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ANATOMIA
Sumário
BASES GERAIS	2
Divisão da anatomia	3
Conceitos gerais de anatomia sistêmica e topográfica	5
Terminologia anatômica	8
Terminologia	9
Conceito de normal em anatomia	9
Variação anatômica	10
Divisão do corpo humano	16
Princípios gerais de construção do corpo humano	18
Terminologia	19
SISTEMA ESQUELÉTICO	20
GLOSSÁRIO DE TERMOS ESTRUTURAIS COMUNS NO CRÂNIO	26
GLOSSÁRIO DE TERMOS ESTRUTURAIS COMUNS NO ESQUELETO	32
SISTEMA ARTICULAR	36
Classificação Funcional das Articulações	37
SISTEMA MUSCULAR	38
Classificação dos Músculos:	39
SISTEMA CARDIOVASCULAR	40
Roteiro prático de sistema cardiovascular	48
Anatomia do Sistema Vascular	49
SISTEMA RESPIRATÓRIO	52
BASES GERAIS 
A Anatomia Humana é considerada a disciplina mais velha da Medicina, tanto que, primeiramente, ambas se emaranhavam. Pelo menos no começo, em tempos imemoriais, era aceitável saber Anatomia ou, pelo menos, ter alguns conhecimentos anatômicos para poder praticar a Medicina. Desde aquela ocasião começou a ser válido o pensamento “Nulla Medicina sine Anatomia!”, ou seja, “Não há Medicina sem Anatomia”.
“Ramo seco da Biologia”, “Ciência dos mortos”, “Ciência dos fósseis”, “A Anatomia morreu!” Esses são os “versos” cantados aos quatro ventos por aqueles que julgam – quase – desnecessário o estudo da Anatomia. Para demonstrar este mal um caso pitoresco ocorreu no Brasil, quando um laureado com prêmio Nobel foi convidado a fazer conferências científicas e educacionais sobre “Atualização do Currículo Médico” o famoso professor, com toda a autoridade que um ganhador de prêmio Nobel pode ter, brindou a plateia com a seguinte mimosidade: “uma grande redução no currículo poderia ser feita à custa da Anatomia, pois para conhecer a anatomia dos homens, bastaria conhecer a anatomia do rato”. A grande vantagem que ele antevia era que a dissecação de um mamífero pequeno poderia ser feita em três dias, e não nos três anos necessários para dissecar o homem. Na discussão que se seguiu, um dos participantes da plateia perguntou: “se o orador fosse acometido por uma apendicite aguda, ele escolheria o cirurgião que tivesse dissecado um rato, ou um que tivesse dissecado um cadáver1 humano?” O orador fez uma longa pausa e honestamente confessou que ele escolheria o cirurgião que tivesse estudado anatomia no homem. O professor que fizera a pergunta retomou a palavra e parabenizou o orador pela sua excelente escolha, acrescentando: “principalmente por que o rato não tem apêndice vermiforme.” (Di Dio, 1998, p.28).  
O termo Anatomia, etimologicamente, tem origem Grega (anatomé): Ana (distributivo, em partes) e Tomé (corte, por exemplo, tomos de um Tratado) ou Temnein (cortar). A agregação das palavras significa dissecação, ou dissecção. Dissecação procede do termo latino dissecare (dis: em partes; secare: cortar, incisar) e corresponde ao termo anatomia. O termo dissecação é utilizado para designar a técnica mais corriqueira e habitual usada no estudo de anatomia. Dissecação expressa exposição ordenado dos órgãos do corpo por meio de incisões apropriadas, em ordem natural, separando-os de forma mais ou menos tradicional, para estudá-los em particular, com a intenção de pôr relação de dependência entre forma e função. Esse estudo é obtido no cadáver de indivíduo adulto ponderado normal e deve abranger elementos relativos aos fatores gerais de variação, como por exemplo, a idade, o sexo, o grupo étnico, e o tipo constitucional, assim como às modificações morfológicas decorrentes da passagem do corpo do estado de vivo ao de cadáver. Deste modo, em vista da relatividade dos conhecimentos que se pode adquirir pela dissecação do cadáver, que é um meio e não a finalidade da anatomia, os métodos de observação têm sido aprimorados e deles a anatomia tem-se amparado para impetrar dados no próprio indivíduo vivo.
A anatomia propaga as bases da forma e da estrutura do corpo humano sadio e de seus órgãos. A forma descreve a morfologia externa do indivíduo, de seus membros, e de seus órgãos. A estrutura obedece à organização interna dos órgãos e de seus componentes nos níveis macroscópico, microscópico, submicroscópico, e molecular; o termo estrutura inclui a função. A anatomia estabelece, ao lado com a fisiologia e a bioquímica, a base para a profilaxia, o diagnóstico, a terapia, e a reabilitação de patologias.
Além disso, abrange o estudo de embriologia ou anatomia do desenvolvimento. A embriologia é a história do desenvolvimento do indivíduo (ontogênese), envolve o estudo da fecundação e da transformação do ovo (embriogênese), a origem e o desenvolvimento dos tecidos (histogênese), e a origem e desenvolvimento dos órgãos (organogênese). O estudo da anatomia (forma) não pode ser desvinculado do estudo da fisiologia (função). O ramo da anatomia que pauta a estrutura com suas funções é denominado de anatomia funcional ou anatomia dos sistemas construtivos (ou, ainda, mesoscópica). Ruffini (1925) descreveu este conceito de postura mais completa quando constituiu que “a forma é a imagem plástica da função” ou, conforme ordenou Fernel, quando proferiu que “a anatomia está para a fisiologia assim como a geografia está para a história”. Consequentemente, a anatomia é um conjunto de informações fundamentais no estudo da medicina, como assevera Andreas Vesalius, em seu tratado De Humani Corporis Fabrica (1543): “A anatomia deve ser considerada como o fundamento sólido de toda a arte da medicina, sendo a sua preliminar essencial”.
De acordo com a tradição esse estudo é efetivado no cadáver conservado por líquido fixadores (embalsamado2), empregando-se o método da dissecação, o qual consente assumir a maior soma de noções dos órgãos, as suas conexões e as suas relações recíprocas. É o método básico no estudo anatomotopográfico.
A dissecação do cadáver pode ser facilitada quando se aplica a injeção de substância de contraste coloridas no interior das artérias, das veias, e dos vasos linfáticos. A dissecação tende prover informações diretas da anatomia do indivíduo vivo; contudo, está balizada por mudanças post-mortem dos tecidos e dos órgãos, emprego de líquidos fixadores ou casuais patologias que o organismo tenha padecido durante a vida. De tal modo, os dados anatômicos adquiridos pelo estudo do cadáver devem ser afrontados e aperfeiçoados com aqueles alcançados no indivíduo vivo por intermédio de métodos próprios, como a anatomia radiológica e a anatomia ultrassonográfica.
Uma autópsia, ou seja, observar com os próprios olhos, é um exame post-mortem do corpo e dissecação de seus órgãos internos para comprovar ou determinar a razão da morte. Uma autópsia pode expor a existência de doenças não detectáveis em vida, determinar a extensão de lesões e esclarecer como essas lesões, possivelmente, cooperaram para a morte do indivíduo. A autópsia dá suporte aos testes diagnósticos de precisão, decreta os efeitos favoráveis e desfavoráveis dos medicamentos, expõe os efeitos das influências ambientais sobre o corpo, provê mais elementos sobre uma patologia, ampara no acúmulo de dados estatísticos e informa os alunos das áreas da saúde. Além do mais, uma autópsia manifesta condições que podem comprometer a descendência ou os irmãos, como por exemplo, os defeitos cardíaco congênitos. Uma autópsia pode ser requerida legalmente, como no desenrolar de uma investigação criminal, ou para decidir contestações, entre beneficiários e companhias de seguro, sobre a razão da morte.
As modificações post-mortem, como o nome recomenda, existem mudanças morfológicas que acontecem após a morte do indivíduo. Essas mudanças são observáveis e devem ser apontadas para quem vise estudar anatomia no cadáver.
A morte pode ser definida como “a interrupção constante de todas as funções vitais, a perda dos reflexos do tronco do encéfalo e dos reflexos medulares e a planificação dos eletroencefalogramas por pelo menos, 24 horas”. Trilha-se um período de rigor mortis3, a seguir, outro de relaxamento total e, enfim, o de putrefação, que é a decomposição de matéria animal, principalmenteprotídeos, agregada com produtos malcheirosos e tóxicos, como as ptomaínas4, os mercaptans5 e o ácido sulfídrico, ocasionados por certas espécies de fungos e bactérias.
A simples condição gerada pela morte seja a morte natural, acidental ou patológica mostra modificações no corpo em geral, e na morfologia de órgãos e demais estruturas anatômicas, em relação ao que é dito normal no indivíduo vivo.
Um exemplo de diferença morfológica devida à morte é a que há no comprimento do intestino. Este é muito mais curto no indivíduo vivo do que aquele que se depara em estado de relaxamento total no cadáver.
Outrora, o comprimento do intestino era dado pela mensuração no cadáver, ou seja, quatro a cinco metros, até que foi possível medi-lo pelo acesso de uma sonda endoscópica no indivíduo vivo, ou seja, três metros, por exemplo, cuja finalidade é diagnóstica.
Divisão da anatomia
O(s) estudo(s) da anatomia      
Além dos aproveitamentos na Medicina, e das diversas formas de estudo da Anatomia, há uma leitura anatômica nas várias áreas da atividade humana.
Anatomia macroscópica
Refere as estruturas com dimensões maiores do que um milímetro, isto é, as estruturas que podem ser identificadas a olho nu ou com auxílio de uma lupa.
Anatomia microscópica e molecular
Parte além das estruturas analisadas a olho nu, que permite uma subdivisão mais detalhada do corpo. Visualiza estruturas com dimensões menores do que um milímetro. A anatomia microscópica divide-se em citologia, estudo da estrutura e da função da célula, e histologia estudo dos tecidos e anatomia microscópica dos órgãos. Com o apoio da alta resolução do microscópio eletrônico observa-se a estrutura fina de características celulares e subcelulares, isto é, a ultraestrutura. A anatomia molecular descreve a estrutura molecular das células e dos órgãos.
Anatomia artística
A anatomia artística, que se presta ao estudo das proporções dos segmentos naturais do corpo humano, à configuração exterior, relacionando-a principalmente com ossos e músculos, estática e dinamicamente, para finalidades de escultura e pintura.
Anatomia comparativa
A anatomia comparativa, que compara e inclui os planos estruturais de diferentes representantes do reino animal e busca regras relacionadas à forma. Outra função da anatomia comparativa é o confronto entre seres humanos e outros animais, com o intuito de encontrar formas homólogas, ou seja, iguais entre as espécies, e as heterólogas, ou seja, diferentes entre as espécies.
Anatomia do desenvolvimento ou embriologia
Aborda do crescimento e a diferenciação do organismo desde o ovo celular até o nascimento. Quando empregada à história da vida de um indivíduo é chamada ontogenia. É impossível perceber-se com nitidez todas as estruturas deparadas no corpo adulto sem alguma noção de embriologia. Visto que embriões humanos, particularmente os que estão nos estágios mais iniciais, são de difícil aquisição para estudo, grande parte dos conhecimentos tem sido obtido em animais, isto é, por meio da embriologia comparativa.
Anatomia nepiológica ou nepioanatomia: nepio ou nípio (G) e infans (L), que significa “o que não fala”.
É o estudo da anatomia da primeira infância. Constitui uma ligação entre o estudo de embriologia e o da anatomia de crianças, de adolescentes e de adultos jovens.
Anatomia do adulto
Estuda a estrutura do corpo humano após o seu completo desenvolvimento. É subdividida em masculina (entre 25 e 60 anos de idade) e feminina (entre 21 e 50 anos idade), em virtude das características peculiares a morfologia de atletas e de certos trabalhadores, como por exemplo, operários, estivadores, joalheiros e pedreiros. Lambertini (1936) apontou em desportistas o hipermorfismo de grupo musculares específicos conforme as solicitações físicas compreendidas na sua atividade específica, como por exemplo, corredores, lançadores de peso, nadadores e lutadores.
Anatomia gerontológica
É o estudo da morfofisiologia do indivíduo idoso (acima de 60 anos de idade). Não deve ser confundida a anatomia gerontológica, que corresponde ao estudo do idoso normal com a geriátrica, pois esta estuda o idoso doente, e faz parte, portanto, da anatomia patológica.
Anatomia radiológica
A anatomia radiológica, que estuda os órgãos, quer no vivo, quer no cadáver, por meio de dos raios X, procedendo em uma exposição diferencial no filme. Substâncias radiopacas como bário podem ser ingeridas ou injetadas no corpo humano para determinar contrastes maiores. A angiografia incide em realizar uma radiografia depois de injetar um contraste no sistema cardiovascular. Na angiocardiografia o coração e os vasos de sangue são radiografados. A cinerradiografia possibilita o estudo de certos sistemas do corpo humano por meio da utilização de películas radiográficas em movimento. A técnica da Tomografia Computadorizada Axial (TCA) tem elevado bastante à versatilidade dos raios X. Usa um computador para mostrar uma imagem em corte similar ao que se poderia adquirir apenas mediante de um verdadeiro corte através do corpo humano. A Imagem por Ressonância Magnética (IRM), também chamada de ressonância nuclear magnética, fornece uma nova técnica para diagnosticar patologias e acompanhar a resposta de uma patologia a um tratamento medicamentoso. Uma IRM é criada rapidamente quando os átomos de hidrogênio dos tecidos, submetidos a um forte campo magnético respondem a uma vibração de ondas de raio. A IRM tem a vantagem de não ser invasiva, isto é, nenhuma substância química é inserida no corpo humano, e é melhor que uma TCA por observar os tecidos moles, tais como a substância cinzenta e a substância branca do sistema nervoso. A figura 6 demonstra uma tomografia computadorizada da região de abdome.
Anatomia clínica (aplicada)
Ressalta o enfoque da estrutura e função do corpo humano fundamentais na prática da medicina, odontologia e das ciências de saúde pertinentes. Reúne as condutas da topografia e dos sistemas ao estudo da anatomia e destaca a aplicação clínica.
Anatomia topográfica (regional)
É o estudo das relações gerais dos órgãos que compõem cada região do corpo humano. Neste estudo deve-se ponderar a localização de órgão ou estruturas anatômicas no organismo de forma genérica, isto é, a sua circunstância no corpo ou holotopia, como por exemplo, o coração está no tórax; a relação precisa de cada órgão com seus vizinhos próximos ou sintopia, como por exemplo, o coração está no tórax, entre os dois pulmões, distalmente ao diafragma cérvico-torácico, proximalmente ao diafragma tóraco-abdominal, dorsalmente ao esterno, ventralmente à coluna torácica, numa topografia denominada mediastino médio, muito utilizada na radiologia ou outros exames por imagem; a relação especial de cada órgão com o esqueleto ou esqueletopia, como por exemplo, o coração está localizado posteriormente ao esterno e anteriormente à coluna vertebral; a relação mútua das partes de um mesmo órgão ou idiotopia, como por exemplo, o ventrículo esquerdo está anterior e inferiormente ao átrio esquerdo; e, ainda, a relação mútua dos diversos tecidos de um mesmo órgão ou histiotopia, muito utilizada na medicina legal ou forense.
Anatomia de superfície
A anatomia de superfície é a anatomia do indivíduo e limita a superfície do corpo humano. A experiência adquirida durante o estudo anatômico é aplicado aos métodos clássicos do exame clínico. A anatomia de superfície proporciona uma formidável importância nos cursos de investigação clínica.  Os métodos clássicos de investigação clínica abrangem a inspeção, eficaz para a percepção de mudanças patológicas externas que insinuem a patologia do cliente ou até aceitem um “diagnóstico visual”; a palpação, isto é, a percepção pelo tato e consente a avaliação de alterações estruturais ou volumétricas, especialmente de órgãos internos, e da sensibilidade (à dor) de alguma região que indicam processos patológicos; a percussão, ou seja, golpes leves e desferidos pelos dedos sobre a superfície do corpo provocam uma sonoridade na projeção dos órgãos internos. O som gerado difere, dependendoda consistência (conteúdo aéreo ou líquido) dos tecidos postos abaixo da pele, e provê dados para a avaliação da posição e da projeção dos órgãos; a ausculta, normalmente é realizada com o auxílio de um estetoscópio, e permite a percepção de sons originados pela respiração e pelos batimentos cardíacos e os movimentos intestinais; as provas funcionais adicionais são, notadamente, executadas durante o exame do aparelho locomotor e do sistema nervoso.
Anatomia constitucional
A anatomia constitucional ou biotipologia, parte da medicina constitucional, é o estudo dos tipos individuais de construção do corpo humano (biótipo). Constituição significa a constituição morfológica, ou seja, a arquitetura morfológica individual do corpo. A constituição do corpo humano é determinada por fatores morfológicos e psicológicos. A adequação resultante contenta a um tipo especial de caráter físico ou hábito funcional do corpo humano, que está sujeito de propriedades genéticas (celulares e humorais), assim como de fatores do meio ambiente.
Divisão de acordo com Kretschemer.
Leptossomático7: o crescimento longitudinal normal do corpo é acompanhado por um crescimento menor na largura. A musculatura é pouco desenvolvida e não faz grande relevo na superfície corporal. O tecido adiposo é diminuído, a cabeça manifesta-se com uma forma delgada, com as bochechas contraídas e os olhos fundos. O pescoço semelha alongado. O tórax é delgado e os ombros semelham caídos e os membros são delgados, com relevos ósseos bem aparentes e os ventres musculares achatados. Os indivíduos são altos e magros. A forma extrema do tipo leptossômico é o astênico, sendo que o tecido adiposo e a musculatura são largamente diminuídos. 
Atlético8: o esqueleto e a musculatura são bem desenvolvidos. Os relevos musculares despontam claramente na superfície corporal. O crânio é alto e expressivo. O tórax é abaulado lateral e anteriormente. A musculatura do ombro, fortemente desenvolvida, é associada a um ombro largo. Os membros proporcionam comprimento médio com musculatura bem desenvolvida.
Eurissomático9: é caracterizado por um desenvolvimento pronunciado na largura do tronco. A grande massa de tecido subcutâneo não consente a visualização da musculatura na superfície do corpo. A cabeça é larga, o rosto semelha macio, o pescoço, compacto e curto. Em comparação com o tórax, os ombros são estreitos. O tórax é largo. O tecido adiposo é elevado e determina um abaulamento no abdome. Os membros são curtos.
Conceitos gerais de anatomia sistêmica e topográfica
Anatomia sistêmica
Para os estudantes que se principiam no estudo da Anatomia Humana, é justificável dar ideia da construção do corpo dos animais, adicionando a espécie humana, comparando-a a construção de um edifício. Em linhas gerais, seria a simples relação entre a Anatomia e a Arquitetura, saindo das “unidades” como as menores partes e chegando, pela sua agregação progressiva ao todo, corpo e edifício, concomitantemente.
A comparação entre a construção de um animal e de um edifício inicia pelas suas unidades. As unidades de um edifício são os tijolos e as de um animal, no caso o ser humano, são as unidades biológicas ou células – microscópicas.
Tijolos semelhantes são arranjados de maneira a formar uma parede, e células semelhantes são arranjadas de maneira a formar um tecido10. Cada tecido pode ser interpretado como um conjunto de células idênticas para exercer a mesma função geral.
As paredes são arranjadas de maneira a compor uma sala ou um quarto, e os tecidos são agrupados de maneira a compor um órgão. Cada órgão é interpretado como “um instrumento de função”, sendo diferenciada pela origem, sede (situação), forma, estrutura, e pelas suas relações. Além do mais, o corpo pode ser nomeado organismo, e a sua fábrica, sendo constituído de órgãos, são chamados de organização. Os quartos são compostos de maneira a formar um apartamento, e os órgãos estão agrupados para estabelecer um sistema.
Cada sistema é interpretado como um conjunto de órgãos que têm as mesmas origens e estrutura, cujas funções especiais são unidas para a atuação de funções complexas.  Os apartamentos são adjacentes ou verticalmente superpostos para constituir um edifício, e os sistemas estão agrupados de maneira a formar o corpo humano.
O corpo humano é assim interpretado como uma união de sistemas (orgânicos), podendo-se concluir, com as devidas notas, que a vida básica é a somatória das funções dos sistemas integrados. Por conseguinte, a anatomia sistêmica envolve o estudo indutivo macroscópico dos sistemas orgânicos analisados separadamente, como por exemplo, o sistema muscular ou o sistema respiratório. Os sistemas independentes são apontados conforme as suas funções; contudo, estes mesmos sistemas podem ser unidos de acordo com outras características, como por exemplo, as ontogenéticas e as topográficas. Uma vez que alguns órgãos ou estruturas orgânicas podem ocupar diversas funções, têm diferentes probabilidades de divisão e relação com os sistemas. Portanto, podemos enumerar os seguintes sistemas, do ponto de vista da anatomia sistêmica. O sistema esquelético, cujas funções consistem no suporte interno e na estrutura flexível para movimentos do corpo, na produção de células de sangue, no armazenamento de minerais e de gordura. Compreende o estudo dos ossos e das cartilagens. O sistema articular apresenta como funções unir as peças ósseas do sistema esquelético e proporcionar locais que ocorram movimentos. Apresenta como componentes as articulações e os seus ligamentos.  O sistema muscular está relacionado com o movimento do corpo, a produção de calor e a manutenção da postura. Compreende o estudo dos músculos esqueléticos e cutâneos, os tendões, as aponeuroses, o retináculo e as fáscias musculares. O sistema cardiovascular, cujas funções são o transporte de substâncias nutritivas para as células do corpo e a remoção de resíduos metabólicos das células por meio do coração e dos vasos de sangue. Além disso, os vasos linfáticos, o baço, o timo, os linfonodos e as tonsilas estão envolvidos na ação imunológica, na absorção de gorduras e na drenagem de líquidos tissulares. O sistema respiratório promove as trocas gasosas entre o meio externo e o sangue e a produção de som. É composto pelos pulmões e as vias aéreas (faringe, laringe, traqueia e brônquios). O sistema digestório, entre suas funções está à digestão e a absorção do material alimentar. Representado pelo canal alimentar (boca, faringe, esôfago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus) e órgãos anexos (glândulas salivares, dentes, língua, fígado, vesícula biliar e pâncreas). O sistema urinário tem como funções a filtração do sangue, a manutenção do volume e a composição química do sangue, e a remoção de resíduos metabólicos do corpo. Entre seus constituintes estão os rins, os ureteres, a bexiga urinária e a uretra. O sistema genital masculino produz a célula sexual masculina, o espermatozoide e a transferência do sêmen para o sistema genital feminino. Composto pela genitália externa (pênis e escroto) e a genitália interna (testículos, epidídimo, ducto deferente, ducto ejaculatório, glândula seminal, glândulas bulbouretrais e próstata).  O sistema genital feminino é responsável pela produção da célula sexual feminina, o óvulo, contém o receptáculo para o sêmen, o local de fertilização do óvulo, a implantação do zigoto, o desenvolvimento do embrião e do feto, e a parturição. Composto pela genitália externa (vulva ou pudendo) e a genitália interna (ovários, tubas uterinas, útero e vagina). O sistema nervoso apresenta como funções o controle e a regulação de todos os demais sistemas do corpo. Seus componentes são o encéfalo, a medula espinal e os nervos. O sistema tegumentar, cujas funções consistem no suporte externo e na proteção do corpo. Representado pelo tegumento (pele) e seus anexos (unhas, pelos e glândulas) e a tela subcutânea. Os órgãos endócrinos envolvidos na secreção de hormônios para a regulação química. Representado pelo conjunto de órgãos sem ducto,isto é, órgãos de secreção interna. Os hormônios transportados pelo sangue atingem diversos órgãos-alvo. Os órgãos sensoriais estão relacionados com a atividade sensorial. Seus componentes permitem conexões aferentes dos órgãos dos sentidos especiais (do olho, da orelha e dos órgãos do paladar e do olfato).
Os aparelhos são formados por grupos de dois ou mais sistemas com funções semelhantes. Assim, o aparelho osteoarticular formado pelo sistema esquelético e sistema articular. O aparelho locomotor constituído pelo sistema esquelético, sistema articular e sistema muscular. O aparelho da nutrição composto pelo sistema respiratório, sistema digestório e sistema endócrino. O aparelho urogenital compreende o sistema urinário e o sistema genital masculino. O aparelho reprodutor formado pelo sistema genital masculino, sistema genital feminino e sistema tegumentar. O aparelho neuroendócrino constituído pelo sistema nervoso e órgãos endócrinos. O aparelho cardiorrespiratório é constituído pelo sistema cardiovascular e o sistema respiratório, enquanto que o aparelho gastropulmonar é formado pelos sistemas digestório e respiratório. O aparelho mastigador composto pelos músculos, pela língua e pelos dentes. Já o aparelho lacrimal compreende a glândula lacrimal, o saco conjuntival palpebral, a papila e os canalículos lacrimais, o saco lacrimal e o ducto nasolacrimal. O aparelho neurossensorial é formado pelo sistema nervoso e os órgãos dos sentidos.
É inadequado mencionar a Anatomia Sistêmica com os nomes de Anatomia Sistemática ou Descritiva, pois a Topográfica também é Sistemática (no sentido de ser estudo ordenado, organizado) e também Descritiva.
Anatomia topográfica
Também é nomeada anatomia regional. Estuda a situação e as relações entre estruturas anatômicas de todos os sistemas orgânicos existentes em uma determinada área do corpo. Apresenta caráter sintético é de natureza aplicada. Busca prover uma noção do conjunto de todas as formações de cada região, realçando suas relações com a clínica, à cirurgia e a patologia. Mune noções benéficas ao clínico na pesquisa e na observação semiológica ou ao cirurgião na prática de uma intervenção cirúrgica. Devido ao seu modo aplicativo, ela também é nomeada de anatomia aplicada ou anatomia médico-cirúrgica.
A anatomia regional é praticada conforme o critério regional-estratigráfico, isto é, limitada a cada região, na qual vão sendo promovidos, separadamente, os planos constituintes, até a exibição e evidenciação das constituições profundas. Esse método de dissecação também é nomeado de “planos em janelas”, pois cada retalho é levantado dentro dos limites da região e permanece preso por um lado que simboliza a sua dobradiça, podendo, então, ser recolocado no seu lugar.
Esplancnologia (vísceras11 em geral)
No passado, esplancnologia era definida como o estudo dos diversos sistemas orgânicos, com exceção do aparelho locomotor. A Comissão Internacional de Nomenclatura, colegiada em 1967, removeu, dessa opinião, o aparelho neurossensorial (de origem ectodérmica) e o sistema cardiovascular. De tal modo, hoje em dia, a esplancnologia restringe-se basicamente ao estudo dos órgãos de origem endodérmica e mesodérmica, como por exemplo, o sistema respiratório, o sistema digestório e o aparelho urogenital.
As vísceras contidas nas cavidades torácica, abdominal e pélvica podem ser agrupadas em dois grandes grupos: as vísceras tubulares ou cavitárias, como por exemplo, o intestino e o estômago; e as vísceras parenquimatosas ou maciças, como por exemplo, os ovários. Há as vísceras pseudoparenquimatosas, como por exemplo, o fígado, os rins e os pulmões.
As vísceras tubulares ou cavitárias caracterizam-se por possuir uma luz tunelada, como por exemplo, os ureteres, os intestinos e a uretra; ou uma grande cavidade em seu interior, como por exemplo, no estômago e no útero.
As vísceras parenquimatosas e pseudoparenquimatosas, comumente são cobertas por uma lâmina de tecido conjuntivo denso, a cápsula fibrosa, ou pela túnica suberosa que se prossegue com o estroma do órgão. O estroma consiste de tecido conjuntivo que desenha o arcabouço de sustentação do tecido próprio do órgão, o parênquima. O estroma apoia e mantém o formato dos órgãos.
O parênquima é o tecido funcional do órgão, como por exemplo, os hepatócitos, no fígado; os néfrons, no rim; e o tecido linfoide, no timo. No sistema nervoso central, o estroma é formado pelas células da glia, enquanto o parênquima é constituído pelos neurônios.
Os segmentos orgânicos consistem na secção ou região morfofuncional de um órgão que pode ser limitada ou separada natural ou artificialmente do mesmo. A noção dos segmentos orgânicos é de veemência anatomo cirúrgico. Cada segmento tem vascularizacão, inervação e estruturas próprias. Os segmentos mais típicos são demarcados por septos ou tecido conjuntivo. Por exemplo, nos lobos pulmonares podem ser observados os segmentos broncopulmonares. Já as artérias e os brônquios são segmentares, enquanto que as veias intersegmentares. No fígado têm-se os nomeados segmentos hepáticos.
O pedículo corresponde ao conjunto de vasos sanguíneos, de nervos e de estruturas próprias que se destinam a um órgão, como por exemplo, o pedículo hepático (artéria hepática própria, veia porta e ducto colédoco); o pedículo pulmonar (artéria pulmonar, veia pulmonar e brônquio principal). Há o pedículo muscular composto pelo conjunto de vasos sanguíneos e nervos que se designam ao ventre de um músculo estriado esquelético.
O hilo corresponde a uma a´rea circunscrita da superfície de um órgão pela qual adentram ou surgem estruturas próprias do seu pedículo, como por exemplo, o hilo pulmonar e o hilo do fígado (porta do fígado).
A víscera do tipo tubular ou cavitária corresponde a um órgão oco com parede multilaminada (estratigráfica) e comumente incluso com uma membrana serosa, como por exemplo, a pleura, o pericárdio e o peritônio. Em uma víscera tubular do tipo segmento de intestino delgado, apresentam-se, na sua parede, as seguintes túnicas de dentro para fora: a túnica mucosa de camada mais interna, formada basicamente por um epitélio que traz caracteri´sticas histológicas próprias, cujas func¸ões são de proteção, de absorção e de secreção. Subjacente ao epitélio posiciona-se a membrana basal e a lâmina própria da mucosa (muscularis mucosae). A túnica submucosa de tecido conjuntivo frouxo ou denso. Apresenta rede de vasos sanguíneos e linfáticos, glândulas, nervos, gânglios e plexo nervoso submucoso, o plexo de Meissner. A túnica muscular composta por músculo liso ou excepcionalmente estriado, como por exemplo, no terço superior do esôfago, na faringe e na laringe. As fibras musculares lisas se arranjam em duas camadas ou túnicas contínuas e concêntricas; uma interna circular e outra externa longitudinal. Essas fibras, na verdade, apresentam disposição espiral ou helicoidal, com as longitudinais passando gradualmente a circulares. De tal modo, as fibras longitudinais são espirais de passo12 longo, enquanto que as fibras circulares são espirais de passo curto. A organização destas fibras, à analogia de uma rede ou malha pantográfica, facilmente esclarece o ato que esta túnica muscular desempenha sobre o conteúdo e o fluxo do intestino.
Os piloros13 ou esfíncteres14 consistem em condensações localizadas, de fibras musculares da túnica circular, em pontos ou segmentos determinados do tubo digesto´rio. Os piloros são dispositivos relacionados com a abertura ou o fechamento de orifícios, como por exemplo, o orifício anal; ou de canais, como por exemplo, o canal esofagogástrico (cárdia), o canal gastroduodenal (piloro) e o canal do íleo terminal. A abertura do óstio pilórico relaciona-se com a diferenciação especial da musculatura longitudinal, o músculo dilatador e o fechamento relaciona-se com a diferenciação da musculatura circular ou oblíqua, o músculo do esfíncter.
A túnica serosa compreende a membrana que envolve a superfície externa, composta pelas vísceras, formada por epitélio pavimentoso simples, o mesotélio,e tecido conjuntivo frouxo de sustentação.
Grande parte das vísceras da cavidade tora´cica, da cavidade abdominal e da cavidade pélvica está relacionada, em maior ou menor extensão, com as serosas, como por exemplo, no pulmão (pleura), no coração (pericárdio); no segmento infradiafragmático do tubo digestório, órgãos anexos do sistema digestório e o aparelho urogenital (peritônio).
O peritônio, em especial, reveste internamente a cavidade abdominal, o peritônio parietal e cobre, em maior ou menor extensão, as vísceras contidas na mesma, o peritônio visceral. A serosa peritoneal traz reflexões que são conhecidas por mesos, omentos ou epiplons, pregas e ligamentos.
Os mesos são reflexões peritoneais que unem um órgão à parede abdominal. Os omentos são definidos como reflexões que ligam um órgão ao outro. Os órgãos que estão unificados aos mesos e aos omentos são nomeados como órgãos peritonizados, cuja superfície é coberta inteiramente pelo peritônio visceral. Outros órgãos são parcialmente, cobertos pelo peritônio, como no caso dos oórgãos retroperitoneais, localizados atrás do peritônio parietal, como por exemplo, os rins, o duodeno, o pâncreas, ou órgãos subperitoneais pélvicos, situados inferiormente ao peritônio, como por exemplo, o útero e a bexiga urinária. Têm alguns órgãos que não expõem qualquer relação com uma serosa. Como exemplos, destacam-se o esôago, que é envolvido externamente por tecido conjuntivo, a túnica adventícia, e a parte aboral do reto, coberta pela fáscia visceral da pelve. Na pelve, as superfícies desperitonizadas dos órgãos são forradas pela fáscia visceral da pelve, com tecido conjuntivo denso em torno dos órgãos, que recebe denominações especiais conforme o órgão. De tal modo, a fáscia visceral do útero é nomeada de paramétrio, da bexiga, paracístio, da vagina, paracólpio e do reto, parapróctio.
Na mulher, o ovário é parcialmente peritonizado; sua superfície desperitonizada é coberta por um epitélio e está volvida para o interior da cavidade peritoneal, sendo que neste caso em particular e único do corpo, o ovário é classificado como órgão intraperitoneal15.
Ainda unificados aos órgãos classificam-se os ligamentos e as pregas peritoneais; cujas reflexões peritoneais entre órgãos ou entre a parede e órgãos, que são denominados de ligamentos, como por exemplo, o ligamento falciforme; ou pregas, como por exemplo, a prega umbilical medial.
O vocábulo prega é frequentemente empregado às reflexões peritoneais com uma margem livre. A maioria dos ligamentos tem vasos sanguíneos e a maioria das pregas é erguida por vasos sanguíneos ou estruturas subjacentes à mesma.
Homologia e analogia dos órgãos são critérios utilizados com a finalidade de instituir comparação entre órgaõs equivalentes da mesma espécie ou de espécies diferentes, em anatomia comparada. De tal modo, os órgãos homólogos16 são os órgãos que possuem o mesmo plano de construção. Por exemplo, os ossos do antebraço, o rádio e a ulna são homólogos aos da perna, a fíbula e a tíbia; o membro superior do homem é homólogo à asa da ave.
Os órgãos análogos são aqueles que apresentam correspondência de função. Por exemplo, os testículos e os ovários; os pulmões dos mamíferos e as guelras dos peixes; as asas de inseto e de aves.
No organismo humano adulto têm formações e estruturas anatômicas agregadas aos órgãos, não-funcionais, que assinalam os nomeados órgãos rudimentares e residuais. Os órgãos rudimentares ou vestigiais são aqueles órgãos que não sofreram completo desenvolvimento. Por exemplo, aqueles anexos ao testículo e às vias espermáticas (paradídimo) e aos genitais internos da mulher (epoóforo, paraóforo, canal de Malpighi-Gartner e apêndices vesiculosos).
O paradídimo consiste de canalículos cegos bilaterais localizados acima da cabeça do epidídimo e à frente do funículo espermático (vestígios dos canalículos do mesonefro).
O epoóforo (paraovário ou corpo de Rosenmüller) compreende o ducto coletor, aproximadamente paralelo à tuba uterina, nomeado ducto longitudinal do epoóforo. Localiza-se no mesosalpinge (vestígio da parte proximal do canal de Wolff).
O paraóforo consiste de corpúsculos arredondados ou alongados ou de dúctulos enovelados e anastomosados entre si. Localiza-se na espessura do mesosalpinge, próximo do ângulo entre a tuba uterina e o corpo do útero (vestígio da parte paragenital do canal de Wolff).
O canal de Malpighi-Gartner compreende a continuação caudal do canal longitudinal do epoóforo. Situa-se ao longo da tuba uterina e da margem lateral do útero, entre os folhetos do ligamento largo.
Os apêndices vesiculosos (hida´tides de Morgagni) são formações císticas pediculadas, especialmente encontradas presas em uma das fímbrias do infundíbulo da tuba uterina (vestígios da extremidade proximal do fundo cego do ducto de Wolff).
Os órgãos residuais são aqueles órgãos com papel somente durante certa fase da vida. Por exemplo, o ligamento redondo do fígado (primitivamente veia umbilical); o ligamento arterial (primitivamente ducto arterial); os restos tímicos no adulto; o núcleo pulposo do disco intervertebral (resíduo da notocorda). A placenta consiste no órgão de união entre a mãe e o feto; possui as partes uterinas (folhetos do endométrio – decíduas) e a parte fetal (membranas fetais – córion e âmnio).
Terminologia anatômica
A palavra nomenclatura origina-se do la?tim [nomen (nome), plural nomina e calare (chamar)]. Nomenclatura, ou nomina, ou terminologia anatômica é o conjunto de palavras utilizadas para sugerir e descrever as partes do corpo humano.
Sylvius é apontado o instituidor da terminologia anatômica. A partir do século XVI, surgiram palavras para designar as diversas estruturas anatômicas. Contudo, não poucas vezes, as mesmas estruturas anatômicas tinham nomes distintos, o que veio a ocasionar amplo equívoco, que se conjecturava eventualmente em dúvidas conceituais.
Tem-se considerado que, em fins do século XIX, aproximadamente 50.000 nomes anatômicos estavam em utilização para cerca de 5.000 estruturas do corpo humano. Em 1895, entretanto, uma lista em latim de 4.500 termos foi elaborada e aprovada em Basileia. Esse sistema ficou conhecido como Nomenclatura Anatômica de Basileia ou, ainda, Nomes Anatômicos da Basileia. Infelizmente, ela não foi seguida mundialmente, pois foi apenas utilizada por anatomistas de língua alemã, italianos, norte-americanos, e latino-americanos. Este primeiro empenho internacional buscava dar uma base para a concordância universal de utilização de termos relacionados com o corpo humano, tanto para a anatomia humana como para as demais ciências da saúde. A adoção da mesma terminologia aboliria diferenças nacionais, que estavam ocasionando derradeira confusão, pois a mesma estrutura era admitida por vários nomes. Aumentando a confusão, vários termos anatômicos abrangiam o nome de um ou mais cientistas às vezes do mesmo país, para homenagear quem tinha realizado a primeira descrição da estrutura, ou aquele que primeiro trouxera atenção para ela, ou comprovara seu significado ou a tivesse entendido corretamente.
Previa-se que revisões subsequentes seriam necessárias e estas foram aplicadas, especialmente na Inglaterra e na Alemanha. Apesar das excelentes versões, como por exemplo, a Birmingham Revision e a Jenenser Nomina Anatomica, nenhuma foi universalmente admitida. Por sua vez, os anatomistas dos Estados Unidos da América e do Japão haviam elaborado suas próprias listas, colaborando ainda mais para a confusão. Em Paris, em 1955, foi feito um acordo internacional para um sistema latino de nomenclatura, vastamente baseado na Nomenclatura Anatômica de Basileia, denominada Nomina Anatômica Parisiense, cujo nome, em seguida, foi abreviado para Nomina Anatômica.
Entre os princípios seguidos no preparo da nova Nomina Anatômica, são merecedores de nota, que com um número muito limitado de exceções, cada estrutura seja indicada por um único nome; que os nomes na lista oficial sejam escritos em latim, porém cada país possua a liberdade de traduzir os nomes latinos oficiaispara o próprio vernáculo, para fins de ensino; que os termos sejam, em primeiro lugar, fáceis de memorizar, porém de preferência possuam algum valor informativo ou descritivo; que os epônimos não sejam aplicados. Na linguagem científica a palavra epônimo é utilizada para formar um termo ou expressão a partir do nome de uma pessoa, como por exemplo, forame de Vesálio, o forame venoso. Em anatomia convém evitar os epônimos. Sua utilização é quase sempre ocasional, nada informam sobre a estrutura envolvida, e comumente faltam à verdade histórica porque, em muitos casos, a pessoa homenageada não foi, de maneira alguma, a primeira a descrever a estrutura.
Em 1994, durante o XIV Federative International Congress of Anatomy, realizado em Lisboa, Portugal, houve a discussão sobre diversos aspectos da preparação da lista da Terminologia Anatômica, que abrange a Anatomia Sistêmica e a Topográfica, em latim e em inglês. A Terminologia Anatômica consiste no vocabulário ou lista de termos anatômicos, palavras ou expressões para nomear as estruturas do corpo humano.
Alguns desses termos anatômicos sa~o neologismos. O embasamento da denominação nominal das estruturas anatômicas motivou-se na forma do órgão ou parte dele, como por exemplo, o processo mastoide do temporal, que possui a forma da mama, a sela turca do esfenoide, o músculo deltoide, o ligamento redondo do fígado; as suas conexões, como por exemplo, o ligamento acromioclavicular e o músculo coracobraquial; a sua função, como por exemplo, o músculo extensor dos dedos, o músculo supinador, e a glândula lacrimal; as relações principais, como por exemplo, o músculo articular do joelho; além de sua função e da sua forma, como por exemplo, o músculo pronador quadrado.
A terminologia anato^mica e´ subdividida em geral e especial. A terminologia geral refere-se à denominação das linhas, dos planos, e das regiões do corpo humano. A terminologia especial refere os nomes dos distintos componentes do corpo humano distribuídos em grupos de osteologia, de artrologia, de miologia, de esplancnologia, de angiologia, do sistema nervoso, dos órgãos endócrinos, dos o´rga~os dos sentidos, ou estesiologia, e do tegumento comum.
A terminologia anatômica é um documento oficial que deve ser cumprido precisamente pelos professores e alunos. As abreviaturas, ou seja, a simplificação de termos anatômicos referidos na terminologia anatômica deve ser usada fluentemente na descrição anatômica, como por exemplo, a. – artéria; fasc. – fascículo; lig. – ligamento; m. – músculo; n. – nervo; r. – ramo; v. – veia, gl. – glândula; aa. – artérias; ligg. – ligamentos; mm. – músculos; nn. – nervos; rr. – ramos; e vv. – veias.
Por fim, alguns termos anatômicos antiquados utilizados com significado novo. O epidídimo significava testículo, posteriormente, passou a denominar as estruturas que estão coligadas aos testículos; o gânglio linfático significava linfonodo, posteriormente, o termo gânglio passou a denominar exclusivamente as formações nodulares coligadas ao sistema nervoso; o gânglio significava plexos nervosos, posteriormente, passou a denominar as formações nodulares do sistema nervoso periférico; e a vulva significava útero, posteriormente, passou a denominar a genitália externa feminina.
Terminologia
O vocábulo cadáver1 e´ derivado do acróstico latino “Caro Data Vermibus”, que expressa “carne dada aos vermes”.
Embalsamado2: cadáver conservado pleno pela introdução de solução de formalina ou outras substâncias fixadoras dentro dos seus vasos, das cavidades e das partes moles. Tanatopraxia (necropraxia): capítulo da ciência mortuária que se lida do método de embalsamamento dos corpos humanos e da sua maquiagem cosmética (necromaquiagem). Thánatos (G): morte; Práxis (G): maneira de proceder. Necroscopia: dissecção do cadáver a fresco em anatomia patológica. Tanatoscopia: exame do cadáver em medicina forense.
Rigor mortis3: é o endurecimento progressivo de um corpo morto, seguindo a depleção de ATP nas fibras musculares. O rigor mortis começa nos músculos da mastigação e avança da cabeça para baixo, atingindo por último os membros inferiores.
Ptomaínas4: nome de vários compostos químicos relacionados com o amoníaco.
Mercaptans5: são compostos que possuem um grupo funcional formado por enxofre e hidrogênio.
Tecido10: [texo (L): tecer; tissu (francês): textura].
Vi´scera11 [viscus (L): órgão interno; splanchnos (G): víscera].
Passo12: representa a distância entre os centros de duas espirais adjacentes, à semelhança do espaço.
Pyloros13(G): pyle: entrada; ouros: guardião (sentinela).
Esfincter14 (G): anel, fecho ou cinta apertada.
Intraperitoneal15: significa que está localizada dentro da cavidade peritoneal e não na espessura do peritônio (parietal ou visceral).
Homólogo16: homos (G): mesmo; logos (G): comparação.
Conceito de normal em anatomia
Em meados de 1800, a anatomia comparativa floresceu como uma ciência, sendo empregada para elucidar o aparecimento de variações anatômicas humanas. Apesar disso, as lições estudadas apontam que nós, como seres humanos carregamos uma significante, porém nem sempre desejável bagagem elevada relacionada ao desenvolvimento do nosso DNA a partir de algum período pré-histórico.
O problema da variação anatômica tem uma longa história e vários anatomistas apoiam-se na ideia de Galeno que o corpo humano foi evidenciado da melhor maneira possível, meditando a perfeição de DEUS, e que as variações anatômicas são a consequência do desenvolvimento imperfeito, ou não natural. Qualquer variação anatômica na organização estrutural só pode ser para o pior, segue-se logicamente que estes indivíduos estão fora do padrão anatômico representado pelo humano perfeito de DEUS, ou seja, o homem sendo criado à Sua imagem.
Considerado o “Pai da Anatomia Humana”, o médico belga, Andreas Vesalius descreveu vários crânios que alteraram entre si e deduziu que "só um era considerado natural." Andreas Vesalius também descreveu uma “anomalia” extremamente rara, na verdade, "um dos mais exóticos de todas as aberrações do esqueleto, o osso Vesalianum". Entretanto, muitos anatomistas, mencionam o osso Vesalianum típico como “normal.” Esta definição é, provavelmente, uma visão muito limitada do problema da variabilidade. Da obra de Galeno, a ideia do homem normal ou perfeito chegou até Andreas Vesalius e, afrontados com o problema da variação anatômica humana. Andreas Vesalius definiu o que era perfeito, natural ou normal. Andreas Vesalius utilizou os conceitos sempre, com mais frequência, com frequência, geralmente, às vezes, raramente, muito raramente, e descreve a variação anatômica sem indagação quanto ao significado. Andreas Vesalius descreveu que o sacro humano normalmente apresenta cinco vértebras, porém seis vértebras sacrais não são de forma rara. Estudos realizados em cadáveres (631 caucasianos) foram encontrados a região sacral formada por quatro vértebras em 1%, cinco vértebras em 77%, seis vértebras em 21,7%, e sete vértebras em 0,2%. As intensas questões de variação anatômica foram tratadas com cautela por Andreas Vesalius, pois a Inquisição ainda assombrava os cientistas, sendo considerados como um indivíduo herege. Dessa maneira, isso influenciou de forma significativa no pensamento científico após Vesalius.
Se o homem foi criado por DEUS, à Sua imagem, como a anatomia do homem pode ser variável? As variações anatômicas, segundo Galeno eAndreas Vesalius devem ser naturais, a obra do Diabo.
Em termos médicos exprime-se de maneira geral, o indivíduo sadio. Em fisiologia, normal é a estrutura que está mais bem preparada para exercer sua função.
Contudo, em anatomia tem-se que analisar os conceitos idealÍstico e estatístico. O conceito idealÍstico compreende por normal o que é melhor e o mais bem-preparado para a execução de determinada função. Denota o indivíduo dotado de extraordinário desenvolvimento morfofuncional (protótipo). O conceito estatístico decide como normal o mais frequente, ou seja, o que acontece na maioria dos casos e serve de base para a descrição anatômica.Ainda que o corpo exiba o mesmo padrão de construção, existem diferenças constitucionais entre os indivíduos.
Como exemplo de normalidade e variação anatômica, a comprovação é fácil. Com a mão esquerda realize um garrote em volta do seu braço direito e observe como as veias superficiais, no antebraço, ficam mais aparentes e evidentes. Verifique o padrão de distribuição destas veias. Realize a mesma experiência utilizando agora a mão direita como garrote. O padrão das veias superficiais no antebraço esquerdo não é semelhante ao direito. De tal modo até em um mesmo indivíduo ocorrem variações anatômicas.
Variação anatômica
Variação anatômica é um pequeno ou ligeiro desvio da perspectiva morfológica normal de um órgão, ou desvio de essência do plano geral de organização do indivíduo, que não altera a função. Dessa maneira, a expressão “variação normal” é redundante, pois qualquer variação está dentro dos limites de normalidade. As variações anatômicas podem ser internas ou externas. As variações anatômicas internas evidentemente são aquelas que acontecem em órgãos internos, como por exemplo, uma artéria que pode se ramificar em níveis diferentes em indivíduos diferentes. Já as variações anatômicas externas são observadas externamente, como por exemplo, ao considerar dois indivíduos, um alto e outro baixo. Além disso, os pequenos fatores de variação anatômica individuais, ou seja, próprios dos indivíduos, como por exemplo, o tamanho exagerado de certo órgão, a duplicação de um ducto, a ausência de uma veia, a raiz dental supranumerária.
As variações podem ser divididas em somáticas e germinativas. As somáticas ou somações acontecem no corpo e não são hereditárias. As germinativas ou mutações acontecem nas células germinativas e são hereditárias. As mutações podem gerar novas formas e, espontaneamente, tem cumprido papel importante na evolução.
As variações anatômicas não procedem de pares isolados de genes e não são transmitidos isoladamente por hereditariedade. A variabilidade é hereditariamente transmitida dependendo de fatores poliméricos do genoma geral.
Fatores de variação anatômica
Sexo - O dimorfismo sexual é prontamente reconhecível. Além das características sexuais secundárias que se desenvolve na puberdade, como por exemplo, nas mulheres, a presença de mamas, o pelo corporal escasso, a implantação oval dos cabelos, a estatura menor, a pelve oval e a largura dos ombros correspondentes à largura da pelve; e nos homens, o crescimento do pelo facial, a implantação dos cabelos com “entradas”, a estatura maior, a pelve em forma de “copas de baralho” e os ombros mais largos do que a pelve.  Há diferenças devidas ao fator sexo também em órgãos não genitais.
Vale ressaltar que estruturas anatômicas, mesmo aquelas mais frequentes a ambos os sexos podem proporcionar topografia diversa, como por exemplo, o ceco, mais comumente tem situação pélvica na mulher do que no homem. A proeminência laríngea, antes denominada de pomo de Adão (homem, em hebraico) e não de Eva (mulher, em hebraico) porque se acreditava que tivesse apenas no homem (seria o sinal da “maçã que ficara engasgada na garganta” por ocasião do pecado original). Sabe-se hoje que a proeminência laríngea é mais comum no homem, mas há homens (gordos) que não a têm e há mulheres (magras) que a possuem. Há, além disso, outras características próprias do sexo, como por exemplo, a disposição da tela subcutânea, usualmente muito mais abundante no sexo feminino, arredondando a forma corpórea, abrandando um pouco os relevos e depressões na superfície da região, alterando, assim, a morfologia externa do corpo.  Durante a respiração, a expansão da cavidade torácica do homem é especialmente longitudinal e a contração do diafragma prevalece sobre a de outros músculos respiratórios, enquanto que na mulher prevalece a expansão da parte superior da cavidade torácica. Deve-se ainda levar em conta as mudanças que a gestação causa à forma e à topografia de diversos órgãos.
Idade - Observam-se alterações anatômicas com o avançar da idade, portanto nos vários períodos ou fases da vida intrauterina e da vida extrauterina. Na vida intrauterina, cada indivíduo vem de uma única célula, a célula ovo ou zigoto. Esta procede da união de uma célula masculina, o espermatozoide (haploide), com uma célula feminina, o óvulo (haploide). O zigoto forma-se e desenvolve-se no útero. A vida intrauterina, portanto, corresponde aquela fase em que o desenvolvimento acontece no interior do útero materno. As fases de vida intrauterina são: (a) ovo, duas semanas após a fecundação; (b) embrião, até o fim do segundo mês; (c) feto, do terceiro ao nono mês. Na vida extrauterina os períodos principais são os seguintes: (a) recém-nascido e período neonatal, primeira quinzena após o nascimento; (b) infância, entre os dois e cinco anos de idade e a pequena puberdade dos seis aos dez anos de idade; (c) meninice, que inclui a segunda infância; (d) pré-puberdade, dos dez anos de idade à puberdade; (e) puberdade, (início da maturidade sexual), dos doze aos catorze anos de idade, muito variável nos seus limites e nos dois sexos; (f) pós-puberdade, da puberdade até cerca de vinte e um anos de idade nas mulheres e vinte e cinco anos de idade nos homens, passando por adolescente e jovem, sucessivamente; (g) virilidade, em que o indivíduo é adulto, alcança a maturidade que perdura até a menopausa (castração fisiológica natural), aproximadamente aos cinquenta anos de idade na mulher e aos sessenta anos de idade nos homens; (h) velhice, até ao redor dos oitenta anos de idade, seguindo a senilidade.
Assim, a idade também implica na forma e na topografia dos órgãos; há verdadeiramente diferenças, quando se compara a criança com o adolescente e com o adulto. Além dos órgãos de maior desenvolvimento na infância, como por exemplo, o timo. Este órgão se desenvolve até que o indivíduo alcance a maturidade sexual e, a seguir, se atrofia. O timo, pode eventualmente permanecer no adulto, porém, em geral se apresenta sob a forma de nódulos perdidos na gordura retroesternal. Outros há que exibem forma e topografia variadas em cada uma das grandes fases da vida; assim, a bexiga urinária é piriforme, com grande eixo longitudinal na criança, e tem uma situação predominantemente abdominal; é apenas com o evoluir da idade e com o progressivo aumento da cavidade pélvica, que a bexiga vai atingindo a sua situação definitiva na pelve.  A pele das crianças é mais fina do que a dos adultos. Os idosos têm as características rugas faciais decorrentes do ressecamento geral da pele.
O fígado, muito volumoso no recém-nascido, preenche grande parte do abdome, alcançando, pela sua margem anterior, quase no nível do umbigo; nos adultos, apenas excede o arco costal direito e cruza a região epigástrica obliquamente ascendente, da direita para a esquerda, atravessando à maior ou menor distância do processo xifoide, conforme o grau de abertura do ângulo infraesternal e, portanto, conforme o tipo constitucional. Da mesma forma, a laringe e o ceco apresentam uma situação alta na criança e, com o crescimento, vão sofrendo um gradual abaixamento, o que, aliás, acontece nas vísceras em geral.
As características anatômicas deparadas no esqueleto de uma criança se apresentam parcialmente sem ossificação, apenas com cartilagens. A coluna vertebral é relativamente ereta. Enquanto que nos idosos acontece uma diminuição das trabéculas do osso esponjoso e o aumento do risco de fraturas. A coluna vertebral apresenta curvaturas pronunciadas, achatamento dos discos intervertebrais e desgaste nas faces articulares com artrose dolorosa.
Os indivíduos idosos têm dentes permanentes (trinta e dois dentes) ou reabsorção das porções alveolares da mandíbula e das maxilas que contêm as raízes, com modificações típicas da forma da boca e das bochechas. Em crianças ocorrem os dentes decíduos (vinte dentes) ou ausência de dentes.
Durante a infância, o aspecto externo do homem e da mulher é semelhante, sobressaindo-se os genitais externos como elemento diferenciador.A principal característica deste período é o crescimento. Após a redução de massa corpórea inicial que se produz nos primeiros dias de vida, o lactente experimenta uma elevação de massa corpórea bastante harmônica durante os primeiros meses, de forma que por volta do quarto ou quinto mês pode ter dobrado sua massa corpórea ao nascimento. A partir dos seis meses de idade, este ritmo reduz, de maneira que ao atingir um ano de idade, o comum é que triplique a massa corpórea que tinha ao nascer. Da mesma maneira que a massa corpórea, a estatura também exprime um crescimento significativo durante o primeiro ano de vida, de maneira que, ao atingir doze meses, o lactente, frequentemente mede 50% a mais do que média ao nascimento. Este acréscimo é mais rápido e harmônico durante os primeiros seis meses de vida.
O aumento de massa corpórea na meninice é mais estável e se estabelece em torno de 2 quilogramas a 2,5 quilogramas por ano. Esta forma de crescimento é responsável pela perda das formas arredondadas do lactente. Já em relação ao aumento em estatura na meninice, entre um ou três anos de idade, ou seja, durante a primeira fase deste período, o crescimento ainda é acelerado. Assim, no segundo ano de vida pode apresentar um crescimento relevante em torno de doze centímetros, e dos dois aos três anos de vida eleva em média entre oito ou nove centímetros. No período envolvido entre os três e cinco anos de idade, a criança cresce de maneira bastante harmoniosa e sem acelerações repentinas, sendo que em termos médios, a estatura eleva em torno de sete centímetros ao ano. 
A elevação de massa corpórea do escolar, período que estende dos cinco anos de idade até o início da adolescência, o aumento é estável e constante. Ocorre em média, o aumento de massa corpórea de 3 quilogramas ao ano. Com relação ao aumento em estatura do escolar, este crescimento é bastante harmonioso, sendo em torno de cinco a seis centímetros ao ano.
Em relação ao perímetro do crânio é pertinente enfatizar que está associado ao aumento do tamanho do encéfalo. Sabe-se que os ossos que formam o crânio não estão completamente fundidos entre si. Durante os seis primeiros meses de vida, o perímetro do crânio pode elevar mais de um centímetro a cada mês. Ao longo dos seis meses e vida seguintes cresce mais pausadamente, em torno de meio centímetro ao mês. A partir de um ano de vida, o crescimento da cabeça é muito vagarosa e proporcional ao restante do corpo. As proporções que preservam entre si e as outras partes do corpo são diferentes daquelas do que em indivíduos adultos. No recém-nascido, a proporção cabeça/corpo é de 1/3; e no adulto é de 1/7.
A adolescência no homem é caracterizada pelo surgimento da motivação sexual, como causa da atração por outros indivíduos. As principais alterações do corpo humano estão relacionadas com o aparecimento de pelos acima do lábio superior, entre a cavidade oral e o nariz e posteriormente no restante da face; de pelos nas axilas; de pelos no tórax; de pelos na região posterior do antebraço; de pelos na região púbica, que assume primeiramente uma disposição de forma triangular com a base superior, e posteriormente à disposição em forma de losango; e pelos nas pernas.
Ocorre também, a variação no tom da voz, que se torna mais grave; alongamento dos ossos em geral, principalmente os dos membros superiores e dos membros inferiores; aumento da massa corpórea por conta da massa muscular que se desenvolve especialmente na cintura escapular, o que produz um aumento dos ombros e da região do tórax; aumento em estatura conhecida por estirão da puberdade. Duplica-se a velocidade de crescimento anual em relação às fases anteriores, atingindo até dez centímetros por ano. Além disso, a obtenção das proporções corporais próprias do adulto.
No sistema genital masculino, a pele do escroto fica escurecida pela pigmentação. O aumento do volume dos testículos e do escroto, que habitua anteceder o aparecimento dos demais caracteres sexuais secundários. Há a produção de espermatozoides e de testosterona pelos testículos. Nesta fase, a próstata e a glândula seminal iniciam o seu crescimento, assim como, o aumento do comprimento e da espessura do pênis. Além disso, o aparecimento de ereções do pênis e ejaculações involuntárias e espontâneas durante o sono é comum.
Outros aspectos característicos da adolescência no homem envolvem as alterações no aspecto da pele do rosto, que perde a suavidade que tinha na infância e experimenta um espessamento. As atividades crescentes das glândulas sudoríferas secretam suor mais denso.
De forma idêntica, as glândulas sebáceas, geram maior produção de sebo, e consequentemente, surgem às espinhas na face. Há o crescimento das extremidades distais dos membros superiores e dos membros inferiores; e a ampliação do volume da cavidade torácica e o aumento da capacidade respiratória. O indivíduo apresenta maior capacidade de raciocínio e de reflexão.
A adolescência na mulher, além de muitas características semelhantes às alterações na adolescência masculina, como por exemplo, o aparecimento de pelos em algumas regiões do corpo e a abundância de atividade das glândulas sebáceas e das glândulas sudoríferas. Modificações peculiares ao sexo feminino envolve o crescimento das papilas mamárias, cuja pele, em decorrência da pigmentação escurece. Ao seu redor forma-se a aréola da mama, também de cor escura. Há o crescimento progressivo de toda região do tórax e a formação das mamas com o desenvolvimento das glândulas mamárias. Outra característica é o aumento geral da massa corpórea, por conta da deposição de gordura na pelve, coxas e nádegas. Além disso, o alargamento da pelve está relacionado como preparação para as futuras gestações e partos.
Nos órgãos genitais externos implicam que o monte do púbis se torna mais proeminente. Os lábios maiores do pudendo desenvolvidos se definem e em decorrência da pigmentação, também adquirem uma coloração escura. A parte que se cobrem de pelos ocultam a vulva. O aparecimento de pelos na região púbica que se estendem progressivamente a toda área do monte do púbis assume a forma triangular. Na comissura superior dos lábios menores do pudendo forma-se um capuz do qual emerge a glande do clitóris. O aumento do tamanho do clitóris possibilita a capacidade erétil.
A genitália interna feminina, também passa por transformações. Nos ovários iniciam a desenvolver múltiplos folículos e a produção de células germinativas maduras. O desenvolvimento do útero leva a inversão entre o colo e o corpo, enquanto que as tubas uterinas assumem a capacidade de contração. Ocorre a proliferação celular na vagina e inicia-se a produção de secreção vaginal que antecede a menarca. O aparecimento da primeira menstruação se seguirá de menstruações periódicas que no início podem ser irregulares.
As transformações do corpo humano, com a idade e relacionadas às mulheres, na menopausa, são evidentes. A queda na produção de estrógenos e o predomínio relativo de hormônios masculinos perfazem com que o corpo da mulher experimente certa masculinização. O surgimento brusco de sensações de sufoco e de calores sem motivo aparente, principalmente durante a noite, com ruborização da pele, tonturas, dores de cabeça, e sudorese intensa. Embora esses sintomas sejam benignos, costumam provocar desconforto.
Nesta fase a pele perde a elasticidade e se torna mais seca, o que gera o aparecimento de rugas ou sulcos, manchas cutâneas e quedas de cabelo. Há o aumento do volume e a perda da firmeza das mamas. Além disso, as mulheres tendem a formas mais arredondadas do corpo.
Outros sinais e sintomas relacionados à menopausa são o surgimento de palpitações no coração, tendências para o aumento da massa corpórea, e consequentemente maior propensão à arteriosclerose, hipertensão arterial e diabetes.
Há certa perda de massa muscular, que é substituída por tecido adiposo. Isso faz com que as nádegas tendam a oscilar e os quadris sejam menos proeminentes. O início de uma progressiva osteoporose é característica nesta fase davida de uma mulher. A osteoporose incide na redução da massa óssea e em uma maior facilidade para acometer fraturas em razão da ausência de hormônios femininos que protegem os ossos contra a redução de cálcio.
A inibição de estrógenos e, por conseguinte redução dos ciclos ovulatórios. O cessar definitivo da menstruação é antecedido de uma fase, a pré-menopausa, que pode persistir alguns anos, durante a qual as menstruações são irregulares, tanto na periodicidade como na quantidade da secreção. Isso se deve à atividade irregular dos ovários nessa fase. Porém, antes de entrar terminantemente na menopausa, surgem atrasos e irregularidades menstruais, períodos de amenorreia e secreções menstruais esporádicas.
Na menopausa ocorre a atrofia progressiva de todo o sistema genital feminino. As estruturas do pudendo feminino, como por exemplo, dos lábios maiores do pudendo e dos lábios menores do pudendo perdem em espessura. Os ovários sofrem redução no tamanho. A vagina e o útero perdem o volume e tendem sobre a pelve, dificultando o papel dos músculos responsáveis pela retenção de urina. Isso pode gerar o surgimento de incontinência urinária ou a perda de urina durante esforços. A vagina é afetada com a redução da camada de células que forma a sua mucosa. A redução da secreção vaginal faz com que a vagina se mostre seca. Isso pode gerar coceira na vulva, maior dificuldade para lubrificação e, por conseguinte, desconforto durante o ato sexual e maior disposição para infecções genitais. As mulheres na menopausa apresentam mudanças progressivas no desejo e na libido sexuais, que se tornam menos obrigatórios e mais tranquilos.
Ainda na velhice, em decorrência da atrofia cerebral e redução dos neurônios, acontece à diminuição da memória e da audição, pode acontecer uma degeneração da lente e da retina que reduz a faculdade de acomodação e de acuidade visual, respectivamente. O sistema cardiovascular é acometido com a diminuição da força contráctil do coração e do complexo estimulante que regula seu ritmo. Há maior dificuldade para o retorno venoso ao coração. Ainda, as artérias são afetadas com a perda da elasticidade e a diminuição do diâmetro. No sistema respiratório, acontece o estreitamento das ramificações dos brônquios e a maior dificuldade de ventilação pulmonar. Atinge o sistema digestório com a redução da capacidade das papilas gustativas, redução da produção de suco gástrico, de bile e de enzimas pancreáticas, gerando digestões mais difíceis. Há uma lentidão dos movimentos peristálticos intestinais.
O aparelho urogenital dos idosos do sexo masculino é acometido com o aumento do volume da próstata, gerando maiores dificuldades na micção. A progressiva dificuldade para ereção do pênis, que se torna mais flácida e, por conseguinte, com menor capacidade para executar o ato sexual. Em ambos os sexos, a degeneração dos rins e consequente redução da capacidade de filtração da urina. No sistema tegumentar com o enfraquecimento da epiderme se torna mais propensa a formar feridas. As unhas também enfraquecem e ficam mais frágeis e quebradiças. Os cabelos alteram sua coloração, que embranquecem e tendem a cair. Além disso, na velhice existe redução dos pelos púbicos. Ocorre o aparecimento de áreas degenerativas muito pigmentadas na pele. Há degeneração das fibras elásticas e de sustentação de colágeno na derme.
Raça - A raça (grupo étnico) menciona-se em sentido amplo, a um grupo de indivíduos que obedecem a uma divisão da espécie humana. Em sentido restrito, raça é um grupo de indivíduos que apresentam características particulares em comum devido a uma descendência. Portanto, abrangem os grandes grupos raciais (branco, negro e amarelo), e os seus graus de mestiçagem, responsáveis por diferenças morfológicas externas e internas. Os humanos são os únicos membros vivos da família dos hominídeos. O homo sapiens está incluído dentro desta família, à qual pertencem todas as variedades ou grupos étnicos de humanos.
Assim, há diferenças raciais em órgãos em todos os sistemas, além das bem conhecidas características morfológicas externas que diferenciam cada grupo racial. As características somáticas que apresentam valor racial são a cor da pele, dos cabelos e dos olhos, o tipo de cabelo e de nariz.
O tipo caucasiano apresenta a pele rosada, estatura alta ou média, cabelo liso de coloração variável, lábios finos e olhos com íris de diversas cores. O tipo negroide de pele escura, que pode ir do marrom ao negro, estatura alta, cabelo crespo, cacheados e negros, lábios proeminentes e crânio alongado da frente para trás. Os indivíduos mongoloides possuem pele amarela, são de baixa estatura, cabelo negro e bastante liso, a face plana e achatada e o crânio é achatado no sentido anteroposterior.
Quanto ao volume e à forma do nariz depara grandes variações, sendo característica nos grandes grupos raciais, como por exemplo, os brancos, em geral, apresentam nariz afilado, são leptorrinos; os negros possuem-no achatado, são camerrinos; os amarelos são mesorrinos.
A reação da pele a uma lesão, ou incisão cirúrgica, ou ainda a queimadura é diferente em cada raça, mais comumente em negros do que em caucasianos e nos xantodermas (G. xanthos, amarelo, e derma, pele, ou seja, indivíduos de pele amarela), forma ao longo da incisão cutânea ou da ferida uma cicatriz exagerada, denominada queloide, marcada por uma cicatriz que se desenvolve progressivamente, irregular e elevada, devido à formação de quantidade excessiva de tecido colágeno no derma durante o reparo do tecido conjuntivo.
A medula espinal, por exemplo, desce até ao nível da segunda vértebra lombar, com maior constância nos negros do que nos caucasianos. O arco arterial palmar superficial também aponta variação étnica, enquanto nos caucasianos e nos xantodermas predomina o tipo ulnar, no qual apenas a artéria ulnar forma esse arco arterial, nos negros é mais habitual o tipo radioulnar, no qual o arco é formado pela artéria ulnar e pelo ramo palmar da artéria radial.
O apêndice vermiforme é mais longo e mais largo e contém a parede mais espessa em negros do que em caucasianos. Estas diferenças podem esclarecer porque a apendicite é mais comum nos caucasianos e porque uma dor na fossa ilíaca direita, que simule uma apendicite, em negros, pode ser determinada por um cálculo renal encravado na porção do ureter direito correspondente a essa localização.
A cartilagem da terceira pálpebra (plica semilunaris conjuctivae) é mais comum em negros (61,9%) do que em outros grupos (mulatos 27,3%; japoneses 20%; e caucasianos 4,5%). Em fetos de negros e mulatos ela é presente em 35,5% enquanto não foi vista em fetos de japoneses ou caucasianos.
Biótipo -Os tipos constitucionais ou biótipos são os longilíneos, os mediolíneos e os brevilíneos. Os mediolíneos, que não devem ser denominados normolíneos, porque eles são tão normais quanto os dois outros tipos. As propensões patológicas são diferentes nos tipos extremos. Os brevilíneos apresentam tendências a sofrer, como por exemplo, de doenças cardiovasculares e as doenças renais, enquanto que os longilíneos são mais suscetíveis a doenças respiratórias.
Caracteres morfológicos do tipo longilíneo - A característica fundamental é o baixo desenvolvimento do tronco em relação ao membro superior e o membro inferior, que são proporcionalmente alongados. Os membros inferiores são relativamente mais compridos que o tronco e assumem parte predominante na determinação da estatura individual. O longilíneo é, portanto, um macroscélico (makros, grande; skeletos, pernas). Além disso, os membros inferiores ultrapassam os membros superiores e estes, bastante compridos, em comparação com o tronco, tem a raiz da mão abaixo do plano da dobra subglútea. As mãos são proporcionalmente maiores que os pés, que são restringidos pela demasiada curvatura plantar. O tronco é pouco desenvolvido não apenas em relação ao membro superior e o membro inferior, mas também em valor absoluto, comparando com o valor médio do grupo, isto é, apresenta uma microsplancnia (mikros, pequeno;splagchna, entranhas). Exibe uma predominância do tórax sobre o abdome e, neste, prepondera o segmento inferior sobre o superior, tendo o umbigo em condição alta em relação a púbis. O tronco é claramente achatado no sentido anteroposterior e, em decorrência, há predominância dos diâmetros transversos sobre os diâmetros sagitais. A sua superfície anterior e a sua superfície posterior são extensas, enquanto que as laterais são apertadas e muito convexas.
As costelas são muito oblíquas, avizinham-se das cristas ilíacas e se prosseguem com os arcos condrocostais que ascendem em direção ao esterno, demarcando um ângulo infraesternal muito agudo. O esterno é quase vertical, com exacerbada reentrância na parte inferior. A incisura jugular é baixa e o pescoço visivelmente comprido. A superfície corpórea é proporcionalmente grande. A pele, em geral, é fina e transparente, e o tecido subcutâneo, carente em gordura.
O esqueleto é frágil e de ossificação acelerada. O crânio é comumente apertado e alongado, dolicocrânio. No tórax, existe grande amplitude dos espaços intercostais, e o seu orifício superior é estreito e inclinado para frente e para baixo. A pelve é do tipo oval alongado, com predomínio do diâmetro sagital sobre o diâmetro transverso máximo. A coluna vertebral é de curvaturas discretas, sendo mais enunciada a convexidade dorsal.
Os músculos têm o ventre carnoso fino e comprido em relação aos tendões. No sistema digestório sobressai-se a prematuridade da dentição, e os dentes se desenvolvem apertados, parecendo posicionar de pequena extensão para se alojar na mandíbula e no maxilar, o que ocasiona o seu habitual desalinhamento. A língua é relativamente pequena.  O duodeno tem a parte superior ascendente ou mesmo vertical, e a parte horizontal é muito baixa e pode carecer, oferecendo ao duodeno a forma em V. O estômago é predominantemente do tipo em anzol, muito alongado, excedendo, com a sua parte mais baixa, o plano tangente às cristas ilíacas, na atitude ereta. O jejuno e o íleo são relativamente pequenos, o ceco tem situação ilíaca baixa ou mesmo pélvica e o colo transverso, comumente subumbilical. O fígado tem a margem anterior baixa e grande área de contato com a parede anterior do abdome; a vesícula biliar estabelece-se próxima da linha mediana e sua posição é quase vertical, mostrando-se radiograficamente como uma imagem piriforme, próxima dos processos transversos das primeiras vértebras lombares.
O coração é proporcionalmente pequeno e alongado verticalmente, pouco distante do plano mediano, configurado como uma considerável gota, quase no centro da cavidade torácica. O arco da aorta estende-se quase sagitalmente, com uma curvatura acentuada de pequeno raio. A laringe é proeminente, ampla e tem cordas vocais extensas. O pulmão, estreito e longo, exibe os lobos clássicos, na maioria dos casos. No sistema urinário nota-se o predomínio da forma de ampola da pelve renal. Além das alterações morfológicas são claras as de ordem dimensional. Assim, no longilíneo, o peso do baço, do coração, do fígado, do pulmão, do pâncreas, do rim, da glândula suprarrenal, do ovário e do útero, é na maioria das vezes menor do que a média; contudo, o peso da glândula tireoidea, do timo, da hipófise, do testículo, é excessivo da média.
Caracteres morfológicos do tipo brevilíneo - Em oposição ao tipo antecedente, diferencia-se este pelo amplo desenvolvimento do tronco em relação ao membro superior e o membros inferior e, mesmo, em valor absoluto (macrosplancnia). Tanto os membros superiores como os membros inferiores são relativamente pequenos, com predominância daqueles sobre estes, porém existe demasia dos pés sobre as mãos, dado o achatamento das arcadas plantares. O tipo brevilíneo é, portanto, um braquiscélico (brachys, curto; skeletos, perna). O tronco tende à forma cilíndrica, com boa amplitude nos diâmetros sagitais; manifesta uma predominância do abdome sobre o tórax e, além disso, do segmento abdominal superior sobre o inferior, tendo o umbigo próximo a púbis.
As superfícies laterais do tronco são espaçosas e observa-se a disposição das costelas à horizontal. Estas se mantêm distantes das cristas ilíacas e convergem para o esterno, formando um ângulo infraesternal obtuso. O esterno é vertical ou oblíquo para baixo e para frente e não manifesta reentrância na sua parte inferior. A incisura jugular é alta e o pescoço visivelmente curto. A sua pele é comumente espessa e a gordura subcutânea é vultosa.
O esqueleto é robusto e o processo de ossificação vagarosa. O crânio é comumente largo e curto, braquicrânio. No tórax observa-se a abertura superior ampla e horizontal; os espaços intercostais são apertados. No estreito superior da pelve prepondera o diâmetro transverso sobre o diâmetro sagital. As curvas da coluna vertebral são bastante enunciadas.
Os músculos apresentam o ventre carnoso, largo e curto, relativamente aos tendões. No sistema digestório a dentição é duradoura e os dentes estão afastados nas arcadas. O estômago é vasto e curto, comumente configurado em chifre, e de situação alta. O duodeno tem a parte superior horizontal e a inferior larga, oferecendo ao conjunto à conformação em letra U. O jejuno e o íleo são compridos, o ceco, de situação ilíaca média ou alta e o colo transverso, em curva delicada, comumente supraumbilical. O fígado apresenta a margem anterior alta e pequena zona de contato com a parede abdominal anterior. A vesícula biliar é alta, afastada da linha mediana e aproxima-se à posição horizontal; radiograficamente se manifesta por uma imagem arredondada, afastada da coluna vertebral e próxima à extremidade das últimas costelas.
O coração é grande, alargado, de maior diâmetro predisposto à horizontal. O arco da aorta é vasto e organizado mais transversalmente. A laringe é pequena e de cordas vocais curtas; os pulmões apontam, com grande constância, variações nos lobos. A pelve renal é comumente do tipo ramificado. O peso de muitos órgãos, como por exemplo, do coração, do rim, do baço, do pulmão, do fígado, da glândula suprarrenal, do útero e do ovário é a maior média, enquanto que a glândula tireoidea, o timo, o testículo e a hipófise são de pesos relativos mais baixos.
Evolução
A evolução sempre aconteceu e continua a ocorrer em todas as espécies, abrangendo, naturalmente, o Homo sapiens. Se o homem atual for confrontado com seus ancestrais, entre as alterações mais claras no processo evolutivo, assinala-se que a capacidade do crânio e a sua estatura aumentaram, o arcabouço ósseo ficou menos encorpado, as arcadas ósseas supraorbitárias ficaram menos proeminentes.
Ambiente
O ambiente em que se vive pode ser responsável, direta ou indiretamente por diferenças morfológicas e, portanto, variações anatômicas, por meio do controle que pode gerar nos indivíduos.
Essas alterações são claras quando se confrontam indivíduos que residem na região equatorial, na região tropical e na região polar.
Biorritmos
Consiste no evento cíclico de atividades biológicas, ou seja, a alternância periódica de situações diversas em seres humanos e em outros animais. O exemplo característico é a fase menstrual cíclico das mulheres, a partir da menarca, começo na puberdade do papel menstrual, o fluxo sanguíneo mensal, ou seja, de quatro semanas, seguidos de endométrio descamado do útero não gravídico até a menopausa. Existem modificações principais no sistema genital feminino, como por exemplo, no útero e nas mamas.
Outro exemplo é o da sucessão dos estados de vigília e de sono. Estes condicionam pequenas diferenças morfológicas, consideráveis como variações, mais notáveis em alguns órgãos do que outros.
Uma variação biológica circadiana (L) circa, cerca ou aproximadamente; dies, dia é um ritmo periódico com um ciclo de cerca 24 horas, empregado à repetição rítmica de determinados fenômenos, que acontecem em seres vivos aproximadamente no mesmo tempo cada dia, como por exemplo, na glândula pineal de animais.
Em torno das 19 horas, quando a luminosidade natural reduz, a retina envia uma mensagem para o hipotálamo

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