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Gestão Educacional

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1 
 
 
 
2 
 
 
 
3 
 
Francisca Francirene Tomaz Parente 
 Francisca Neide Camelo Martins Rodrigues. 
 Adriana Pinto Martins 
 Maria da Paz Arruda Aragão 
 Neudiane Moreira Felix 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 PESQUISA E PRÁTICA 
DE GESTÃO 
EDUCACIONAL 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
Sobral/2017 
 
4 
 
 
 
5 
 
Sumário 
 
Palavra das Professoras autoras 
Sobre as autoras 
Ambientação à disciplina 
Trocando ideias com os autores 
Problematizando 
 
UNIDADE DE ESTUDO I: A ORGANIZAÇÃO DA GESTÃO EDUCACIONAL NO 
BRASIL 
 
 
A Política da Gestão Educacional no Brasil 
A Gestão Educacional nos Princípios Legais. 
A Gestão Educacional no mundo Contemporâneo 
 
 
UNIDADE DE ESTUDO II: CONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA GESTÃO 
EDUCACIONAL 
 
A gestão participativa nas escolas 
As relações entre a gestão da educação e da escola 
 
UNIDADE DE ESTUDO III: A GESTÃO DA ESCOLA NA ORGANIZAÇÃO DA 
PROPOSTA CURRICULAR 
 
O Método e a Organização da Gestão Escolar. 
Como construir o funcionamento organizacional e curricular da escola? 
A Gestão da escola e a construção do P.P.P. 
 
 
6 
 
UNIDADE DE ESTUDO IV: FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS QUE REGEM A 
EDUCAÇÃO 
 
A Legislação Educacional e a formação dos profissionais da educação 
Como estimular ações inovadoras na gestão educacional e escolar? 
 
 
Explicando melhor com a pesquisa 
Leitura obrigatória 
Pesquisando na internet 
Saiba mais 
Vendo com os olhos de ver 
Revisando 
Autoavaliação 
Bibliografia 
Bibliografia da Web 
Vídeos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
Palavra das professoras autoras 
 
 
Prezados estudantes, bem-vindos à disciplina Pesquisa e Prática de 
Gestão Educacional que propõe suscitar uma reflexão sobre: a concepção de 
gestão educacional, suas políticas e a formação do profissional de educação. 
 
Este estudo tem a particularidade de ser interdisciplinar, oportunidade de 
formar um profissional de educação que tenha condições de conhecer 
teoricamente as fundamentações da gestão educacional para agir no âmbito 
escolar. 
 
Fundamentado na ciência, o gestor encontra nesse estudo um espaço de 
reflexão sistemática, através de textos, e outros materiais que serão 
disponibilizados de modo a assegurar a qualificação do profissional em suas 
competências necessárias a sua formação profissional. 
 
 
 
 
As autoras! 
 
 
 
 
 
 
8 
 
Sobre as Autoras 
 
Francisca Francirene Tomaz Parente. Mestre em Ciências 
da Educação conferido pela Universidade Lusófona de 
Humanidades e Tecnologias ULHT – Lisboa/Portugal (2012). 
Possui graduação em Gestão Escolar pela Universidade 
Estadual do Ceará (2003). Atualmente é coordenadora do 
curso de Pedagogia presencial do UNINTA – Centro 
Universitário INTA. Tem experiência na formação de professores e gestores 
escolares atuando na área temática de organização do trabalho pedagógico e 
fundamentos da educação. Tem experiência como professora formadora no curso 
PROFORMAÇÃO e PROINFANTIL e como tutora no curso PROGESTÃO. 
 
Francisca Neide Camelo Martins Rodrigues. Mestranda em 
Ciências da Educação pela Universidade Lusófona de 
Humanidades e Tecnologias (Portugal). Licenciada em 
Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (1989), 
especialista em Magistério de 1º Grau pela Universidade 
Estadual Vale do Acaraú (1994). Atualmente Pró-Diretora de 
Supervisão Institucional e Ouvidora do UNINTA – Centro Universitário INTA, 
Diretora Geral do Centro de Educação Básica Sobralense - CEBAS. 
 
 Adriana Pinto Martins. Especialista em Gestão Escolar pelo 
Instituto EDUCAR (2014). Pedagoga pela Universidade 
Estadual Vale do Acaraú- UVA (2003). Desenvolveu trabalhos 
como Supervisora Pedagógica pela Secretaria de Educação do 
município de Ipu/Ce (2009). Atuou como Tutora Educacional 
do PROGRAMA GESTÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR - 
 
9 
 
GESTAR II, em Ipu/Ce. Atualmente Gerente de Projetos no acompanhamento do 
material didático para os cursos de Educação a Distância – EAD do UNINTA – 
Centro Universitário INTA. 
 
 
Maria da Paz Arruda Aragão. Especialista em Gestão 
Docência do Ensino Superior pela Universidade Estadual Vale 
do Acaraú - UVA (2014). Especialista em Gestão Escolar - 
UDESC (2004). Pedagoga pela UVA (1986). Vem atuando na 
área de educação desde 1986, nas funções de professora, 
coordenadora pedagógica e diretora escolar. Desde 2015, 
participa do programa PARFOR/CAPES/UVA como Professor 
Pesquisador II do Plano Nacional de Articulação e Formação de Professor da 
Educação Básica. Atualmente atua na área de EaD - Educação a Distância do 
UNINTA – Centro Universitário INTA como assistente de coordenação do curso de 
Pedagogia. 
 
 
Neudiane Moreira Felix. Especialista em Gestão e Docência 
do Ensino Superior pela Universidade Estadual Vale do Acaraú 
– UVA. Desde 2015, participa do programa 
PARFOR/CAPES/UVA como Professor Pesquisador II do Plano 
Nacional de Articulação e Formação de Professor da Educação 
Básica. Atualmente atua na área de Educação a Distância do 
UNINTA – Centro Universitário INTA. 
 
 
 
 
 
 
10 
 
Ambientação à disciplina 
 
 
Olá estudantes! 
 
 
A partir dos estudos desta disciplina, irá aprender sobre as competências 
técnico-administrativas e políticas necessárias ao exercício da função de gestor 
escolar assim como, a liderança democrática com a legitimidade e a competência 
de saberes, teóricos e práticos no exercício da Gestão Escolar. Para tanto, 
discutiremos o papel do gestor escolar na construção de uma escola mais 
autônoma e crítica que vise a transformação social. 
 
No decorrer dos estudos compreenderá a organização e o funcionamento 
do projeto político-pedagógico no contexto escolar, tendo em vista o 
desenvolvimento de um trabalho eficiente e integrado com a realidade do contexto 
atual da educação. 
 
Você está convidado (a) para partilhar estes e outros saberes que serão 
indispensáveis na construção de seus conhecimentos como protagonista da práxis 
educacional. 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
11 
 
Trocando ideias com os autores 
 
Agora é o momento de você trocar ideias com os autores 
 
 
Sugerimos a leitura da obra Gestão Educacional: uma 
questão paradigmática. A autora traz discussões sobre a 
falta de profissionais qualificados nas redes de ensino e 
relata casos sobre gestão e administração educacional. 
Nesse livro, a autora mostra também como a gestão 
escolar é complexa e o quanto é pouco discutida pelos 
profissionais de educação. A sua proposta é fazer um elo 
entre as pessoas e a escola e promover avanços na área 
da educação. Uma obra indispensável para os estudantes do curso de Pedagogia, 
futuros gestores e educadores. 
 
LUCK, HELOÍSA. Gestão educacional: uma questão paradigmática. 7. ed. 
Petrópolis: Vozes, 2010. 116 p. ISBN 978-85-326-3296-8. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Propomos também a leitura do livro Gestão da Educação: impasses, 
perspectivas e compromissos. Uma obra maravilhosa que 
propõe contribuir com o debate sobre a gestão da 
educação. Reúne ensaios de pesquisadores e professores 
que vêm debatendo, refletindo, criticando e expondo 
diversos olhares sobre a política e a gestão da educação 
numa conjuntura mundial marcada pela diminuição da 
presença do Estado, pela crescente exclusão de 
contingentes populares e pelo avanço das forças do 
mercado. 
 
AGUIAR, MÁRCIA ÂNGELA DA S. (ORG.); FERREIRA, NAURA SYRIA 
CARAPETO. Gestão da educação: impasses, perspectivas e compromissos. 7. 
ed. São Paulo: Cortez, 2009. 320 p. ISBN 978-85-249-0753-1. 
 
GUIA DE ESTUDO: Após a leitura das obras, escolha uma e realize uma síntese 
a partir das ideias que ficaram mais presentes em sua memória, em seguida 
compartilhe com seus colegas na sala virtual através do fórum de debates. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
ProblematizandoHoje as políticas educacionais têm defendido a gestão democrática 
fundamentando as propostas pedagógicas e curriculares das escolas. Baseado 
nesses conceitos remete-se ao pensamento de Freire quando diz: 
 
É verdade que, sem liderança, sem disciplina, sem ordem, sem 
decisão, sem objetivos, sem tarefas a cumprir e contas a prestar, 
não há organização e, sem esta, se dilui a ação revolucionária. 
Nada disso, contudo, justifica o manejo das massas populares, a 
sua coisificação (FREIRE, 1975, p. 251). 
 
 
Qual a definição da expressão “gestão democrática” no âmbito escolar de 
hoje? Está na mesma dimensão das políticas públicas educacionais? Que 
atividades da gestão escolar demonstra a participação coletiva? Qual o perfil do 
gestor educacional que se pretende formar para atender a demanda atual da 
escola? 
 
Atualmente como são definidas e desenvolvidas as atribuições do gestor 
educacional nas escolas considerando a realidade da diversidade cultural e a 
importância da formação democrática e participativa? 
 
 
GUIA DE ESTUDO: Considerando como ponto de partida os 
questionamentos acima, descreva como deve ser desenvolvida a gestão 
escolar considerando esses princípios e valores. Procure trocar opiniões e 
comentários com seus colegas na Sala Virtual. 
 
 
14 
 
 
 
 
15 
 
A ORGANIZAÇÃO DA 
GESTÃO EDUCACIONAL 
NO BRASIL 
1 
 
CONHECIMENTOS 
 
Compreender e analisar o processo de gestão da educação no Brasil, 
identificando o contexto social e político que marcaram sua trajetória histórica. 
 
HABILIDADES 
 
Discutir a política da gestão educacional idealizada nas legislações brasileiras 
baseado nos contextos reais das instituições educacionais. 
 
ATITUDES 
 
Posicionar-se em relação aos conceitos adquiridos como ser atuante na formação 
do pensamento da gestão educacional brasileira. 
 
 
 
 
16 
 
 
 
17 
 
A Política da Gestão Educacional no Brasil 
 
O contexto da abertura política nacional dos anos 80 deu espaço para que a 
educação fosse pensada a partir da realidade escolar. As novas políticas públicas 
passaram a contemplar a descentralização administrativa e gestão escolar 
participativa de cunho democrático, com o foco na realidade da escola e de suas 
comunidades. O final do século XX apresenta várias mudanças na política da 
administração da educação brasileira onde a legislação política proporciona mais 
participação da sociedade, inclusive com descentralização dos recursos 
financeiros. O Estado passa a permitir e incentivar a existência de várias formas 
mais democráticas do gerenciamento escolar. 
 
Nesses últimos anos as políticas educacionais da gestão escolar têm 
priorizado a qualidade do ensino considerando os resultados da aprendizagem. A 
gestão é o meio de administrar a educação para atingir os objetivos, as metas 
avaliando os processos e resultados da aprendizagem e assim fazer os ajustes 
necessários que atendam as demandas educacionais. Enfim, a gestão 
considerada eficiente é aquela capaz de administrar a instituição de forma 
consciente buscando a melhoria da educação, do ensino, da escola e da 
aprendizagem. 
 
As políticas públicas buscam a gestão participativa e com ela a qualidade da 
educação através do ensino que desenvolva competências e habilidades do aluno 
na leitura do mundo como protagonista da história, desenvolvendo o raciocínio 
lógico no entendimento dos fatos históricos e sociais. 
 
 A gestão educacional visa desenvolver os conceitos e as formas de 
administrar a educação de forma que possibilite a escola criar novos padrões de 
organizar a gestão garantindo o efetivo ensino e a significativa aprendizagem. 
 
 
18 
 
 
Segundo Matos e Bassoli (2004, p. 3): 
 
As políticas públicas podem ser conceituadas como 
instrumentos de execução de programas políticos baseados 
na intervenção estatal na sociedade com a finalidade de 
assegurar igualdade de oportunidades aos cidadãos, tendo 
por escopo assegurar as condições materiais de uma 
existência digna a todos os cidadãos. 
 
 
Segundo Saut (2007) as políticas públicas representam um ponto fundamental 
da rede de garantia dos direitos porque integram o conceito e a função social do 
Estado, e porque constituem a primeira instância de soluções, possibilidades e 
oportunidades de transformação da realidade. 
 
A gestão escolar visa conhecimento da política educacional, da organização 
do trabalho pedagógico, dos fundamentos da educação para orientar na tomada 
de decisões e supervisão da escola como um todo. “Gestão da educação significa 
ser responsável por garantir a qualidade de uma mediação no seio da prática 
social global” (SAVIANI, 1996, p. 120). 
 
A sociedade e a educação devem servir de pontos de referências no processo 
de planejamento e desenvolvimento das políticas das gestões educacionais do 
sistema de ensino. É importante reconhecer o contexto real que a escola está 
inserida para dar suporte no planejamento das estratégias de ensino. 
 
Não basta existir a lei educacional, é necessário disponibilizar escola de 
qualidade com recursos humanos qualificados e materiais didáticos diversificados 
com possibilidade de atender a demanda escolar e social construindo saberes e 
fazeres que possibilitem formar o cidadão crítico, consciente e reflexivo. 
 
 
19 
 
De acordo com Dourado (2007) não tem como dissociar políticas públicas da 
gestão escolar, muitos programas foram criados, objetivando contribuir para o 
processo de democratização da escola pública. A gestão escolar deve ser 
conhecedora do processo educativo desenvolvido no contexto sociocultural, pelas 
práticas docentes que se efetiva no ensino e na aprendizagem, pelas formas 
organizacionais da escola através das propostas pedagógicas, metodológicas e 
curriculares. 
 
A gestão educacional constitui uma área importante da educação através da 
função social da escola relacionando as questões educacionais com a visão 
estratégica das ações interligadas com o perfil de aluno que a escola pretende 
formar. Os gestores precisam se envolver com as questões político educativas 
para que as escolas públicas desenvolvam a formação do aluno com capacidade 
de conquistar a educação que forme a igualdade de direitos para todos 
respeitando as culturas diversas. 
 
É importante saber 
 
Gestão de Sistema Educacional 
 A gestão de sistema implica o ordenamento normativo e jurídico e a vinculação 
de instituições sociais por meio de diretrizes comuns. A democratização dos 
sistemas de ensino e da escola implica aprendizado e vivência do exercício de 
participação e de tomadas de decisão. Trata-se de um processo a ser construído 
coletivamente, que considera a especificidade e a possibilidade histórica e 
cultural de cada sistema de ensino, municipal, distrital, estadual ou federal de 
cada escola. 
 
Gestão da Escola Pública 
Trata-se de uma maneira de organizar o funcionamento da escola pública quanto 
 
20 
 
aos aspectos políticos, administrativos, financeiros, tecnológicos, culturais, 
artísticos e pedagógicos, com a finalidade de dar transparência às suas ações e 
atos e possibilitar à comunidade escolar e local a aquisição de conhecimentos, 
saberes, ideias e sonhos, num processo de aprender, inventar, criar, dialogar, 
construir, transformar e ensinar. 
Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Programa Nacional de 
Fortalecimento dos Conselhos Escolares. Gestão da educação escolar. Brasília: UnB/ CEAD, 
2004. 
 
No cenário atual da educação a gestão do ensino é objeto de estudo da 
política educacional procurando compreender os fatores que compõem esse 
processo e os segmentos escolares que também são envolvidos. O projeto político 
pedagógico da escola idealiza uma gestão que promova a prática pedagógica 
qualificada podendo repercutir na aprendizagem significativa do aluno. 
 
Legalmente a educação brasileira seinstitucionaliza como democrática e 
participativa através da organização do seu sistema de ensino e do 
desenvolvimento das instituições educacionais. Ainda existe a necessidade de 
pesquisas e experiências sobre a melhor forma de gerir a educação fundamentada 
nos princípios e valores da família, escola e sociedade. 
 
Várias medidas da política da gestão educacional têm sido idealizadas e 
planejadas para a melhoria dos indicadores educacionais, mas a qualidade da 
educação, sendo foco maior da meta principal, ainda apresenta baixos indicadores 
do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), de grande parte dos 
municípios brasileiros. 
 
A pretendida eficiência da gestão educacional é orientada pelos princípios 
legais da educação brasileira visando um padrão de gestão cuja qualidade resulte 
 
21 
 
da organização administrativa dos resultados alcançados no ensino e na 
aprendizagem. 
 
O modo democrático de gestão abrange o exercício do poder, incluindo os 
processos de planejamento, a tomada de decisões e a avaliação dos resultados 
alcançados. É importante a participação das comunidades escolar e local na 
gestão, descentralizando os processos de decisão e dividindo as 
responsabilidades, envolvendo assim todos os componentes escolares na 
construção da educação de qualidade. Nesse processo de organização gerencial 
devem ser envolvidos os aspectos pedagógicos, financeiros e administrativos. 
 
Na gestão competente são desenvolvidas atividades pedagógicas que 
garantem a conquista e a confiança mútua entre os membros da escola validando 
a realidade local com os desafios da atualidade educacional. A formação dos 
gestores para atuarem em educação é uma estratégia importante para entender 
todo o processo educacional, trabalhando baseado nas teorias pedagógicas e nas 
práticas docentes. 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
Política Educacional, Administração e Qualidade. 
 A relação que se quer estabelecer entre qualidade e participação no 
contexto escolar vai muito além da competência técnica capaz de ser resolvida 
pela competência dos gestores, pais, professores, alunos, funcionários. Ela 
envolve questões políticas internas e externas à escola e que vislumbram no 
desenvolvimento do processo educacional. Os desafios educacionais e os 
problemas escolares têm sido creditados na participação das comunidades 
escolar e local, que devem estar preparadas para entendê-los e assim criar 
 
22 
 
estratégias educacionais para resolvê-los. 
 A sociedade admite a importância da escola na preparação de cidadãos 
com melhor potencial de trabalho e passa a exigir mais competência, mais 
flexibilidade e agilidade dos gestores escolares, de modo que a escola possa 
acompanhar seu próprio desenvolvimento educacional. A autonomia do gestor 
escolar tem sido mero de muitas discussões, enquanto a descentralização ainda 
se encontra em processo de formação, pois a escola de hoje exige do gestor 
educacional um maior conhecimento e experiência nessa habilidade profissional. 
O exercício da autonomia pode ser um aliado na busca da qualidade da 
educação. Os líderes escolares devem exercer gestão democrático-participativa e 
autonomia, conforme legislam a Constituição da República Federativa do Brasil 
de 19882 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96. A 
participação do gestor no processo educacional é condição básica para uma 
vivência democrática, e para o exercício pleno da autonomia, o que impõe 
desafios constantes para as comunidades escolar e local. Esses desafios na 
rotina escolar são grandes e permanentes dificultando a participação do gestor 
nas tomadas de decisões coletivas e no envolvimento de toda comunidade local. 
Fonte: LÜCK, Heloísa. Gestão escolar e formação de gestores. ISSN 0104-1037 Em Aberto, 
Brasília, v. 17, n. 72, p. 1-195, fev./jun. 2000. 
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/em_aberto_72.pdf 
 
 As políticas públicas envolvem todos os grupos de necessidades da 
sociedade civil, que são as políticas sociais, estas determinam o padrão de 
proteção social implementado pelo Estado, voltadas em princípio, à redistribuição 
dos benefícios sociais (INEP, 2006, p. 165), dentre eles o direito a educação. 
A política educacional do Brasil deve ser guiada pela demanda do povo, 
respeitando o direito de cada indivíduo e assegurando o bem comum social. O 
exercício da construção de uma política de gestão deve ser regido pelos anseios, 
objetivos e valores da educação. 
 
23 
 
A Gestão Educacional nos Princípios Legais 
 
 Dentre os direitos constituídos legalmente na Constituição Federal encontra-
se o da educação afirmado no art. 205, a educação é regida como direito de todos 
e dever do Estado e da família, que deverá ser promovida e incentivada com a 
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu 
preparo para exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Assim, 
cabe aos Estados e municípios em regime de colaboração com os sistemas de 
ensino oferecer uma educação pública de qualidade com uma gestão educacional 
que garanta a formação continuada do professor e o desenvolvimento integral do 
aluno. 
 
As lutas pela democratização da educação pública e de qualidade fazem 
parte das reivindicações da sociedade resultando na aprovação do princípio de 
gestão democrática na educação descrita na Constituição Federal no artigo 206. 
 
 
Artigo 206 da Constituição Federal de 1988 
O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e 
o saber; 
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de 
instituições públicas e privadas de ensino; 
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da 
lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de 
provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 53, de 2006) 
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; 
VII - garantia de padrão de qualidade. 
 
24 
 
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação 
escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 53, de 2006). 
 
 
O art. 208 da Constituição Federal evidencia o dever do Estado com a 
educação, § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público 
subjetivo. § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público, ou 
sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente. A 
Constituição Federal de 1988 estabelece princípios para a educação brasileira, 
com a obrigatoriedade, gratuidade, liberdade, igualdade e gestão democrática. 
 O artigo 227 expressa ser dever da família, da sociedade e do Estado 
assegurar à criança e ao adolescente o direito à vida, à saúde, à alimentação, à 
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à 
liberdade e à convivência familiar e comunitária sem discriminação, exploração, 
violência, crueldade e opressão. A Constituição já visava a qualidade da gestão 
educacional de forma democrática, cooperativa, planejada garantindo legalmente 
um padrão de qualidade da educação e do ensino. 
 
Segundo Arelaro (2005) 
 
A Constituição Federal declara como princípios do ensino a 
igualdade de condições de acesso e permanência com oferta 
de uma escola com um padrão de qualidade que possibilite a 
todos brasileiros cursar uma escola com boas condições de 
funcionamento e de competência educacional, em termos de 
pessoal, material, recursos financeiros e projeto pedagógico, 
que lhes permita identificar e reivindicar a “escola de 
qualidade comum” dedireito de todos os cidadãos 
(ARELARO, 2005, p.37). 
 
 
 Esses preceitos legais da Constituição Federal de 1988 representa um 
marco para a construção de uma sociedade com vistas a atender a demanda do 
 
25 
 
contexto sócio educacional. Com isso ficava a necessidade de uma nova Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação- LDB 9.394/96. 
 
 É responsabilidade de o governo criar e desenvolver programas que 
garantam a todos seus deveres de ensinar e seus direitos de aprender. 
 
. A própria LDB de 1996 enfatiza em seu artigo 10 que “incumbe aos Estados 
elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as 
diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e coordenando as suas 
ações dos seus Municípios”. 
 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação estabelece que a educação tem por 
finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da 
cidadania e sua qualificação para o trabalho e que o ensino público deve ser 
ministrado com base na gestão democrática. A democratização na escola se 
desenvolve através da participação dos representantes da comunidade escolar em 
todas as etapas da proposta pedagógica, metodológica e curricular da escola 
envolvendo o planejamento, a execução e avaliação do desempenho escolar. 
 
 A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) - Lei nº 
9394/96 defende nos artigos de 12 a 15 que: 
 
A gestão democrática do ensino público fundamental é amparada 
na autonomia pedagógica e administrativa das escolas, com a 
elaboração de ações por todos os membros envolvidos na escola, 
incluídas práticas sociais que possam contribuir para a consciência 
democrática e a participação popular no interior da escola. A 
gestão democrática vai planejar suas ações na área educativa 
propriamente dita da escola, definindo as linhas de atuação em 
função dos objetivos das comunidades e dos alunos, propondo 
metas a serem atingidas, onde o diretor é auxiliado nessa tarefa 
pela comunidade escolar. 
 
 
26 
 
No artigo 22 da LDB 9.394/96 a educação básica tem por finalidade 
desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o 
exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em 
estudos posteriores. 
 
Entendendo Melhor 
 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) trata a questão da 
gestão da educação quando determina os princípios que devem reger o ensino, 
indicando que um deles é a gestão democrática. O artigo 14 define que os 
sistemas de ensino devem estabelecer normas para o desenvolvimento da gestão 
democrática nas escolas públicas de educação básica e que essas normas devem 
estar de acordo com as peculiaridades de cada sistema garantindo a “participação 
dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola”. A 
gestão democrática da educação requer mudanças nas estruturas 
organizacionais, conhecimento da legislação educacional, formação continuada 
dos gestores escolares e professores, criação de projetos de pesquisa baseado na 
demanda dos alunos, elaboração de plano de gestão escolar fundamentada na 
proposta educacional. A visão do gestor educacional deve estar além dos muros 
da escola numa forma de situar o cenário real na perspectiva de projetar a escola 
ideal. Deve estar além dos padrões considerados normais numa perspectiva de 
desafiar sempre o novo, saindo um pouco do espaço burocrático inserindo mais 
na área pedagógica. A forma de administrar a educação constitui-se num fazer 
coletivo, no processo diversificado e múltiplo onde várias falas têm direito a voz 
definindo o padrão da educação de qualidade para todos. 
BORDIGNON, G.; GRACINDO, R. V. Gestão da educação: o município e a escola. In: FERREIRA, 
N. S. C.; AGUIAR, M. A. da S. Gestão da Educação: impasses, perspectivas e compromissos. São 
Paulo: Cortez, 2004. 
 
 
27 
 
 A educação pertence ao grupo de políticas públicas sociais do país movido 
por pessoas que conhecem, sentem e fazem a educação gerencial. A política da 
gestão educacional é de responsabilidade de todos com base nos conhecimentos 
da sociedade e se estabelece um processo de tomada de decisões que resultam 
nas normatizações da escola. 
 No âmbito educacional, a gestão democrática tem sido defendida como 
dinâmica a ser efetivada nas escolas, visando garantir processos coletivos de 
participação e decisão na função social da escola. 
 A legislação educacional propõe a descentralização do sistema, dando à 
escola autonomia pedagógica, administrativa e financeira, estabelecendo uma 
relação mútua entre poder e exercício deste poder na prática da gestão 
educacional. 
A escola pode assumir com responsabilidade a competência de gestão com 
profissionais qualificados, salários dignos de sua função, tempo disponível para 
estudo, discussão e atuação em outras atividades educacionais dentro e fora do 
contexto escolar. Atualmente o processo da política da gestão educacional no 
Brasil é desenvolvido fundamentado legalmente na Constituição Federal de 1988 
e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96 primando pela 
descentralização de poderes distribuídos entre escola, estado e municípios com 
participação da sociedade civil. 
 
A LDB nº 9.394/1996 é a lei orgânica da educação brasileira, dita as diretrizes e 
as bases da organização do sistema educacional onde estabelece: 
 
I A educação profissional técnica de nível médio articulada, segundo essa Lei, 
será desenvolvida nas formas integrada e concomitante. 
 
28 
 
II A educação de jovens e adultos deverá ser oferecida, preferencialmente, 
articulada à educação profissional. 
III As instituições de educação profissional e tecnológica oferecerão cursos 
regulares e cursos especiais, abertos à comunidade. 
 IV Na educação profissional técnica de nível médio, a preparação geral para o 
trabalho e, facultativamente, a habilitação profissional poderão ser desenvolvidas 
nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação com 
instituições especializadas em educação profissional. 
 A Conferência Mundial de Educação para Todos (Jomtien-Tailândia,1990) 
identificou a necessidade da construção de um novo modelo de 
gestão educacional capaz de assegurar, para todos, uma educação básica de 
qualidade, vista como uma das condições essenciais do desenvolvimento 
humano. 
No processo de elaboração da política educacional é considerado 
importante mobilizar educadores na organização e reordenação da gestão 
educacional considerando os diferentes momentos históricos, os vários espaços 
sociais que apresentam culturas diversificadas. A descentralização, a 
municipalização, a participação, a gestão democrática e a "modernização" são 
fatores que devem ser considerados no processo da gestão educacional. Os 
princípios que norteiam a gestão educacional estão focalizados na participação, 
descentralização e transparência na área educacional e social segundo critérios 
político-econômicos. 
 
A Gestão Educacional no mundo Contemporâneo 
 
 No momento atual as políticas públicas de governo ainda não formam o 
gestor escolar de qualidade com capacidade de entender o processo educacional 
 
29 
 
envolvendo a organização do trabalho pedagógico e os fundamentos legais da 
educação. O gestor capacitado atua na escola com mais segurança, entendendo 
as razões dos acontecimentos e sabendo direcionar as estratégias de trabalho 
docente. 
 
 O nível do trabalho do gestor repercute na qualidade da educação fazendo 
gerar as dinâmicas de administração do trabalho na escola. A gestão precisa de 
dinâmicas inovadoras, abertas e participativas de forma que atenda as exigências 
da sociedade moderna. 
 
 É preciso e até urgente que a escola vá se tornando em espaço escolar 
acolhedor e multiplicador de certos gostosdemocráticos como o de ouvir os 
outros, não por puro favor, mas por dever, o de respeitá-los, o da tolerância, o do 
acatamento às decisões tomadas pela maioria a que não falte, contudo o direito 
de quem diverge de exprimir sua contrariedade. (FREIRE, 1995, p. 91). 
 
 Para administrar a escola é necessário um gestor que entenda de 
investimento na qualidade do ensino e da aprendizagem de forma que sua visão 
se estenda desde as áreas pedagógicas, administrativas e financeiras, 
respondendo a demanda do cenário da educação brasileira. 
 
 Atualmente os gestores das escolas se voltam mais para os resultados dos 
indicadores educacionais. Na realidade o país ainda conta com professores que 
precisam da formação continuada de forma que responda as expectativas do 
aluno através da dinâmica da prática docente. Enquanto o país demonstra 
evolução em números, ainda não avançou o suficiente na estrutura organizacional 
e financeira da escola como forma de sustentar as exigências emergenciais 
pedagógicas. 
 
 
30 
 
 Hoje, o gestor escolar é considerado o gerenciador de resultados que 
servem de propósitos educativos para a escola se destacar no patamar desejado 
a nível nacional, estadual e municipal. 
 
 A educação precisa ser organizada baseada em metas e objetivos descritos 
pelos indicadores de avaliação da escola, como SAEB (Sistema Nacional de 
Avaliação da Educação Básica), Prova Brasil, ENEM (Exame Nacional do Ensino 
Médio) e IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). 
 
 O gestor escolar precisa planejar as atividades administrativas, 
pedagógicas e financeiras da escola acompanhando todo o processo do cotidiano 
de suas realizações, consolidando as atividades pedagógicas que desenvolvem o 
ensinar e o aprender. 
 
 O conceito de qualidade envolve muitas definições, a UNESCO 
apresenta que: 
 
A qualidade se transformou em um conceito dinâmico que deve se 
adaptar permanentemente a um mundo que experimenta 
profundas transformações sociais e econômicas. É cada vez mais 
importante estimular a capacidade de previsão e de antecipação. 
Os antigos critérios de qualidade já não são suficientes. Apesar 
das diferenças de contexto, existem muitos elementos comuns na 
busca de uma educação de qualidade que deveria capacitar a 
todos, mulheres e homens, para participarem plenamente da vida 
comunitária e para serem também cidadãos do mundo (UNESCO, 
2001, p.01). 
 
 
 A escola deve ser um lugar de práticas sociais democráticas, onde todos 
trabalhem visando a mesma finalidade que é a educação de qualidade. O objetivo 
do gestor é construir uma educação com a contribuição e participação dos 
 
31 
 
membros da comunidade, entendendo que a escola é administrada pelos desejos 
e propostas populares formando sua identidade própria. 
 
Vivemos no mundo de variedades de linguagens, de ideias, de ideais, de 
formas, de cores, de desejos e de crenças onde essas diferenças formam o novo 
saber. O gestor educacional deve conhecer e reconhecer as identidades próprias 
dos agentes escolares como forma de melhor administrar a diversidade cultural na 
escola. Segundo Santos (2003, p. 56), 
 
Temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos 
inferioriza; e temos o direito a ser diferentes quando a nossa 
igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma 
igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença 
que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades. 
 
 O gestor escolar deve ampliar sua habilidade de visão para conhecer e 
analisar os níveis de formação e competência dos professores relacionando com o 
desempenho dos alunos para identificar as reais necessidades da escola e daí 
projetar ideias para atingir uma educação significativa para todos. Gestão 
democrática, gestão compartilhada e gestão participativa são termos que fazem 
parte da luta de educadores e movimentos sociais organizados em defesa de um 
projeto de educação pública de qualidade social e democrática. 
 
 A gestão educacional é considerada como forma de descrever o processo 
pedagógico e administrativo contextualizado da educação a partir dos conceitos 
de sistemas de ensino e gestão escolar. 
 
 De acordo com o Plano Nacional de Educação “a gestão deve estar inserida 
no processo de relação da instituição educacional com a sociedade, de tal forma a 
possibilitar aos seus agentes a utilização de mecanismos de construção e de 
conquista da qualidade social na educação”. 
 
32 
 
 
 A participação só será considerada efetiva se os agentes que compõem a 
comunidade escolar conhecerem as leis que a regem, as políticas governamentais 
que a formam e as propostas educacionais que a administram. 
 
 Cabe ao administrador da escola conhecer e fazer cumprir a legislação 
educacional, garantindo o desenvolvimento das obrigações de cada membro 
escolar, criando estratégias para enfrentar os desafios da rotina na escola e 
fazendo relação entre as instâncias do sistema educacional e escolar dentro do 
contexto real vivido na comunidade local. 
 
 As transformações que vêm ocorrendo no mundo contemporâneo são 
consequências dos processos de globalização, das necessidades sociais, da 
demanda da qualidade da educação, das propostas que formam o conhecimento 
da sociedade civil como um todo. As relações entre essas transformações e a 
gestão escolar apontam para um gestor competente com habilidade na 
criatividade das ideias e praticidade dos projetos educacionais. 
 
Segundo Libâneo (2003) as escolas são organizações sociais constituídas 
de pessoas que trabalham juntas destinadas a atingir determinados objetivos. 
 
De acordo com Libâneo (2003) a organização e a gestão adotadas na 
instituição escolar envolvem recursos humanos e materiais. 
 
Por racionalização do uso de recursos compreende-se a escolha 
racional de meios compatíveis com os fins visados e adequada 
utilização desses recursos [...] Por coordenação e 
acompanhamento compreende-se as ações e procedimentos 
destinados a reunir, a articular e a integrar as atividades das 
pessoas que atuam na escola, para alcançar os objetivos comuns. 
(LIBÂNEO, 2003, p. 293). 
 
 
33 
 
 
 A escola é um espaço legítimo da educação, lugar de criação e construção 
do conhecimento visando o entendimento das múltiplas linguagens e das 
diversidades culturais que interagem no processo de formação humana. 
 
O gestor deixa de ser a autoridade máxima para ser um grande 
articulador de todos os segmentos, aquele que prioriza as 
questões pedagógicas e mantém o ânimo de todos na construção 
do trabalho educativo. Partilha decisões com a comunidade 
escolar trazendo as mesmas dificuldades da convivência 
democrática presentes em nossa sociedade. (SÁ, 2002, p.08). 
 
 
 As políticas educacionais da democratização escolar deve considerar o 
contexto em que estão inseridas, as necessidades decorrentes e as condições 
objetivas em que se efetivam a educação. 
 
 Com base no princípio significativo do papel do diretor da escola na gestão 
da organização do trabalho escolar, Libâneo (2003) destaca: 
 
A participação, o diálogo, a discussão coletiva, a autonomia são 
práticas indispensáveis da gestão democrática, mas o exercício da 
democracia não significa ausência de responsabilidades. Uma vez 
tomadas as decisões coletivamente, participativamente, é preciso 
pô- las em prática. Para isso, a escola deve estar bem coordenada 
e administrada. (LIBÂNEO et. al., 2003, p. 332). 
 
 Ramalho afirma que, numa gestão democrática, 
 
O gestor, que continua tendo o papel mais importante, fica com a 
missão de identificar e mobilizar os diferentes talentos para que as 
metas sejam cumpridas. E, principalmente, conscientizar todos da 
contribuição individual para a qualidade do todo. De olho nessanova realidade, cabe a ele desenvolver algumas competências 
como aprender a buscar parcerias, pensar em longo prazo, 
trabalhar com as diferenças e mediar conflitos. (RAMALHO, 2000, 
p. 11). 
 
 
 
34 
 
Concluímos com as palavras do educador Gadotti (2004): 
 
A gestão democrática é, portanto, atitude e método. A atitude 
democrática é necessária, mas não é suficiente. Precisamos de 
métodos democráticos de efetivo exercício da democracia. Ela 
também é um aprendizado, demanda tempo, atenção e trabalho. 
(GADOTTI, 2004, p. 04). 
 
 
 O gestor escolar necessita criar situações para romper as barreiras entre a 
teoria e a prática, entre a escola e a comunidade como forma de gerir 
democraticamente o ensino e a aprendizagem. O processo de gestão democrática 
e participativa não é uma função centralizada no gestor escolar, mas no trabalho 
participativo, que envolve todos os segmentos sociais que compõem a escola com 
decisões compartilhadas. 
 
 O gestor escolar deve trabalhar no currículo pautado na realidade local, 
baseado na proposta pedagógica envolvendo os diferentes agentes em uma 
proposta onde todos se sintam responsáveis pelo sucesso da escola repercutindo 
na aprendizagem e desenvolvimentos dos alunos. 
 
 A gestão educacional atua na rotina escolar buscando garantir o ensino de 
qualidade na intenção de formar pessoas conscientes e reflexivas para atuarem 
como protagonistas da história educacional. A democratização é considerada 
como condição básica para a qualidade e efetivação da educação. 
 
 
 
 
 
 
35 
 
CONSTRUÇÃO E 
DESENVOLVIMENTO DA 
GESTÃO EDUCACIONAL 
2 
 
CONHECIMENTOS 
 
Compreender a gestão democrática e participativa articulando educação, 
escola e ensino. 
 
HABILIDADES 
 
Identificar os protagonistas que compreendem o trabalho desenvolvido na Gestão 
Educacional. 
 
ATITUDES 
 
Posicionar-se criticamente sobre as especificidades e características que 
compreendem os modelos de gestão e suas práticas desenvolvidas. 
 
 
 
 
36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
A gestão participativa nas escolas 
 
 Numa democracia os problemas da sociedade, são problemas em que 
todos têm o direito de participar das decisões que afetam sua vida. Numa escola, 
as decisões interferem com a vida de muita gente: pais, alunos, professores, 
funcionários etc, mas será que a democracia funciona no dia a dia de uma escola? 
Percebe-se que a sociedade vive em constante metamorfose e o momento 
atual reclama por novas concepções e práticas no cotidiano escolar. Não se pode 
falar em gestão participativa sem remeter conceitos à gestão democrática, ou seja, 
uma está para a outra. Sabe por quê? 
De acordo com Libâneo (2004, p.102) “a participação é o principal meio de 
assegurar a gestão democrática da escola, possibilitando o envolvimento de 
profissionais e usuários no processo de tomada de decisões e no funcionamento 
da organização escolar”. 
Já segundo Bordignon e Gracindo (2004, p. 170), quando se referem à 
participação, revelam que: 
Tem-se falado muito em participação e compromisso, sem definir 
claramente o sentido. E não raras vezes situa-se a participação 
como mero processo de colaboração, de mão única, de adesão, 
de obediência às decisões da direção. Subserviência jamais será 
participação e nunca gerará compromisso. 
 
A gestão democrática é uma prática cotidiana, que contém o princípio da 
reflexão, da compreensão e da transformação sobre as dificuldades e 
necessidades da escola. Tem como fundamento, a descentralização das decisões 
onde tudo e todos se tornam responsáveis pela escola. 
 
 
38 
 
Para melhor compreender, vale relembrar que as instituições escolares 
passaram por muitas mudanças desde a constituição federal de 1988 onde o 
poder centralizador era a maneira mais comum de administrar as escolas. Desse 
modo, todas as decisões centralizavam-se na figura do “diretor”. 
 
 A administração escolar era pautada no autoritarismo e controle absoluto 
das decisões, mas a construção de uma educação de qualidade não se constrói 
apenas com visão única. É preciso que a comunidade escolar tenha participação 
ativa nas decisões, tornando a escola coletiva e transparente onde cada um é 
responsável pelas tomadas de decisões no âmbito escolar, pois “só participa 
efetivamente quem efetivamente exerce a democracia.” (ANTUNES, 2002, p.98). 
 
 A relação entre família e escola é e sempre será muito importante para o 
ensino e aprendizagem de todos, mas algumas vezes ela se dá com alguns 
desencontros. Frequentemente essas relações se dão pela falta de diálogo, 
parceria ou conflitos de opiniões e por isso é preciso estar aberto a encontrar 
outros caminhos possíveis. O interessante é que tanto a família como a escola 
almeja a mesma coisa, melhorar aprendizagem dos educandos, por isso é 
fundamental que os assuntos pedagógicos digam respeito a todos: família, 
comunidade, estudantes, professores, gestores etc. 
 Figura 1: Gestão Participativa 
 
 
39 
 
Fonte: http://cacimbaodahistoria.blogspot.com.br/2017/03/ii-simulado-do-curso-de-formacao-
de.html 
 
A escola é a responsável por criar espaços de troca e discussão sobre os 
assuntos pedagógicos, onde todos possam ter voz e não apenas serem 
informados das decisões tomadas. Mas como a escola pode favorecer a criação 
desses espaços? 
 
Nos estudos educacionais feitos por um Centro de Pesquisa Europeu 
chamado CREA - Centro Especial de Investigação em Teorias e Práticas 
Superadoras de Desigualdades, foram identificadas 05 formas diferentes de 
participação da comunidade na escola e a sua relação com os resultados e 
objetivos. Vamos conhecê-las? 
 
 
I- A INFORMATIVA: Ficou mais conhecida como aquelas reuniões de pais que 
acontecem uma vez por semestre para apresentar o trabalho desenvolvido e 
aquele que estar por vir. Nestes casos, as decisões foram tomadas pela escola e 
os pais são apenas informados. 
 
II - Na CONSULTIVA: A participação dos pais se baseia em consultas as famílias 
sobre decisões que a escola pretende tomar, geralmente se dão pelas entidades 
estatutárias da escola como Associação de Pais e Mestres e os Conselhos de 
escola onde as famílias participam por representatividade, ou seja, os poucos 
familiares que fazem parte daquele grupo opinam em nome de todos os demais. 
 
Estas duas instâncias são muito importantes e as mais adotadas na maioria 
das escolas, porém tanto na participação informativa quanto na consultiva a 
probabilidade de se conseguir êxito escolar e envolvimento das famílias é menor. 
http://cacimbaodahistoria.blogspot.com.br/2017/03/ii-simulado-do-curso-de-formacao-de.html
http://cacimbaodahistoria.blogspot.com.br/2017/03/ii-simulado-do-curso-de-formacao-de.html
http://crea.ub.edu/index/
 
40 
 
 
Por outro lado, as formas de participação decisória, avaliativa e educativa 
que serão discutidas a seguir serão as que mais incluem os familiares. 
 
 
 
III- Na forma DECISÓRIA que também ocorre por meio das entidades estatuárias 
já mencionadas ou pelas formações de comissões mais abertas, como por 
exemplo, membros da comunidade participam de modo efetivo na tomada de 
decisões que impactam diretamente os resultados educacionais. 
 
IV- Na AVALIATIVA, os familiares e membros da comunidade ajudam a avaliar o 
progresso dos educandos e decidir sobre os programas e currículos da escola a 
partir da participação dos processos de aprendizagem dos estudantes. 
 
V - Na EDUCATIVA, os familiares e membros da comunidade participam de 
algumas das atividades propostas aos estudantes, atuando diretamente para a 
melhoria da aprendizagem. Nessa forma de participação também são planejadas 
e colocadas em prática pela comunidade, programas educacionais que 
respondam as suas próprias necessidades.Vários autores como Tassoni (2000), Mortimer (2002) destacam a 
importância das interações no ambiente de aprendizagem e o quanto a presença 
da comunidade na escola favorece o desenvolvimento dos estudantes e da própria 
comunidade. Nessa perspectiva, como bem diz Paro (1997, p.30): 
 
A escola por sua maior aproximação às famílias constitui-se em 
instituição social importante na busca de mecanismos que 
favoreça um trabalho avançado em favor de uma atuação que 
 
41 
 
mobilize os integrantes tanto da escola, quanto da família, em 
direção a uma maior capacidade de dar respostas aos desafios 
que impõe a essa sociedade. 
 
Alguns pesquisadores focam na maneira como a participação da família em 
processos que envolvam a sua própria aprendizagem gera novas interações 
dentro do contexto familiar e impacta de forma positiva na aprendizagem do 
estudante pertencente aquela família. 
Em outras palavras a participação da família pode ajudar e muito na 
participação de todos seja de forma direta em sala de aula ou indiretamente nos 
espaços de decisão e avaliação da escola. 
 
Existem diversas formas que as escolas propõem para participação 
avaliativa, decisória e educativa dos familiares na escola. 
 
Vamos conhecer aquelas que as comunidades de aprendizagem realizam: 
 
 Participação em cursos de formação nas áreas de interesse da 
comunidade em espaços compartilhados pelos estudantes e famílias; 
 Realização de tertúlias dialógicas literárias organizadas por e para os 
familiares e comunidade; 
 Envolvimento da família e da comunidade nos grupos interativos 
participando de atividades dentro da sala de aula como voluntários; 
 A presença da comunidade, familiares e estudantes nas comissões 
mistas contribuindo nos momentos de decisão e avaliação da escola, 
como por exemplo, na avaliação e desenvolvimento do currículo. 
 
Essas formas de participação favorecem o diálogo igualitário onde os 
argumentos e as vozes de todos são consideradas imprescindíveis para a vida 
escolar. 
 
42 
 
 
O gestor escolar desempenha uma importante função no processo 
educacional de uma instituição de ensino. Necessita ter a compreensão de 
articular, acompanhar, intervir na elaboração, execução e avaliação da proposta 
pedagógica, visando o desempenho de qualidade e seu estabelecimento de 
ensino. 
 
Precisa inclusive de uma ampla experiência na área educacional e 
competência de saberes para o exercício de sua gestão escolar. Assim sendo o 
diretor deve ser o representante do projeto político social de educação, buscando 
uma gestão democrática voltada a necessidade de sua comunidade. 
 
Considerando essas características, a LDB/1996 destaca a importância 
dessa atuação da gestão educacional no desenvolvimento das ações do gestor 
escolar, integrando a proposta pedagógica e administrativa com a comunidade. 
 
O desenvolvimento dentro da democratização escolar consiste no processo 
de mobilização da proposta escolar, para implementação de mudanças no intuito 
de elevar as oportunidades e a qualidade da educação tendo como base a 
participação da sociedade no processo. 
 
Sobre o gestor escolar de acordo com Adrião e Camargo (2007, p. 68) 
explicam: “uma tentativa de superação do caráter técnico, pautado na 
hierarquização e no controle do trabalho por meio da gerência científica, que a 
palavra administração (como sinônimo de direção) continha”. 
 
As competências e habilidades que devem ser observadas no exercício de 
uma gestão democrática são aspectos que necessitam do desenvolvimento das 
relações (intra e inter) pessoais que são: tomada de decisão, criatividade, 
 
43 
 
colaboração, cidadania, formação de opinião, resolução de problemas, 
pensamento crítico e no trabalho em equipe. 
 
Segundo Libâneo (2008, p. 105): 
 
Para atingir os objetivos de uma gestão democrática e participativa 
e o cumprimento de metas e responsabilidades decididas de forma 
colaborativa e compartilhada é preciso uma mínima divisão de 
tarefas e a exigência de alto grau de profissionalismo. 
 
Assim constata-se que a Gestão Democrática da educação se constrói de 
forma coletiva por meio da participação de todos os envolvidos nos processos 
escolares, no desenvolvimento de ações que incidem na cidadania da escola 
possibilitando o desenvolvimento de uma consciência de participação mais ampla 
na sociedade. 
 
As relações entre a gestão da educação e da escola 
 
 A gestão educacional baseia-se na organização dos sistemas de ensino: 
federal, estadual, municipal e das delegações desses sistemas com várias formas 
de articulação entre as instâncias que determinam as normas que executam e 
definem o setor educacional e a oferta da educação pelo setor público e privado. 
 
No contexto educacional do País, cada sistema tem um papel a 
desempenhar. Por exemplo, a educação básica, compete aos Estados, Distrito 
Federal e Municípios ofertá-la. O ensino médio é um dever dos Estados e do 
Distrito Federal e a educação infantil fica sob a responsabilidade dos Municípios. 
 
Diferente da gestão educacional, a gestão escolar é uma forma diferente de 
gestão, ela é quem organiza o trabalho pedagógico que implica na visibilidade de 
objetivos e metas dentro da instituição escolar. Cada escola deve elaborar e 
http://www.infoescola.com/educacao/gestao-educacional/
http://www.infoescola.com/educacao/gestao-escolar/
 
44 
 
executar sua proposta pedagógica, administrando seus recursos, materiais e 
humanos, planejamento de suas atividades, distribuições de funções e atribuições 
na relação interpessoal de trabalho e partilha do poder. 
 
Com base nisso, podemos perceber que a gestão escolar, situa-se no 
âmbito da escola e trata das tarefas que estão sob sua responsabilidade, ou seja, 
procura promover o ensino e a aprendizagem para todos. Já a gestão educacional 
é compreendida através das iniciativas desenvolvidas pelos sistemas de ensino. 
 
Você sabe qual é a função social da escola? A resposta para essa questão 
varia de acordo com a época e o contexto histórico vivido pela sociedade. As 
funções políticas e sociais da escola consistem em interesses diferenciados das 
classes sociais nas quais contribuem nas diferentes concepções da função 
escolar. 
 
Em geral, pode-se adiantar que a escola é a responsável pelos processos 
de ensino e aprendizagem, proporcionando a todos os instrumentos necessários a 
aquisição do saber sistematizado. Percebe-se que a escola pode apresentar 
funções sociais diferenciadas de acordo com cada perspectiva e teoria de 
educação, influenciada pela concepção social vigente em cada época. Mas o que 
é possível afirmar sobre a função social da escola atualmente? 
 
Você já observou que existem diversas formas de atuar na gestão escolar? 
É importante que você conheça esses aspectos que norteiam o conceito sobre 
liderança e sua implicação na gestão escolar. A partir de agora você irá aprender 
que existem diversos tipos ou estilos de direção assim como diferentes formas de 
conceber a Gestão Educacional, por exemplo, há o gestor autocrático, o 
democrático, o laissez-faire (liberais). 
 
Vejamos as características que identificam cada modelo de liderança: 
 
45 
 
 
 
Gestão Autocrática (EU) Apenas o líder decide, estilo dominador; 
Gestão Democrática (NÓS) Comanda de forma participativa; 
Gestão Liberal (ELES) Delega a responsabilidade na tomada de 
decisão. 
 
 
O gestor não vem pronto é fruto de um processo de formação que promove 
compromisso pessoal para o alcance e ampliação de conhecimentos gerais e 
habilidades específicas. Dessa maneira, o gestor por meio dessa competência 
conseguirá orientar, mobilizar e coordenar o trabalho da comunidade escolar no 
sentido amplo, visando a melhoria contínua dos processos de ensino e 
aprendizagem. 
 
Assim sendo, enquanto a gestão educacional está preocupada em gerir o 
sistema de ensino no todo,a gestão escolar está voltada para a transformação 
social do poder na instituição escolar e nas demais organizações, primando pela 
participação dos funcionários, professores, estudantes, pais e comunidade local 
na gestão da escola e na luta pela superação da forma como a sociedade está 
organizada e isto como já foi discutido de forma bastante específica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
A GESTÃO ESCOLAR E A 
PROPOSTA CURRICULAR 
3 
CONHECIMENTOS 
 
Compreender sobre os métodos de gestão escolar. 
Entender a forma de elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola. 
 
 
HABILIDADES 
 
Reconhecer os critérios para construir, implementar e avaliar o Projeto Político 
Pedagógico. 
 
 
 
ATITUDES 
 
Aplicar o PPP (Projeto Político Pedagógico) nas escolas afim de contribuir com as 
melhorias do desenvolvimento escolar. 
 
 
 
48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
O Método e a Organização da Gestão Escolar. 
 
Sabemos que a escola funciona como uma organização social e local de 
formação de homens e mulheres, tendo como uma de suas funções a criação de 
projetos educativos numa perspectiva transformadora e inovadora onde os 
afazeres e as práticas não estejam centrados nas questões individuais, mas sim 
coletivas. Dessa forma, para que o trabalho realizado pela escola dê certo, o 
mesmo precisa ser feito de forma organizada, ou seja, é necessário haver uma 
gestão escolar de qualidade, sendo imprescindível que o gestor saiba trabalhar 
com a coletividade, articulando e estimulando atividades educacionais. 
 
Frequentemente, costuma-se confundir os termos “Gestão Escolar” e 
“Administração Escolar”, mas os mesmos apresentam algumas diferenças. A 
palavra Gestão vem do latim do termo gerere que tem o sentido de governar, 
conduzir, dirigir. Já o termo administração também vem do latim da palavra 
administrare, e tem sentido de gerir um bem, defendendo os interesses daquele 
que o possui. 
 
Assim podemos dizer que gestão escolar é o conjunto de funções 
desempenhadas pelos atores institucionais da escola que tem diferentes graus de 
complexibilidade, coordenadas por uma equipe técnica-pedagógica liderada pelo 
diretor da escola. A ideia da existência de uma equipe gestora marca uma 
característica bastante atual da gestão escolar. 
 
Muitas vezes, a imagem que temos é a de um diretor tradicional, rígido, 
burocrático, sentado atrás de sua mesa, carimbando e assinando papeis. A visão 
moderna da gestão em equipe começou a aparecer no Brasil a partir da década 
de 80. Podemos dizer que a partir de estudos realizados no Brasil nos últimos 
anos é possível elencar três concepções mais relevantes de organização da 
 
50 
 
gestão escolar: a técnico-científica ou funcionalista, a autogestionária e a 
democrático-participativa. 
A concepção técnico científica visa a racionalização do trabalho e os bons 
resultados dos serviços escolares, baseando-se na hierarquia de funções e 
cargos. Assemelha-se à administração empresarial no sentido de possuir uma 
divisão técnica do trabalho escolar, nas relações de subordinação e hierarquia, 
existência de normas, regras e atividades burocráticas, comunicação linear e 
maior importância nas tarefas que nas pessoas. 
 
Na concepção autogestionária percebe-se a ausência de uma direção 
centralizada e a presença da participação de todos os membros da escola de 
maneira direta e uniforme. Essa concepção baseia-se na responsabilidade coletiva 
e por isso, as decisões são tomadas em reuniões onde não há autoritarismo, pois 
se exerce a autogestão. Há, também, maior importância nas inter-relações que 
nas tarefas. 
 
A concepção democrática-participativa tem como base a participação e 
envolvimento de todas as pessoas na busca por objetivos educacionais comuns 
assumidos por todos. Nessa concepção, a coletividade discute publicamente as 
questões e toma as decisões, e cada membro da equipe de gestão assume uma 
parte no trabalho. Há uma intensa interação entre direção e os demais membros 
da escola, pois a gestão é realizada com a participação de todos os sujeitos da 
comunidade escolar. 
 
O conceito de gestão escolar engloba diversos elementos ligados à 
otimização dos serviços educacionais. Cada escola possui, conforme determina a 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, liberdade e autonomia para 
organizar a sua gestão. Para isso, cada escola pode e deve elaborar seu próprio 
plano de gestão desde que esteja de acordo com a legislação em vigor, tendo 
como base a busca por resultados excelentes através de liderança forte e 
 
51 
 
integrada com os sujeitos que compõem a comunidade escolar. Por isso, é 
necessário que esse plano contemple os aspectos mais importantes da 
organização da gestão escolar: gestão pedagógica da escola, gestão 
administrativa da escola e gestão de recursos humanos da escola. 
 
Na gestão pedagógica da escola, o gestor deve se preocupar em 
organizar e planejar a parte educacional da escola, bem como os conteúdos 
curriculares, além de acompanhar os resultados e rendimentos de estudantes e 
professores. Nesse campo da gestão são desenvolvidas atividades diretamente 
ligadas ao planejamento e à organização educacional de acordo com o que consta 
no projeto político-pedagógico da escola, colaborando para que tudo o que há 
nesse projeto não fique apenas registrado no papel, mas, de fato, aconteça na 
prática. 
 
Na gestão de recursos humanos da escola, é necessário gerir o corpo 
docente, discente, colaboradores e comunidade externa de forma que seja 
mantido um bom relacionamento entre todas as partes, a fim de que os direitos e 
deveres sejam respeitados. O gestor precisa saber lidar com os possíveis conflitos 
que possam existir, além de criar um ambiente onde todos os alunos, professores, 
colaboradores e demais pessoas da comunidade externa, sintam-se responsáveis 
e motivados a darem a sua contribuição no intuito de conseguirem excelentes 
resultados. 
 
Já na gestão administrativa da escola, o gestor necessita organizar a 
estrutura de funcionamento da escola no que se refere à utilização de recursos 
materiais e didáticos, recursos financeiros e recursos físicos de acordo com o 
Plano Político Pedagógico de Gestão Escolar e o Regimento Escolar. Faz-se 
necessário, também, controlar o orçamento da escola, priorizar os investimentos e 
prestar contas sobre os gastos com o intuito de que todas as necessidades da 
escola sejam atendidas. 
 
52 
 
Como construir o funcionamento organizacional e curricular da 
escola? 
 
Nos últimos anos o termo gestão democrática na escola tem sido alvo de 
estudo por alguns estudiosos. O processo organizacional é um dos pontos de 
maior discussão, quando a escola é capaz de construir, implementar e avaliar o 
seu projeto pedagógico, ela propicia uma educação de qualidade e exerce sua 
autonomia pedagógica. Ao exercer essa autonomia, a escola realiza uma missão, 
constrói um processo integrado de planejamentos e ações que corresponde os 
resultados de avanços e conquistas futuras. 
 
Nesta perspectiva, podemos conceituar o projeto político - pedagógico 
(PPP) como uma ferramenta teórico - metodológico responsável pela organização 
e integração do trabalho escolar, visando à transformação dessa realidade e 
acreditando que cada escola irá construir suas alterações a partir de condições 
específicas. Sabendo-se que a maior compreensão é que o projeto pedagógico é 
o elemento que busca um rumo, um direcionamento para as práticas que serão 
desenvolvidas na escola é um instrumento que tem a responsabilidade de 
construção da identidade da escola. 
 
Os resultados direcionados do PPP são estudados, executados e 
amparados pela LDB/ 9.394/96, as leis não fazem milagres por si só, é necessário 
pessoasque construam suas práticas visando a democratização do espaço 
escolar. 
 
É importante favorecer um momento em que cada educador faça uma 
reflexão da sua própria identidade cultural e através dessa reflexão ele seja capaz 
de descrevê-la e desenvolver como tem sido construída, que referenciais têm sido 
privilegiados e por quais caminhos essa análise pessoal instigará o profissional a 
 
53 
 
estruturar essa construção. Essa autonomia é dada para que haja uma construção 
de um ensino de qualidade e dar oportunidades ao profissional a reconhecer a 
importante missão de construir através de suas experiências e buscando 
aprendizado e respeito para a classe educacional. 
 
Será analisada através de reflexões de suas práticas para consolidar sua 
própria autonomia, a escola pode construir o conceito de qualidade de ensino e 
adequar melhor a sua função às necessidades da comunidade nesse sentido, 
organizando o seu trabalho pedagógico, a escola avança para outro nível de 
autonomia, mais solidário e com mais diálogo, que pode levar as partes a se 
envolverem no processo de forma mais efetiva, pelas ações desenvolvidas no dia 
a dia escolar. Aí temos, de fato, uma autonomia gerada pelas práticas da própria 
escola. 
 
Na LDB (Lei de Diretrizes e Bases), destacam-se três grandes eixos 
diretamente relacionados à construção do projeto pedagógico: Eixo da 
Flexibilidade, Eixo da Avaliação e Eixo da Liberdade 
 
Considerando esses três eixos, a LDB destaca na escola um importante 
ambiente educativo e nos profissionais da educação uma capacidade técnica e 
política que os certifica a participar da elaboração do seu projeto pedagógico. 
Nessa perspectiva democrática, a lei estende o papel da escola diante da 
sociedade, coloca-a como centro de atenção das políticas educacionais mais 
gerais e sugere o fortalecimento de sua autonomia. 
 
Podemos concluir que a construção coletiva do projeto pedagógico deve 
acontecer visando à autonomia dialogada na escola, e não simplesmente para 
cumprir uma formalidade legal. Essa autonomia deve ser criada em torno de uma 
concepção educativa que aponte à melhoria da qualidade do ensino e ao sucesso 
 
54 
 
da aprendizagem do aluno, essa é a razão que torna importante a construção do 
projeto pedagógico. 
 
 É necessário compreender que as leis não modificam a realidade como 
um passe de mágica, é preciso um ponto de partida para as pessoas pensarem 
suas próprias condições e transformá-las. Por isso, não basta a LDB (Lei nº 
9.394/96) impor as unidades escolares de ensino a tarefa de elaborar o projeto 
pedagógico; é necessário que a escola, não confunda autonomia com soberania, 
encontre alternativas teóricas e práticas para mostrar aos seus segmentos a 
importância de outra autonomia: construída, solidária e dialogada. 
 
A Gestão da escola e a construção do P.P.P. 
 
A proposta pedagógica é o grande alicerce para que a escola faça as 
conexões e articulações necessárias para compreender o sujeito em toda sua 
complexidade. Para se construir a proposta curricular de uma escola faz-se 
necessário seguir algumas etapas que serão de grande importância para a 
construção do PPP. 
 
Veja quais são as etapas: 
 
 Diagnóstico da realidade escolar; 
 Levantamento das concepções do coletivo da escola; 
 Definições de estratégias, pessoais ou grupos, visando garantir as ações 
estabelecidas pelo coletivo. 
 
Essas etapas, juntas e bem consolidadas revelam-se como elemento 
dinâmico que contribui para criação da identidade da escola. 
 
 
55 
 
É importante ressaltar que o fato do projeto pedagógico ser construído 
coletivamente não isenta a equipe gestora de cumprir o papel importante em seu 
processo de construção e implementação. O gestor tem o desafio da mobilização 
e conscientização dos conflitos existentes, garantindo assim um processo 
participativo, democrático e produtivo. 
 
Cada escola seguirá uma dinâmica própria na construção do seu projeto, 
é importante que os participantes levantem as informações que seja fundamental 
para identificar a escola e o seu projeto tais como: Denominação, localização, 
referenciais legais de sua criação e níveis de ensino, as modalidades de educação 
que ela oferta, quantidades de alunos, enfim tudo que for importante para compor 
e traçar os dados que serão decisivos nessa criação de identidade. 
 
Essa atividade diagnóstica baseia - se no levantamento de informações 
que mostrem o trabalho escolar como o todo. Após a coleta desses dados, a 
escola se reúne e discute, problematiza e compreende questões relacionadas a 
prática. 
 
Nessa etapa do diagnóstico, a escola deve desenvolver também, a 
capacidade de identificar suas possibilidades e obstáculos a enfrentar em suas 
práticas diárias. É importante que a escola não perca de vista a necessidade de 
identificar os responsáveis por determinadas ações assumidas pelo grupo. 
 
É importante que a escola trabalhe com cronogramas, calendários e 
horários bem definidos, afim de assegurar o acompanhamento e a avaliação das 
ações que venham sendo desenvolvidas. 
 
Vale ressaltar que todas as etapas que compõem os três grandes 
momentos de construção do projeto político pedagógico devem passar por 
constante processo de avaliação. Essa estratégia é de fundamental importância 
 
56 
 
para garantir que o projeto construído seja investigador das práticas da escola, 
processual, contínuo, flexível e duradouro. 
 
A construção do projeto pedagógico é um processo que exige diálogo, 
persistência e a sistematização e avaliação dos dados coletados em todos os seus 
movimentos. Como processo, necessita ser visto em sua construção contínua e 
com resultados gradativos que decorrem da vivência dos segmentos que o 
elaboram, constituindo-se em uma referência de autocrítica para esses mesmos 
sujeitos. 
 
É importante determinar coletivamente, formas claras de 
acompanhamento e avaliação das ações que serão desenvolvidas e os 
segmentos responsáveis por determinadas ações. As avaliações que serão feitas 
sobre a realização das ações definidas pelo coletivo precisam apontar não só as 
fragilidades encontradas no caminho, mas também os avanços da escola, ao 
implementar o projeto pedagógico. A avaliação precisa preocupar-se com os 
múltiplos aspectos do seu processo de construção, cobrindo um grande número 
de questões que vão desde aquelas especificamente voltadas para o processo 
ensino-aprendizagem desenvolvido em sala de aula até outras que tratam do 
trabalho da escola como um todo. 
 
Na verdade, você verifica que a mensagem apresentada e a avaliação do 
projeto pedagógico mostram que ele é um processo longo, cheio de idas e vindas, 
mas bastante compensador, não é verdade? Ele não acaba somente porque o ano 
letivo termina: na realidade, ele é construído durante todo o ano e recomeça no 
ano seguinte, sofrendo, obviamente, as adaptações necessárias. Por último, é 
preciso lembrar que o processo avaliativo, estando presente em todos os 
movimentos de elaboração do projeto pedagógico, não pode restringir-se aos 
olhares dos segmentos internos à escola. Ao contrário, deve-se ouvir a 
comunidade local acerca do projeto que ela espera da escola, um projeto capaz 
 
57 
 
de ajudar esta última a alcançar, da melhor maneira possível, sua função social. 
Por isso, é importante comparar os olhares dos próprios atores da escola sobre a 
prática que produzem com os de outros indivíduos que avaliam o trabalho da 
escola, a partir de uma posição externa. 
 
 
 
58 
 
 
 
59 
 
FORMAÇÃO DOS 
PROFISSIONAIS QUE REGEM 
A EDUCAÇÃO 
4 
 
CONHECIMENTOS 
 
Conhecer e compreender a legislação que regulamenta a formação dos 
educadores 
 
 
HABILIDADES 
 
Posicionar - se criticamente em relação a aplicação das leis no que se refere a 
formação dos educadores, interpretando e compreendendo - as para melhor 
aplicação no cotidianoda escola. 
 
ATITUDES 
 
Aplicar os conhecimentos adquiridos para desenvolver uma boa gestão 
educacional, dentro de uma visão sócio, política e democrática. 
 
 
 
60 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
61 
 
A Legislação Educacional e a formação dos profissionais 
da educação 
 
O termo Formação, ainda é um grande desfio para a educação brasileira e 
traz em seu significado a possibilidade de verdadeiramente educarmos o ser 
humano para a vida. A verdadeira formação não se limita apenas a treinamentos, 
reciclagens e ou capacitações, mas é um processo permanente de transformação 
ao qual nos submetemos para como seres humanos, nos responsabilizarmos por 
outros seres humanos através da educação, ou seja educar o educador para 
educar seres humanos, dando formação para a vida, com base em princípios e 
valores éticos, morais e sociais que contribuam para uma formação integral do 
cidadão. 
 
O processo de formação do profissional da educação passa pela 
emancipação enquanto ser humano que pretende educar se e educar o outro num 
constante processo de preparação para atuar no espaço escolar, seja como gestor 
de sala de aula, seja como gestor de um grupo mais amplo = escola, considerada 
como lócus do saber docente. 
 
A formação dos profissionais da educação é um assunto que tem tomado 
importante relevância nas discussões nos últimos anos. As discussões crescem 
por dois principais motivos: o primeiro é a constatação de que a escola não vai 
bem, que apesar das discursões sobre o assunto, quase nada tem mudado no que 
se refere a qualidade do ensino. O segundo motivo refere se as criticas sobre as 
concepções tecnicistas da educação da década de 70. Quando na época o que 
interessava era a técnica, ou seja os meios e recursos utilizados para o ensino, e 
os professores eram apenas treinados para a aplicação com os alunos que não 
passavam de meros aprendizes. Percebe se ao longo da história, que a formação 
 
62 
 
dos profissionais da educação não era assumida pelo poder publico, não havendo 
por parte deste, nenhuma preocupação e investimento nessa área. 
 Mas até antes mesmo de falarmos nesse assunto, é de relevante 
importância refletirmos de forma mais fundamentada, sobre a questão: quem são 
realmente os profissionais da educação ? 
 
 Alguém com formação em curso de graduação (licenciatura), que dedica 
todo o seu tempo na sala de aula? Alguém com formação em bacharelado, que 
ministra aulas na rede de ensino pública e particular, e que faz curso de formação 
na área específica de atuação? Alguém que tem formação em curso de 
graduação, que atua na escola, dedicando todo o seu tempo em atividades 
voltadas para o aluno, mas que está fora de sala de aula? Enfim, alguém que tem 
formação em curso de licenciatura, que atua na escola, dedicando todo o seu 
tempo em atividades docentes? 
Um docente é considerado um profissional de Educação quando exerce 
como prioridade e de forma definitiva o magistério como carreira. 
Assim sendo, diríamos que todo profissional de educação é professor, mas 
nem todo professor é um profissional de educação. Um jornalista, um 
fisioterapeuta, um arquiteto, um dentista, qualquer profissional liberal, pode em 
suas horas livres, fazer o exercício do magistério. Isso de certa forma irá contribuir 
com as instituições de ensino, que certamente ganharão muito com suas 
experiências no mundo do trabalho. 
Dessa forma, por exemplo, um juiz torna-se, um juiz-professor, mas não é 
um profissional de educação na sua essência, ao contrário dos demais 
profissionais de ensino que exercem o magistério com dedicação exclusiva, isto é, 
faz da sala de aula é sua principal fonte de sustento. 
De acordo com Campos (2010, p.55): 
 
63 
 
A gestão educacional baseia-se na organização dos sistemas de 
ensino: federal, estadual, municipal e das delegações desses 
sistemas com várias formas de articulação entre as instâncias que 
determinam as normas que executam e definem o setor 
educacional e a oferta da educação pelo setor público e privado. 
No contexto educacional do País, cada sistema tem um papel a 
desempenhar. 
 
 
Segundo o autor, o professor deve ter sua formação baseada nas diretrizes 
curriculares, e esta formação deverá permear a sua prática docente, considerando 
a necessidade de formação continuada e permanente para o exercício de sua 
profissão com competência e responsabilidade, de forma a desenvolver um 
trabalho com qualidade e eficiência. 
 
A regulamentação e normatização do sistema nacional de educação é feita 
por intermédio da LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), 
sancionada no dia 20/12/96, pelo presidente em exercício Fernando Henrique 
Cardoso. A Lei foi ainda denominada de Lei Darcy Ribeiro e sinaliza um período 
de mudanças significativas para a educação no Brasil. É por intermédio da LDB 
que ocorrem os processos educacionais, no entanto a lei por si só, não tem poder 
de modificar a realidade da educação brasileira, principalmente no que se refere a 
formação inicial e continuada de professores, mas pode intervir na busca de 
melhoria nesse processo de formação, ao fixar normas que orientam o 
funcionamento dos mesmos. Por outro lado, a formação ocorre na prática do dia a 
dia e por meio de estudos, discussões, seminários, congressos que proporcionam 
momentos de reflexões e aprofundamento sobre temáticas trazidas pelos 
profissionais de dentro do espaço escolar, quando nos referimos a formação 
continuada. 
 
 
 
 
 
 
64 
 
Vejamos o que diz a RESOLUÇÃO Nº 2, DE 1º DE JULHO DE 2015 
Art. 1º Ficam instituídas, por meio da presente Resolução, as Diretrizes 
Curriculares Nacionais para a Formação Inicial e Continuada em Nível Superior de 
Profissionais do Magistério para a Educação Básica, definindo princípios, 
fundamentos, dinâmica formativa e procedimentos a serem observados nas 
políticas, na gestão e nos programas e cursos de formação, bem como no 
planejamento, nos processos de avaliação e de regulação das instituições de 
educação que as ofertam. 
§ 1º Nos termos do § 1º do artigo 62 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDB), as instituições formadoras em articulação com os sistemas de 
ensino, em regime de colaboração, deverão promover, de maneira articulada, a 
formação inicial e continuada dos profissionais do magistério para viabilizar o 
atendimento às suas especificidades nas diferentes etapas e modalidades de 
educação básica, observando as normas específicas definidas pelo Conselho 
Nacional de Educação (CNE). 
 § 2º As instituições de ensino superior devem conceber a formação inicial e 
continuada dos profissionais do magistério da educação básica na perspectiva do 
atendimento às políticas públicas de educação, às Diretrizes Curriculares 
Nacionais, ao padrão de qualidade e ao Sistema Nacional de Avaliação da 
Educação Superior (Sinaes), manifestando organicidade entre o seu Plano de 
Desenvolvimento Institucional (PDI), seu Projeto Pedagógico Institucional (PPI) e 
seu Projeto Pedagógico de Curso (PPC) como expressão de uma política 
articulada à educação básica, suas políticas e diretrizes. 
§ 3º Os centros de formação de estados e municípios, bem como as instituições 
educativas de educação básica que desenvolverem atividades de formação 
continuada dos profissionais do magistério, devem concebê-la atendendo às 
políticas públicas de educação, às Diretrizes Curriculares Nacionais, ao padrão de 
 
65 
 
qualidade e ao Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), 
expressando uma organicidade entre o seu Plano Institucional, o Projeto Político 
Pedagógico (PPP) e o Projeto Pedagógico de Formação Continuada (PPFC) 
através de uma política institucional articulada à educação básica, suas políticas e 
diretrizes. 
Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais

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