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Cenografia Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Renata Guimarães Puig Revisão Textual: Prof.ª Me. Luciene Santos Instalações Efêmeras e a Cenografia • Definição arquitetura efêmera; • Exposições Internacionais; • Princípios do Design; • Arquitetura Promocional – Estandes e Vitrines. · Estudar alguns tipos de instalações efêmeras ligadas aos interiores: vitrines, estandes entre outros. OBJETIVO DE APRENDIZADO Instalações Efêmeras e a Cenografi a Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Instalações Efêmeras e a Cenografia Definição arquitetura efêmera A arquitetura efêmera segundo Paz (2008) é aquela que se caracteriza pela sua impermanência no espaço, possibilitando ao homem abrigar-se minimamente, podendo incluir-se neste contexto desde as barracas de camping até um galpão industrial. A princípio toda arquitetura é efêmera; a sensação de efemeridade se dá quanto menor o tempo desta em um determinado espaço, e o quanto esta melhora o desempenho de um lugar que possuí um fim igualmente temporário, como por exemplo, uma via de tráfego que sede seu espaço para uma feira livre. O critério definidor da arquitetura efêmera não é a durabilidade potencial do objeto arquitetônico, mas sim o tempo que esta se desfaz de um dado lugar. Não existe uma relação direta entre a tecnologia construtiva e a efemeridade real da construção; pode-se dizer que a arquitetura de Shigeru Ban é efêmera por este se utilizar do papelão como sistema construtivo e por possuir caráter transitório (Fig. 1); e similarmente falar que o Pavilhão do Brasil projetado por Paulo Mendes da Rocha, na Exposição Universal de Osaka, projetado em concreto armado o tam- bém é pela sua curta existência (Fig. 2). Figura 1 – Takatori Cahtolic Church, Hyogo, Japan. Projetada por Shigeru Ban Fonte: Wikimedia Commons Paulo Mendes da Rocha, Pavilhão de Osaka: https://goo.gl/So7HYv Ex pl or Exposições Internacionais Por vezes a arquitetura efêmera é detentora de determinadas qualidades esté- ticas e ou funcionais que a fazem perdurarem além do seu tempo previsto, como exemplo tem-se o famoso Palácio de Cristal (Fig. 2) de Joseph Paxton (1803-1865) 8 9 que foi construído em 1851 no Hyde Park para a Exposição Universal de Londres foi desmontado depois do evento e reconstruído em 1852 em Sydenham Hill para ser utilizado como museu até 1936 quando um incêndio o destruiu por completo; a sua reutilização foi possível graças ao sucesso do edifício junto ao público londrino ocorrido durante a Exposição Universal. Figura 2 – Palácio de Cristal, Londres Fonte: Wikimedia Commons A Torre Eiffel (324 metros, 10 toneladas) é também um bom exemplo desta possibilidade. Projetada como arco de entrada da Exposição Universal de 1889 pelo engenheiro Gustave Eiffel (1832-1923) no Champs de Mars e como marco do centenário da Revolução Francesa (Fig. 3), a Torre foi edificada para ser desmonta- da após a exposição, que nunca ocorreu, pois a instalação de uma antena de trans- missão de rádio em seu ápice possibilitou-lhe uma extensão de uso. Opostamente a obsolescência da arquitetura pode conduzi-la a efemeridade. Figura 3 – Torre Eiff el Fonte: iStock/Getty Images Quando o edifício não mais possui condições técnicas de abrigar as funções a ele destinadas, torna-se obsoleto, efêmero por definição, podendo passar por um 9 UNIDADE Instalações Efêmeras e a Cenografia retrofit ou ser demolido, pois a demolição e a desmontagem é que confere a efe- meridade a arquitetura. Retrofit é um termo utilizado principalmente em engenharia para designar o processo de modernização de algum equipamento já considerado ultrapassado ou fora de norma. Ex pl or Existem várias modalidades da arquitetura efêmera a ecológica, a móvel, a pe- recível e a promocional: • Arquitetura ecológica – para concebê-la faz-se necessário conhecer os princípios de degradação dos materiais, da possibilidade de transformação ou reaproveita- mento da matéria. Tem-se que compreender o objeto arquitetônico em todo o seu ciclo de vida, de sua origem (matéria-prima), seu tempo de vigência (insumos de energia) e seu descarte. Requerem baixa tecnologia para consolidar-se. Exemplos: habitações dos Uros no lago Titicaca, dos habitantes da região do Sahel nas regi- ões desérticas africanas, habitações indígenas do Alto Xingu, e os iglus. • Arquitetura móvel – através da partição e compactação o objeto arquitetô- nico é passível de ser transportado para sítios de diferentes configurações. A efemeridade da arquitetura móvel não se cumpre enquanto não for desmon- tada e montada novamente. Exemplos: arquitetura de emergência, barraca de camping, circos, Pavilhão Itinerante da IBM (1980) de Renzo Piano (1937). • Arquitetura Perecível – é aquela que se desfaz de forma perceptível dentro da escala humana de tempo. ‘Nenhuma obra humana é eterna. Os elementos so- bre a terra fazem parte da cadeia de dissociações e recombinação, quando não transmutam em novas substâncias (Paz, 2008)’. A arquitetura perecível histori- camente se consolida com material de entorno; na natureza este se degrada e no meio urbano se descarta. A sua construção é consolidada com baixo dispêndio energético e uso de material renovável. É uma arquitetura que ainda está calcada no ciclo natural preexistente, passível de ser absorvida pelo meio ambiente não sobrecarregando os fluxos naturais. Exemplos: ice bar, hotel de gelo etc. • Arquitetura promocional – é efêmera não pelo sistema construtivo ou ma- teriais empregados, mas por atrelar-se a uma ação de marketing de caráter temporário, normalmente de envergadura urbana. Caracteriza-se por efêmera não pelo seu potencial de durabilidade do material empregado, mas pela sua durabilidade real (CIANCIARDI, 2010). Princípios do Design O uso correto de cores e elementos compositivos, tais como: linhas e formas permitem ao designer: encurtar o ambiente, alongar o ambiente, esconder objetos, destacar objetos, rebaixar o teto, elevar o teto, alargar o corredor, alongar a parede, encurtar a parede. 10 11 Aspectos a serem considerados na criação de um projeto de Design de Interiores: • Aspectos técnicos: São os aspectos que objetivamo conforto físico do usuário: ergonomia, antropometria, circulação, acústica, luminotécnica, conforto térmico. • Aspectos estéticos: São os aspectos que objetivam o conforto visual do usu- ário em busca de uma organização harmônica e criativa do espaço: formas, linhas, texturas, luzes e cores. • Aspectos psicológicos: São os aspectos subjetivos do projeto que quando aplicados de forma correta podem auxiliar na estabilidade psíquica ao usuário. Elementos que Infl uenciam o Design Função O espaço deve ser projetado para que se atendam às necessidades exigidas por de- terminadas ações e tarefas. A partir da definição do uso do espaço é que se ponderará o uso dos elementos do design de interiores: espaço, forma, linha, textura, luz, cor. Materiais O conhecimento profundo dos materiais permite explorá-los de forma a propi- ciar soluções criativas e funcionais. Podem inspirar o designer como limitar suas ações projetuais. Tecnologia As diversas vertentes tecnológicas possíveis é uma forma de liberação do proces- so criativo, pois pode viabilizar diferentes, inovadoras e ousadas soluções. Estilo No decorrer do desenvolvimento da civilização houve uma difusão de novos ma- teriais e tecnologias que acabaram por suscitar o aparecimento de diversos estilos. Explorá-los e reinterpretá-los pode conduzir o designer a resultados inovadores. Elementos do Design Espaço O espaço é o elemento essencial para o desenhista de interiores, sem este não o projeto inexiste. É o ponto de partida para desenvolver-se o projeto, que quando corretamente trabalhado com os elementos compositivos pode propiciar diferentes sensações: abertos / fechados, livres / enclausurados, seguro / vulnerável. Forma • Retilínea - criam a sensação de monotonia, de ‘caixa’, devem ser usadas de forma criativa para explorar a pureza do ângulo reto. 11 UNIDADE Instalações Efêmeras e a Cenografia • Angular - criam a sensação de movimento, mas quando utilizadas em demasia criam a sensação de inquietação. Paredes inclinadas parecem mais longas. • Curva - criam a sensação de continuidade, de constante movimento. Sua re- petição em excesso leva a sensação de monotonia. Linha É a extensão do ponto por definição. Pode ser reta ou curva, fina ou grossa. Enfatiza ou suaviza a forma dos objetos ou dos ambientes. • Reta - quando predominante proporciona um caráter mais masculino ao ambiente. • Vertical - aumenta a altura do ambiente, da dignidade e formalidade ao espaço, sensação de frescura e altivez: pé-direito alto, portas e janelas altas, pilares. • Horizontal - linha relaxante e mais informal. Aumenta a largura ou comprimento dos ambientes: vigas, pisos em régua, móveis. • Diagonal - sugere movimento, é mais dinâmica que as demais. Quando longa aumenta o espaço: paredes oblíquas, tetos inclinados. • Curva - linha feminina, dá mais suavidade e movimento ao ambiente. Quando suave proporciona relaxamento: escadas, paredes de destaque, balcões e piscinas. Textura Gera no espaço pontos de interesse, diversidade e estímulo sensorial. • Texturas visuais - são bidimensionais, aquelas que reveladas por determinadas superfícies, embora lisas: veios de madeira, trompe l’oeil. • Texturas táteis - são tridimensionais, com mais de uma altura de superfície. Destacam-se mais se dispostas em contraste com superfícies lisas: pisos de pedra, paredes de tijolo, veludo cotelê. Luz Sem luz não há cor, forma, linha, e demais elementos compositivos. Natural ou artificial pode transformar qualquer ambiente e criar diferentes atmosferas. Com o domínio de suas propriedades podem-se conseguir soluções criativas e originais. Cor Elemento que pode propiciar a dissimulação espacial do ambiente: aumenta / diminui o pé-direito, alarga / encurta o ambiente, esconde / evidencia elementos. Princípios do Design Equilíbrio Alcança-se o equilíbrio quando os elementos compositivos e seus respectivos pesos visuais neutralizam-se. 12 13 • Equilíbrio simétrico bilateral - Quando o arranjo é equilibrado de elementos semelhantes e equivalentes dos dois lados opostos de um eixo mediano. • Equilíbrio assimétrico - Quando a composição é equilibrada pelo peso visual dos elementos, independentemente de seus atributos estéticos. • Equilíbrio radial - Quando a composição volta ao centro desta. • Desequilíbrio - proporciona uma sensação de instabilidade, não é repousante. Ritmo Pode ser definido como um movimento organizado e contínuo, a fim de criar movimento no espaço e torná-lo menos monótono. Torna o ambiente dinâmico. Harmonia É a disposição bem ordenada entre dos elementos de forma a propiciar um con- junto uníssono que se relacionam e se interagem. Unidade O design de interiores deve seguir o mesmo caráter da edificação que o contém, a edificação e os elementos que compõe os interiores devem ser correlatos. Escala Refere-se ao tamanho absoluto de um elemento comparado a outros tamanhos absolutos (grandes móveis devem estar distribuídos em grandes espaços). A escala do design de interiores é a escala humana. Proporção É a relação estabelecida entre as partes de um todo, uma parte e o todo, ou entre um todo e outro todo (uma sala que não possua uma boa proporção entre largura e comprimento pode parecer um corredor). Contraste O contraste entre opostos deve ser explorado, pois desta forma obtém-se efeitos mais ricos (brilhante / fosco, claro / escuro, liso e texturizado). Ênfase e Centros de Interesse Estabelecer pontos focais valoriza a composição como um todo. O espaço será mais valorizado com centros de interesses que chamem a nossa atenção. Variedade É sempre perigoso cair na monotonia ao elaborar-se um projeto; utilizar-se de diferentes linhas, formas, texturas, cor e luz são fundamentais para conseguir um resultado interessante. 13 UNIDADE Instalações Efêmeras e a Cenografia Importante! Princípios de ordem Eixo + Simetria + Hierarquia + Ritmo + Dado + Transformação Importante! Arquitetura Promocional – Estandes e Vitrines A arquitetura promocional deve promover a interação entre o trinômio: espaço, produto e consumidor e destes com o espaço exterior (pavilhão). A visibilidade de uma empresa em um evento, do ponto de vista comercial, significa o quanto o consumidor a percebe entre os outros concorrentes com as mesmas similaridades, exposta em igualdade. Stand ou estande promocional é uma ferramenta de marketing utilizada para dar visibilidade à empresa em uma feira promocional, que possuí como objetivo a divulgação de novos produtos, assim como a consolidação dos existentes. “Toda a concepção do stand é pensada para que seja um espaço marcante, com poucos conceitos, para que a mensagem principal não se perca. Tudo deve refletir o slogan inovador, visionário e caloroso” (Lauro Fontes) (Link a seguir). Stand ou estande - montagem: https://goo.gl/fPrdmi Ex pl or • Tipologia de área para os stands: » Ilha » Ponta de ilha » Entre stands » Esquina » Entre stands • Tipologia de sistema construtivo: » Sistema construtivo construído. » Sistema construtivo padronizado. » Sistema construtivo misto. • O stand e suas partes componentes: » Piso / fachada / torre / testeira / coluna / vitrina / display. » Estilo: quanto ao estilo os stands podem se classificar em Contemporâneos, Étnicos, Clássicos etc. O estilo deve seguir o briefing proposto pelo cliente de modo a atender as suas ações promocionais. 14 15 » Programa arquitetônico básico: o programa arquitetônico básico de um stand de porte médio ou grande deve possuir os seguintes espaços: » Recepção / sala vip / estar / copa / depósito / bar / closet / sala de vendas / show room / vitrinas / SAC / sala para as recepcionistas. Para apresentar o projeto podemos nos utilizar de três formas básicas: gráfica instrumentada, digital e maquetes físicas. Devido a grande concorrência do mer- cado e o curto prazo destas, a apresentaçãodigitalizada acabou por dominar o mercado por sua agilidade e eficácia de representação. Importante! A construção de stand, assim como qualquer outra edifi cação arquitetônica, possui uma legislação específi ca que deve ser atendida. Esta legislação é normatizada pela Pro- motora do evento e regularizada pelo CONTRU (Departamento de Controle de Uso de Imóveis), CREA e pelo Corpo de bombeiros. Os acessos a pessoas com necessidades espe- ciais não podem ser vistas somente como mais uma ação de marketing, pois as normas legislativas devem ser atendidas para que não haja a interdição do stand. Você Sabia? Para dar continuidade ao nosso tema é necessário fazermos uma reflexão: Vitri- na ou vitrine? Em nosso texto veremos o uso das duas palavras. Vitrina é o termo correto na língua portuguesa, uma versão da palavra vitrine, da língua francesa, assim como lingerie, abat-jour etc. (Fig. 4). As vitrinas são o cartão de visita de uma loja. Elas ajudam a dar identidade ao produto e diferenciá-lo dos de- mais, de modo que o consumidor se veja representado nele. Por isso, a importância da vitrina não pode ser subestimada, nem sua execução feita sem conhecimento técnico. Uma vitrine, vitrina é um espaço envidraçado dentro de uma loja, onde são dispostos produtos para venda de tal forma que possam ser vistos da rua pelos transeuntes. Figura 4 – Vitrina Fonte: Wikimedia Commons 15 UNIDADE Instalações Efêmeras e a Cenografia [...] o mais importante é sempre atrair o consumidor para o interior da loja e para isso não é só a loja, a marca ou o produto que contam. O posicionamento da marca já se inicia desde a fachada, logotipia, as em- balagens, a produção da vitrina, o serviço e o atendimento, e até mesmo nos mínimos detalhes como a sacola ou a etiqueta de preço do produto. Tudo isso é importante. Os manequins devem estar de acordo com o pro- duto e o posicionamento da marca e hoje se encontram à disposição uma variedade imensa de modelos. A luz é o elemento mais importante e deve ser sempre bem projetada, de acordo com o produto exposto. (Sylvia Demetresco em entrevista ao Falando de Varejo, 2009) Sylvia Demetresco é doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP, com pós- -doutorado em Semiótica no Instituto Universitário da França, em Paris uma das maiores autoridades sobre o assunto do país. Um exemplo são as vitrinas e interior de La Maison de Natura au coeur, de Paris (Figs. 5 e 6). Vitrina Maison de Natura au coeur de Paris: https://goo.gl/bqPbPY e https://goo.gl/LW7HZQ Ex pl or Feiras são eventos direcionados a segmentos específicos de mercado, têm du- ração média de uma semana e são organizados e comercializados por empresas especializadas no ramo. Normalmente ocorrem dentro de pavilhões de Exposições, especialmente preparados para essa finalidade (CIANCIARDI, 2010). Normalmente tem objetivo comercial direto. Trata-se de um espaço (que pode ser público ou reservado a um público restrito) no qual organizam-se estandes que visam apresentar o produto a este público. Ali encontram-se pessoas prontas a tirar dúvidas e a fornecer as informações necessárias para buscar o interesse dessas pes- soas. Quando você expõe em uma feira, ficará lado a lado com os seus concorren- tes, e é por isso que este tipo de evento demanda, além da estética do estande, bom atendimento e diferenciais em forma de brindes ou pequenos grupos. Se optar por este tipo de evento, criatividade é fundamental (Fig. 5). Figura 5 – Feira ABCasa, Expo Center Norte/ SP Fonte: ABCasa, 2018 16 17 Os objetivos pretendidos com a promoção de uma feira são de atrair grande número de consumidores de um determinado segmento de mercado a um único local para lhes apresentar produtos e serviços de maneira bastante atraente e mo- tivadora, de modo a induzi-los à compra. Objetivos pretendidos pelo expositor: • Apresentar ou consolidar a imagem institucional da empresa. • Manter um contato direto e pessoal com os clientes e prospects. • Apresentar a linha de produtos. • Lançar novos produtos. • Comercializar os produtos. • Desenvolver um mailing de prospecção. • Coletar informações sobre a concorrência. Exposição ou mostra é a modalidade que mais se assemelha a uma feira. Mui- tas pessoas ainda se referem (erroneamente) a ambos os eventos como se fossem uma coisa só. Porém, para entender a diferença, é necessário focar no objetivo de cada um e à qual público eles são direcionados. Uma exposição pode ter ou não caráter comercial. Trata-se de uma exibição pública de obras artísticas e produtos técnicos, científicos ou até mesmo do segmento industrial. Neste caso, as peças expostas são apreciadas pelo público que passará a conhecê-las e poderá a partir de então interessar-se ou não por elas (Fig. 6). Figura 6 – Mostra Casa Cor São Paulo Fonte: Casa Cor, 2018 Fluxograma de Elaboração e Execução de um Stand: Contato Briefing Projeto Apresentação Montado- ra Orçamento Apresentação Cliente Alterações Solicitadas Maquete Aprovação Projeto Executivo Compra de Materiais Execução do Stand Trans- porte do Material Montagem no Pavilhão Entrega Pavilhão Anutenção Desmontagem Divulgação 17 UNIDADE Instalações Efêmeras e a Cenografi a Importante! O briefi ng é uma forma verbal onde o expositor objetiva descrever os tópicos necessários para a elaboração do stand. É a necessidade da empresa para poder realizar a sua ação de marketing no evento. Você Sabia? O Visual Merchandising é uma ferramenta do marketing, que consiste em uma série de princípios que objetivam propiciar uma melhor visibilidade ao produto no intento de alavancar a comercialização do mesmo. Estes princípios devem ser considerados na elaboração do projeto do stand, por exemplo, pois este é uma poderosa ferramenta de marketing, onde decorre a rea- lização e finalização do processo de merchandising em um evento. Desta forma a ação de marketing depende de um adequado planejamento projetual, onde o PARTIDO DO PROJETO DO STAND é a chave do sucesso ou do insucesso da participação da empresa no evento. (CIANCIARDI, 2010) Partido – É a forma verbal, pela qual o projetista comunica ao cliente as suas intenções projetuais na busca do equacionamento dos proble- mas a ele apresentados. Para a sua formatação devem-se le- var em conta os seguintes fatores: PRODUTO - É o objeto do processo de comercialização. PÚBLICO ALVO - São as pessoas que se pretende atingir com o pro- duto. Para estabelecer o público alvo levamos em conta alguns fa- tores: idade / sexo / raça / credo / nível sócio - econômico. IMAGEM INSTITUCIONAL - A for- ma pela qual a instituição deve se apresentar junto ao público, para uma identificação de imagem e a consequente relação comercial. AÇÃO DE MARKETING – É o pla- nejamento estratégico que a em- presa pretende implementar no evento utilizando-se dos princípios básicos do visual merchandising. E como escolher os locais para a exposição dos produtos? Ponto Quente É o ponto dentro do stand que natural ou artificialmente o produto possui uma maior chance de visibilidade, gerando uma zona de atração. Pontos quentes na- turais: colunas ou outros elementos arquitetônicos, caixas, serviços de embrulho, seções com tempo de espera, cabeceiras ou pontas de gôndolas, displays. Pontos quentes artificiais: locais criados para demonstrações, degustações, etc. / espaços especialmente preparados para shows, com iluminação diferenciada, decoração especial / displays / locais com exposição de produtos com preços bai- xíssimos / stands que possuam um bom trabalho de merchandising. 18 19 Ponto Frio É o ponto dentro do stand com baixo apelo visual, que escapa ao fluxo natural do stand. Cantos / face dos stands em ruas secundárias / parte inferior das prateleiras e expositores. A exposição dos produtos deve ser feita no melhor tráfego da área interna do stand. Evitar colocar produtos nos primeiros metros da área da exposição, a essa alturao consumidor ainda não está preparado para a compra por impulso. Intensi- ficar a colocação de produtos nos últimos 2/3 da área da exposição. Sendo a arquitetura promocional um conjunto complexo de valores fixos e va- riáveis, que possuem o poder de fazer-se notar junto ao seu público consumidor, diferenciando-se de sua concorrência. Utilizar-se criativamente da tecnologia é agregar valor ao produto exposto, possibilitando torna-lo um ponto focal do stand e da própria feira. Alguns itens que contribuem para a percepção do consumidor: • Design diferenciado (formas arrojadas ou diferenciadas) • Iluminação • Composição cromática • Materiais de revestimentos • Posicionamento no espaço do evento • Ângulo de visão • Percepção rápida • Concorrentes Ex pl or Estes elementos estudamos acima, são fundamentais para a criação das ceno- grafias variadas – espetáculo teatral, exposições de arte, lojas, vitrinas, estandes, interiores residenciais -, como já vimos nas unidades anteriores. 19 UNIDADE Instalações Efêmeras e a Cenografia Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites CasaCor Entre no site da Casa Cor São Paulo 2018 e veja as tendências nos interiores. https://goo.gl/5Qw5qJ Livros Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma Apresentado um sistema de leitura visual da forma do objeto, fazendo uso de funda- mentos científicos da Psicologia da Percepção da Escola Gestalt. Vídeos Teste seus Conhecimentos ( Básicos ) Simetria na Decoração | Por Maryane Nunes Responda ao QUIZ sobre elementos da composição. https://youtu.be/qgFyO49xx2M Leitura Shigeru Ban e sua contribuição para a arquitetura efêmera Texto sobre Shigeru Ban e sua contribuição para a arquitetura efêmera https://goo.gl/7L8m7Z 20 21 Referências CIANCIARDI, Glaucus. Arquitetura efêmera. Instituto de Pós-graduação de Goiás Master em Arquitetura IPOG, 2010. DEMETRESCO, Sylvia. Vitrina: construção de encenações. 3. ed. São Paulo: Senac, 2007. 264 p. DEMETRESCO, Sylvia. Vitrinas e exposições: arte e técnica do visual merchandising. São Paulo: Érica, 2014. 144 p. (Série eixos). DEL NERO, Cyro. Máquina para os deuses: anotações de um cenógrafo e o discurso da cenografia. São Paulo: Senac, SESC, 2009. 384 p. FILHO, João Gomes. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. São Paulo: Editora Escrituras, 2013. PAZ, Daniel J. Mellado. Arquitetura efêmera ou transitória. Esboços de uma caracterização. Arquitextos, São Paulo, 09.102, Vitruvius, nov 2008 <http:// www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.102/97>. Sylvia Demetresco - http://www.vitrina.com.br/ Sylvia Demetresco: entrevista- http://www.falandodevarejo.com/2009/03/ entrevista-sylvia-demetresco-vitrinas.html 21
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