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Ebook II - Mulheres da Aquicultura

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II Workshop online sobre Piscicultura: 
mulheres da aquicultura
Paulo Roberto Silveira Filho
Raquel Priscila de Castro Oliveira
ISBN: 978-65-990916-1-2
Aquiplan Consultoria - aquiplanconsultoriaonline@gmail.com
Este evento e e-book foram organizados e realizados pela 
Aquiplan Consultoria por meio do seu instagram
@aquiplanconsultoria
entre os dias 06/04 a 09/04/2020
DIREITOS RESERVADOS
É proibida a reprodução total ou parcial da obra, de qualquer forma, sem 
autorização prévia dos organizadores. A violação de direitos autorais (Lei n. 
9610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.
Autores: Paulo Roberto Silveira Filho
Raquel Priscila de Castro Oliveira
Brasil
2020
II Workshop online sobre Piscicultura: 
mulheres da aquicultura
ISBN: 978-65-990916-1-2
Aquiplan Consultoria - aquiplanconsultoriaonline@gmail.com
Em pesquisa realizada no Instagram da Aquiplan Consultoria buscou-se
entender melhor sobre as principais questões que incomodam o piscicultor ou o
interessado em ingressar na atividade.
Com as dúvidas e comentários obtidos, decidimos agir para trazer
informação e conteúdo de qualidade e gratuito para os nossos seguidores e
demais interessados na piscicultura. Principalmente neste momento de
desafios que estamos vivendo com a Pandemia do Corona Vírus.
Ilce Santos Oliveira
Bióloga, foi produtora de peixes no interior de Goiás durante vários anos. 
Em 2004 se mudou pra Goiânia, entrando na assistência técnica ao 
piscicultor, através do Senar-GO. Foi servidora da Secretaria de Agricultura 
do Estado até 2011, quando foi convidada pelo Governo de Rondônia, 
onde atua. 
Maria Célia Portella
Bióloga, trabalha com aquicultura há 33 anos, primeiro no Instituto de 
Pesca, onde esteve por 16 anos e, atualmente, no Centro de 
Aquicultura da Unesp, onde é docente, orientadora e pesquisadora na 
área de larvicultura de peixes nativos e na área de aquaponia. Ficou 8 
anos no LACC – capítulo latino-americano da WAS, experiência que 
favoreceu para ser presidente 2018-2019 da WAS. Faz parte do comitê 
de experts da FAO. Tem experiência profissional no Brasil e 
Internacional também.
Marilsa Patrício
Presidente executiva da Peixe SP
Coordenadora da Aquicultura Brasil
Corpo Editorial e Colaboradoras
Juliana Lopes
Zootecnista, completará 10 anos de atuação no Governo Federal na área 
de Aquicultura em Águas da União.
Coordenadora geral da Aquicultura em Águas da União – SAP/MAPA
Aquiplan Consultoria - aquiplanconsultoriaonline@gmail.com
pág.
01 – Apresentação 01
02 – Atuação feminina em cargos de liderança:
experiências na Peixe SP e Aquishow Brasil 07
03 – Novo Decreto, RAP, Capacidade de
Suporte e Licitação 15
04 – Assistência Técnica em Piscicultura: uma 
visão feminina 29
05 – Mulheres fazendo Ciência e Aquicultura 44
06 – Considerações Finais 57
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01. APRESENTAÇÃO
A AQUIPLAN é uma empresa privada que atua
com excelência no Mercado Brasileiro da Piscicultura
e Pesca Esportiva.
Reconhecida nacionalmente, tem por objetivo ser
fundamental no ordenamento da piscicultura nacional,
buscando o desenvolvimento de maneira sustentável,
rentável, com respeito social e ao meio ambiente, com
eficácia nos resultados e eficiência no
desenvolvimento dos trabalhos.
Nossa Missão é atender com excelência a
demanda dos clientes, desenvolvendo e ofertando
produtos e serviços que atendam às exigências
ambientais e que superem as expectativas
econômicas da atividade piscícola e pesqueira.
Nossa Visão é a de ser uma empresa de
referência, reconhecida como a melhor opção por
nossos clientes, consultores, fornecedores e
investidores, devido a qualidade dos nossos serviços,
produtos e relacionamento.
Nossos Valores são: ética, compromisso, justiça,
honestidade, verdade, companheirismo, amizade,
alegria.
01
Aquiplan Consultoria - aquiplanconsultoriaonline@gmail.com
Paulo Roberto Silveira Filho, Diretor da Aquiplan
Consultoria, entrou na 6ª Turma de Zootecnia da PUC-
GOIÁS (antiga UCG) em 1999. Já no ano de 2000 se
interessou pela piscicultura e começou a estagiar no
setor, sob as orientações da Profa. Dra. Delma Machado
Cantisani Pádua.
Aluno de iniciação científica durante 3 anos, se
encantou com a atividade e desde então não largou
mais.
Formou-se no final de 2003 e ingressou na
Especialização em Produção Animal pela UFG em 2004,
sob as orientações do Prof. Dr. Paulo César Silva.
Em Fevereiro de 2005 iniciou sua vida profissional
quando assumiu a responsabilidade técnica do 1º projeto
escola de criação de peixes em tanques-rede no Brasil,
por meio de um convênio entre a extinta SEAP (que
posteriormente se tornou Ministério da Pesca e
Aquicultura) e o Consórcio de Municípios limítrofes à
UHE Serra da Mesa.
O projeto trabalhou em 5 municípios, capacitou
aproximadamente 300 pessoas, entre produtores rurais,
pescadores artesanais e integrantes de movimento
sociais de inclusão.
Em 2008 Paulo Roberto ingressou no Programa de
Mestrado Profissional em Aquicultura Continental da
PUG-GO em parceria com o CAUNESP e se tornou
Mestre.
02
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O projeto do Governo Federal encerrou-se em
2011 e Paulo Roberto foi convidado para atuar como
Consultor Local em plano de negócios para
comunidades carentes, grupo de jovens, associações
locais e cooperativas, num projeto do Instituto
Votorantim e BNDES conhecido por Programa ReDes.
Foi produtor de peixes em tanques-rede entre
2011 e 2014, chegando a 30 toneladas mensais de
tilápia que eram comercializadas localmente e também
abasteciam o mercado do Distrito Federal.
Já em 2013, foi convidado para assumir a pasta
da Superintendência de Aquicultura e Pesca da
Prefeitura Municipal de Uruaçu-GO.
Em Outubro de 2016 assumiu a Coordenação de
Pesca e Aquicultura da Superintendência Federal de
Agricultura e Pecuária em Goiás – SFA-GO/MAPA.
Permaneceu no cargo até dezembro de 2017, tendo
como destaque a entrega dos títulos de cessão de uso
para aquicultura em águas da união para os
cessionários dos parques aquícolas de Serra da Mesa
e Cana Brava.
Entre 2016 e 2019 foi Presidente da Associação
Goiana de Piscicultura, entidade representativa da
atividade no Estado de Goiás e que agora será
transformada em AquaGoiás, uma nova associação
que com certeza atuará com maior autonomia no
setor.
03
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Entre 2017 e 2019 foi Presidente da
Comissão de Aquicultura da Federação de Agricultura
e Pecuária de Goiás – FAEG, quando ocupou a
cadeira de membro da Comissão Nacional de
Aquicultura – CNA, que ocupa até hoje. Para o triênio
2020-2022, está como Vice Presidente da Comissão
de Aquicultura da FAEG.
Desde 2018 atua como Diretor e Consultor da
Aquiplan Consultoria no desenvolvimento da cadeia
produtiva do peixe em todo o território nacional,
ministra cursos e palestras em vários Estados,
desenvolve projetos de licenciamento ambiental de
pisciculturas, assiste produtores rurais, também é, por
sua empresa, um Credenciado no Programa
SebraeTec de inovações tecnológicas para a produção
animal.
É Coach Integral Sistêmico, treinador e
palestrante nos temas: gestão emocional,
desenvolvimento pessoal, alta performance
empresarial e eliminação de crenças limitantes.
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PRODUTOS OFERECIDOS PELA AQUIPLAN 
CONSULTORIA
Cursos, palestras e treinamentos: para produtores
rurais, empresas, associações, cooperativas e
empreendedores que desejam iniciar o negócio, em
que será apresentado o universo da piscicultura
(criação de peixes). Cursos e treinamentos
específicos, baseados em sistemas de produção mais
adaptados à realidade dos produtores locais, espécies
mais produzidas, importância da qualidade da água,
necessidade de regularização ambiental, acesso ao
mercado, insumos disponíveis, importância da
assistênciatécnica constante, entre outras
abordagens;
Licenciamento Ambiental: regularização de
pisciculturas já existentes, planejamento e
dimensionamento de projetos a serem instalados;
Implantação de projetos de piscicultura: em
parceria com profissionais especializados e empresas
de idoneidade comprovada no território nacional,
implantamos e construímos os projetos de produção,
seja com maquinário específico e operadores
experientes na atividade, seja com infraestrutura
fabricada com materiais de garantia superior e ótima
relação custo-benefício;
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Assistência Técnica: acompanhamento de todas as
etapas da produção de peixes, de maneira semanal,
quinzenal ou mensal, individual ou em grupo,
presencial ou online. Analisando a produção de
maneira sistêmica, acompanhamos os índices
produtivos, realizamos cálculos de alimentação diária,
entre outras ações;
Estudos de viabilidade técnica e diagnósticos de
capacidade de suporte: realizamos, por meio de
visita presencial, o levantamento dos pontos fortes e
dos pontos a serem melhorados, analisando
integralmente todos os fatores considerados para
identificação de potencial para implantação de
unidades produtivas;
Personal Fisher: atendimento individual ou em grupo
para pescadores profissionais e esportivos que
desejam realizar missões pesqueiras nos diversos
pontos de pesca esportiva no país e no exterior.
Treinamento específico com um consultor que ministra
aulas de utilização de equipamentos de pesca e como
trabalhar o material de forma correta, inclusive com
aulas particulares.
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A PeixeSP é uma das maiores associações
estruturadas do Estado de São Paulo, subdividida em diretorias
regionais. Em seu quadro existem em 2020, 76 associados,
incluindo Maricultores e criadores de Bijupirá do Litoral.
Marilsa apresentou os últimos dados produtivos do
Estado: tilápia é de 65 mil toneladas, peixes nativos em torno
de 4 mil toneladas e outras espécies com aproximadamente
700 toneladas. Ela explicou que devido à falta de políticas de
fomento à atividade, a produção tem diminuído bastante, além
de guerras fiscais.
Os participantes expressaram suas opiniões a respeito
das dificuldades enfrentadas em todos os Estados em relação
a licenciamento ambiental e burocracias. Assuntos debatidos
incansavelmente há mais de 15 anos e que ainda continuam
atrasando a expansão esperada há tanto tempo desta atividade
tão promissora para o país, que tem vocação para a
aquicultura.
02. ATUAÇÃO FEMININA EM CARGOS DE LIDERANÇA: 
EXPERIÊNCIAS NA PEIXE SP E AQUISHOW BRASIL 
Marilsa Patrício
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Alguns pontos sobre produção em águas da união, que caso
seja explorada da maneira correta e sustentável, apresentaria
resultados produtivos que levariam o Brasil a escalar diversas
posições entre os maiores produtores mundiais, ultrapassando
países que não possuem tal vocação natural.
O exemplo do Egito foi citado, um país que conta com cerca
de 50km de lâmina d’água e produz mais peixes que o Brasil.
O consumo de peixes lá também é diferente do Brasil. Lá,
os consumidores preferem peixes menores, em porções únicas que
podem ser consumidos completamente em uma refeição.
Os participantes comentaram sobre esta diferença entre o
peso de abate do peixe no Brasil e o peso de abate do peixe no
exterior. Tanto a Marilsa quanto o Paulo comentaram suas
experiências, no início dos projetos de criação de peixes em
tanques-rede, entre 2005 e 2008, os peixes tinham peso de abate
de, no máximo, 600 gramas. Em 2020 a indústria e o mercado,
principalmente da tilápia, exigem um peixe de, no mínimo, 1
quilograma.
O eterno potencial do Brasil como
maior produtor e fornecedor de
pescado para o mundo. Temos
como exemplos os reservatórios de
águas da União, águas interiores e
demais sistemas produtivos que, se
fossem utilizados da maneira
adequada já teriam levado o país a
figurar entre os 3 principais
produtores mundiais.
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http://aneel.gov.br/
Marilsa comentou estudos que apresentam uma certa
estagnação/estabilização do consumo das outras proteínas
animais. Enquanto a proteína do peixe vem numa crescente há
vários anos. Além disso, citou a FAO, que apresentou como
perspectivas futuras que o Brasil seria o maior fornecedor de
pescado para o mundo, a partir do ano de 2030.
Outro assunto abordado foi a questão dos servidores dos
órgãos estaduais ambientais, que estereotipam a piscicultura
como atividade poluidora do ambiente, sem nem terem parado
para ler algum artigo ou publicação científica, nem perceberem
que o peixe, para se desenvolver, precisa de água de
qualidade, ou seja, se a qualidade cair, a produção também
começa a se inviabilizar.
O consumo por 
brasileiro é de 10 kg. A 
média mundial é o 
dobro.
(PEIXEBR, 2020) 
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a falta de indústrias que processam o peixe é ponto fundamental
para o desenvolvimento da cadeia. Marilsa explicou que o Estado
de São Paulo se difere da maioria, pois já tem a verticalização da
cadeia bem definida. Santa Fé do Sul é um exemplo disso, com
fábricas de ração, equipamentos, frigoríficos, etc.
.
Abordaram sobre o
cooperativismo, um exemplo que
chama a atenção de todos e que
existe no Paraná, poderia
apresentar soluções criativas
para os demais Estados.
foi colocado a participação da convidada Marilsa na criação da
PeixeSF e da PeixeRJ.
O que escreveram nos 
comentários
os participantes lamentam algumas ações políticas que vão
contra as necessidades da cadeia. Inclusive a PeixeSP,
apesar de solicitar algumas vezes, nunca foi recebida pelo
Governador do Estado de São Paulo.
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Uma participante brasileira, que
acompanhava a live diretamente do
México, informou que naquele país,
licenciamento ambiental demora em
média de 3 a 6 meses. Marilsa
sugeriu que poderia ser realizado
um estudo comparativo com estas
situações entre os países. É de
conhecimento de todos que há
processos em águas da união que
já possuem mais de 10 anos e
ainda não foram finalizados.
Outro assunto levantado foi
justamente a questão da exigência
do licenciamento ambiental como
fator preponderante para acesso ao
crédito financeiro que tem sido
liberado pelas instituições, à título
de urgência, devido ao impacto do
Corona Vírus no país. Segundo a
convidada, em conversa com o
Diretor de Aquicultura em Águas da
União da SAP/MAPA, Maurício
Pessoa, a instituição financeira é
quem define se exige ou não o
licenciamento ambiental e que a
SAP está fazendo gestão junto ao
Banco Central e BNDES, para que
essa exigência seja retirada
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Foi feita uma pergunta pelos participantes se por acaso a
PeixeSP recebia algum repasse em percentual de ração
adquirida pelos associados. A presidente da Associação explicou
que não havia essa contrapartida ainda. Comentou que na ABCC
(Associação Brasileira dos Criadores de Camarão) tem esse
repasse em percentual em quilos de ração adquirida.
Marilsa completou que junto à PeixeSP, outras associações
enviaram ofícios e solicitações para que um projeto de lei que se
encontra na Câmara Federal, de autoria do Presidente da Frente
Parlamentar da Piscicultura, Deputado Luiz Nishimori, sobre a
isenção do PIS/COFINS para a ração do peixe, em isonomia com
a ração de aves e suínos.
Dica: Procure entidades de representação 
da atividade em seu Estado. Associações 
de Produtores, Cooperativas, Sindicatos 
Rurais, Federações de Agricultura e 
Pecuária, Embrapa Aquicultura, Emater, 
Sebrae, Senar. As informações relevantes 
do setor para sua produção tendem a estar 
nestas entidades e elas podem te orientar 
em seunegócio
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Santa Fé do Sul foi o berço da Aquishow, no entanto, o evento,
que é destinado ao produtor, cresceu muito em negócios, trazendo
inovações e capacitando participantes. Neste ano de 2020
entendeu-se que o evento não caberia mais em Santa Fé do Sul, por
questões de hospedagem, alimentação, deslocamento. Por este
motivo firmou-se parceria com o Instituto de Pesca para a realização
do evento utilizando as estruturas existentes naquele lugar.
A data marcada é de 25 a 27 de Agosto de 2020, com ressalva
para qualquer situação ainda sobre quarentena do Corona Vírus.
Marilsa explicou que as palestras, as informações
compartilhadas e tudo o que é entregue na Aquishow, passa por
uma forte avaliação para que realmente atenda as demandas do
produtor naquele momento em que ele se encontra.
Uma novidade será o prêmio inovação aquícola que movimentou
bastante a cadeia em 2019.
Aquishow Brasil
Sobre o Aquishow Brasil, Marilsa explicou que se iniciou da
necessidade em se trazer informação e conhecimento para os
produtores de São Paulo. Em alusão à um evento que já existia há
mais de 10 anos, o Agrishow, foi criado então a Aquishow, em que
ela está na comissão diretora em todos os anos.
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Paulo indaga Marilsa sobre o início ao programa Aquishow
na Rede que é transmitido ao vivo no FaceBook e que é
apresentado por ela e pelo Emerson Esteves. De maneira
descontraída, Marilsa contou que ouvia um programa pela internet
que era transmitido por produtores do Ceará. E então tentaram
fazer parcerias com rádios da cidade para fazer algo da mesma
forma. Mas por necessidade de se comprar horários e
apresentação de patrocínios, não foi possível. Então inspirados
nas lives do Presidente Jair Bolsonaro pelo FaceBook, e com a
ajuda de amigos produtores, começaram o programa.
Em meio a risadas, ela lembra que o melhor quadro é o
“dentro da rede e fora da rede”, que é um espaço para aplausos
ou repúdios de ações em relação à atividade.
Marilsa enalteceu as ações da SAP/MAPA, em nome do
Secretário Jorge Seif Junior, um líder que tem equipe competente,
realizadora e que está atuando de maneira irreparável nas
necessidades da cadeia nacional.
Aquishow na Rede
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03 – NOVO DECRETO, RAP, CAPACIDADE DE 
SUPORTE E LICITAÇÃO 
Juliana Lopes
Juliana comenta que como mulher do agro, se manter em
um setor que tem maior presença masculina por tanto tempo é
desafiador, ela atua há mais de 10 anos! No entanto, para se
conquistar o espaço precisa de muita dedicação e respeito.
Ela considera que em Brasília, dentro do Governo Federal,
não houve dificuldades para que desenvolvesse seu trabalho
de forma tranquila e sem discriminação.
Narrou que sempre trabalhou em sua mente que qualquer
dificuldade que pudesse vir a aparecer ou encontrar, não seria
empecilho para que desenvolvesse o trabalho da mesma
maneira, realizando tudo aquilo que se propôs a fazer.
Comentou ainda sobre mulheres de destaque no meio do
agronegócio, como as convidadas especiais nessa semana de
lives da Aquiplan Consultoria.
Relatou ainda que, em licitações de áreas aquícolas de
águas da união, a quantidade de mulheres participantes
(requerentes ou representantes de empresas requerentes) é
muito maior que a presença masculina.
Na linha de frente, na produção de peixes, encontra-se
mulher gerenciando a atividade e à frente de vários homens.
Provando que os espaços estão abertos e que as mulheres
devem agarrar estas oportunidades sem pensar duas vezes.
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Questionada sobre dificuldades ou facilidades que ela
passou durante a sua carreira profissional por ser mulher,
Juliana relatou que é “zero a zero”, praticamente não
houveram nem dificuldades nem facilidades.
A não ser em situações muito pontuais como por
exemplo em reuniões em que ela se encontrava como a
única mulher em meio a vários homens. Inicialmente, ela
sentiu alguma desconfiança, que com o decorrer da reunião
era quebrada devido à todo o conhecimento e soluções que
ela entregava aos participantes. Em uma dessas últimas
reuniões, sobre o vazamento do óleo nas praias do nordeste,
ela estava representando a SAP em meio a 23 homens de
vários órgãos, inclusive da Marinha, onde a presença
masculina é expressiva e ainda, existe a hierarquia das
patentes. A mesma explica que com jeito e educação as
coisas se acertam e há respeito mútuo.
Por diversas vezes foram 
lidos comentários de 
felicitações e reconhecimento 
do trabalho realizado pela 
nossa convidada.
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Sobre a atualização do Decreto 4.895 de 2003, Juliana
explica que quando o mesmo foi criado, representou um grande
salto na legislação federal, pois foi como um “farol” que
iluminava o caminho a ser seguido.
Entretanto, assim como a aquicultura evoluiu nos 17 anos
seguintes à criação do Decreto, o mesmo também precisava
ser revisto e atualizado. Porém, alterar somente nas Instruções
Normativas Interministeriais (INI) não seria o suficiente, pois
alguns pontos chave estão presentes no decreto como um todo.
Então, com o consentimento do atual Secretário da
Aquicultura e Pesca, Jorge Seif Junior, iniciou-se o processo de
revisão e atualização do Decreto para que o mesmo possa
desburocratizar a autorização de usos de espaços físicos em
águas da união para fins de aquicultura.
A Instrução Normativa Interministerial, como o próprio
nome já diz, envolve vários agentes: MMA, ANA, IBAMA,
MARINHA, SPU e MAPA. Então a maneira mais eficiente para
se alterar algum ponto é realizando alterações no Decreto (que
engloba as INIs) e depois estabelecer as INIs específicas com
cada ministério, acelerando o processo, de forma separada.
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Como exemplo da necessidade da atualização dos
documentos: ainda são exigidos processos com
coordenadas geográficas no formato WGS ou SAD-69. No
entanto, desde 2005 estes processos já são exigidos no
formato SIRGAS 2000, ou seja, um grande atraso que
precisa ser atualizado.
A equipe da SAP (Secretaria de Aquicultura e Pesca)
para águas da união, no Brasil inteiro, contando com todos
os colaboradores, possui 15 pessoas. Entretanto, dessas
15, cada uma é responsável por uma parte dentro da
Secretaria.
Após nomeação recente, são 3 servidores para análises
de processos. Apesar do grande número de processos
para serem analisados, segundo Juliana, a principal
questão é o tanto de processos que voltam para serem
corrigidos, com pendências para serem sanadas.
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Respondendo uma pergunta referente à dificuldades de
interessado empreender na atividade, Juliana relata que
depende muito de onde ele irá solicitar a área. Se for em
reservatórios com capacidade de suporte estourada (Manso,
Serra da Mesa, Ilha Solteira, Paraibuna, Jurumirim, Xavantes,
Itaparica, Moxotó) não há previsão de quando serão aceitos
novos processos para tramitar solicitando áreas nestes locais.
Ela relata que, na próxima licitação (que acontecerá,
quando houver autorização para retorno das atividades) há
processos de 2008 assim como processos de 2018, ou seja,
tudo depende de onde o requerente está solicitando área, e,
principalmente, da qualidade do processo que foi protocolado.
Visto que pode haver pendências que façam o processo
retornar para correção, existem exemplos de resultados em
menos de 2 anos de tramitação.
Nossa convidada explicou que para participar de uma
licitação em águas da união, é necessário que o requerente
tenha um processo que já tramitou dentro dos ministérios, ou
pelo menos um processo idêntico àquele que está
concorrendo à uma área. Pois a licitação só acontece em
áreas que já houveram estudosou interesse e que
naturalmente são viáveis para o desenvolvimento da
atividades.
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O próximo assunto abordado foi o RAP – Relatório Anual
de Produção - que foi uma iniciativa de 2013 mas que
somente nos últimos anos tem realmente significado
relevância nas atividades do Governo Federal.
O objetivo do RAP, segundo Juliana, é acompanhar como
o requerente utiliza a área, cedida por tempo determinado (20
anos) ou seja, não é uma doação. Visto que o cessionário
paga por esta utilização (com exceção dos cessionários não
onerosos). O bem é da união e se foi solicitado para a
produção de peixes, deve-se manter esse objetivo, que é
acompanhado justamente pelo RAP.
Inicialmente ele era solicitado aos cessionários onerosos,
e posteriormente, foi exigido de todos os cessionários em
águas da união.
Começou de forma física, mas desde 2019, com a criação
de um sistema, o relatório é preenchido 100% online, com as
informações pertinentes à produção do ano de referência.
Desta forma então, em 2020, são solicitados os dados da
produção total entre janeiro e dezembro de 2019. O prazo
para envio deste relatório era 31/03/2020. Porém, devido à
necessidade de anexar fotos do empreendimento no RAP,
alguns produtores não enviaram toda a documentação antes
do período de isolamento social promovido pelo Governo.
Portanto o mesmo foi adiado para o final de maio/2020.
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Outro ponto importantíssimo do RAP é a formação de uma
base concreta de informações aos Estados, que por sua vez
são responsáveis pelo licenciamento ambiental da área cedida
pela união e quantificar as áreas cedidas sem a regularização
ambiental.
No RAP há um local específico para inserção de
informações sobre licenciamento ambiental, inclusive com a
possibilidade de enviar documentos que comprovem que o
empreendimento está licenciado ou que possui protocolo ou
justificativa do porque ainda não possuir o protocolo.
Isso permite à SAP reforçar com os órgãos ambientais
estaduais a necessidade da celeridade na análise dos
processos de licenciamento.
https://sistemas.agricultura.gov.br/agroform/index.php/855146
Respondendo ao questionamento do
Chefe Interino da Embrapa Aquicultura
– Alexandre de Freitas – que também
acompanhava a live, sobre a função do
RAP, Juliana respondeu que é para
comprovação da utilização da área,
levantamento de produção em águas
da união e, também, para se fazer
políticas públicas.
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https://sistemas.agricultura.gov.br/agroform/index.php/855146
O próximo assunto abordado foi capacidade de suporte em
reservatórios de águas da União.
No Estado do Pará a legislação permite apenas a produção de
peixes nativos. Juliana, expressando sua opinião pessoal,
acredita que nos reservatórios de Belo Monte e Tapajós, essa
determinação é considerada válida e reforça a necessidade do
investimento em peixes nativos.
Entretanto, o Reservatório de Tucuruí está na bacia do Tocantins-
Araguaia e em todos os outros Estados que pertencem à esta
bacia, já há produção de tilápia regularizada pelos órgãos
ambientais. Então, novamente expressando sua opinião pessoal,
ela não entende o porquê da proibição da produção de tilápia
neste reservatório e sugere que o Estado tenha um olhar
diferenciado para Tucuruí, pela enorme capacidade de suporte
dele e que poderia representar muitos investimentos no Pará, já
que a cadeia produtiva da tilápia está muito bem estruturada
quando comparada a peixes nativos.
Começando pelo Pará, existem dois
reservatórios imensos: Tucuruí com
aproximadamente 160 mil
toneladas/ano de capacidade de
suporte e que, atualmente, não
produz nem 2 mil toneladas/ano. O
outro reservatório é Belo Monte,
com capacidade de suporte de 400
mil toneladas.
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O Reservatório de Manso, no Mato Grosso, já está com a
capacidade de suporte estourada há muito tempo.
o Reservatório de Três Marias,
possui um polo produtivo grande, há
parques aquícolas iniciados em 2010
e que ainda não foram licenciados
por dificuldades impostas pelo órgão
ambiental estadual.
Há dois reservatórios com
capacidade de suporte esgotadas:
Itaparica e Moxotó, este último
sofre com o esgoto das cidades
lançado em seu corpo hídrico.
O Reservatório de Xingó, apesar de
possuir capacidade de suporte,
encontra-se no MONA (Monumento
Natural do Rio São Francisco) que é
uma unidade de conservação. A área
de exclusão do parque, que permite a
produção de peixes é muito pequena
e praticamente só quem produzia
peixes ainda continua. Há também a
dificuldade da produção em meio aos
cânions do São Francisco.
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O reservatório de Ponte Pedra, na
divisa com o MS, também está com
sua capacidade estourada.
No reservatório de Sobradinho, tem capacidade
de suporte disponível, mas praticamente não
tem pedidos de áreas para produção.
Há alguns reservatórios menores
que irão abrir para a produção.
Na Bacia do Rio Grande, o reservatório de Furnas já está com
sua capacidade de suporte também estourada há tempos.
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Existem ainda mais dois reservatórios de acumulação nesta
Bacia: Xavantes e Capivara. Este tipo de reservatórios
(principalmente os de “cabeceira”) tem capacidade de suporte
reduzida, por seu tempo de residência da água.
Devido à alta demanda por área aquícola nesta bacia, os
parques aquícolas foram cancelados, neste caso, por experiência
da convidada, é histórico a não ocupação dos parques, então
optaram por atender as solicitações de áreas aquícolas.
Nos demais reservatórios (Jaguara,
Estreito, Igarapava, Porto Colômbia,
Água Vermelha) há condição de
produção, até chegar em Ilha
Solteira, que está com capacidade
estourada. Assim como Jupiá, logo
abaixo.
Já na bacia do Paranapanema, o
reservatório de Jurumirim é do tipo
acumulação (como Serra da Mesa e
Três Marias), que controlam a
geração de energia da cadeia, nos
demais reservatórios abaixo.
Porto Primavera, apesar de ter
capacidade de suporte elevada, é
considerado raso, impedindo a
implantação de grandes unidades
produtivas.
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Em comentários dos participantes da live, foi pedido um
posicionamento da convidada sobre a produção de peixes
exóticos e híbridos nos reservatórios de águas da união.
Juliana relatou que a regulamentação das espécies permitidas
para produção por bacias cabe ao IBAMA. Por exemplo,
quando o IBAMA permitiu o tambaqui em tanques-rede no
ocantins, ele proibiu os híbridos. Em São Paulo, podem ser
criados os híbridos. Na bacia do Paraná também é permitido.
Na Bacia Amazônica, a criação de tilápias não é permitida. Na
bacia do Rio Paraguai, mais restritiva que a anterior, também a
tilápia não é permitida, pois esta bacia está relacionada com o
Pantanal.
O único papel da SAP, em momentos específicos, é,
baseado em estudos e comprovações científicas, fazer
questionamentos e sugestões para se rever as diretrizes legais
sobre permissão de espécies exóticas, como a tilápia, em
situações específicas, como foi feito no caso de Itaipu
Binacional.
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Encerrando sua participação, Juliana comentou sobre as
licitações em áreas de águas da união, recém publicadas,
porém, devido ao COVID-19, e por ser uma sessão aberta ao
público, as reuniões foram canceladas, e quando a situação se
normalizar, será publicado novo edital das licitações. Ainda há a
previsão de publicação de mais 2 editais para este ano de 2020.
Ainda respondeu uma última pergunta sobre qual órgão é o
responsável por realizar os estudos da capacidade de suporte
de um reservatório. Juliana respondeu que a responsável por
estesestudos é a ANA – Agência Nacional das Águas.
O MAPA não tem gerência sobre estes estudos. A
metodologia utilizada é a de Dillon e Rigler (1974) e é atualizada
de acordo com a vazão dos reservatórios.
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Em leitura a vários comentários postados durante a live,
percebemos que o próprio Secretário da Aquicultura e
Pesca, Jorge Seif Junior, acompanhou o debate.
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04 - ASSISTÊNCIA TÉCNICA EM PISCICULTURA: 
UMA VISÃO FEMININA.
Ilce Santos Oliveira
Questionada como foi desenvolver a assistência
técnica dentro da piscicultura sendo mulher, Ilce
respondeu que a experiência foi gratificante pois ela
aprendeu muito sobre a atividade e sobre a relação com o
produtor rural, suas necessidades, aspirações e isso ela
trás consigo até hoje.
Ressaltou que na época em que realizava este
trabalho, ela encontrou muito preconceito pelo fato de ser
mulher. Enquanto instrutora que realizava treinamentos
sobre piscicultura, comentou que já houve mais de uma
oportunidade em que os produtores ao perceberem que
era uma mulher que ministraria o curso, se levantaram e
foram embora do local por não acreditarem que uma
mulher fosse capaz de ensinar-lhes algo sobre a atividade.
Inclusive ela relata uma situação em que o dono da
fazenda onde o treinamento aconteceria olhou pra ela e
perguntou: “Mas enviaram uma mulher pra dar o
treinamento?”, como se o simples fato de ser mulher não a
capacitava para ministrar o curso.
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foram categóricos em dizer que tais situações de preconceito,
seja para mulheres, seja para homens (mesmo que em
menor quantidade) ainda podem acontecer. O profissional
deve estar preparado para estas situações e sua forma de
reagir ao preconceito é que o fará mostrar “o outro lado da
moeda”, que é o da competência, do conhecimento adquirido,
da experiência e da capacidade em mudar a realidade do
produtor, desde que o mesmo aplique tudo o que o técnico
está disposto a oferecer-lhe.
Uma participante enviou uma pergunta à respeito do
momento atual, se ainda existe preconceito com as mulheres
que atuam na piscicultura: Ilce acredita que sim, mesmo
percebendo mudanças no comportamento masculino em
aceitar a mulher como profissional da área e também pela
evolução das mulheres em convencer o mercado de trabalho
de sua capacidade em exercer a atividade de maneira
equivalente ou até superior em relação aos homens.
Questionada sobre os maiores desafios que já foram
encontrados na aquicultura, Ilce responde que encontra
desafios diariamente no desenvolvimento de suas atividades,
em que o preconceito é o maior deles.
O que escreveram nos 
comentários da live
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Ilce acredita que ainda há bastante disparidade na oferta
salarial dentro da iniciativa privada. Entende isso como um
desafio para as mulheres e que não as impede de continuar
desenvolvendo excelente trabalho e provando, a cada dia, que
merecem ser valorizadas da mesma forma que os homens.
Segundo Ilce, ainda há uma geração de pessoas que
acreditam na cultura de que a mulher está relacionada com
afazeres domésticos, criação de filhos, etc. Mas entende que isso
é algo que vem sendo transformado com o passar dos anos. Para
nossa convidada é uma espécie de combustível para que ela
continue seu trabalho de convencimento da capacidade das
mulheres à frente da aquicultura.
O que escreveram nos 
comentários da live
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Outra pergunta que chegou nos comentários foi como é
possível a mulher lidar com desrespeito no mercado de
trabalho sem perder oportunidade de negócios. De maneira
enfática Ilce responde: “corte na raiz para ser respeitada”.
Nossa convidada afirma que as mulheres devem delimitar o
espaço que as pertence e desrespeito não deve ser aceito
de forma alguma em lugar nenhum. O fato de ser mulher não
autoriza ao homem, ou quem quer que seja, proceder com
assédio. Portanto, o corte na raiz evita que espaços (que não
existem) sejam ocupados por pessoas nocivas.
Ilce ainda alerta que tais situações, se ainda não
aconteceram, possivelmente irão acontecer com as mulheres
que estão acompanhando a live e tudo vai depender da
maneira como elas se posicionarem perante à isso.
O que escreveram nos 
comentários da live
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Os comentários de apoio e felicitações pelo posicionamento da
convidada aumentavam à medida em que a interação com o
público continuava, sendo que nossa convidada recebia os
parabéns em nome de todas as mulheres presentes na live.
A próxima pergunta das participantes foi se a convidada já
havia perdido algum negócio por ser mulher e Ilce calmamente
respondeu: “eu já perdi até um emprego”. Em seu
entendimento, se ela perdeu este emprego por ser mulher, é
porque realmente aquele local não seria bom para ela
trabalhar, não lhe traria satisfação. Portanto, ela entende que
foi o melhor que poderia acontecê-la. E não foi só isso, ela
comenta que trabalhos, negócios e projetos já foram perdidos
por ser mulher também.
O que escreveram nos 
comentários da live
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Em resposta a um comentário, acredita que a maioria das
mulheres que estão se engajando mais com a aquicultura,
desde a própria graduação, faz com que este espaço
esteja cada vez mais sendo ocupado por elas. Ascender
da academia com novas tecnologias para serem
implantadas na atividade. Deu exemplo da Profa. Dra.
Jucilene Cavali da UFRO e também das Professoras que
ela conhece em Goiás, que são: a Profa. Dra. Raquel
Priscila de Castro Oliveira da UEG, a Profa. Dra.
Fernanda Gomes de Paula da UFG, a Profa. Dra.
Luciane Sperandio do IFGoiano e a Profa. Dra. Delma
Machado Cantisani Pádua da PUC-GO.
Em sua opinião, Ilce acredita que há outros nichos a
serem ocupados pelas mulheres e cita o exemplo da
formulação e elaboração de políticas públicas. Ainda
comenta que pelo fato das mulheres serem mais
detalhistas e intuitivas, a presença delas na equipe de
governo dos estados e municípios propiciaria melhor
resultado na aplicação do planejamento para
desenvolvimento da atividade.
O que escreveram nos 
comentários da live
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Ilce conta que sua trajetória em Rondônia começou no
Governo do Estado, que logo chamou a atenção pelo trabalho
desenvolvido e foi indicada para assumir a Superintendência
da Pesca e Aquicultura de Rondônia, ligada ao extinto
Ministério da Pesca e Aquicultura. Ao finalizar sua passagem
pela Superintendência, o então Governador do Estado a
convidou para continuar na equipe de Governo, apoiando o
desenvolvimento da atividade no Estado.
Participou diretamente do crescimento, acompanhou o
salto de Rondônia de 11.000 toneladas em 2011 para 68.800
toneladas em 2019, o que lhe garantiu o terceiro lugar
nacional em produção, porém encostado no segundo lugar,
São Paulo com 69.800 toneladas (Fonte: Anuário PeixeBR 2020).
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Compartilhando experiência com os participantes da live,
Ilce explicou como foi feita a elaboração da política pública
para o desenvolvimento da piscicultura em Rondônia. Em
reunião com a equipe de governo, foi determinado que o
produtor (aquele que engorda o peixe para o abate) seria
considerado o pilar da atividade, então todas as políticas
publicas para a piscicultura deveriam ser baseadas nas
necessidades do produtor. Ou seja, não foi feito um
trabalho do gabinete para o campo e sim uma consulta ao
campo para saber o que o gabinete poderia contribuir, que
é muito semelhante ao que a PEIXEBR exige do Governo
Federal, quando se discute sobre a piscicultura no país:
escutar o setor parase desenvolver algo que realmente
seja prático e atenda as necessidades da cadeia.
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Aquiplan Consultoria - aquiplanconsultoriaonline@gmail.com
Nossa convidada citou também a época em que Rondônia
foi referência nacional nas questões de licenciamento
ambiental. Entretanto, enfatiza que não houve flexibilização
da lei, apenas melhorou a condição de trabalho da equipe,
que por sua vez se comprometeu mais com o serviço
prestado. Por exemplo, não faltava veículos nem combustível
para realização de fiscalizações e vistorias para emissão de
licenças.
As parcerias realizadas também com o Sebrae,
promoveram eventos que chamaram a atenção do setor para
o Estado, como as “rodadas de negócios”, que levavam
empresários da industrialização do pescado para conversar
diretamente com os produtores de Rondônia, encontro que
por diversas vezes resultava em fechamento de negócios.
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/criando-modelos-
de-negocio-sustentaveis-na-piscicultura
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Outra questão importante seria aumentar o consumo
do brasileiro. Segundo nossa convidada, esta seria uma
grande estratégia para escoamento da produção do
pequeno produtor, principalmente em situações como a
merenda escolar, que adquire seus produtos da
agricultura familiar.
Ela entende que exportar é bom e que deve ter seu
trabalho continuado, porém não é algo que possa ser
considerado como fixo, já que sempre as políticas de
exportações estão em constante mudança.
Já no consumo interno, caso o brasileiro elevasse seu
consumo por ano em por exemplo 1 quilo, não haveria
produção de cultivo existente hoje capaz de atender a
demanda.
O brasileiro consome cerca de 9,5 kg 
de peixes por ano.. A recomendação 
da FAO é de 12 kg/hab/ano, porém, 
a média mundial é superior a 20 
kg/hab/ano (PEIXEBR)
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Aquiplan Consultoria - aquiplanconsultoriaonline@gmail.com
A inserção do peixe na merenda escolar de Rondônia foi um
processo que durou 2 anos e necessitou do empenho de vários setores
do Governo do Estado, dos Deputados Estaduais e inclusive do próprio
Governador, já que é um projeto que se não tiver este engajamento,
dificilmente sairá do papel. Foi então assinada uma lei para regular esta
ação no Estado. Como resultado, pequenas agroindústrias foram se
instalando no Estado para processar o pescado que seria inserido na
merenda escolar. A secretaria de educação fez trabalho com as
merendeiras para que o produto oferecido às crianças fosse o melhor
possível, de acordo com as exigências nutricionais.
Os participantes debateram sobre os comentários à respeito de
assistência técnica remota. E o consenso foi que, naturalmente,
somente proprietários que estão abertos à este tipo de atendimento, o
receberão. Produtores que não aceitam ou não concordam com os
protocolos implantados ou sugeridos pela assistência técnica, não
conseguirão obter os resultados propostos pelo atendimento de um
profissional responsável. E não há muito o que fazer em relação a isso,
já que só é possível ajudar, quem está aberto a receber ajuda.
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Aquiplan Consultoria - aquiplanconsultoriaonline@gmail.com
Nossa convidada comenta sobre o processo de
implantação do selo de qualidade para o Tambaqui
produzido em Rondônia. O Selo será fornecido aos
piscicultores que seguirem requisitos de manejo e
sanitários em suas propriedades, de maneira a
atestar a qualidade dos peixes produzidos.
Nossa convidada acredita que o próximo
passo na piscicultura de Rondônia será o
investimento no processamento do pescado já que
sua produção é matéria-prima oferecida em outros
Estados, quando poderia e deveria sair
industrializada, agregando valor.
facer.org.br
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Aquiplan Consultoria - aquiplanconsultoriaonline@gmail.com
Ilce respondeu a um comentário sobre a possibilidade da
criação de espécies exóticas em Rondônia, ponderando
sobre a criação de um concorrente para o carro chefe do
Estado que é o Tambaqui e em segundo lugar para o
Pirarucu.
Entretanto, considerando que o mercado exige cada vez
mais a tilápia, que esta espécie possa ser criada somente
em sistemas fechados, onde não haja possibilidade de
escape para o meio ambiente.
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https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2019/08/07/interna-
brasil,775903/churrasco-peixes-ocorre-nesta-quarta-feira-na-esplanada-dos-ministerio.shtml
Uma das melhores ações promotoras da
piscicultura em Rondônia é o churrasco feito
com bandas de Tambaqui. Esta promoção
inclusive foi levada à Brasília e realizada na
esplanada dos Ministérios.
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https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2019/08/07/interna-brasil,775903/churrasco-peixes-ocorre-nesta-quarta-feira-na-esplanada-dos-ministerio.shtml
DICA: Antes de entrar na atividade, faça uma
pequena pesquisa de mercado local e regional
para entender o que realmente é produzido e
qual a demanda existente. Este passo poderá
ser fundamental para que não se invista de
maneira desordenada e que poderá acarretar
em prejuízos. De maneira geral, a tilápia é um
peixe bastante procurado pela indústria, por
possuir um filé sem espinhas intramusculares e
que é bastante aceito pelo consumidor.
Entretanto, produzir esta espécie não é
garantia de sucesso imediato, já que é um
mercado que movimenta grandes produtores
nacionais e que tem no licenciamento
ambiental um travamento comum dentro dos
órgãos estaduais. Já os peixes nativos,
tambaqui, pirapitinga, piau, matrinxã, pacu, tem
permissões de cultivo decretadas mais
rapidamente, mas não possuem pacote
tecnológico tão evoluído como o da tilápia.
http://www.lpnet.com.br/dicas
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Aquiplan Consultoria - aquiplanconsultoriaonline@gmail.com
http://www.lpnet.com.br/dicas
05- MULHERES FAZENDO CIÊNCIA E AQUICULTURA.
Maria Celia Portella 
Nossa convidada especial começou agradecendo a oportunidade
em estar conosco e por nossa iniciativa em compartilhar informações
e conteúdos, que acabou incentivando toda a cadeia a fazer o
mesmo, principalmente neste momento de quarentena.
Maria Célia Portella é bióloga e trabalha com aquicultura há 33
anos, sendo esta sua área de atuação em toda a sua vida
profissional. Primeiro no Instituto de Pesca, onde ficou por 16 anos e
depois no Centro de Aquicultura da Unesp, onde é docente,
orientadora e pesquisadora, e está até hoje. Seu foco de interesse
científico é na área de larvicultura de peixes nativos e mais
recentemente a área de aquaponia.
Trabalhou no comitê de assessoramento do CNPQ, Ficou 8 anos
no LACC – capítulo latino-americano da WAS, experiência a levou a
ser eleita presidente da WAS em 2018-2019. Faz parte como
membro de comitê experts da FAO. Tem experiencia profissional no
Brasil e internacional também.
Sua história na aquicultura iniciou muito antes da formatura,
quando pequena, seu pai trabalhava em usinas hidrelétricas que
tinham estações de piscicultura, ela cresceu vendo os profissionais
fazendo repovoamento de reservatórios e hipofisação. Ao se formar,
fez estágio na CESP e de lá foi fazer estágio pelo Instituto de Pesca
que desenvolvia pesquisas com o Projeto Pacu.
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Ingressou por concurso para pesquisadora científica no
Instituto de Pesca, e ficou por cerca de 17 nos. Dentro do
contexto de mulheres da aquicultura, Maria Celia destaca um
grupo de mulheres cientistas-pesquisadoras que ela
considera com sendo “as mães da aquicultura” moderna: Dra.
Heloisa Maria Godinho, Dra. Maria Amália Basílio Martins,
Dra. Naoyo Yamanaka – mulheres extremamente capacitadas
com background científico muito aprofundado, muito cultas.
Mulheres incríveis da aquicultura, e formaram a segunda
geração e que foram espelho para nossa convidada, também
foram lembradas, como a Dra. Elizabeth Romagosa, Dra.
Patrícia de Paiva,Dra. Maria José Tavares Ranzani de Paiva,
Dra. Márcia Navarro Cipolli, que trabalhavam com rigor na
pesquisa e na investigação científica.
A formação de Maria Célia foi se espelhando nessas
mulheres e à elas nossa convidada dedica toda a sua
formação científica, junto com os outros cientistas, que
contribuíram para espalhar tantos pesquisadores pelo Brasil,
descentralizando e nucleando a aquicultura pelo país.
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Segundo nossa convidada, essas lives trouxeram muito
conteúdo sobre a aquicultura, a cadeia produtiva, a crise pelo
Corona Vírus e hoje tem-se a oportunidade de falar de ciência, das
bases, o que se produz na academia e que pode ser aproximado
do produtor.
Questionada sobre a existência de maiores dificuldades ou
facilidades por ser mulher, Maria Célia respondeu que não teve
dificuldade em nenhum campo em que veio atuando. Na área
científica, na área acadêmica, com produtores que tem tido
contato, sempre foi muito bem recebida por onde passou. Ela
acredita que a aquicultura é um campo que abre oportunidades
para as mulheres, assim como a carreira acadêmica, pois oferece
estabilidade e é possível de conciliar com casa, marido, filhos. As
mulheres se sentem mais amparadas quando comparado com a
iniciativa privada. Mas vê muita desigualdade em termos gerais,
mesmo na ciência, se comparar a área de exatas, por exemplo, a
participação da mulher é muito menor. Em 2016 ela fez um
levantamento sobre mulheres na aquicultura, analisou 3
programas de pós-graduação no Brasil, percebeu que as mulheres
tem ainda bastante campo para conquistar só na área da
aquicultura.
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Pesquisou pra onde vão os alunos quando terminam os
cursos de doutorado, percebeu que 75% dos homens e 82%
das mulheres vão atuar nas universidades ou institutos de
pesquisa. A grande diferença está na entrada dos homens na
extensão e na iniciativa privada (onde estão os melhores
salários). E há muitas mulheres na parte de “outros”, que saem
da atividade, da área científica e vão fazer outra coisa. Embora
existam muitas mulheres atuando, proporcionalmente, ainda há
muito espaço para se conquistar.
Em Goiás, à frente das principais instituições de ensino na
área da aquicultura temos 4 mulheres e 2 homens.
Maria Célia acredita que a mulher tem maneiras diferentes
de pensar e abordar assuntos, estratégias em laboratórios e
com as equipes. Os melhores resultados são quando existe um
bom balanço entre homens e mulheres.
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Essa preocupação iniciou em 2003, quando foi convidada para
participar como pesquisadora de um programa de intercâmbio
internacional em países da Ásia e da África, financiado pela Agência
Americana de Desenvolvimento (USAID) que visava utilizar a
aquicultura para identificar e promover o nível de pobreza, segurança
alimentar, conhecimento por meio da aquicultura para que a atividade
pudesse ser estabelecida em países em desenvolvimento.
Este programa da USAID, muito amplo, começou na década de
80, durou mais de 30 anos, um dos focos era na inclusão de gênero,
equidade de oportunidades e no treinamento das mulheres,
principalmente em comunidades mais pobres, na aquicultura familiar
em pequena escala pensando na segurança alimentar. Quando a
mulher é treinada e começa a participar do processo produtivo,
começa a produzir melhor em sua área, ela percebe que por meio da
educação, da qualificação melhora a qualidade de vida dela e da
família. Com isso ela insiste com os filhos na escola pois a mulher é
arrimo de família.
A sociedade ainda é ligada a mulher em casa cuidando dos
filhos, quando ela é capacitada e se oferece a oportunidade de
emprego qualificado, com salário, ela melhora todo núcleo familiar,
esse benefício não é só pra ela, expande para o meio familiar.
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Isso foi muito importante para Maria Célia, que a partir
de 2007 começou a participar mais de perto deste trabalho,
viajando por muitos países africanos, asiáticos e latino
americanos. Desde então, em seus grandes projetos, o foco
tem sido definido para treinamentos de mulheres e inclusão
de gênero. Em suas linhas de pesquisa, há sempre algo
voltado para a melhoria das oportunidades para as
mulheres.
Questionada sobre como foi estar à frente da WAS,
sendo a primeira mulher não Norte Americana a assumir a
presidência, Maria Célia entende que tinha assumido uma
responsabilidade enorme, mesmo com experiência na
direção do LACC e participado das reuniões da direção
principal da WAS.
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Presidir essa Sociedade Científica que engloba todos os
principais pesquisadores mundiais da aquicultura, ligada à
comunicação e divulgação de conhecimento, foi um momento de
grande responsabilidade. Ela lembra que dos 48 presidentes,
apenas 4 foram mulheres. Ser a primeira não norte americana
ainda impunha, de certa forma, a barreira da língua. Apesar de
saber a língua inglesa, nunca havia antes morado fora do Brasil,
nem ficado muito tempo fora do país. Estar numa reunião com
mais de 20 pessoas com a língua inglesa fluente e que ela
deveria entender tudo aquilo que era conversado, além de
interferir, considerar, expressar sua opinião e se posicionar em
meio aos participantes, foi um desafio muito grande.
A experiência como presidente da WAS é divida em três
momentos ou anos: Presidente Eleito: durante o primeiro ano,
em que aprende-se como funciona todos os processos;
Presidente: um ano coordenando e executando todas as ações
da WAS; Ex-Presidente Imediato: mais um ano como tutor ou
conselheiro.
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Apesar de ter tido uma passagem curta enquanto presidente,
seu mandato teve momentos marcantes como a Criação do
Capítulo Africano da Sociedade, que era um sonho antigo
de todos. E o desafio foi bem grande, devido aos vários
países com línguas e costumes diferentes, com uma
aquicultura bem dispersa no continente, com Egito e Nigéria
os destaques, e outros países com menor desenvolvimento
científico.
Outra conquista de sua gestão foi a inclusão de uma
categoria voltada para a indústria da aquicultura, dentro da
premiação anual que a WAS realiza. Então hoje, é possível
se realizar a nomeação de pessoas ou indústrias que
receberão a premiação em forma de reconhecimento da WAS
pelo trabalho realizado dentro da aquicultura.
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Ainda em sua gestão, foi comemorado em um evento de
gala os 50 anos de existência da WAS, com reunião da
maioria dos ex-presidentes vivos.
Respondendo à uma pergunta dos participantes,
relacionada com a ligação entre a pesquisa e o setor
produtivo, Maria Célia entende que esta é uma grande
reivindicação do setor produtivo e um ponto que ela gosta de
tocar, quando conversa com presidentes de associações de
produtores. Ela entende que a pesquisa dentro da aquicultura
é boa devido aos vários incentivos que foram recebidos entre
2000 e 2014, quando laboratórios foram equipados e muitos
alunos se formaram e pós graduaram, aumentou-se a rede
de colaboradores no Brasil e no Exterior. Há muitas
publicações de conteúdo em revistas qualificadas. Porém
acredita que este conhecimento publicado ainda é voltado
para o meio científico e de menor aplicação.
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Ela acredita que falta a questão da extensão, pois o
pesquisador que orienta um aluno em mestrado ou
doutorado não se encontra na “beira do tanque” e não
sabe o que está acontecendo lá para que a pesquisa
seja orientada para atender a demanda. Ela entende que
o seguimento da extensão no Brasil é deficiente e que
não consegue fazer essa ligação para desenvolvimento
de pesquisas aplicadas realmente àquiloque o setor
produtivo precisa.
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Nossa convidada vê um movimento interessante dos
produtores nacionais que estão cada vez mais buscando
informação, conhecimento e novas técnicas em eventos, feiras e
congressos nacionais, para que possam aplicar em suas
unidades produtivas. Existe uma organização interessante do
setor produtivo para se tecnificar e buscar avanços tecnológicos
que possam trazer benefícios para a cadeia.
Sugere também que empresas como a Aquiplan
Consultoria, que atende diretamente na linha de frente junto aos
produtores, traga demandas para dentro das universidades aos
pesquisadores para que haja uma sinergia e a ligação se torne
cada vez mais forte entre pesquisa e setor produtivo. Inclusive
desenvolvendo pesquisas nas propriedades, estreitando o diálogo
necessário para o desenvolvimento da atividade.
Salienta porém, que atualmente não há tanta disponibilidade
financeira para investimento em pesquisas científicas. Inclusive,
em sua própria linha de pesquisa (larvicultura de peixes nativos)
onde é conhecida mundialmente e convidada a palestrar em
vários países, ela hoje não tem um grande projeto em
desenvolvimento.
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Hoje ela possui um projeto paralelo, em aquaponia,
financiado por 6 países da Comissão Europeia, que tem
por objetivo a produção de alimentos em ambientes
urbanos, num módulo de cidades sustentáveis.
Alemanha, Holanda e Noruega, por exemplo, adotam
esta prática pois estão preocupados com isso, reutilizando
água, menor consumo de energia e pagam melhor por um
alimento saudável. É um mercado que existe na Europa e
que estão dispostos a investir em pesquisas para
melhorar este trabalho em aquaponia. Diferente do que
acontece no Brasil, onde o assunto é praticamente inicial,
e ainda mais num momento de desafios como este que
estamos passando, o consumidor está a procura de
alimentos mais baratos e não com alto valor agregado.
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Encerrando, sobre o Programa LARVAPLUS, Maria
Célia explica que é uma rede de colaboração de países
ibero-americanos, Portugal e Espanha na Europa, México,
Costa Rica, Chile, Brasil, Colômbia, Peru, Argentina,
Equador. São mais de 90 instituições envolvidas.
Esta rede tem por objetivo discutir quatro grandes
núcleos: larvicultura de peixes de água doce, larvicultura de
peixes de água marinha, reprodução e melhoramento
genético, doenças e qualidade da água. Além disso é
promovido o intercâmbio de pessoas entre os núcleos de
pesquisa e laboratórios. Também há muita troca de
informação entre os grupos das diferentes instituições, com
padronização de metodologia, permitindo a comparação
dos dados.
Nossa Convidada ainda teve tempo de ver ex-alunos
e orientados se reencontrando e agradecendo o
momento de estarem juntos participando de um momento
de troca de informações e experiências que
enriqueceram e encerraram com chave de ouro a
Semana de Lives com Mulheres da Aquicultura.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Aquiplan Consultoria acredita que a equidade no
reconhecimento do trabalho das mulheres em relação ao
trabalho dos homens é um assunto que merece destaque
contínuo, e apoia toda a iniciativa de diminuir diferenças
existentes por questões de gênero.
A Aquiplan Consultoria agradece a oportunidade em
compartilhar informação e conteúdo de valor com todos
os participantes do Workshop e se coloca à disposição
para contribuir com o desenvolvimento da piscicultura
nacional, contando com a experiência de seu diretor e
equipe, que há 20 anos acompanham o crescimento
dessa atividade que, dentro do agronegócio, apesar de
estar engatinhando, tem o maior potencial de
crescimento entre todos.
Um forte abraço e até breve.
Paulo Roberto Silveira Filho
Zootecnista, Especialista em Produção Animal
Mestre em Aquicultura Continental
Raquel Priscila de Castro Oliveira
Zootecnista, Especialista em Produção Animal
Mestre em Ciência Animal
Doutora em Ciência Animal
Docente efetiva na Universidade Estadual de Goiás
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