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20
FACULDADE DE ROSEIRA – FARO
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
DANILO CORRÊA DE PAULA JÚNIOR
PROPOSTA DE PLANO DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE VETORES PARA LICENCIAMENTO DO ATERRO SANITÁRIO DE REDENÇÃO DA SERRA - SP
ROSEIRA, 2014.
DANILO CORRÊA DE PAULA JÚNIOR
PROPOSTA DE PLANO DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE VETORES PARA LICENCIAMENTO DO ATERRO SANITÁRIO DE REDENÇÃO DA SERRA - SP
 (
 
Monografia apresentada ao Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de Roseira como Trabalho de Conclusão de Curso.
 Orientador: 
Prof. 
Edson
 de Oliveira Lima
 Jr
 
)
ROSEIRA, 2014.
DANILO CORRÊA DE PAULA JÚNIOR
PROPOSTA DE PLANO DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE VETORES PARA LICENCIAMENTO DO ATERRO SANITÁRIO DE REDENÇÃO DA SERRA - SP
 (
 
Monografia apresentada ao Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de Roseira como Trabalho de Conclusão de Curso.
 Orientador: Edson
 de Oliveira Lima
 Junior
)
BANCA EXAMINADORA
Prof. Edson de Oliveira Lima Junior
Roseira, 20 de Maio de 2014.
Dedico meu trabalho a meu filho Anthoni, minha mãe Maria Aparecida e à todos que acreditaram e depositaram confiança no meu propósito.
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus amigos, Luiz Andrade, Sérgio Bassanelli, Denilson França, Marcus Pasin e a todos os professores que me acompanharam durante a graduação, me apoiando e dando condições para alcançar esse objetivo.
“Promova oque te encanta ao atacar oque te desagrada”
Mahatma Gandhi
PAULA JUNIOR, D. C. Proposta de Plano de Controle e Monitoramento de Vetores para Licenciamento do Aterro Sanitário de Redenção da Serra SP
RESUMO
A implantação e operação de unidades de manejo de resíduos devem ser acompanhadas de estudo da fauna que se associa a esse tipo de empreendimento, devido a problemas ambientais que pode suscitar, entre eles, a proliferação de vetores com potencial de transmissão de agentes de doenças ao homem e a atração de mamíferos ou aves que podem servir de hospedeiros de patógenos ou provocar acidentes, como os roedores e urubus, respectivamente (RODRIGUES & CAVINATTO, 1999).
A presente proposta de Plano de Controle de Reservatórios e Vetores foi elaborado a fim de atender o item 1.20 do Anexo da Licença Ambiental Prévia n° 2181 emitida pela CETESB. Esta licença se refere ao processo 025/2012 que visa a implantação de Aterro Sanitário e Industrial no município de Redenção da Serra, SP.
Incluso neste escopo, o empreendedor deverá implantar um plano de monitoramento de vetores (moscas e mosquitos) para um período a ser definido em conjunto com o órgão ambiental responsável, após a obtenção da licença de instalação. Esse acompanhamento tem como propósito levantar os possíveis riscos biológicos inerentes à instalação e operação do aterro para atender às exigências ambientais.
Palavras chave: Vetores, Díptera, Muscidae, Culicidae, sinantrópico 
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Localização do município de Redenção da Serra no mapa
Figura 2 – Área do Empreendimento
Figura 3 – Anexo de Licença Ambiental da CETESB
Figura 4 – Principais espécies de moscas de importância médica
Figura 5 – Ciclo biológico das moscas
Figura 6 – Culicídeos de importância médica
Figura 7 – Flebotomíneo vetor da Leishmaniose
Figura 8 – Armadilha de Malaise
Figura 9 – Barraca de Shannon
Figura 10 – Captura com aspirador
Figura 11 – Instalação de armadilha CDC
Figura 12 – Detalhe da armadilha CDC
Figura 13 – Identificação Entomológica no Laboratório da SUCEN 
LISTA DE SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ADA Área Diretamente Afetada
AID Área de Influência Direta
ANVISA Agencia Nacional de Vigilância Sanitária
CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
EPI Equipamento de Proteção Individual
ESALQ Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
FIOCRUZ Fundação Instituto Oswaldo Cruz
FUNASA Fundação Nacional de Saúde
GC Grandes Criadouros
GVE Grupo de Vigilância Epidemiológica
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
LOS Lei Orgânica de Saúde
SUCEN Superintendência de Controle de Endemias
SUMÁRIO
1 Introdução...................................................................................................12
2 Objetivos.....................................................................................................16
3 Responsabilidades pelo Controle de Vetores.........................................17
4 Revisão de Literatura.................................................................................20
4.1 Moscas (Muscidae).....................................................................................20
4.1.1 Ciclo Biológico das Moscas......................................................................21
4.1.2 Importância para a Saúde Pública...........................................................22
4.2 Mosquitos (Culicidae)..................................................................................23
4.2.1 Gênero Culex...........................................................................................24
4.2.2 Gênero Aedes...........................................................................................24
4.2.3 Gênero Anopheles....................................................................................25
4.3 Flebotomíneos.............................................................................................25 
4.4 Fatores que influem na qualidade de um criadouro de dípteros voadores............................................................................................................26
5. Avaliação Inicial...........................................................................................27
5.1 Identificação das espécies...........................................................................27
6 Monitoramento..............................................................................................27
6.1 Controle Químico.........................................................................................27
7 Metodologia...................................................................................................29 
7.1 Processo de iniciação..................................................................................29
7.1.1 Subprojeto 1..............................................................................................29
7.1.2 Subprojeto 2..............................................................................................29
7.1.3 Subprojeto 3..............................................................................................30 
7.2 Estudo e Análise de Viabilidade..................................................................30
7.2.1 Subprojeto 1..............................................................................................30
7.2.2 Subprojeto 2..............................................................................................30
7.2.3 Subprojeto 3..............................................................................................30
7.2.4 Subprojeto 4..............................................................................................30
7.2.5 Subprojeto 5..............................................................................................30
7.3 Coleta de Muscídeos...................................................................................30
7.3.1 Armadilha de Malaise...............................................................................31
7.3.2 Medida de Controle...................................................................................32
7.3.3 Estratégia de Controle para Moscas.........................................................32
7.4 Coleta de Culicídeos....................................................................................34
7.5 Coletade Flebotomíneos.............................................................................35
7.6 Métodos de Controle....................................................................................37
7.6.1 Drenagem ou enxugamento do solo.........................................................38
7.6.2 Emprego de larvicidas..............................................................................38
8. Considerações Finais..................................................................................39
Referências.......................................................................................................41
10
1. INTRODUÇÃO
O aumento da população e o processo intenso de urbanização, somado ao consumo exagerado dos recursos naturais, são a ideal combinação para o desequilíbrio ambiental, fato que caracteriza a era atual, que vem se agravando. Nesta sociedade da mídia, muito mais da tecnologia do que de pessoas, tudo é fabricado para o mínimo de tempo possível para duração, para logo necessitar de novos produtos, e o planeta vem se transformando num imenso depósito de resíduos. Nesta perspectiva, as mudanças comportamentais do homem em relação à natureza ainda são tímidas, principalmente na solução dos problemas causados pela má condução do gerenciamento dos resíduos sólidos (FRANÇA, 2009).
As áreas de disposição de resíduos sólidos, bem como o trânsito de veículos que despejam o lixo domiciliar e o processo de separação de resíduos sólidos aliados a elevadas temperatura e umidade relativa do ar, particularmente na Região Sudeste do Brasil, favorecem a rápida proliferação e dispersão das populações de moscas (TEIXEIRA et al.,2008).
Na saúde pública, representa fator indireto de transmissão de doenças, pois polui o meio ambiente e gera consequências adversas. Seu acúmulo em locais não apropriados ou dispostos de forma inadequada, propicia a proliferação de vetores que nele encontram alimento, abrigo e condições favoráveis, ocasionando doenças ao homem.
O aterro sanitário consiste em enterrar o lixo após sua compactação, cobrindo-o com camadas de terra. Para funcionar, exige cuidados e técnicas específicas, realizados por engenheiros autorizados, e o respeito a determinadas recomendações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Essa proposta do escopo de plano de controle de vetores para licenciamento ambiental de aterro sanitário que será implantado no município de Redenção da Serra – SP, com população de 3.897 habitantes (Censo/ IBGE, 2010)
(Figura 1).
Figura 1: Localização do município de Redenção da Serra no mapa do Estado de São Paulo. Fonte: Wikipédia
E conta com uma área física de 9,67 hectares localizados na zona rural do município (Figura 2). 
Figura 2: Área do empreendimento Fonte: Google Earth image 2014 CNES/Astrium
O local é o único no município que possui licença de operação expedida pelo órgão ambiental competente para realizar a disposição final de resíduos sólidos domiciliares e industriais de Classe II (não perigosos) com capacidade de recebimento de 100 T/dia, vida útil estimada em 19 anos e 2 meses com 698.265 m3 de capacidade volumétrica (CETESB). Os resíduos serão respectivamente dispostos em valas sanitárias de menor dimensão, sobre o solo e em células de maior dimensão.
A operação inadequada das áreas para disposição dos resíduos sólidos domiciliares e industriais nos municípios brasileiros é preocupante, pois, o número de aterros adequados é ínfimo e os casos comprovados de contaminação não param de crescer, além é claro da proliferação de vetores de doenças (D’ALMEIDA e VILHENA, 2000).
Os vetores de maior incidência em área de disposição de resíduo, mosquitos ou pernilongos e afins, são artrópodes que pertencem à classe insecta da ordem Diptera. É um dos grupos de insetos mais diverso, tanto ecologicamente quanto em termos de riqueza de espécies. Dípteros estão distribuídos por todos os continentes, incluindo Antártica e têm colonizado com sucesso praticamente qualquer tipo de hábitat, sobretudo em ambiente aquático, no qual ocorre o estágio larval. As larvas de dípteros podem ocupar zonas marinhas costeiras e estuários, lagos de toda profundidade, rios e riachos de todo tamanho e velocidade, águas estagnadas, águas termais, poços de petróleo e fitotelmas. Pode-se dizer que o único hábitat inexplorado por dípteros é o mar aberto (COURTNEY e MERRITT, 2008). 
O enfoque será com as famílias Culicidae, que compreende os mosquitos ou pernilongos, os flebótomos ou mosquito palha (família Phlebotominae: subfamília Psychodidae) e Muscidae que são as moscas de gêneros que possivelmente podem estar presentes na área de influência do Aterro Sanitário de Redenção da Serra – SP devem ser vistos com atenção, por representarem táxons com várias espécies de interesse em Saúde Pública (CONSOLI e OLIVEIRA, 1994). .
Esses dípteros podem ser veiculadores de patógenos ao homem, como os agentes infecciosos da filariose, malária, febre amarela, dengue, arboviroses silvestres, leishmanioses cutânea/ visceral e miíase (FORATTINI, 2001) e será objeto desse plano de controle e monitoramento.
A intensidade da presença de moscas junto às comunidades humanas determina o seu grau de sinantropismo. Quanto maior o seu índice, maior o agravo às condições de saúde das comunidades, podendo, especialmente no meio rural ou periurbano determinar decréscimos significativos na atividade humana e na produtividade animal, devido ao estresse que causa. Podendo, além disso, ser o agente do transporte mecânico de inúmeros patógenos e parasitas que agravam as condições de saúde das populações humanas e dos animais domésticos (AURVALE e GUAZZZELE, 1986).
A capacidade de adaptação das moscas às condições ecológicas criadas pelo homem nos processos de urbanização tem sido investigada, calculando-se o “índice sinantrópico” para diferentes espécies e áreas ecológicas. 
Provavelmente por associarem-se aos restos orgânicos das comunidades humanas, a mosca, constitui-se em um dos mais antigos casos de sinantropismo. 
A presença de inúmeras espécies de moscas no ambiente natural garante a rapidez na digestão/decomposição dos resíduos orgânicos em geral, por este aspecto pode ser considerada uma aliada da Saúde Pública (D’ALMEIDA e VILHENA, 2000)
2. OBJETIVOS
· Identificar as principais espécies indicadoras de impacto (bioindicadores da saúde ambiental) na Área de Influência Direta do aterro;
· Estimar e avaliar diversos índices ecológicos das espécies indicadoras de impacto no tempo e espaço;
· Conhecer o nível de infestação e de incômodo das moscas junto à população da Área de Influência Direta (AID);
· Refletir sobre a qualidade do manejo dos resíduos do aterro e potencial de risco à população em relação a doenças transmissíveis por moscas; assim como, sobre o incômodo gerado; 
· Fornecer subsídios para intervenções pontuais, ao longo da fase da operação do aterro, tanto para medidas corretivas das possíveis falhas no manejo dos resíduos como para mitigar o efeito negativo dos possíveis fatores naturais determinantes do aumento de moscas.
· Avaliar, por meio de indicadores entomológicos padronizados, a flutuação populacional de culicídeos de importância em saúde pública na área a ser implantado o aterro, durante o período que será definido em conjunto com o órgão ambiental responsável, após a obtenção da licença de instalação.
3. RESPONSABILIDADES PELO CONTROLE DE VETORES
Exigência CETESB: Item 1.20 - Apresentar para análise e aprovação, um Programa detalhado de Controle de Reservatórios e Vetores e respectivos subprogramas, a ser implementado durante a operação do empreendimento. 
Figura 3.
Figura 3. Anexo de Licença Ambiental da CETESB nº2181, Item 1.20
Tal programa deverá ser elaborado por profissional devidamente habilitado e abordar no mínimo:
• Medidas preventivas, de controle, e de eliminação de reservatórios e vetores, incluindo a dedetização e desratização a serem realizadas por empresa especializada;
• Responsáveis pela implementação do Programa esuas atribuições gerenciais;
• Formas de monitoramento;
• Formas de registro e emissão de relatórios periódicos e cronograma de implementação.
É do responsável técnico e/ou responsável da equipe as atribuições em relação ao controle de pragas, que são: Implementar, Acompanhar e Verificar o cumprimento dos procedimentos, como também informar a aplicação do procedimento às áreas envolvidas. Assim como disponibilizar o formulário de Registros de Ocorrências de Pragas para monitoração junto aos colaboradores. 
Os colaboradores de cada área são os responsáveis por informar ao responsável da equipe sobre qualquer indício de pragas. Controle de instalações e equipamentos - Realizado por um colaborador membro da equipe que avalia por meio da Lista de Verificação para Controle Integrado de Pragas. 
As condições de manutenção das telas, exaustores, ralos, lâmpadas a presença de alimentos nos armários dos vestiários e/ou instalações. Controle do ambiente (Produção e áreas externas).
 O colaborador membro da equipe avalia por meio da Lista de Verificação para Controle de Pragas todas as áreas de atividade e áreas externas quanto a presença de animais domésticos, vegetação mal aparadas, acúmulo de materiais em desuso.
 A empresa à ser contratada para realizar o serviço de desinfestação de vetores (moscas e mosquitos), terá que estar apta à atividade com a licença e exigências da Vigilância Sanitária, constando em seu plano as prevenções contra atos fora do padrão e consequentes no desempenho do serviço, procedimentos em caso de acidente no trabalho, equipamentos de proteção individual (EPI), medidas preventivas, etapas de controle, metodologia, técnicas de controle de pragas, responsabilidade do setor e precaução no local de trabalho.
Após cada execução do serviço, a empresa contratada elabora o Certificado ou Comprovante de Execução conforme estabelecido no contrato. Além de informar todos os pontos críticos da unidade, que estejam favorecendo o acesso, abrigo e o fornecimento de alimento às pragas, a relação das áreas onde são realizados os serviços e o mapa de todas as áreas onde foram colocadas as iscas numeradas e identificadas de acordo com o mapeamento. O responsável da equipe envia mensalmente, para cada área envolvida no processo, formulário Registro de Ocorrências de Pragas, com a finalidade de que os membros da equipe possam nele registrar qualquer indício de existência de pragas. Ao término de cada mês, cópias dos formulários preenchidos são encaminhadas à Coordenação Administrativa para avaliação das falhas encontradas da empresa contratada. A Monitoração do controle de instalações e equipamentos para evitar a entrada de insetos e roedores, é realizada por meio da aplicação mensal da Lista de Verificação para Controle Integrado de Pragas. A Monitoração da presença de pragas é realizada por meio do preenchimento diário da Planilha de Registro de Ocorrência de Pragas.
A Monitoração (em todas as dependências) do controle de instalações e equipamentos para evitar a entrada de insetos e roedores, é realizada por meio da aplicação mensal da Lista de Verificação para Controle de Pragas.
4. REVISÃO DE LITERATURA
4.1 Moscas (MUSCIDAE)
As moscas pertencem ao reino animal, a classe Insecta e a ordem dos Dípteros (1 par de asas).
A espécie de maior interesse médico/sanitário é a mosca doméstica (Musca domestica - a este gênero Musca pertencem aproximadamente 60 espécies) e, sua ocorrência, distribuição e predominância são fatores de grande importância para à avaliação das condições de saúde de uma população, pois indicam os seus hábitos de higiene e de organização tanto doméstico como empresarial. Principais: a mosca doméstica (Musca domestica), mosca do estábulo (Stomoxys calcitrans) e a mosca varejeira ( família Calliphoridae, dos gêneros Chrysomya e Dermatobia) (BORROR e DELONG, 1988).
 (Figura 4).
 (
d
) (
c
) (
b
) (
a
)
Figura 4. a) Musca domestica, b) Stomoxys calcitrans, c) Dermatobia sp, d) Chrysomya sp
4.1.1 Ciclo Biológico das Moscas
O Ciclo Biológico das moscas evolui num processo de transformação de 4(quatro) etapas (ovo, larva, pupa e adulto), que ocorre em um período médio de 40 dias (30- 5). Assim que, no desenvolvimento pós-embrionário, dos ovos eclodem as larvas, que são vermiformes e não possuem patas, evoluem por pelo menos três mudas de pele e alimentam-se dos restos orgânicos a sua volta. No prazo médio de uma semana penetram em local seco (normalmente no solo) para empupar, passando então por um grande processo de transformação conhecido como metamorfose, de onde surge a mosca adulta.
(Figura 5).
 Figura 5. Ciclo Biológico da Mosca - Fonte: dados de Infobibos.com
A mosca, como a maioria dos dípteros, realiza reprodução sexuada. Seus ovos são geralmente ovais ou esféricos, podem também, dependendo da espécie, ser cilíndricos, achatados ou pedunculados, totalizando aproximadamente 400. Nos períodos de calor eclodem entre 12 e 24 horas e nas épocas frias entre 3 e 4 dias.
As larvas logo após a eclosão passam a alimentar-se das matérias orgânicas existentes a sua volta. O gênero Musca desenvolve-se em restos orgânicos em decomposição, lixos domésticos, estercos e fezes, caracterizando-se como coprófagas.
Os gêneros Sarcophaga, Cochliomyia e Chrysomya desenvolvem-se
normalmente em ferimentos, tecidos necrosados ou cadáveres e caracterizam-se como saprófagas. 
São vermiforme; ápteros (desprovidos de pernas); as antenas são reduzidas a pequenas papilas; as partes bucais variam com o hábito alimentar. Passam por três a quatro mudas de pele; procurando substrato seco, onde ocorre o enrijecimento da última pele, transformando-se em um estojo ovóide denominado pupário. Esta fase do ciclo desenvolve-se dentro de um período médio de 07 dias (05-09).
As moscas têm hábitos alimentares bastante variados e a grande maioria é onívora, alimentando-se de fezes, estercos, escarros, pus, produtos animais e vegetais em decomposição, etc. As características morfológicas de seu aparelho bucal permite que elas se alimentem de substâncias pastosas e líquidas (AURVALE e GUAZZZELE, 1986). 
Quando adultas e fecundadas, as fêmeas procuram resíduos orgânicos em decomposição (esterco, cadáveres, lixo orgânico, etc.) para a realização da postura, são geralmente ovíparas (depositam ovos) ou vivíparas (depositam larvas).
Ao pousarem em materiais contaminados, podem ingerir e/ou reter (nas patas, nos pêlos, etc.) germes patogênicos e ovos de parasitos. A sua ação como vetor mecânico de doenças e/ou na contaminação de alimentos e utensílios domésticos, pode então, ocorrer através do contato de seu corpo piloso ou ainda pela regurgitação, prérepasto e, por suas fezes, visto que tem o hábito de regurgitarem e defecarem durante o processo de alimentação.
O estudo da Ecologia das moscas sinantrópicas possibilita aperfeiçoar as ações de controle, tornando-as mais eficientes (DE CARVALHO, 2002).
4.1.2 Importância para a Saúde Pública
Relacionada a sua capacidade de transportar agentes patogênicos e parasitários, tais como bactérias, vírus, protozoários e/ou ovos de helmintos para o homem e animais domésticos. Possuem o hábito, na maioria de suas espécies, de regurgitar antes de se alimentarem, e de defecarem durante a sua alimentação, tornando-se importantes inoculadoras de microorganismos contaminantes, tais como o agente da salmonelose.
Estes agentes, carregados mecanicamente, são causadores de doenças infecciosas como febre tifóide, paratifo, tuberculose, conjuntivite, tracoma, poliomielite, cólera, etc. no homem e disenteria bacilar, carbúnculo hemático, mastite, etc., nos animais domésticos.
Também transmitem alguns agentes etiológicos de parasitos internos tais como Taenia, Ascaris, Ancylostoma, Necator, Trichuris, Toxoplasma, Entamoeba e Giardia; e parasitos externos como miíases (bicheiras primárias e secundárias) e berne (BARRETTO, 2001).
4.2 Mosquitos (CULICIDAE)
Os mosquitos, vulgarmente chamados de pernilongos, muriçocas, são insetos da ordem Díptera e da família Culicidaeque podem ser encontrados em toda a parte, desde altitudes superiores a 3.000m à minas situadas a 1.000m de profundidade; em ilhas isoladas, em densas florestas ou em regiões áridas. 
A água é essencial para o desenvolvimento dos Culicídeos, que compreende três estágios: larva, pupa e alado. Algumas espécies podem desenvolver-se em qualquer porção de água, quer seja salobra ou doce, limpa ou poluída, contida em qualquer tipo de reservatórios. 
A importância de se conhecer os hábitos dos mosquitos se faz para melhor combatê-los, pois os conhecimentos adquiridos com essas pesquisas é que determinam as ações a serem tomadas (FORATINNI, 2001) (Figura 6).
Figura 5. Culicídeos de Importância Médica 
Fonte: Memórias do Instituto Oswaldo Cruz
4.2.1 Gênero Culex
A espécie Culex quinquefasciatus participa da transmissão da filariose e tem hábitos acentuadamente domésticos. É considerado mosquito versátil, por depositar seus ovos em qualquer recipiente com água limpa ou poluída, dentro ou fora da casa, rios, lagoas ou pântanos; tanto à sombra como em lugares ensolarados, tolera muito bem o meio pobre em oxigênio e muitos focos de criação são constituídos por fossas (FORATINNI, 2001).
4.2.2 Gênero Aedes
A espécie que se destaca é o Aedes aegypti, por cumprir papel importante na transmissão da dengue e febre amarela. É um culicídeo de origem africana e com importância nas áreas urbanas. Os mosquitos desse gênero são principalmente insetos florestais que se criam, em geral, na água dos verticilos das folhas de bromélias (gravatás). O Aedes aegypti é importante para o saneamento por ser adaptado ao domicilio e peridomicílio humano. Ele deposita seus ovos em recipientes, preferencialmente artificiais com água, como tanques, barris, potes, latas, vasos de plantas e flores, pias, calhas, caixas d’água, pneus e quaisquer outros lugares onde possam acumular água limpa. Tem hábito diurno e preferência por sugar o homem. Pica durante o dia e ao entardecer, costuma ovipar nos depósitos perto da casa. Tem o hábito de repousar em áreas escuras como, por exemplo, atrás de móveis, cortinas, embaixo de mesa, etc.
4.2.3 Gênero Anopheles
São culicídeos transmissores da malária. Eles compreendem mais de 300 espécies, mas apenas alguns deles têm relevância epidemiológica para malária. Os mosquitos fêmeas sugam o sangue para alimentação e maturação dos seus ovos, os machos se alimentam de sucos dos vegetais e néctar das flores (FORATINNI, 2001).
4.3 Flebotomíneos
Os flebótomos são dípteros pequenos, muito pilosos e de cor palha ou castanho claro, e as espécies que transmitem a Leishmaniose são do Gênero Lutzomya e Psychodopigus (Figura 7).
Adotam quando em repouso, as asas entre abertas e levantadas. 
Para sua reprodução, as fêmeas necessitam ao menos de uma refeição de sangue (repasto). Agrupam seus ovos em lugares úmidos e com matéria orgânica, onde ficam aderentes ao substrato, graças à substância viscosa que acompanha a postura. As larvas vermiformes alimentam-se de matéria orgânica do solo ou do local em que se encontram (AGUIAR E MEDEIROS, 2003).
O monitoramento deste vetor foi incluso, devido ao fato da ocorrência de registros da doença em alguns municípios do Vale do Paraíba e Litoral Norte Paulista. No ano de 2013 somaram 10 casos confirmados de Leishmaniose distribuídos pelos municípios de Aparecida, Bananal, Cruzeiro e Guaratinguetá, segundo GVE e Município de Infecção e Ano de Diagnóstico - Estado de São Paulo - período de 2007 a 2014. 
Figura 7. Mosquito palha (Lutzomya longipalpis – Flebotomíneo vetor da Leishmaniose)
Fonte: bvsms.saude.gov.br – caderno 1 Editais temáticos 2006
4.4 Fatores que influem na qualidade de um criadouro de dípteros vetores:
· Topográficos: a declividade do solo;
· Geológicos: permeabilidade e impermeabilidade do solo;
· Telúricos: chuvas;
· Variação de temperatura e umidade: maior ou menor estiagem;
· Condições físicas da água: temperatura, sombreamento ou insolação; 
· Condições químicas da água: pH, teor de ferro, salinidade, dulcilidade e matéria orgânica.
Os criadouros podem ser temporários. Em algumas ocasiões tem água, em outras, estão secos; assim se caracterizam como:
· Permanentes: podem ser formados de: 
· água que brota do solo: vertentes, fontes ou poços:
· água de chuva ou de drenagem de superfície; artificiais, cisternas, ocos de árvores, axilas de plantas (folhas de bromélias); charcos de águas pluviais; inundações, até marítimas (mangue); valas de irrigação; sarjetas; etc.
· água de chuva e da superfície do solo: lagos, lagoas, represas ou açudes, pântanos, escavações, cavões ou cavas formados pela erosão.
5. AVALIAÇÃO INICIAL
Para um controle de pragas eficaz, se faz uma inspeção de todas as dependências do empreendimento e avaliação dos níveis de infestação com posterior mapeamento das instalações, dando-se a elas níveis de criticidade e previamente soluções de problemas.
5.1 Identificação das espécies
A identificação das espécies de vetores (díptera) consiste em caracterizar e reconhecer as pragas que infestam os locais a serem tratados. Esta etapa do processo de Controle de Vetores implica inicialmente no conhecimento básico da morfologia dos dípteros típicos da região etc. Esse perfil de ocorrências é registrado em formulário desenvolvido para cada instalação, reunindo dados de observação de focos e resultados das inspeções.
6. MONITORAMENTO
Sugere-se implantação de um sistema efetivo de monitoramento no Controle de Pragas, onde os registros técnicos são devidamente documentados. São os históricos de cada instalação que irão determinar parâmetros de coordenação e ajuste do Controle Integrado. Através dele são definidas as melhores ações preventivas, os detalhes das inspeções de controle e as técnicas de tratamento, equipamentos e produtos mais eficazes para o conjunto de ocorrências.
6.1 Controle Químico
O controle químico requer muita atenção, pois envolve manipulação de princípios ativos que exigem conhecimentos técnicos e cuidados de segurança. Além disso, prevê equipamentos de proteção individual EPI’s, tempo de permanência do princípio ativo nas áreas, periodicidade mais adequada; uso adequado de produtos legalmente indicados e sua toxicologia; descarte de embalagens etc. O Controle Químico está presente para complementar as orientações de limpeza e higiene. Também um processo de utilização de formulações de inseticidas com alto poder de choque e efeito desalojante, priorizando a utilização de produtos com baixo odor, baixa toxidade e degradáveis ao meio ambiente. Nas aplicações de inseticidas segundo o comportamento das moscas; uso seletivo e alternância de princípio ativo devem ser suplementados por métodos de controle.
7. METODOLOGIA
O Plano de controle de moscas será estabelecido com base: a) no conceito de Promoção da Saúde inserido na Constituição Federal e explicitado na Lei Orgânica de Saúde (LOS) N. 8.080/90 e 8.142/90; b) nos conceitos de Gerenciamento de Projetos; c) na Lei 10.083, de 23 de setembro de 1998 que dispõe sobre o Código Sanitário do Estado de São Paulo e o Decreto Nº 12.342, de 27 de setembro de 1978, Livro VII, Título I, Capítulo I, Art. 345 a 355 sobre o controle de artrópodes e de vetores mecânicos; d) em alguns procedimentos utilizados em estudos de identificação de uso e ocupação do solo.
Sugere-se inserir a questão do gerenciamento do controle de moscas e do manejo de resíduos orgânicos no contexto das políticas públicas, que têm como objetivos formular, produzir e desenvolver, de modo articulado, ações de promoção de saúde, em nível local. Delimitar uma Área de Execução de Controle, para a qual se realizará o diagnóstico e o prognóstico dos principais fatores determinantes do aumento da densidade de moscas na área do empreendimento que tem potencial para caracterizar-se como Grandes Criadouros (G.C) ou Centros de dispersão de M. domestica e suas respectivas áreas de influência (impacto): a área de depósito final do resíduo sólido doméstico. Isto ocorre não apenas por seu potencialpoluidor e/ou contaminador do solo e/ou dos lençóis freáticos e mesmo das águas superficiais, mas também, por seu potencial de atratividade às moscas como criadouro. 
7.1 Processos de Iniciação
7.1.1 Subprojeto 1 - Diagnóstico e prognóstico dos principais fatores antrópicos que determinam o aumento da densidade das espécies de moscas de interesse epidemiológico;
7.1.2 Subprojeto 2 – Definição das espécies de moscas indicadoras de impacto e avaliação do nível de infestação na área do empreendimento, antes da implementação das medidas mitigadoras;
7.1.3 Subprojeto 3 - Estimar o nível de tolerância estimado (aceitável e não aceitável) 
7.2 Estudos e análise de viabilidade
7.2.1 Subprojeto 1: Estudo da adequação dos instrumentos da gestão local existentes na implementação das medidas mitigadoras aplicáveis para o controle das moscas e mensurar o nível de sensibilidade e comprometimento por parte dos responsáveis pelos diversos setores (saúde, meio ambiente, educação e etc.) na implementação das mesmas: promoção da saúde;
7.2.2 Subprojeto 2: Quantificação da infraestrutura disponível nos diferentes setores do empreendimento integrando os recursos humanos e materiais definindo competências;
7.2.3 Subprojeto 3 - Avaliação do nível de conhecimento (informação) e sensibilidade dos representantes dos diversos setores da comunidade da área de abrangência do empreendimento quanto à questão de controle de moscas nas suas propriedades;
7.2.4 Subprojeto 4 – Avaliação da qualidade das medidas mitigadoras (preventivas e corretivas) executadas por cada atividade impactante e nos fortes pontos de atratividade: monitoramento do nível de infestação das espécies indicadoras nas residências (intradomicílio e/ou peridomicílio) após a implementação das medidas mitigadoras; 
7.2.5 Subprojeto 5 - Delimitação das áreas de exposição de risco: priorizar as ações de controle;
7.3 Coleta de Muscídeos 
Para coleta de moscas, em cada subárea da Área de influência direta (AID), deverão ser estabelecidos pontos fixos estratégicos para as coletas das moscas adultas e posterior identificação das espécies bioindicadoras de impacto em laboratório (ESALQ). 
Essa pesquisa deverá ser realizada em coletas piloto como parte integrante desse plano de monitoramento.
Devido à distância com áreas urbanas o controle de moscas não demanda nível de atenção preocupante.
 7.3.1 Armadilha de MALAISE: 
É uma armadilha de interceptação de vôo. Foi descrita pelo himenopterólogo suéco René Malaise (Malaise,1937) e, atualmente, todas as armadilhas, tipo tenda que coletam insetos que apresentam tendência de subir quando encontram um obstáculo vertical são conhecidas como armadilhas Malaise, em sua homenagem.
Esse tipo de armadilha é construído com tela de material sintético e lembra uma barraca de camping (Figura 8). No alto da armação existe uma gaiola que recebe os insetos coletados. É utilizada para coletar moscas, abelhas e outros insetos que têm o hábito de subir quando aprisionados. Utiliza-se iscas com uma calda de água com açúcar espalhada na base. As armadilhas serão recolhidas após exposição de 30 minutos, entre 9 e 10 horas da manhã, horário observado como de maior atividade das moscas. 
Também será utilizada armadilha de luz: são armadilhas com lâmpadas de luz negra fluorescentes, utilizadas no período de 42 horas para estimar a densidade de moscas. 
Em ocasião de campanha para controle de moscas faz-se inicialmente um levantamento, determinando-se focos, monturos, etc.
É importante para o acompanhamento do processo dos trabalhos de controle a medida de densidade de população das moscas. Uma técnica simples neste particular é o uso do Scudder, que é uma grade de madeira de 90cm x 90cm, com 24 ripas de 1,9cm. É colocado por um minuto nos locais predeterminados, leiras (monturos de lixo área de deposição de lixo, administração e refeitório), fazendo-se a contagem direta das moscas que nele pousam. 
 Figura 8. Armadilha de Malaise 
 Fonte : Livro Entomologia para todos 
7.3.2 Medidas de Controle
Considerando-se o hábito alimentar destes insetos e seu modo de multiplicação, as medidas de ordem sanitária são da maior importância na profilaxia e controle das populações. 
7.3.3 Estratégia de Controle para Moscas
Diagnóstico situacional – exige a inspeção da área problema, em busca de dados para o diagnóstico da situação. Nessa avaliação, as seguintes atividades são sugeridas:
· Definição da estratégia de controle – o conhecimento da espécie-alvo, dos ambientes favoráveis e dos fatores que promovem sua proliferação, contemplados no diagnóstico, ajudam a definir os métodos adequados de intervenção. 
· Implementação e avaliação das ações – uma vez aplicadas às ações de manejo integrado, os resultados devem ser avaliados e, se necessário, adequados ao cenário. Objetivamente, o impacto das medidas de controle sobre a população da espécie-alvo deve ser monitorado. Essa atividade é usualmente feita por meio dos indicadores entomológicos. Análises periódicas desses valores são úteis para redirecionar as ações, avaliar o custo-benefício das operações, e informar a sociedade sobre as conquistas alcançadas. 
Telagem
Devido ao alto grau de sinantropismo das moscas (domésticas, varejeiras), considera-se a telagem de portas e janelas das seções administrativas, uma medida eficaz de proteção à saúde.
 Repelente visual
A estrutura que compõe os órgãos de visão das moscas sinantrópicas (olhos compostos por um grande número de ocelos – ± 400 –), associada à difusão da luz através de um volume d’água suspenso (saco plástico transparente), parece determinar um efeito repelente observado comumente em nosso meio.
 Espectro Luminoso
A utilização de equipamento elétrico contendo lâmpadas com luz azul, como atrativo e a descarga elétrica como agente letal, tem atendido às necessidades de eliminação do adulto em seção que manipula alimentos.
 Fita Gomada
O uso de fita impregnada por uma solução composta de goma, inseticida e algum atrativo, faz com que as moscas ao pousarem fiquem aderidas à fita. Seu uso, no entanto, tem sido restrito, pela sua aparência repugnante.
 Pincelamento
O uso de produtos tóxicos formulados à base de organofosforados e piretróides, utilizados em pincelamento, tem se mostrado eficiente por um período de vários dias.
Controle químico e Iscas Tóxicas 
O emprego de hormônio sexual pode aumentar a eficiência das iscas tóxicas ou armadilhas para moscas em geral. Isto é, ao mesmo tempo em que a mosca é atraída pelo hormônio, ela expele um odor hormonal atraindo ainda mais moscas, provocando assim uma reação encadeada. As iscas tóxicas contêm, portanto, uma combinação de açucares, inseticidas (metomil) e ferormônio sexual.
As espécies coletadas são acondicionadas em um frasco mortífero - frasco de vidro contendo gás tóxico (éter, clorofórmio, acetato de etila).
7.4 Coleta de Culicídeos
Para coleta de culicídeos adultos, será efetuada a captura com armadilha de Shannon – essa armadilha foi descrita inicialmente por Shannon em 1939, sendo posteriormente adaptada em suas medidas e formas por diversos autores (Figura 9). Consiste em uma tenda confeccionada em tecido fino ou filó branco, instalada a cerca de 20cm de altura do solo, contendo uma fonte luminosa no seu interior (por exemplo, lampião). Uma vez atraídos, os mosquitos são capturados ao pousarem no tecido. A armadilha é utilizada em ambientes extradomiciliares e será montada próxima as áreas úmidas e cursos d’água e a coleta feita por aspirador que é um aparelho empregado na captura de insetos pequenos e delicados. Existem muitos tipos de aspiradores, alguns sendo até bastante sofisticados. Um dos mais simples consiste de um recipiente cilíndrico de vidro ou plástico cuja tampa, de borracha ou cortiça, é vazada por dois tubos flexíveis; por um deles, de extremidade protegida por uma pequena tela, o coletor aspira com a boca, e pelo outro os insetos são admitidos ao interiordo frasco de coleta. (NATAL e MARUCCI, 1984), Figura 10.
 Figura 9. Barraca de Shannon 
 Fonte: entomomedica.blogspot.com 
Figura 10 – Captura com aspirador – Fonte : dados de pesquisa
Já a coleta de imaturos será feita no entorno e interior do empreendimento em locais onde há acúmulo de água parada.
Serão vistoriados também os peridomicílios (escritórios e outras construções já existentes) na busca de recipientes que podem acumular água e servir de criadouro aos mosquitos.
Uma vez localizados esses criadouros, as larvas serão coletadas com conchas entomológicas ou pipetagem direta; e são acondicionadas em frascos de vidro de 10ml esterilizados e álcool a 70% para conservação.
7.5 Coleta de Flebotomíneos
Para monitorar e capturar flebotomíneos existem diversos tipos de armadilhas luminosas baseadas em luz branca ou ultravioleta – UV, associadas ou não a outros atrativos (por exemplo, CO2 ) que utilizam energia elétrica, pilhas ou baterias. 
As mais empregadas são as armadilhas tipo CDC e New Jersey. 
 As armadilhas New Jersey, dotadas de lâmpadas de alta potência, são mais eficientes em áreas urbanas. As armadilhas tipo CDC com baixa luminosidade são mais indicadas para áreas que não haja competição de luminosidade, (ALMEIDA, COSTA e MARINONI, 2003). O monitoramento das espécies capturadas com armadilhas luminosas pode ocorrer de forma contínua ou em intervalos de tempo regulares (por exemplo, durante uma semana por mês). As amostras fornecem informações qualitativas (espécies presentes) e quantitativas (densidade populacional) da área investigada. Esta será instalada próxima as vegetações da área diretamente afetada (ADA).
Figura 11 e 12.
 
 Figura 11. Instalação de armadilha CDC – Fonte: dados de pesquisa
 
 Figura 12. Detalhe da CDC – Fonte: Dados de pesquisa
As amostras de espécies de culicídeos e flebotomineos coletados são levadas para identificação no laboratório da SUCEN (Superintendência de Controle de Endemias) (Figura 13).
 
 Figura 12. Identificação entomológica no laboratório da SUCEN
 Fonte: Dados de pesquisa
7.6 Métodos de controle de Culicídeos e Flebotomíneos
Com o objetivo de criar barreiras físicas que impeçam o acesso de fêmeas para oviposição de culicídeos ou flebótomos, um elenco de ações deve ser adotado para proteger as águas expostas de coleções que não podem ser eliminadas.
Tais ações podem incluir:
· Educar e prover meios para disposição, coleta e destinação adequada de resíduos sólidos. 
· Limpeza periódica de canais, valetas, riachos, córregos e similares, com remoção de vegetação aquática, acúmulo de matéria orgânica no solo e de lixo, retificação ou desassoreamento do canal de escoamento, para permitir o fluxo normal da água; recomenda- se também a limpeza da vegetação das margens.
· Controle constante da vegetação aquática e marginal, bem como a remoção de entulhos nas grandes coleções hídricas, reduzindo a disponibilidade de abrigo para os adultos.
· Vedação correta de tanques, tonéis e outros recipientes usados para armazenamento de água.
· Evitar a presença de animais domésticos (canídeos, galináceas, suínos, etc) que possam servir de hábitat e alimento para o flebotomíneo.
7.6.1 Drenagem ou enxugamento do solo
O emprego da drenagem no controle dos mosquitos baseia-se na impossibilidade de desenvolvimento dos mosquitos pela falta de coleções de água ou mudança do regime das águas.
A drenagem é um dos principais métodos de controle do mosquito. Esse sistema de drenagem deve propiciar movimentação rápida das águas, de modo a interferir no ciclo biológico do mosquito (FUNASA, 2006).
7.6.2 Emprego de inseticidas ou larvicidas
As larvas de Aedes são controladas atualmente por larvicida do grupo dos organofosforados (Temphos).
No caso de controle de anofelinos e simulídeos recomenda-se a utilização de biolarvicidas ou reguladores de crescimento.
São considerados agentes de controle biológico ou biotecnológico:
· agentes bacterianos: Bacillus sphaericus e Bacillus thuringiensis que produzem entomotoxinas que ao serem ingeridas pelas larvas, provocam um efeito letal a níveis mínimos;- parasitoides: vírus, fungos, etc; 
· peixes larvófagos que auxiliam no combate aos vetores; 
· hormônios juvenis (inibidores de mudas na fase larvária), reguladores do crescimento.
·  Somente com o registro do primeiro caso autóctone de LVA ou LTA humano, imediatamente após a investigação entomológica, em áreas com transmissão moderada e intensa, se a curva de sazonalidade dos flebotomíneos for conhecida, a aplicação do inseticida de ação residual deverá ser realizada no período do ano em que se verifica o aumento da densidade vetorial e o produto mais empregados atualmente no controle a esses vetores são a cipermetrina, na formulação pó molhável) e a deltametrina, em suspensão concentrada. Os defensivos químicos para combater os insetos transmissores de doenças são considerados insumos estratégicos e o seu fornecimento para os estados e municípios está garantido pelo Ministério da Saúde, conforme determinado na Portaria n.º 1.399, de 15 de dezembro de 1999.
Do monitoramento:
· Acompanhar as variações na riqueza da fauna de culicídeos e flebotomíneos;
· Acompanhar as variações na dominância entre as espécies;
· Acompanha r as variações na diversidade das espécies.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Essas medidas devem ser aplicadas nos primeiros meses de atividade do empreendimento para os primeiros diagnósticos de infestação de mosquitos (Culicidae) e moscas sinantrópicas (Muscidae). 
Foi sugerida a solicitação de uma equipe com 10 pessoas, sendo um profissional Biólogo e um Engenheiro Ambiental, para avaliação dos pontos escolhidos para instalação de armadilhas, montagem, contagem e coleta. 
Após identificação de espécies e avaliação de densidade, serão definidas as medidas de controle mais eficazes a serem adotadas.
Por fim, a empresa contratada deverá elaborar relatórios mensais com os resultados das aplicações realizadas e do monitoramento praticado. Para reforçar as medidas preventivas, a empresa poderá realizar reuniões com os envolvidos na atividade, bem como palestras sobre a importância do envolvimento dos funcionários no controle efetivo dos vetores e pragas urbanas.
O Aterro Sanitário por ser uma técnica de disposição final de resíduos sólidos, apresenta mínimos riscos à Saúde Pública e ao Meio Ambiente.
Utiliza princípios de Geologia e Engenharia na elaboração prévia do projeto e consiste também, basicamente, em cobrir os resíduos com material inerte, em intervalos regulares.
O controle ambiental torna o saneamento do meio ambiente acessível a todas as pessoas, ou seja, todos devem ter acesso, dentre outras coisas, a água tratada, esgotamento sanitário e destino final para o lixo - essa é a melhor estratégia para impactar as condições que viabilizam a proliferação de vetores.
O soterramento dos resíduos dificultará a proliferação deste e outros insetos nocivos.
No entanto, promover um estudo prévio da área do empreendimento que leve em conta as suas condições ambientais e estruturais, bem como o reconhecimento preciso das fontes geradoras das moscas e mosquitos e dos fatores responsáveis pela introdução de novas formas destes insetos é fundamental para a determinação da metodologia mais adequada a ser implantada.
9. REFERÊNCIAS 
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· AURVALE, A. E. & GUAZZZELE, M. J. Controle Natural de Pragas Domésticas. ADFG – Amigos da Terra. 3ª ed. Porto Alegre. 1986.
· BARRETTO, E. S. S., SMG-RIO SCZ, Boletim de Divulgação Técnica e Científica da Superintendência de controle de Zoonoses Vigilância e Fiscalização Sanitária;ano 3, n.10., Fev., 2001
· BORROR, D., DELONG, D. M. Introdução ao Estudo dos Insetos. São Paulo: Edgard Blücher, 1988, 653 p.
· CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, São Paulo, Inventário estadual de resíduos sólidos domiciliares – 2011, disponível em http://www.cetesb.sp.gov.br/solo/publicacoes-e-relatorios/1-publicacoes-/-relatorios
· CONSOLI, R. A. G. B.; OLIVEIRA, R. L. Principais Mosquitos de Importância Sanitária no Brasil. São Paulo: FIOCRUZ, 1994. 
· COURTNEY, G.W. & MERRITT, R.W. 2008. Capítulo 22. Aquatic Diptera. Part one. Larvae of aquatic Diptera, pp. 687-722. 
· D’ALMEIDA, M. L. O. ; VILHENA, A. Lixo Municipal: Manual de gerenciamento integrado. 2 ed. IPT/CEMPRE, São Paulo, 2000
· DE CARVALHO, C. J. B., Muscidae (Diptera) of the Neotropical Region: Taxonomy, Editora UFPR, Curitiba – PR, 2002
· Eng. Sanit. Ambient. vol.13 no.4 Rio de Janeiro Oct./Dec. 2008
· FORATTINI, O. P., Entomologia Médica vol 1, Edusp, São Paulo, 2001
· FRANÇA, R. G.; RUARO, E. C. R. Diagnostico da disposição final dos resíduos sólidos urbanos na região da Associação dos Municípios do Alto Irani (AMAI), Santa Catarina. In: Ciência & Saúde Coletiva 14(6): 2191-2197; Universidade Comunitária da Região de Chapecó; Santa Catarina, 2008.
· FUNASA – Publicações – Controle de Vetores, Brasília, 2001
· NATAL, D. e MARUCCI, D., Aparelho de sucção tipo aspirador para captura de mosquitos. Rev. Saúde Pública, vol.18, n.5, pp. 418-420, 1984.
· RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente. Departamento de Ações de Saúde. Seção de Zoonoses e Vetores. Programa de Controle de Moscas Sinantrópicas - Normas Técnicas Operacionais. 1996
· RODRIGUES, F.L. e CAVINATTO, V. M. Lixo – De onde vem? Para onde vai? Edição 1, Editora Moderna Paradidáticos, São Paulo, 1997
· SISINNO, C.L.S. & MOREIRA, J. C., 1996. Avaliação da contaminação e poluição ambiental na área de influência do aterro controlado do Morro do Céu, Niterói, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 12: 515-523
· TEIXEIRA, A. F. M., AMARO FILHO, A. A., QUINTANES, B. R., DOS SANTOS, E. C. L., SURLIUGA, G. C., Controle de mosca doméstica em área de disposição de resíduos sólidos no Brasil, Revista Engenharia Sanitária e Ambiental, Vol.13 - Nº 4 - out/dez 2008
· http://www.saude.sp.gov.br/sucen-superintendencia-de-controle-de-endemias/centros-nucleos-e-laboratorios/laboratorio-de-vetores

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