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APS Cartografia Erica Pereira e Carolina Marques

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Universidade Anhembi Morumbi. 
 
 
 
 
Carolina Oliveira Marques RA 21173217 
Erica da Silva Pereira RA 21173214 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS): ANÁLISE DE PRÁTICAS DO 
ENSINO DA CARTOGRAFIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2020 
Carolina Oliveira Marques RA 21173217 
Erica da Silva Pereira RA 21173214 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS): ANÁLISE DE PRÁTICAS DO 
ENSINO DA CARTOGRAFIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL. 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à disciplina de 
Metodologia e Prática do Ensino de História e 
Geografia nos Anos Iniciais, do curso de 
Pedagogia/UAM, sob orientação da Profa. 
Roselene Crepaldi. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2020 
 
RESUMO 
 
O presente estudo contempla a análise de práticas pedagógicas voltadas ao ensino da 
cartografia do Colégio Jardim Aricanduva conduzido pela professora Mel, levando em conta 
aspectos fundamentais, como a adequação à faixa etária, o significado, contexto e 
metodologias, explorada no sentido de encontrar noções que desenvolvam o pensamento 
reflexivo e, assim, perceber a importância da solidariedade e o papel de cada indivíduo na 
transformação dessas relações. A Geografia deve ser conduzida como uma ciência que 
objetiva a compreensão e a apreensão do espaço a partir da realidade vivida, possibilitando 
ao aluno desenvolver a capacidade observar, conhecer, explicar, comparar e representar 
tanto as caracteŕiicas do lugar em que vive, como as de diferentes paisagens. Pensando 
nisso, neste trabalho, é pensando no que proporcionar ao aluno para a construção de 
aprendizagens significativas de modo que ele utilize suas representações sociais e 
relacione-as com outros conteúdos de aprendizagem. Dessa forma, o saber do educando 
vai sendo reelaborado também por meio do confronto com os conteúdos geográficos, 
permitindo que ele possa utilizá-los no cotidiano. A observação considera que ensinar e 
aprender aspectos geográficos acontece ao possibilitar que o aluno compreenda a relação 
sociedade-natureza e as consequências dessa relação para a sociedade como um todo. O 
tratamento cartográfico, em sala de aula, exige do educador conhecer não apenas aspectos 
inerentes ao campo da Geografia, como também compreender conceitos com a qual 
trabalha. 
 
Palavras-chave:​ Cartografia; Geografia; Práticas; Análise; Colégio Jardim Aricanduva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
The present study contemplates the analysis of pedagogical practices aimed at teaching 
cartography at Colégio Jardim Aricanduva conducted by Professor Mel, taking into account 
fundamental aspects, such as the adequacy to the age group, the meaning, context and 
methodologies, explored in order to find notions that develop reflective thinking and thus 
realize the importance of solidarity and the role of each individual in transforming these 
relationships. Geography should be conducted as a science that aims to understand and 
apprehend space from the reality experienced, enabling the student to develop the ability to 
observe, know, explain, compare and represent both the characteristics of the place where 
he lives, as well as those of different landscapes. Thinking about it, in this work, it is thinking 
about what to provide the student for the construction of meaningful learning so that he uses 
his social representations and relates them to other learning content. In this way, the 
student's knowledge is also being re-elaborated through the confrontation with the 
geographic contents, allowing him to use them in daily life. Observation considers that 
teaching and learning geographic aspects happens by enabling the student to understand 
the society-nature relationship and the consequences of this relationship for society as a 
whole. Cartographic treatment in the classroom requires the educator to know not only 
aspects inherent to the field of Geography, but also to understand concepts with which he 
works. 
 
Keywords: ​Cartography; Geography; Practices; Analyze; Colégio Jardim Aricanduva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO​.........................................................................................................5 
2. ANÁLISE DE PRÁTICAS DO ENSINO DE CARTOGRAFIA​..................................7 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS​..................................................................................10 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS​..........................................................................11 
 
 
 
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1. INTRODUÇÃO. 
 
No processo alfabetizador, além das letras, palavras e números existe a 
linguagem cartográfica. 
 
Ao ensinar Geografia, deve-se dar prioridade à construção dos conceitos 
pela ação da criança, tomando como referência as suas observações do 
lugar de vivência para que possa formalizar conceitos geográficos por meio 
da linguagem cartográfica. (CASTELLAR, 2000, p. 31) 
 
É imprescindível enfatizar o estudo da linguagem cartográfica desde o início 
da escolaridade, com o objetivo de desenvolver a apresentação por parte dos alunos 
de aspectos da realidade espacial e social vivenciados por eles. 
Nesse sentido, o desenvolvimento de habilidades como representar, localizar 
e orientar é importante. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental devem ser 
realizadas atividades para que o aluno compreenda e seja capaz de representar o 
espaço geográfico e utilizar mapas. 
Geralmente, o trabalho com a cartografia resume-se a pintar mapas, nomear 
e assinalar acidentes geográficos, memorizar dados e informações 
descontextualizadas. Tais práticas, em muitas situações, não levam à formação de 
conceitos e, muitas vezes, não garantem que o aluno construa os conhecimentos 
necessários para a leitura de mapas e para a representação do espaço geográfico. 
Com o objetivo de educar o aluno para estas competências e habilidades, o 
professor deve propor um trabalho cuidadoso com fotos, desenhos, obra de arte, 
maquetes, plantas, mapas, símbolos, gráficos e outros recursos visuais que facilitem 
a compreensão dos processos necessários para fazer representações gráficas. 
Certamente estas ações não podem ser encerradas apenas com o uso de 
livros didáticos e pesquisas conceituais, mas construída pelo sujeito no decorrer dos 
anos escolares e da própria vida. O educador tem que aproveitar os momentos 
oportunos e reais para aprofundar estes conhecimentos, como, por exemplo, os 
conteúdos da alfabetização cartográfica também serem vinculados a outras 
disciplinas e em fatos e meios de comunicação do cotidiano, como jornais, revistas, 
telejornais e outros, facilitando a interação do assunto com os infantes, resultando 
em uma interdisciplinariedade enriquecedora. 
6 
À vista disso, por meio da construção do conceito de cartografia, são 
desenvolvidas habilidades fundamentais, como observação, descrição, analogia, 
interação e síntese, facilitando a compreensão dos educandos sobre o espaço 
geográfico e aspectos essenciais da Geografia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. ANÁLISE DE PRÁTICAS DO ENSINO DE CARTOGRAFIA. 
 
A análise de práticasdo ensino de cartografia foi feita a partir da observação 
de uma aula assíncrona de 6 (seis) minutos e 6 (seis) segundos compartilhada no 
website YouTube pelo Colégio Jardim Aricanduva. A proposta é direcionada aos 
alunos de 3º ano do Ensino Fundamental I e é conduzido pela professora Mel. 
 
 Printscreen da tela inicial da gravação da aula de cartografia do Colégio Jardim Aricanduva. 
 
A educadora inicia e apresenta a aula utilizando um livro didático, no qual 
possui pequenos textos e imagens explicativas do que é a cartográfica, inclusive a 
associa com paisagens frequentemente visitadas no cotidiano. 
Em complemento a utilização do livro, é utilizado uma apresentação em 
PowerPoint que apresenta os elementos essenciais e complementares que 
representam um mapa, como fonte, título, escala, entre outros. 
A ideia de que paisagem é tudo aquilo visto até onde a vista alcança é 
corriqueiro. Todavia, para a Geografia, esta categoria é bastante relevante, porque 
se trata da unidade visual em que estão integrados elementos não apenas naturais, 
8 
mas, também, sociais e culturais. Para Santos (1996) “paisagem é espaço 
qualificado”, por isso, é preciso compreendê-la em uma perspectiva cronológica e 
histórica. 
A prática da professora está intimamente associada à noção de espaço, 
entretanto, seria possível uni-la com discussões sobre os lugares onde as crianças 
vivem as experiências e que são incorporadas à memória pessoal e coletiva, já que 
o fortalecimento da identidade não pode ser dissociado da consciência geográfica e 
histórica, pois a atuação no espaço acontece em determinado tempo. 
Outro ponto a ser levantado, com o enfoque da educadora apenas na 
cartografia enquanto conteúdo geográfico, é a dissociação entre Geografia e História 
que, baseada na rica interação entre elas, não deve ocorrer, sobretudo nos anos 
iniciais de estudo. 
O estudo destas duas disciplinas, na atualidade, é fundamental para a criança 
situar-se na sociedade em que está inserida. No passado, tais estudos serviam, 
principalmente, para reforçar os vínculos do indivíduo com a nacionalidade e a 
relação do homem com a natureza, sem priorizar as relações sociais. Todavia, a 
docente deve conduzir a aula considerando que estes conteúdos vão além, 
passando pela necessidade da compreensão de aspectos étnicos, culturais, 
religiosos e a preservação de ambiente. Somente assim, as crianças adquirem 
condições necessárias para o pleno exercício da cidadania e torna-se capaz de 
combater atitudes preconceituosas e violentas, tão perniciosas para a construção de 
uma sociedade igualitária e justa. 
A consideração de outras fontes de trabalho pela educadora também 
valorizariam o aprendizado, tornando-o mais interessante e significativo, nos 
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), por exemplo, defende-se a ideia que 
vários fundamentos históricos podem ser usados para demonstrar que “a 
comunicação entre homens, além da escrita, é oral, gestual, figurada, musical e 
rítmica.” (PCN, 2000, p. 31), além disso, para que os infantes pudessem participar e 
interagir, além de responder algumas perguntas voltadas a compreensão conceitual, 
seria possível utilizar “métodos de pesquisa [...] aprendendo a ler diferentes registros 
escritos, iconoǵráficos, sonoros”. (PCN, 2000, p. 41). 
Portanto, o ensino de cartografia é um processo e deve se dar de maneira 
gradual para que os alunos dos anos iniciais compreendam aspectos como 
complexidade dos símbolos e os cálculos matemáticos para a composição de uma 
9 
escala. Essas informações são codificadas e exigem uma operação mental 
aparentemente complexa se não forem consideradas as capacidades da criança em 
assimilá-los. Simielli (2007) propõe três níveis que devem ser considerados: 
localização, análise, correlação e síntese. A distinção dessas etapas não destaca a 
possibilidade de existir momentos de interseção entre elas. Deve-se, dessarte, 
trabalhar com a apreensão de algumas noções, como a visão oblíqua e vertical, e 
apresentar os elementos importantes para a configuração de um apa como legenda, 
proporção e escala, lateralidade, referências e orientação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS. 
 
O estudo da Geografia tem como objetivo analisar como as pessoas 
produzem e organizam o espaço e de que modo se apropriam dele, além de verificar 
como essa produção e organização do espaço interferem nas relações. 
Na análise feita na aula da professora Mel, foi possível encontrar propostas 
pedagógicas em que os conteúdos da Geografia foram apresentados de maneira 
desarticulada, tendo como habilidade central a memorização de conteúdos factuais, 
deixando de lado os conteúdos procedimentais e atitudinais, sendo que, nos 
primeiros anos do Ensino Fundamental, a aprendizagem deve preparar o aluno para 
uma leitura de mundo, partindo de seu lugar de vivência. 
 
Estar alfabetizado em Geografia significa relacionar espaço com a natureza, 
espaço com a sociedade, perceber os aspectos econômicos, políticos e 
culturais, entre outros, do mundo em que vivemos. Ler e escrever em 
Geografia é ler o mundo de maneira que o aluno saiba se situar, não só se 
localizar e descrever, mas se posicionar. Que assuma um posicionamento 
crítico com relação às desigualdades sociais e espaciais. (KAERCHER, 
2007, p.85) 
 
O ensino, na verdade, deve possibilitar aos alunos compreender a realidade e 
o espaço como um todo, permitindo a formação do aluno cidadão que realiza a 
leitura da realidade do ponto de vista geográfico. Dessa forma, ele poderá se 
apropriar do espaço e nele interferir de forma consciente. 
O objeto de estudo desta disciplina é o espaço geográfico entendido como um 
espaço social em movimento. Um conhecimento do espaço assim pensado, 
necessita de uma análise da sociedade, da natureza, do trabalho e da tecnologia, 
bem como da dinâmica resultante da relação entre esses aspectos. 
As propostas não devem impor um único caminho, mas estimular a incorporar 
outras temas que enriqueçam a abordagem dos conteúdos propostas. Por 
conseguinte, o ensino e a aprendizagem de Geografia devem estar baseados em 
princípios teórico-metodológicos que orientam a prática educativa na escola. 
 
 
 
 
 
11 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 
 
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. ​Parâmetros Curriculares Nacionais: 
História e Geografia/Secretaria de Educação Fundamental ​— 2. ed. ​— Rio de Janeiro: 
DP&A, 2000. 
 
COLÉGIO JARDIM ARICANDUVA. ​Representando cartografia ​— 3º ano. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=yhZCQDSr4zg>. Acesso em: 6 nov. 2020. 
 
KAERCHER, Nestor André. Ler e escrever a Geografia para dizer a sua palavra e construir o 
seu espaço. In: NEVES, Iara Conceição Bitencourt. et al. (Org.). ​Ler e escrever: 
compromisso de todas as áreas. 8. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007. p. 85. 
 
PASSINI, Elza Yasuko. ​Alfabetização cartográfica e a aprendizagem de Geografia. São 
Paulo: Cortez, 2012. 
 
RUDNICK, Rosane; SOUZA, Sandra de. ​O ensino de Geografia e suas linguagens. 
Curitiba: Ibpex, 2010. 
 
SANTOS, Milton. ​A natureza do espaço: técnicae tempo, razão e emoção. São Paulo: 
Hucitec, 1996. 
 
SIMIELLI, Maria Elena Ramos. Cartografia no Ensino Fundamental e Médio. ​In: CARLOS, 
Ana Fani Alessandri (Org). ​A Geografia na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2007. p. 
92-108.

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