Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Não é tão prevalente em urgência e emergência. Índice de casos em 2000-2010: 0,3% dos atendimentos por intoxicações agudas. Mas esse índice está subindo, hoje já está em torno de 3%, nos últimos 10 anos. Os agentes intoxicantes mais prevalentes são: 1. Medicamentoso Por excesso de medicação Por efeitos medicamentosos 2. Animais peçonhentos e outros tipos de animais Na maioria dos casos, a anamnese não é muito rica porque o paciente pode estar desacordado ou confuso. A avaliação de sinais e sintomas passa a ser um dos fatores mais importantes para entender o que está acontecendo e ter ação rápida dentro disso. Muitos intoxicantes tem testes, mas que dependem de laboratórios de apoio, e o paciente precisa de manejo imediato. Prejuízo do sistema orgânico causado pela absorção de substância tóxica ou em dose tóxica. A dose tóxica é dependente de paciente para paciente. Absorção por: Pele, olhos e mucosas. 1980- Vinculado a Fiocruz Coleta e análise de casos brasileiros para saber quais os dados brasileiros. Cada região fornece dados através de CIT. Pode haver um erro percentual de 3% a maios ou a menos na aferição dos dados. Na região sul, o maior índice é por medicações. A segunda causa, ficou animais peçonhentos (aranha). Os maiores exemplos dessas aranhas é a marrom (causa necrose) e a armadeira (dor intensa local). No Brasil, os medicamentos também são os mais prevalentes. Características no Brasil: Acidente individual é o mais prevalente (>58%). o Tentativas de suicídio (aumento das ideações suicidas) Ocupacionais Coletivos Faixa etária: Mais comum entre 20-29 anos (>15% dos casos) Requer organização do serviço de emergência. Lembrar que a maioria das intoxicações alteram a hemodinâmica do paciente, cursando com alteração da PA, FC, arritmias... ACLS – deixa falhas o Minoria terapias específicas Informações do que aconteceu: o Equipe pré-hospitalar – viu comprimidos?... o Prontuário – histórico do paciente o Informantes – membro da família, vizinho, acompanhante Anamnese baseada em informações do paciente e informantes terceiros. FOCO DO ATENDIMENTO: Anamnese (mesmo que com terceiros) Exame físico Sinais vitais (saturação, PA, FC, temperatura, glicemia, glasgow). o GLW < 8 = VM! o Glicemia < 60mg/dL (hipoglicemia) mimetiza intoxicação (letargia, pouco comunicativo, fala desconexa, hipotonia muscular) Atenção a sistema cardiovascular, respiratório e neurológico. o Tudo UP: taquicardia, taquipneia o Tudo DOWN: hipotensão, bradicardia, hipotermia PRIORIDADES: ABCDE do trauma (preservar capacidade do paciente) Preservar capacidade ocupacional do serviço Proteção da equipe de assistência o Alguns acidentes radioativos Deitar o paciente na maca, fazer um acesso venoso, oxigênio e monitorização Exame físico, monitorização e teste Manifestações: síndrome toxêmica Avaliar: 1. Sinais vitais 2. Glasgow 3. Pupilas 4. Mucosas (temperatura e umidade) 5. Tônus motor Causam sintomas DOWN: hipotermia, bradicardia, hipotensão, apneia e hiporreflexia: Opioide = morfina, heroína ou metadona Sedativo = benzodiazepínicos, álcool e barbitúricos (morfina) Antipsicóticos (haldol): causam síndromes acidentais Antagonistas (revertem o processo): naloxone Causam sintomas UP: taquicardia, hipertensão, sialorreia, êmese, lacrimejamento, incontinência, hipervigil, hipertenaz Colinérgico: organofosforado Atropina Causam sintomas UP: hipertermia, taquicardia, hipertensão, taquipneia, hiperalerta, hipervigil ou coma Simpaticomiméticos: cocaína e anfetamina Anticolinérgico: antidepressivo tricíclico (amitriptilina e imipramina) – barata e bastante usada Alucinógenos: LSD (levam a quadros de desidratação) Serotoninérgicos: inibidores da MAO, ginco-biloba o Usados para Parkinson, depressão o Geralmente irreversíveis o Serotonina, nora e dopa SIMPATICOMIMÉTICOS (cocaína e anfetaminas): Sinais: hipertermia, taquicardia, hipertensão, taquipneia, hiperalerta, hipervigil, sudorese, midríase e coma. o Diaforese o Tremor o Hiperreflexia o Convulsões = cuidar isquemias Principal complicação: Vasoconstrição (IAM por vasoconstrição difusa das artérias coronarianas) Manejo: hidratação rigorosa, cuidados com a PA, medicações hipotensoras se HAS grave (NPS em BI 250mL com 1 ampola de NPS EV) e monitorização. ANTICOLINÉRGICOS (Antidepressivos tricíclicos): Sinais: midríase, hipertermia, taquicardia, hipertensão, taquipneia, hiperalerta, hipervigil, coma... o Pele seca o Boca seca o Mioclonia (movimentos ritmados) = cuidar arritmias (ECG com prolongamento do QRS, supra de parede anterior – Brugada like). Arritmia com risco a vida Bloqueio na receptação da serotonina e receptação da norepinefrina. Ex.: aminas secundárias (nortriptilina) e terciárias (amitriptilina e imipramina). Amitriptilina é a mais frequente. Toxicidade > 1g/kg (na amitriptilina os comprimidos tem 10 mg, 25 mg, 50 mg e 100 mg). Se o paciente já tem predisposição cardiovascular, terá mais risco de desenvolver uma arritmia com menor dose da medicação; Início UP: Hipertenso, hipertérmico, taquicardico, taquipneico, hiperalerta, hipervigil. Início da intoxicação cardioespecífica = arritmia Alteração hemodinâmica = hipotensão, PCR e choque. o Arritmia ou hipotensão ou QRS > 100ms Tratamento: Alcalinização o alcalinização (bicarbonato de sódio 1- 2mEq/kg) – melhora ação cardiovascular e diminui os efeitos de cardiotoxicidade o Manter pH entre 7,5 – 7,55. o Atentar para hipocalemia reflexa – repor e coletar K+ seriado. o Fisostigmina: medicação para doenças musculares que tem ação colinérgica (contrai a pupila), que melhora sintomas, mas não é reversor da intoxicação. ALUCINÓGNEOS (LSD e carbamazepina): Sinais UP Chega midriatico, desidratado o Refere ver elefantes coloridos (LSD) o Carbamazepina = obnubilado, cansado, sinais vitais mais estáveis Nistagmo laterolateral Efeitos colaterais do uso de carbamazepina: hiponatremia (Na normal = 135-145mEq | Na < 120 = queda importante de sensório e coma) SEROTONINÉRGICOS (Inibidores da MAO, ginco, lança perfume): Agitação, tremor Trismo – dificuldade de abrir a boca Rigidez Equipe Deitar o paciente Acesso venoso Monitorização super crítica Oferta de O2 Avaliação ABCDE simultaneamente HGT HMG + Plaquetas (coagulação, anemia e infecções) Creatinina, sódio e potássio (medicações tem excreção renal) TGO e TGP (Metabolização da medicação) Lactato (comprometimento da circulação – atividade anaeróbia e acidose por medicação) Gasometria arterial (grau de acidose, hipoxemia, consumo de bicarbonato) ECG – cardiovascular é um dos sistemas mais afetados A - AIRWAY e B - BREATHING Glasgow < 8 = IOT Única exceção – suspeita de opioide (heroína, morfina e metadona) - fazer primeiro teste terapêutico com naloxone (medicação antagônica – impede que a morfina se ligue aos receptores) o Paciente DOWN: hipotermia, bradicardia, hipotensão, apneia, hiporreflexia Naloxone (amp 0,4 mg/ml) o 0,1 a 2 mg o Ação em 1 min o Duração 45 min o Não repetir depois de 45 min. Suspeita de benzodiazepínico (Diazepam, alprazolam e bromazepam) o Paciente com miose, hipotermia, bradicardia, hipotensão, apneia, baixando o sensório e hiporreflexia Curta duração: midazolam (EV em emergência para sedação) Média duração: alprazolam (frontal) Longa duração: diazepam (+ prevalente, mais utilizado) o Não gera risco iminente de vida (não mata). Baixa o sistema cardiovascular (sintomas DOWN) o Elevar cabeceira, óculos nasal e esperar passar o efeito o Não administrarflumazenil! Tempo curto de ação, Avaliar risco x benefício: Convulsões refratárias (bloqueia receptores e não tem como tratar) Acidose metabólica: o Verificada pela gasometria (pH < 7,35 e bicarbonato < 22) o Tratamento: Bicarbonato de sódio 8,4% IV (100mL primeiro) o VM apropriada (liberar mais CO2 fazendo compensação respiratória) VAC FR o Acidose por AAS = hemodiálise (não responde ao bicarbonato), porque lesa a função renal, levando a morte em curto espaço de tempo C – CIRCULATION Hipertensão: pode usar nitroprussiato (NPS) Hipotensão o Desafio hídrico (SF ou RL – RL é melhor porque tem função de tamponamento) – até 2 L em adultos o Vasopressor se não respondeu ao volume (noradrenalina EV diluído em BI – 250 mL com 2 amp – 5mL/h e sobe de acordo com o aumento da PA) Bradicardia sinusal + hipotensão (FC < 50bpm) o Geralmente intoxicação por beta-bloqueador (hipoglicemia sem DM) ou digoxina (TGI – dor abdominal e diarreia, podendo ter sinal da pá – S profundo) o Atropina – ver resposta, se aumentar FC com atropina é medicamentoso (diferencia de BAVT) o Tratamento: UTI com cuidado da PA (Nora se PA baixa) e espera passar o efeito (até 48h) o Hipertensão (midriáticos): NPS (melhor) ou NTG (Vasodilata coronárias – se infartou) Convulsões o Diazepam 1 amp EV o Hidantalização é pouco efetiva (evita recorrência de crise convulsiva) – não usado o Doses repetidas até 3x de 5/5 min SN de BZD (diazepam) o Se não parou: efeito curto e mais potente EV em BI contínua com midazolam (sedativo) + intubação. Não pedir para o paciente vomitar (provocar vômito), porque pode causar pneumonite aspirativa e pode causar lesão em estômago. Carvão ativado o Adsortivo (quela e se gruda em medicações que foi feito o abuso e faz com que isso seja feito o transito sem absorção e saia pelas fezes) o Protege paredes do Estômago e TGI, fazendo boqueio físico das paredes, não deixando a medicação ser absorvida o Até 1 hora pós ingesta – até 2h pode fazer efeito o Contra-indicação: álcool, lítio e soda caustica o 1g/kg diluído em água ou suco (SNG após lavagem) – até 100g/kg no adulto o CAMD (doses múltiplas de carvão ativado em 15 min) = intoxicação por carbamazepina. Protocolo de 60 min – Todo o manejo para RCP, se o paciente não voltar, pode parar o processo de reanimação Arritmias – manejo conforme alterações de ECG e ACLS Sempre entrar em conato com o CIT – Entrar em contato em TODOS os casos, informando o que aconteceu, há quanto tempo ou se o tempo é desconhecido, mais ou menos quanto foi a dosagem. O CIT informa qual o tratamento será benéfico para cada quadro, qual a dose para o peso e qual a forma/repetição. Referência: (1) SINITOX, (2) UptoDate, (3) Oliveira, Renê Donizeti Ribeiro, and João Batista Menezes. "Intoxicações exógenas em clínica médica." Medicina (Ribeirão Preto. Online) 36.2/4 (2003): 472-479.
Compartilhar