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CADERNO DE DIREITO TRIBUTÁRIO MPF

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DIREITO TRIBUTÁRIO
LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR
INTRODUÇÃO
Interesse público. Verticalidade. Poder de tributar é o poder de obrigar os particulares a se solidarizarem com o interesse público. 
Esse poder é limitado pelo direito de propriedade, materializado numa série de garantias previstas boa parte no capítulo do Sistema Tributário Nacional (rol não exaustivo – caput do art. 150 prevê “Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte”). Existem garantias em outras normas constitucionais (art. 5, XXXIV), implícitas e decorrentes de tratados internacionais (art. 5º, §2º).
Boa parte dessas garantias é cláusula pétrea. O art. 60, § 4º, IV, proíbe emendas tendentes a abolir (ampliar pode) direito/garantia individual, como é o caso das limitações ao poder de tributar:
· ADI 939-7/DF (1993): julgou inconstitucional a criação pela EC 3/93 da CPMF sem a submeter ao princípio da anterioridade. Não fora mera ampliação das exceções. Se existe uma cláusula pétrea prevendo exceções, não pode ampliar exceções.
· Também foi declarada inconstitucional a exceção à regra da imunidade aos templos de qualquer culto; a imunidade de livros, jornais e periódicos e papel destinado a sua impressão e a imunidade de instituições de liberdade política e sindical e instituições assistenciais (direito individual)
Também ofende cláusula pétrea a emenda tendente a abolir o federalismo (art. 60, § 4º, I):
· ADI 939-7/DF: A EC 3, da CPFM, também a excluir da imunidade tributária recíproca
Princípios ou regras? Doutrina moderna: por não poderem ser ponderados, alguns princípios constitucionais tributários são verdadeiras regras (tudo ou nada). Ex.: isonomia é princípio; anterioridade é regra.
LEGALIDADE
LEGALIDADE GERAL: Ninguém é obrigado a nada senão em virtude de lei legalidade (art. 5º, I)
LEGALIDADE TRIBUTÁRIA: conteúdo adicional - Algumas matérias somente podem ser reguladas por lei RESERVA LEGAL (art. 150, I e outros)
· É mais próprio se falar em reserva legal tributária, mas se usa legalidade tributária.
· NÃO HÁ IMPEDIMENTOS a utilização de tipos abertos e CONCEITOS JURÍDICOS INDETERMINADOS, desde que não consubstancie delegação arbitrária ao Executivo.
	STF (2017) Respeita o princípio da legalidade a lei que disciplina os elementos essenciais determinantes para o reconhecimento da contribuição de interesse de categoria econômica como tal e deixa um espaço de complementação para o regulamento. A lei autorizadora, em todo caso, deve ser legitimamente justificada, e o diálogo com o regulamento deve-se dar em termos de subordinação, desenvolvimento e complementariedade. A Lei que autoriza os conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas a fixar as anuidades devidas por pessoas físicas ou jurídicas, não estabeleceu expectativas, criando uma situação de instabilidade institucional ao deixar ao puro arbítrio do administrador o estabelecimento do valor da exação – afinal, não há previsão legal de qualquer limite máximo para fixação do valor da anuidade. O GRAU DE INDETERMINAÇÃO PROVOCOU A DEGRADAÇÃO DA RESERVA LEGAL. Isso porque a remessa ao ato infralegal não pode resultar em desapoderamento do legislador para tratar de elementos tributários essenciais. 
· NÃO É VEDADA a utilização de norma tributária em branco que exija consideração de simples dados fáticos ou técnicos: 
	STF julgou constitucional que a contribuição ao SAT, de 1% a 3%, conforme o grau de risco de atividade preponderante, determinado por força de estatísticas do Ministério do Trabalho.
· Obs: desnecessário LC para instituição da contribuição para o SAT
· RESERVA LEGAL: definição em abstrato dos aspectos da norma tributária: antecedente e consequente. O montante exato será verificado em concreto, MAS:
· Ato infralegal pode definir a apuração da BC em concreto? Doutrina: sim. STF e SÚMULA 13 DO TASP: NÃO – Planta Fiscal de Valores para IPTU deve constar em lei.
	Art. 150. I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
· Regra geral: Lei ORDINÁRIA – art. 150, I (Pode MP), mas se exige LC para:
· IGF (art. 153, VII)
· Empréstimos Compulsórios (art. 148)
· Impostos residuais (154, I)
· Contribuições residuais (195, § 4º)
· Pode diminuir sem Lei? NÃO. Por mais que o art. 150, I, só fale em exigir ou aumentar, vigora o princípio do paralelismo das formas. Então se só a Lei institui, só a Lei pode revogar a Lei.
· Pode conceder benefício fiscal, impactar crédito tributário ou sua exigibilidade sem Lei? NÃO. O patrimônio público é indisponível. 
	§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.
· Pode impor multa sem lei? NÃO. Gera uma obrigação, portanto, art. 5º, I.
	LEGALIDADE E OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS? NÃO PRECISA.
CF só fala das obrigações principais na legalidade.
CTN fala que obrigações acessórias podem ser instituídas pela legislação tributária em sentido amplo, que inclui atos normativos infralegais (arts. 96, 100, 113 § 2º e 115).
É uma questão operacional.
O ROL DA RESERVA LEGAL está no art. 97 do CTN:
a) Instituir ou majorar tributos
b) Majorar ou reduzir tributos
c) Definição do fato gerador da obrigação tributária principal e seu sujeito passivo
d) Fixação de alíquota do tributo e sua base de cálculo (inclusive majoração, § 1º)
e) Cominação de penalidades
f) Exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários e dispensa ou redução de penalidades
EXCEÇÕES À LEGALIDADE: tudo que não está no art. 97 do CTN.
a) Atualização monetária da BC do tributo (art. 97, § 2º, CTN). Ex.: Decreto do Prefeito pode atualizar o valor venal do imóvel para fins de IPTU.
a. STF: a competência para legislar sobre direito financeiro é concorrente, então cada ente pode utilizar índices locais de atualização, mas o limite é o índice oficial:
	SÚMULA 160 STJ
É defeso ao Município atualizar IPTU mediante decreto em percentual superior ao índice oficial de correção monetária.
b) Fixação do prazo para o pagamento do tributo (STF). Não é elemento da hipótese de incidência. Se houver previsão em lei, vinculará o fisco.
a. STF: Não se compreendendo no campo reservado à lei a definição de vencimento das obrigações tributárias, legítimo Decreto que modificou a data de vencimento do ICMS.
	STF (2000): A instituição de emolumentos cartorários pelo TJ afronta o princípio da reserva legal. Somente a LEI pode criar, majorar ou reduzir os valores das TAXAS JUDICIÁRIAS.
	STF (2014): É incompatível com a CF88 o Decreto que autorizada que o Fisco exigisse do contribuinte o ressarcimento pelo custo dos selos do IPI, mediante ato do Ministro da Fazenda. O selo não pode ser cobrado do contribuinte, sob pena de violação ao princípio da legalidade tributária.
Reiterado em REPETITIVO em 2018.
	STJ (2018): As condições para concessão de PARCELAMENTO tributário devem estrita observância ao princípio da legalidade e não há autorização para que atos infralegais tratem de condições não previstas na lei de regência do benefício.
A LEI deve descrever o tributo, a categoria de contribuintes (inadimplentes), o prazo de duração, o número de prestações, com seus vencimentos, e as garantias que o contribuinte deva oferecer.
	STF (2017) É impossível a cobrança de contribuição assistencial (confederativa) dos empregados não filiados ao sindicato (...) por violação ao princípio da legalidade tributária, é manifesta a inconstitucionalidade da instituição de nova contribuição compulsória, por meio de acordo ou convenção coletiva.
	STF (2015) A criação de uma nova maneira de recolhimento do tributo, partindo-se de estimativa considerado o mês anterior, deve ocorrer mediante lei no sentido formal e material, descabendo a edição de decreto, a revelar o extravasamento do poder regulamentador do Estado.EXCEÇÕES CONSTITUCIONAIS À LEGALIDADE NA MAJORAÇÃO DE TRIBUTOS (para criação não há): o Poder Executivo poderá majorar (fala-se em Decreto, mas CF não estipula meio):
1) II – Imposto de Importação (na prática, majora-se por Resolução da Câmara de Comércio Exterior – CAMEX CONSTITUCIONAL, pois é um ato do poder Executivo – STF) (Obs.: a CESPE chama a Resolução de Decreto... ”os quatro são alterados por decreto”)
2) IE – Imposto de Exportação (idem CAMEX)
3) IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados (Decreto)
4) IOF – Imposto sobre Operações Financeiras (Decreto)
EC 33/2001:
5) Decreto para Reduzir e restabelecer as alíquotas da CIDE – Combustíveis 
a. Restabelecimento não pode superar alíquota anterior
b. NÃO precisa respeitar anterioridade
6) Convênio do CONFAZ para definir alíquotas do ICMS – monofásico incidente sobre combustíveis definidos por LC (CF, 155, § 4º, IV)
a. A definição (redução ou aumento) da alíquota por convênio, sem obediência à legalidade
b. Se o aumento ultrapassar o restabelecimento, precisa respeitar anterioridade
LEI DELEGADA EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA? SIM! Embora o instituto eive-se de inutilidade prática (mais fácil usar MP, sem necessitar de autorização por resolução do CN), é possível porque: I) LD possui hierarquia legal; II) autorização constitucional (não está nas exceções expressas); III) a legalidade expressa que deve constar na lei todos os eleitos essenciais para a criação de um tributo (FG, Al, SP e BC), não impedindo que regulamento (até decreto) aclare conceitos jurídicos indeterminados adotados pela lei:
FENÔMENO DA DESLEGALIZAÇÃO (STF2016): é possível a estipulação, por lei, de teto do valor de taxa (também vale para contribuição parafiscal: assim como taxas, possuem caráter contraprestacional), com atribuição a ato normativo infralegal da Autarquia-Conselho Profissional para fixar o valor exato do tributo, desde que proporcional ao custo da atuação estatal (Anotação de Responsabilidade Técnica – ART: define os responsáveis técnicos por empreendimento, sendo fato gerador para fiscalização da autarquia profissional – CONFEA/CREA). Nessa decisão, o STF apontou o “esgotamento do modelo da tipicidade fechada como garantia de segurança jurídica” (...) “ortodoxa legalidade, absoluta e exauriente, deve ser afastada, em razão da complexidade da vida moderna e da necessidade de adaptação das leis tributárias À realidade em constante mudança” (MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL: CF, fixa, previu mudanças expressamente).
· NÃO fixa valor do tributo diretamente por ato administrativo sem a estipulação de limites legais: inconstitucionalidade da autorização legal para os Conselhos de Fiscalização de Profissões fixarem respectivas anuidades. Atualmente, fixam com base em Limites máximos da Lei 12.517/11.
	STF (2016): Não viola a legalidade tributária lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato normativo infralegal fixar o valor de taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal, valor esse que não pode ser atualizado por ato do próprio conselho de fiscalização em percentual superior aos índices de correção monetária legalmente previstos.
STF (2017) É inconstitucional, por ofensa à legalidade, lei que delega aos conselhos de fiscalização a competência para fixar ou majorar, sem parâmetro legal, o valor das contribuições.
LEGALIDADE E MEDIDA PROVISÓRIA: STF – POSSÍVEL, desde que observados os requisitos constitucionais (relevância e urgência), pois há previsão expressa de requisitos das MP em matéria tributária (EC 31/2001):
	MP – ANTERIORIDADE P/ IMPOSTOS CONTADA DA CONVERSÃO EM LEI!
62 § 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de IMPOSTOS, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II (II, IE, IPI, IOF, Impostos Extraordinários de Guerra), só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
· Restrição válida somente para IMPOSTOS: para os demais tributos, a regra da anterioridade refere-se à data da publicação da MP, e não de sua conversão em Lei.
· RESSALTE-SE A EXCEÇÃO AOS: II, IE, IPI, IOF, Impostos Extraordinários de Guerra!
Vedação à utilização de MP em matéria reservada à LC (62, § 2º, III):
	Art. 146. Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239.
	 Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
	 Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
	Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
	ICMS e ISS
Vedação à MP incluída pela EC 32/2001
	Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até a promulgação desta emenda (2001), inclusive. 
a) EC 12/96: outorgou competência à União para a instituição da CPMF, extinta
b) EC 20/98: contribuições para financiamento da seguridade social
c) EC 21/99: CPMF, extinta
d) EC 29/00: autorizou progressividade fiscal do IPTU e a diferenciação das respectivas alíquotas com base no uso e na localização do imóvel
e) EC 31/00: Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, vinculando-lhe a receita de tributos
PRINCÍPIO DA NÃO SURPRESA/SEGURANÇA JURÍDICA
	Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
Corolários:
· Princípio da IRRETROATIVIDADE – art. 150, III, a
	a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
· ANTERIORIDADE (...ainda sim publicavam MP dia 31/12) – art. 150, III, b
	b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;         (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
· NOVENTENA (EC 42/2003 ampliou como regra geral de tributos, antes era só aplicada para contribuições para financiamento da seguridade social) – art. 150, III, c
	c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;         (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
IRRETROATIVIDADE
Não há exceção à irretroatividade. 
	CORRETA – “o princípio da irretroatividade aplica-se a todo tributo; o da anterioridade, por sua vez, admite exceções”
Mas isso não é incompatível com leis de efeito retroativo, como as expressamente interpretativas e as retroatividades benéficas nas infrações, desde que não tenha havido julgamento definitivo.
	STF (sobre leis interpretativas) – O princípio da irretroatividade somente condiciona a atividade jurídica do Estado nas hipóteses expressamente previstas pela CF, em ordem a inibir a ação do poder público eventualmente configuradora de restrição gravosa (a) ao status libertatis da pessoa (5º, XL); (b) ao status subjectionis do contribuinte emmatéria tributária (150, III, a); (c) a segurança jurídica no domínio das relações sociais (5º, XXXVI). Na medida em que a retroprojeção normativa da lei não gere e nem produza os gravames referidos, nada impede que o Estado edite e prescreve atos normativos com efeito retroativo.
Aplicação aos FG futuros e pendentes:
	Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116.
a) Tributos periódicos ou instantâneos: 
a. Periódicos: fatos geradores se prolongam no tempo, sendo considerados ocorridos nos instantes legalmente determinados*, gerando, a cada período, uma nova obrigação tributária. Ex.: IPVA: 1º janeiro.
	Como a lei estipula um instante, passam a ser instantâneos: vale a Lei vigente na data definida em Lei. Assim, não haveria fatos pendentes: ou é passado, ou é futuro.
i. Simples: FG com base em um único evento, que se prolonga no tempo. IPTU, ITR, IPVA (propriedade).
ii. Compostos (Complexivos): FG com base em diversos eventos que devem ser considerados de maneira global, dentro de determinado período definido em lei. IR (vários eventos).
b. Instantâneos: ocorrem num momento preciso, dando ensejo, em cada caso de ocorrência, ao surgimento de uma nova obrigação tributária. Ex.: II: cada entrada de mercadoria estrangeira no território nacional.
 
	Irretroatividade e CSLL
CSLL não está sujeita à anterioridade, só à noventena.
O “instante” da CSLL é 31 de dezembro.
Então, se publicada Lei majoradora da CSLL em 1º de outubro (contagem começa 2 de outubro e 90 dias em 30 de dezembro), poderá atingir os lucros percebidos desde o início do exercício? SIM.
Seja pendente ou futuro, o fato gerador ocorreria em 31/dez e a Lei majoradora se aplicaria.
Apesar de contrário à segurança jurídica, é o entendimento do STF, que despreza a retroatividade econômica da situação. 
Se publicada após o dia 1 de outubro, somente “entra em vigor” (melhor seria: produz efeitos) após a noventena, e não vale.
	Irretroatividade e IR
IR não se sujeita à noventena, só à anterioridade E irretroatividade.
Mas a Súmula 584 caga pra anterioridade:
	S 584 STF – Ao IR calculado sobre os rendimentos do ano aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração.
O “instante” do IR é 31 de dezembro para o ano-base respectivo, cuja declaração deve ser apresentada no exercício seguinte. Aplicar-se-ia a Lei de 2020 ao FG 2019.
STF continua afirmando constitucionalidade da Súmula.
RE 183.130/PR - Saiu pela tangente no caso do aumento do IR sobre lucro decorrente de Exportações, porque foi, na verdade, o fim de um benefício fiscal redutor. STF falou que o IR, neste caso, tinha finalidade extrafiscal de incentivo às exportações e que o aumento havia representado uma quebra de confiança. Determinou que os rendimentos das operações incentivadas deveriam ser tratados como unidades contábeis distintas das demais, sendo definitiva (como um imposto verdadeiramente instantâneo).
	“É inconstitucional a aplicação retroativa de lei que majora a alíquota incidente sobre lucro proveniente de operações incentivadas ocorridas no passado, ainda que no mesmo ano-base, tendo em vista que o fato gerador se consolida no momento em que ocorre cada operação de exportação, à luz da extrafiscalidade da tributação na espécie”
MAS o STJ tem entendimento de INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 584/STF, pois construída à luz da legislação anterior ao CTN. É O ENTENDIMENTO CESPE.
· Só vai na Súmula se cair literalidade
ANTERIORIDADE: EXERCÍCIO E NOVENTENA
	ADI 939 – ANTERIORIDADE É CLÁUSULA PÉTREA – INCONSTITUCIONALIDADE DA EC 3/93.
IPMF.
	São cumulativas. Lei publicada em março só terá efeito em 1º de janeiro. Lei publicada em 15 de dezembro só terá efeito em 16 de março.
	STF: a simples prorrogação de tributo ou de alíquota temporários NÃO se sujeita à anterioridade. (Vai contra a finalidade da regra...)
	STF: 2014, 2019 e 2020
REVOGAÇÃO DE BENEFÍCIO FISCAL SUBMETE-SE À ANTERIORIDADE 
(MAJORAÇÃO INDIRETA)
	Anterioridade não diz respeito a alterações de índices de correção monetária.
	Anterioridade não é aplicável à determinação do prazo de recolhimento do tributo (Súmula 669 STF)
Súmula 669
Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.
Súmula Vinculante 50
Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.
	STF - O dies a quo do prazo da anterioridade é a data de publicação da lei (ADI 3694)
	STF – Aplica-se a anterioridade à lei que impôs correção monetária das demonstrações financeiras referentes a exercício anterior.
ANTERIORIDADE DO EXERCÍCIO FINANCEIRO
OBS: NÃO se confunde com a anualidade (CF 1946): necessidade de prévia autorização orçamentária. Não foi repetida nas Constituições posteriores.
	Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda:
I - que instituem ou majoram tais impostos;
II - que definem novas hipóteses de incidência;
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.
Marco temporal: publicação da lei (para irretroatividade, é a vigência)
Finalidade: proteger o contribuinte. O QUE GERA EXCEÇÕES:
· Não se aplica à diminuição ou lei sem qualquer impacto sobre a carga tributária.
· STF: norma que se restringe a mudar o prazo para pagamento de tributo, mesmo antecipando-o, não agrava a situação do contribuinte, não se sujeitando a regra da anterioridade.
	Súmula Vinculante 50
Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.
· Estado pode fazê-lo, inclusive, por ato infralegal;
· Também não se sujeita à noventena
· STF: da mesma forma que não se sujeita à legalidade, a mera atualização monetária do valor do tributo ou de sua BC não é majoração, logo não se sujeita a anterioridade.
· STF: não configura aumento de tributo a mera redução ou extinção de desconto legalmente previsto. 
· Lei do PR que reduzia os descontos a quem pagava antecipadamente ou em dia o IPVA.
EXCEÇÕES CONSTITUCIONAIS:
a) EXTRAFISCALIDADE: II, IE, IPI e IOF. São mecanismos de intervenção do domínio econômico pelo Executivo Federal, por isso são exceções à legalidade e à anterioridade.
a. Parte da doutrina classifica o IPI como imposto fiscal (2ª maior arrecadador federal, não sendo mero “efeito colateral”). Para não prejudicar estes contribuintes, é o único dos Impostos Reguladores que se sujeita à noventena.
b) URGÊNCIA DA SEGURANÇA NACIONAL: Impostos Extraordinários de Guerra e Empréstimos Compulsórios de Guerra e Calamidade.
c) ORIGINARIAMENTE SUJEITA À NOVENTENA: Contribuições para Financiamento da Seguridade Social. Só com a EC 42/03 que se estendeu a noventena. Atualmente, igual IPI.
d) EXCEÇÕES PARCIAIS: redução e reestabelecimento (respeitado o teto) de alíquotas do ICMS-monofásico incidente sobre combustíveis definidos em LC e das alíquotas da CIDE-Combustíveis.
ANTERIORIDADE E REVOGAÇÃO DE BENEFÍCIOS FISCAIS: tem a Lei e tem o STF.
	SEGUNDO O CTN
	SEGUNDO O STF
	Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda:
(...)
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.
	A revogação do benefício faz com que o tributo volte a ser imediatamente exigível, não sendo aplicável o princípio da anterioridade (RE 204062)
Em 2014, no RE 564225 o STF deu indícios de guinada, aplicando a anterioridade à revogação de lei concessiva de redução da BC (na prática, é igual isenção).
“toda alteração do critério quantitativo doconsequente da regra matriz de incidência deveria ser entendida como majoração do tributo” e, dessa forma, sujeita à anterioridade.
GUINOU!!! 2019 2020
REVOGAÇÃO DE BENEFÍCIO FISCAL SUBMETE-SE À ANTERIORIDADE
(MAJORAÇÃO INDIRETA)
	Duas correntes:
· Isso é anterioridade
· Isso é uma nova garantia, prevista em Lei, que só se aplica a impostos sobre patrimônio e renda
	
ANTERIORIDADE E MEDIDAS PROVISÓRIAS: se for um IMPOSTO a cobrança só poderá ser realizada no exercício subsequente se a MP tenha sido CONVERTIDA EM LEI até o último dia daquele em que foi editada (art. 62, § 2º).
ANTERIORIDADE NONAGESIMAL OU NOVENTENA
Originariamente só para as Contribuições para financiamento da Seguridade Social (195, § 6º).
Era chamada de anterioridade mitigada, mas com o tempo, passou a ser mais eficiente que a anterioridade. Por clamor dos contribuintes, foi expandida pela EC 42/03, que incluiu o art. 150, III, c.
Há uma aparente diferença entre as regras: o 195, § 6º prevê instituição ou modificação; o art. 150, III, c prevê instituição ou aumento. Mas o STF falou que era pra proteger o contribuinte e tudo igual: só majoração (o constituinte derivado foi de acordo com o posicionamento do STF). São sinônimas (Ricardo Alexandre, FCC, FGV).
EXCEÇÕES À NOVENTENA:
a) REGULADORES: II, IE e IOF IPI SIM!
b) URGENTES: 
a. IEG – Impostos Extraordinários de guerra
b. EC – Empréstimos compulsórios de guerra e calamidade
c) IR: é possível que lei publicada em 31/12/XX gere efeitos no dia seguinte. A única proteção decorre da EC 32/2001, contra MPs – tem que CONVERTER em LEI até o dia 31/12.
d) BC do IPTU
e) BC do IPVA
	ESTÃO EXCEPCIONADOS:
	EXERCÍCIO
	NOVENTENA
	IEG/ECCG
	IEG/ECCG
	II
	II
	IE
	IE
	IOF
	IOF
	IPI
	-
	CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
	-
	ICMS-comb/lub
	-
	CIDE-cumb
	-
	-
	IR
	-
	BC IPVA
	-
	BC IPTU
· Custas judiciais se submetem a AMBAS anterioridades
NOVENTENA E MEDIDAS PROVISÓRIAS: termo inicial da contagem do prazo de 90 dias – data da edição da MP ou da conversão em Lei. 
Histórico: À época das MPs que valiam 30 dias e da possibilidade de reedição, o governo expedia MP1, MP2 e MP3 – todas se convalidando- para somar 90 dias, e cobravam a partir da MP4 que lindo! E o STF convalidava tudo , quando não havia mudança relevante no texto das reedição, pois em face da continuidade normativa, não havia surpresa. Só na mudança do texto contava-se a partir da publicação da Lei de Conversão.
EC 32/2001: ECs passam a ter prazo de 60 + 60, então na prorrogação já dá 90 dias. Se converte em Lei sem alterar texto: cobra; Se converte com alteração de texto: reinicia noventena. Se rejeita ou perde eficácia por decurso de prazo (120 dias), o tributo (ou majoração) deixa de ser cobrado e cabe ao CN disciplinar por decreto legislativo as relações jurídicas geradas, determinando a devolução ou não; se não o fizer, as relações jurídicas conservam-se como editadas pela MP.
Lembrando que noventena e anterioridade do exercício são cumulativas. Então, de todo modo, se MP instituir ou majorar IMPOSTO, o prazo será contado da CONVERSÃO EM LEI (62,§2º).
	IMPLÍCITO: SEGURANÇA JURÍDICA TRIBUTÁRIA
1. Certeza do direito (legalidade, irretroatividade e anterioridade)
2. Intangibilidade das posições jurídicas (ato jurídico perfeito e direito adquirido)
3. Estabilidade das situações jurídicas (decadência e prescrição)
4. Confiança no tráfego jurídico (boa fé, teoria da aparência e princípio da confiança) – art. 100 CTN que estabelece que a observância das normas complementares das leis e dos decretos exclui a imposição de penalidades e a cobrança de juros da mora
5. Devido processo legal
	IMPLÍCITO: PRINCÍPIO DA PRATICABILIDADE DA TRIBUTAÇÃO
Necessidade de as leis tributárias serem aplicáveis (apuração, cobrança e fiscalização). Materializa-se nos substitutos tributários, especialmente quando envolvam presunções e ficções. 
Estão sujeitas às limitações, princípios e direitos fundamentais.
Ao autorizar a substituição tributária para frente, ressalvado o direito de imediata e integral restituição do valor pago, caso o fato gerador não se realize, a CF prestigiou, a um só tempo, a praticabilidade e a proporcionalidade do instrumento.
ISONOMIA
	RUI BARBOSA. Oração aos Moços. “A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam”
A igualdade tributária não significa ausência de discriminação, mas na vedação à discriminação arbitrária, ou seja, sem razões, que podem ser duas: (a) razões de capacidade contributiva; (b) razões extrafiscais. 
A CF autoriza a extrafiscalidade nos seguintes tributos: 
· IPTU e IPTU: função social da propriedade
· Benefícios fiscais de incentivo regional
· Cooperativismo
· ME e EPP
· Em função da atividade econômica ou da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho do empregador (195 § 9)
· Dimensionamento flexível de tributos, como II, IE, IPI, IOF, CIDE-Combustíveis
Observada a proporcionalidade. 
· STF: Válida isenção de taxa de inscrição em concurso para desempregados
· STF: Válida a isenção de taxa florestal às empresas que estivessem promovendo reflorestamento proporcional ao seu consumo de carvão vegetal
Casos no STF
A) TESE: O IR incidente sobre verbas recebidas acumuladamente deve observar o regime de competência, aplicável a alíquota correspondente ao valor recebido mês a mês, e não a relativa ao total satisfeito de uma única vez”
EM REGRA, para BC do IR, leva-se em consideração a data de efetiva disponibilidade do recurso (não o mês de referência, mas o de pagamento). Isso é chamado de regime de caixa (FG = “ingresso no caixa”), em detrimento do regime de competência. Todavia, isso prejudicava demasiadamente rendimentos recebidos acumuladamente por ação judicial (27,5% em tudo) – art. 12 da L 7713/98 determinava a adoção do regime de caixa e foi declarada inconstitucional (isonomia e capacidade contributiva). 
O dispositivo foi revogado em 2015, atualmente dispondo o art. 12-A: divide-se pelos meses a que se refere a verba recebida acumuladamente e aplica a Tabela progressiva respectiva.
B) Contribuição previdenciária de servidores inativos (inserida pela EC 41/03, STF: constitucional): discriminação entre servidores de diferentes entes federativos. STF, na ADI 3105/DF, julgou inconstitucional o tratamento discriminatório entre inativos e pensionistas do E, DF, M (50%) e U (60%)
Frise-se a EC 103/2019 (REFORMA DA PREVIDÊNCIA):
	ANTES - 149
	DEPOIS - 149
	§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.
	
EC 103/2019 VALORIZOU AUTONOMIA DOS ENTES SEM DEFICIT
	
É importante destacar que a contribuição previdenciária extraordinária instituída pela União e exigida dos seus servidores públicos ativos, dos aposentados e dos pensionistas não é uma contribuição residual para a seguridade social, pois a sua fonte de financiamento (base econômica tributada) já está prevista expressamente no texto constitucional. Note-se que a criação do tributo não se dá com base no art. 195, § 4º – que genericamente autoriza a instituição de novas fontes de financiamento para a seguridade social –, mas, sim, com fundamento no art. 149, § 1º-C, que prevê a exigência dessa contribuição temporária como forma de equacionar deficit atuarial existente no regime próprio de previdência dos servidores públicos federais. Como consequência, não há reserva de lei complementar para a instituição do tributo, que pode ser criado por lei ordinária ou medida provisória.
	“§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei, contribuições para custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas progressivas de acordo como valor da base de contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões”
“§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não poderão estabelecer alíquota inferior à da contribuição dos servidores da União, exceto se demonstrado que o respectivo regime próprio de previdência social não possui deficit atuarial a ser equacionado, hipótese em que a alíquota não poderá ser inferior às alíquotas aplicáveis ao Regime Geral de Previdência Social”.
§ 1º-A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos aposentados e pensionistas poderá incidir sobre o valor dos proventos de aposentadoria e de pensões que supere o salário-mínimo.
§ 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A para equacionar o deficit atuarial, é facultada a instituição de contribuição extraordinária, no âmbito da União, dos servidores públicos ativos, dos aposentados e dos pensionistas.
§ 1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B deverá ser instituída simultaneamente com outras medidas para equacionamento do deficit e vigorará por período determinado, contado da data de sua instituição.
C) Discriminação com base na função ou ocupação exercida: não (Pretensão de isenção do IPTU exclusivamente por ser servidor público). Antes da CF88, usavam “denominação” de verba para excluir da tributação.
	 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
D) Discriminação entre empresas lucrativas e deficitárias. Empresas lucrativas sofrem dupla tributação (Receita e Lucro) e é legítimo o abatimento da COFINS com a CSLL.
A COFINS incide sobre receita ou faturamento (igualdade formal). A CSLL incide sobre o lucro (quem tem prejuízo, não paga).
A L 9718/98 aumentou alíquota da COFINS e possibilitou abatimento de até 1/3 da COFINS com a CSLL. Empresas deficitárias alegaram que beneficiou as lucrativas.
STF/2003 entendeu que apenas atenuou para empresas sujeitas a dupla tributação, o que seria justamente isonômico. POXA! SÓ MAJOROU PRAS QUE TEM PREJUÍZO...
E) SIMPLES – Discriminação entre empresas com base na atividade exercida (Constitucional. Profissionais liberais).
Mesmo sem ultrapassar os limites de receita (EPP/ME), alguns contribuintes foram excluídos, como sociedades constituídas pelos profissionais liberais, que ajuizaram ADI. STF decidiu que o objeto do tratamento diferenciado é dar condições para concorrer com grandes empresas e diminuir a informalidade (são fonte de empregos), e que profissionais liberais não sofrem o impacto do domínio do mercado pelas grandes empresas, não se encontram no contexto da economia informal e não constituem, em larga escala, fonte de empregos.
	ADI 1643/DF. NÃO há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei, por motivos extrafiscais, imprime tratamento desigual a ME e EPP de capacidade contributiva distinta, afastando do regime do SIMPLES aquelas cujos sócios TÊM CONDIÇÕES DE DISPUTAR NO MERCADO DE TRABALHO SEM ASSISTÊNCIA DO ESTADO.
F) Discriminação na concessão de parcelamento de débitos referentes à COFINS (Portaria 655/93) do MF afastou do parcelamento débitos objeto de depósito judicial (década de 90, em que questionavam a constitucionalidade da COFINS). Constitucionalidade: o tratamento desigual, no caso, justifica-se pelas características específicas dos institutos do parcelamento e do depósito judicial do crédito impugnado. No parcelamento, há mora para o contribuinte e não há garantia ao Fisco. No depósito, cessa a mora ao contribuinte, mas há garantia ao Fisco: neste caso, não pode levantar antes de solucionado o litígio. Para o STF, houve apenas uma racionalização da cobrança do crédito tributário.
	“não viola o princípio da isonomia e o livre acesso à jurisdição a restrição de ingresso no parcelamento de dívida relativa à Cofins, instituída pela Portaria 655/1993, dos contribuintes que questionaram o tributo em juízo com depósito judicial dos débitos tributários (RE 640.905, rel. min. Luiz Fux, j. 15-12-2016, P, DJE de 1º-2-2018, Tema 573)
G) Contribuições para o PIS/PASEP – Discriminação entre empresas privadas e empresas estatais (EP/SEM): Privadas pagariam o PIS, estatais o PASEP. O PASEP era mais gravoso. Não recepção pelo art. 173, §1º, CF: EP e SEM terão regime jurídico próprio das privadas, inclusive tributário. RECEPCIONADO: regra constitucional é para proteção das privadas, e não garantia de tratamento tributário em tudo idêntico.
	Não ofende o art. 173 § 1º II da CF a escolha legislativa de reputar não equivalentes a situação das empresas privadas com relação a das SEM, EP e respectivas subsidiárias que exploram atividade econômica, para fins de submissão ao regime tributário para o PIS e PASEP, a luz dos princípios da igualdade tributária e da seletividade no financiamento da Seguridade Social.
OBS: Seletividade, no D. Previdenciário, refere-se à identificação das contingências sociais do Sistema de Seguridade Social e à definição dos serviços e benefícios a serem prestados. STF, mais acertadamente, deveria ter se referido ao princípio da equidade de participação no custeio da SS.
H) Inconstitucionalidade da isenção da operação de compra de automóveis por oficiais de justiça estaduais. Seria distinção pela ocupação profissional.
I) Inconstitucionalidade de isenção do IPVA para cooperativas de transporte escolar 
ISONOMIA E CAPACIDADE CONTRIBUTIVA
Todos os impostos incidem sobre uma manifestação de riqueza, que enseja a solidariedade social, que deve ser proporcional na medida de suas possibilidades. Essa solidariedade faz com que a capacidade contributiva seja um valor ou um princípio metajurídico, independentemente de constar na CF. É a ponderação entre a preservação do mínimo vital aos que têm pouco e vedação ao confisco dos que tem muito.
Há vários modos de manifestação do princípio da capacidade contributiva:
a) Imunidade: CF
b) Isenção: Lei
c) Seletividade: tributação diferenciada conforme a qualidade do que é objeto da tributação, atribuindo-se alíquotas diferentes para produtos diferentes, não se confundindo com progressividade, em que se tem simples agravamento do ônus tributário conforme aumenta a base de cálculo. 
a. A CF impõe como critério para seletividade a essencialidade do bem ou serviço, tendo como presunção de que “Produtos supérfluos são adquiridos por aqueles com maior capacidade contributiva”. 
b. Tipo de utilização do veículo automotor (IPVA)
c. Localização e o uso do imóvel (IPTU)
d. Há quem considere seletividade e progressividade subprincípios da capacidade contributiva
d) Progressividade: maior alíquota quanto maior a BC. Pode ser:
a. Simples: elevação das alíquotas em face do aumento da BC
b. Gradual: aplicação de alíquotas maiores para a parte da BC que ultrapasse o limite previsto para a alíquota anterior – há quem entenda que só esta é válida.
Fundamento constitucional:
	Art. 145. 
§ 1º Sempre que possível, os IMPOSTOS terão caráter PESSOAL e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, (...)
	MAS SEGUNDO O STF: NADA IMPEDE A EXTENSÃO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA PARA OUTRAS ESPÉCIES TRIBUTARIAS com FATO GERADOR NÃO VINCULADO (JUSTIÇA DISTRIBUTIVA): lembre-se, metajurídico.
Assim, contribuições também podem ser progressivas (art. 195, § 9º - EC 103/2019)
	§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das alíneas "b" e "c" do inciso I do caput.
PROGRESSIVIDADE NOS IMPOSTOS REAIS
Histórico:
Progressividade nos impostosreais: o art. 145, §1º, fala de capacidade contributiva para impostos de caráter pessoal, assim (STF) não se estenderia aos impostos reais. Para estes, a progressividade dependeria de previsão constitucional, como é o caso do ITR (153 §4º) e IPTU (156 § 1º I e 182 § 4º).
Este era o sentido da Súmula 656/STF que pacificou a inconstitucionalidade da Lei do ITBI progressivo e da Súmula 668/STF que somente admite progressividade do IPTU para Leis posteriores à EC 29/2000.
· Logo cancela, MAS AINDA NÃO CANCELOU ESTAS SÚMULAS! Então, focar no NOME DOS IMPOSTOS DAS GUINADAS:
GUINADA DA LEGALIDADE:
2013 – RE 562.045/RS – Resolução do Senado Federal, ao prever alíquota máxima do ITCMD, também previu alíquotas progressivas. STF julgou constitucional.
GUINADA DA RETROATIVIDADE:
ADI 4697 e 4762: progressividade incide “sobre todas as espécies tributárias”.
“Quando uma emenda à CF se limita a explicitar algo, sem inovar no mundo jurídico, é descabida a discussão acerca da incidência de efeitos retroativos”
REAFIRMAÇÃO DA GUINADA
RE 1038357 – ITR. Possibilidade de lei de 1996 fixar alíquotas progressivas para o ITR quanto ao grau de utilização (improdutividade – CF originária) e área (capacidade contributiva – EC 42). A possibilidade de alíquotas progressivas de ITR somente surgiu com a EC 42/03, originariamente, somente era previsto que o ITR devia ser utilizado para desestimular a manutenção de propriedades improdutivas. Mas a jurisprudência evoluiu e considerou a progressividade por área constitucional.
· NÃO é que o advento da EC 42/03 deu constitucionalidade a Lei, pois constitucionalidade superveniente não é admitida no Direito brasileiro (leis inconstitucionais são natimortas). 
· Ainda, grau + área eram apurados conjugadamente, potencializando a função extrafiscal do tributo, prevista originariamente na CF.
EXCEÇÃO PARA O IPTU DIFERENCIADO NÃO EDIFICADO – 2020
São constitucionais as leis municipais anteriores à Emenda Constitucional n° 29/2000, que instituíram alíquotas diferenciadas de IPTU para imóveis edificados e não edificados, residenciais e não residenciais.
STF. (Info 982). 
Nesse caso, na verdade, não há progressividade, mas seletividade.
	Para taxa não dá, que é tributo com fato gerador vinculado, fundada na ideia de justiça comutativa e não distributiva.
	CAPACIDADE CONTRIBUTIVA, DIREITO FUNDAMENTAL À INTIMIDADE e DEVER FUNDAMENTAL DE PAGAR TRIBUTOS: ponderação constitucional e legal em função da dimensão subjetiva (dirigido ao legislador para que gradue abstratamente) e instrumental (dirigida à Administração Tributária para dar efetividade da dimensão subjetiva e do princípio da isonomia) da capacidade contributiva.
	145, § 1º (...)facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Com isso, o art. 6º da LC 105/01 (Lei do Sigilo Bancário) previu possibilidade de o Fisco requisitar diretamente às instituições financeiras informações INDISPENSÁVEIS protegidas pelo sigilo bancário (excepcional); regulamentado pelo Decreto 3724/2001 que especifica o que é “indispensável” (quando há indício de irregularidade).
	O compartilhamento dessa prova COM O MINISTÉRIO PÚBLICO, obtida mediante procedimento regular, nada mais é que típica prova emprestada, lícita.
Com essas informações, o Fisco pode aplicar a Norma Geral Antielisiva (art. 166, PU, CTN ) e desconsiderar atos ou negócios jurídicos com a finalidade de dissimular o pagamento de tributos.
· ADIs 2390, 2386, 2397 e 2859: CONSTITUCIONAL. É uma ponderação, como ocorre na inspeção de bagagens. A Lei é sensível a repressão de crimes como narcotráfico, lavagem e terrorismo, criando uma rede estatal de repressão.
· Não há “quebra de sigilo” (documento não se torna público), mas uma transferência de sigilo da órbita bancária para a órbita fiscal.
· ESTADOS E MUNICÍPIOS TAMBÉM PODEM, MAS - Há especificação dos requisitos na esfera federal. Com isso o STF exigiu, no âmbito municipal, que fosse observada uma normatividade semelhante àquela existente na esfera federal, para que fosse válida.
· Pertinência temática
· Prévia notificação
· Sujeição do pedido de acesso a superior hierárquico
· Existência de sistemas eletrônicos de segurança certificados com registro de acesso
· Instrumentos efetivos de apuração e correção de desvios
PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO
	IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
1º - Tributo não pode ser confisco: confisco é punição e tributo não é sanção. Vedação extraída do conceito legal de tributo (art. 3º CTN).
2º - Tributo não pode ter efeito de confisco: incidência exagerada, que gera sensação de punição. Vedação extraída da CF (art. 150, IV). PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE OU PROPORCIONALIDADE DA CARGA TRIBUTÁRIA.
Efeito confiscatório é um conceito jurídico indeterminado. “Não sei o que é, mas sei muito bem o que não é proporcional”[footnoteRef:2]: ADI 551/RJ: Estende-se às multas decorrentes do descumprimento da obrigação tributária e pisos de 2x e 5x o valor do tributo não pago ou sonegado é exorbitante. [2: Na ADI 551/RJ, o Min. Sepúlveda Pertence recordou célebre passagem do Min. Aliomar Baleeiro, responsável pela condução do 1º acórdão do STF a invalidar um decreto-lei por versar sobre matéria não compreendida no âmbito da segurança nacional. Disse o jurista que “não sabia o que era segurança nacional; mas certamente sabia o que não era: batom de mulher ou, o que era disciplinado do no decreto-lei, locação comercial”] 
Mas existem alguns standarts na jurisprudência:
· Efeito cumulativo desproporcional: Não se pode analisar um tributo isoladamente, pois seu peso individual pode aparentemente não gerar efeito confiscatório, mas acrescido de outros tributos incidentes sobre a mesma manifestação de riqueza, ser
· Alíquota progressiva de Contribuição Previdenciária de servidores Públicos ativos, chegando a 25%. Somado com IR, dava mais de 50%. Pelo efeito cumulativo, era claramente confiscatório.
PERSPECTIVAS DINÂMICA E ESTÁTICA DA TRIBUTAÇÃO DO PATRIMÔNIO.
· Perspectiva Estática: tributação do patrimônio em si mesmo, sem preocupação com potenciais mutações que acresçam o valor do bem. IPVA, IPTU e ITR (Periódico Simples). 
· Como não há acréscimo da renda, haveria um efeito confiscatório lento: todo ano dou um pouco da minha propriedade ao Estado. 
· Mas a própria CF autoriza. Para solucionar esse impasse, leva-se em conta a riqueza que o bem tributado é capaz de gerar 
· Perspectiva Dinâmica: levam-se em consideração as potenciais mutações que constituam acréscimos patrimoniais. Rendimento de aluguel. É a possibilidade de geração de renda (DINÂMICA) que justifica a tributação reiterada de patrimônio estático.
· MAS há dois conceitos diferentes sobre estas perspectivas:
	Dinamicidade como possibilidade de geração de renda
Os impostos sobre o patrimônio sob a perspectiva estática são confisco. MAS isso PODE SER LIDO sob a perspectiva dinâmica, porque todos têm possibilidade de geração de renda.
Logo, não há efeito confiscatório.
Impostos de transmissão não incidem sobre o patrimônio, mas sim sobre fatos – transmissão – inerentemente dinâmicos.
	Dinamicidade como transmissão
Os tributos sobre o patrimônio são divididos em estáticos (IPTU, ITR, IPVA) e dinâmicos (transmissão: ITCMD e ITBI – são incluídos pelo CTN como impostos sobre o patrimônio).
E podem ser considerados confiscatórios os impostos sobre o patrimônio na perspectiva estática (propriedade) e dinâmica (transmissão), ambas riquezas não renováveis.
Mas o confisco é autorizado pela CF.
Aires Barreto.
PENA DE PERDIMENTO E CONFISCO: a pena de perdimento foi recepcionada pelo art. 5º, XLVI, b; MAS não pode ser confundida com tributo confiscatório, QUE não é sanção. Mas nada impede que em caso grave de infração tributária, a Lei preveja a pena de perdimento.
TAXAS E CONFISCO: taxas têm caráter contraprestacional. A verificação do confisco é feita comparando-seo custo da atividade estatal com o valor cobrado a título de taxa.
· Inconstitucionalidade da Taxa de Controle, Acompanhamento e Fiscalização das Atividades de Exploração e Aproveitamento de Recursos Hídricos – TFRH/Amapá. O valor era quase 10x o orçamento da Secretaria e a Lei previa destinação de 70% do montante a conta única do tesouro nacional (finalidade arrecadatória).
MULTAS E CONFISCO: Não confisco é aplicável às multas tributárias (ADI 551/RJ).
Há dois tipos de multas tributárias: 
a) moratórias (pedagógica) limite de 20% do tributo (RE 938538-AgR/ES)
b) punitivas (punir!) limite de 100% do tributo (RE 833.106/GO)
PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO
	150 V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;
EXCEÇÕES:
a) ICMS interestadual
b) Pedágio – Começa pelo fato de que se é exceção no art. Que fala de tributo, o constituinte previu que o pedágio é tributo (assim entendeu o STF ao julgar o Selo-Pedágio: se uso estrada, pago um valor fixo). Mas o STF não entende assim, falando que não são compulsórios – são devidos com base na frequência de uso -, portanto, são exações de natureza contratual (preços públicos). Assim, não se sujeita à legalidade estrita, podendo ser disciplinado por norma infralegal.
a. O mesmo STF julgou serem tributárias as taxas judiciárias, pagas com base na frequência de uso... Mas essa celeuma era quando era pedágio cobrado pela Administração Pública, agora, na maioria, são concessionárias que cobram tarifas, muito mais ligadas ao contrato e remuneração de concessões/PPPs, do que tributárias.
b. ADI 800/RS – 2014: PEDÁGIO É SEMPRE PREÇO PÚBLICO (ESTADO) / TARIFA (PRIVADO), ressalvados os casos-raros de “selo-pedágio”, em que o Poder Público cobra valor que não varia em função da quantidade de utilizações (taxa).
VEDAÇÕES ESPECÍFICAS À UNIÃO – A PROTEÇÃO AO PACTO FEDERATIVO
PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE E SEUS COROLÁRIOS
São três vedações do art. 151 - cláusulas pétreas do federalismo:
1) PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA DA TRIBUTAÇÃO
	I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
· Ex.: Zona Franca de Manaus (ADCT + EC 42/03 + EC 83/14)
· STF: constitucionalidade do tratamento diferenciado de isenção do IPI para produtores de açúcar situados no Norte e Nordeste e redução de 50% para RJ e ES.
· STF: juízo de isenção é discricionário, não cabendo ao Judiciário substituir o legislador para estender isenção a contribuintes não contemplados pela lei a título de isonomia.
2) PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE DA TRIBUTAÇÃO DA RENDA – Vedação da utilização do IR como instrumento de concorrência desleal no mercado de títulos da dívida pública e na seleção de servidores públicos.
	II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;
 Ex.: se eu compro um título da dívida pública, estou emprestando ao ente. O juros que ele me pagar é renda, sujeita ao IR. O que se tributa é a rendimento do particular adquirente do título. Se a União tributar mais a operação estadual e municipal, será mais vantajoso emprestar pra ela: concorrência desleal.
Ex.: menos tributos na carreira federal faria com que os melhores candidatos fossem pra lá.
3) PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO ÀS ISENÇÕES HETERÔNOMAS/HETEROTÓPICAS: o poder de isentar é natural decorrência do poder de tributar.
	III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
· É NOVIDADE da CF 88. Antes podia por LC.
· EXCEÇÕES CONSTITUCIONAIS:
· ICMS incidente nas operações com serviços e outros produtos destinados ao exterior, que deixou de ter validade após a EC 42/2003, pela qual o ICMS deixou de incidir nas exportações, sem que tenha havido revogação expressa (+petróleo, +energia elétrica, +ouro, +serviço de radioTV)
· ISS incidente nas exportações de serviços para o exterior (156, § 3º, II) por meio de LC
Isenção decorrente de Tratado Internacional – Presidente da República age como Chefe de Estado soberano, pessoa jurídica de direito internacional público, e não em nome da unidade federada União.
· Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio – GATT: prevê a equivalência de tratamento entre o produto importado e o similar nacional, estendendo isenções concedidas.
· STF disse que ISENÇÃO POR TRATADO NÃO SE ENQUADRA NO CONCEITO DE ISENÇÃO HETERÔNOMA! “O Presidente da República não subscreve tratados como Chefe de Governo, mas como Chefe de Estado, o que descaracteriza a existência de uma isenção heterônoma, vedada pelo art. 151, II, CF”
· Ricardo Alexandre critica: heterônoma é aquilo que não é feito pelo ente, seja por outro ente, por uma imunidade do constituinte ou pelo Chefe de Estado. Mas concorda que o art. 151 se refere à União, portanto, tratado não é “exceção” ao art. 151.
· IMUNIDADE É SEMPRE HETERÔNOMA, POIS VEM DO CONSTITUINTE, E NÃO DE LEI DO ENTE
· Mas o “princípio da vedação Às isenções heterônomas” vai muito além do art. 151, porque os Estados, nele não previstos, também não podem intervir nos tributos municipais. Então, é exceção ao princípio, não à regra do 151. MAS NA PROVA ADOTE O STF, OK
ISENÇÕES HETERÔNOMAS ÀS CUSTAS JUDICIAIS: Não há pronunciamento definitivo no STF. Há normas federais que isentam custas judiciais estaduais, o que aparente ser inconstitucional.
	SÚMULA 178 STJ O INSS não goza de isenção do pagamento de custas e emolumentos, nas ações acidentárias e de benefícios propostas na Justiça Estadual.
PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO BASEADA EM PROCEDÊNCIA OU DESTINO (VEDAÇÃO À DISCRIMINAÇÃO TRIBUTÁRIA DE NATUREZA ESPACIAL)
	Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
A UNIÃO, somente ela, pode estipular tratamento tributário diferenciado para diminuir desigualdades socioeconômicas. 
Fala-se em PROCEDÊNCIA genericamente: então se aplica a bens e serviços provenientes do exterior – é a “Cláusula do Tratamento Nacional”, prevista no GATT.
	STF – Ofende a vedação à discriminação tributária de natureza espacial a fixação de reserva de mercado a prestadores domiciliados em determinado Estado-membro como requisito para a fruição de regime tributário favorecido e acesso a investimentos públicos.
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO E A CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS FISCAIS
Legalidade: a indisponibilidade torna impossível a concessão de benefício fiscal por ato infralegal. Também evita que sejam utilizados para obter vantagens pessoais. Separação de poderes.
· ADI 3462: inconstitucional concessão de remissão e anistia por regulamento do Executivo: reserva absoluta de lei formal
É possível por lei delegada, porque é lei formal.
	Art. 150. § 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.
· Não é limitação ao poder de tributar, mas exclusão de tributação: LEI ORDINÁRIA.
· Lei específica e exclusiva: não cabe interpretação tão restritiva. É só para impedir a inserção de benefícios fiscais em leis de conteúdo totalmente alheio àquele do benefício. Exige-se PERTINÊNCIA TEMÁTICA:
· ADI 1379: constitucional - benefício deve estar inter-relacionadoao objetivo da lei (isenção + programa de financiamento agropecuário ou de construção de casas)
· ADI 4033: constitucional - Lei das ME/EPP (isenção da contribuição sindical + tratamento diferenciado)
· Na ADI 5794/DF: constitucional extinção da natureza tributária da contribuição sindical na Reforma Trabalhista. STF entendeu que a Lei não concedeu benefício fiscal, portanto, não se aplicava o art. 150, §6º
	Concessão de benefício fiscal é diferente de extinção de tributo. Ambos estão sujeitos à reserva legal, mas só a concessão de benefício deve ser veiculada por lei específica.
CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS FISCAIS RELATIVOS AO ICMS (Ressalva final do art. 150, § 6º): 
	Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: 
§ 2º O imposto previsto no inciso II (ICMS) atenderá ao seguinte:  
XII - cabe à lei complementar:
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
ICMS é o imposto mais constitucionalizado, porque a Brasil não adotou o IVA-uniforme. Isso gera GUERRA FISCAL, então a CF tenta conter a competição predatória entre os Estados. Por isso a concessão de benefícios do ICMS demanda deliberação conjunta, que realizada no CONFAZ – Conselho Nacional de Polícia Fazendária (Ministério da Fazenda, com assentos aos Estados).
· STF: O fato de um Estado não respeitar não dá direito a outro de conceder benefícios irregularmente para proteger economia local. Uma Lei do PR fez isso e o STF entendeu que ela justamente desencadeava a guerra fiscal (ADI 3936).
· STF: quando o benefício não tem aptidão para gerar guerra fiscal não precisa passar pelo Convênio.
· ADI 3421: Constitucional lei do PR que concedeu isenção de ICMS nas contas de água, luz, telefone e gás de templos de qualquer culto. (Não é abarcado pela imunidade porque o contribuinte de direito do tributo é a concessionária, sendo as igrejas meras consumidoras)
Na prática, sempre foi um fuzuê de benefícios unilateralmente concedidos. A solução jurídica inicial seria uma Súmula Vinculante, mas há uma questão político-fiscal por trás. Então, optou-se por uma Solução Política para este Estado Sistemático de Inconstitucionalidade: LC 160/2017, que é basicamente um processo administrativo de convalidação por meio de convênio CONFAZ destes benefícios unilaterais para dar início a uma Nova Era Constitucional. Para tanto, precisava de aprovação de 2/3 dos entes federados, e 2/3 dos entes da Região. MANAUS, sempre prejudicado porque estes benefícios unilaterais acabam com a Zona Franca, entrou com ADI. STF ainda não julgou. Existem penas brabas na Lei pra quem conceder novos benefícios unilaterais: proibição de a) recebimento de transferências voluntárias; b) obtenção de garantia por outro ente; c) contratação de operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliárias e as que visem à redução de despesas com pessoal. A punição é requerida por representação do Governador; aplicada pelo Ministro de Estado da Fazenda e fiscalizada pelo TCU.
A única exceção à Lei Específica é o ICMS:
	Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração.
· STJ: ilegal contra art. 176 a Resolução aprovada pela AL-MG e CV-BH que ratificava convênio firmado entre os entes e concessionárias de serviços públicos concedendo isenções de tributos municipais.
IMUNIDADES
São autoaplicáveis.
Diferenciação inicial:
A) Não incidência (gênero que abrange imunidades): não é alcançado pela regra da tributação:
a. Não incidência pura e simples (TOUT COURT)
i. Ente tributante pode tributar, mas não define determinada situação como hipótese de incidência tributária: Estado não inclui móveis no ITCMD
ii. Ente tributante não dispõe de competência para tributar determinada situação: IPVA sobre Bike, mas Bike não é automotor
b. Não incidência constitucionalmente qualificada:
i. A própria CF delimita a competência do ente federado, impedindo-o de definir determinadas situações como hipótese de incidência de tributos: IMUNIDADE
B) Isenção: dispensa legal do pagamento do tributo pelo ente competente para tributar.
	IMUNIDADE
	ISENÇÃO
	
	Atua na delimitação da competência
Sempre CF, porque competência tá na CF.
Não importa terminologia da CF, se impede cobrança, é imunidade.
195, § 7º fala em isenção, mas é imunidade (STF).
	Atua no não-exercício da competência.
Sempre Legal.
	
C) Alíquota zero: ente tem competência, cria, o fato gerador ocorre no mundo concreto, mas a “obrigação tributária”, por uma questão de cálculo, é nula
CLASSIFICAÇÕES DAS IMUNIDADES
A) QUANTO AO PARÂMETRO PARA CONCESSÃO: Subjetivas, objetivas e mistas
a. Subjetivas: pessoas
	O divisor de águas é o momento do fato gerador
Imunidade subjetiva não exime as pessoas por ela protegidas do dever de pagar o tributo na condição de responsáveis (situação em que pessoas sem relação pessoal e direta com o fato gerador são obrigadas ao pagamento – art. 121, pu, CTN.
Ex.: IR Retido na Fonte.
Ex.: União quando extinguiu a RFFSA passou a ser responsável, por sucessão, pelo IPTU e pela contribuição de melhoria incidentes sobre imóvel que pertencia à companhia.
i. Recíproca
b. Objetivas: objetos
i. Livros, jornais, períodos e o papel destinado à sua impressão (não importa quem é o proprietário, quem venda, quem compra)
c. Mistas: ambas
i. ITR sobre pequenas glebas rurais, assim definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel
B) QUANTO À ORIGEM: ontológicas ou políticas
a. Ontológicas: existiriam mesmo sem previsão no texto constitucional, por serem fundamentais a outros princípios, como isonomia (corolário: capacidade contributiva) e pacto federativo.
i. Instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos
ii. Recíproca
b. Políticas: opção do constituinte
i. Templos
ii. Livros, jornais, periódicos e do papel destinado à sua impressão
C) QUANTO AO ALCANCE: gerais e específicas
a. Gerais: todos os entes, abrangendo diversos tributos, decorrente dos valores protegidos pela regra imunizante (pacto federativo, liberdade religiosa, liberdade de expressão e informação)
b. Específicas ou Tópicas: restringe a um tributo de competência de determinada pessoa política.
i. Imunidades do IPI e ICMS na exportação
ii. Imunidade ao ITBI que beneficia diversas operações societárias
D) QUANTO À FORMA DE PREVISÃO: explícitas e implícitas
a. Explícitas: no Brasil, são a regra, dado o modelo de Constituição analítica. Imunidades políticas são sempre explícitas. Ontológicas podem ser explícitas ou implícitas.
b. Implícitas: existem nos EUA (CF sintética), reconhecida pela Suprema Corte, como no caso da tributação pelo Estado de Maryland do Banco Nacional, em que o Juiz Marshall apontou que o poder de tributar envolve o poder de destruir, e reconehceu a imunidade recíproca implicitamente. Devem ser ontológicas.
E) QUANTO À NECESSIDADE DE REGULAMENTAÇÃO: incondicionadas e condicionadas
a. Incondicionada: norma de eficácia plena e aplicabilidade imediata
i. Recíproca e cultural
b. Condicionada: norma de eficácia limitada, dependendo de regulamentação infraconstitucional
i. Instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos, que somente gozam se cumprirem requisitos previstos em LC
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS EM ESPÉCIE
As mais importantes são as relativas a impostos:
1) IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA: 8.a
	VI - instituir impostos sobre:         (EC 3/93)
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros
Cláusula pétrea: pacto federativo (ADI 939/DF). 
É uma imunidade ONTOLÓGICA, e não política (consequência dos princípios constitucionais) interpretação ampliativa. (nas políticas é restritiva, porque exceções).
Somente se aplica a impostos
[STF] Interpretação extensiva: não somente sobre, todo imposto que possa comprometer o patrimônio, renda e serviços do ente imune.RECÍPROCA E ADM INDIRETA: DESTINAÇÃO (9.a)
a. Imunidade tributária recíproca extensiva: são imunes o INSS, INCRA, Conselhos de Fiscalização Profissional, PJs de Direito Público em geral.
	§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
i. A exigência finalística NÃO EXISTE para a imunidade aplicável aos entes políticos. UNIÃO NÃO PRECISA COMPROVAR DESTINAÇÃO.
ii. Há presunção de destinação pública para as autarquias. Ônus de quem quer tirar a imunidade.
a) INCRA – Não incide ICMS sobre “eventual” exploração econômica de unidade agroindustrial, por estar dentro de sua destinação social não caracteriza atividade econômica
b. ABRANGE as prestadoras de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado - instrumentalidades estatais
i. RE 407099 (2004): ECT EP equiparada à autarquia
ii. Ac 1550-2/RO (2007): Companha das Águas e Esgotos de Rondônia SEM que presta serviço pública
iii. INFRAERO
CAPITAL MAJORITAMENTE ESTATAL
iv. RE 253472/SP (2010): Companhia das Docas de SP: se a participação privada for considerada ínfima, a imunidade não restará prejudicada (99,97% das ações pertenciam a União), em igual sentido o RE 580264/RS (Hospital – União 99,99%, SUS, sem lucro) 
v. RE 253472 – Porto de Santos. Imóveis da União INDEPENDENTE de estar ocupado por empresa delegatária dos serviços portuários 
	Requisitos do STF
a) Restringir-se à propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado
b) Não beneficiar atividades de exploração econômica, destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares
c) Não ter como efeito colateral a quebra dos princípios da livre concorrência e do exercício de atividade profissional ou econômica lícita
	CESPE: A prestação de ações e serviços de saúde por SEM corresponde à própria atuação do Estado, razão pela qual a elas se estende a imunidade tributária, desde que a empresa estatal não tenha por finalidade a obtenção de lucro e o capital social seja majoritariamente estatal.
c. NÃO alcança EP e SEM exploradoras (art. 173 § 2): 
	§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
Este § visa evitar a utilização da máquina estatal para concorrência desleal. Mesmo que seja uma imunidade subjetiva, se a PJ imunizada resolver explorar, não se aplica. É o que deveria ocorrer nas atividades privadas da ECT (que não são serviço postal e correio aéreo nacional). Mas o STF entendeu ser imune, porque: (a) correios se sujeitam a limitações não aplicáveis à iniciativa privada (licitação, concurso e TC); (b) a principal clientela são pessoas sem acesso à moderna rede bancária brasileira, como cidades pequenas, pelo qual não há concorrência, mas universalização dos serviços; (c) há uma baixa nos serviços postais (internet), então, a competência da União de mantê-los, deve ser lida como obrigação de mantê-los (cidades afastadas), o que permitiria o subsídio cruzado: atividades lucrativas para manutenção de atividades não lucrativas de serviço essencial (NÃO HÁ COMO CINDIR)
	MPF 2013 – CORRETA – “O exercício simultâneo de atividades em regime de exclusividade e em regime de concorrência com a iniciativa privada, a exemplo de atividade bancária conhecida como “banco postal” e venda de títulos de capitalização, não se inserindo no conceito de serviço postal – é irrelevante para a incidência da imunidade tributária.”
NÃO IMUNE – SEM NA BOLSA (2020)
	Sociedade de economia mista, cujas ações são negociadas na Bolsa, e que está voltada à remuneração do capital de seus controladores ou acionistas, não tem direito à imunidade tributária recíproca, MESMO QUE PRESTE SERVIÇO PÚBLICO .
Sociedade de economia mista, cuja participação acionária é negociada em Bolsas de Valores, e que, inequivocamente, está voltada à remuneração do capital de seus controladores ou acionistas, não está abrangida pela regra de imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição, unicamente em razão das atividades desempenhadas. STF. Plenário. RE 600867, Rel. Joaquim Barbosa, Relator p/ Acórdão Luiz Fux, julgado em 29/06/2020 (Repercussão Geral – Tema 508) (Info 993).
STF – É IRRELEVANTE PARA IMUNIDADE A ATIVIDADE SER MONOPÓLIO, mas se é lucrativa ou não e se há risco à concorrência – portanto, não se aplica à PETROBRÁS
RE 597015/SP (2017) – “A imunidade recíproca não se estende a empresa privada (PETROBRAS) arrendatária de imóvel público, quando seja ela exploradora de atividade econômica com fins lucrativos. É constitucional a cobrança de IPTU.”
“Sociedade de economia mista com finalidade lucrativa e que for arrendatária de imóvel público não goza de imunidade tributária”
	ATENÇÃO: No âmbito das imunidades religiosa, educacional e assistencial o STF não se preocupa com o tipo de atividade desenvolvida pelo particular locatário, apenas exigindo, para a manutenção da não sujeição ao IPTU, que os rendimentos obtidos com o aluguel sejam empregados pela entidade em suas finalidades essenciais.
RECÍPROCA E ARRENDAMENTO E CESSÃO DE USO DE BEM PÚBLICO
RE 601720/RJ (2017) – “Incide o IPTU considerado imóvel de PJ de direito público cedido a PJ de direito privado*, devedora do tributo” 
*exploradora
Anteriormente, havia o entendimento de que o sujeito passivo do IPTU era o possuidor exclusivo e com ânimo definitivo. Nesse caso, a posse seria precária, então o particular não deveria porque não é sujeito passivo da obrigação tributária; e o público porque é imune. Houve guinada em 2017, sob os fundamentos de que: (a) CF (150, § 3º) exclui até a administração indireta exploradora da imunidade, não faria sentido mantê-la ao particular; (b) viola a concorrência; (c) fragiliza o pacto federativo em poda inconstitucional do poder de tributar do município.
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA: SIM! (2020)
	(2020) Incide a imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, “a”, da Constituição Federal), no caso de contrato de alienação fiduciária em que pessoa jurídica de direito público figure como devedora Não incide IPVA sobre veículo automotor adquirido, mediante alienação fiduciária, por pessoa jurídica de direito público. STF. Plenário. RE 727851, Rel. Marco Aurélio, julgado em 22/06/2020 (Repercussão Geral – Tema 685) (Info 985)
IMUNIDADE RECÍPROCA E OAB
STF 2018 Conselhos de fiscalização, com exceção da OAB, são autarquias federais e gozam de imunidade recíproca. Já a OAB é serviço público independente (não integra a Administração Pública indireta – ADI 3026). Mas também é protegida pela imunidade tributária recíproca por exercer atividade própria de Estado (RE 259976) e isso se aplica tanto as finalidades institucionais (Conselhos) como as corporativas (CAIXAS DE ASSISTÊNCIA AOS ADVOGADOS), pois são órgãos estruturais, mesmos tendo PJs distintas.
· STF 2018 - Igual para Escola da Magistratura do RN (2018) – MAS era tributação de contribuição previdenciária. MAS a própria lei excluía entes federados, e a Escola é parte do ente federado (desconcentração do Poder Judiciário)
PREOCUPAÇÃO COM ELISÃO FISCAL
	§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
O compromisso irretratável de compra e venda é o contrato pelo qual o promitentevendedor se obriga a vender ao promitente comprador determinado imóvel, pelo preço, condições e modo combinados, outorgando-lhe a escritura definitiva assim que ocorrer o adimplemento da obrigação. Geralmente celebrado por construtoras. Como não houve transmissão, o IPTU é de responsabilidade construtora, que geralmente passa a bola contratualmente ao promissário comprador. Mas ela é o contribuinte.
Se o promitente vendedor é um ente imune, o promitente comprador também estaria até o total cumprimento do compromisso e registro da transferência em cartório, MAS NÃO O É GRAÇAS a parte final do § 3º. É resultado de Súmula anterior à CF: ele se torna o contribuinte.
	Súmula 583
Promitente comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano.
IMUNIDADE DOS ESTADOS ESTRANGEIROS
Convenções de Viena de 1961 e 1963: imunidade relativa a impostos e taxas, ressalvadas aquelas decorrentes da prestação de serviços individualizados e específicos. Trata-se de verdadeira isenção, por não estar na CF (tratados tributários são incorporados com hierarquia legal).
Embora seja tecnicamente possível a cobrança de taxas, por gozarem de imunidade de jurisdição, não podem ser executados. A imunidade de jurisdição pode ser renunciada expressamente.
NÃO ABRANGE QUANDO ENTE É MERO CONTRIBUINTE DE FATO.
STF negou imunidade do ICMS incidente sobre fornecimento de energia elétrica.	
	Empresa privada que presta serviços de iluminação pública e é remunerada pelo Município não é beneficiada pela imunidade, pois paga ICMS ao Estado transfere o preço ao usuário. A imunidade pressupõe a instituição do imposto pelo próprio Município (ISS, mas ela paga ICMS).
NÃO ABRANGE SERVIÇOS NOTARIAIS
	Serviço notarial e de registro (atividade estatal delegada), por ser prestado em caráter privado, não é imune ao ISS.
NÃO EXONERA SUCESSOR
Das obrigações tributárias relativas aos fatos jurídicos tributários ocorridos antes da sucessão
	União quando extinguiu a RFFSA passou a ser responsável, por sucessão, pelo IPTU e pela contribuição de melhoria incidentes sobre imóvel que pertencia à companhia. Não há imunidade recíproca por sucessão.
JURISPRUDÊNCIA SOBRE IMUNIDADE RECÍPROCA
	Os valores investidos pelos entes federados, bem como a renda auferida, são imunes ao IOF e IR.
	(2018) Os bens e direitos que integram o patrimônio do fundo vinculado ao Programa de Arrendamento Residencial – PAR beneficiam-se da imunidade recíproca. O patrimônio é da União, a CEF apenas operacionaliza. Não há caráter comercial.
	A Casa da Moeda do Brasil – CMB faz jus à imunidade reciproca, por ser empresa governamental delegatária de serviço público prestado em regime constitucional de monopólio.
	Banco regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) é PJ de D. Privado.
2) IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RELIGIOSA. 
	b) templos de qualquer culto;
	§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
É cláusula pétrea (garantia de direito individual). Somente impostos. 
Constituinte ao falar “templo” disse menos do que queria dizer. Pois há o “templo” (prédio fisicamente considerado propriedade IPTU e ITR) e a “entidade religiosa” (todas as atividades IR sobre oferendas e ISS celebração de casamentos). Se o objetivo é proteger a liberdade religiosa, abrange tudo. [O §4º do art. 150 fala em “entidades”]. 
Por isso [STF], se um imóvel pertencente a ente imune é alugado, não deixa de estar vinculado às finalidades essenciais do ente, desde que os alugueis sejam destinados às finalidades essenciais. 
Logo, o STF também estendeu a cemitérios, desde que (i) extensões de entidades religiosas; (ii) sem fins lucrativos; (iii) se dediquem apenas a serviços religiosos e funerários. No conceito de templo devem ser incluídas as dependências a ele contíguas eventualmente existentes, desde que não empregadas para fins lucrativos.
3) IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DOS PARTIDOS POLÍTICOS, SINDICADOS DE TRABALHADORES E ENTIDADES EDUCACIONAIS E ASSISTENCIAIS SEM FINS LUCRATIVOS. (10.a) (11.a)
É imunidade subjetiva.
IMPOSTO.
Surgiu na CF 46 e foi mantida desde então:
	c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
	§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
	Partidos/
sindicatos
	Princípio democrático.
Sindicatos de EMPREGADORES não foram incluídos.
	Educação/
assistenciais
	Liberdade e capacidade contributiva.
NOVO: Nos exatos termos do voto proferido pelo eminente e saudoso min. Teori Zavascki, ao inaugurar a divergência: 1. "(...) fica evidenciado que (a) entidade beneficente de assistência social (art. 195, § 7º) não é conceito equiparável a entidade de assistência social sem fins lucrativos (art. 150, VI); (b) a CF não reúne elementos discursivos para dar concretização segura ao que se possa entender por modo beneficente de prestar assistência social; (c) a definição desta condição modal é indispensável para garantir que a imunidade do art. 195, § 7º, da CF cumpra a finalidade que lhe é designada pelo texto constitucional; e (d) esta tarefa foi outorgada ao legislador infraconstitucional, que tem autoridade para defini-la, desde que respeitados os demais termos do texto constitucional." 2. "Aspectos meramente procedimentais referentes à certificação, fiscalização e controle administrativo continuam passíveis de definição em lei ordinária. A lei complementar é forma somente exigível para a definição do modo beneficente de atuação das entidades de assistência social contempladas pelo art. 195, § 7º, da CF, especialmente no que se refere à instituição de contrapartidas a serem observadas por elas."
Alcança escolas profissionalizantes do Sistema S. 
Não se limita ao caráter estritamente didático: Curso de idiomas, museu, centro de pesquisas.
	
TEMA 32
A lei complementar é forma exigível para a definição do modo beneficente de atuação das entidades de assistência social contempladas pelo art. 195, § 7º, da CF, especialmente no que se refere à instituição de contrapartidas a serem por elas observadas
IR, IPTU, ISS, ITBI, IOF. (ICMS-compra não porque é mera contribuinte de fato e onera circulação, não patrimônio).
Finalidades essenciais: STF dá interpretação extensiva. Basta o reinvestimento. 
· Declarou imunes o aluguel (SÚMULA 724 STF e SV 53: desde que aplicado nas atividades para quais foram constituídas); 
	SÚMULA 724 STF – Ainda quando alugados a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades do art. 150, VI, c, da CF, desde que o valor dos alugueis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.
· serviço de estacionamento. 
· Utilização de imóvel de entidade de assistência social como clube para fins de recreação e lazer dos funcionários também foi incluída.
· Livraria em imóvel de propriedade de entidade beneficente
· Venda de ingressos de cinema pelo SESC
[STF] Há presunção de que o patrimônio, renda e serviços encontram-se vinculados às suas finalidades essenciais (ônus da prova é da autoridade que quer suspender).
Este papel é do art. 14 do CTN:
	Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; 
II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;
III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
· Nenhum outro requisito pode ser exigido por LO ou ato infralegal
[STF]

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