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GLICONEOGÊNESE CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA PROCESSOS BIOLÓGICOS NO ORGANISMO ANIMAL PROFESSORA CAMILA SERINA LASTA AULA 8_Gliconeogênese OBJETIVOS ✓ Compreender o processo e a importância da síntese de novas moléculas de glicose; ✓ Diferenciar a gliconeogênese realizada por monogástricos da gliconeogênese realizada por ruminantes; ✓ Conhecer e entender os transtornos metabólicos relacionados com este processo. GLICONEOGÊNESE • Formação de novas moléculas de glicose a partir de precursores aglicanos (não-carboidratos) Precursores não-glicídicos incluem: – PIRUVATO/LACTATO – GLICEROL – CADEIAS CARBONADAS (aminoácidos) – PROPIONATO* • Onde ocorre: FÍGADO e RINS (menor prop.) • Sintetiza a molécula de glicose, no sentido inverso, partindo do interior da mitocôndria. • Produz a molécula de GLICOSE e a lança na corrente sanguínea - mantendo assim a glicemia • Muito importante nos ruminantes e felinos (“ PLANO A ”)!!! GLICONEOGÊNESE PARTINDO DA MITOCÔNDRIA.... VIA ESTIMULADA PELO GLUCAGON NA MAIORIA DAS ESPÉCIES Análise das reações a partir do PIRUVATO: • As reações podem ser comparadas com as da via glicolítica mas, no sentido inverso. – Muitas enzimas e intermediários são idênticos! – 7 reações são reversíveis. – 3 são irreversíveis: • Piruvatoquinase → reação 10 • Fosfofrutoquinase → reação 3 • Hexoquinase → reação 1 GLICONEOGÊNESE DEVEM SER CONTORNADAS POR MEIO DE OUTRAS REAÇÕES CATALISADAS POR ENZIMAS DIFERENTES • Irreversível • Não há enzima “contrária” GLICONEOGÊNESE ACETIL COA É UM PRECURSOS DA GLICONEOGÊNESE ?? PIRUVATO ACETIL CoA PIRUVATO DESIDROGENASE 1º Bloqueio a ser superado na síntese de glicose: 1- CARBOXILAÇÃO DO PIRUVATO: • Piruvato é carboxilado até oxalacetato • Enzima: PIRUVATO CARBOXILASE (coenzima: biotina) • ESTIMULADA POR CORTICOIDE! PEP PIRUVATO PIRUVATO QUINASE PIRUVATO OXALOACETATO PIRUVATO CARBOXILASE REAÇÃO IRREVERSSÍVEL! NÃO PODE VOLTAR Piruvato PIRUVATO CARBOXILASE 1ª. Conversão (carboxilação) do piruvato em OAA GLICONEOGÊNESE Gliconeogênese: partindo da mitocôndria.... Gliconeogênese: partindo da mitocôndria.... SEGUNDO BLOQUEIO...LEVAR OAA PARA CITOPLASMA 2- TRANSPORTE DO OXALOACETATO AO CITOSOL: • OAA formado na mitocôndria deve penetrar no citosol....onde encontram-se as outras enzimas da gliconeogênese Como ocorrerá, já que o OAA não atravessa a membrana da mito? 1- Redução do oxalacetato para produção de malato; 2- O malato, por sua vez, irá sair da mitocôndria e será oxidado, perdendo 2 H e voltando a ser oxalacetato. 2- Transporte do Oxalacetato ao Citosol (em forma de malato): GLICONEOGÊNESE 2- Transporte “do OAA” ao citosol (em forma de malato): GLICONEOGÊNESE Gliconeogênese: partindo da mitocôndria.... 3- DESCARBOXILAÇÃO DO OXALACETATO CITOSÓLICO: • O oxalacetato é descarboxilado pela ação da PEP- CARBOXIQUINASE** citosólica, que o transformará em fosfoenolpiruvato (ENZIMA ESTIMULADA POR CORTICOIDE). Nesta etapa: OAA PEP PEP CARBOXIQUINASE 3- Descarboxilação do Oxaloacetato Citosólico: GLICONEOGÊNESE RESUMINDO: Conversão de piruvato à PEP ocorre mediante um desvio através da mitocôndria: 1 • O piruvato entra na mitocôndria, onde é convertido à OAA • Enzima: piruvato carboxilase 2 • OAA é convertido à malato (que sai da mito e volta a ser OAA) • Enzima: malato desidrogenase 3 • OAA é descarboxilado à PEP • Enzima: PEP carboxiquinase https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwipxIvpxNrOAhUBHZAKHaIyDOQQjRwIBw&url=https://nutrisdoexercicio.wordpress.com/2013/04/13/interrelacoes-das-rotas/&psig=AFQjCNEdEOLFmdsBLGi0q69xnkyt6LiTDQ&ust=1472144774270895 PRECURSORES GLICONEOGÊNICOS: LACTATO, GLICEROL, ALANINA LACTATO GLICEROL ALANINA GLICONEOGÊNESE GLICEROL PRECURSORES GLICONEOGÊNICOS - GLICEROL ALANINA AMINOÁCIDOS GLICOGÊNICOS (EM VERDE): Aminoácidos cujo catabolismo origina piruvato ou um intermediário do CK para a gliconeogênese. PRECURSORES GLICONEOGÊNICOS - ALANINA DESTINOS DO PIRUVATO E SE....A GLICONEOGÊNESE NÃO OCORRER??? ENERGIA LIMITADA, FALTA DE GORDURA MARROM Leitões recém-nascidos exigem aleitamento frequente – Esgotamento rápido das reservas hepáticas de glicogênio – FOSFOENOLPIRUVATO CARBOXIQUINASE → não plenamente ativa e é estimulada pela alimentação Cuidar!! • Ninhada grande • Número inadequado de mamas • Consumo inadequado de leite CUIDADOS ATÉ 10 DIAS DE VIDA HIPOGLICEMIA NEONATAL SUÍNA HIPOGLICEMIA - MMA: Suínos SÍNDROME METRITE-MASTITE-AGALAXIA ❖Metrite = inflamação uterina: fêmeas após o parto ❖Mastite = inflamação nas glândulas da mama ❖Agalacxia = suspensão da lactação • Inapetência • Leitões: não recebem leite suficiente = HIPOGLICEMIA!! • Períodos de temperatura mais alta, em maternidades com higiene deficiente, excesso de umidade, limpeza e desinfecção mal feitas • Principais agentes: Escherichia coli, Estreptococus b hemolítico, Estafilococus, Micoplasma, Klebsiellas. MMA: Suínos METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS NOS RUMINANTES CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA Metabolismo dos carboidratos nos ruminantes FERMENTAÇÃO RUMINAL PRODUZ OS AGVs • O rúmen fornece o ambiente propício e fonte alimentar para o crescimento e reprodução dos microrganismos. • A ausência de oxigênio no rúmen favorece o crescimento de algumas bactérias que conseguem degradar a parede celular das plantas (celulose) em simples açúcares (glicose). • Os microrganismos fermentam a glicose para obter energia para crescer e durante o processo de fermentação eles produzem ácidos graxos voláteis (AGV), também chamados ácidos graxos de cadeia curta. • Os AGV podem atravessar a parede ruminal – sendo o PROPIONATO a principal fonte de energia dos ruminantes. • A taxa e a extensão da digestão no rúmen dependem, entre outros fatores, da natureza e do teor dos constituintes da parede celular e da disponibilidade ruminal de nitrogênio. Metabolismo dos CH nos ruminantes CELULOSE; HEMICELULOSE; PECTINA; AMIDO (MILHO, SORGO, TRIGO, ...) GLICOSE PIRUVATO LACTATO PROPIONATO ACETIL CoA BUTIRATO OAA →SUCCINIL METANO ACETATO ENZIMAS BACTERIANAS NO RÚMEN AGVs Digestão de carboidratos produz AGVs, CO2, CH4 – Acético: 60 a 70% – Propiônico: 15 a 25% – Butírico: 10 a 20% ❖ 30% da produção de gás metano: bovinos ❖ Eructação e flatulência Metabolismo dos CH nos ruminantes DEPENDE DA DIETA!! Fermentação ruminal_SÍNTESE DO ACETATO → ENTRA NA CÉLULA RUMINAL E VOLTA A SER ACETIL CoA NA CÉLULA RUMINAL → CK (ENERGIA PARA CÉLULA) Fermentação ruminal_SÍNTESE DO BUTIRATO SANGUE ENERGIA PARA TECIDOS EXTRA HEPÁTICOS Fermentação_SÍNTESE DE PROPIONATO (VIA ACRILATO) SERÁ DIRECIONADO PARA GLICONEO!!! SÍNTESE DE PROPIONATO (VIA ACRILATO) SERÁ DIRECIONADO PARA A GLICONEOGÊNESE HEPÁTICA Fermentação_ SÍNTESE DE PROPIONATO (VIA SUCCINATO) SERÁ DIRECIONADO PARA GLICONEO!!! SÍNTESE DE PROPIONATO (VIA SUCCINATO) CELULOSE; HEMICELULOSE; PECTINA; AMIDO (MILHO, SORGO, TRIGO, ...) GLICOSE PIRUVATO LACTATO PROPIONATO ACETIL CoA BUTIRATO OAA →SUCCINIL METANO ACETATO ENZIMAS BACTERIANAS NO RÚMEN AGVs Metabolismo dos carboidratos nos ruminantes – ÁCIDO PROPIÔNICO: 50% DO REQUERIMENTO DE GLICOSE – Aminoácidos gliconeogênicos – Lactato (via ciclo de cori) – Glicerol Metabolismo dos carboidratos nos ruminantes MANUTENÇÃO DA GLICEMIA EM RUMINANTES!!! DEPENDE PRNCIPALMENTE DE PROPIONATO A glicose sanguínea é mantida principalmente por gliconeogênese hepática. Precursor (substrato): ácido propiônico, um ácido graxo volátil (AGV) produzido no rúmen. Metabolismo dos carboidratos nos ruminantes http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAQQjRw&url=http://curtindobionaescola.blogspot.com/2013_04_01_archive.html&ei=9FfxU5iLMqXesASh4IGwCQ&bvm=bv.73231344,d.cWc&psig=AFQjCNHWiKG0k9vo7Zwd5--fdBdu4HqUbg&ust=1408412020881031❖ Os ruminantes “não absorvem” glicose no trato gastrintestinal. ❖ A glicose é completamente fermentada em ácidos graxos voláteis no rúmen. ❖ A manutenção dos níveis de glicose sanguínea nos ruminantes depende da gliconeogênese, a partir do propionato (principalmente) e outros precursores como aminoácidos, lactato e glicerol Metabolismo dos carboidratos nos ruminantes Gliconeogênese: processo bioquímico através do qual ocorre a síntese de novas moléculas de glicose a partir de substâncias que atuam como precursores. Metabolismo dos carboidratos nos ruminantes PRECURSORES GLICONEOGÊNICOS: AMINOÁCIDOS, LACTATO, GLICEROL, ÁCIDO PROPIÔNICO* GLICONEOGÊNESE EM RUMINANTES_DESTINO DO PROPIONATO CH DA ALIMENTAÇÃO FERMENTAÇÃO AGV (PROPIONATO) ABSORÇÃO RUMINAL FÍGADO GLICONEO!! PROPIONATO PROPIONIL CoA D METIL MALONIL CoA L METIL MALONIL CoA SUCCINIL CoA MALATO Propionil-CoA carboxilase (cofator biotina) Metil malonil CoA racemase Metil malonil mutase (cofator coenzima B12) Propionil CoA sintetase (cofator Mg) MALATO SAI DA MITOCÔNDRIA → OAA → PEP → ..............GLICOSE!!!!! GLICONEOGÊNESE EM RUMINANTES IMPLICAÇÕES CLÍNICAS E NUTRICIONAIS • Propionil CoA sintetase precisa de Mg como cofator • Propionil CoA carboxilase precisa de biotina como cofator • L-metil malonil CoA mutase precisa de B12 como cofator • B12 é sintetizada pelos M.O. do rúmen mas precisa de cobalto E SE..... HOUVER EXCESSO DE FERMENTAÇÃO?? DESCUBRA NA APS NO BB!! ACIDOSE LÁCTICA • Afeta ruminantes e equinos • CAUSA – produção exagerada de LACTATO (>5mmol/L) • ETIOLOGIA – grande quantidade de grãos na dieta de forma súbita Sinônimos: impactação ruminal, intoxicação por CH GRÃOS SÃO CH DE FÁCIL FERMENTAÇÃO → LACTATO → MUDANÇA DA FLORA RUMINAL → PRODUÇÃO DE MAIS LACTATO→ ACIDOSE SEVERA ACIDOSE LÁCTICA • BR – cerca de 10% a 15 % dos animais em sistema confinado • Óbito de 50% Sinais clínicos: variados • Quantidade de ácido produzido no rúmen pequena - diminuição do apetite por um ou dois dias (perde de 2 a 4 kg) $$$$ • Quadro mais severo – anorexia, param de andar, diarreia, parada de movimentação do rúmen, apatia, desidratação • Outras consequências....(20% a 30 % dos animais) ACIDOSE LÁCTICA/LAMINITE • Confinamento + dieta desbalanceada – Restrição de forragem/ excesso de carboidratos (sem adaptação) – A ingestão exagerada de CARBOIDRATOS (milho, trigo, cevada ou ração) ou a troca brusca de alimentação. • Bovinos e equinos - BEM ESTAR ANIMAL x SISTEMAS INTENSIVOS INFLAMAÇÃO ASSÉPTICA DAS LÂMINAS DO CASCO Causada por um distúrbio na microcirculação e degeneração laminar LAMINITE INGESTÃO DE QUANTIDADE EXCESSIVA DE GRÃOS S/ ADAPTAÇÃO GRANDE PRODUÇÃO DE ÁCIDO LACTICO NO TGI DESTRUIÇÃO DE BACTÉRIAS E LIBERAÇÃO DE TOXINAS VASOCONSTRIÇÃO PERIFÉRICA, COM DIMINUIÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO NAS LÂMINAS DO CASCO. LAMINITE ACIDOSE (RUMINAL) MORTE DE BACTÉRIAS E PRODUÇÃO DE ENDOTOXINAS LIBERAÇÃO DE MEDIADORES IFLAMATÓRIOS VASOCONSTRIÇÃO, FORMAÇÃO DE MICROTROMBOS, ALTERAÇÃO NA PERMEABILIDADE VASCULAR DEGENERAÇÃO LAMINAR REDUÇÃO DA PERFUSÃO CAPILAR Redução do fluxo sanguíneo DOR! CLAUDICAÇÃO SINAIS CLÍNICOS • Processo inflamatório acompanhado de muita dor • Ansiedade, tremores musculares, sudorese e aumento da frequência cardíaca e respiratória. • CASCOS - quentes e inflamados, • Relutância em locomover-se LAMINITE PARTIU ESTUDO DIRIGIDO.... “A compaixão pelos animais está intimamente ligada a bondade de caráter, e quem é cruel com os animais não pode ser uma boa pessoa” Arthur Schopenhauer https://www.pensador.com/autor/arthur_schopenhauer/ ESTUDO DIRIGIDO 1. Existe relação entre glicólise e gliconeogênese? 2. Quais os destinos do piruvato? 3. Qual explicação para a sensibilidade dos filhotes, especialmente dos leitões, à hipoglicemia? 4. Onde ocorre a gliconeogênese? 5. Qual rota bioquímica é responsável pela manutenção da glicemia em ruminantes? Explique como esta rota ocorre. 6. Qual o papel da flora ruminal na digestão dos nutrientes? 7. O que é laminite e qual a etiologia desta enfermidade? CASO CLÍNICO • Equino, raça Crioula, 7 anos de idade • ANAMNESE: relato de compra do animal recentemente para presentear filha; não tem informações sobre a alimentação do paciente antes da compra e desde então alimenta o equino com milho e ração concentrada. Queixa de que cavalo não quer se movimentar. • EXAME CLÍNICO: nítido desconforto nos membros anteriores, tenta colocar mais peso nos membros posteriores, sudorese e aumento das FC e FR; cascos quentes, visivelmente inflamados. CASO CLÍNICO Com base nas informações anteriores, responda: a) Qual o provável diagnóstico? b) Como você explicaria para o proprietário que a alteração da dieta provocou o quadro clínico? AULA 08_Gliconeogênese BIBLIOGRAFIA ✓ GONZALEZ F.H.D; SILVA. S.C. Introdução à Bioquímica Clínica Veterinária, 2ª edição, Porto Alegre: Editora UFRGS, 2018. ✓ CHAMPE, P.C; HARVEY R.A.; FERRIER, D.R. Bioquímica Ilustrada. 5 Ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. SUPER RESUMO!!!
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