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Roteiro de estudos Sociedade e comportamento social Aula 2 História da moderna psi social Psicologia social psicológica América do Norte Principais autores William McDougall - Uma introdução à psicologia social - psicologo Edward Ross - Psicologia social: uma resenha e um livro texto - sociólogo Floyd Allport - define os contornos da Psicologia Social Psicológica como uma disciplina objetiva, de base experimental e focada no indivíduo Carl Hovland- comunicação e persuasão Muzar Sheriff e Kurt Lewin- psicólogos europeus que imigraram para os EUA dedicaram- se à análise da influência dos estilos de liderança e do clima grupal sobre o comportamento dos membros do grupo. Fritz Heider - Investigação sobre percepção de pessoas, que até hoje consiste em uma das áreas centrais de estudo da Psicologia Social Psicológica. Assim como Lewin, é imigrante e sofre forte influencia da Gestalt. A partir dos anos 1980, o cognitivismo se consolida de vez como a perspectiva dominante na Psicologia Social Psicológica e no cenário norte-americano. Em consequência, o principal tema de investigação passa a ser a cognição social, que tem como objetivo básico compreender os processos cognitivos que se encontram subjacentes ao pensamento social (Fiske & Taylor, 1984). Adotando tal perspectiva, os psicólogos sociais cognitivistas se dedicam então a fazer uma reanálise de temas que já vinham sendo estudados há algum tempo, procurando agora, porém, desvelar os mecanismos cognitivos subjacentes a tais fenômenos, tendência que se mantém até os dias atuais, conforme será visto mais à frente. Arnoldo de Souza representa essa linha. cognição social, as atitudes e os processos grupais. A esses tópicos, Ross e cols. ainda acrescentam algumas novas vertentes da Psicologia Social que, mais recentemente, vêm também se mostrando promissoras. Entre elas, merecem destaque a Neurociência Social e a Psicologia Social Evolucionista A Psicologia Social na Europa inicialmente caminhado lado a lado com a Psicologia Social Psicológica, ela começou, a partir dos anos 1970 e motivada pela crise da Psicologia Social na América do Norte, a adquirir sua própria identidade e a demonstrar maior preocupação com a estrutura social. Henri Tajfel - teoria da identidade social É apoiada em três postulados básicos: (1) o autoconceito é derivado da identificação e pertença grupal; (3) as pessoas são motivadas a manter uma autoestima positiva; (3) as pessoas estabelecem uma identidade social positiva mediante a comparação favorável de seu próprio grupo Turner, teoria da autocategorização Seu foco são os fatores que levam os indivíduos a realizarem determinadas categorizações, bem como suas consequências para o comportamento coletivo As teorias acima vem sendo utilizada mais recentemente não apenas no estudo das relações intergrupais, mas também na investigação da autocategorização e de vários processos grupais, como a coesão, a liderança, a influência social etc. No entanto, ela continua sem resolver um de seus principais desafios, qual seja promover a maior compreensão dos aspectos afetivos que se encontram subjacentes às formas mais hostis e destrutivas de comportamento intergrupal (Brown, 2000) Moscovici (1981), as representações sociais englobam um conjunto de conceitos, imagens e explicações que se originam do senso comum, no contexto das interações e comunicações interpessoais. Nesse sentido, elas vão se modificando à medida que novos significados vão sendo acrescentados à realidade. Uma extensão do trabalho de Moscovici é a teoria do núcleo central, que foi proposta por Abric (1994) e defende que toda representação social organiza-se em torno de um núcleo central e de elementos periféricos. A teoria das representações sociais foi amplamente difundida nas décadas seguintes à sua introdução na literatura sócio psicológica, especialmente entre os psicólogos europeus e latino-americanos, com os pesquisadores de tal corrente procurando aplicar seus princípios teóricos a inúmeros eventos aos quais podem ser atribuídos significados que emergem do senso comum. Nesse sentido, a análise das teorias mantidas pelo homem comum tem contribuído para a compreensão de fenômenos tão diversificados quanto a saúde/doença, a doença mental, a violência, a justiça, o desemprego, a amizade, os sistemas tecnológicos, os sistemas econômicos etc. Psicologia Social na América Latina A Psicologia Social praticada na América Latina, até a década de 1970, esteve grandemente influenciada pelo paradigma da Psicologia Social Psicológica, tendência até hoje dominante na América do Norte. Martin-Baró, psicólogo e padre jesuíta espanhol, radicado em El Salvador, que defendia em suas obras o desenvolvimento de uma psicologia social compro- metida com a realidade social latino-americana. enfatiza que a principal tarefa do psicólogo social deve ser a conscientização de pessoas e grupos, como forma de levá-los a desenvolver um saber crítico sobre si e sobre sua realidade, que lhes permita controlar sua própria existência. Maritza Montero, da Venezuela. Em revisão recente sobre a Psicologia Social Crítica em seu país, Montero e Montenero (2006) assinalam que ela se caracteriza principalmente por questionar os modos de produção de conhecimento e prática da Psicologia e perseguir a transformação social e a relevância social da pesquisa e intervenção sobre os proble- mas sociais que assolam o país. A Produção Brasileira em Psicologia Social Nos anos 1970, a Psicologia Social Psicológica norte-americana foi a dominante, de modo semelhante ao que ocorreu no resto da América Latina. Uma das obras bastante adotada nos cursos de Psicologia Social durante esse período, e que expressa tal tendência, é o livro “Psicologia social”, de autoria de Aroldo Rodrigues,responsável pelo desenvolvimento de uma profícua linha de pesquisa em Psi- cologia Social no país, a qual foi divulgada em uma série de artigos publicados em periódicos nacionais e estrangeiros, ao longo dos anos 1970 e 1980. A partir do final da década de 1970, os psicó- logos sociais brasileiros também irão participar ativamente do movimento de ruptura com a Psicologia Social tradicio- nal ocorrido na América Latina. Assim é que, a partir da publicação, em 1984, do livro organizado por Silvia Lane e Vanderley Codo e intitulado “Psicologia social: O homem em movimento”, vários outros manuais brasileiros de Psicologia Social (Campos & Guareschi, 2000; Jacques, Strey, Bernardes, Guareschi, Carlos & Fonseca, 1998; Lane & Sawaia, 1994; Mancebo e Jacó-Vilela, 2004) se sucederam, na perspectiva da Psicologia Social Crítica. Vem procurando abordar, sobretudo, alguns dos problemas sociais enfrentados pelo país, como, por exemplo, a violên- cia doméstica, as crianças de rua, a pobreza, a desigualdade social e a exclusão educacional. Texto linguagem, pensamento e representações sociais Skinner define comportamento verbal como todo aquele mediado por outra pessoa, e assim inclui, no verbal, gestos, sinais, ritos e, obviamente, a linguagem. Para uma compreensão mais profunda do comportamento verbal, analisá-lo em um contexto mais amplo considerando-se o ser humano como manifestação de uma totali- dade histórico-social, produto e produtor de história. partimos do pressuposto que a linguagem se originou na espécie humana como conseqüência da necessidade de transformar a natureza, através da cooperação entre os homens, por meio de atividades produtivas que garantissem a sobrevivência do grupo social. A linguagem, como produto de uma coletividade« reproduz através dos significados das palavras articuladas em frases os conhecimentos — falsos ou verdadeiros — e os valores associados a praticas sociais que se cristalizaram; ou seja, a linguagem reproduz uma visão de mundo, produto das relações que se desenvolveram a partir do trabalho produtivo para a sobrevivência do grupo social «Seja Skinner,Piaget, Vygotski, Malrieu ou Leontiev, todos são concordes em afirmar que a função primária da linguagem é a comunicação e o intercâmbio social, através da qual a criança representa o mundo que a cerca e que influenciará seu pensamento e suas ações no seu processo de desenvolvimento e de hominização. A análise que Leontiev faz da aprendizagem da língua materna aponta para dois processos que se interligam necessariamente: se, por um lado, os significados atribuídos às palavras são produzidos pela coletividade, no seu processar histórico e no desenvolvimento de sua consciência social, e como tal, se subordinam às leis histórico- sociais, por outro, os significados se pro cessam e se transformam através de atividades e pensamentos de indivíduos concretos e assim se individualizam, se "subjetivam” , na medida em que “retomam” para a objetividade sensorial do mundo que os cerca, através das ações que eles desenvolvem concretamente. os significados produzJdos historicamente pelo grupo social adquirem, no âmbito do indivíduo, um “sentido pessoal”, ou seja, a palavra se relaciona com a realidade, com a própria vida e com os motivos de cada indivíduo. Terwilliger quando afirma ser a palavra uma arma de poder, demonstrando o quanto a imposição de um significado único e absoluto à palavra é uma forma de dominação do indivíduo, como ocorre em situações de hipnose, de comando militar e de lavagem cerebral. Esta arma de poder só é dominada pelo confronto que o indivíduo possa fazer entre diferentes significados possíveis e a realidade que o cerca — aliás, este é o princípio proposto e defendido por Paulo Freire — condição para um pensamento crítico, para o desenvolvimento da consciência social e, conseqüen temente, para a criatividade que transforma as relações entre os homens. a criança ao falar reproduz a visão de inundo de seu grupo social, assim como a ideologia que permeia e mantém as relações sociais desse grupo, e é levada a agir de forma a não perturbar a “ordem vigente1', caso contrário ela será considerada um “anormal”, um “marginal", e como tal afastada do convívio social. A autoridade é cercada de valores e de emoções que a tornam inquestionável e absoluta, reproduzindo relações sociais esperadas pelo grupo. a criança' ao falar constrói suas representações sociais, entendidas como uma rede de relações que ela estabelece, a partir de sua situação social, entre significados e situações que lhe interessam para sua sobrevivência. Segundo Malrieu, “a representação social se constrói no processo de comunicação, no qual o sujeito põe à prova, através de suas ações, o valor — vantagens e desvantagens — do posicionamento dos que se comunicam com ele, objetivando e selecionando seus comportamentos e coordenando-os em função de uma procura de personalização*’. Desta forma, a representação social se estrutura tanto pelos objetivos da ação do sujeito social como pelos dados que concordam ou que se opõem a eles. Às representações, por sua vez, também estão duplamente vinculadas com a atividade semiótica que se caracteriza pela elaboração dos significantes, decorrentes do processo de comunicação. Na medida em que toda representação implica uma comparação, ela propicia uma "objetivação que é uma das bases do controle que se pode exercer sobre as ações e emoções Uma análise concreta das representações que um indivíduo tem do mundo que o rodeia, só é possível se as considerarmos inseridas num discurso bastante amplo, onde as lacunas, as contra dições e, conseqüentemente, a ideologia possam ser detectadas. François Flahault parte da análise de atos ilocutórios, ou seja, as laias que caracterizam as posições ocupadas pelos interlocutores, de forma explicita ou implícita. No primeiro caso teríamos as ordens, os pedidos, os insultos que explicitamente definem a relação existente entre os Interlocutores: um manda, o outro obedece, um pede, o outro concede. Os atos ilocutórios implícitos, por sua vez, só são compreendidos em relação às posições que os interlocutores ocupam e ao mesmo tempo definem as respectivas posições, toda palavra, por mais importante que seja seu valor referenciai e informativo, é formulada também a partir de um ‘o que sou para você, o que você é para mim' e é operante neste campo; a ação que ela representa a título destas trocas se manifesta através do que se pode chamar de ‘atos ilocutórios’ou 'efeitos de posição’” (p. 50). Por outro lado, os atos ilocutórios implícitos decorrem do fato de que “os indivíduos não são donos de operar seus posicio namentos, pois, pelo contrário, este posicionamento è que esta belece suas identidades1' (p. 52), À relação da linguagem com o real necessariamente sofre a mediação das posições sociais de grupo e/ou classe social e portanto um discurso está sempre em confronto com um mundo já repleto de significações sempre já ordenado, sempre já socialmente arrumado; um mundo que é o efeito de "uma produção social dos sentidos, que reproduz inevitavelmente a produção material, e pela inserção de cada indivíduo, corpo e alma, neste universo semiológico” Compreender representações sociais implica então conhecer não só o discurso mais amplo, mas a situação que define o indivíduo que as produz. Para tanto Flahault desenvolve a noção de Espaço de Realização do Sujeito (ERS). o ERS é o espaço da comunicação, da intersubjetividade, das relações sociais que identificam o indivíduo, e assim produz e reproduz a formação social nos indivíduos que a compõem. para conhecermos as representações sociais de um indivíduo ê necessário, através dos atos ilocutórios explícitos e implícitos, definirmos o lugar que ele ocupa em relação aos outros (os que se “limitam” com ele), e através do discurso como seu espaço se constitui nesta relação, enquanto realidade subjetiva que se insere no real, socialmente representado e reproduzido em termos de “todo mundo” . LINGUAGEM E PRODUÇÃO DE SENTIDOS NO COTIDIANO Mary Jane Spink O construcionismo social inicia na psicologia social uma virada linguistica Onde a linguagem nao apenas explica a realidade, mas a constitui. Segundo o construcionismo, não é possível utilizarmos uma metalinguagem, sendo que o real apresenta uma materialidade. Há uma realidade estabelecida fora de nossa experiência de significação, mecânico e funcionalista, ao qual simplesmente deveríamos desenvolver metodologia adequadas para entende-lo. Mary Jane baseia-se no estudo do saber cotidiano, focalizando as maneiras pelas quais as pessoas produzem sentidos e posicionam-se nas relações sociais, no locus onde se produzem e se significam determinadas práticas e com a preocupação de desnaturalizar as construções do cotidiano Na perspectiva construcionista, a produ’ão de sentido traz consigo três aspectos que se fazem centrais para a compreensão. -desconstru’ão da retórica da verdade - empowerment de grupos socialmente marginalizados Ulrich Beck - modernidade tardia (modernidade reflexiva) Pré modernidade - transição do feudalismo para a sociedade moderna Modernidade classica - coexiste com a sociedade industrial Modernidade tardia que é coexistente com a sociedade de risco. Características da modernidade tardia para o argumento construcionista, fundamentais para entender o debate moderno sobre ciência. Globalização, individualização e reflexibilidade. Globalização: Intersecção da ausência e da presença ou, o entrelaçamento de relações sociais e eventos sociais que estão distantes dos contextos locais. (destradicionalização do trabalho é um campo aberto ao estudo na área da psicologia social) A perspectiva construcionista Kenneth Gergen ( um dos autores construcionistas mais antigos da psicologia) afirma que a”a investigação construcionista preocupa-se com a explicação dos processos por meio dos quais as pessoas descrevem e explicam o mundo que vivem” (Gergen, 1985) Implicações para que possamos entender “conhecimento"Primeiramente abdicar da visão representacionista de conhecimento que toma a mente como o espelho do mundo, em segundo lugar, implica adotar a perspectiva de que conhecimento é algo que as pessoas fazem juntas. Thomas Ibáñez - Sào necessárias varias desconstruções de modo a adotar uma postura construcionista plena. - dicotomia sujeito-objeto tanto sujeito como objetos são tomados como construções sociais, sendo o conhecimento uma construção social, é o conhecimento socialmente produzido que ambos, o sujeito e o objeto. Seguindo nesse processo de desconstrução, Ibáñez focaliza quatro pressupostos básicos da atividade científica - Ontológicos - Na postura construcionista não existem objetos naturais: os objetos são como são porque nós somos como somos. - epistemológicos - Para o construcionismo o conhecimento não representa a realidade: Não é possível distinguir entre a nossa inteligência sobre o mundo e o mundo como o tal. - metodológicos postura desreitificante, desnaturalizante, desessencializadora que radicaliza ao máximo a natureza social do nosso mundo vivido e a historicidade de nossas práticas - Natureza humana - O conhecimento é tomado como prática social Construcionismo não é um movimento intrínseco a psicologia. Ian Hacking filósofo analítico, afirma que a noção de construção é uma noção basicamente Kantiana e que nós não conseguimos nos libertar de Kant, nem de Platão. Três grupos herdeiros de Kant e Platão na filosofia contemporânea - Construcionalistas , tema contado por Goodmann para falar dos mundos que nós criamos. O projeto construcionista tem como objetivo demonstrar que várias entidades, conceitos e palavras são construídas a partir de outros materiais, mas os construcionistas não estudam a história nem os eventos sociais, eles estão interessados na construção lógica - Construcionismo designa vários projetos históricos, sociológicos, filosóficos, com o objetivo de demonstrar ou analisar interação sociais historicamente situadas ou os caminhos que levaram ao estabelecimento de algo faz ou entidade presente. - Costrutivistas ( construção ) refletem a partir da matemática, propondo que que em certo sentido, os objetos da matemática, números e fatos matemáticos, são socialmente construídos ( vertente filosófica da matemática) desenvolvimento da coguunição pautada principalmente nas teorias de Piaget, que parece aceitar a dicotomia entre sujeito e objeto. Segunda desconstrução: Retórica da verdade, que pressupõe a existência de uma verdade transcendental, entretanto para o construcionismo, a verdade é a verdade de nossas concepções, de nossas instituições, de nossas relações, de nossos acordos sociais. Edegar Morin (1984) Para chegar a objetividade temos que percorrer um longo caminho que começa com a história e com a cultura, que definem a tradição critica que é a legitimadora do que é verdade e do que é objetividade. Hacking (1997) busca o compartilhamento na diversidade de posturas que podem ser encontradas nas reflexões construcionistas. Basicamente a postura construcionista é crítica do status quo: parte da premissa que X (sendo X um fenômeno social qualquer) não precisaria ter existido ou ser como é não é determinado pela natureza das coisas; não inevitável. É essa premissa que distingue a pesquisa construcionista. Segundo Hacking, para que a pesquisa construcionista seja útil, é preciso que se tenha clareza sobre o que é que esta sendo construído, que X é esse. Não basta focalizar a evolução de ideias, é preciso entender como essa ideia emerge na matriz dos eventos que é sua condição de possibilidade. A postura construcionista tende a suscitar objeções de dias ordens:o reducionismo linguistico e o relativismo. Afirmar que X não precisaria ter existido ( ou ter existido dessa forma) é uma precondição da pesquisa construcionista. -
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