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1 Dimensionamento de estacas sujeitas a esforços horizontais e axiais sob os aspectos geotécnico e estrutural Leonardo Bonfante Greco – leogreco95@gmail.com MBA em Projeto, Execução e Desempenho de Estruturas & Fundações Instituto de Pós-Graduação - IPOG Florianópolis, SC, 27 de fevereiro de 2020 Resumo Percebendo a carência de engenheiros recém-formados em relação ao projeto de fundações em estacas, o autor optou por redigir a presente pesquisa como uma revisão bibliográfica comentada e adaptada às normas vigentes, de modo a preparar estes profissionais para a atuação no mercado de trabalho. A pesquisa foi dividida em duas partes: dimensionamento geotécnico e dimensionamento estrutural de estacas. Na primeira parte, são abordados métodos para estimativa da capacidade de carga geotécnica de estacas sujeitas a esforços axiais e transversais. Na segunda, o autor trouxe métodos para o dimensionamento estrutural de estacas sujeitas a esforços de compressão simpels, tração simples e flexão composta, baseados nos trabalhos de autores consolidados e nas normas brasileiras vigentes. O resultado é um roteiro de cálculo para o dimensionamento completo de fundações em estacas que pode ser utilizado por novos profissionais em seus projetos e por professores como material didático nas universidades. Palavras-chave: Dimensionamento. Fundações. Profundas. Roteiro. Estaca. 1. Introdução O dimensionamento de estacas avança a passos modestos. Apesar das grandes incertezas em relação aos solos brasileiros, das dificuldades de garantia de qualidade executiva e, consequentemente, da vasta gama de informações que podem ser obtidas e sintetizadas para que se possa executar e projetar fundações com maior segurança e menor custo, este é um ramo que chama a atenção de poucos pesquisadores e, mesmo com o esforço dos pesquisadores existentes na área, a carência de produção científica ainda é uma realidade. Por isso, é comum encontrar em memoriais de cálculo de projetos de fundações a utilização de elevados coeficientes de segurança aplicados a métodos desenvolvidos há mais de 40 anos. Baseado em sua experiência como consultor, monitor e professor, o autor da presente pesquisa percebeu que mesmo com tanto tempo para reprodução e desenvolvimento desse conteúdo, o projeto de fundações ainda é um mistério para boa parte dos engenheiros, principalmente os recém-formados. 2 Visando reduzir essa carência, o autor decidiu produzir esta pesquisa, realizando uma revisão bibliográfica de maneira a construir um documento contendo um compilado de informações com o objetivo de introduzir esses profissionais ao projeto de fundações, possibilitando sua aplicação no mercado de trabalho, que carece cada vez mais de profissionais capacitados. 1.1. Objetivos 1.1.1. Objetivo geral Produzir um documento contendo informações fundamentais para preparar engenheiros a projetar fundações em estacas dos pontos de vista geotécnico e estrutural. 1.1.2. Objetivos específicos Os objetivos específicos do presente trabalho constituem a apresentação de ao menos um método que permita: • A estimativa da capacidade de carga geotécnica de estacas sujeitas a esforços axiais • O dimensionamento geotécnico de estacas carregadas transversalmente • O dimensionamento estrutural de estacas sujeitas a esforços de compressão simples, flexão composta e tração simples. 2. Metodologia Adotando o método de classificação proposto por Gil (2002), esta pesquisa pode ser classificada, quanto à sua natureza, como pesquisa aplicada, já que o trabalho visa nutrir novos profissionais de maneira a prepará-los para a aplicação prática das soluções aqui abordadas no mercado de trabalho. Do ponto de vista dos objetivos e dos procedimentos teóricos, pode ser caracterizada como explorativa, pois tem caráter flexível, de modo a avaliar diversos aspectos relativos ao assunto, e como bibliográfica e documental pois o objetivo é compilar informações de autores diversos em um único documento. A coleta de dados para esta pesquisa foi realizada através de revisões bibliográficas. Então, os dados foram organizados e discutidos de maneira didática pelo autor. O autor também realizou adaptações, de maneira a adequar os métodos às normas vigentes no momento de elaboração desta pesquisa. 3 3. Dimensionamento geotécnico de estacas 3.1. Capacidade de carga de estacas – Método Aoki & Velloso De acordo com Alonso (2010), existem dois métodos mais usuais para estimar a capacidade de carga axial de uma estaca. O primeiro é através da realização de prova de carga, comumente utilizado, e exigido por norma, em grandes obras, mas pouco aplicável em obras de pequeno porte. O segundo é a estimativa por métodos baseados em fórmulas empíricas, com modelos distintos propostos por diversos autores ao longo dos anos. O segundo caso é aplicado facilmente em obras de menor porte e será escolhido devido ao intuito da presente pesquisa de orientar engenheiros com pouca experiência na área. O autor escolheu o método proposto por Aoki & Velloso (1975) modificado por Monteiro (1997) como ferramenta de estudo do presente trabalho. Segundo Gelesov (2015) o método de Aoki & Velloso foi desenvolvido inicialmente baseado no ensaio de cone CPT, tendo suas formulações adaptadas posteriormente ao ensaio SPT, sendo este último amplamente aplicado à nível mundial. Assim, o método permite estimar a capacidade de carga geotécnica de estacas com base no índice NSPT, obtido através do ensaio SPT em solos brasileiros. A aplicação do método consiste em calcular a carga de ruptura, PR, pela soma de duas parcelas de resistência: lateral, PL, e de ponta, PP. Assim, 𝑃𝑅1 = 𝑃𝐿 + 𝑃𝑃 Sendo 𝑃𝑃 = 𝐴 ⋅ 𝑟𝑝 𝑃𝐿 = 𝑈 ⋅ ∑∆𝑙 ⋅ 𝑟𝑙 Onde 𝑟𝑝 = 𝐾 ⋅ 𝑁 𝐹1 𝑟𝑙 = 𝛼 ⋅ 𝐾 ⋅ 𝑁 𝐹2 Em que • N = NSPT, obtido através de ensaio SPT. • A = área de projeção da ponta da estaca. • U = perímetro da seção transversal do fuste. • Δl = trecho onde se admite rl constante. • F1 e F2 são fatores de escala e execução. • α é um coeficiente que define a relação entre as resistências de ponta e por atrito lateral local. • K é o coeficiente de conversão da resistência de ponta do cone para o NSPT. Uma vez conhecida a carga de ruptura PR, a carga admissível da estaca será dada por: 1 Se a parcela de ponta não for considerada, PP = 0, logo PR = PL. 4 a) Para estacas franki, pré-moldadas, metálicas ou raiz 𝑃 ≤ { 𝑃𝑅 2 ; 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢𝑡𝑢𝑟𝑎𝑙. b) Para estacas escavadas com a ponta no solo 𝑃 ≤ { 𝑃𝑅 2 ; 𝑃𝐿/𝐶𝑆 𝑠𝑒 ℎ𝑜𝑢𝑣𝑒𝑟 𝑔𝑎𝑟𝑎𝑛𝑡𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑚𝑝𝑒𝑧𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑎; 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑎𝑑𝑚𝑖𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢𝑡𝑢𝑟𝑎𝑙. Onde CS é o fator que limita a resistência de ponta em uma parcela da carga total. De acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2019): 0,5 ≤ 𝐶𝑆 ≤ 1 Tipos de estacas F1 F2 Franki 2,50 5,00 Metálica / Pré-moldada 1,75 3,50 Raiz / HCM / Ômega* 2,00 4,00 Escavada Grande Ø 3,50 7,00 Escavada Pequeno Ø 3,00 6,00 *Valores estimados por estudos posteriores Tabela 3.1 – Coeficientes F1 e F2 Fonte: Aoki & Velloso (1975) Tipo de terreno K (MPa) α (%) Areia 1,00 1,4 Areia siltosa 0,80 2,0 Areia silto-agilosa 0,70 2,4 Areia argilosa 0,60 3,0 Areia argilo-siltosa 0,50 2,8 Silte 0,40 3,0 Silte arenoso 0,55 2,2 Silte areno-argiloso 0,45 2,8 Silte argiloso 0,23 3,4 Silte argilo-arenoso 0,25 3,0 Argila 0,20 6,0 Argila arenosa 0,35 2,4 Argila areno-siltosa 0,30 2,8 Argila siltosa 0,22 4,0 Argila silto-arenosa 0,33 3,0 Tabela 3.2 – Coeficientes K e α para solos brasileiros Fonte: Aoki &Velloso (1975) 3.1.1. Contribuição de Monteiro (1997) Analisando o comportamento de estacas cravadas e escavadas através de variações em seu processo executivo, Monteiro (1997) apud Vieira (2015) propôs modificações para os coeficientes anteriormentepropostos por Aoki & 5 Velloso, além de propor novos coeficientes de maneira a contemplar o dimensionamento de uma maior variedade de estacas. Monteiro (1997) apud Mantuano (2013) também propõe a limitação dos valores de NSPT em até 40 golpes, até então ilimitado por Aoki & Velloso, além de propor alterações na parcela de solo considerada para o cálculo da resistência de ponta. Enquanto Aoki & Velloso consideravam a média aritmética dos valores de Nspt das camadas imediatamente acima da ponta, de assentamento da ponta e imediatamente abaixo da camada de assentamento, Monteiro (1997) propõe que os valores de NSPT considerados para a parcela de ponta sejam provenientes de uma média ponderada dos valores apresentados em um trecho compreendido entre uma distância igual a 7 vezes o diâmetro da estaca acima da ponta, mais 3,5 vezes o mesmo diâmetro abaixo da ponta. Tipo de Estaca F1 F2 Franki Fuste Apiloado 2,30 3,00 Franki Fuste Vibrado 2,30 3,20 Metálica 1,75 3,50 Pré-Moldada Cravada 2,50 3,50 Pré-Moldada Prensada 1,20 2,30 Escavada c/ Lama Bentonítica 3,50 4,50 Raiz 2,20 2,40 Strauss 4,20 3,90 Hélice Contínua 3,00 3,80 Tabela 3.3 – Coeficientes F1 e F2 para diferentes tipos de estaca Fonte: Monteiro (1997) Tipo de Solo K (MPa) α (%) Areia 0,73 2,1% Areia siltosa 0,68 2,3% Areia silto-argilosa 0,63 2,4% Areia argilosa 0,54 2,8% Areia argilo-siltosa 0,57 2,9% Silte 0,48 3,2% Silte arenoso 0,50 3,0% Silte areno-argiloso 0,45 3,2% Silte argiloso 0,32 3,6% Silte argilo-arenoso 0,40 3,3% Argila 0,25 5,5% Argila arenosa 0,44 3,2% Argila areno-siltosa 0,30 3,8% Argila siltosa 0,26 4,5% Argila silto-arenosa 0,33 4,1% Tabela 3.4 – Coeficientes K e α para solos brasileiros Fonte: Monteiro (1997) 6 A média ponderada dos valores da parcela de cima fornecem qps, enquanto a média ponderada dos valores da parcela de baixo fornecem qpi. O valor a ser adotado, qp,ult é a média aritmética dos dois valores supracitados, ou seja 𝑞𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 𝑞𝑝𝑠 + 𝑞𝑝𝑖 2 Figura 3.1 – Determinação da resistência de ponta segundo Monteiro Fonte: Monteiro (1997) apud Mantuano (2013) 3.2. Estacas carregadas transversalmente no topo Em sua obra, Alonso (2012) diz que as estacas transversalmente podem ser divididas em dois grupos: as ativas e as passivas. No primeiro caso, a ação de cargas externas faz com que a estaca transmita ao solo esforços horizontais, ou seja, o carregamento é a causa e o deslocamento horizontal, o efeito. No segundo caso, os esforços horizontais ao longo do fuste são causados pela movimentação do solo que as envolve, ou seja, o deslocamento horizontal é a causa e o carregamento ao longo do fuste, o efeito. 7 Figura 3.2 – Diferença entre estacas ativas e passivas Fonte: Alonso (2012) No caso de uma estrutura de contenção, os esforços de empuxo na contenção são transferidos para a estaca que, por sua vez, transmite esses esforços ao solo. Assim, as estacas presentes nesse tipo de obra podem ser classificadas como ativas. Outro fator levantado por Alonso (2012) a ser analisado é a condição de engastamento da estaca no bloco. Através da compilação de trabalhos de diversos autores acerca desta problemática, Rollins e Stenlund (2010) elencaram que esta condição depende fundamentalmente da relação da rigidez da ligação estaca-bloco e das condições de restrição à rotação do bloco. Foi ainda observado que, mesmo para as condições mais restritivas, é comum que os blocos apresentem certa rotação, o que causa um alívio nos momentos no topo da estaca, fazendo com que a ligação apresente comportamento semirrígido. Figura 3.3 – Considerações do engastamento da estaca no bloco Fonte: Alonso (2012) 8 Figura 3.4 – Curvas carregamento versus deflexão no topo de uma estaca comparando condições de engastamento. Fonte: Mokwa e Duncan (2003) apud Rollins e Stenlund (2010) 3.2.1. Modelo de Winkler e módulo de reação horizontal Dentre os diversos modelos existentes para o cálculo de uma estaca carregada transversalmente, o mais utilizado até hoje é o de Winkler, desenvolvido originalmente para o cálculo de uma viga sobre apoio elástico, em que “o deslocamento y de um elemento carregado é independente da carga e do deslocamento dos elementos adjacentes” (ALONSO, 2012). Apesar de não representar fielmente a realidade do problema, este modelo é capaz de fornecer resultados plenamente satisfatórios mesmo em comparação com modelos mais sofisticados, como o método dos elementos finitos e as soluções baseadas na teoria do meio elástico. De acordo com Alonso (2012), para o estudo de estacas ativas, o conceito do coeficiente de reação horizontal é amplamente utilizado, sendo estimado, na grande maioria das vezes, a partir dos resultados de ensaios SPT. Deste modo, torna-se necessário a realização de ensaios de prova de carga para que se possa aferir os parâmetros envolvidos no problema. O coeficiente de reação horizontal, kz, de um solo à uma profundidade z é definido pela relação entre a pressão unitária σz aplicada pela estaca nesta profundidade e o deslocamento sofrido pelo solo. Embora aplicável no caso de vigas horizontais sobre apoio elástico, o conceito do coeficiente de reação horizontal perde seu sentido em sua aplicação ao caso de estacas. Isso acontece porque, ao considerarmos as estacas como corpos rígidos, à medida que seu diâmetro aumenta, o diagrama da distribuição das tensões aplicadas pela estaca no solo passa a apresentar configurações diferentes. Por esse motivo, atualmente passamos a utilizar o conceito de coeficiente de reação horizontal, K, definido como sendo a reação aplicada pelo solo à estaca, p (expressa em unidade de força por unidade de comprimento), dividida pelo deslocamento, y (expresso em unidade de comprimento). Assim: 9 𝐾 = 𝑝 𝑦 Figura 3.5 – Transformação de pressão em carga linear Fonte: Alonso (2012) Aplicando o conceito do módulo de reação horizontal ao modelo proposto por Winkler, é possível modelar o comportamento do solo como uma série de molas, que apresentam comportamento definido pelas curvas p – y. Alonso (2012) diz que, no estudo de estacas carregadas transversalmente, é necessário prever a variação do módulo de reação horizontal com a profundidade, podendo esta ocorrer de duas maneiras: K mantêm-se constante ou cresce linearmente com a profundidade. O primeiro caso ocorre nos tipos de solo que apresentam características de deformação praticamente independentes da profundidade. Segundo Alonso (2012), os solos que possuem essas propriedades são as argilas pré-adensadas (rijas a duras). Para esses solos, podemos escrever: K = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 Figura 3.6 – Aplicação do modelo de Winkler a estacas com topo livre (a) e engastado (b) no software Ftool. Fonte: O autor. 10 O segundo caso refere-se aos solos que apresentam características de deformação proporcionais à profundidade, ou seja, solos arenosos e argilas normalmente adensadas (moles). Para esses solos, temos que: K = ηℎ ⋅ z Onde ηh = denominado por Terzaghi como “constante do coeficiente de reação horizontal”. Figura 2.7 – Variação do módulo de reação horizontal com a profundidade Fonte: Alonso (2012) Os valores de K e ηh podem ser obtidos por meio de ensaios de prova de carga. Alguns valores típicos para K e ηh foram transcritos nas Tabelas 2.5 e 2.6. Argilas pré-adensadas Valores de K (MPa) Consistência qu (kPa) Ordem de grandeza Valor provável Média 20 a 40 0,7 a 4,0 0,8 Rija 100 a 200 3,0 a 6,5 5 Muito Rija 200 a 400 6,5 a 13,0 10 Dura 400,00 > 13,0 19,5 Tabela 3.5 – Valores de K para argilas pré-adensadas. Fonte: Davisson (1963) apud Alonso (2012) Compacidade da areia ou consistência da argila ηh (MN/m³) Seca Saturada Areia fofa 2,6 1,5 Areia medianamente compacta 8,0 5,0 Areia compacta 20,0 12,5 Silte muito fofo - 0,1 a 0,3Argila muito mole - 0,6 Tabela 3.6 – Valores de ηh para areias, siltes e argilas normalmente adensadas. Fonte: Davisson (1963) apud Alonso (2012) Davisson (1963) apud Alonso (2012) sugere ainda que, mesmo para o caso de argilas pré-adensadas, admita-se uma variação de K em degrau, conforme mostra a Figura 3.8. 11 Figura 3.8 – Redução do módulo proposto por Davisson Fonte: Davisson (1963) apud Alonso (2012) Alonso (2012) observa que, apesar dos valores de K e ηh serem de difícil previsão, os erros na avaliação desses valores exercem pouca influência nos cálculos dos diagramas. Isso ocorre porque a equação para sua determinação envolve uma raiz quarta, no caso de K = constante, ou uma raiz quinta, no caso de K = ηh.z. Outro aspecto importante levantado pelo mesmo autor é que o comportamento das estacas é majoritariamente influenciado pelo solo que ocorre nos primeiros metros. Isso pode ser observado na Figura 2.8, em que o comportamento da estaca é comandado até a profundidade z = 0,4R, sendo: R = √ EI K 4 Ainda segundo Alonso (2012), Matlock e Reese concluíram que, no caso de areias, o comportamento da estaca é comandado pelo solo que ocorre até a profundidade z = T, em que: T = √ EI ηℎ 5 3.2.2. Modelos de cálculo: estaca longa e curta Assim como em outros elementos de fundação, o processo de dimensionamento de uma estaca, como levantado por Alonso (2012) deve contemplar dois objetivos simultaneamente: • Cálculo dos deslocamentos e dos esforços na estaca que permitam seu dimensionamento estrutural; • Verificação da segurança à ruptura do solo que serve de suporte à estaca. De maneira a atingir o primeiro objetivo, é preciso adotar um modelo de cálculo conveniente, que represente de maneira adequada a situação à que estará sujeita a estaca em campo. Para isso, existem dois métodos extremos, indicados na Figura 3.9. O primeiro, chamado de estaca longa, fornece resistência de ponta nula (em casos onde atuam apenas solicitações horizontais), de maneira que o 12 momento atuante na estaca é dissipado ao longo de seu comprimento. O segundo, chamado de estaca curta, trata do caso em que a resistência de ponta da estaca é fundamental para o equilíbrio dos esforços transversais externos. Neste último caso, a estaca comporta-se como corpo rígido, sendo estudada baseada nas equações estáticas, além de apresentar momento não-nulo em sua ponta. Ainda de acordo com Alonso (2012), uma estaca será considerada longa quando seu comprimento enterrado l for: • l ≥ 4T (solos com K = ηh . z); • l ≥ 4R (solos com K = constante). Figura 3.9 – Diferenciação entre estacas longas e curtas Fonte: Alonso (2012) Quanto ao segundo objetivo, da verificação de segurança à ruptura do solo, Alonso (2012) destaca que se deve comparar o diagrama de pressões aplicadas ao solo pela estaca com o diagrama de pressões de ruptura do solo. 3.2.3. Solução de Miche Segundo Alonso (2012), ao estudar as equações diferenciais para os casos específicos de estacas longas imersas em solos com módulo de reação horizontal variáveis (K = ηh . z), Miche propôs formulações par determinar o deslocamento horizontal no topo da estaca e o momento fletor máximo atuante nesta, sendo: • Deslocamento horizontal no topo da estaca 𝑦0 = 2,4 𝑇3𝐻 𝐸𝐼 • Momento fletor máximo (ocorre na profundidade z = 1,32 T). 𝑀𝑚á𝑥 = 0,79 𝐻𝑇 4. Dimensionamento estrutural de estacas Tendo visto as etapas de dimensionamento geotécnico de estacas e definido os modelos necessários para obtenção dos diagramas de esforços internos, torna- se necessário avaliar os critérios de dimensionamento estrutural das estacas. 13 A NBR 6122 (ABNT, 2019) define que para determinados tipos de estacas sujeitas apenas a tensões de compressão de intensidade inferior a 5 ou 6 MPa, não é necessário o dimensionamento de armadura ao longo do fuste da estaca, sendo esta utilizada apenas no trecho de ligação com o bloco, com uma taxa de armadura mínima, conforme mostra a Tabela 4.1. Tipo de Estaca Classe de agressividade ambiental (CAA) conforme NBR 6118 (ABNT, 2014) Classe do concreto / resistência característica da argamassa de concreto γc Taxa de Armadura mínima (%) Comprimento mínimo (incluindo trecho de ligação com o bloco) m Tensão de compressão simples atuante abaixo de qual não é necessário armar (exceto ligação com o bloco) MPa Hélice / hélice de deslocamento / hélice com trado segmentado I, II C30 2,7 0,4 4,0 6,0 III, IV C40 3,6 Escavadas sem fluido I, II C25 3,1 0,4 2,0 5,0 III, IV C40 5,0 Escavadas com fluido I, II C30 2,7 0,4 4,0 6,0 III, IV C40 3,6 Strauss I, II 20 MPa 2,5 0,4 2,0 5,0 Franki I, II, III, IV 20 MPa 1,8 0,4 Integral - Tubulões não encamisados I, II C25 2,2 0,4 3,0 5,0 III, IV C40 3,6 Raiz I, II, III, IV 20 MPa 1,6 0,4 Integral - Microestacas I, II, III, IV 20 MPa 1,8 0,4 Integral - Estaca trado vazado segmentado I, II, III, IV 20 MPa 1,8 0,4 Integral - Tabela 4.1 – Estacas moldadas in loco e tubulões: parâmetros para dimensionamento Fonte: Adaptado da NBR 6122 (ABNT, 2019) Na presença de esforços de compressão maiores que os valores definidos na Tabela 4.1 ou de esforços de tração, torna-se necessário dimensionar as armaduras longitudinais. Do mesmo modo, sob atuação de esforços transversais ou de momento fletor que possam gerar flexão na estaca, é preciso realizar o dimensionamento das armaduras transversais. O dimensionamento das armaduras da estaca deve, então, seguir os critérios dispostos nas NBR 6118 (ABNT, 2014) e NBR 6122 (ABNT, 2019). Para os casos específicos de elementos de concreto armado, os coeficientes de majoração de esforços solicitantes γf e de minoração da resistência do aço γs são, respectivamente, 1,4 e 1,15. 4.1. Dimensionamento na compressão Para estacas sujeitas a compressão simples, o dimensionamento estrutural pode ser realizado de acordo com a fórmula: 𝑁𝑑 = 𝐴𝑐 ⋅ 0,85 ⋅ 𝑓𝑐𝑑 + 𝐴𝑠 ⋅ 𝑓𝑦𝑑 14 Onde 𝑁𝑑 = 𝑁𝑘 ⋅ 𝛾𝑓 𝑓𝑐𝑑 = 𝑓𝑐𝑘 𝛾𝑐 𝑓𝑦𝑑 = 𝑓𝑦𝑘 𝛾𝑠 E • Ac é a área de concreto da seção transversal da estaca • As é a área da seção transversal das armaduras longitudinais da estaca. Para os casos de flexão composta, o dimensionamento pode ser realizado utilizando-se os ábacos existentes, como os de Montoya ou de Pfeil, por exemplo. No caso restritivo de seções circulares maciças, o dimensionamento pode ser realizado através dos ábacos extraídos por Alonso (2012) dos apontamentos de aulas do professor Lobo B. Carneiro, dispostos nas Figuras 1.2 a 1.5 da obra citada, respeitando-se a disposição da armadura longitudinal de acordo com: • Para ρ = 0 a área de aço necessária As,nec é zero, devendo atender unicamente os critérios de armadura mínima dispostos na Tabela 4.1. Assim, As = As,mín e a armadura é disposta apenas no trecho de ligação com o bloco. • Para ρ ≠ 0, As = As,nec ≥ As,mín e a armadura deve ser disposta em um comprimento útil maior ou igual a 4T (solos com K variável linearmente com a profundidade) ou 4R (solos com K constante). De acordo com Alonso (2012), para estacas ou tubulões sujeitos a esforços de compressão, cuja cota de arrasamento esteja acima do nível do terreno (ou seja, possuam trechos onde não há o efeito de confinamento pelo solo) ou que atravessem camadas de solos moles, torna-se necessário realizar a verificação da segurança quanto ao efeito da flambagem, segundo os critérios estabelecidos pela NBR 6118 (ABNT, 2014). O primeiro passo para a verificação da flambagem é a definição do índice de esbeltez da estaca, dado por: λ = L𝑒 𝑖 Onde 𝑖 = √ 𝐼 𝐴 Em que • Le é o comprimento de flambagem da estaca • I é o momento de inércia da seção da estaca • A é a área da seção transversal da estaca. A norma em questão define três intervalos de classificação de elementos lineares quantoà sua esbeltez: I. λ ≤ λ1 II. 90 ≤ λ ≤ 140 III. 140 ≤ λ ≤ 200 Onde 𝜆1 = 25 + 12,5 ⋅ 𝑒1 ℎ 15 Em que • e1/h é a excentricidade relativa de 1ª ordem na cabeça da estaca. A NBR 6118 (2014) estabelece que não se deve dimensionar pilares (estacas, no caso do presente estudo) com λ maior que 200. Excepcionalmente no caso de elementos pouco comprimidos, com Nd menor que 0,10 fcdAc, permite-se o dimensionamento de elementos com λ maior que 200. Para o caso específico de estacas parcialmente enterradas, o comprimento de flambagem Le pode ser obtido pelo modelo de Davisson e Robinson (1963) apud Alonso (2012). Desse modo, a estaca pode ser substituída por uma estaca equivalente de comprimento total Le, conforme a Figura 4.1. Figura 4.1 – Obtenção do comprimento de flambagem Le Fonte: Davisson e Robinson (1963) apud Alonso (2012) Para o primeiro caso, em que λ ≤ λ1, a verificação quanto aos efeitos de segunda ordem se faz desnecessária, e o dimensionamento pode ser realizado de acordo com o disposto no início desta subseção, majorando a solicitação Nd por um coeficiente equivalente a: (1 + 6 ℎ ) Onde h2, em centímetros, é o menor lado do retângulo mais estreito circunscrito à seção da estaca. Para o segundo caso, onde 90 ≤ λ ≤ 140, o cálculo é realizado introduzindo-se os momentos de segunda ordem, de maneira que o momento considerado no dimensionamento da estaca passa a ser o descrito na fórmula: 𝑀𝑑,𝑡𝑜𝑡 = 𝑀1𝑑,𝐴 + 𝑁𝑑 ⋅ 𝐿𝑒 2 10 ⋅ 1 𝑟 Sendo 1/r a curvatura na seção crítica, que pode ser avaliada pela expressão aproximada: 2 h = d para estacas de seção circular. 16 1 𝑟 = 0,005 ℎ(𝜈 + 0,5) ≤ 0,005 ℎ Onde 𝜈 = 𝑁𝑑 𝐴𝑐 ⋅ 𝑓𝑐𝑑 Em que • ν é a força normal adimensional • M1d,A é o momento de cálculo de 1ª ordem na extremidade mais solicitada da estaca. Quanto ao terceiro caso, onde 140 ≤ λ ≤ 200, o cálculo é feito de maneira análoga ao segundo, porém adotando-se um coeficiente adicional de majoração que multiplica os esforços finais de cálculo, dado pela expressão: 𝛾𝑛1 = 1 + 0,01 ⋅ (λ − 140) 1,4 4.2. Dimensionamento na tração O dimensionamento estrutural de estacas sujeitas a esforços de tração baseia- se fundamentalmente no controle da abertura de fissuras na estaca. A diferença, aqui, consiste em adotar um valor limite para a tensão atuante nas armaduras σs de modo a respeitar os limites estabelecidos para a abertura de fissuras wk. A partir desta tensão limite é que se realiza o dimensionamento das armaduras, descartando-se o valor de fyd, utilizado em outros casos. Essa relação entre a abertura de fissuras e a tensão limite no aço é definida pela seguinte equação, extraída da NBR 6118 (ABNT, 2014): 𝑤𝑘 = ∅𝑖 ⋅ 3𝜎𝑠 2 12,5η1 ⋅ 𝐸𝑠 ⋅ 𝑓𝑐𝑡,𝑚 Em que wk é o valor considerado para a abertura de fissuras, dado pela Tabela 2.8 Øi é o diâmetro nominal da armadura longitudinal da estaca σs é a tensão atuante na armadura longitudinal da estaca η1 é o coeficiente de conformação superficial da armadura longitudinal da estaca, dado pela Tabela 2.9 Es é o módulo de elasticidade do aço da armadura longitudinal da estaca fct,m é a resistência média à tração do concreto, calculada pela expressão3: 𝑓𝑐𝑡,𝑚 = 0,3𝑓𝑐𝑘 2 3 Tipo de concreto estrutural Classe de agressividade ambiental (CAA) Exigências relativas à fissuração Combinação de ações em serviço à utilizar Concreto Armado4 I ELS-W wk ≤ 0,4 mm Combinação frequente II e III ELS-W wk ≤ 0,3 mm IV ELS-W wk ≤ 0,2 mm Tabela 4.2 – Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração em função das classes de agressividade ambiental Fonte: Adaptado da NBR 6118 (ABNT, 2014) 3 Aplicável a concretos de classe até C50. Para concretos de classes C55 a C90, consultar NBR 6118 (ABNT, 2014). 4 Para elementos em concreto simples ou protendido consultar NBR 6118 (ABNT, 2014). 17 Tipo de Barra η1 Barras Lisas 1,00 Barras Entalhadas 1,40 Barras Nervuradas 2,25 Tabela 4.3 – Valores para o coeficiente η1 Fonte: Adaptado da NBR 6118 (ABNT, 2014) Desse modo, é possível dimensionar as armaduras, para o caso de tração simples, pela expressão: 𝐴𝑠 = 𝑁𝑡𝑘 𝜎𝑠 Para os casos de flexo-tração, o dimensionamento pode ser realizado pelos ábacos citados na seção 4.1 deste trabalho, adotando-se os valores correspondentes para σs. Além disso, no caso de estacas tracionadas, estas devem ser armadas ao longo de todo o seu comprimento. 4.3. Dimensionamento das armaduras transversais A antiga NBR 6118 trazia critérios de dimensionamento de armadura transversais para elementos lineares de seção retangular. No entanto, estes critérios não eram otimizados para a grande maioria dos casos de estacas, onde se tem seção circular (ALONSO, 2012). Com a revisão de 2014, esta norma trouxe novos critérios, contemplando o dimensionamento de armaduras transversais para elementos lineares com qualquer tipo de seção. O critério da NBR 6118 (ABNT, 2014) passou, então, a ser utilizado pelos projetistas de fundações e de contenções. Um exemplo de aplicação prática utilizando a nova norma para o dimensionamento de armaduras transversais para uma estrutura de contenção em estacas justapostas foi apresentado por Antunes (2007). Desse modo, o autor do presente trabalho optou por trazer o método exposto em aula pelo professor Douglas M. Bittencourt. Este último trata de uma modificação nos critérios de dimensionamento da antiga NBR 6118, aplicável ao caso de estacas com seção circular. Para o caso de estacas sujeitas apenas a esforços axiais, não há necessidade de verificação de uma taxa de armadura mínima para o dimensionamento de armaduras transversais. Assim, é possível adotar uma armadura de maneira arbitrária, respeitando os limites estabelecidos pela NBR 6118 (ABNT, 2014), sendo: O diâmetro das barras das armaduras transversais Øt deve ser o maior valor dentre • 5 mm • ¼ do diâmetro das barras das armaduras longitudinais Øl. O espaçamento s deve ser igual ou inferior ao menor dos valores entre • 200 mm • Diâmetro da estaca Ø ou a menor dimensão da seção, para estacas de seção não-circular 18 • 24 Øl para concretos de classe C25 a C45 e 12 Øl para concretos de classe acima de C50. A mesma norma ainda cita a possibilidade de adoção de Øt < ¼ Øl desde que as armaduras sejam constituídas do mesmo tipo de aço e o espaçamento respeita também a limitação: 𝑠𝑚á𝑥 = 90000 𝑓𝑦𝑘 ( ∅𝑡 2 ∅𝑙 ) Com fyk em megapascal. Quando houver a atuação de esforços horizontais, o cálculo das armaduras se dá pelo seguinte procedimento: 𝜏𝑤𝑑 = 𝛾𝑓 ⋅ 𝑉𝑘 𝑎2 ≤ { 0,25𝑓𝑐𝑑 4,5 𝑀𝑃𝑎 Onde Vk é solicitação horizontal característica e a pode ser calculado por 𝑎 = √ 𝜋 ⋅ ∅2 4 Sendo Ø o diâmetro da estaca. Assim, 𝜏𝑑 = 1,15𝜏𝑤𝑑 − 𝜏𝑐 Onde 𝜏𝑐 = Ψ1 ⋅ √𝑓𝑐𝑘 Em que Ψ1 é um coeficiente que depende dos valores de ρ, de modo que: • Ψ1 = 0,007 para ρ < 0,001 • Ψ1 = 0,065 + 5ρ para 0,001 ≤ ρ ≤ 0,015 • Ψ1 = 0,14 para ρ > 0,015 Sendo ρ a taxa de aço da armadura longitudinal da estaca, dada por 𝜌 = 𝐴𝑠 𝐴𝑐 Assim, é possível determinar a taxa de aço necessária para a armadura transversal da estaca Asw,nec, em cm²/m, onde A𝑠𝑤,𝑛𝑒𝑐 = 100 ⋅ 𝑎 ⋅ 𝜏𝑑 𝑓𝑦𝑑 Respeitando-se a taxa de armadura mínima Asw,min, em cm²/m, dada por A𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 = 0,14𝑎 Com a em centímetros em ambas as fórmulas. Desse modo, • Para τd ≤ 0, Asw = Asw,min • Para τd > 0, Asw = Asw,nec ≥ Asw,min O espaçamento s dos estribos pode ser encontrado por: 𝑠 ≤ 100 ⋅ 𝑛 ⋅ 𝐴𝐵 𝐴𝑠𝑤 ≤ 𝑠𝑚á𝑥 Onde n é o número de ramos do estribo e AB é a área da bitola do estribo. 5. Conclusão Com a apresentação dos métodos para dimensionamento geotécnico e estrutural de estacas sujeitas a solicitações horizontais e axiais, a presente pesquisa cumpriu com os objetivos estabelecidos previamente. 19 A intenção prévia da pesquisa seria abordar uma maiorvariedade de métodos para cada item específico, além de realizar um exemplo prático. No entanto, devido às limitações da pesquisa, esta foi reduzida em uma revisão bibliográfica abordando apenas um método por item, ficando esse objetivo inicial, então, como sugestão para trabalhos futuros. O autor desta pesquisa reforça que é fundamental o conhecimento de outros métodos de dimensionamento, principalmente do ponto de vista geotécnico, pois os resultados podem divergir de região para região, devido à grande variabilidade dos solos brasileiros. A calibração dos dados, principalmente quanto à adaptação dos resultados dos ensaios de prova de carga ao modelo de Winkler também se faz necessária e fornece parâmetros mais seguros e, possivelmente, econômicos para o dimensionamento das estacas. 20 Referências 1. ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto - procedimento. Rio de Janeiro, 2014. 2. ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122: Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro, 2019. 3. ALONSO, U. R. Dimensionamento de fundações profundas. 2ª ed. São Paulo: Blucher, 2012. 4. ALONSO, U. R. Exercícios de fundações. 2ª ed. São Paulo: Blucher, 2010. 5. ANTUNES, R. B. Dimensionamento de cortina de estacas justapostas para execução de subsolo de edifício comercial. 2007. 34 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Laboratório de Engenharia Civil, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes, 2007. 6. AOKI, N.; VELLOSO, D. A. An approximate method to estimate the bearing capacity of piles. In: PAN-AMERICAN CONFERENCE OF SOIL MECHANICS AND FOUNDATION ENGINEERING, 5., 1975, Buenos Aires. Anais... Buenos Aires: International Society of Soil Mechanics and Geotechnical Engineering, 1975. p. 367-376. 7. GELESOV, Y. T. Previsão da capacidade de carga de estacas escavadas em solo arenoso da região de Araquari-SC. 2015. 86 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Faculdade de Engenharia, Universidade Estadual Paulista, Guaratinguetá, 2015. 8. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2002. 9. MANTUANO, R. M. Comparação entre métodos de dimensionamento e influência do processo executivo no comportamento de estacas hélice. 2013. 87 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013. 10. MONTEIRO, P. F. F. Capacidade de carga de estacas – método Aoki & Velloso. Rio de Janeiro: Relatório Interno de Estacas Franki Ltda., 1997. 11. ROLLINS, K. M.; STENLUND, T. E. Laterally loaded pile cap connections. UDOT Report No. UT-10.16. Utah Department of Transportation, Salt Lake City, Utah, 2010. 12. VIEIRA, F. P. Critério estatístico para obtenção de valores de NSPT para previsão da capacidade de carga de estacas por métodos semi- empíricos. 2015. 129 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015.
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