Buscar

Unidade II - Áreas de atuação da Gestão e Gestão Democrática

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Prática de Ensino em 
Gestão Educacional
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Dra. Julia de Cassia Pereira do Nascimento
Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Áreas de atuação da Gestão e Gestão Democrática
• Introdução
•
 
Direção: áreas de atuação
•
 
Direção: gestão democrática
•
 
Considerações Finais
 · Organizar informações e produzir saberes que possibilitem a crítica e as 
discussões na disciplina Prática de Ensino na Gestão Educacional, com 
propostas pedagógicas voltadas para as áreas de atuação do Gestor 
Educacional e para a gestão democrática, a partir das observações em 
campo de estágio.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Nesta Unidade, vamos aprender um pouco mais sobre a Prática de Ensino 
na Gestão Educacional, ressaltando as áreas de atuação do gestor e a gestão 
democrática nas escolas. 
Então, procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o material 
complementar. Não esqueça: a leitura é um momento oportuno para registrar 
suas dúvidas; por isso, não deixe de registrá-las e transmiti-las ao professor-tutor. 
Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais interativo 
possível, permitindo a reflexão e discussão necessárias à sua formação, participe 
do fórum proposto nesta unidade.
Cada material disponibilizado é mais um elemento para seu aprendizado, por 
favor, estude todos com atenção!
Lembre-se: você é responsável pelo seu processo de estudo; por isso, aproveite 
ao máximo esta vivência digital!
ORIENTAÇÕES
Áreas de atuação da Gestão e 
Gestão Democrática
UNIDADE Áreas de atuação da Gestão e Gestão Democrática
Contextualização
Fonte: Thinkstock/Getty Images
O trabalho do diretor deve ir muito além dos controles administrativos dentro 
da escola.
Você já pensou sobre isso? 
Quais são os profissionais envolvidos nesse processo? 
Somente o diretor?
Uma equipe? 
É possível desenvolver esse trabalho democraticamente?
Pense nisso! Leia, estude e se informe sobre as atribuições do diretor e a gestão 
democrática na escola.
6
7
Introdução
Vivemos um período de rápidas transformações que têm afetado a sociedade em 
diversas esferas. Tal contexto lança alguns questionamentos sobre a democratização 
da gestão escolar. Especificamente, qual é o papel da direção escolar? Quais são os 
limites e possibilidades da democracia na escola?
De acordo com Lück (2000, p.16):
[...] um diretor de escola é um gestor da dinâmica social, um mobilizador e 
orquestrador de atores, um articulador da diversidade para dar-lhe unidade 
e consistência, na construção do ambiente educacional e promoção 
segura da formação de seus alunos. Para tanto, em seu trabalho, presta 
atenção a cada evento, circunstância e ato, como parte de um conjunto 
de eventos, circunstâncias e atos, considerando-os globalmente, de modo 
interativo e dinâmico.
O gestor escolar deve atuar como um articulador frente aos diversos segmentos 
da unidade escolar. Cabe a ele a função de coordenar considerando os aspectos 
sociais, econômicos e políticos do contexto em que a escola está inserida, de 
modo a garantir uma integração democrática e participativa entre todos os 
envolvidos no processo.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) n. 9.394/96 
aponta que as relações de poder dentro das unidades escolares devem gerar 
participação e cooperação. Portanto, as propostas educacionais precisam ser 
construídas pelos sujeitos envolvidos na escolarização, descentralizando as tomadas 
de decisão. A construção não é simples e precisa envolver uma rede coerente 
e consistente nessa direção, na qual participam os pais, a família e a escola De 
acordo com a referida lei, a gestão democrática constitui princípio fundamental da 
organização e da administração das instituições públicas de ensino; e compreende 
a existência de mecanismos de coparticipação na gestão das instituições de ensino, 
com representação dos segmentos que a integram, incluídos, no caso das instituições 
destinadas à educação e ao ensino de crianças e adolescentes, os pais ou responsáveis. 
Para tanto, a LDBEN destaca a necessária de observância dos seguintes preceitos:
I Existência de órgãos colegiados e conselhos escolares, com competência 
sobre o conjunto de todas as atividades desenvolvidas pela instituição;
III Avaliação permanente da qualidade de serviços prestados e dos resultados 
das atividades educacionais oferecidas à sociedade; 
V Utilização de métodos participativos para a escolha de dirigentes, ressalvado 
o provimento de cargos por concurso público; 
VI Incentivo para a criação de associações de profissionais do ensino, alunos, 
ex-alunos e pais, além das de caráter acadêmico, assegurada sua participação 
nos processos decisórios internos das instituições.
7
UNIDADE Áreas de atuação da Gestão e Gestão Democrática
Libâneo (2003) considera que a escola deve ser gerida com base nos artigos 14 
e 15 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), n. 9.394/96, 
pois envolve a participação de todos, possibilitando a autonomia para a tomada de 
decisões, indispensável para o bom funcionamento da unidade escolar.
Diante desse contexto, essa unidade tem por objetivo conhecer o papel da 
direção escolar e de suas áreas de atuação. Além disso, buscamos refletir sobre 
os limites e as possibilidades que a escola enfrenta no contexto de uma sociedade 
contemporânea que se democratiza e se transforma.
Direção: áreas de atuação
No atual contexto educacional, a escola se constitui num lócus que exige, 
certamente, um profissional capaz de gerir com competência os recursos 
disponíveis, administrativos e humanos, que estão sob sua responsabilidade. Nesse 
sentido, gerir não se limita a se responsabilizar apenas com as tarefas burocráticas, 
mas sim estar preparada para partilhar as decisões e aceitar sugestões para que os 
objetivos institucionais sejam alcançados.
Falcão Filho (1991, p. 14) salienta que:
A competência profissional do diretor implica, em primeiro lugar, 
o domínio de um saber que permita o desempenho das funções a ele 
destinadas na escola; em segundo, pressupõe que ele tenha uma visão 
relativamente integrada e articulada dos aspetos relevantes mais imediatos 
de sua própria prática, ou seja, um entendimento das múltiplas relações 
entre os vários aspectos da escola; em terceiro lugar, o diretor precisa 
ter não somente a compreensão das relações entre o preparo técnico 
que recebeu, a organização da escola e os resultados de sua ação, como 
também uma percepção abrangente e profunda das relações entre a 
escola e a sociedade.
Desse modo, o gestor escolar é o responsável pela organização escolar como um 
todo, e assume atribuições que ultrapassam técnicas meramente administrativas. 
Gadotti (2004, p. 92) destaca que:
Outro aspecto que merece destaque neste trabalho é o fato de que a 
atual prática gestionária nas escolas acaba exigindo dos diretores uma 
dedicação maior, e às vezes plena, às questões administrativas, obrigando-
os a tornar secundário o aspecto mais importante de sua atuação, ou 
seja, a sua responsabilidade em relação a questões pedagógicas e 
propriamente educativas, que se reportam à sociedade como um todo, e, 
especificamente, à sua comunidade escolar.
8
9
De acordo com Vasconcelos (2006, p.61): 
A direção tem por função ser o grande elo integrador, articulador dos 
vários segmentos – internos e externos – da escola, cuidando da gestão 
das atividades, para que venham a acontecer e a contento (o que 
significa dizer, de acordo com o projeto). Um grande perigo é o diretor 
se prender à tarefa de “fazer a escola funcionar”, deixando de lado seu 
sentido mais profundo. Se não falta professor, se tem merenda, se não 
há muito problema de disciplina, está tudo bem... É claro que a escola 
tem de funcionar, mas sua existência só tem sentido se ocorrer dentro de 
determinadas diretrizes, de uma intencionalidade. [...] Assim, não se trata 
de um papel puramente burocrático-administrativo, mas de uma tarefa dearticulação. De coordenação, de intencionalização, que, embora suponha 
o administrativo, o vincula radicalmente ao pedagógico.
Ao falarmos de competências, Luck (2009) aponta oito competências de 
planejamento e organização do trabalho escolar do diretor, relacionadas no quadro 
a seguir:
Competências do planejamento e organização do trabalho escolar do diretor
1 Estabelecer na escola a prática do planejamento como um processo fundamental de gestão, organização 
e orientação das ações em todas as áreas e segmentos escolares, de modo a garantir a sua materialização 
e efetividade;
2 Orientar a elaboração de planos de ação segundo os princípios e normas do planejamento, como 
instrumento de delineamento de política e estratégia de ação;
3 Promover e liderar a elaboração participativa do Plano de Desenvolvimento da Escola e o seu Projeto 
Político-Pedagógico, com base em estudos e adequada compreensão sobre o sentido da educação, 
suas finalidades, seu papel, e também com base em diagnóstico objetivo da realidade social e das 
necessidades educacionais dos alunos e das condições educacionais para atendê-las;
4 Orientar e coordenar a elaboração de planos de ensino e de aula pelos professores, a serem 
adotados como instrumento norteador do processo ensino-aprendizagem, segundo as proposições 
legais de educação e o Projeto Político-Pedagógico da escola;
5 Promover o delineamento da visão, missão e dos valores com os participantes da comunidade 
escolar e a sua tradução em planos específicos de ação, de modo a integrá-los na organização e 
modo de fazer das diferentes áreas de atuação da escola;
6 Promover a realização sistemática de diagnósticos da realidade escolar, de avaliações institucionais 
para a compreensão dos seus desafios e oportunidades, como subsídios para a elaboração de 
planos de melhoria;
7 Estabelecer o alinhamento entre o Projeto Político-Pedagógico, o Plano de Desenvolvimento da Escola 
e o Regimento Escolar e sua incorporação nas ações educacionais;
8 Reforçar e orientar a prática de planejamento em diversos níveis e âmbitos de ação como 
instrumento de orientação do trabalho cotidiano, de modo a dar-lhe unidade, organização, 
integração e operacionalidade.
Fonte: Elaborado pela autora, com base em Luck (2009)
9
UNIDADE Áreas de atuação da Gestão e Gestão Democrática
A gestão escolar vem sofrendo mudanças significativas ao longo do tempo, 
passando a ampliar suas responsabilidades. Diante disso, a atuação do gestor 
escolar precisa favorecer a organização escolar, de modo a adequar estratégias 
curriculares capazes de elevar a aprendizagem dos alunos e a compreensão de suas 
especificidades. 
Luck (2009) apresenta algumas questões que o gestor escolar deve refletir e 
buscar conhecer:
QUESTÕES REFLEXIVAS DO GESTOR ESCOLAR
Qual o sentido da educação, seus fundamentos, princípios, diretrizes e objetivos propostos 
pela teoria educacional e pela legislação?
Qual o sentido e os objetivos da educação na sociedade atual? 
Como se organiza o processo educacional nos diferentes níveis e modalidades de ensino 
para atender as novas demandas? 
Qual o papel da escola e de seus profissionais segundo as proposições legais e as 
demandas sociais? 
Que princípios e diretrizes constituem uma escola efetiva? 
Quem são os alunos a quem a escola deve atender? Quais suas necessidades? Suas 
características pessoais e orientações para a vida?
Quais suas necessidades educacionais e humanas, em relação ao seu estágio de 
desenvolvimento e seus desafios sociais?
Em que condições aprendem melhor? 
Como se pode organizar a escola para oferecer ao aluno condições educacionais favoráveis 
para sua formação e aprendizagem efetiva? 
Fonte: elaborado pela autora, com base em Luck (2009)
O trabalho desarticulado em cada um dos eixos da gestão escolar resultará em 
gastos de tempo e recursos disponíveis, sem melhorias no processo de ensino 
e aprendizagem dos educandos. Para tanto, segundo Libâneo (2003,) haverá 
muitos desafios, pois a organização e a gestão escolar são dimensões que estão 
intrinsecamente ligadas e devem articular o elo indissociável entre o pedagógico 
e prática.
É ainda função do gestor assumir uma postura de conhecimentos diversos que 
lhe permita desenvolver um trabalho em consonância com a comunidade local, 
viabilizando autonomia para a construção dinâmica de um projeto pedagógico, 
discutindo a avaliação e o currículo escolar, cooperando na solução de problemas 
que lhe são apresentados, auxiliando o corpo docente a compreender a realidade 
educacional para romper paradigmas que permeiam a prática docente.
10
11
Nessa linha, Paro (1991, p.130) afirma que:
O gestor escolar tem de se conscientizar de que ele, sozinho, não pode 
administrar todos os problemas da escola. O caminho é a descentralização, 
isto é, o compartilhamento de responsabilidades com alunos, pais, 
professores e funcionários. Isso, na maioria das vezes, decorre do fato 
de o gestor centralizar tudo, não compartilhar as responsabilidades com 
os diversos atores da comunidade escolar. Na prática, entretanto, o que 
se dá é a mera rotinização e burocratização das atividades no interior da 
escola, e que nada contribui para a busca de maior eficiência na realização 
de seu fim educativo.
Responsabilidade, diálogo, empatia e decisão são características essenciais que 
estão estritamente relacionadas com o perfil do gestor escolar. Todavia, essas 
características são aprimoradas pelo gestor durante a sua trajetória profissional.
Segundo Luck (2009): 
A gestão escolar constitui-se em uma estratégia de intervenção 
organizadora e mobilizadora, de caráter abrangente e orientada para 
promover mudanças e desenvolvimento dos processos educacionais, de 
modo que se tornem cada vez mais potentes na formação e aprendizagem 
dos seus alunos. Como tal, ela envolve dimensões que, em conjunto, 
tornam possível a realização desses objetivos.
Nesse processo, o gestor deve liderar e buscar meios para motivar a sua equipe. 
É preciso acrescentar valor social ao corpo docente de maneira intensa e contínua 
– não de forma isolada e interrompida, mas contínua. Considera-se importante 
o processo de formação continuada para aperfeiçoamento de competências e, 
quando isso ocorre, há um retorno de motivação e de benefícios mútuos.
Ao tratar da formação acadêmica do gestor, Masetto (2009, p.17) destaca que:
A formação de profissionais atualmente se pensa para além de sua 
formação específica. Espera-se que continue pesquisando, participe 
de congressos com trabalhos próprios, esteja atento aos avanços da 
tecnologia e seus novos instrumentos, desenvolva capacidade de gerência 
em diversas circunstâncias e diferentes níveis, saiba trabalhar em equipe, 
inclusive com colegas de especialidade diferente da sua e mesmo com 
profissionais de outras áreas de conhecimento que não a sua.
Para Libâneo (2009), são algumas as atribuições do gestor educacional: promover 
a junção entre a escola e a comunidade, liderar atividades administrativas, ter o 
conhecimento aprofundado da legislação vigente e dos ideais educacionais da 
nossa sociedade. 
Liderança também é fundamental nesse processo, a qual, segundo Hunter (2004, 
p. 25), é “a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente 
visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum”.
11
UNIDADE Áreas de atuação da Gestão e Gestão Democrática
A missão do gestor escolar é de se apropriar do fazer pedagógico e de maneiras 
de gerir a unidade escolar, bem como desempenhar para que a diversidade seja 
respeitada e tolerada.
É imprescindível que o gestor esteja preparado para esse trabalho, compreen-
dendo a relevância da participação de toda a comunidade externa. Assim, há uma 
série de desafios a serem superados, pois obter consenso entre todos os envolvidos 
não é uma tarefa fácil e requer muitas habilidades, e, muitas vezes, os gestores são 
alvos de críticas pelos excessos de ações autoritárias, centralizadoras e conservado-ras, que destituem a gestão democrática. 
Sendo o gestor escolar o responsável pelo êxito da unidade escolar, é oportuno 
que as mudanças comecem pela sua forma de gerir uma escola. Todavia, é 
imprescindível compreender que o gestor é peça chave no processo, mas não é o 
único responsável para que todos participem e para que possa ser vivida a gestão 
democrática na escola.
Direção e Gestão Democrática
Diversos significados podem ser atribuídos à democracia. Sua forma de 
implementação e matriz ideológica podem ser igualmente diversas. Para Bobbio 
(2000), por democracia entende-se uma das várias formas de governo, em particular 
aquelas em que o poder não está nas mãos de um só ou de poucos, mas todos, ou 
melhor, da maior parte, como tal se contrapondo às formas autocráticas, como a 
monarquia e a oligarquia.
Focar a democracia na escola requer que consideremos a cultura da instituição 
escolar e de seus processos, pois a escola é parte fundamental para a articulação 
das relações sociais.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação ressalta em seus artigos 14 e 15 
orientações sobre a gestão democrática:
Art. 14 - Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática 
do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades 
e conforme os seguintes princípios:
I. Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto 
pedagógico da escola;
II. Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares 
ou equivalentes.
Art. 15 - Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas 
de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia 
pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas 
de direito financeiro público.
12
13
A gestão democrática se caracteriza em princípios constitucionais da Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) n. 9.394/96, assim como da 
Constituição Federal de 1988. Sendo assim, para que as políticas de democratização 
sejam efetivadas em consonância com os preceitos exigidos pela LDB, é preciso o 
envolvimento de vários profissionais, como também a participação da comunidade 
externa, pois a educação é um processo que deve ser construído no coletivo.
A esse respeito, Lück (2009, p.71) destaca que:
A participação constitui uma forma significativa de, ao promover 
maior aproximação entre os membros da escola, reduzir desigualdades 
entre eles. Portanto, a participação está centrada na busca de formas 
mais democráticas de promover a gestão de uma unidade social. As 
oportunidades de participação se justificam e se explicam, em decorrência, 
como uma íntima interação entre direitos e deveres, marcados pela 
responsabilidade social e valores compartilhados e o esforço conjunto 
para a realização de objetivos educacionais.
A Constituição Federal de 1988 apresenta modificações necessárias na gestão 
educacional, tendo em vista a gestão democrática e participativa, conforme 
destaca o artigo 206 (BRASIL, 1988): “Art. 206 - O ensino será ministrado com 
base nos seguintes princípios: [...] VI – gestão democrática do ensino público, na 
forma da lei [...]”.
A Constituição Federal é o norte de todo o sistema de educação no Brasil. Na 
LDB (Leis de Diretrizes e Bases/1996), em seu Artigo 12, Incisos de I a VII, estão 
as principais delegações que se referem à gestão escolar, no que diz respeito às 
suas respectivas unidades de ensino, como se expõe a seguir:
Art. 12 - Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns 
e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I - elaborar e 
executar sua proposta pedagógica; II - administrar seu pessoal e seus 
recursos materiais e financeiros; III - assegurar o cumprimento dos dias 
letivos e horas-aula estabelecidas; IV - velar pelo cumprimento do plano de 
trabalho de cada docente; V - prover meios para a recuperação dos alunos 
de menor rendimento; VI - articular-se com as famílias e a comunidade, 
criando processos de integração da sociedade com a escola; VII - informar 
os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos, bem 
como sobre a execução de sua proposta pedagógica. 
A partir dos incisos descritos, podemos compreender a expansão da gestão 
escolar e o novo paradigma que ela apresenta.
Lück (2009) evidencia que a gestão democrática deve propiciar a articulação de 
todos os setores da unidade escolar, a fim de elaborar uma proposta pedagógica de 
acordo com o contexto que a escola está inserida. Ainda segundo Libâneo (2003), 
somente a participação de todos os sujeitos envolvidos no processo de tomada 
de decisão favorecerá o adequado funcionamento da unidade escolar, garantindo 
uma proximidade entre professores, alunos, pais, entre outros representantes da 
13
UNIDADE Áreas de atuação da Gestão e Gestão Democrática
comunidade. A participação baseia-se na autonomia, contrariando o autoritarismo. 
Paro (1991) salienta que o autoritarismo na escola ainda é um impasse, que deve 
ser superado com a prática no cotidiano escolar.
A autonomia é um dos mais importantes princípios da gestão democrática-
participativa, não pode ser delegada e corresponde à livre escolha dos objetivos 
estabelecidos pela organização escolar.
Para Libâneo (2008, p. 102):
O conceito de participação se fundamenta no de autonomia, que significa a 
capacidade das pessoas e dos grupos de livre determinação de si próprios, 
isto é, de conduzirem sua própria vida. Como a autonomia opõe-se às 
formas autoritárias de tomada de decisão, sua realização concreta nas 
instituições é a participação.
A gestão democrática é um processo que estabelece condições para promover a 
aproximação entre os membros da escola, para assim, certamente, responsabilizar-
se com os compromissos de uma unidade escolar.
Pesquisas revelam que a maioria das famílias que deveriam estar participando 
nas decisões da escola não conhece a abrangência dos conselhos escolares. 
A aproximação da família é importante e necessária, a fim de proporcionar 
situações que possibilitem que esses entendam a proposta pedagógica, 
os objetivos e o currículo escolar. Somente com a interação de todos os 
envolvidos que a escola pode progredir rumo a uma educação emancipadora, 
transformadora e de qualidade.
Segundo Libâneo (2003), a parceria escola/família acontece com a participação 
no Conselho Escolar, no Conselho de Classe, com a contribuição dos pais nas 
campanhas escolares e festas comemorativas, na elaboração do PPP – Projeto 
Político Pedagógico.
A família é parte integrante da escola. A partir do momento em que a 
escola é uma instituição da sociedade, nenhum componente da sociedade 
pode se omitir em contribuir com os projetos idealizados por ela. Como 
a família é à base de sustentação, pois é dela que sai os alunos, suas 
responsabilidades são ainda maiores. (LIBÂNEO, 2001, p.316).
É com base nessa linha de pensamento que a participação apresenta benefícios 
em termos de resultados promissores, pois os envolvidos são valorizados como 
sujeitos autônomos. Ainda nessa perspectiva, Luck (2002, p. 66) aponta que:
A participação significa, portanto, a intervenção dos profissionais da 
educação e dos usuários (alunos e pais) na gestão da escola. Há dois 
sentidos de participação articulados entre si: a) a de caráter mais interno, 
como meio de conquista da autonomia da escola, dos professores, dos 
alunos, constituindo prática formativa, isto é, elemento pedagógico, 
curricular, organizacional; b) a de caráter mais externo, em que os 
profissionais da escola, alunos e pais compartilham, institucionalmente, 
certos processos de tomada de decisão.
14
15
De acordo com Gadotti (1997, p. 16), a participação influencia na democratização 
da gestão, garantindo, assim, melhores condições para viabilizar os processos de 
ensino e aprendizagem. Para o autor:
Todos os segmentos da comunidade podem compreender melhor o 
funcionamento da escola, conhecer com mais profundidade os que nela 
estudam e trabalha, intensificar seu envolvimentocom ela e, assim, 
acompanhar melhor a educação ali oferecida.
Segundo Lück (2009), cabe ao gestor educacional estar inteirado a respeito das 
questões da comunidade em seu entorno, buscando clareza nos processos sociais 
e proporcionando o alinhamento entre a escola e a comunidade a qual pertence, 
com o apoio dos colegiados escolares. A participação dos colegiados escolares 
contribui consideravelmente com o trabalho do gestor, facilitando a organização do 
trabalho pedagógico. São colegiados escolares: o Conselho Escolar, a APMF e o 
Grêmio Estudantil.
Para se avançar na gestão democrática é preciso descentralizar o poder de 
decisões de um único indivíduo e atribuir responsabilidade a todos os membros 
representativos do contexto educacional, pois a junção da unidade escolar, a família 
e a comunidade é fator de grande importância para o coerente funcionamento da 
unidade escolar, bem como da qualidade do processo de ensino-aprendizagem.
Paro (1991) afirma que a participação no âmbito escolar não deve partilhar 
apenas do poder de decisão, e deve englobar, também, a elaboração de projetos, 
assumindo responsabilidades e construindo o cotidiano escolar.
Um processo de gestão escolar fundamentado na participação, autonomia e 
democracia resultará em membros que participam com habilidade nas atividades 
que lhe forem delegadas. De um lado, a gestão democrática é uma tarefa coletiva, 
que acarreta a participação. De outra, depende dos deveres e responsabilidades 
para uma gestão coordenada e eficaz. 
É fato que, com a democratização da gestão, a escola deixará de ser burocrática 
para se tornar um instrumento de intencionalidade conduzida por princípios 
fundamentados e alinhados aos objetivos.
15
UNIDADE Áreas de atuação da Gestão e Gestão Democrática
Considerações Finais
No desenvolvimento desta unidade, buscou-se identificar o papel da direção 
escolar e suas áreas de atuação, apresentando alguns elementos reflexivos sobre a 
gestão democrática nas escolas diante do contexto de uma sociedade contemporânea 
que se democratiza e se transforma.
Foi evidenciado que o gestor escolar é o responsável pela organização escolar 
como um todo, e assume atribuições que ultrapassam técnicas meramente 
administrativas. Esse deve ter uma visão ampliada de suas funções e assumir uma 
postura de conhecimentos diversos que lhe permita desenvolver um trabalho em 
consonância com a comunidade local, viabilizando autonomia para a construção 
dinâmica de um projeto pedagógico, discutindo a avaliação e o currículo escolar, 
cooperando na solução de problemas que lhe são apresentados, auxiliando o corpo 
docente a compreender a realidade educacional para romper paradigmas que 
permeiam a prática docente.
Quanto à gestão democrática e participativa, é importante salientar que ela só se 
concretiza quando há a inserção efetiva dos sujeitos sociais envolvidos no processo 
escolar. Além disso, é preciso se apoiar nas leis que regem o sistema educacional, 
consolidando-o com as práticas de gestão escolar, só assim estaremos garantindo 
o princípio democrático dentro da unidade escolar.
16
17
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
A importância da gestão democrática para as escolas
Assista ainda à entrevista da Professora Josemary Marastoni, sobre a importância da 
gestão nas escolas, com destaque para as características dessa gestão e as atitudes 
necessárias para sua implantação. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=H6NtSgULmB8. Acesso em: jan. 2016.
 Leitura
Guia jurídico do diretor escolar 
As leis e normas que os diretores têm a responsabilidade de conhecer, aplicar e garantir 
que sejam cumpridas. De Luiza Andrade. 
Disponível em: http://gestaoescolar.abril.com.br/politicas-publicas/guia-juridico-diretor-escolar-427919.shtml 
Acesso: jan. 2016. 
Rumo à democracia
Texto de Gustavo Heidrich. 
Disponível em: http://gestaoescolar.abril.com.br/formacao/rumo-democracia-520828.shtml. Acesso: jan. 2016.
Material Complementar:
17
UNIDADE Áreas de atuação da Gestão e Gestão Democrática
Referências
BOBBIO, N. Liberalismo e democracia. 6. ed. São Paulo: Brasiliense, 2000.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei 9.394/96. Rio 
de Janeiro: 1998.
CURY, Carlos Roberto Jamil. Gestão democrática dos sistemas Públicos de Ensino. 
In: OLIVEIRA, Maria Auxiliadora Monteiro (org.). Gestão Educacional: Novos 
olhares Novas abordagens. Petrópolis: Vozes, 2005.
FALCAO FILHO, J. L. A Gestão Compartilhada na Escola. Revista Brasileira de 
Administração da Educação, Brasília, v.8, n. 2, p. 9-33, jul/dez. 1991. 
GADOTTI, Moacir. Autonomia da escola: princípios e preposições. São Paulo: 
Cortez, 1997.
GADOTTI, Moacir e ROMÃO, José E. Autonomia da Escola. 6. ed. São Paulo: 
Cortez, 2004. (Guia da escola cidadã; v.1)
HUNTER, James C. O Monge e o Executivo Uma Historia Sobre a Essência 
da Liderança. São Paulo: Sextante, 2004.
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5. ed. 
Goiânia: MF Livros, 2008.
________. Organização e gestão da escola. Goiânia: Alternativa, 2002.
______; OLIVEIRA, João F.; TOSHI, Mirza S. Educação Escolar: políticas, 
estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2003.
LUCK, Heloisa. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. São Paulo: 
Cortez, 2002
________. Dimensões da gestão escolar e suas competências. Curitiba: Editora 
Positivo, 2009.
LÜCK, H. et al. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 4. ed. Rio 
de Janeiro: DP&A, 2000.
MASETTO, Marcos Tarciso. Competências Pedagógicas do Professor 
Universitário. São Paulo: Sammus, 2009.
PARO V. H. Gestão democrática da Escola Pública. 8. Ed. São Paulo: Editora 
Cortez, 1991.
VASCONCELOS, Celso dos S. Coordenação do Trabalho Pedagógico – do 
projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. 7. ed. São Paulo: 
Libertad Editora, 2006. (Subsídios Pedagógicos do Libertad; 3)
18

Continue navegando