidência, base de cálculo e alíquotas.
2) Princípio da
isonomia ou
igualdade
CF, art. 150, II: horizontal - pessoas na mesma situação tratadas igualmente; vertical -
tratamento desigual para situações distintas.
CF, art. 150, III, a: veda cobrança a fatos geradores anteriores à lei instituidora ou
- -10
3) Princípio da
irretroatividade
CF, art. 150, III, a: veda cobrança a fatos geradores anteriores à lei instituidora ou
majoradora do tributo (exceções: leis interpretativas e punitivas em benefício do
contribuinte).
4) Princípio da
anterioridade
CF, art. 150, III, b: prazo para se adaptar à nova lei.
5) Princípio da
anterioridade
mitigada ou
nonagesimal
CF, art. 150, III, c: cobrança após 90 dias de publicação da lei.
6) Princípio da
vedação ao
confisco
CF, art. 150, IV: proibição de tributação com objetivo de confisco (casos excepcionais:
IPTU progressivo no tempo e desapropriação de imóveis urbanos, em caso de não
edificação, subutilização ou inutilização).
7) Princípio da
ilimitabilidade
do tráfego de
pessoas ou bens
CF, art. 150, V: proibição de tributação com objetivo de limitar a circulação de pessoas
ou bens.
8) Princípio da
capacidade
contributiva
CF, art. 145, § 1º: caráter pessoal dos tributos, levando em conta capacidade econômica
do contribuinte.
9) Princípio da
uniformidade
CF, art. 151, I: tributos instituídos pela União uniformemente no território, sem distinção
ou preferência entre estados, municípios ou o DF (exceção: equilíbrio do
desenvolvimento socioeconômico).
Seguimos nossos estudos em direção às competências e limitações ao poder de tributar. Vamos lá?
2.3 As competências e as limitações ao poder de tributar
Como forma de garantir a sua própria receita financeira ou cumprir sua função social em relação às políticas
públicas, por meio da captação de recursos para esse fim, cada ente federado possui uma gama de tributos ao
seu dispor. Isso se dá em decorrência da competência delineada por determinação constitucional para cada um.
Podemos dividir as competências em privativas (CF, arts. 148, 149, 149-A, 153, 155, 156 e 195), comuns (CF, art.
145, II e III), residuais (CF, art. 154, I, e art. 195, § 4º) e extraordinárias (CF, art. 154, II), como vimos na Unidade
1. São indelegáveis, facultativas e irrenunciáveis, sem prazo para caducar (BRASIL, 1988).
2.3.1 Características das competências tributárias
A Constituição Federal de 1988 privilegiou a União com o maior número de tributos a sua disposição para serem
instituídos, em detrimento dos demais entes federados.
Essa atribuição legislativa possibilita ao ente federado que crie ou não o tributo, já que sua instituição é
- -11
Essa atribuição legislativa possibilita ao ente federado que crie ou não o tributo, já que sua instituição é
facultativa. Todavia, a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei nº 101/2000 (BRASIL, 2000a)) salienta que a
instituição de tributos é condição necessária para uma gestão tributária com responsabilidade. Caso não haja a
instituição dos tributos pelo ente competente, será vedada a transferência de recursos financeiros a este.Diversamente da norma que define competências, temos a norma de comportamento, que institui os tributos.
Esta, diversamente da capacidade tributária ativa, é indelegável, ou seja, somente poderá ser instituído porque a
Constituição Federal definiu aquele ente como competente.
Assim, a competência tributária difere-se da capacidade tributária ativa, pois esta é o poder de cobrar, exigir e
fiscalizar o tributo. Como uma atribuição administrativa, ou seja, decorrente de lei que instituiu o tributo,
permite-se, assim, nascer a referida capacidade tributária ativa, a qual poderá ser delegada a um terceiro.
Como mencionado por Paulo de Barros Carvalho:
[...] a proibição não atinge a transferência da titularidade para ser sujeito ativo de obrigações
tributárias, isto é, torna-se possível que a pessoa credenciada a exercer a competência tributária,
depois de fazê-lo, indique outra pessoa como titular da capacidade ativa. (CARVALHO, 2019, p. 229).
Ricardo Alexandre (2017) cita como exemplo o Imposto Territorial Rural (ITR). A EC nº 42/2003 autorizou a
capacidade tributária ativa ao município para fiscalizar e cobrar o referido tributo, ficando a totalidade do seu
recolhimento a cargo da municipalidade. Entretanto, mudanças de alíquotas, base de cálculo e são de
responsabilidade de quem possui competência para sua instituição.
Quanto às taxas de serviços notariais e de registro, estas serão devidas aos titulares de cartório, pessoas
naturais, que exercem atividade em caráter privado por delegação do poder público (CF, art. 236), que serão as
beneficiárias desses tributos (BRASIL, 1988).
Essa competência é irrenunciável, por ser determinação constitucional, e não há prazo para caducar, ou seja, a
qualquer momento poderá ser instituído.
2.4 Imunidades gerais tributárias e suas implicações 
práticas
Pela leitura do texto constitucional, depreendemos que há imunidades relativas a taxas, impostos e contribuições
para a seguridade social. São tidas como uma barreira da competência tributária, já que impedem a hipótese de
incidência tributária.
Como exemplos para introduzir o tema, vemos que a Constituição Federal autorizou ao município a instituição
do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI); no entanto, tornou o patrimônio da pessoa jurídica imune à
transmissão desses bens. Nesse caminho, o referido texto autoriza a instituição do ITR à União, e, de outro lado,
VOCÊ QUER LER?
Vamos entender as características das competências segundo Hugo de Brito Machado Segundo
em sua obra (2018). Você pode ler essa obra para compreenderCurso de Direito Tributário
melhor esse assunto.
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transmissão desses bens. Nesse caminho, o referido texto autoriza a instituição do ITR à União, e, de outro lado,
dotou de imunidade em relação ao ICMS as glebas rurais de área mínima e os produtos industrializados
remetidos ao exterior.
Figura 2 - Vedação de incidência de ICMS
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: a imagem possui “ICMS” escrito em letras grandes, com algumas cédulas de reais ao fundo,
representando a vedação da Constituição Federal aos estados de fazer incidir o ICMS sobre produtos
industrializados remetidos ao exterior.
Assim, a Constituição, ao mesmo tempo que concedeu a exação tributária, determinando a competência a esses
entes, vedou-os, em outras situações, definindo-os como imunes.
2.4.1 Imunidade recíproca (CF, art. 150, VI, a)
Esse tipo de imunidade é relativo aos tributos entre os entes federados, segundo a Constituição Federal, em seu
art. 150, VI, a (BRASIL, 1988). Incluem-se nesse caso autarquias e fundações.
Quadro 7 - Jurisprudência do STF: imunidade recíproca
Fonte: Elaborado pelo autor baseado em BRASIL, 2004.
#PraCegoVer: o quadro retrata uma decisão do STF, com sua descrição: – “Incluem-se as pessoasRE 407.099 
de direito público (autarquias e fundações), já que seu patrimônio, sua renda e seus serviços estarão vinculados
finalidades essenciais destas, bem como as empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de
serviços públicos e exclusivos do Estado”.
Por outro lado, as empresas estatais – empresas públicas e sociedades de economia mista – que exploram
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Por outro lado, as empresas estatais – empresas públicas e sociedades de economia mista – que exploram
atividade econômica são excluídas, segundo o § 3º do art. 150 da Constituição Federal (BRASIL, 1988).
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é uma das instituições que goza de imunidade tributária recíproca, em
razão dos serviços que presta à sociedade, cuja justificativa pode ser observada em decisão do STF.
Quadro 8 - Jurisprudência do STF: imunidade recíproca sobre a OAB
Fonte: Elaborado pelo autor baseado em BRASIL, 2010a.
#PraCegoVer: o quadro retrata uma decisão do STF, com sua descrição: (Rel. Min. JoaquimRE 259.976 AgR
Barbosa, j. 23-03-2010, 2. T, DJE 30-04-2010) – “A imunidade tributária gozada pela OAB é da espécie recíproca 
(art. 150, VI, a, da Constituição), na medida em que a OAB desempenha atividade própria de Estado (defesa da
Constituição, da ordem jurídica do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos, da justiça social, bem
como seleção e controle disciplinar dos advogados)”.
2.4.2 Imunidade tributária religiosa (CF, art. 150, VI, b)
Esse tipo de imunidade tributária refere-se a impostos sobre templos de qualquer culto (prédio) e a entidade
religiosa proprietária do templo, pois se somente fosse relativa ao prédio haveria imunidade apenas do IPTU ou
ITR. Envolve os impostos relativos a patrimônio, renda e serviços prestados, como a celebração de casamentos.
Figura 3 - Imunidade tributária religiosa
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: a imagem retrata a fachada de uma igreja barroca de Ouro Preto, com enfoque de baixo para cima
para evidenciar os detalhes e o céu azul, e representa a imunidade tributária garantida aos templos religiosos
pela Constituição Federal.
Tanto o imóvel alugado que pertence a uma entidade religiosa como o imóvel onde está situado o
http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=610324
http://redir.stf.jus.br/paginador/paginador.jsp?docTP=AC&docID=610324
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Tanto o imóvel alugado que pertence a uma entidade religiosa como o imóvel onde está situado o
estacionamento de seus fiéis que do mesmo modo pertence a entidade religiosa são imunes.
Os serviços religiosos (missas, batizados, orações, rituais etc.) são imunes à incidência de ISS, assim como não
incide o IPVA sobre o veículo de propriedade da instituição religiosa utilizado para fins religiosos. Entretanto, o
carro de propriedade do responsável da instituição não terá imunidade, bem como, ao produtor ou comerciante
que vende produtos à entidade religiosa terá que arcar com IPI e ICMS, como determinado pela 591 do STF: “A
imunidade ou a isenção tributária do comprador não se estende ao produtor, contribuinte do imposto sobre
produtos industrializados” (BRASIL, 2017d).
Quadro 9 - Jurisprudência do STF: imunidade religiosa
Fonte: Elaborado pelo autor baseado em BRASIL, 2017c, 2014.
#PraCegoVer: o quadro retrata uma decisão e uma súmula vinculante do STF, com suas respectivas descrições: 
(Rel. Min. Luiz Fux, j. 27-09-2017) – “Recurso extraordinário com agravo. Tributário.RE Agr. 1.077.799 
Mandado de segurança. ITBI. Imunidade. Igreja. Aquisição de bem imóvel não edificado. Presunção de destinação
às finalidades essenciais da instituição. Não utilização temporária do bem. Situação de neutralidade que não
atenta contra a finalidade da regra imunizante. Cabe ao fisco provar eventual desvio de finalidade. Agravo
interposto sob a égide do código de processo civil de 2015. Mandado de segurança. Inaplicabilidade do artigo 85,
§ 11, do CPC/2015. Agravo desprovido.”; – “Ainda quando alugado a terceiros,Súmula Vinculante 52 
CASO
A família de Antônio é membro de um templo religioso na cidade onde reside. Durante uma
reunião realizada entre os membros desse templo e o líder responsável pela liturgia do local,
decidiu-se adquirir um veículo para levar os membros paradiversas atividades religiosas fora
do espaço litúrgico. Assim, o líder perguntou aos membros como deveria agir para que não
tivesse o ônus tributário sobre o bem. Um dos frequentadores do local estudou, durante as
aulas de direito tributário, que havia um caminho para não sofrer o ônus e decidiu orientar seu
líder. Tomou a palavra e esclareceu que, caso a aquisição do bem móvel fosse para fins
particulares, o sacerdote deveria adquiri-lo em seu nome e, por isso, sofreria o referido ônus.
Entretanto, se o bem fosse para fins religiosos, ou seja, para atuar dentro dos limites da função
do templo religioso, poderia adquiri-lo em nome da organização religiosa e, por conseguinte,
estaria imune aos impostos sobre esse patrimônio, devido à imunidade religiosa delineada na
Constituição Federal.
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interposto sob a égide do código de processo civil de 2015. Mandado de segurança. Inaplicabilidade do artigo 85,
§ 11, do CPC/2015. Agravo desprovido.”; – “Ainda quando alugado a terceiros,Súmula Vinculante 52 
permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da
Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades
foram constituídas".
A seguir, trataremos de outro tipo de imunidade, garantida a entidades políticas, sindicais e educacionais.
2.4.3 Imunidade tributária de instituições políticas, sindicais e 
educacionais (CF, art. 150, VI, c)
A Constituição Federal, em seu art. 150, VI, c (BRASIL, 1988), resguarda patrimônio, renda e serviços de partidos 
políticos e suas fundações, entidades sindicais de trabalhadores, instituições de educação e assistência social sem
fins lucrativos.
Figura 4 - Imunidade tributária de sindicatos de trabalhadores
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: a imagem mostra uma montagem com várias mãos em punho erguidas com a bandeira do Brasil
ao fundo, simbolizando os sindicatos, que são dotados de imunidade.
Colamos alguns posicionamentos do STF no que diz respeito a essas instituições.
Quadro 10 - Jurisprudência do STF: imunidade de instituições de educação e de assistência social sem fins 
lucrativos
Fonte: Elaborado pelo autor baseado em BRASIL, 2017a, 2015e.
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Fonte: Elaborado pelo autor baseado em BRASIL, 2017a, 2015e.
#PraCegoVer: o quadro retrata uma decisão e uma súmula do STF, com suas respectivas descrições: RE 608.872
(Rel. Min. Dias Toffoli, j. 23-02-2017, DJE 27-09-2017) – “Entidade beneficente de assistência social. ICMS.
Aquisição de insumos e produtos no mercado interno na qualidade de contribuinte de fato. Beneplácito
reconhecido ao contribuinte de direito. Repercussão econômica. Irrelevância. […] ‘A imunidade tributária
subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de contribuinte de direito, mas não na de simples contribuinte
de fato, sendo irrelevante para a verificação da existência do beneplácito constitucional a repercussão econômica
do tributo envolvido’.”; – “O imóvel pertence às instituições de educação e de assistência social semSúmula 724
fins lucrativos, ainda quando alugado a terceiros, desde que a renda dos aluguéis seja aplicada nas atividades
essenciais de tais entidades”.
Busca-se, com esse instituto, garantir a liberdade ideológica e a pluralidade dos partidos políticos, a liberdade
sindical e das entidades educacionais ou assistenciais sem fins lucrativos, nos limites previstos em lei.
Figura 5 - Imunidade tributária de instituições educacionais
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: a imagem retrata uma sala de aula, com carteiras e uma lousa desfocada ao fundo, para
representar as instituições de educação sem fins lucrativos, que possuem imunidade tributária.
Veremos que existe um outro tipo de imunidade tributária muito cara para a produção e circulação de materiais
educacionais e culturais.
2.4.4 Imunidade cultural (CF, art. 150, VI, d e e)
A Constituição Federal se preocupou com os recursos educacionais e culturais nas alíneas d e e do art. 150, inciso
VI (BRASIL, 1988), tratando de livros, jornais, periódicos e o papel destinado à impressão deles, além de
fonogramas e videofonogramas musicais. Estes devem ser produzidos no Brasil e conter obras musicais ou
literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os
suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham. Ressalva-se a etapa de replicação industrial de mídias
ópticas de leitura a laser.
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=13686215
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Figura 6 - Imunidade tributária cultural
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: a imagem retrata vários livros formando um mosaico, representando a imunidade cultural sobre
livros, jornais, periódicos e o papel com que são feitos.
Trata-se de uma imunidade objetiva no que tange aos impostos ICMS, IPI, II, IE. Incluem-se apostilas, filmes e
papéis fotográficos. Não são protegidas as contribuições sociais sobre as pessoas jurídicas que comercializam os
produtos imunes (STF, 1. T, RE 260.405 ED/ES (BRASIL, 2000b)) e os tributos relativos aos serviços de
composição gráfica que integram o processo de edição de livros (STF, RE 230.782/SP (BRASIL, 2000c)).
2.4.5 Imunidade quanto ao IPI e ICMS das mercadorias e serviços 
destinados à exportação (CF, art. 153, § 3º, III e art. 155, § 2º, X, a)
Trata-se de uma imunidade objetiva, que abrange IPI e ICMS, referente a todas as mercadorias e todos os
serviços destinados a exportação (BRASIL, 1988).
2.4.6 Resumo sobre as imunidades tributárias
Trazemos, ao fim, um breve resumo sobre as imunidades tributárias, para facilitar o entendimento.
Imunidade
tributária
recíproca
CF, 150, VI, a: entre entes federados, incluídas autarquias e fundações (incluída a OAB).
Imunidade
tributária
religiosa
CF, art. 150, VI, b: templos de qualquer culto e entidades religiosas, envolve patrimônio,
renda e serviços.
Imunidade
tributária de
instituições
políticas, CF, art. 150, VI, c: partidos políticos e suas fundações, entidades sindicais de trabalhadores,
- -18
políticas,
sindicais e
educacionais
CF, art. 150, VI, c: partidos políticos e suas fundações, entidades sindicais de trabalhadores,
instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos; abrange patrimônio,
renda e serviços.
Imunidade
tributária
cultural
CF, art. 150, VI, d e e : livros, jornais, periódicos e o papel destinado à impressão deles;
fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou
literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas
brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo
na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
Imunidade
tributária de
exportações
CF, art. 153, § 3º, III e art. 155, § 2º, X, a: não incidência de ICMS e IPI para mercadorias e
serviços destinados a exportação.
Agora, passaremos a tratar das hipóteses de incidência tributária.
2.5 Hipótese de incidência tributária e seus critérios
A hipótese de incidência é um ato típico previsto em lei, que, praticado pelo contribuinte indicado nela, produz o
fato tributário concreto, imponível ou jurígeno, ou seja, tributável, gerador do direito de cobrar certo tributo.
Quadro 11 - Exceções à tributação
Fonte: Elaborado pelo autor com base em ALEXANDRE, 2017, p. 211.
#PraCegoVer: o quadro retrata as hipóteses de exceções à tributação: (i) não incidência – imunidade: norma
constitucional imputa a competência, impedindo a incidência; pura e simples: ente tributante não possui
competência para tributar certo fato, ou possui e não a exerce; (ii) isenção – dispensa legal do pagamento do
tributo; (iii) alíquota zero – o fato gerador ocorre, mas o tributo não é pago porque a alíquota é zero.
Ao responder as indagações sobre o fato tributável, formulam-se os critérios sobre a hipótese de incidência,
quais sejam: pessoal (quem), material (o quê), espacial (onde), temporal (quando) e quantitativo (quanto).2.6 Normas gerais do direito tributário
Nesse momento, iremos estudar a legislação tributária, abordando sua vigência, aplicação, interpretação e
integração. Ressaltamos que a doutrina inclui a obrigação tributária e o crédito tributário como normas gerais,
porém, iremos estudá-los em capítulo próprio.
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2.6.1 Legislação tributária: vigência e aplicação
Segundo o art. 96 do CTN, a legislação tributária é composta de leis, tratados, convenções, decretos e normas
complementares. Esse conjunto será aplicado aos fatos geradores futuros e pendentes, conforme o art. 105 do
mesmo código, já que não atua nos atos consumados antes de sua vigência, salvo nas hipóteses do art. 106
(BRASIL, 1966).
Figura 7 - Os contribuintes e a legislação tributária
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: a imagem exibe um recorte de parte do tronco de um homem e suas mãos, nas quais há algumas
cédulas de dólares, que ele parece contar. Essa fotografia representa os contribuintes e sua relação com a
legislação tributária.
Em regra, é vedada a aplicabilidade de norma tributária com efeito retroativo; entretanto, a lei poderá retroagir
quando se tratar de lei interpretativa (ou declaratória), que visa apenas declarar o sentido da norma
preexistente. No caso de norma punitiva, poderá retroagir apenas quando beneficiar o agente, deixando de ser
tratada como atitude que enseje uma punição.
O art. 97 do CTN identifica os casos em que a lei será aplicada, enquanto o art. 99 do mesmo diploma legal
salienta que o conteúdo e alcance dos decretos estão restritos aos das leis para os quais foram expedidos
(BRASIL, 1966).
As normas complementares, estabelecidas no art. 100 do CTN, são atos editados pela administração com
objetivo de complementar tratados, leis e decretos. Sua função é dar uniformidade de interpretação e tratamento
isonômico entre os contribuintes.
2.6.2 Vigência e aplicação da legislação tributária
A Constituição Federal, no art. 150, inciso III, alíneas b e c (BRASIL, 1988), define diretrizes e requisitos para
aprovação de uma lei (aspecto formal). Todavia, essa produção não pode agredi-la (aspecto material). A lei é
considerada: 1) válida, quando respeitar os aspectos formais e materiais; 2) vigente, quando terminou seu ciclo
de formação, até sua publicação, desde que não tenha sido porventura revogada (de forma expressa ou
implícita); e 3) eficaz, ao gerar efeitos jurídicos delineados pelo legislador, desde que não tenha sido declarada
inconstitucional (pelo STF) ou suspensa (pelo Senado Federal).
Validade
Respeita os aspectos formais e materiais.
Vigência
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Está finalizado o ciclo de formação, até sua publicação, desde que não tenha sido porventura revogada (de forma
expressa ou implícita).
Eficácia
Capaz de gerar efeitos jurídicos delineados pelo legislador, desde que não tenha sido declarada inconstitucional
(pelo STF) ou suspensa (pelo Senado Federal).
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LNDB) é aplicável ao direito tributário de forma
subsidiária, desde que não haja lei específica sobre o assunto. Quanto à abrangência da legislação tributária, o
CTN, em seu art. 102, define que será dentro do território de cada ente federado, excetuando quando há
convênios entre entes federados e normas gerais expedidas pela União, por meio de Lei Complementar Nacional.
O art. 103 do CTN traz consigo a vigência dos atos em seara tributária (BRASIL, 1966).
Como já dissemos, a lei tributária penal mais benéfica retroage, contudo não alcança os atos definitivamente
julgados, conforme previsto no inciso II do art. 106 do CTN. Todavia, não haverá retroatividade de lei tributária,
seja ela melhor ou pior, já que o inciso se trata apenas de infrações e suas respectivas punições.
2.6.3 Interpretação e integração da legislação tributária
A interpretação e a integração estão previstas no CTN, como forma de analisar o entendimento da lei e
possibilitar sua integração jurídica, respectivamente (BRASIL, 1966). A interpretação de uma lei é buscar o seu
verdadeiro entendimento, devendo ser levados em conta os aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos
quando da sua realização. Essa interpretação poderá variar dependendo de sua evidência e do tempo, podendo
ser dividida em formal (autêntica, administrativa, judicial e ) e informal.erga omnes
Busca-se, portanto, interpretar a legislação tributária com base nos seguintes aspectos: gramatical (o que a lei
prevê); histórico (análise do processo legislativo desenvolvido durante sua elaboração); sistemático (busca
harmonia e unicidade); e teológico (avalia sua inserção no ordenamento jurídico).
Interpretação da lei.
Buscar seu verdadeiro entendimento.
Aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos.
Interpretação formal (autêntica, administrativa, judicial e erga omnes) e informal.
Aspectos: gramatical (o que a lei prevê); histórico (análise do processo legislativo desenvolvido durante sua
elaboração); sistemático (busca harmonia e unicidade); e teológico (avalia sua inserção no ordenamento jurídico).
O CTN, nos arts. 109 a 112, dispõe sobre interpretação literal da legislação tributária, bem como sua
independência em relação a normas e conceitos de direito privado, sem a de ampliação de seu sentido (BRASIL,
1966).
Outro exemplo lista doenças cujos portadores têm seus proventos isentos de IR; nesse caso, há uma
interpretação extensiva. Por outro lado, a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) (REesp 1.013.060/RJ
(BRASIL, 2009b)) seguiu a interpretação analógica de não incluir a surdez na regra interpretativa. A integração é
constituída de uma atividade de complementação jurídica positiva, mediante, por exemplo, a aplicação da
analogia.
O CTN determina que a lacuna de um dispositivo legal deverá ser operacionalizada por meio do seu art. 108.
Como exemplo, há a equidade que poderá resultar na dispensa do pagamento pela anistia (perdão), com base no
art. 156, IV, do CTN (BRASIL, 1966). Entretanto, seu emprego não poderá possibilitar a exigência do tributo não
previsto na legislação tributária.
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2.7 Formas de solução de conflitos decorrentes da 
aplicação da legislação tributária
Há vários tipos de conflitos, entre os quais objetivo (bens ou encargos necessários), comportamental (conduta
dos sujeitos) e anímico ou motivacional (função de valores de justiça).
Esses conflitos, quando instaurados entre a administração tributária e os contribuintes, poderão ser em relação
a: atos denegatórios de solicitação à restituição ou compensação de tributo; não reconhecimento de benefícios;
pedidos de parcelamentos não aceitos; respostas insuficientes expedidas ao final do procedimento de consulta;
problemas com atos administrativos de lançamento e autos de infração; entre outros. Entre os meios
consensuais de solução das demandas tributárias, estão: a transação, a mediação e conciliação, e a arbitragem.
Na sequência, vamos tratar de cada um deles.
A transação em matéria tributária é um ato administrativo para o qual deverá ser observado o art. 171 do CTN
(BRASIL, 1966). Assim, não há necessidade de propositura de ação para esse fim, já que basta a impugnação do
auto de infração pelo contribuinte.
Esse instituto prevê concessões mútuas entre o Fisco e o contribuinte, das quais um exemplo seria a renúncia de
possíveis direitos relativos ao tributo. A transação não poderá envolver a repetição de indébito tributário,
excetuando quando há autorização legal, quando se tratar de matéria referente à inconstitucionalidade e aos
valores do tributo devido, salvo quando a lei autorizar ou em decorrência das reduções existentes da extinção do
litígio.
A mediação e a conciliação buscam harmonizar o Estado e o contribuinte, almejando resolver uma demanda
existente. Seus elementos são: o litígio, a vontade das partes em resolver a controvérsia e a concessão mútua.
Por meio desses institutos, há composição de demandas na esfera tributária, haja vista que já estão
institucionalizadas no novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015 (BRASIL, 2015a)),sendo a mediação
regulamentada na Lei nº 13.140/2015 (BRASIL, 2015b), e a conciliação prevista na Lei nº 9.099/1995 (BRASIL,
1995a) e na Lei nº 12.153/2009 (BRASIL, 2009a).
Sobre a conciliação, é correto afirmar que se trata virtualmente de um processo consensual simples, em que se
procura efetiva harmonização social. Utilizada em conflitos menos complicados, no qual o terceiro facilitador
arrisca-se em adotar um posicionamento mais ativo, entretanto neutro e imparcial com relação ao conflito (CNJ,
2016).
A arbitragem é mais um dos meios de solução amigável de conflito, onde não há envolvimento da esfera judicial.
Isso porque haverá um compromisso extrajudicial entre as partes, as quais seguirão as regras e orientações do
juízo arbitral, conforme Lei nº 9.307/1996 – Lei de arbitragem (BRASIL, 1996), observados os direitos
patrimoniais disponíveis.
Figura 8 - Arbitragem
Fonte: Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: a imagem mostra uma faixa mais escura em que está escrito “arbitragem”, e no fundo alguns
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#PraCegoVer: a imagem mostra uma faixa mais escura em que está escrito “arbitragem”, e no fundo alguns
cenários relativos a essa atividade, como planilhas, gráficos, um alvo, prédios comerciais. A arbitragem é uma das
formas de solução de conflitos, que pode ser utilizada para conflitos de ordem tributária.
Há uma resistência por parte de alguns operadores do direito em utilizar a arbitragem como um dos meios de
solução amigável entre os conflitos que envolvem a administração fazendária e os contribuintes. Todavia, é um
meio de grande efetividade, desde que respeitados os aspectos legais e constitucionais acerca da temática. Assim,
não há sobre sua utilização, sobretudo com a entrada em vigor do novo Código de Processo Civil.
Assim, a extensão da arbitragem para causas tributárias vetor de ampliação da segurança jurídica e realização da
justiça fiscal, haja vista que a resolução potencialmente mais eficaz do litígio, sem prejuízo da observância de
todas as garantias constitucionalmente previstas: isonomia, legalidade e publicidade.
Conclusão
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• entender a relação entre a limitação ao poder de tributar e os direitos fundamentais do contribuinte, 
bem como a função dos tributos na atualidade;
• distinguir os elementos da limitação ao poder de tributar (competência, princípios e imunidades) como 
vetores que proíbem o Estado de instituir tributos sem a respectiva necessidade e autorização 
constitucional;
• avaliar as normas gerais tributárias e hipóteses de incidência, identificando a aplicabilidade da 
legislação tributária e sua função em sociedade;
• analisar as formas de solução amigável de conflitos da aplicação da legislação tributária (transação, 
mediação e conciliação e arbitragem).
Bibliografia
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AMARO, L. . 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.Direito tributário brasileiro
ARBITRAGEM Tributária – Entrevista Roberto Pasqualin. [ .: .], 2017. 1 vídeo (33 min). Publicado pelo canalS. l s. n
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2020.
BRASIL. [Constituição (1988)]. . Brasília, DF:Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
VOCÊ QUER VER?
Para conhecer mais sobre a experiência da arbitragem aplicada ao Direito Tributário, assista à
entrevista com Roberto Pasqualin, denominada (2017), disponível noArbitragem Tributária
seguinte link: .https://www.youtube.com/watch?v=fRZ-FWs7xDg
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https://www.youtube.com/watch?v=fRZ-FWs7xDg
https://www.youtube.com/watch?v=fRZ-FWs7xDg
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República, [2019]. Disponível em: .http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
Acesso em: 15 maio 2020.
BRASIL. . Dispõe sobre a mediação entre particulares como meio deLei nº 13.140, de 26 de junho de 2015b
solução de controvérsias e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública; altera a Lei
nº 9.469, de 10 de julho de 1997, e o Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972; e revoga o § 2º do art. 6º da Lei
nº 9.469, de 10 de julho de 1997. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www.
. Acesso em: 15 maio 2020.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13140.htm
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. . TRIBUTÁRIO. ISENÇÃO DO IMPOSTO DERecurso Especial 1.013.060/RJ
RENDA SOBRE APOSENTADORIA. PORTADOR DE MOLÉSTIA. I - Comprovação de moléstia por laudo pericial. II -
O Apelante é portador de moléstia que importa na exclusão dos proventos de aposentadoria da tributação pelo
Imposto de Renda na forma do art. 6º, XIV, da Lei 7.713/88. III - Apelação provida. Relator: Min. Mauro Campbell
Marques, 16 de setembro de 2009b. Disponível em: https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento
. Acesso/mediado/?componente=MON&sequencial=6314222&num_registro=200702951340&data=20090930
em: 3 jul. 2020.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (1. Turma). Agravo Regimental no Recurso Extraordinário 983.821 AgR
. DIREITO CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO/SC
CPC/2015. PROGRAMA REINTEGRA. PIS E COFINS. APROVEITAMENTO DE CRÉDITOS. REVOGAÇÃO DE
BENEFÍCIO FISCAL. REDUÇÃO DA ALÍQUOTA. MAJORAÇÃO INDIRETA DE TRIBUTO. OBSERVÂNCIA DO
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. CONSONÂNCIA DA DECISÃO AGRAVADA COM A
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO MANEJADO SOB A VIGÊNCIA DO CPC/2015. 1. O
entendimento assinalado na decisão agravada não diverge da jurisprudência firmada no Supremo Tribunal
Federal. Ao julgamento da ADI 2.325-MC, Rel. Min. Marco Aurélio, Plenário, esta Suprema Corte decidiu que a
revogação de benefício fiscal, quando acarrete majoração indireta de tributos, deve observar o princípio da
anterioridade nonagesimal. 2. As razões do agravo interno não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que
lastrearam a decisão agravada. 3. Em se tratando de mandado de segurança, inaplicável o artigo 85, §§ 2º, 3º e
11, do CPC/2015. 4. Agravo interno conhecido e não provido. Relatora: Min. Rosa Weber, 3 de abril de 2018.
Disponível em: . Acesso em: 3 jul. 2020.https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur383491/falseBRASIL. Supremo Tribunal Federal (1. Turma). Embargos de Declaração no Recurso Extraordinário 260.405
. TRIBUTÁRIO. FINSOCIAL. EMPRESA DISTRIBUIDORA DE LIVROS E PERIÓDIDOS. DECRETO-LEI N 1.940ED/ES
/82. ACÓRDÃO QUE CONCLUIU PELA SUA SUJEIÇÃO AO TRIBUTO. OMISSÃO QUANTO AO FATO DE HAVEREM
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%205.172-1966?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12153.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13140.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13140.htm
https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=MON&sequencial=6314222&num_registro=200702951340&data=20090930
https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=MON&sequencial=6314222&num_registro=200702951340&data=20090930
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur383491/false
- -24
/82. ACÓRDÃO QUE CONCLUIU PELA SUA SUJEIÇÃO AO TRIBUTO. OMISSÃO QUANTO AO FATO DE HAVEREM
OS ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA SIDO EXTINTOS PELA COMPENSAÇÃO. Em tal circunstância não havia lugar para a
declaração de inversão dos ditos ônus, consignada no acórdão embargado, cuja retificação se impõe para que
dele seja eliminada a expressão impugnada. Embargos acolhidos. Relator: Min. Ilmar Galvão, 27 de junho de
2000b. Disponível em: . Acesso em: 3 jul. 2020.https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur103681/false
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (1. Turma). . TRIBUTÁRIO. ISS.Recurso Extraordinário 230.782/SP
IMUNIDADE. SERVIÇOS DE COMPOSIÇÃO GRÁFICA. ART. 150, VI, d, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Não há de ser
estendida a imunidade de impostos prevista no dispositivo constitucional sob referência, concedida ao papel
destinado exclusivamente à impressão de livros, jornais e periódicos, aos serviços de composição gráfica
necessários à confecção do produto final. Recurso conhecido e provido. Relator: Min. Ilmar Galvão, 13 de junho
de 2000c. Disponível em: . Acesso em: 3 jul.https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur102825/false
2020.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (2. Turma). Agravo Regimental no Recurso Extraordinário 259.976 AgR
. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE RECÍPROCA./RS
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. SECCIONAL. APLICAÇÕES FINANCEIRAS. INVESTIMENTOS. IMPOSTO
SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS - IOF. ABRANGÊNCIA. DEVER DE FISCALIZAÇÃO. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO.
PLENA VINCULAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 1. A imunidade tributária gozada pela
Ordem dos Advogados do Brasil é da espécie recíproca (art. 150, VI, a da Constituição), na medida em que a OAB
desempenha atividade própria de Estado (defesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado democrático de
direito, dos direitos humanos, da justiça social, bem como a seleção e controle disciplinar dos advogados). 2. A
imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da entidade protegida. O
reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a
correção do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem
o poder-dever de constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. Natureza
plenamente vinculada do lançamento tributário, que não admite excesso de carga. Agravo regimental ao qual se
nega provimento. Relator: Min. Joaquim Barbosa, 23 de março de 2010a. Disponível em: https://jurisprudencia.
. Acesso em: 3 jul. 2020.stf.jus.br/pages/search/sjur176347/false
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (2. Turma). . CONSTITUCIONAL.Recurso Extraordinário 407.099/RS
TRIBUTÁRIO. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS: IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA: C.F.,
art. 150, VI, a. EMPRESA PÚBLICA QUE EXERCE ATIVIDADE ECONÔMICA E EMPRESA PÚBLICA PRESTADORA
DE SERVIÇO PÚBLICO: DISTINÇÃO. I. - As empresas públicas prestadoras de serviço público distinguem-se das
que exercem atividade econômica. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é prestadora de serviço público
de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, motivo por que está abrangida pela imunidade tributária
recíproca: C.F., art. 150, VI, a. II. - R.E. conhecido em parte e, nessa parte, provido. Relator: Min. Carlos Velloso, 22
de junho de 2004. Disponível em: . Acesso em: 3https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur97113/false
jul. 2020.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (Pleno). . Recurso extraordinário.Recurso Extraordinário 838.284/SC
Repercussão geral. Tributário. Princípio da legalidade. Taxa cobrada em razão do exercício do poder de polícia.
Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Lei nº 6.994/82. Aspecto quantitativo. Delegação a ato normativo
infralegal da atribuição de fixar o valor do tributo em proporção razoável com os custos da atuação estatal. Teto
prescrito em lei. Diálogo com o regulamento em termos de subordinação, de desenvolvimento e de
complementariedade. Constitucionalidade. 1. Na jurisprudência atual da Corte, o princípio da reserva de lei não é
absoluto. Caminha-se para uma legalidade suficiente, sendo que sua maior ou menor abertura depende da
natureza e da estrutura do tributo a que se aplica. No tocante às taxas cobradas em razão do exercício do poder
de polícia, por força da ausência de exauriente e minuciosa definição legal dos serviços compreendidos, admite-
se o especial diálogo da lei com os regulamentos na fixação do aspecto quantitativo da regra matriz de
incidência. A lei autorizadora, em todo caso, deve ser legitimamente justificada e o diálogo com o regulamento
deve-se dar em termos de subordinação, desenvolvimento e complementariedade. 2. No RE nº 343.446/SC,
alguns critérios foram firmados para aferir a constitucionalidade da norma regulamentar. “a) a delegação pode
ser retirada daquele que a recebeu, a qualquer momento, por decisão do Congresso; b) o Congresso fixa
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur103681/false
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur102825/false
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur176347/false
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur176347/false
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur97113/false
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ser retirada daquele que a recebeu, a qualquer momento, por decisão do Congresso; b) o Congresso fixa
standards ou padrões que limitam a ação do delegado; c) razoabilidade da delegação”. 3. A razão autorizadora da
delegação dessa atribuição anexa à competência tributária está justamente na maior capacidade de a
Administração Pública, por estar estreitamente ligada à atividade estatal direcionada a contribuinte, conhecer da
realidade e dela extrair elementos para complementar o aspecto quantitativo da taxa, visando encontrar, com
maior grau de proximidade (quando comparado com o legislador), a razoável equivalência do valor da exação
com os custos que ela pretende ressarcir. 4. A taxa devida pela anotação de responsabilidade técnica, na forma
do art. 2º, parágrafo único, da Lei nº 6.994/82, insere-se nesse contexto. Os elementos essenciais da exação
podem ser encontrados nas leis de regência (Lei nº 6.496/77 e Lei nº 6.994/82). Foi no tocante ao aspecto
quantitativo que se prescreveu o teto sob o qual o regulamento do CONFEA poderá transitar para se fixar o valor
da taxa, visando otimizar a justiça comutativa. 5. As diversas resoluções editadas pelo CONFEA, sob a vigência da
Lei nº 6.994/82, parecem estar condizentes com a otimização da justiça comutativa. Em geral,esses atos
normativos, utilizando-se da tributação fixa, assentam um valor fixo de taxa relativa à ART para cada classe do
valor de contrato – valor empregado como um critério de incidência da exação, como elemento sintomático do
maior ou do menor exercício do poder de polícia, e não como base de cálculo. 6. Não cabe ao CONFEA realizar a
atualização monetária do teto de 5 MVR em questão em patamares superiores aos permitidos em lei, ainda que
se constate que os custos a serem financiados pela taxa relativa à ART ultrapassam tal limite, sob pena de ofensa
ao art. 150, I, da CF/88. 7. Em suma, o art. 2º, parágrafo único, da Lei nº 6.994/82 estabeleceu diálogo com o
regulamento em termos de subordinação (ao prescrever o teto legal da taxa referente à ART), de
desenvolvimento (da justiça comutativa) e de complementariedade (ao deixar um valoroso espaço para o
regulamento complementar o aspecto quantitativo da regra matriz da taxa cobrada em razão do exercício do
poder de polícia). O Poder Legislativo não está abdicando de sua competência de legislar sobre a matéria
tributária. A qualquer momento, pode o Parlamento deliberar de maneira diversa, firmando novos critérios
políticos ou outros paradigmas a serem observados pelo regulamento. 8. Negado provimento ao recurso
extraordinário. Relator: Min. Dias Toffoli, 19 de outubro de 2016a. Disponível em: https://jurisprudencia.stf.jus.
. Acesso em: 3 jul. 2020.br/pages/search/sjur374062/false
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (Pleno). . Recurso extraordinário.Recurso Extraordinário 704.292/PR
Repercussão geral. Tributário. Princípio da legalidade. Contribuições. Jurisprudência da Corte. Legalidade
suficiente. Lei nº 11.000/04. Delegação aos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas do poder de
fixar e majorar, sem parâmetro legal, o valor das anuidades. Inconstitucionalidade. 1. Na jurisprudência da Corte,
a ideia de legalidade, no tocante às contribuições instituídas no interesse de categorias profissionais ou
econômicas, é de fim ou de resultado, notadamente em razão de a Constituição não ter traçado as linhas de seus
pressupostos de fato ou o fato gerador. Como nessas contribuições existe um quê de atividade estatal prestada
em benefício direto ao contribuinte ou a grupo, seria imprescindível uma faixa de indeterminação e de
complementação administrativa de seus elementos configuradores, dificilmente apreendidos pela legalidade
fechada. Precedentes. 2. Respeita o princípio da legalidade a lei que disciplina os elementos essenciais
determinantes para o reconhecimento da contribuição de interesse de categoria econômica como tal e deixa um
espaço de complementação para o regulamento. A lei autorizadora, em todo caso, deve ser legitimamente
justificada e o diálogo com o regulamento deve-se dar em termos de subordinação, desenvolvimento e
complementariedade 3. A Lei nº 11.000/04 que autoriza os Conselhos de fiscalização de profissões
regulamentadas a fixar as anuidades devidas por pessoas físicas ou jurídicas não estabeleceu expectativas,
criando uma situação de instabilidade institucional ao deixar ao puro arbítrio do administrador o
estabelecimento do valor da exação – afinal, não há previsão legal de qualquer limite máximo para a fixação do
valor da anuidade. 4. O grau de indeterminação com que os dispositivos da Lei nº 11.000/2000 operaram
provocou a degradação da reserva legal (art. 150, I, da CF/88). Isso porque a remessa ao ato infralegal não pode
resultar em desapoderamento do legislador para tratar de elementos tributários essenciais. Para o respeito do
princípio da legalidade, seria essencial que a lei (em sentido estrito) prescrevesse o limite máximo do valor da
exação, ou os critérios para encontrá-lo, o que não ocorreu. 5. Não cabe aos conselhos de fiscalização de
profissões regulamentadas realizar atualização monetária em patamares superiores aos permitidos em lei, sob
pena de ofensa ao art. 150, I, da CF/88. 6. Declaração de inconstitucionalidade material sem redução de texto,
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur374062/false
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur374062/false
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pena de ofensa ao art. 150, I, da CF/88. 6. Declaração de inconstitucionalidade material sem redução de texto,
por ofensa ao art. 150, I, da Constituição Federal, do art. 2º da Lei nº 11.000, de 15 de dezembro de 2004, de
forma a excluir de sua incidência a autorização dada aos conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas
para fixar as contribuições anuais devidas por pessoas físicas ou jurídicas, e, por arrastamento, da integralidade
do seu § 1º. 7. Na esteira do que assentado no RE nº 838.284/SC e nas ADI nºs 4.697/DF e 4.762/DF, as
inconstitucionalidades presentes na Lei nº 11.000/04 não se estendem às Leis nºs 6.994/82 e 12.514/11. Essas
duas leis são constitucionais no tocante às anuidades devidas aos conselhos de fiscalização de profissões
regulamentadas, haja vista que elas, além de prescreverem o teto da exação, realizam o diálogo com o ato
normativo infralegal em termos de subordinação, de desenvolvimento e de complementariedade. 8. A modulação
dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade é medida extrema, a qual somente se justifica se estiver
indicado e comprovado gravíssimo risco irreversível à ordem social. As razões recursais não contêm indicação
concreta, nem específica, desse risco, motivo pelo qual é o caso de se indeferir o pleito. 9. Negado provimento ao
recurso extraordinário. Relator: Min. Dias Toffoli, 19 de outubro de 2016b. Disponível em: 
. Acesso em: 3 jul. 2020.https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur371057/false
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (Pleno). . EMENTA RECURSORecurso Extraordinário 603.917 RG/SC
EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. TRIBUTÁRIO. ICMS. LEI COMPLEMENTAR 122/2006.
POSTERGAÇÃO DO TERMO INICIAL DA APLICABILIDADE DE NOVAS HIPÓTESES DE CREDITAMENTO.
SITUAÇÃO QUE NÃO SE EQUIPARA À MAJORAÇÃO DO IMPOSTO. INAPLICABILIDADE DA ANTERIORIDADE
NONAGESIMAL PREVISTA NO ART. 150, III, “C”, DA CONSTITUIÇÃO. PRECEDENTES DO STF. 1. A Lei
Complementar 122, publicada em 13.12.2006 postergou de 1º.1.2007 para 1º.1.2011 o início do direito do
contribuinte do ICMS de se creditar do imposto incidente sobre aquisição de mercadorias destinadas ao uso e
consumo do estabelecimento e, de forma mais ampla, energia elétrica e serviços de comunicação. 2. A
postergação de hipótese de redução de imposto não se equipara a aumento do tributo, pelo que não atrai a
incidência da anterioridade nonagesimal prevista no art. 150, III, “c”, da Carta Política. Precedentes do STF: RE
584.100 Repercussão Geral, Rel. Ministra Ellen Gracie, Tribunal Pleno, julgado em 25.11.2009; ADI 2.673, Rel.
Ministra Ellen Gracie, Tribunal Pleno, julgado em 03.10.2002; AI 783.509 AgR, Rel. Ministro Ricardo
Lewandowski, Primeira Turma, julgado em 19.10.2010; AI 780.210 AgR, Rel. Ministra Cármen Lúcia, Primeira
Turma, julgado em 14.6.2011, DJe de 29.7.2011. 3. Recurso extraordinário não provido. 4. Tese de repercussão
geral fixada: “A postergação do direito do contribuinte do ICMS de usufruir de novas hipóteses de creditamento,
por não representar aumento do tributo, não se sujeita à anterioridade nonagesimal prevista no art. 150, III, ‘c’,
da Constituição”. Relatora: Min. Rosa Weber, 25 de outubro de 2019. Disponível em: https://jurisprudencia.stf.
. Acesso em: 3 jul. 2020.jus.br/pages/search/sjur414786/false
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (Pleno). . Recurso extraordinário.Recurso Extraordinário 608.872/MG
Repercussão geral. Imunidade do art. 150, inciso VI, alínea a, CF. Entidade beneficente de assistência social.
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Aquisição de insumos e produtos no mercado
interno na qualidade de contribuinte de fato. Beneplácito reconhecido ao contribuinte de direito. Repercussão
econômica. Irrelevância. 1. Há muito tem prevalecido no Supremo Tribunal Federal o entendimento de que a
imunidade tributária subjetiva se aplica a seus beneficiários na posição de contribuintesde direito, mas não na
de simples contribuintes de fato, sendo irrelevante para a verificação da existência do beneplácito constitucional
a discussão acerca da repercussão econômica do tributo envolvido. Precedentes. 2. Na primeira metade da
década de sessenta, alguns julgados já trataram do tema, ensejando a edição da Súmula nº 468/STF. Conforme o
enunciado, após a Emenda Constitucional 5, de 21/11/1961, o imposto federal do selo era devido pelo
contratante não beneficiário de desoneração constitucional (contribuinte de direito) em razão de contrato
firmado com a União, estado, município ou autarquia, ainda que a esses entes imunes fosse repassado o encargo
financeiro do tributo por força da repercussão econômica (contribuintes de fato). 3. A Súmula nº 591, aprovada
em 1976, preconiza que “a imunidade ou a isenção tributária do comprador não se estende ao produtor,
contribuinte do imposto sobre produtos industrializados”. 4. Cuidando do reconhecimento da imunidade em
favor de entidade de assistência social que vendia mercadorias de sua fabricação (contribuinte de direito),
admite o Tribunal a imunidade, desde que o lucro obtido seja aplicado nas atividades institucionais. 5. À luz da
jurisprudência consagrada na Corte, a imunidade tributária subjetiva (no caso do art. 150, VI, da Constituição
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur371057/false
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur414786/false
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur414786/false
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jurisprudência consagrada na Corte, a imunidade tributária subjetiva (no caso do art. 150, VI, da Constituição
Federal, em relação aos impostos) aplica-se ao ente beneficiário na condição de contribuinte de direito, sendo
irrelevante, para resolver essa questão, investigar se o tributo repercute economicamente. 6. O ente beneficiário
de imunidade tributária subjetiva ocupante da posição de simples contribuinte de fato – como ocorre no
presente caso –, embora possa arcar com os ônus financeiros dos impostos envolvidos nas compras de
mercadorias (a exemplo do IPI e do ICMS), caso tenham sido transladados pelo vendedor contribuinte de direito,
desembolsa importe que juridicamente não é tributo, mas sim preço, decorrente de uma relação contratual. A
existência ou não dessa translação econômica e sua intensidade dependem de diversos fatores externos à
natureza da exação, como o momento da pactuação do preço (se antes ou depois da criação ou da majoração do
tributo), a elasticidade da oferta e a elasticidade da demanda, dentre outros. 7. A propósito, tal orientação alinha-
se aos precedentes desta Corte no sentido de ser a imunidade tributária subjetiva constante do art. 150, VI, c, da
Constituição aplicável à hipótese de importação de mercadorias pelas entidades de assistência social para uso ou
consumo próprios. Essas entidades ostentam, nessa situação, a posição de contribuintes de direito, o que é
suficiente para o reconhecimento do beneplácito constitucional. O fato de também serem apontadas, costumeira
e concomitantemente, como contribuintes de fato é irrelevante para a análise da controvérsia. Precedentes. 8.
Em relação ao caso concreto, dou provimento ao recurso extraordinário para declarar não ser aplicável à
recorrida a imunidade tributária constante do art. 150, VI, c, da Constituição Federal. Sem condenação em
honorários, nos termos da Súmula nº 512/STF. Custas ex lege. 9. Em relação ao tema nº 342 da Gestão por
Temas da Repercussão Geral do portal do STF na internet, fixa-se a seguinte tese: “A imunidade tributária
subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de contribuinte de direito, mas não na de simples contribuinte
de fato, sendo irrelevante para a verificação da existência do beneplácito constitucional a repercussão econômica
do tributo envolvido.” Relator: Min. Dias Toffoli, 23 de fevereiro de 2017a. Disponível em: https://jurisprudencia.
. Acesso em: 3 jul. 2020.stf.jus.br/pages/search/sjur374243/false
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (Pleno). . TRIBUTÁRIO. ICMS.Recurso Extraordinário 172.394/SP
CORREÇÃO MONETÁRIA. CONVERSÃO DO DÉBITO EM UNIDADES FISCAIS (UFESP). ART. 109 DA LEI PAULISTA
N. 6.374/89 E DECRETOS Nº.S 30.356/89 E 30.524/89 QUE A REGULAMENTARAM. ACÓRDÃO QUE CONCLUIU
PELA SUA CONSTITUCIONALIDADE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PELAS LETRAS A E C. ALEGADA OFENSA AOS
PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, DA VEDAÇÃO DE PODERES LEGISLATIVOS E DA NÃO-CUMULATIVIDADE.
Alegação descabida. Prevista, no dispositivo legal sob enfoque, a atualização monetária dos débitos de ICMS, não
há como se falar, no caso, em ofensa ao princípio da legalidade. De outra parte, não se compreendendo no campo
reservado a lei, pelo Texto Fundamental, a definição do vencimento e do modo pelo qual se procederá a
atualização monetária das obrigações tributárias, também não se pode ter por configurada delegação de poderes
no cometimento de tais encargos, pelo legislador ordinário, ao Poder regulamentar. De considerar-se, por fim,
que o princípio da não-cumulatividade não é infringido pelo fato de vir a ser recolhido, por valor corrigido, o
imposto apurado, na época própria, pela diferença entre créditos e débitos efetuados pelos respectivos valores
singelos, já que da correção do tributo não resulta acréscimo, mas simples atualização monetária do quantum
devido. Inconstitucionalidades não configuradas. Recurso conhecido, mas improvido. Relator: Min. Marco
Aurélio, 21 de junho de 1995b. Disponível em: .https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur20039/false
Acesso em: 3 jul. 2020.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (Pleno). Repercussão Geral no Recurso Extraordinário com Agravo
. Recurso Extraordinário. Repercussão Geral. 2. Acordos e convenções coletivas de trabalho.1.018.459 RG/PR
Imposição de contribuições assistenciais compulsórias descontadas de empregados não filiados ao sindicato
respectivo. Impossibilidade. Natureza não tributária da contribuição. Violação ao princípio da legalidade
tributária. Precedentes. 3. Recurso extraordinário não provido. Reafirmação de jurisprudência da Corte. Relator:
Min. Gilmar Mendes, 23 de fevereiro de 2017b. Disponível em: https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search
. Acesso em: 2 jul. 2020./repercussao-geral8982/false
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. . RECURSORecurso Extraordinário com Agravo 1.077.799/SP
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. ITBI. IMUNIDADE. IGREJA.
AQUISIÇÃO DE BEM IMÓVEL NÃO EDIFICADO. PRESUNÇÃO DE DESTINAÇÃO ÀS FINALIDADES ESSENCIAIS DA
INSTITUIÇÃO. NÃO UTILIZAÇÃO TEMPORÁRIA DO BEM. SITUAÇÃO DE NEUTRALIDADE QUE NÃO ATENTA
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur374243/false
https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur374243/false
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INSTITUIÇÃO. NÃO UTILIZAÇÃO TEMPORÁRIA DO BEM. SITUAÇÃO DE NEUTRALIDADE QUE NÃO ATENTA
CONTRA A FINALIDADE DA REGRA IMUNIZANTE. CABE AO FISCO PROVAR EVENTUAL DESVIO DE
FINALIDADE. AGRAVO INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. MANDADO DE
SEGURANÇA. INAPLICABILIDADE DO ARTIGO 85, § 11, DO CPC/2015. AGRAVO DESPROVIDO. Relator: Min. Luiz
Fux, 27 de setembro de 2017c. Disponível em: https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/despacho789462
. Acesso em: 3 jul. 2020./false
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. . É constitucional a lei do Município que reduz o impostoSúmula nº 539
predial urbano sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário, que não possua outro. Brasília, DF:
Supremo Tribunal Federal, [1969]. Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia
/menuSumarioSumulas.asp?sumula=3338. Acesso em: 2 jul. 2020.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. . Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos doSúmula nº 584
ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração. Brasília, DF:
Supremo

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