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Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (lINDB) Art 1° e 2° (vigência das normas) Lei das leis - conjunto de leis que dispõem sobre todas as outras leis brasileiras. Se aplica à todos os ramos do Direito. Os parágrafos deste artigo ainda trazem o caso dos estados estrangeiros, onde o período de Vacatio legis é de 3 meses. O artigo 1° da LINDB diz que toda a lei passa a valer 45 dias após a sua publicação. Vacatio legis: vacância da lei, período em que a lei fica vaga. Para esse período ser diferente é necessário ser mencionado na própria lei. Além disso, se alguma lei for destinada a correção o prazo de Vacatio legis passa a valer a partir da data da nova publicação. Represtinação: restauração da antiga lei revogada por ter a lei revogadora perdido a vigência. Nesse caso a represtinação precisa estar expressa na lei revogadora. O artigo 2° Se a lei não for temporária ela estará em vigor até que se revogue a mesma, ou que seja modificada. O artigo 3° é bastante autoexplicativo, ele diz que ninguém pode justificar o não cumprimento da lei, alegando que não a conhece. O artigo 4° diz que quando houver uma lacuna na lei, quando a lei for omissa, o juiz deve decidir o caso de acordo com as fontes formais do Direito. DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942. O artigo 5° diz que, ao interpretar e aplicar a lei, o juiz deve atender aos fins sociais e ao bem comum. Art 3° - obrigatoriedade das normas Art 4° - integração normativa Art 5° - Interpretação das normas A lei produz efeito imediato e geral para os fatos pendentes e futuros, não retroagindo aos efeitos já produzidos no passado. Art 6° - Direito intertemporal Ato jurídico perfeito: quando todos seus elementos constitutivos já se verificaram, não depende mais de nada, já possui eficácia plena. Ato consumado de acordo com a lei vigente da época. Direito adquirido: o que já se incorporou definitivamente ao patrimônio e à personalidade do titular. Coisa julgada: decisão judicial irrecorrível. Arts. 7º a 19 - Direito Internacional Privado Brasileiro No Brasil, baseia-se na lei do domicílio, determinando as regras quando o assunto versar sobre: a) o começo e fim da personalidade, nome, capacidade e direitos de família. (art. 7º) b) bens móveis trazidos ou destinados ao transporte para outro lugar (art. 8º, § 1º) c) sucessões (art. 10º) d) competência da autoridade judiciária (art. 12º da LINDB) Qualquer sentença estrangeira, para produzir efeitos no Brasil, necessita de homologação do STJ (art. 15º da LINDB) Casamentos no Brasil serão regidos pela lei brasileira. Brasileiros que desejam casar com estrangeiro, só poderão fazê-lo em consulado brasileiro. Questões patrimoniais serão resolvidas onde o casal é domiciliado, se estiverem em países diferentes, será regido pela lei do primeiro domicílio conjugal. Divórcios em território estrangeiro será reconhecido no Brasil após o prazo legal de 1 (um) ano. Arts. 20º ao 30º - Direito Público Administrativo Os artigos 1º ao 19 da LINDB são predominantemente de direito privado. A lei 13.665/18 incluiu 10 artigos (arts. 20º ao 30º) ao com conteúdo de direito público, especificamente de Direito Administrativo, com o objetivo de aperfeiçoar o controle sobre a segurança jurídica e eficiência na criação e na aplicação do direito público. Personalidade e Capacidade Código Civil - art. 1 ao 10 Artigo. 1 O artigo 1° diz que toda pessoa é capaz de exercer direitos e deveres. Artigo. 2 O artigo 2° trata sobre personalidade, informando que a mesma passa a existir assim que a pessoa nasce, embora, o nascituro tenha direitos previstos em lei desde sua concepção. Artigo. 3 O artigo 3° define menores de 16 anos como absolutamente incapazes. Artigo. 4 O artigo 4° define como parcialmente incapazes os: Jovens entre 16 e 18 anos; Viciados em drogas ou bebidas alcoólicas; Pródigos; Aqueles que, por algum motivo, se encontrem, temporariamente ou definitivamente, se encontrem impedidos de exprimir sua própria vontade. É permitido que os parcialmente incapazes pratiquem atos civis, desde que assistidos, sob pena de anulabilidade. Ex: um jovem de 17 anos que vai adquirir um imóvel deve ser assistido por seus responsáveis. Certos atos podem ser praticados por maiores de 16 anoos, sem que haja assistência, como testemunhar ou fazer testamento. Emancipação; Casamento; Formatura em ensino superior; Emprego público Artigo. 5 O artigo 5° define que a menoridade cessa aos 18 anos ou em caso de: Artigo. 6 O artigo 6° define que a existência da pessoa natural termina com a morte. Artigo. 8 O artigo 8° define que se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, sem que se possa averiguar o horário exato de cada, irão ser considerados simultaneamente mortos, o que é chamado de comoriência. Artigo. 7 O artigo 7° declara que pode ser declarada a morte presumida, sem evidência do corpo, nos seguintes casos: Se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida Se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Artigo. 9 O artigo 9° decreta que deverão ser registrados em registro público: Os nascimentos, casamentos e óbitos; A emancipação; A interdição; A sentença declaratória de ausência e de morte presumida. Artigo. 10 O artigo 10° declara que poderão ser feitos em registro público: Nulidade ou anulação do casamento, divórcio, separação judicial e restabelecimento da sociedade conjugal; Reconhecimento de filiação. Importante: Tutor: representantes de menores de idade. Curador: representantes de pessoas incapazes. Menores de 16 anos devem ser representados. Jovens entre 16 e 18 anos devem ser assistido. Art. 11 - Características dos Direitos da Personalidade Os direitos da personalidade são subjetivos e não são patrimoniais. São aqueles direitos que a pessoa tem para defender o que é seu, como: a vida, a integridade, a liberdade, a sociabilidade, a honra, a privacidade, a autoria, a imagem e outros. Tais direitos são: Intransmissíveis Irrenunciáveis Vitalícios Absolutos Ilimitados Art. 12 - Tutela dos Direitos da Personalidade Qualquer pessoa pode pedir que se cessem ameaças ou lesões aos direitos da personalidade. Embora sejam intransmissíveis, se tratando de pessoa falecida, admite-se a legitimação do cônjuge sobrevivente para denunciar conduta ofensiva e lesiva ao nome do cônjuge já morto. Art. 13 ao Art. 15 - Direito ao Próprio Corpo O artigo 13 determina que, com exceção em casos de exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando este colocar em risco a integridade física ou ferir os bons costumes. O artigo 14 determina que é válida a doação do corpo após a morte para fins científicos. Vale ressaltar que tal ato de disposição pode ser revogado a qualquer momento. O artigo 15 determina que ninguém pode ser obrigada a passar por tratamento médico ou cirurgia quando em risco de vida. Art. 16 ao Art. 19 - Direito ao Nome O artigo 16 determina que toda pessoa tem direito a possuir nome e sobrenome. O artigo 17 proíbe o uso do nome de terceiros em casos que possam levar à pessoa ao desprezo público, ainda que essa não seja a intenção. O artigo 18 veda o uso do nome alheio em propagandas comerciais, se sem autorização. O artigo 19 prevê a possibilidade do uso de um pseudônimo para fins lícitos e garante a este os mesmos direitos resguardados para o nome. Art. 20 e Art. 21 - Direito à Privacidade O artigo 20 resguarda os direitos à escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem, exceto em casos autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública. Por fim, o artigo 21 diz que a vida privada de uma pessoa é inviolável. Direito da Personalidade Código Civil - Art. 11 ao 21 Ausência é a presunção de morte da pessoa física para fins civis, em virtude do desconhecimento do paradeiro desta pessoa. Vale ressaltar que ausência não é morte.A declaração de ausência pode ser solicitada por qualquer interessado ou pelo Ministério Público. Quem é o juiz competente para declaração de ausência? "A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio, também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições testamentárias." (art. 49 CPC) A ausência tem três fases: Curadoria dos bens do ausente; Sucessão provisória; Sucessão definitiva. Desaparecimento → Decisão Judicial de Ausência → após 1 ano → Abertura de Sucessão Provisória → Decisão/Sentença → 180 dias → Abertura de Partilha → Imissão na Posse Condicionada a Caução → 10 anos → Sucessão Definitiva = MORTE PRESUMIDA Ausência Código Civil - Art. 22 ao 39 O que é ausência e quem é o ausente? Na primeira fase - se o ausente não tiver deixado procurador para seus bens, ou se este não quiser exercer tal cargo - o juiz deverá nomear um curador para cuidar dos bens do ausente. Quem deverá ser o curador? Quando casado, ou separado de fato por menos de dois anos o cônjuge do ausente que deverá ser o curador. Em falta de um cônjuge, o curador deverá ser os pais ou os descendentes, nesta ordem. E na falta desses, o juiz que deverá nomear o procurador. Curadoria dos Bens (art. 22 ao 25) Sucessão Provisória (art. 26 ao 36) Passando-se 1 ano após a abertura da solicitação de ausência, ou 3 anos no caso do ausente ter deixado procurador, será aberta a sucessão provisória. Na sucessão provisória se os herdeiros forem os ascendentes, descendentes os cônjuge, estes não precisaram prestar conta para herdarem os bens do ausente, caso contrário sim. Além disso, cônjuges, ascendentes e descendentes podem desfrutar dos rendimentos dos bens do ausente, já se tratando de terceiros, pelo menos 50% desses rendimentos deverão ser investidos. Vale ressaltar que nessa fase não é declarada a morte do ausente, portanto seus bens não podem ser vendidos. IMPORTANTE: A sucessão provisória só inicia oficialmente após 180 dias após ser publicada. Sucessão Definitiva (art. 37 ao 29) Passando-se 10 anos depois do trânsito em julgado da sucessão provisória, ou 5 anos em caso de o ausente ter mais de 80 anos, será aberta a sucessão definitiva, onde os herdeiros poderão tomar posse e usufruir dos bens do ausente. Nessa fase a morte do ausente é declarada. Se o desaparecido voltar em até 10 anos após ser aberta a sucessão definitiva, o mesmo poderá ter seus bens de volta, após esses 10 anos não. De direito público Interno Externo De direito privado Interno: São pessoas jurídicas de direito público interno (art. 41) aquelas que se encontram dentro da República Federativa do Brasil. Temos então: I - a União (pessoa jurídica que representa a República Federativa do Brasil); II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - as autarquias e associações públicas (serviços autônomos que exercem atividades típicas da Administração Pública, como o INSS, por exemplo); V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. Externo: São dos estados estrangeiros e demais organizações regidas por leis estrangeiras As pessoas jurídicas de direito público são responsáveis por atos que causem danos a terceiros, desde que se observe que tal ato tenha sido cometido por uma pessoa jurídica de direito público ou por um agente público em serviço e que este tenha causado dano, observando-se o nexo de causalidade. Pessoa Jurídica Pessoa natural = ser humano, pessoa física. Pessoa jurídica = grupo de pessoas e bens com uma finalidade em comum, que se unem com o respaldo da lei. A pessoa jurídica possui personalidade e capacidade jurídica própria. A ela se aplicam, então, os direitos e a proteção aos direitos da personalidade. Pessoa Jurídica de Direito Público art. 40 ao 52 Conceito Classificações Nexo causal ou nexo de causalidade: O nexo de causalidade é o meio pelo qual se demonstra que determinado efeito danoso decorreu diretamente da conduta de determinado agente, ainda que está não possua dolo ou culpa. Analisando o ato e percebendo que este possui responsabilidade subjetiva, ou seja, que haja culpa ou dolo por parte do agente público, este poderá ser condenado pagar indenização em favor do terceiro afetado (direito regressivo). Pessoa Jurídica de Direito Privado São pessoas jurídicas de direito privado (art. 44): I - as associações (organização que não possui fins econômicos ou lucrativos); II - as sociedades (art. 981 - grupo de pessoas que reciprocamente contribuem em busca de uma finalidade e que possui fins lucrativos); III - as fundações (destinação de um patrimônio em prol de uma finalidade); IV - as organizações religiosas ; V - os partidos políticos; VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada - EIRELI (pessoa jurídica com apenas um titular, que tem como capital social um mínimo de 100 salários mínimos. Existência da Pessoa Jurídica A existência da pessoa jurídica se inicia legalmente com o registro desta, onde conste: I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. Representação da Pessoa Jurídica Os atos dos seus administradores, dentro de seus poderes, representarão a pessoa jurídica (art. 47). Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso (art. 48). Na falta de uma representação para a pessoa jurídica o juiz pode, a pedido de qualquer interessado, nomear um administrador provisório (art. 49). O fim da pessoa jurídica se da pela dissolução da mesma (as formas de dissolução estão previstas no artigo 1.033 do Código Civil). Em caso de dissolução de uma pessoa jurídica, esta ainda ficará valendo até que haja total liquidação de débitos e créditos. A dissolução da pessoa jurídica deverá ser registrada no mesmo local em que esta foi inscrita. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz desconsiderá-la (art. 50). Fim da Personalidade Jurídica Associações art. 53 ao 61 União de pessoas (físicas ou jurídicas) que se unem para fins não lucrativos. Conceito Sobre os Associados das Associações Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos, apenas perante a associação. (art. 53, parágrafo único). Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais (art. 55). A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário. Em caso de transferência de quota ou fração dos associados patrimoniais, seja por alienação ou herança, não será juntamente transferível o título de associado, salvo disposição contrária (art. 56). Ninguém deve ser obrigada a associar-se ou permanecer associado à qualquer associação (art. 5°, CF). Um associado poderá ser excluído de uma associação contra sua vontade em casos de justa causa, devidamente declarada no estatuto (art. 54, II), tendo este, ainda, direito à defesa e recurso, de acordo com o estatuto (art. 57). Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, salvo disposição prevista em lei ou no estatuto (art. 58). É necessário convocar assembleia geral para destituir os administradores ou alterar o estatuto. Tal regra não pode ser mudada nem mesmo através do estatuto, embora este possa prever outros casos competentes à convocação de assembleia geral. Deverá conter na convocação da assembleia, quando o assunto destafor algum dos incisos previstos no artigo 59, especificadamente sobre o que ela tratará. O quórum e os critérios de eleição dos administradores deverão estar previstos no estatuto (art. 59); O estatuto deverá prever em quais casos serão convocados os órgãos deliberativos. No entanto, estes poderão ser convocados fora desta previsão mediante solicitação de 1/5 dos associados. Sobre o Fim das Associações Sobre o Estatuto das Associações As associações nascerão e passarão a ter personalidade jurídica após terem seu estatuto (contrato social da associações) registrado no Cartório de Registro Civil de Pessoa Jurídicas. Tais estatutos deverão conter, sob pena de nulidade: I - a denominação, os fins e a sede da associação; II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; III - os direitos e deveres dos associados; IV - as fontes de recursos para sua manutenção; V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. Em caso de dissolução das associações seu patrimônio não poderá ser dividido entre seus associados, pois esta não possui finalidade econômica. Seu patrimônio poderá então: Servir como restituição de quotas ou frações que associados possuam; Ser destinado à outra instituição de finalidade semelhante, prevista no estatuto ou - em caso do estatuto ser omisso - decidida por assembleia geral. (Caso não exista no território associação de finalidade semelhante seu patrimônio deverá ser devolvido à Fazenda.) Através de deliberação dos associados, aqueles que tiverem feito contribuições ao patrimônio da associação poderão serem restituídos, com atualização no respectivo valor, antes da destinação remanescente. Fundações art. 62 ao 69 Reunião de bens, formando uma pessoa jurídica, destinados à uma finalidade. A fundação somente poderá constituir-se para fins de: I – assistência social; II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III – educação; IV – saúde; V – segurança alimentar e nutricional; VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; IX – atividades religiosas; Vale ressaltar que uma fundação pode ter mais de uma destas finalidades previstas no art. 62. Conceito Criação Para criar uma fundação seu instituidor deverá fazer uma escritura pública (quando ainda em vida) ou declarar em testamento a dotação de seus bens livres a criação desta. Neste documento deverá estar previstas as finalidades da fundação e a forma de administra-lá. Bens da Fundação Os bens destinados a dotação para a criação de uma fundação devem ser livres e suficientes. Quem analisará se tais bens são ou não suficientes é o Ministério Público. Percebendo-se que estes são insuficientes para a criação de uma fundação, se não previsto pelo instituidor outro modo, tais bens serão destinados a outra fundação de finalidade igual ou semelhante. (art. 63) Além disso, a dotação de bens livres é irreversível e, quando em vida, o instituidor é obrigada a transferir tais bens para a pessoa jurídica que a sociedade formar, caso contrário, tais bens poderão ser transferidos para a fundação através de mandato judicial (art. 64). Vale ressaltar que o Ministério Público responsável pela fundação é o MP do Estado em que esta estiver situada, caso esteja situada em mais de um território caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público. Alteração do Estatuto das Fundações Para alterar o estatuto das fundações (art. 67) é necessário que estas alterações não mudem a finalidade da fundação (II), que sejam aprovadas por 2/3 dos administradores da (I) e, também pelo Ministério Público (III). Caso o ministério Público não se manifeste no prazo de 45 dias sobre as alterações ou que negue estas, os interessados poderão recorrer ao juiz. Em caso de minoria vencida, estas terão o direito de impugnar as alterações em um prazo de 10 dias. Criação Uma fundação poderá ser extinta quando se tornar ilícita, impossível ou inútil a finalidade desta ou quando o prazo de sua existência terminar. Nesses casos o Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção. Após isso seu patrimônio será destinado a outra fundação, designada pelo juiz, com finalidade igual ou semelhante, salvo caso contrário expresso no ato constitutivo. Aquele que decorre da vontade da vontade da pessoa Domicílio geral ou comum - art. 70 ao 75 Usado para efeitos jurídicos gerais É considerado domicílio da pessoa o lugar onde ela reside definitivamente (art. 70) ou, em caso de possuir mais de uma residência, qualquer uma delas (art. 71), o lugar onde ela exerce suas atividades profissionais (art. 72) ou, quando esta não possuir residência, qualquer lugar que ela possa ser encontrada (art. 73). O código civil ainda trata sobre a mudança de domicílio (art.74) e quais deverão ser os domicílios das pessoas jurídicas (art. 75). Especial - art. 78 Também chamado de domicílio de eleição ou contratual, é aquele estipulado pelas partes em um contrato. Domicílio Moradia: o lugar onde a pessoa é encontrada temporariamente (estadia) Residência: pressupõe-se maior estabilidade da pessoa na medida em que é o lugar onde ela é encontrada habitualmente art. 70 ao 78 Domicilio voluntário: Domicilio necessário: São aqueles determinados pela lei. Possuem domicílio necessário domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo, o preso (art. 76) e agente diplomático (art. 77). Dos bens art. 79 ao 103 Bens são coisas materiais ou imateriais, úteis as pessoas, que possuem expressão econômica e são suscetíveis de apropriação. Bens Imóveis (art. 79 ao 81) São bens imóveis o solo e tudo aquilo que se incorporar à ele naturalmente - quando não há participação humana, como vegetação, árvores, etc. - ou artificialmente - casas, prédios (art. 79). Consideram-se imóveis para os efeitos legais os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram e o direito à sucessão aberta (art. 80). As edificações que forem separadas do solo, mas que tenham sua composição conservada, ou materiais de construção retirados de um imóvel para nele se reempregarem posteriormente, também são considerados bens imóveis (art. 81). Bens Móveis (art. 82 ao 84) São bens móveis tudo aquilo que se move por força própria - semoventes, como os animais - ou aqueles que se movem por força alheia - como automóveis, por exemplo - desde que não haja alteração de suas substâncias ou finalidades (art. 82). Para efeitos legais, são considerados bens móveis as energias que tenham finalidade econômica - energia elétrica, hidráulica, etc. - (art. 83). Também são bens móveis aqueles materiais de construção que conservem sua qualidade - como aqueles destinados à uma construção quando ainda não forem empregados à ela - ou que readquiram esta qualidade - como os materiais provenientes de uma demolição (art. 84). Os direitos reais sobre bens móveis ou os direitos pessoais também se consideram móveis (art. 83). Bens Fungíveis (art. 85) Bens fungíveis são bens móveis que posso substituir (ex: dinheiro). Bens infugíveis são aqueles com valor especial. (ex: troféus, obras de arte, animais). Um bem fungível pode tornar- se infugível (ex: um livro autografado com dedicatória). Embora o texto do artigo traga como bens fungíveis os bens móveis, os bens imóveis, em alguns casos, podem ter a qualidade de fungíveis também, como em um contrato de permuta onde não haja especificidades de troca. São bens consumíveis aqueles bens móveis aos quais importam sua destruição de suas substâncias - como a comida e o combustível. Bensinconsumíveis são aqueles que são reutilizáveis - como um livro, um carro ou uma roupa. São também consumíveis aqueles que são destinados a alienação (consuntibilidade jurídica) - como um livro colocado à venda. A vontade da pessoa também pode influenciar consuntibilidade do bem, ou seja, um bem consumível pode, por vontade da parte, tornar-se inconsumível. São bens singulares aqueles que, mesmo estando em coletivos, são autônomos por si. Os bens singulares se dividem em bens singulares simples e compostos: Os bens singulares simples são aqueles em que os componentes do bem fazem parte dele pela própria natureza. Já os bens singulares compostos são aqueles em que os componentes do bem foram postos através do trabalho do homem. São bens coletivos aqueles que formam um conjunto de bens singulares, pertencem à alguém e possuem uma finalidade ou destinação específica (universalidade de fato). Universalidade de direito: é o conjunto de bens, determinados pela lei para situações jurídicas, pertencem a alguém e possuem valor econômico, ex: patrimônio. São bens divisíveis aqueles que se pode fracionar sem que se altere sua substância, seu valor e sua finalidade - como um carregamento de areia, um crédito, etc. Já os bens indivisíveis são aqueles que ao serem fracionados perdem sua finalidade, valor ou substância - como um carro ou um celular, por exemplo. (art. 87). Os bens divisíveis podem se tornar indivisíveis pela lei ou por vontade de alguma parte (art. 88). Bens Consumíveis (art. 86) Bens Divisíveis (art. 87 e 88) Bens Singulares e Coletivos (art. 89 ao 91) Bens Reciprocamente Considerados (art. 92 ao 97 Ao falarmos de bens reciprocamente considerados estamos falando de um bem em relação à outro bem. Bem principal = tem existência própria, existe por si só; Bem acessório = a existência depende do principal. Os bens acessórios são divididos em propriamente ditos e pertenças. (art. 92) O bem acessório propriamente dito é aquele que segue a classificação do bem principal (princípio da gravitação jurídica). Já o bem acessório pertença é aquele cuja classificação não segue a do bem principal, como por exemplo os móveis de uma casa (art. 93). Tirando casos excepcionais, os negócios jurídicos referentes aos bens principais não abrangem as pertenças (art. 94). Os bens podem gerar frutos ou produtos, que são considerados bens acessórios. A diferença entre frutos e produtos é que os frutos podem se regenerar, enquanto os produtos não. Os frutos ainda podem ser classificados em naturais, que se regeneram pela natureza; industriais, que se regeneram pela ação do homem; ou civis, que se regeneram em cima de juros, por exemplo. Além dessa classificação os frutos podem ser classificados de acordo com a relação que possuem com seu bem principal em: colhidos ou percebidos, que são aqueles que já foram separados do seu bem principal; pendentes, que ainda estão ligados ao bem podem ser objetos de negócio jurídico (art. 95). Benfeitorias são acréscimos ou melhoramentos aos bens. Estas podem ser divididas em: voluptuárias - que servem apenas como enfeite, por exemplo; úteis - melhoram o bem; e necessárias - com fim de conservar o bem (art. 96). Não são consideradas benfeitorias: as acessões naturais, ou seja, aqueles acréscimos ocorridos de forma natural, que não tenha sido feito pelo trabalho do homem acessões naturais; as acessões industriais, como a construção de uma casa em um terreno; ou a obra humana em relação à matéria prima, como uma pintura feita em uma tela (art. 97). Bens Públicos (art. 98 ao 103) Bens públicos são aqueles que pertencem às pessoas jurídicas de direito público interno - União, estados, municípios, autarquias e fundações (art. 98). Os bens públicos podem ser (art. 99): De uso comum do povo: como exemplos temos rios, mares, estradas, ruas e praças. De uso especial: são aqueles edifícios destinados à um serviço público. Dominicais: são aqueles que não estão em condição de uso comum do povo nem de uso especial, como um terreno baldio pertencente à prefeitura. Os bens de uso comum e especial são inalienáveis (art. 100). Já os dominicais são alienáveis (art. 101). Desafetação: transformação de um bem de uso comum do povo ou de uso especial em dominical, à fim de alienação. Os bens públicos não estão sujeitos à usucapião (art. 102). Os bens públicos de uso comum podem ser gratuitos ou não, tal característica não muda sua classificação - um bom exemplo é os pedágios das rodovias. (art. 103) FATOS JURÍDICOSFatos Jurídicos Ordinários Extraordinários Fato Jurídico Fatos Naturais Fatos Humanos Lícitos Ilícitos Atos Não Negociais Atos Jurídicos Negociais (Negócio Jurídico) São aqueles fatos provocados por eventos naturais. Estes podem ser divididos em: Ordinários: Ocorrem naturalmente, independente da vontade humana e podem ser previstos. Ex: nascimento, morte, maioridade civil, etc. Extraordinários: São aqueles que ocorrem também pela natureza, mas que não podem ser previstos pelo homem. Ex: casa destelhada por vendaval, perda de veículo por enchente, desvio de curso de um rio, etc. Também chamados de atos jurídicos, são aqueles fatos provocados pela ação humana. Estes podem ser divididos em: Ilícitos: São os praticados com negligência, imprudência ou imperícia. Lícitos: Que ocorrem de acordo com a lei. Os fatos humanos lícitos são classificados em: Atos não negociais (atos jurídicos e sentido estrito): Praticados pela pessoa sem intenção negocial. Ex: apropriação de um sofá abandonado. Atos jurídicos negociais (negocio jurídico): Praticados com intenção negocial. Ex. contrato de compra e venda, testamento , etc São todos os acontecimentos relevantes para o direito, com consequências para o mundo jurídico. Fato Jurídico Fatos Naturais Fatos Humanos Negócio jurídico é aquele fato jurídico humano praticado com intenção negocial. As pessoas podem realizar negócios jurídicos a fim de adquirir direitos, extinguir direitos, modificar direitos ou conservar direitos. Os negócios jurídicos possuem diversas classificações. Vamos ver cada uma! Quanto ao número de declarantes: Unilaterais: depende da manifestação da vontade de apenas uma parte (não necessariamente uma única pessoa). Ex: testamento Bilaterais: depende da manifestação da vontade de duas partes. Ex: contrato de compra e venda Plurilaterais: Depende manifestação da vontade de mais de uma parte. Ex: contrato de sociedade. Quanto as vantagens patrimoniais: Gratuitos (benéficos): quando somente uma das partes tem ônus, ou somente uma tem bônus. Ex: doação, renúncia de posse. Onerosos (sinalagmáticos): ambas as partes obtém vantagens. Ex: contrato de compra e venda. Estes ainda podem ser: - Comutativos: são aqueles que possuem proporcionalidade. Ex: contrato de compra e venda - Aleatórios: a prestação das partes não são proporcionais e dependem de fatos incertos. Ex: contrato de assistência funeral, seguro ou plano de saúde. Neutros: não possuem atribuições patrimoniais. Bifrontes: podem ser tanto gratuitos quanto onerosos, depende da vontade das partes. Ex: contrato de depósito, no qual a pessoa decide se quer ou não cobrar por este. Quanto a forma Formais ou solenes: devem respeitar a forma prevista em lei. Ex: casamento, cheque, etc. Não formais ou não solenes: podem ser realizados de acordo com a vontade das partes. Ex: recibos Quanto ao momento em que produzirá efeitos Intervivos: produzem efeitos enquanto a pessoa está viva. Ex: contrato de locação. Mortis causa: produzem efeitos somente após a morte da pessoa. Ex: testamento. Classificação dos Negócios Jurídicos NEGÓCIO JURÍDICONegócios Jurídicos Art. 104 ao 114 Quanto a existência Principais: quando este existir por si mesmo. Ex: contrato de locação. Acessórios: existem em razão de outro contrato principal. Ex: garantia, multa em contratos. De acordo com o artigo 104 do Código Civil, para que um negócio jurídico exista e seja válido ele necessita: I - agente capaz (quem está fazendo o negócio jurídico); II - objeto lícito,possível, determinado ou determinável (o quê esta sendo negociado); III - forma prescrita ou não defesa em lei (como será feito este negócio jurídico). Agente capaz É importante ressaltar que o princípio da autonomia e da vontade está sempre presente nos negócios jurídicos. Dessa forma, agente capaz é qualquer pessoa (física ou jurídica) que possua capacidade de manifestar sua vontade, de exercício ou de fato (capacidade plena). No entanto, as pessoas incapazes também podem realizar negócios jurídicos, desde que devidamente representados ou assistidos. Objeto lícito, possível, determinado ou determinável Lícito: de acordo com as normas jurídicas, com a moral e com os bons costumes. Possível: é aquele que é exequível. Determinado: objeto certo descrito pela quantidade, gênero e qualidade Determinável: é o objeto certo, descrito pela quantidade e pelo gênero, mas sua qualidade não é descrita ou está incompleta. Validade dos Negócios Jurídicos Caso um relativamente incapaz celebre um negócio jurídico sem a devida assistência nós deveremos observar o art. 105 do código civil, que diz que tal incapacidade não poderá ser relatada pela outra parte, apenas pelo próprio incapaz ou por seu assistente. Além disso, o artigo também nos diz que, caso haja no negócio jurídico co-interessados capazes o negócio apenas será anulado também para ele se o objeto negociado for indivisível. O artigo 104 do código civil expressa que para que um negócio seja válido é necessário que seu objeto seja possível. No entanto o artigo 106 nos diz que quando esta impossibilidade for relativa (apenas para o devedor ou quanto ao tempo) ou quando essa impossibilidade for ligada à uma condição que poderá cessar-se o negócio jurídico não será invalidado. Em regra, de acordo com o artigo 107 do Código Civil, a validade de um negócio jurídico não depende de forma especial, se não quando a lei expressamente o exigir. Ou seja, se não houver uma regra prescrevendo como deverá ser a forma de determinado negócio jurídico, ou quando não houver lei proibindo determinada forma, esta poderá ser feita de forma livre e consensual. Sendo assim, a regra posta pelo nosso Código Civil é a forma livre, a exceção é a forma especial. Ex: recibos, que podem ser feitos livremente, sem que haja uma regra expressa pela lei de como este deve ser feito. Forma prescrita ou não defesa em lei Prescrita em lei (forma especial): É a forma que está determinada pela lei. Ex: cheque (lei 7.357/1985), certidão de casamento. Não defesa em lei: É a forma que não está proibida ou vedada por alguma lei. Artigo 108 e artigo 109 O artigo 108 do Código Civil diz que, não dispondo a lei o contrário, se faz necessário escritura pública para negócios jurídicos que tratem sobre os direitos reais sobre imóveis de valor superior à trinta salários mínimos. Já o artigo 109 nos diz que os próprios contratantes podem exigir escritura pública para determinado negócio jurídico, sendo assim, este só valerá com a respectiva escritura pública. Reserva Mental (art.110) Reserva mental é a divergência existente entre a vontade declarada e a vontade íntima da pessoa. Dessa forma, o artigo 110 nos diz que, em caso de reserva mental, permanecerá vigente a manifestação de vontade que estiver expressamente declarada, salvo em casos em que a outra parte tenha conhecimento da reserva mental. "Quem cala consente?" (art. 11) Em regra é necessário que os negócios jurídicos tenham manifestação da vontade expressa. No entanto o silêncio da pessoa serve como concordância para os negócios jurídicos apenas quando as circunstâncias o autorizarem - ou seja, em casos autorizados pela lei, pelas circunstâncias ou por costume - e não for necessária declaração de vontade expressa. Interpretação dos Negócios Jurídicos Art. 112 - Intenção VS Texto Quando houver divergência em alguma cláusula contratual será necessário fazer uma interpretação desta. Nesses casos, ao haver uma divergência entre o texto e a intenção do serviço prestado, prevalecerá a intenção. Art. 113 - Princípio da Boa-Fé Como dito anteriormente, quando houver divergências em um negócio jurídico é necessário que este seja interpretados. Dessa forma, o artigo 113 nos traz quais requisitos devem ser seguidos ao interpretarmos um negócio jurídico: I - É necessário levar em consideração o comportamento das partes ao cumprir o contrato após este ter sido realizado. II - Também é necessário observar os usos e costumes que existem no local de celebração do contrato e as práticas comuns ao mercado. III - Princípio da Boa-Fé Boa fé subjetiva: diz respeito à crença interna da pessoa, quando está realiza um negócio jurídico acreditando que este está nos termos da lei. Boa fé objetiva: é um modelo de conduta baseado na honestidade das partes envolvidas no negócio jurídico. O artigo 113 do Código Civil trata especificamente da Boa-Fé objetiva IV - Regra do contra proferentem: a interpretação ao contrato deverá sempre ser mais benéfica à parte que não o redigiu, se for possível identificá-la. V - Regra da Vontade Presumível e da Razoabilidade: é necessário levar em consideração a negociação das partes prévia ao contrato. Também é necessário levar em conta os critérios econômicos do momento da assinatura do contrato. §2° - No entanto o parágrafo segundo diz que as partes poderão inserir no contrato regras de interpretação e de integração diferentes daquelas previstas em lei. Artigo 114 - Interpretação Estrita dos Negócios Benéficos e Renúncia O artigo 114 nos diz que quando o negócio jurídico se tratar de negócios benéficos (quando somente uma das partes tem ônus ou bônus) ou da renúncia de direitos sua interpretação deve ser feita de forma estrita (aquela que se limita ao texto). Conceito Representação: agir juridicamente em nome de outra pessoa (natural ou jurídica). Representação legal: a lei define quem vai representar a outra. Ex: os pais representando uma criança, o síndico representando o condomínio Representação convencional ou voluntaria (pelo interesse da parte): ocorre quando uma pessoa escolhe por vontade própria outra pessoa para lhe representar. Classificações Artigo 116 - Toda vez que o representante realizar um ato em nome do representado, nos limites de seus poderes, este ato surgirá efeitos em nome do representado e não em nome do representante. Isto ocorre tanto na representação legal quanto na voluntária. Artigo 117 - Em regra, o representante não poderá celebrar negócios consigo mesmo, salvo disposição contrária em lei ou por vontade expressa do representado. O negócio jurídico que assim for feito é anulável. Além disso, também é vedado que o representante substabelecido realize negócios com o representante substabelecente ou consigo mesmo. O que é representação substabelecido? É aquele representante para qual o primeiro representante transfere seus poderes. REPRESENTAÇÃORepresentação Art. 115 ao 120 Efeitos Deveres do representante (art. 118) O representante tem por obrigação, quando estiver exercendo tal função, de provar sua qualidade de representante e também seus poderes, caso contrário ele poderá responder civilmente por seus atos. Na representação legal de pessoas naturais através de documentos de registro civil ou judiciais e na representação legal de pessoas jurídicas através de documentos de registros. Já na representação voluntária esta prova será através de procuração. Quando um negócio jurídico for realizado com conflito de interesses entre o representante e o representado, este negócio é anulável, desde que a parte com quem este tenha tratado tenha conhecimento de tal conflito. O conflito de interesses pode acontecer por dois motivos: abuso de direito ou por excesso de poder. Vale ressaltar que o conflito de interesses pode acontecer tanto na representação legal quanto na voluntária. O prazo para solicitação de anulação de negócio jurídico que possua conflito de interesses é de 180 dias. Conflito de interesses (art. 119) Regulamentação da Representação A regulamentaçãoda representação legal é dada pelas normas especiais ou pelo código civil, e a da representação voluntária é dada pela Parte Especial do Código Civil (art. 653 a 692) CONDIÇÃOCondição art. 121 ao 130 Conceito (art. 121) Condição é uma cláusula que é inserida no negócio jurídico pela vontade das partes, e que sujeita a eficácia do negócio a um evento futuro e incerto. Vale ressaltar que as exigências da lei não são consideradas condições voluntárias, mas sim condições legais, portanto não se encaixam neste capítulo do Código Civil. Fases da Condição Pendência: a condição está pendente, ainda não ocorreu. Implemento: A condição foi realizada, ocorreu. Frustração: A condição não se realizou não ocorreu. Classificações Condição suspensiva (art. 125 e 126) Enquanto não se realizar a condição apresentada o negócio jurídico não surtirá efeitos. Se não ocorrer a condição o negócio não surtirá efeitos. Caso forem feitas novas disposições incompatíveis com as condições quando o objeto estiver sob condição suspensiva pendente, tais disposições não terão valor, desde que a condição tenha conhecimento de terceiros. Condição resolutiva (art. 127 e 128) É quando com a condição põe fim a eficácia do negócio jurídico. Caso a condição não ocorra o negócio jurídico permanecerá surtindo seus efeitos. Quando o negócio jurídico for periódico o fim da eficácia só acontecerá a partir da condição, tendo os direitos adquiridos anteriormente já assegurados, salvo em disposição contrária. Condições Inválidas Condições Ilícitas São ilícitas as condições contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes e também aquelas que forem perplexas (ou seja, incompreensíveis ou contraditórias, impedindo assim que o negócio jurídico produza efeifos) ou puramente potestativas (ou seja, posta pelo puro arbítrio de apenas uma das partes). Serão invalidadas os negócios jurídicos que possuírem condições ilícitas, perplexas e suspensivas fisicamente ou juridicamente impossíveis. Condições Impossíveis As condições podem ser: Fisicamente possíveis: são aquelas que são possíveis pela lei da natureza, ou seja, não há nas leis da natureza ou nas leis da física algo que impeça a condição de acontecer Fisicamente impossíveis: são aquelas que não são possíveis de ser realizadas, ou pelas leis da natureza ou pelas leis da física. Juridicamente possíveis: são aquelas que não contrariam o ordenamento jurídico Juridicamente impossíveis: são aquelas que contrariam o ordenamento jurídico. O artigo 124 do Código Civil trás que serão consideradas inexistentes as condições resolutivas impossíveis física ou juridicamente. Vale ressaltar que elas não invalidarão o negócio jurído, apenas serão ignoradas as condições. Implemento Malicioso da Condição (art. 129) Quando alguém agir de ma-fé para impedir a implementação da condição o juiz irá verificar a condição, ou seja, irá considerar como se a condição tivesse efetivamente ocorrido. Quando alguém agir de má para implementar a condição o juiz deverá considerar como não verificada a condição, ou seja, como se a condição não tivesse ocorido. Quando a condição ocorrer e houver o implemento da condição nós dizemos que reputa-se verificada a condição. Se a condição não ocorrer e houver a frustação da condição, dizemos que reputa-se não verificada a condição. Direito Eventual Sob Condição (art. 130) A pessoa que for titular de um Direito Eventual pode tomar as medidas necessárias para conservar esse direito. Direito eventual: direito incompleto que ainda não se concretizou e depende de um evento futuro para se concretizar. TERMOTermo Conceito Termo é o momento que se inicia ou se extingue a eficácia de um negócio jurídico. Classificações Podemos classificar os termos de diversas formas. Termo final e termo inicial Quando inicia - Termo inicial: Quando um negócio jurídico está sujeito a um termo inicial ele somente poderá ser exercido após a ocorrência do termo. Vale ressaltar que, de acordo com o artigo 131 do código civil, embora o termo inicial suspenda o exercício do direito, ele não suspende a aquisição deste. Quando extingue - Termo final Termo certo e incerto O termo é um evento futuro (porque ainda não ocorreu) e certo (porque temos certeza que vai ocorrer). Apesar disso ele pode ser certo e incerto: Certo: quando sabe se que vai ocorrer e quando vai ocorrer. Ex: 15 de janeiro de 2019 Incerto: quando sabe-se que vai ocorrer, mas não quando vai ocorrer. Ex: morte Termo convencional, de direito ou de graça Termo convencional: aquele que as partes, por vontade própria, inserem em um negócio jurídico. Termo de direito (legal ou judicial): é aquele definido pela lei ou determinado pelo juiz. Termo de Graça: é aquele conferido pelo juiz ao devedor para aumentar o prazo de pagamento de uma dívida ou para o parcelamento de uma dívida. Termo essencial ou não-essencial Essencial: quando o termo é essencial para a efetividade do negócio jurídico e fora do momento determinado não possuirá efeito ou utilidade. Não essencial: é aquele que, se realizado fora do momento determinado, não afetará a eficácia do negócio. Disposições O artigo 135 do código civil nos diz que as disposições que cabem às condições suspensiva e resolutivas também se aplicam ao termo inicial e final. art. 131 ao 135 PRAZOSPrazos Conceitos Prazo é o período de tempo que vai do termo inicial ou da declaração de vontade ao termo final. Os prazos são divididos em prazos certos ou incertos: Prazo certo: determinado à termo certo, ou seja, que possui data. Prazo incerto: determinado à termo incerto, ou seja, não sabemos quando vai ocorrer. Os prazos podem ser computados em: Dias Meses Anos Horas Convencionais Art. 132 Os prazos são computados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento, salvo disposição contrária em lei ou por vontade das partes. Ou seja, ao contar um prazo nós não contamos o primeiro dia e contamos o último dia. §1° - Se o dia do vencimento cair em um feriado o prazo deverá ser prorrogado até o seguinte dia útil. §2° - Quando estiver expresso no contrato um prazo incluindo meado de algum mês, deverá ser considerado meado o dia 15. §3° - Já os prazos que possuem expressos apenas os meses e anos finais deverão levar em conta o mesmo dia de inicio ou, na falta de um correspondente para este, no primeiro dia em imediato. §4° - Já quando os prazos forem fixados em hora, deverão ser contados minutos por minutos. Art. 134 Os contratos feitos em vida que não possuírem prazo devem ser cumpridos imediatamente, salvo os casos em que o cumprimento desses negócios dependerem de um lugar diverso ou de tempo. Art. 133 Quando houver duvida nos prazos em testamentos ou em contratos, este deverá presumir-se em favor do herdeiro ou do devedor, salvo em casos em que o prazo favorece o credor ou ambas as partes expressamente no contrato ou pelas circunstâncias do negócio. art. 132 ao 134 ENCARGOEncargo Conceito O encargo é uma restrição imposta a um negócio jurídico gratuito. Dessa forma, o encargo impõe um obrigação ou um ônus em troca do benefício trazido pelo negócio jurídico gratuito. Vale ressaltar que o encargo é um elemento acessório dos negócios jurídicos e que somente existirá pela vontade da parte que manifestou o negocio gratuito. Não deve-se confundir encargo com contraprestação. Art. 136 O encargo não suspender a aquisição nem o exercício do direito posto em questão - ou seja, o beneficiário da liberalidade pode exercer seu direito imediatamente após o termo inicial - salvo em casos em que o encargo for determinado expressamente pelo disponente como condição suspensiva. Descumprimento do Encargo Quando o beneficiário consumar um negócio jurídico gratuito com encargo, o encargo gerará uma obrigação para o beneficiário que a aceitou, como diz a redação do artigo 553 do Código Civil, por exemplo. Caso o beneficiário não cumprir com o encargo, o disponente poderá ajuizar açãode obrigação a fim de fazer com que o beneficiário cumpra o encargo ou ajuizar ação de revogação da liberalidade por conta do descumprimento do encargo. Encargo Ilícito ou Impossível Quando o encargo for ilícito ou impossivel este será ignorado e não invalidará o negócio jurídico. No entanto, se estiver expresso no negocio jurídico que o encargo é o motivo determinante da liberalidade, tal negócio será invalidado. art. 136 e 137 DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO Defeitos do Negócio Jurídico Defeitos jurídicos são vícios que incidem sobre a vontade e sobre o consentimento da pessoa ou que tenha sido realizado com a intenção de prejudicar terceiros. Conceito Vícios de Consentimento Vício que incide sobre a vontade da pessoa. Ou seja, nesses casos há uma divergência entre a vontade real da pessoa e a vontade declarada. Exemplo: assinar um cheque sob ameaça. São vícios do consentimento: Erro (art. 138 ao 144 do CC) Dolo (art. 145 ao 150 do CC) Coação (art. 151 ao 155 do CC) Estado de Perigo (art. 156 do CC) Lesão (art. 157 do CC) Vícios Sociais Considera-se vício social o vício que foi realizado com a intenção de prejudicar terceiros, ferir a lei ou a boa-fé. É considerado vício social: Fraude contra credores (art. 158 ao 155 do CC) ERRO OU IGNORÂNCIAErro ou Ignorância Erro é a noção inexata sobre algo ou o total desconhecimento sobre algo. O erro ocorre quando uma pessoa realiza um negócio jurídico sem ter a noção exata sobre uma coisa, objeto, pessoa ou sobre a natureza do negócio jurídico. Quando um negócio jurídico for realizado com erro ele pode: Ser anulado, quando for um Erro Substancial (art. 138) Ser mantido, por ser um Erro Acidental (art. 142) Ser mantido e ter-se o erro corrigido a fim de atender a real vontade do manifestante (art. 144) Anulação de Erro Substancial (art. 138) art. 138 ao 144 Conceito Quando o erro for substancial e escusável este poderá ser anulado. Erro escusável: aquele erro que poderia ter sido cometido por qualquer pessoa de inteligência normal, ou seja, aquele erro que é justificável. Erro substancial é aquele que incide sobre um aspecto relevante ou essencial do negócio jurídico, ou seja, é aquele que faz com que a pessoa realize o negócio jurídico sem ter a noção exata da realidade, pois caso tivesse conhecimento do erro não teria realizado o negocio jurídico. O artigo 139 nos diz quando um erro é considerado substancial: "Art. 139. O erro é substancial quando: I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais; II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante; III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico." Vamos ver todos os casos: Erro quanto à natureza do negócio jurídico A pessoa se engana quanto ao tipo de negócio jurídico que esta celebrando. Erro quanto ao objeto principal Ocorre quando a pessoa acredita estar negociando um objeto quando na verdade está negociando outro objeto. Erro quanto à qualidade do objeto principal Nesse caso a pessoa não se engana quanto ao objeto em si, mas sim quanto a uma característica do objeto. Dessa forma, a pessoa acredita que o objeto tem uma característica, quando na verdade o objeto não possui tal qualidade. Erro quanto à pessoa Ocorre quando a pessoa acredita estar realizando um negócio jurídico (ou beneficiando, ou favorecendo) com uma pessoa, quando na verdade o esta realizando com outra pessoa. Erro quanto à qualidade essencial da pessoa Nesse caso, o erro não incide sobre a identidade da pessoa com quem se esta fechando um negocio, mas sim sobre uma qualidade essencial dessa pessoa. Vale ressaltar que para pedir a anulação de um negócio jurídico por conta de erro quanto a qualidade de uma pessoa, é necessário que essa característica seja uma qualidade essencial e que ela tenha influencia relevante quanto ao negócio jurídico - ou seja, caso a pessoa soubesse dessa característica, não teria realizado tal negócio. Erro de Direito Ocorre quando a pessoa realiza um negócio jurídico sem ter conhecimento da norma jurídica ou por ter feito uma interpretação errada da norma jurídica. Falso Motivo (art. 140) Motivo é a razão psicológica (interior, subjetiva) que levou a pessoa a realizar o negocio jurídico. O motivo não é um elemento essencial do negócio jurídico, ou seja, a pessoa não precisa declarar um motivo quando realiza um negócio jurídico. Falso motivo é o erro quanto ao motivo. O artigo 140 nos diz que o falso motivo não anula o negócio jurídico, salvo em casos em que o motivo está expresso no negócio como causa determinante para a existência deste. O artigo 141 do Código Civil nos diz que também são anuláveis os negócios jurídicos em que houver transmissão errônea da vontade quando esta ocorrer por meios interpostos (seja este por erro ocasionado pelo meio ou por erro da própria pessoa). Transmissão Errônea da Vontade (Art. 141) Transmissão errônea da vontade é quando há, na transmissão da vontade, uma divergência entre a vontade real e a vontade declarada; declaração direta é quando a pessoa manifesta a vontade diretamente, de forma presencial; e declaração por meios interpostos é quando a pessoa manifesta a vontade de forma não presencial, ou seja, por meios interpostos. Ao contrário do erro substancial o erro acidental não anula o negócio jurídico. Além disso, ao contrário do erro substancial, o erro acidental não incide sobre um aspecto essencial do negócio jurídico, mas sim sobre um aspecto secundário ou acessório da declaração de vontade. Os artigos 142 e 143 do Código Civil nos trazem três tipos de erros acidentais: Erro de indicação da pessoa; Esse de indicação da coisa (objeto); Erro de calculo. Apesar do Código Civil só nos trazer estes tipos de erros acidentais nada impede que possam ocorrer outros tipos de erros acidentais, como os erros sobre a qualidades secundárias do objeto, sobre a qualidade secundária da pessoa e etc. Erro de identificação da pessoa ou do objeto O erro acidental de identificação da pessoa ou do objeto é aquele que não anula o negócio jurídico, uma vez que esse erro pode ser corrigido, pois pelo contexto do negócio jurídico pode-se identificar a pessoa ou objeto. Erro de cálculo Assim como erro de identificação da pessoa ou do objeto, o erro de cálculo não anula o negócio jurídico, apenas deve ser corrigido. Temos como exemplos de erros de cálculo a soma errado do valor das parcelas de um contrato; a divisão errada do valor total do contrato em número de parcelas. Princípio da conservação do negócio jurídico (art. 144) Erro Acidental (art. 142 e 143) Quando uma parte alega erro a fim de anular um negócio jurídico, mas a outra pessoa se prontificou a corrigir o erro e a executar o negócio conforme a vontade real da parte, o negócio jurídico deve ser mantido, uma vez que, segundo o princípio da conservação do negócio jurídico, sempre que houver um vício sanável este erro deve ser corrigido e o negócio jurídico deve ser conservado. DOLODolo O dolo ocorre quando uma pessoa de má-fé engana outra pessoa para obter vantagem em um negócio jurídico, ou seja, a pessoa de má-fé induz a outra a um erro em um negócio jurídico. Vale ressaltar a diferença entre o erro e o dolo: no erro a pessoa se engana sozinha e no dolo a pessoa é induzida ao erro por outra pessoa. Outra observação importante é que o dolo do Direito Penal é diferente do dolo do Direito Civil e não devemos confundi-los. O dolo pode ser cometido: Por uma das partes do negócio jurídico; Por um terceiro; Pelo representante. O dolo principal é aquele que foi a causa determinante da existência do negócio jurídico, ou seja, se não fosse pelo dolo pessoa não teria realizado o negócio. Em caso de dolo principal o negócio jurídico é anulável. Dessa forma, o artigo 145 do Código Civil, diz que os negócios jurídicossão anuláveis por dolo quando este for a causa da sua existência. O dolo acidental não anula o negócio jurídico, pois ele não é razão determinante da realização de tal negócio, ou seja, no dolo acidental mesmo que a pessoa soubesse do dolo ela teria realizado o negócio jurídico, só que em outras condições mais favoráveis à ela. Dessa forma, a consequência do dolo acidental não é a anulação do negócio jurídico, mas sim a satisfação das perdas e danos por ele causado. art. 145 ao 150 do CC Conceito Dolo Principal (art. 145) Dolo Acidental (art. 146) Dolo Omissivo ou Negativo (art. 147) No que se refere a atuação do agente, o dolo dolo pode ser: Positivo ou Comissivo Negativo ou Omissivo O dolo positivo ocorre quando alguém faz algo a fim de enganar outra pessoa. Já no dolo negativo a pessoa de má-fé omite algum fato ou qualidade relevante para o negocio jurídico que, se a outra pessoa tivesse conhecimento, não teria realizado tal negócio. Para que seja considerado dolo negativo é preciso que o silêncio tenha sido intencional. Dolo por Terceiro (art. 148) Para que o silêncio seja considerado intencional precisamos observar três pontos: A pessoa que omitiu a característica deve conhecer o fato ou a característica que omitiu e deve ter a omitido de má fé. Se ela desconhecer tal fato ou característica este não poderá ser considerado intencional; O fato ou característica deve ser desconhecido pela outra parte, pois, se ela já tiver conhecimento deste, a omissão não poderá ser considerada intencional; O silêncio deve ter sido cometido com a intenção de induzir a outra pessoa a praticar o negocio jurídico. No dolo de terceiro, uma pessoa que não faz parte da relação jurídica, age de má-fé a fim de coagir outra de realizar um negócio que lhe é prejudicial mas que pode ser proveitoso para a outra parte, ou até mesmo para si próprio. Em caso de dolo de terceiro o negócio jurídico pode ser anulado - se a parte tiver conhecimento do dolo e tirar proveito deste - ou mantido, mas o terceiro, causador do dano, deverá responder pelas perdas e danos que causou. Dolo do Representante (art. 149) Quando o dolo for cometido por um representante legal, o representado somente terá responsabilidade se tiver levado proveito e somente até o valor do proveito que teve, caso este não tenha tido proveito ele não terá responsabilidade quanto ao dolo. Já nos casos em que o dolo for cometido por um representante convencional ele será responsável pelos atos de seu representante, inclusive no que diz respeito às perdas e danos causadas. Dolo Bilateral ou de Ambas as Partes (art. 150) Se ambas as partes agirem com dolo, nenhuma delas poderá alega-lo para anular o negócio jurídico ou pedir indenização, a fim de beneficiar a si próprio, uma vez que o direito só protege a boa-fé . COAÇÃOCoação A coação é a ameaça física ou moral exercida a fim de fazer com que alguém realize um negócio jurídico. A coação pode ser alegada a fim de anular o negócio jurídico ou requerer perdas e danos. Existem duas espécies de coação: Coação absoluta ou física; Coação relativa ou moral. art. 151 ao 155 Conceito Coação absoluta ou física Na coação absoluta a ameaça exercida é física e impede a pessoa a qualquer manifestação de vontade, ou seja, a pessoa realiza o negócio jurídico sem a intenção de realizá-lo ou sem qualquer opção de escolha. Em caso de coação absoluta o negocio jurídico é absolutamente nulo, portanto esse tipo de coação não é considerado um vício do negócio jurídico, pois não houve qualquer manifestação de vontade. Coação relativa ou moral Os artigos 151 à 155 do Código Civil tratam sobre este tipo de coação, pois estas sim tratam sobre vícios do consentimento. A coação relativa é a ameaça psicológica exercida sobre a pessoa. Neste caso a pessoa que esta sofrendo a coação tem a possibilidade de realizar ou não o negocio jurídico, e, caso escolha não realizar, sofrer as consequências da coação. Na coação relativa o negócio jurídico é anulável. Requisitos da Coação A coação precisa ter cinco requisitos, tragos no artigo 151 do Código Civil. "Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens." Fundado temor O temor sofrido pela pessoa deve ser grave, ou seja, a pessoa deve temer pela sua vida ou honra, de sua família ou pela integridade de seus bens. Ex: temor de morte, de desonra, de perda da liberdade, etc. Dano iminente O dano deve ser iminente, ou seja, deve estar prestes a acontecer, e também inevitável. Ou seja, a pessoa que está sofrendo a coação acredita que se não realizar o negócio jurídico ela sofrerá com as consequências da coação. Dessa forma, não se consideram iminentes as ameaças futuras, impossíveis, sem gravidade, ou aquelas que podem ser evitadas. Dano considerável O dando da ameaça deve ser grave, importante. Dano contra a pessoa, família ou bens A ameaça pode ser contra: A própria pessoa; Alguém da família da pessoa; Os bens da pessoa; Ou qualquer outra pessoa, não necessariamente da família, mas nesse caso o juiz quem decidirá se houve de fato coação. Coação determinante Embora não esteja expresso no artigo 151, a coação deve ser determinante, ou seja, se ela não tivesse ocorrido o negocio jurídico não teria sido realizado. Gravidade da coação (art. 152) Para que a coação moral vicie o negocio jurídico ela precisa ser grave, caso contrário cabe ao coagido repelir a ameaça e não realizar o negócio jurídico. Cabe, então, ao juiz avaliar se a coação foi grave o suficiente para que tenha-se anulado o negócio jurídico. De acordo com o artigo 152, para avaliar esta gravidade, o juiz deverá fazer uso de critérios subjetivos, como sexo, idade, condição, saúde e temperamento (tanto do coagido quanto do coator) e de todas as demais circunstâncias que possam influenciar na gravidade da ameaça. Ameaça de exercício de direito e temor reverencial (art. 153) Não se considera coação e não vicia a declaração da vontade: Ameaça do exercício normal de um direito Simples temor reverencial Ameaça do exercício normal de um direito Se a pessoa realizar uma ameaça de exercer um direito seu por esta ser uma ameaça justa ilícita ela não é considerada um vício do negócio jurídico e da declaração de vontade. Simples temor reverencial Temor reverencial é o medo ou receio de causar desgosto alguém por quem se tem certo sentimento de obediência ou respeito. Sendo assim o temor reverencial simples não é suficiente para viciar a declaração de vontade pois não caracteriza fundado temor e dano grave, pois considera-se que a pessoa tem a obrigação se resistir ao temor reverencial. Vale ressaltar que para não viciar o negócio jurídico o temor referencial deve ser simples ou seja não deve vir acompanhado de violência pois nesse caso será considerado um temor reverencial qualificado que poderá viciar a declaração de vontade. Coação de Terceiro (art. 154 e 155) Caracteriza-se como coação de terceiro quando uma pessoa que não faz parte da relação jurídica Age para provocar o coagido a realizar um negócio jurídico em desacordo com a sua vontade. As consequências da coação de terceiro irão depender se a parte beneficiada tivesse ou não conhecimento na coação. Artigo 154 - quando a parte beneficiada tem conhecimento de coação de terceiro Quando a parte beneficiada com negócio jurídico tiveram conhecimento da coação de terceiro um negócio poderá ser anulado e tanto o terceiro coator quanto a parte beneficiada deverão responder pelas perdas e danos causados. Artigo 155 quando a parte beneficiada não tem conhecimento da coação de terceiro Se a parte beneficiada com negócio jurídico não tiveram conhecimento da coação de terceiro um negócio não será anulado e somente o terceiro que realizou a coação deverá responder por Perdas e Danos. ESTADO DE PERIGOEstado de Perigo art. 156 Conceito O Estado de Perigo ocorre quando uma pessoa realiza um negóciojurídico excessivamente oneroso sob a pressão de salvar a si ou a alguém de sua família de algum dano grave. Vale ressaltar que o parágrafo único do artigo 156 diz que, se o risco for à pessoa não pertencente à família do declarante, caberá ao juiz decidir se enquadrará o caso em Estado de Perigo, segundo as circunstâncias. Além disso, para ser considerado Estado de Perigo o dano deve ser grave e o perigo deve ser a causa principal da realização do negócio jurídico, pois, sendo assim, sob pressão do perigo, a pessoa perde a condição declarar livremente sua vontade. Ademais, é necessário que a outra parte tenha conhecimento do Estado de Perigo e que esta abuse, de má fé, da fragilidade da pessoa, a fim de ganhar vantagem sobre o negocio excessivamente oneroso. Consequências Em caso de Estado de Perigo o negócio poderá: Ser anulado; Ter o contrato revisado e corrigido para adequação do valor, até então excessivo, usando-se de analogia sobre o §2° do artigo 157, como diz o Enunciado 148 da III Jornada de Direito Civil. LESÃOLesãoart. 157 Conceito A lesão ocorre quando uma pessoa realiza um negócio jurídico com excessiva desproporção em relação as prestações, sob urgente necessidade ou por inexperiência. Premente necessidade A premente necessidade de se refere a uma necessidade econômica urgente que faz com que a pessoa tenha que realizar o negócio jurídico. Vale ressaltar que não importa condição social da pessoa mas sim o estado necessidade em que ela se encontrava no momento da realização do negócio jurídico. Inexperiência A inexperiência está relacionada à falta de conhecimento técnico quanto ao negócio jurídico. Também pode ser considerada em inexperiência a falta de experiência de vida, como no caso de uma pessoa muito jovem que nunca tenha tido experiência em realizar tal negócio jurídico, por exemplo. Desproporção entre as prestações Em um contrato deve haver equilíbrio entre as prestações das partes. A desproporção entre estas ocorre quando uma das partes do negócio tem excessivo prejuízo enquanto a outra tem esse vantagem. O Código Civil não estipulou uma percentagem para que se configure a desproporção que caracteriza a visão dessa forma a análise dessa desproporção deve ficar a critério do juiz. Apesar do código não estipular uma percentagem que configure a desproporção, o §1° do artigo 157 diz que é os valores devem ser analisados de acordo com o momento em que foi celebrado o negócio jurídico. Consequências A pessoa que sofreu um excessivo prejuízo poderá alegar Lesão para anular o negócio jurídico. No entanto se a outra parte se oferecer para equilibrar as prestações, o negócio jurídico deverá ser mantido, como diz o §2º do artigo 157 do Código Civil. FRAUDE CONTRA CREDORES Fraude Contra Credores art. 158 ao 165 Conceito Fraude contra credores é a manobra maliciosa do devedor que diminui o seu patrimônio com o objetivo de não pagar os credores, ou seja, a fim de se tornar insolvente, pois não tem patrimônio suficiente para garantir o pagamento de suas dívidas, tendo em vista que o patrimônio do devedor responde por seus débitos. Credor: pessoa que tem um crédito, um serviço, um benefício ou um bem a receber. Credor quirografário: credor que não possui uma garantia real. Devedor: pessoa que está obrigada a pagar um valor, prestar um serviço, etc. Devedor insolvente: aquele devedor que não possui bens suficientes para saldar suas dívidas. São considerados atos de Fraude Contra Credores: Transmissão gratuita de bens; Remissão de dívida; Transmissão onerosa de bens; Pagamento de dívida não vencida; Atribuição de garantias de dívidas. Transmissão gratuita de bens (art. 158) A transmissão gratuita de bens ocorre quando o credor doa seus bens para outra pessoa a fim de tornar-se insolvente. Na transmissão gratuita de bens a má-fé e a intenção de fraude são presumidas. Remissão de dívida (art. 158) A remissão de dívida, ou seja, o perdão de uma dívida, ocorre quando, para não pagar os credores, o devedor insolvente perdoa um crédito que tem a receber. Transmissão onerosa de bens (art. 159) A transmissão onerosa fraudulenta de bens ocorre quando o devedor insolvente transfere onerosamente seus bens para outra pessoa, com a intenção de não pagar seu credor. Nos casos de transmissão onerosa, para que o negócio jurídico seja anulado, deverá ser provada (pelo credor) a má-fé do adquirente, que somente será presumida se este tivesse (ou devesse ter) conhecimento da insolvência do devedor ou se a insolvência for notória. Se a má-fé não for comprovada o negocio jurídico não poderá ser anulado, pois os direitos do adquirente de boa-fé deverão ser preservados. Pagamento de divida não vencia (art. 162) É considerado Fraude Contra Credores quando um devedor realiza o pagamento de uma dívida ainda não vencida, pois considera-se que ele esteja favorecendo um credor e prejudicando os demais. Nesse caso o credor que recebeu o pagamento deverá devolver os valores recebidos para que este seja utilizado para pagar as demais dívidas do devedor. Atribuição de garantias de dívidas (art. 163) Antes de falarmos neste tipo de fraude, vale ressaltar que o credor quirografário não possui preferência sobre os credores com garantias. Considera-se fraude, então, quando um devedor atribui seus bens como garantia de dívidas para outro credor, pois sabe que o credor quirografário não tem preferência sobre este. Consequência Requisitos para Fraude Contra Credores São requisitos da Fraude Contra Credores: Anterioridade do Crédito; eventus damni consilium fraudes Anterioridade do crédito Como diz o §3° do artigo 158, o crédito já deve existir antes da realização dos atos fraudulentos. eventus damni Deve ficar caracterizado que o negócio fraudulentos foi o que tornou o devedor insolvente, trazendo, dessa forma, prejuízo ao recebimento de crédito do credor. consilium fraudis O devedor e a parte beneficiada pelo negócio fraudulento agem de ma fé ao realizarem o negócio fraudulento, ou seja, o objetivo das partes é, de fato, fraudar o credor com a realização do negócio fraudulento. Vale ressaltar aqui que, para que se considere que o adquirente agiu também de má fé, este deve ter ciência da insolvência do devedor pelo ato ou então supõe-se que deveria ter, por ser alguém próximo do devedor. Quando ocorrer Fraude Contra Credor, o credor deve ajuizar uma ação chamada Ação Pauliana ou Revocatória, com o objetivo de anular os atos fraudulentos cometidos pelo devedor. Quem pode ajuizar a ação Pauliana ou Revocatória? (Art. 158) O credor quirografário e credores cuja garantia tenha se tornado insuficiente, desde que estes já fossem credores no momento em que os atos fraudulentos foram realizados. Réus da ação Pauliana (art. 161) A Ação Pauliana deverá ser proposta contra todos aqueles que sofrerão as consequências da anulação do ato fraudulento. São eles: O devedor insolvente; A pessoa que celebrou o negócio com o devedor insolvente; Terceiros adquirentes. Efeitos da Ação Pauliana (art. 165) Após o juiz anular os atos fraudulentos, os bens serão decompostos ao patrimônio do devedor para pagamento das dívidas. Quando houver vários credores, o patrimônio deverá ser partilhado proporcionalmente quanto ao crédito de cada negócio, entre todos os credores. Negócios Ordinários Indispensáveis (art. 164) Não será considerado Fraude Contra Credores os negócios realizados pelo devedor destinados à subsistência dele, de sua família ou de seus bens estabelecimentos. INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO Invalidade do Negócio Jurídico art. 166 ao 184 A invalidade é a pena imposta ao negócio jurídico que foi realizado com algum vício, para impedir que o negócio produza efeitos. A invalidade do negócio jurídico será decretada pelo juiz e somente produzirá efeitos após a sentença. Quanto a invalidade, os atos podem ser nulos ou anuláveis. Para o ato ser nulo ele deve possuir um vício grave e de interesse social. Dessa forma, o ato com vício grave pode seralegado por qualquer interessado, pelo Ministério Público ou pelo Juiz de ofício (art. 168) e não há nada que possa se fazer para "concertar" o negócio jurídico. Quando um ato for nulo ele nunca surtirá efeitos, ou seja, não surtirá efeitos desde a manifestação de vontade (ex tunc) e tal nulidade atingirá todas as partes do contrato (erga omnes). O ato será anulável quando este possuir um vício relativo e for de interesse individual. Dessa forma, ele somente poderá ser alegado pelo interessado (art. 177). Além disso, nesses casos, há formas de "concertar" o negócio jurídico. Quando um ato for anulável o negócio somente deixará de surtir efeitos após a decretação judicial (ex nunc) e tal anulabilidade só atingirá aqueles que a alegaram, salvo em casos de solidariedade e indivisibilidade (art. 177). Ato Nulo Ato Anulável Nulidade total e nulidade parcial A nulidade do negócio também pode ser total - quando atinge todo o negócio jurídico - ou parcial - quando atinge somente uma parte do negócio jurídico. Confirmação do Ato Anulável Confirmar um negócio jurídico significa manifestar a vontade de manter o negócio mesmo tendo ciência do vício que incide sobre ele. Ao ser confirmado pelas partes o ato deixará de ter o vício. O ato anulável é suscetível de confirmação, já o ato nulo não, como diz o artigo 169 e 168 do Código Civil. Existem dois tipos de confirmação: Confirmação expressa; Confirmação tácita. Confirmação expressa (art. 173) A confirmação expressa é aquela que exige que a pessoa manifeste expressamente (por escrito o verbalmente e de forma clara e inequívoca) a vontade de manter o negócio mesmo sabendo do vício existente. A confirmação expressa pode ocorrer: Pela parte (art. 172) Pelo assistente da parte, quando esta for relativamente incapaz Por terceiro (art. 176) Confirmação tácita O Código Civil também admite a possibilidade de a parte confirmados praticamente um negócio jurídico anulável. A confirmação tácita acontece quando a pessoa cumpre o contrato sem reclamar, mesmo sabendo que há um vício no negócio jurídico, ou seja, a partir dos dados da pessoa pressupõe-se que ela pretende manter o negócio. Consequência da Confirmação Se a parte confirmar, expressa ou tacitamente, o negócio jurídico não poderá mais ser anulado e não poderá ser solicitada qualquer indenização. Além disso, caso haja alguma ação judicial sobre o assunto, esta será extinta após comprovada a confirmação. Quanto tempo a pessoa tem para requerer a invalidade do negócio jurídico? O tempo para requerer a invalidade do negócio jurídico depende se o ato é nulo ou anulável. Se tratando de ato nulo a pessoa poderá requerer a anuidade do negócio jurídico a qualquer tempo (art. 169) Já o ato anulável sofre os efeitos do tempo, sendo assim a pessoa deve requerer anulabilidade dentro do prazo previsto em lei. O artigo 178 diz que é de quatro anos o prazo de decadência para pedir anulação do negócio jurídico, contando: No caso de coação, a partir do dia em que esta cessar; No caso de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, a partir do dia em que se tem realizado o negócio jurídico No caso de atos realizados por incapazes, a partir do dia em que cessar a incapacidade Quando a lei não estabelecer um prazo para solicitar anulação do negócio, o artigo 179 determina que este prazo será de dois anos, a partir da data de conclusão do ato. Conversão de Ato Nulo Um ato jurídico nulo pode ser transformado em um ato jurídico válido de natureza diversa, conforme diz o Artigo 170 do Código Civil. Invalidade Quanto à Forma A conversão do ato depende de quatro requisitos: O ato nulo precisa conter os requisitos do outro negócio jurídico para o qual ele vai ser convertido; Ao converter o ato nulo para outro tipo de negócio jurídico, este precisa manter o mesmo objeto material e os mesmos elementos fáticos anteriores; A vontade das partes deve ser mantida após a conversão. Vale ressaltar que apesar do artigo 170 tratar apenas sobre a conversão do ato nulo, o ato anulável também pode ser convertido. A conversão do ato jurídico nulo decorre do Princípio da Conservação do Ato Jurídico, que tem como objetivo preservar o negócio jurídico e a vontade das partes. Invalidade Quanto ao Agente O inciso I do artigo 166 nos diz que quando um negócio jurídico for realizado um menor de 16 anos, ou seja, por um absolutamente incapaz, este será nulo. Já quando o agente for relativamente incapaz, o artigo 171, inciso I, nos diz que o ato será anulável. Além disso, o artigo 180 nos diz que o menor entre 16 e 18 anos, não pode alegar sua menoridade, quando a tiver ocultado ou mentido de má-fé, a fim de beneficiar-se ou de fugir das suas obrigações. Invalidade Quanto ao Objeto Tendo-se dito, no artigo 104 do Código Civil, que um dos requisitos do negócio jurídico é o objeto lícito, possível e determinável, quando assim não for o negócio poderá ser nulo. Embora a regra da lei seja que os negócios jurídicos sejam celebrados de forma livre, há casos em que a lei exige uma forma específica para o negócio e, até mesmo, algumas solenidades. Quando assim for, se feito de outra forma, o negócio jurídico será nulo. Invalidade Quanto ao Motivo Se a razão determinante e comum de ambas as partes pela qual o negócio jurídico foi realizado for ilícita, o negocio será nulo. Nulidade Expressa em Lei A lei determina que o negócio será nulo quando o objetivo dele for fraudar uma lei imperativa, ou quando a lei trouxer que este negócio é inválido, mesmo que não traga uma sanção a ele, pois, nesse caso, a sanção será a invalidade do mesmo. São anuláveis os negócios jurídicos em que: O agente for relativamente incapaz; Houver algum erro do consentimento; A lei trouxer a declaração de anulabilidade de forma expressa. Negócios Anuláveis Invalidade dos Atos Negócio Simulado e Dissimulado O artigo 167 diz que é nulo o negócio jurídico simulado, mas não o negócio jurídico dissimulado, desde que sua substância e sua forma sejam válidas. Negócio simulado Negócio simulado é aquele negócio fictício realizado em desacordo com a vontade real das partes, com um objetivo de má-fé, a fim de prejudicar terceiros. Negócio dissimulado Negócio dissimulado é o tipo de negócio que é realizado com a intenção de disfarçar outro negócio jurídico, que de fato ocorreu. Ou seja, nesse caso o negócio jurídico ocorreu de fato, mas não da maneira como foi exteriorizado. Invalidade de Instrumento (art. 183) O artigo 183 do Código nos diz que, quando o instrumento do negócio jurídico for invalidado, não necessariamente o negócio de fato precisará ser invalidado também, desde que se prove devidamente ele. Invalidade de Ato Acessório (art. 184) O artigo 184 do Código nos diz que, quando houver invalidade parcial dos negócios jurídicos que possuem negócios acessório, seus negócios acessórios serão também invalidados. Já quando houver invalidade do negócio acessório, o negócio principal não será anulado, desde que este possa se separar do negócio acessório. ATOS LÍCITOS E ILÍCITOS Atos Lícitos e Ilícitos Diferença entre Ato Jurídico e Negócio jurídico O Código Civil classifica os atos jurídicos em atos jurídicos em sentido estrito e em negócio jurídico. Nos negócios jurídicos, a pessoa que o realiza visando alguma consequência jurídica. Já nos atos jurídicos em sentido estrito são praticados com indiferença quanto às suas consequências jurídicas. São considerados atos ilícitos pelo Código Civil qualquer ato que - por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência - viole o direito de outra pessoa (art. 186), ou que excedam os limites - impostos pela boa-fé, pelos bons costumes e pela finalidade social ou econômica - de um direito (art. 187). Exceções No entanto, o Código Civil também trás algumas exceções, enumerando o que não se considera ato ilícito: Atos praticados em legítima defesa; Atos praticados no exercício regular de um direito reconhecido; A deterioração ou destruição da
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