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Fisiologia Respiratória

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TUTORIA 5 – FUNÇÃO 
RESPIRATÓRIA 
 
1. Compreender a mecânica e a 
regulação respiratória. 
 
A respiração pode ser dividida em 
quatro componentes principais: 
 
(1) ventilação pulmonar, que 
significa o influxo e o efluxo de ar 
entre a atmosfera e os alvéolos 
pulmonares; 
(2) difusão de oxigênio (O2) e 
dióxido de carbono (CO2) entre os 
alvéolos e o sangue; 
(3) transporte de oxigênio e dióxido 
de carbono no sangue e nos 
líquidos corporais e suas trocas com 
as células de todos os tecidos do 
corpo; 
(4) regulação da ventilação e 
outros aspectos da respiração. 
O movimento respiratório tranquilo 
é dado pelo diafragma, que faz um 
movimento de subida e descida, 
garantindo a expansibilidade 
adequada. 
Em ocasiões de respiração 
ofegante, o diafragma é auxiliado 
pelos músculos abdominais 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURIOSIDADE: 
Os pulmões são presos à parede 
torácica, como se estivessem 
colados; no entanto, eles estão 
bem lubrificados e podem deslizar 
livremente quando o tórax se 
expande e contrai. 
Como se trata de ar, existe todo um 
“jogo de pressões” entre a pressão 
alveolar e a pressão pleural, 
denominada pressão transpulmonar 
(diferença entre as duas pressões). 
Simplificando: quanto maior a 
pressão transpulmonar, maior a 
quantidade de ar que entra no 
pulmão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPLACÊNCIA PULMONAR 
O grau de extensão dos pulmões 
por cada unidade de aumento da 
pressão transpulmonar (se tempo 
suficiente for permitido para atingir 
o equilíbrio) é chamado 
complacência pulmonar. A 
complacência total de ambos os 
pulmões no adulto normal é, em 
média, de 200 mililitros de ar por 
centímetro de pressão de água 
transpulmonar. Isto é, sempre que a 
pressão transpulmonar aumentar 1 
centímetro de água, o volume 
pulmonar, após 10 a 20 segundos, 
se expandirá 200 mililitros. 
PRINCÍPIOS DA TENSÃO SUPERFICIAL. 
Quando a água forma uma 
superfície de contato com o ar, as 
moléculas da água na superfície 
têm atração especialmente forte 
umas pelas outras. Como resultado, 
a superfície da água está sempre 
tentando se contrair. Isto é o que 
mantém as gotas de chuva unidas. 
O surfactante é um agente ativo da 
superfície da água, significando 
que ele reduz bastante a tensão 
superficial da água. Produz 
surfactante, que impede o colapso 
alveolar (diminui a tensão 
superficial). Analogia da bexiga de 
gás: com o surfactante, que seria o 
pó existente na bexiga de gás, 
podemos enche-la várias vezes sem 
que a parede da bexiga se feche. 
CAIXA TORÁCICA 
A caixa torácica tem suas próprias 
características elásticas e viscosas, 
semelhantes às dos pulmões; até 
mesmo se os pulmões não 
estivessem presentes no tórax, 
esforço muscular seria necessário 
para expandir a caixa torácica. 
Alvéolo quer colabar e caixa 
torácica quer expandir, então 
precisa existir uma pressão que 
equilibre eles e essa pressão é a 
pressão do espaço intrapleural, que 
é sempre negativa 
CURIOSIDADE: 
Durante a respiração normal e 
tranquila, apenas 3% a 5% da 
energia consumida pelo corpo são 
requeridas pela ventilação 
pulmonar. Entretanto, durante o 
exercício pesado, a quantidade de 
energia requerida pode aumentar 
por até 50 vezes, especialmente se 
a pessoa tiver qualquer grau de 
incremento da resistência das vias 
aéreas ou complacência pulmonar 
diminuída. Assim, uma das principais 
limitações da intensidade do 
exercício é a capacidade da 
pessoa de fornecer energia 
muscular suficiente para apenas o 
processo respiratório isoladamente. 
Por isso que a pessoa deve 
começar aos poucos, fazendo 
exercícios básicos para depois 
progredir. 
VOLUME PULMONAR TOTAL 
Ele é medido pela soma de 4 tipos 
de volume: 
1. O volume corrente é o volume de 
ar inspirado ou expirado, em cada 
respiração normal; é de cerca de 
500 mililitros no homem adulto 
médio. 
2. O volume de reserva inspiratório é 
o volume extra de ar que pode ser 
inspirado, além do volume corrente 
normal, quando a pessoa inspira 
com força total; geralmente, é de 
cerca de 3.000 mililitros. 
3. O volume de reserva expiratório é 
o máximo volume extra de ar que 
pode ser expirado na expiração 
forçada, após o final de expiração 
corrente normal; normalmente, esse 
volume é de cerca de 1.100 
mililitros. 
4. O volume residual é o volume de 
ar que fica nos pulmões, após a 
expiração mais forçada; esse 
volume é de cerca de 1.200 
mililitros. 
CAPACIDADES PULMONARES 
1. A capacidade inspiratória é igual 
ao volume corrente mais o volume 
de reserva inspiratório. Essa 
capacidade é a quantidade de ar 
(cerca de 3.500 mililitros) que a 
pessoa pode respirar, começando 
a partir do nível expiratório normal e 
distendendo os pulmões até seu 
máximo. 
2. A capacidade residual funcional 
é igual ao volume de reserva 
expiratório mais o volume residual. 
Essa capacidade é a quantidade 
de ar que permanece nos pulmões, 
ao final de expiração normal 
(cerca de 2.300 mililitros). 
3. A capacidade vital é igual ao 
volume de reserva inspiratório mais 
o volume corrente mais o volume 
de reserva expiratório. Essa 
capacidade é a quantidade 
máxima de ar que a pessoa pode 
expelir dos pulmões, após primeiro 
enchê-los à sua extensão máxima 
e, então, expirar, também à sua 
extensão máxima (em torno de 
4.600 mililitros). 
4. A capacidade pulmonar total é o 
volume máximo a que os pulmões 
podem ser expandidos com o 
maior esforço (cerca de 5.800 
mililitros); é igual à capacidade vital 
mais o volume residual. 
 
A CAPACIDADE RESIDUAL FUNCIONAL 
(CRF) INDICAÇÃO PATOLÓGICA 
É o volume de ar que permanece 
nos pulmões ao final de cada 
expiração normal. 
É importante para a função 
pulmonar. Como esse valor varia 
acentuadamente em alguns tipos 
de doença pulmonar, é geralmente 
desejável medir essa capacidade 
Sem entrar muito no mérito, até 
porque envolve matemática e vai 
ser complicado explicar a formula, 
o exame vai ser feito com um 
espirômetro misturado com gás 
hélio. Como resultado, o hélio é 
diluído pelos gases residuais do 
pulmão e o volume da CRF pode 
ser calculado. 
A ventilação-minuto é a 
quantidade total de novo ar levado 
para o interior das vias aéreas a 
cada minuto e é igual ao volume 
corrente multiplicado pela 
frequência respiratória por minuto. 
VENTILAÇÃO ALVEOLAR 
A velocidade/intensidade com que 
o ar novo alcança essas áreas 
(alvéolos, sacos alveolares, ductos 
alveolares e bronquíolos 
respiratórios) é chamada 
ventilação alveolar. 
Um dos mais importantes desafios 
em todas as vias aéreas é mantê-
las abertas e permitir o livre fluxo de 
ar para os alvéolos e a partir deles. 
Traqueia  múltiplos anéis 
cartilaginosos; 
Parede brônquica  placas 
cartilaginosas mais maleáveis; 
Bronquíolos  não estão livres de 
colapso pela rigidez de suas 
paredes. Eles são mantidos 
expandidos pelas mesmas pressões 
transpulmonares que expandem os 
alvéolos. 
Ou seja, conforme os alvéolos 
aumentam, os bronquíolos também 
aumentam, mas não na mesma 
intensidade. 
CONTROLE NEURAL E LOCAL DA 
MUSCULATURA BRONQUIOLAR - 
SIMPÁTICO 
O controle direto dos bronquíolos 
pelas fibras nervosas simpáticas é 
relativamente fraco porque poucas 
dessas fibras penetram nas porções 
centrais do pulmão. Entretanto, a 
árvore brônquica é muito mais 
exposta à norepinefrina e à 
epinefrina, liberadas na corrente 
sanguínea pela estimulação 
simpática da medula da glândula 
adrenal. Ambos os hormônios, 
especialmente a epinefrina, por 
causa de sua maior estimulação 
dos receptores betadrenérgicos, 
causam dilatação da árvore 
brônquica. 
CONSTRIÇÃO PARASSIMPÁTICA DOS 
BRONQUÍOLOS. 
Poucas fibras parassimpáticas, 
derivadas do nervo vago, 
penetram no parênquima 
pulmonar. Esses nervos secretam 
acetilcolina e, quando ativados, 
provocam constrição levea 
moderada dos bronquíolos. 
Quando uma doença, como a 
asma, já causou alguma constrição 
bronquiolar, a estimulação nervosa 
parassimpática sobreposta, com 
frequência, piora essa condição. 
FATORES SECRETORES LOCAIS PODEM 
CAUSAR CONSTRIÇÃO BRONQUIOLAR 
A histamina e a substância de 
reação lenta da anafilaxia. Ambas 
são liberadas pelos mastócitos dos 
tecidos pulmonares, durante 
reações alérgicas, especialmente 
as causadas pelo pólen no ar. 
Elas têm papel fundamental na 
origem da obstrução das vias 
aéreas que ocorre na asma 
alérgica; isto é especialmente 
verdadeiro para a substância de 
reação lenta da anafilaxia. 
As mesmas substâncias irritantes 
que causam reflexos constritores 
parassimpáticos das vias aéreas — 
cigarro, poeira, dióxido de enxofre 
e alguns elementos ácidos na 
poluição — podem atuar 
diretamente nos tecidos 
pulmonares, iniciando reações 
locais não neurais que ocasionam 
constrição das vias aéreas. 
Todas as vias aéreas, do nariz aos 
bronquíolos terminais, são mantidas 
úmidas por camada de muco que 
recobre toda a superfície. Além de 
manter as superfícies úmidas, o 
muco aprisiona pequenas 
partículas do ar inspirado e evita 
que a maior parte dessas partículas 
alcance os alvéolos. 
Também existem cílios que vibram 
continuamente na frequência de 
10 a 20 vezes por segundo e a 
direção desse “movimento ciliar de 
força” é sempre para a faringe. 
Essa vibração contínua faz com 
que a cobertura de muco flua, 
lentamente, com velocidade de 
alguns poucos milímetros por 
minuto, em direção à faringe. 
Então, o muco e suas partículas 
capturadas são engolidos ou 
tossidos para o exterior. 
Quem fuma destrói esses cílios, 
dando “passe livre” para partículas 
inspiradas ao interior do pulmão. 
 
CURIOSIDADE: 
Parte do ar que a pessoa respira 
nunca alcança as áreas de trocas 
gasosas, por simplesmente 
preencher as vias respiratórias onde 
essas trocas nunca ocorrem, tais 
como o nariz, a faringe e a 
traqueia. Esse ar é chamado ar do 
espaço morto, por não ser útil para 
as trocas gasosas. Na expiração, o 
ar do espaço morto é expirado 
primeiro, antes de qualquer ar dos 
alvéolos alcançar a atmosfera. 
Portanto, o espaço morto é muito 
desvantajoso para remover os 
gases expiratórios dos pulmões. 
ESPECIFICAMENTE PARA O PROBLEMA 
Durante a atividade física, a 
intensidade do uso de O2 e de 
formação de CO2 é 
frequentemente elevada a 20 vezes 
da taxa basal, exigindo aumentos 
proporcionais da ventilação 
pulmonar. 
Em altitude elevada, soma-se ainda 
o efeito do ar rarefeito, o qual 
contribui para a redução da 
pressão parcial de O2 no sangue. 
Ok, nível de O2 baixo e ventilação 
pulmonar elevada, e quem vai 
salvar nosso corpo disso? 
- os quimiorreceptores localizados 
nos corpos carotídeos e aórticos 
transmitem os sinais 
instantaneamente aos centros 
superiores. 
Assim, o organismo aumenta o 
número de incursões respiratórias 
para minimizar os efeitos da hipóxia. 
Ou seja, existe uma integração 
muito rápida para minimizar os 
efeitos da hipóxia no organismo. 
 
REGULAÇÃO RESPIRATÓRIA 
O centro respiratório se compõe por 
diversos grupos de neurônios 
localizados bilateralmente no bulbo 
e na ponte do tronco cerebral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esses centros se dividem em 
agrupamentos de neurônios que 
são responsáveis por ações 
específicas, sendo eles: 
 Grupo Dorsal, que é 
responsável pela inspiração; 
 Grupo Ventral, responsável 
pela expiração; 
 Centro Pneumotáxico, 
regulador da frequência e 
da amplitude respiratória, 
 Centro Apnêustico que tem 
por função interromper o 
estímulo inspiratório, atuando 
e modulando o 
Pneumotáxico. 
GRUPO RESPIRATÓRIO DORSAL DE 
NEURÔNIOS — SEU CONTROLE NA 
INSPIRAÇÃO E NO RITMO 
RESPIRATÓRIO 
Apresenta uma função importante 
no controle da respiração e, em 
grande parte, se situa no interior do 
núcleo do trato solitário (NTS). 
O NTS corresponde à terminação 
sensorial dos nervos vago e 
glossofaríngeo, que transmitem 
sinais sensoriais para o centro 
respiratório a partir de 
(1) quimiorreceptores periféricos; 
(2) barorreceptores; 
(3) vários tipos de receptores nos 
pulmões. 
O CENTRO PNEUMOTÁXICO LIMITA A 
DURAÇÃO DA INSPIRAÇÃO E 
AUMENTA A FREQUÊNCIA 
RESPIRATÓRIA 
A função do centro pneumotáxico 
é basicamente a de limitar a 
inspiração, que adicionalmente 
apresenta o efeito secundário de 
aumento na frequência respiratória, 
já que a limitação da inspiração 
também reduz a expiração e o 
ciclo total de cada movimento 
respiratório. 
Sinal pneumotáxico intenso pode 
elevar a frequência respiratória 
para 30 a 40 movimentos 
respiratórios por minuto, enquanto 
um sinal pneumotáxico débil pode 
reduzir a frequência para apenas 3 
a 5 movimentos respiratórios por 
minuto. 
GRUPO RESPIRATÓRIO VENTRAL DE 
NEURÔNIOS — FUNÇÕES TANTO NA 
INSPIRAÇÃO QUANTO NA 
EXPIRAÇÃO 
Eles são especialmente importantes 
na provisão de sinais expiratórios 
vigorosos para os músculos 
abdominais, durante a expiração 
muito intensa. Assim, essa área atua 
mais ou menos como mecanismo 
suprarregulatório quando ocorre 
necessidade de alto nível de 
ventilação pulmonar, 
particularmente durante atividade 
física intensa. 
Os sinais sensoriais neurais 
provenientes dos pulmões também 
ajudam a controlar a respiração. 
De maior relevância existem 
receptores de estiramento, situados 
nas porções musculares das 
paredes dos brônquios e dos 
bronquíolos, em todo o parênquima 
pulmonar, responsáveis pela 
transmissão de sinais pelos nervos 
vagos para o grupo respiratório 
dorsal de neurônios, quando os 
pulmões são excessivamente 
distendidos. 
Quando os pulmões são 
excessivamente insuflados, os 
receptores de estiramento ativam 
resposta de feedback apropriada 
que “desativa” a rampa inspiratória 
e, consequentemente, interrompe a 
inspiração. Esse mecanismo recebe 
o nome de reflexo de insuflação de 
Hering-Breuer. 
 
2. Entender gasometria e sua 
relação com os níveis de lactato 
(antes e após o treino). 
 
Para que serve a gasometria? 
- A gasometria mede o pH e os 
níveis de oxigênio e de gás 
carbônico no sangue de um 
paciente. A verificação dos gases 
sanguíneos é utilizada para verificar 
o equilíbrio ácido-base do 
organismo, diretamente 
relacionado com a performance 
pulmonar e metabólica. 
A causa mais comum de aumento 
do lactato é a má perfusão 
sistêmica: a redução na oferta e/ou 
captação de oxigênio nos tecidos 
favorece o metabolismo celular 
anaeróbio, com maior produção 
do ácido lático. 
Os distúrbios metabólicos são 
aqueles que alteram primariamente 
os valores do HCO3 na gasometria, 
já os respiratórios, modificam 
primariamente os valores de pCO2 
na gasometria. 
Na presença desses distúrbios, o 
corpo reage através de respostas 
compensatórias (respiratórias ou 
renais) a fim de evitar mudança do 
pH. 
De modo geral, a resposta 
compensatória de um distúrbio 
respiratório é renal (metabólico), 
através da retenção ou excreção 
de HCO3 ou H+. 
Por outro lado, a resposta de um 
distúrbio metabólico é respiratória, 
induzindo a hiper ou 
hipoventilação. 
Simplificando: a resposta 
compensatória de um distúrbio 
metabólico é respiratória e a 
resposta compensatória de um 
distúrbio respiratório é metabólico 
(são inversos). 
ACIDOSE METABÓLICA 
Na acidose metabólica temos uma 
queda do HCO3 na gasometria e, 
consequentemente, redução do pH 
(acidose). 
A resposta compensatória deve ser 
uma hiperventilação a fim de 
reduzir o CO2 (que também 
acidifica o meio). 
ALCALOSE METABÓLICA 
Na alcalose metabólica, ocorre um 
aumento de HCO3 na gasometria 
e, consequentemente, elevação 
do pH (alcalose). 
A resposta compensatória deve ser 
uma hipoventilação a fim de reter o 
CO2 
 
 
ACIDOSE RESPIRATÓRIA 
Na acidose respiratória,existe uma 
dificuldade de ventilação do 
paciente, isso leva a uma 
hipoventilação e, 
consequentemente, retenção do 
CO2. 
A resposta compensatória neste 
caso é renal (retém HCO3 ou 
excreta mais ácido), com posterior 
elevação do HCO3 na gasometria. 
ALCALOSE RESPIRATÓRIA 
Na alcalose respiratória, o paciente 
está hiperventilando e, 
consequentemente, “lavando” o 
CO2, isto é, expulsando o CO2. 
A resposta neste caso é renal com 
excreção de HCO3. Da mesma 
forma da acidose respiratória, aqui 
também avaliamos se o distúrbio é 
agudo ou crônico. 
MISTO 
Algumas vezes observamos a 
ocorrência simultânea de dois ou 
três distúrbios acidobásicos 
independentes. Daí chamamos de 
distúrbios mistos. 
https://www.fontouraeditora.com.b
r/periodico/upload/artigo/1362_153
0016241.pdf 
Concluiu-se que tanto a atividade 
aeróbica como o exercício resistido 
testados provocaram aumento da 
concentração de lactato 
sanguíneo durante os momentos de 
esforço, com posterior declínio 
durante a fase de recuperação em 
repouso, o que pode ser justificado 
pela alta demanda metabólica por 
ATP e pela demanda adicional de 
energia em exercícios intensos. 
 
3. Explicar a regulação e produção 
de hemácias. 
 
A principal função das hemácias, 
também conhecidas como 
eritrócitos, consiste no transporte de 
hemoglobina, que, por sua vez, 
leva oxigênio dos pulmões para os 
tecidos. 
A hemoglobina não fica livre no 
plasma pois ela extravasaria para o 
espaço intersticial ou através da 
membrana glomerular do rim, por 
isso ela deve permanecer dentro 
das hemácias. 
As hemácias possuem outras 
funções além do transporte de 
hemoglobina, tais como: 
 
 Contém grande 
quantidade de anidrase 
carbônica 
 
Essa enzima catalisa a reação 
reversível entre o dióxido de 
carbono (CO2) e a água para 
formar ácido carbônico (H2CO3), 
aumentado por milhares de vezes 
essa reação. 
 
A rapidez dessa reação possibilita 
que a água do sangue transporte 
quantidade enorme de CO2 na 
forma de íon bicarbonato (HCO3−), 
dos tecidos para os pulmões, onde 
é reconvertido em CO2 e eliminado 
para a atmosfera como produto do 
metabolismo corporal. 
 
A hemoglobina nas células é 
excelente tampão ácidobase 
(como é o caso da maioria das 
proteínas); devido a isso, a hemácia 
é responsável pela maior parte da 
capacidade do tamponamento 
ácido-base de todo o sangue. 
 
Um pouco sobre a importância 
desse mecanismo de tampão: 
O tampão composto por ácido 
carbônico/bicarbonato ajuda a 
controlar o pH sanguíneo. 
Se não houvesse esse sistema, 
haveria muita oscilação de PH 
sanguíneo, nós provavelmente 
morreríamos. 
Por exemplo: o jogador do 
problema libera muito lactato 
devido a pratica de esportes, esse 
lactato deixa o sangue dele ácido, 
se o tamponamento ácido-base 
não for eficaz ele vai ter uma 
acidose metabólica. 
Locais de produção das hemácias: 
Primeiras semanas: saco vitelino 
Segundo trimestre: fígado 
(principal), baço e linfonodos 
Último mês e pós: medula óssea 
A medula óssea de quase todos os 
ossos produz hemácias até que a 
pessoa atinja a idade de 5 anos. A 
medula óssea dos ossos longos, 
exceto pelas porções proximais do 
úmero e da tíbia, fica muito 
gordurosa, deixando de produzir 
hemácias aproximadamente aos 20 
anos de idade. 
 
 
 
 
 
 
 
Após essa idade, a maioria das 
hemácias continua a ser produzida 
na medula óssea dos ossos 
membranosos, como vértebras, 
esterno, costelas e íleo. Mesmo 
nesses ossos, a medula passa a ser 
menos produtiva com o avanço da 
idade. 
As hemácias iniciam suas vidas, na 
medula óssea, por meio de tipo 
único de célula referido como 
célula-tronco hematopoética 
pluripotente, da qual derivam todas 
as células do sangue circulante. 
 
 
A exposição do sangue a baixas 
concentrações de oxigênio, por 
longo período, resulta na indução 
do crescimento, da diferenciação e 
da produção de número muito 
aumentado de hemácias. 
Ou seja, assim como infecções 
induzem grandes quantidades de 
leucócitos, pouco oxigênio induz 
muita quantidade de hemácias. 
Isso explica o motivo de pessoas 
que vivem em regiões altas terem 
mais hemácias como característica 
evolutiva. 
 
A Eritropoetina Regula a Produção 
das Hemácias do Sangue 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Oxigenação Tecidual É o Regulador 
Mais Essencial da Produção de 
Hemácias 
Diversas patologias circulatórias que 
causam a redução do fluxo 
sanguíneo tecidual e 
particularmente as que promovem 
redução da absorção de oxigênio 
pelo sangue, quando passa pelos 
pulmões, podem também 
aumentar a intensidade de 
produção de hemácias. 
ERITROPOIETINA ESTIMULA!!! 
Quando o sistema da eritropoetina 
está funcional, a hipoxia promove 
aumento importante da produção 
de eritropoetina, e, por sua vez, a 
eritropoetina aumenta a produção 
eritrocitária até o desaparecimento 
da hipoxia. 
ONDE A ERITROPOIETINA É FEITA? 
Normalmente, cerca de 90% de 
toda eritropoetina é produzida 
pelos rins, sendo a restante 
formada, em sua maior parte, no 
fígado. Não se sabe exatamente 
onde, nos rins, a eritropoetina é 
produzida. Alguns estudos sugerem 
que a eritropoetina seja secretada, 
principalmente, por células 
intersticiais semelhantes a 
fibroblasto, em torno dos túbulos do 
córtex e medula exterior e secrete 
onde ocorre grande parte do 
consumo renal de oxigênio. 
FATO LEGAL 
Quando os dois rins são removidos 
ou destruídos por doença renal, a 
pessoa invariavelmente fica muito 
anêmica, visto que os 10% de 
eritropoetina normal produzidos em 
outros tecidos (sobretudo no 
fígado) só são suficientes para 
estimular de 33% a 50% da 
produção eritrocitária necessária 
ao organismo. 
ESTIMULAÇÃO HORMONAL 
Em particular, tanto a norepinefrina 
quanto a epinefrina, além de 
diversas prostaglandinas, estimulam 
a produção de eritropoetina. 
Algumas vezes, a hipoxia, em outras 
partes do organismo, mas não nos 
rins, também estimula a secreção 
renal de eritropoetina, o que sugere 
a existência de algum tipo de 
sensor não renal que envia sinal 
adicional para os rins, para a 
produção desse hormônio. 
 
4. Explanar os exames laboratoriais 
citados no problema 
 
ESPIROMETRIA – NÃO LABORATORIAL 
Espirometria é um exame que mede 
a quantidade de ar que uma 
pessoa é capaz de inspirar ou 
expirar a cada vez que respira, ou 
seja, a quantidade de ar que um 
indivíduo é capaz de colocar para 
dentro e para fora dos pulmões e a 
velocidade com que o faz (análise 
dos fluxos). 
DOSADOR DE ERITROPOIETINA 
A pesquisa e dosagem de 
eritropoietina é o exame feito para 
identificar e quantificar o hormônio 
que estimula a formação de 
hemácias. 
O procedimento pode ser útil para 
especificar os tipos de anemia, bem 
como, avaliar o funcionamento dos 
rins no que diz respeito à produção 
da eritropoietina. 
Ao identificar o tipo de anemia que 
acomete o paciente, o profissional 
que o acompanha pode selecionar 
o melhor esquema de tratamento 
para a patologia. 
As informações produzidas pela 
pesquisa e dosagem de 
eritropoietina também podem ser 
úteis para diagnosticar a 
policitemia, um tipo de câncer no 
sangue, e monitorar a evolução do 
tratamento de pacientes em 
terapia respiratória. 
Dosagem baixa de eritropoietina 
corrobora para suspeita de 
patologias renais. 
 
5. Conhecer a ação do chá de 
coca e do salbutamol. 
 
O chá de coca tem efeitos 
estimulantes que ajudam a 
combater o “mal da montanha”, 
efeitos físicos resultantes das 
grandes altitudes e da rarefação 
do ar pois incrementa a absorção 
de oxigênio pelo organismo de 
quem o toma. 
Seu efeito é semelhante ao do 
café, enquanto estimulante, mas 
também tem ação digestiva, razão 
pela qual é costume tomar este 
chá ao final das refeições, e 
curativa por sua ação carminativa, 
que ajuda a eliminaçãodos gases, 
a redução de peso e à 
recuperação de energia pelas 
pessoas fatigadas. 
O chá de coca contém altas 
concentrações de vitaminas, com 
propriedades antioxidantes (vits. A, 
B2, B6, C e E) e que estimulam o 
funcionamento do sistema 
imunológico, aumentando a 
capacidade do organismo em 
destruir os compostos 
potencialmente tóxicos. 
As folhas de coca contêm diversos 
componentes químicos conhecidos 
como alcaloides. Nos dias atuais, o 
mais conhecido entre esses 
componentes é a cocaína, extraída 
e purificada por complexos 
processos químicos. 
Muitas pessoas confundem coca 
com cocaína, e porque a cocaína 
é conhecida como “droga de 
abuso”, é necessário ressaltar 
novamente as diferenças entre a 
folha inteira e o alcalóide isolado. 
 
 
Momento curiosidade 
 
A mastigação da folha de coca 
com fins medicinais é um hábito tão 
antigo quanto a própria civilização 
inca. Tem datação especulada de 
8 mil anos atrás. 
SALBUTAMOL 
Sulfato de Salbutamol é um 
agonista beta2-adrenérgico seletivo 
indicado para o tratamento ou 
prevenção do broncoespasmo. Ele 
fornece ação broncodilatadora de 
curta duração na obstrução 
reversível das vias aéreas devido à 
asma, bronquite crônica e 
enfisema. 
 
 
 
 
 
+BONUS PRÁTICA 
 
Gasometria consegue fazer uma 
integração entre rim, respiratório e 
digestório. 
 
PACIENTE DIABÉTICO 
todo tipo de estresse pode levar a 
essa descompensação, inclusive 
uma infecção (estresse) pode levar 
a uma cetoacidose diabética. 
 
 
 
Se a pessoa tem pouco HCO3 seu 
corpo compensa alterando o 
sentido da reação, consumindo 
co2 
Chave do diagnóstico: identificar o 
começo do problema 
Bicarbonato e pressão parcial de 
co2 determinam o PH. 
 
Bicarbonato baixo = Ph baixo 
PCo2 baixo = ph alto 
 
Culpa do co2  respiratória 
Culpa do HCO3  metabólica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Valores da gasometria: 
PH = 7,35-7,45 
PCO2 = 35-45 
HCO3 = 22-26 
Ph baixo pelo bicabornato baixo; 
seu corpo fica em taquipnéia para 
eliminar muito co2 e com isso baixar 
o nível de co2 para aumentar o ph 
Importante saber a origem para 
não fazer BOBAGEM! Tem médico 
que dá remédio para baixar a 
frequência respiratória sendo que 
esse taquipneia tá salvando a vida 
do paciente. 
 
DPOC  sibilo (obstrução – som de 
balão de festa secando) se ela tem 
obstrução ela tem acumulo de co2, 
faz gasometria. 
Chega em 80 hemoglobina fique 
ALERTA pois a queda é mais rápida 
depois disso! 
Existe um controle entre a 
ventilação e perfusão, pois alvéolo 
colabado não recebe muito 
sangue. 
Você pode ter uma acidose mista, 
como esse caso abaixo, 
bicarbonato baixo e co2 alto. 
 
 
 
 
 
 
Creptações  liquido 
Pessoa com baixa de bicarbonato 
e PH ácido: broncodilatador tem 
preferência ao bicarbonato pois 
não é agressivo. 
Lembrar que a compensação renal 
é mais lenta que respiratória! 
Exercicio físico 
Acidose metabólica e alcalose 
respiratória  compensação.

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