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Das pessoas

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Das pessoas
Pessoa:
- É o sujeito (titular) de relações jurídicas, podendo ser pessoa natural e pessoa jurídica.
- Pessoa Natural: é o ser humano, sem discriminação de qualquer natureza, bastando ter nascido com vida.
Art 1° CC: Toda pessoa é capaz de direito e deveres na ordem civil
- Personalidade é a aptidão que toda pessoa tem de adquirir direitos e contrair deveres
- Capacidade: toda pessoa é capaz de direito e deveres na ordem civil, sendo essa capacidade de ADQUIRIR e não de exercer. Ou seja, é a capacidade de direito ou de gozo, que toda pessoa tem.
	Capacidade de direito ou gozo: aptidão que toda pessoa tem de adquirir direitos e deveres
	Capacidade de exercício ou de fato: exercício dos direitos e deveres 
Art 2° CC:
A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
- Conceitos: 
Pessoa é o ser humano nascido com vida
Nascituro é o ser já concebido, mas que ainda está no ventre materno
Natimorto é o ser expelido sem vida do ventre materno
Personalidade é a aptidão
- Somente adquirimos personalidade jurídica após o nascimento com vida
- Teoria sobre o início da personalidade civil:
	Teoria natalista: entende que a personalidade civil da pessoa somente se inicia após o seu nascimento com vida. Ou seja, enquanto o nascituro está no ventre materno, não adquire direitos e deveres na ordem civil. O natimorto não adquiriu personalidade. Também reconhece os direitos do nascituro mas seriam apenas alguns como: a vida, saúde, integridade física… excluindo os direitos patrimoniais. O nascituro não tem personalidade civil.
	Teoria Concepcionista: defende que o nascituro já adquire a personalidade civil desde a concepção.
O nascituro já teria adquirido direitos desde o momento da concepção, somente alguns efeitos desses direitos é que estariam aguardando ele nascer com vida, em especial os direitos patrimoniais materiais tais como propriedade e herança. O natimorto tem personalidade jurídica e por isso terá direitos assegurados, tais como: imagem, sepultura, nome. Está sendo a mais adotada nas decisões.
- Nascituro:
É o ser já concebido mas que ainda está no ventre materno
Quais os direitos assegurados desde a concepção? Direito à vida, à filiação, à saúde, à integridade física, a danos morais em alguns casos, a receber doações, etc.
- Natimorto:
Tem direitos assegurados: direito ao nome, ao túmulo, à imagem. Mas não tem direito a receber doação ou herança (direito patrimoniais).
OBS: Os embriões concebidos in vitro gozam das mesmas garantias e direitos dos nascituros.
Capacidade plena e incapacidade:
- Manifestação da vontade: é quando a pessoa ao realizar negócios jurídicos faz de acordo com os seus interesses.
- Capacidade plena: reúne capacidade de direito ou de gozo + capacidade de exercício ou de fato
Ou seja, adquire e exerce seus direitos e deveres, sem ajuda de um assistente ou representante.
Incapacidade absoluta: possui capacidade de direito ou de gozo, mas não possui capacidade de exercício ou de fato. 
- O incapaz absoluto não pode manifestas sua vontade, devendo esta ser manifestada por um representante.
- Incapacidade relativa: possui capacidade de direito ou gozo e sua capacidade de exercício ou fato é limitada. O relativamente incapaz pode manifestar a sua vontade, mas deverá ser assistido pelo seu assistente.
- Cessação da incapacidade:
Art5° A menoridade cessa aos 18 anos completos, quando a pessoa fica habilitada À prática de todos os atos da vida civil. Passando a ter capacidade plena.
Emancipação: 
- É a antecipação da capacidade civil antes de a pessoa atingir a maioridade.
- Voluntária: requisitos: vontade dos pais; vontade do menor; realizada no cartório por instrumento público; independe de homologação judicial; o menor precisa ter 16 anos completos.
- Judicial: o menor possui um tutor; o menor precisa ter 16 anos completos; o juiz ouvirá o tutor; a emancipação é conferida por sentença do juiz
- Legal: casamento; exercício de emprego público efetivo; colação de grau em ensino superior; desde que o menor, com 16 anos completos, tenha economia própria em função de: estabelecimento civil, comercial ou relação de emprego.
Extinção da personalidade natural: se dá com a morte
- Morte real: se dá pela existência de um corpo
- Morte presumida: temos que presumir a morte, pois não existe um corpo.
- Morte real: a prova jurídica da morte real se dá pela certidão de óbito. 
- A morte acarreta a extinção da personalidade trazendo consequências como: extinção da obrigação de pensão alimentícia; dissolução do vínculo conjugal, etc.
- Morte presumida: 
	
	Com decretação de ausência: presume-se a morte, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
Ausentes são aquelas pessoas que desaparecer e nunca mais se teve notícias.
Quando isso acontece é aberto um processo judicial de ausência que possui 3 fases: curadoria, sucessão provisória, sucessão definitiva.
Somente após aberta a sucessão definitiva vai ser presumida a morte da pessoa.
	Sem decretação de ausência: 
Pode ser declarada a morte presumida sem decretação de ausência:
I- se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida.
II – se alguém desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até 2 anos após o término da guerra.
A declaração da morte presumida somente poderá ser requeria depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data do provável falecimento.
OBS: A reversibilidade da decretação da morte presumida: pode ser reversível se for encontrada a pessoa; ou o momento da morte pode ser revisto se for encontrado o corpo da pessoa.
Comoriência: 
- É também conhecida como morte simultânea, e ocorre quando duas ou mais pessoa venha a falecer na mesma ocasião e não se sabe precisar quem faleceu primeiro.
Art. 8° CC Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
- A comoriência só tem importância em relação há transferência de direitos entre os comorientes, ou herança.
Direitos da personalidade:
- São os direitos inerentes ao próprio ser humano (pessoa).
- É o direito que a pessoa tem de defender os seus direitos de existência, à vida, à integridade, etc.
- Todo ser humano possui os direitos da personalidade como razão da sua própria existência, por esse motivo não podemos confundir os direitos da personalidade com os direitos patrimoniais, que a pessoa pode ou não adquirir.
- Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
- Também são absolutos, extrapatrimoniais, impenhoráveis, indisponíveis, imprescritíveis e vitalícios.
- Proteção aos direitos da personalidade: devem ser respeitados por todas as pessoas.
Art. 12, CC: Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, o direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
- Medidas judiciais adotadas:
Preventiva: previne que ocorra a lesão ao direito da personalidade
Cominatória: se pede que se aplique uma multa quando há lesão ao direito da personalidade
Repressiva: para reprimir a lesão ao direito da personalidade
- Medidas judiciais adotadas pela CF:
Habeas Corpus
Habeas Data
Mandado de Segurança
Mandado de Injunção
Disposição do próprio corpo:
- A integridade física é um direito da personalidade e, portanto, é indispensável e irrenunciável.
- A integridade física é tutelada pelo Estado.
Art.13, CC: Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio copro, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
- Pode haver transplante de órgão, sendo vedada todo tipo de comercialização.
Art.9° - Lei 9.434/97: É permitida, por pessoa capaz, a disposição do próprio corpo em vida para fins terapêuticos, ou de transplante,em cônjuge ou parentes até o 4° grau, ou para qualquer outra pessoa mediante autorização judicial.
- Somente pode doar: quando a doação não constituir perigo de vida; não acarretar risco para a integridade física; não representar comprometimento das aptidões vitais e saúde mental; não causar deformação ou mutilação inaceitável e, por fim, de órgãos duplos.
Tratamento médico e intervenção cirúrgica:
Art 15,CC: Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. ( Princípio da Autonomia da Vontade)
Disposição do próprio corpo após a morte:
Art. 14,CC: É valida com objetivo científico, ou altruístico, a disposição do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Nome da pessoa natural: 
 
- É um direito da personalidade e, portanto, um direito fundamental.
- O nome é a forma de individualizar a pessoa perante o Estado e a sociedade.
Art 16,CC: Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendido o prenome(simples ou composto) e o sobrenome(simples, composto ou agnome).
- Possibilidade de alterar o prenome:
a) Que exponha ao ridículo
b) Erro de grafia
c) Homonímia (pessoas com mesmo nome)
d) Mudança de sexo
e) Adoção durante a menoridade
f) Para proteção de vítimas e testemunhas
g) Apelido público e notório
- Possibilidade de alterar o sobrenome:
a) Casamento
b) Divórcio
c) Adoção
Ausência:
Ocorre a ausência quando uma pessoa desaparece de seu domicílio e não deixa notícias.
Fases:
Curadoria: 
Art. 22, CC:Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. 
Art.23,CC: Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes. 
Art. 24, CC: O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores. 
Art. 25.O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.
§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos. ( Filhos, netos e bisnetos)
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.
Sucessão provisória:
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão. 
A sucessão provisória pode ser aberta após 1 ano de curadoria ou 3 anos se o agente deixou procurador.
A pessoa é considerada ausente.
Os herdeiros somente possuem a posse dos bens.
Os herdeiros não podem alienar os bens do ausente.
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:
I - o cônjuge não separado judicialmente;
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido. 
Com isso, depois que transitar em julgado a sentença já pode abrir testamento e inventário.
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.
§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.
§ 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína. 
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas. 
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente.
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo. 
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono. 
Sucessão Definitiva:
Morte presumida:
Art. 6° A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. 
Ou seja, a sucessão definitiva é onde declara-se a morte da pessoa.
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas. 
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele. 
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo. 
 
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal. 
Domicílio:
- É o local onde a pessoa é encontrada, onde ela vai responder por suas obrigações, exercer seus direitos e celebrar seus negócios jurídicos.
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo. 
Residência x Moradia:
- Residência: a pessoa possui o ânimo definitivo de se estabelecer no local. Ex: Casa onde a pessoa mora.
- Moradia: a pessoa não tem intenção de ficar. Ex: Hotel
- Domicílio: possui dois elementos:
a) Objetivo: o lugar, o local.
b) Sujetivo: a intenção de permanecer com ânimo definitivo.
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. 
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde estaé exercida.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada. 
- Domicílio legal: é o domicílio determinado pela lei>
Incapaz – no domicílio do seu representante
Servidor público – o lugar onde exerce suas funções
Marítimo – onde o navio estiver matriculado
Militar – onde servir
Preso – onde cumprir a pena
- Domicílio de eleição – escolhido pelo contrato entre as partes:
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.

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