Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 1 Lucas Ferraz Medicina – 2º P SP 1.4 OBJETIVOS: 1) Caracterizar os mecanismos envolvidos no ciclo respiratório: estímulo central, ventilação, perfusão e difusão, assim como os mecanismos de controle do ciclo respiratório. a) Descrever os mecanismos de trocas gasosas no pulmão e na periferia. b) Caracterizar o mecanismo de transporte dos gases no sangue ressaltando-se a curva de saturação da hemoglobina. 2) Identificar o papel do sistema respiratório na manutenção do equilíbrio acidobásico e hidroeletrolítico do organismo. 3) Explicar o mecanismo neuroendócrino de regulação da frequência respiratória. 4) Identificar alterações clínicas de alterações da função respiratória, caracterizando a cianose. 5) Abordagem terapêutica medicamentosa e não medicamentosa para o caso. 6) Papel da Rede Atenção Especializada, UBS e Atenção Domiciliar no cuidado de pacientes restrito ao leito. 7) Conhecer a história da doença DPOC e mapear as principais necessidades de saúde envolvidas. 8) Caracterizar o mecanismo de ação dos broncodilatadores 1) CARACTERIZAR OS MECANISMOS ENVOLVIDOS NO CICLO RESPIRATÓRIO: ESTÍMULO CENTRAL, VENTILAÇÃO, PERFUSÃO E DIFUSÃO, ASSIM COMO OS MECANISMOS DE CONTROLE DO CICLO RESPIRATÓRIO. A principal função do sistema respiratório é absorver oxigênio e eliminar dióxido de carbono. O oxigênio inspirado entra nos pulmões e chega aos alvéolos pulmonares. As camadas de células que revestem os alvéolos e os vasos capilares circundantes têm, cada uma, a espessura de apenas uma célula e estão estreitamente ligadas umas às outras. Esta barreira entre o ar e o sangue tem aproximadamente 1 mícron (1/10.000 de um centímetro ou 0,000039 polegada) de espessura. O oxigênio passa rapidamente através desta barreira de ar-sangue até o sangue nos vasos capilares. Da mesma forma, o dióxido de carbono passa do sangue para o interior dos alvéolos e é então expirado. O sangue oxigenado viaja dos pulmões passando pelas veias pulmonares até ao lado esquerdo do coração, que bombeia o sangue para o resto do corpo (veja A função do coração). O sangue pobre em oxigênio e rico em dióxido de carbono volta para o lado direito do coração através de duas grandes veias: a veia cava superior e a veia cava inferior. Em seguida, o sangue é bombeado pela artéria pulmonar até os pulmões, onde ele coleta oxigênio e libera dióxido de carbono. Para permitir a absorção de oxigênio e liberação de dióxido de carbono, cerca de 5 a 8 litros de ar por minuto entram e saem dos pulmões e cerca de três décimos de litro de oxigênio são transferidos dos alvéolos para o sangue a cada minuto, mesmo quando a pessoa está em repouso. Ao mesmo tempo, um volume similar de dióxido de carbono passa do sangue para os alvéolos e é expirado. Durante o exercício, é possível inspirar e expirar mais de 100 litros (cerca de 26 galões) de ar por minuto e extrair 3 litros (pouco menos do que 1 galão) de oxigênio desse ar por minuto. A velocidade com que o oxigênio é usado pelo corpo é uma medida para determinar a quantidade de energia por ele consumida. A inspiração e a expiração são realizadas pelos músculos respiratórios. Três processos são essenciais para a transferência de oxigênio do ar exterior para o sangue passando pelos pulmões: ventilação, difusão e perfusão. • Ventilação é o processo pelo qual o ar entra e sai dos pulmões. • Difusão é o movimento espontâneo dos gases, sem o uso de energia ou esforço por parte do corpo, entre os alvéolos e os capilares nos pulmões. • Perfusão é o processo pelo qual o sistema cardiovascular bombeia o sangue pelos pulmões. A circulação sanguínea é um elo fundamental entre a atmosfera, que contém oxigênio e as células do corpo, que consomem oxigênio. Por exemplo, o fornecimento de oxigênio para as células musculares em todo o corpo não depende só dos pulmões, mas também da capacidade do sangue de transportar oxigênio, e do sistema circulatório de transportar sangue para os músculos. Além disso, uma pequena fração do sangue bombeado do coração entra nas artérias brônquicas e nutre as vias aéreas. 2 2 Lucas Ferraz Medicina – 2º P A) DESCREVER OS MECANISMOS DE TROCAS GASOSAS NO PULMÃO E NA PERIFERIA. A unidade alveolocapilar é o principal local de trocas gasosas em nível pulmonar, sendo composta por alvéolo, septo alveolar e rede capilar. Os alvéolos são pequenas dilatações revestidas por uma camada de células, a maioria pavimentosas, com diâmetro de aproximadamente 250 µm. O septo alveolar é constituído por vasos sanguíneos e fibras elásticas, colágenas e terminações nervosas. Os septos alveolares têm descontinuidades denominadas poros de Kohn, que permitem a passagem de ar, líquido e macrófagos entre os alvéolos. A superfície alveolar se constitui de três tipos de células. O pneumócito tipo I, ou célula alveolar escamosa, é a célula mais frequente, dispõe de pouca organela citoplasmática, recobre a maior parte da superfície alveolar e não consegue se regenerar, ou seja, não tem potencial mitótico. O pneumócito tipo II, ou célula alveolar granular, é esférica e apresenta muitos microvilos em sua superfície. Essa célula contém muitas organelas celulares com grânulos osmofílicos (corpúsculos lamelares), que armazenam e secretam surfactante, que recobre a superfície alveolar reduzindo a tensão superficial. O pneumócito tipo II tem a capacidade de se regenerar e se transformar em tipo I quando ele é lesionado. Os macrófagos alveolares constituem pequena porcentagem de células alveolares. Eles passam livremente da circulação para o espaço intersticial e, a seguir, percorrem os espaços entre as células epiteliais, além de se localizarem na superfície alveolar. Os macrófagos têm função de fagocitar corpos estranhos, partículas poluentes e bactérias. Tendo em vista que não há trocas gasosas importantes entre o sangue capilar pulmonar e o ar até ser atingida a zona respiratória (quatro últimas subdivisões), o volume acumulado da traqueia até a 19 a geração corresponde a cerca de 150 mℓ em um jovem de 1,70 m de altura. Tal volume, somado ao das vias respiratórias superiores, representa o espaço morto anatômico, que será estudado posteriormente. Depois que os alvéolos são ventilados com ar atmosférico, a próxima etapa, no processo respiratório, é a difusão do oxigênio dos alvéolos para o sangue pulmonar e difusão do dióxido de carbono na direção oposta, para fora do sangue. O processo de difusão é simplesmente o movimento aleatório de moléculas em todas as direções, através da membrana respiratória e dos líquidos adjacentes. Entretanto, na fisiologia respiratória, enfoca-se não só o mecanismo básico pelo qual a difusão ocorre, mas também a intensidade em que ocorre; isso é problema bem mais complexo e que requer compreensão mais profunda da física da difusão e da troca gasosa. B) CARACTERIZAR O MECANISMO DE TRANSPORTE DOS GASES NO SANGUE RESSALTANDO -SE A CURVA DE SATURAÇÃO DA HEMOGLOBINA. O sangue do ser humano transporta diariamente o equivalente a 600 litros de oxigênio dos pulmões aos tecidos, mas pouco deste oxigênio é transportado no plasma sanguíneo porque ele é muito solúvel em soluções aquosas. Quase todo o oxigênio transportado pelo sangue está ligado à hemoglobina. Os eritrócitos ao passarem pelos pulmões têm suas moléculas de hemoglobinas saturadas em 96% de oxigênio (oxiemoglobina do sangue arterial) que serão gradualmente liberados para os tecidos. No sangue venoso que retorna ao coração a hemoglobina está apenas 64% saturada de oxigênio. Assim, o sangue que passa através dos tecidos libera perto de um terço do oxigênio que transporta. As propriedades especiais da molécula de hemoglobina que a transforma em um transportador tão eficiente podem ser entendidas pela comparaçãodas curvas de ligação do oxigênio, ou curvas de saturação do O2 da hemoglobina e mioglobina. Essas curvas mostram os graus de saturação de oxigênio quando mioglobina e hemoglobina estão no sangue venoso e arterial. A mioglobina tem maior afinidade pelo oxigênio que a hemoglobina. Ela está quase 100% saturada em pressões parciais de oxigênio medida em milímetros de mercúrio (pO2 / mm Hg) quando o pO2 é de 15 mmHg ou 1,5 kPa, enquanto a hemoglobina requer pO2 de 35 mmHg ou 3,5 kPa para obter 50% de saturação. Quando a hemoglobina se oxigena no sangue arterial seu grau de saturação é de 95%, e à medida que começa a distribuição do oxigênio para as células teciduais o faz de forma lenta até passar ao sangue venoso. No sangue venoso a liberação do oxigênio é muito rápida e eficiente, fato que faz com que a saturação de oxigênio de 75% em pO2 de 50 mmHg (do músculo em repouso) diminui rapidamente para menos de 10% de saturação em pO2 de 15 mmHg, numa curva tipo sigmóide. Assim, a curva sigmóide de saturação da hemoglobina revela uma adaptação molecular para a sua função de transporte nos eritrócitos, assegurando a ligação e a liberação do oxigênio para as células teciduais. Esse fato indica que a mioglobina tem alta afinidade pelo oxigênio em comparação com a hemoglobina. Conforme mostra a figura 3.16, o gráfico da curva de saturação da mioglobina pelo oxigênio é do tipo hiperbólica simples, fato decorrente da ação de massa do oxigênio no equilíbrio mioglobina + O2 Oxi Mb. Em contraste, a afinidade da hemoglobina diminui rapidamente à medida que se transforma de oxiHb em desoxiHb, fato que caracteriza a curva sigmóide que se 3 3 Lucas Ferraz Medicina – 2º P acentua no sangue venoso. O formato sigmóide tem uma explicação físico-química da afinidade da hemoglobina pelo oxigênio. A figura 3.17 representa cada uma das quatro subunidades de globinas (duas alfas ou a 2 e duas beta ou b 2) se ligando independentemente com a molécula de oxigênio (O2). Assim, o processo fisiológico da oxigenação da hemoglobina ocorre em quatro estágios sequentes. No primeiro estágio, a molécula está desoxigenada e a molécula de 2,3 – difosfoglicerato (2,3-DPG) está inserida entre as duas subunidades de globina beta; no estágio seguinte, inicia-se a oxigenação dos grupos heme das duas globinas alfa, primeiro um e depois o outro; o terceiro estágio se caracteriza pelo ajustamento da conformação tetramérica provocado pelo processo de oxigenação que, ao se completar nos grupos heme das globinas alfa, começa a abranger as globinas beta. O movimento de adaptação a esse processo é provocado pela aproximação entre as globinas beta e a desacomodação do 2,3 DPG, que é expelido para fora. Finalmente, o último estágio se deve pela oxigenação dos grupos heme das globinas beta, inicialmente uma e depois a outra, completando a oxigenação da molécula de hemoglobina. A oxigenação da molécula de hemoglobina também depende do pH e da concentração de CO2; o aumento de CO2 induz a liberação de oxigênio pela hemoglobina, cujo processo é conhecido por efeito Bohr. Esse desempenho bioquímico se deve quando a curva de dissociação de oxigênio (curva sigmóide) em pO2 de 50 mmHg (ou P50) é afetada pelo metabolismo tecidual e pH sanguíneo. Quando o metabolismo tecidual está aumentado são liberados produtos ácidos capazes de causar a queda de pH (acidose) e assim a curva sigmóide é mudada à direita, permitindo maior liberação de oxigênio para os tecidos. Por outro lado, quando há elevação do pH sanguíneo (alcalose) a curva sigmóide se move para a esquerda, diminuindo a liberação de oxigênio para os tecidos. A curva de dissociação de oxigênio também varia em situações específicas: a) O 2,3-DPG, encontrado em grande quantidade nos eritrócitos e em pequenas quantidades nos tecidos, desvia a curva para a direita, diminuindo a afinidade da hemoglobina pelo oxigênio; b) A afinidade da molécula isolada de Hb S pelo oxigênio é a mesma que a da Hb A, porém os eritrócitos falciformes contêm mais 2,3-DPG do que os normais e, consequentemente, diminuem sua afinidade ao oxigênio. c) A Hb Fetal tem maior afinidade pelo oxigênio do que a Hb A, provavelmente devido ao fato do 2,3-DPG não se ligar às globinas gama; d) A Hb H, constituída por quatro globinas beta, tem afinidade pelo oxigênio 12 vezes maior que a Hb A; e) Há muitas hemoglobinas variantes que apresentam afinidade aumentada pelo oxigênio – Hb Bethesda, Hb Luton, entre outras – e Hb variantes que apresentam baixa afinidade pelo oxigênio, como é o caso da Hb Kansas. 2) IDENTIFICAR O PAPEL DO SISTEMA RESPIRATÓRIO NA MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO ACIDOBÁSICO E HIDROELETROLÍTICO DO ORGANISMO. Regulação Respiratória do Balanço Acidobásico A segunda linha de defesa contra os distúrbios acidobásicos é o controle da concentração de CO,2 no líquido extracelular pelos pulmões. Aumento da ventilação elimina o CO,2 do líquido extracelular que, por ação das massas, reduz a concentração de H+. Em contrapartida, menor ventilação aumenta o C02, também elevando a concentração de H+ no líquido extracelular. A Expiração Pulmonar de COz Contrabalança a Formação Metabólica de COz O CO,2 é formado continuamente no corpo pelos processos metabólicos intracelulares. Depois de formado, se difunde das células para os líquidos intersticiais e para o sangue, e então o fluxo sanguíneo o transporta para os pulmões, onde se difunde nos alvéolos, sendo transferido para a atmosfera pela ventilação pulmonar. Cerca de 1,2 mol/L de C02 dissolvido é, normalmente, encontrado nos líquidos extracelulares, correspondendo à Pco2 de 40 mmHg. Se a 4 4 Lucas Ferraz Medicina – 2º P formação metabólica de C02 aumenta, a Pco, do líquido extracelular também aumenta. Em contrapartida, menor intensidade metabólica reduz a Pco2. Se a ventilação pulmonar aumenta, CO, é expelido pelos pulmões, e a Pco2 no líquido extracelular diminui. Portanto, mudanças na ventilação pulmonar ou na formação de CO., pelos tecidos podem alterar a Pco2 do líquido extracelular. O Aumento da Ventilação Alveolar Diminui a Concentração de H+ do Líquido Extracelular e Aumenta o pH Se a formação metabólica de C02 permanece constante, o único fator que afeta a Pco2 no líquido extracelular é a ventilação alveolar. Quanto maior a ventilação alveolar, menor a Pco2; em contrapartida, quanto menor a ventilação alveolar, maior a Pco2. Como discutido, quando a concentração de C02 aumenta, a concentração de H2C03 e a concentração de H+ também aumentam, diminuindo assim o pH do líquido extracelular. A Figura 30-2 mostra as mudanças aproximadas do pH sanguíneo causadas pelo aumento ou pela diminuição da ventilação alveolar. Observe que o aumento da ventilação alveolar para aproximadamente o dobro da normal aumenta o pH do líquido extracelular por cerca de 0,23. Se o pH dos líquidos corporais for de 7,40 com ventilação alveolar normal, duplicar a ventilação aumenta o pH até aproximadamente 7,63. Por outro lado, a redução na ventilação alveolar para um quarto da normal reduz o pH em 0,45. Ou seja, se o pH for de 7,4 com ventilação alveolar normal, reduzir a ventilação a um quarto da normal reduz o pH para 6,95. Como a ventilação alveolar pode variar de modo acentuado, de tão baixa quanto 0 a tão alta, quanto 15 vezes a normal, pode-se entender facilmente o quanto o pH dos líquidos corporais pode ser alterado pelo sistema respiratório. O Aumento da Concentração de H+ Estimula a Ventilação Alveolar Não só a ventilação alveolar influencia a concentração de H+ ao alterar a Pco, dos líquidos corporais, como também a concentração de H+ afeta a ventilação alveolar. Assim, a Figura 30-3 mostra que a ventilação alveolar aumenta até quatro a cinco vezes a normal quando o pH cai,do valor normal de 7,4, para 7,0. Da mesma forma, quando o pH do plasma aumenta para valores acima de 7,4, isto causa redução da ventilação alveolar. Como se pode ver no gráfico, a variação da ventilação por unidade de pH é bem maior em níveis reduzidos do pH (correspondendo à concentração elevada de H+), comparada com os níveis elevados de pH. A razão disso é que quando a ventilação alveolar diminui devido a aumento do pH (menor concentração de H+), a quantidade de oxigênio acrescentada ao sangue e a pressão parcial do oxigênio (Po2) no sangue também caem, o que estimula a ventilação. Portanto, a compensação respiratória ao aumento do pH não é tão efetiva quanto a resposta à redução do pH. Controle por Feedback da Concentração de H + pelo Sistema Respiratório Como a maior concentração de H+ estimula a respiração, e já que o aumento da ventilação alveolar diminui a concentração de H+, o sistema respiratório age como controlador por feedback negativo típico da concentração de H+. Ou seja, sempre que a concentração de H+ aumenta acima do normal, o sistema respiratório é estimulado e a ventilação alveolar aumenta, o que diminui a Pco2 no líquido extracelular e reduz a concentração de H+ de volta aos valores normais. Por outro lado, se a concentração de H+ cai abaixo da normal, o centro respiratório é inibido, a ventilação alveolar diminui, e a concentração de H+ aumenta de volta aos valores normais. Eficiência do Controle Respiratório da Concentração de H + O controle respiratório não retorna à concentração de H+ precisamente de volta ao normal, quando um transtorno fora do sistema respiratório altera o pH. Geralmente, o mecanismo respiratório de controle da concentração de H+ tem eficiência entre 50% e 75%, correspondendo a ganho de feedback de 1 a 3. Ou seja, se o pH aumentar subitamente pela adição de ácido do líquido extracelular e o pH cair de 7,4 para 7,0, o sistema respiratório pode retornar o pH a um valor em torno de 7,2 a 7,3. Essa resposta ocorre dentro de 3 a 12 minutos. 5 5 Lucas Ferraz Medicina – 2º P Capacidade de Tamponamento do Sistema Respiratório. A regulação respiratória do balanço acidobásico é um tipo fisiológico de sistema-tampão porque é ativado rapidamente e evita que a concentração de H+ se altere muito até que a resposta mais lenta dos rins consiga eliminar a falha do balanço. Em termos gerais, a capacidade total de tamponamento do sistema respiratório é uma a duas vezes maior que o poder de tamponamento de todos os outros tampões químicos do líquido extracelular combinados. Ou seja, uma a duas vezes mais ácido ou base podem ser normalmente tamponados por esse mecanismo do que pelos tampões químicos. O Comprometimento da Função Pulmonar Pode Causar Acidose Respiratória. Discutimos até agora o papel do mecanismo respiratório normal como meio de tamponar as alterações da concentração de H+. Entretanto, anormalidades na respiração podem também causar mudanças na concentração de H+. Por exemplo, o comprometimento da função pulmonar, como no enfisema grave, diminui a capacidade dos pulmões de eliminar C02, causando acúmulo de CO,2 no líquido extracelular e tendência à acidose respiratória. Além disso, a capacidade de responder à acidose metabólica fica comprometida, pois as reduções compensatórias da Pco2 que normalmente ocorreriam por meio de aumento da ventilação estão prejudicadas. Nessas circunstâncias, os rins representam o único mecanismo fisiológico remanescente para fazer o pH retornar ao normal depois de já ter ocorrido o tamponamento químico inicial no líquido extracelular. 3) EXPLICAR O MECANISMO NEUROENDÓCRINO DE REGULAÇÃO DA FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA. A inervação do sistema respiratório é basicamente autônoma. Não existe inervação motora ou sensorial para dor, quer nas vias respiratórias quer no parênquima pulmonar. Na pleura, todavia, há inervação sensorial dolorosa. Quatro são os componentes do sistema nervoso autônomo: sistemas parassimpático, simpático, não adrenérgico e não colinérgico (NANC) inibitório e NANC excitatório. A atividade basal parassimpática parece ser a responsável pelo tônus broncomotor, que é de maior importância nas vias respiratórias mais centrais, sendo praticamente inexistente na periferia. As respostas simpáticas são mais difusas e generalizadas. Os nervos adrenérgicos inervam diretamente glândulas mucosas, vasos sanguíneos e gânglios nervosos das vias respiratórias. O sistema NANC foi assim denominado para designar um conjunto de fibras do sistema nervoso autônomo em que os neurotransmissores da junção neuroefetora não são a norepinefrina ou a acetilcolina. Tratase de um conjunto heterogêneo e numeroso de fibras nervosas, com grande número de neurotransmissores já identificados e de função ainda não completamente estabelecida, e que está presente em todos os órgãos estudados até o momento. O sistema NANC inibitório é responsável pelo relaxamento dos músculos lisos das vias respiratórias, e o óxido nítrico é o neurotransmissor que causa esse efeito, apesar de durante muito tempo creditarem essa função ao peptídio vasoativo intestinal (VIP). O sistema NANC excitatório tem como mediadores, pelo menos, a neurocinina A, a substância P e o peptídio relacionado com o gene da calcitonina, que acarretam broncoconstrição. Centro Respiratório O centro respiratório se compõe por diversos grupos de neurônios localizados bilateralmente no bulbo e na ponte do tronco cerebral, como mostrado na Figura 41-1. Esse centro respiratório se divide em três agrupamentos principais de neurônios: (1) o grupo respiratório dorsal, situado na porção dorsal do bulbo, responsável principalmente pela inspiração; (2) o grupo respiratório ventral, localizado na parte ventrolateral do bulbo, encarregado basicamente da expiração; e (3) o centro pneumotáxico, encontrado na porção dorsal superior da ponte, incumbido essencialmente do controle da frequência e da amplitude respiratória. Grupo Respiratório Dorsal de Neurônios — Seu Controle na Inspiração e no Ritmo Respiratório O grupo respiratório dorsal de neurônios desempenha o papel mais importante no controle da respiração e, em grande parte, se situa no interior do núcleo do trato solitário (NTS), embora outros neurônios, na substância reticular adjacente do bulbo, também desempenhem papéis relevantes no controle respiratório. O NTS corresponde à terminação sensorial dos nervos vago e glossofaríngeo, que transmitem sinais sensoriais para o centro respiratório a partir de (1) quimiorreceptores periféricos, (2) barorreceptores e (3) vários tipos de receptores nos pulmões. Descargas Inspiratórias Rítmicas do Grupo Respiratório Dorsal. O ritmo básico respiratório é gerado, principalmente, no grupo respiratório dorsal de neurônios. Mesmo quando todos os nervos periféricos que entram no bulbo foram seccionados e o tronco cerebral foi transeccionado tanto 6 6 Lucas Ferraz Medicina – 2º P acima como abaixo do bulbo, esse grupo de neurônios ainda gera surtos repetitivos de potenciais de ação neuronais inspiratórios. No entanto, não se conhece a causa básica dessas descargas neuronais repetitivas. Em animais primitivos, foram encontradas redes neurais em que a atividade de grupo de neurônios excita um segundo grupo que, por sua vez, inibe o primeiro. Em seguida, o mecanismo se repete após certo período, tendo continuidade por toda a vida do animal. Portanto, grande parte dos fisiologistas do sistema respiratório acredita na existência de rede similar de neurônios no ser humano, toda localizada no bulbo; essa rede provavelmente envolve não apenas o grupo respiratório dorsal, mas também as áreas adjacentes do bulbo, sendo responsável pelo ritmo respiratório básico. Sinal Inspiratório em “Rampa" Osinal nervoso, transmitido para os músculos inspiratórios, principalmente para o diafragma, não representa surto instantâneo dos potenciais de ação. Ao contrário disso, na respiração normal esse sinal exibe início débil com elevação constante, na forma de rampa por cerca de 2 segundos. Então o sinal apresenta interrupção abrupta durante aproximadamente os próximos 3 segundos, o que desativa a excitação do diafragma e permite a retração elástica dos pulmões e da parede torácica, produzindo a expiração. Em seguida, o sinal inspiratório se reinicia em outro ciclo; esse ciclo se repete inúmeras vezes, ocorrendo o movimento expiratório entre as repetições. Consequentemente, o sinal inspiratório é um sinal em rampa. A vantagem óbvia da rampa está na indução de aumento constante do volume dos pulmões durante a inspiração, e não golfadas inspiratórias. Existem duas qualidades da rampa inspiratória passíveis de controle: 1. Controle da velocidade do aumento do sinal em rampa, de modo que durante respiração mais intensa a rampa aumenta com rapidez e, dessa forma, promova a rápida expansão dos pulmões 2. Controle do ponto limítrofe da interrupção súbita da rampa. Esse é o método usual de controle da frequência respiratória; ou seja, quanto mais precocemente a rampa for interrompida, menor será a duração da inspiração. Isso também reduz a duração da expiração. Consequentemente, ocorre aumento da frequência respiratória. O Centro Pneumotáxico- Limita a Duração da Inspiração e Aumenta a Frequência Respiratória O centro pneumotáxico, situado dorsalmente no núcleo parabraquial da parte superior da ponte, transmite sinais para a área inspiratória. O efeito primário desse centro é o de controlar o ponto de “desligamento” da rampa inspiratória, controlando assim a duração da fase de expansão do ciclo pulmonar. Quando o sinal pneumotáxico é intenso, a inspiração pode durar até 0,5 segundo, promovendo apenas leve expansão dos pulmões; por sua vez, quando esse sinal é fraco, a inspiração pode prosseguir por 5 segundos ou mais, enchendo os pulmões com excesso de ar. A função do centro pneumotáxico é basicamente a de limitar a inspiração. Essa ação apresenta o efeito secundário de aumento na frequência respiratória, já que a limitação da inspiração também reduz a expiração e o ciclo total de cada movimento respiratório. Sinal pneumotáxico intenso pode aumentar a frequência respiratória para 30 a 40 movimentos respiratórios por minuto, enquanto um sinal pneumotáxico débil pode reduzir a frequência para apenas três a cinco movimentos respiratórios por minuto. Grupo Respiratório Ventral de Neurônios - Funções Tanto na Inspiração como na Expiração Situado em cada lado do bulbo, a cerca de 5 milímetros, em situação anterior e lateral ao grupo respiratório dorsal de neurônios, está o grupo respiratório ventral de neurônios, em posição rostral no núcleo ambíguo, rostral e caudalmente no núcleo retroambíguo. A função desse grupo neuronal difere do grupo respiratório dorsal em vários aspectos importantes: 1. Os neurônios do grupo respiratório ventral permanecem quase que totalmente inativos durante a respiração normal e tranquila. Portanto, esse tipo de respiração é induzido apenas por sinais inspiratórios repetitivos provenientes do grupo respiratório dorsal transmitidos principalmente para o diafragma, e a expiração resulta da retração elástica dos pulmões e da caixa torácica. 2. Os neurônios respiratórios ventrais parecem não participar da oscilação rítmica básica responsável pelo controle da respiração. 3. Quando o impulso respiratório tende para que o aumento na ventilação pulmonar fique acima do normal, os sinais respiratórios se propagam para os neurônios respiratórios ventrais, do mecanismo oscilatório básico da área 7 7 Lucas Ferraz Medicina – 2º P respiratória dorsal. Como consequência, a área respiratória ventral também contribui para o controle respiratório extra. 4. A estimulação elétrica de alguns dos neurônios no grupo ventral provoca inspiração, enquanto a estimulação de outros leva à expiração. Portanto, esses neurônios contribuem tanto com a inspiração quanto com a expiração. Eles são especialmente importantes na provisão de sinais expiratórios vigorosos para os músculos abdominais, durante a expiração muito intensa. Assim, essa área atua mais ou menos como mecanismo suprarregulatório quando ocorre necessidade de alto nível de ventilação pulmonar, particularmente durante atividade física intensa Sinais de Insuflação Pulmonar Limitam a Inspiração — O Reflexo de Insuflação de Hering-Breuer Além dos mecanismos de controle respiratório do sistema nervoso central que atuam inteiramente no tronco cerebral, os sinais sensoriais neurais provenientes dos pulmões também ajudam a controlar a respiração. De maior relevância existem receptores de estiramento, situados nas porções musculares das paredes dos brônquios e dos bronquíolos, em todo o parênquima pulmonar, responsáveis pela transmissão de sinais pelos nervos vagos para o grupo respiratório dorsal de neurônios, quando os pulmões são excessivamente distendidos. Esses sinais influenciam intensamente a inspiração, de modo similar aos sinais provenientes do centro pneumotáxico; ou seja, quando os pulmões são excessivamente insuflados, os receptores de estiramento ativam resposta de feed- back apropriada que “desativa” a rampa inspiratória e, consequentemente, interrompe a inspiração. Esse evento recebe o nome de reflexo de insuflação de Hering-Breuer. Esse reflexo também aumenta a frequência respiratória, o que também é verdade para os sinais originários do centro pneumotáxico. Em seres humanos, o reflexo de Hering-Breuer provavelmente não é ativado até que o volume corrente aumente para valor superior a três vezes o normal (> que cerca de 1,5 litro por movimento respiratório). Portanto, esse reflexo parece ser principalmente mecanismo protetor para evitar a insuflação pulmonar excessiva, e não componente importante no controle normal da ventilação. Controle da Atividade Global do Centro Respiratório: Até aqui, discutimos os mecanismos básicos indutores da inspiração e da expiração. Entretanto, também é importante conhecer como os sinais de controle respiratório podem aumentar ou diminuir para atender às necessidades ventilatórias do organismo. Por exemplo, durante atividade física intensa, a intensidade de uso do oxigênio e de formação do dióxido de carbono têm aumentos frequentes de até 20 vezes o normal, exigindo elevações proporcionais da ventilação pulmonar. A principal finalidade do restante deste capítulo é discutir esse controle da ventilação, de acordo com as necessidades respiratórias do organismo. 4) IDENTIFICAR ALTERAÇÕES CLÍNICAS DE ALTERAÇÕES DA FUNÇÃO RESPIRATÓRIA, CARACTERIZANDO A CIANOSE. O termo cianose significa pele com tonalidade azulada, o que é causado pela excessiva quantidade de hemoglobina desoxigenada nos vasos sanguíneos cutâneos, especialmente nos capilares. Essa hemoglobina desoxigenada tem intensa cor azul-purpúrea escura, que é transmitida para a pele. Em geral, cianose definitiva aparece onde quer que o sangue arterial contenha mais de 5 gramas de hemoglobina desoxigenada em cada 100 mililitros de sangue. Uma pessoa com anemia quase nunca fica cianótica porque não existem 5 gramas de hemoglobina suficiente para ser desoxigenada em 100 mililitros de sangue arterial. De modo oposto, em pessoa com excesso de hemácias, como ocorre na policitemia vera, o excesso de hemoglobina disponível que pode ficar desoxigenada leva frequentemente à cianose, mesmo sob condições de outra forma normais. A cianose é a coloração azulada da pele decorrente de oxigenação insuficiente do sangue A cianose surge quando circula pela pelesangue sem oxigênio (desoxigenado), que é mais azulado e menos vermelho. A cianose pode ser decorrente de vários tipos de doenças pulmonares ou cardíacas graves que reduzem os níveis de oxigênio no sangue. Pode também resultar de certas malformações congênitas do coração e dos vasos sanguíneos que permitem que o sangue flua diretamente para o coração, sem passar pelos sacos de ar (alvéolos) do pulmão, nos quais o oxigênio é extraído do ar. Esse fluxo sanguíneo anormal é chamado de derivação. Na derivação, o sangue das veias, pobre em oxigênio, pode fluir diretamente para os vasos sanguíneos que devolvem o sangue dos pulmões para o lado esquerdo do coração, ou diretamente para o lado esquerdo do próprio coração. O sangue pobre em oxigênio, em seguida, é bombeado para o corpo, circulando pela pele e demais tecidos. A concentração de oxigênio no sangue pode ser estimada pela oximetria de pulso, na qual um sensor é colocado em um dedo ou um lobo da orelha, ou pode ser medida https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-pulmonares/an%C3%A1lise-da-gasometria-arterial-gsa-e-oximetria-de-pulso 8 8 Lucas Ferraz Medicina – 2º P diretamente através da análise da gasometria arterial. Radiografia torácica, ecocardiograma, cateterismo cardíaco, testes de função pulmonar e, ocasionalmente, exames complementares podem ser necessários para determinar a causa da diminuição da concentração de oxigênio no sangue, provocando a cianose. A oxigenoterapia é geralmente o tratamento inicial, assim como em outros quadros clínicos nos quais o nível de oxigênio no sangue está baixo. Muitas malformações que causam desvios podem ser tratadas por cirurgia ou por outros procedimentos. 5) ABORDAGEM TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA E NÃO MEDICAMENTOSA PARA O CASO. ABORDAGEM - Os principais objetivos do tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) são prevenir e controlar os sintomas, reduzir a gravidade e o número das exacerbações, melhorar a capacidade respiratória a fim de aumentar a tolerância aos exercícios e reduzir a mortalidade. - Há uma abordagem gradativa à terapia, e o tratamento deve ser individualizado com base no estado de saúde geral e nas comorbidades clínicas. - A abordagem terapêutica envolve redução da exposição aos fatores de risco, avaliação adequada da doença, educação do paciente, manejo farmacológico e não farmacológico da DPOC estável, prevenção e tratamento das exacerbações da DPOC aguda. A Organização Mundial da Saúde (OMS) especificou um conjunto mínimo de intervenções para o tratamento da DPOC estável na atenção primária. AVALIAÇÃO CONTÍNUA E MONITORAMENTO DA DOENÇA O monitoramento contínuo e a avaliação da DPOC garantem que os objetivos do tratamento estejam sendo atingidos. - A qualidade de vida e a sensação de bem-estar do paciente irão melhorar, e as internações hospitalares diminuirão significativamente nos casos em que o monitoramento profissional ou o automonitoramento da doença estejam sendo realizados. Essa avaliação da história médica deve incluir: Exposição aos fatores de risco e medidas preventivas: • Fumaça de tabaco; • Poluição do ar em ambientes abertos e fechados; • Exposição ocupacional (fumaça, poeira, etc.); • Vacinação contra pneumococos e gripe (influenza). Progressão da doença e desenvolvimento de complicações: • Redução da tolerância ao exercício; • Aumento dos sintomas; • Piora da qualidade do sono; • Falta no trabalho ou em outras atividades. Farmacoterapia e outros tratamentos médicos: • Qual a frequência do uso da medicação inalatória de resgate; • Uso de qualquer novo medicamento; • Adesão ao esquema terapêutico; • Habilidade para usar os inaladores adequadamente; • Efeitos adversos. História de exacerbação: • Visitas ao pronto-socorro ou unidades de pronto atendimento; • Uso recente de corticosteroide oral de altas taxas de liberação; • Deve-se avaliar a frequência, a gravidade e as prováveis causas das exacerbações. Comorbidades: • Avaliação de problemas clínicos coexistentes (por exemplo, insuficiência cardíaca) que possam se adicionar aos sintomas e afetar o prognóstico. - Além disso, a avaliação objetiva da função pulmonar deve ser obtida anualmente ou com maior frequência se houver um aumento substancial dos sintomas. - Foi demonstrado que o manejo integrado da doença (MID), no qual vários profissionais de saúde (fisioterapeuta, pneumologista, enfermeira, etc.) trabalham juntos com os pacientes, levam à melhora da qualidade de vida e à diminuição das internações hospitalares. https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-pulmonares/an%C3%A1lise-da-gasometria-arterial-gsa-e-oximetria-de-pulso https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/ecocardiograma-e-outros-procedimentos-de-ultrassom https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/cateterismo-card%C3%ADaco-e-cinecoronariografia https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/cateterismo-card%C3%ADaco-e-cinecoronariografia https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/diagn%C3%B3stico-de-dist%C3%BArbios-pulmonares/testes-de-fun%C3%A7%C3%A3o-pulmonar-tfp https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/reabilita%C3%A7%C3%A3o-para-dist%C3%BArbios-pulmonares-e-das-vias-respirat%C3%B3rias/oxigenoterapia 9 9 Lucas Ferraz Medicina – 2º P 6) PAPEL DA REDE ATENÇÃO ESPECIALIZADA, UBS E ATENÇÃO DOMICILIAR NO CUIDADO DE PACI ENTES RESTRITO AO LEITO. A AD tem se expandido progressivamente no mundo e no Brasil por apresentar características que possibilitam a articulação de vários pontos da Rede de Atenção à Saúde (RAS), a otimização do uso de leitos e recursos hospitalares, a ampliação do acesso aos serviços por usuários acamados ou domiciliados, além de representar uma solução importante para a sobrecarga das portas de urgência. Desde a perspectiva do usuário, busca a humanização do cuidado e a ampliação da autonomia, promovendo maior qualidade e resolutividade do cuidado. Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2017), define-se Atenção Domiciliar (AD) como modalidade de atenção à saúde, integrada à Rede de Atenção à Saúde (RAS), prestada em domicílio e caracterizada por um conjunto de ações de prevenção e tratamento de doenças, reabilitação, paliação e promoção à saúde, garantindo continuidade de cuidados. É uma atividade que se constrói fora do espaço hospitalar e dos ambulatórios de especialidades, promovendo atendimento mais humanizado e personalizado, possibilitando maior rapidez na recuperação dos pacientes, maior autonomia e otimização dos leitos hospitalares. A Atenção Domiciliar (AD) é uma forma de atenção à saúde, oferecida na moradia do paciente e caracterizada por um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação, com garantia da continuidade do cuidado e integrada à Rede de Atenção à Saúde. Com abordagens diferenciadas, esse tipo de serviço está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a necessidade do paciente, esse cuidado em casa pode ser realizado por diferentes equipes. Quando o paciente precisa ser visitado de maneira mais espaçada, por exemplo, uma vez por mês, e já está mais estável, este cuidadopode ser realizado pela equipe de Saúde da Família/Atenção Básica de sua referência. Já os casos de maior complexidade são acompanhados pelas Equipes Multiprofissional de Atenção Domiciliar (EMAD) e de Apoio (EMAP), do Serviços de Atenção Domiciliar (SAD) – Melhor em Casa. A atenção domiciliar proporciona ao paciente um cuidado ligado diretamente aos aspectos referentes à estrutura familiar, à infraestrutura do domicílio e à estrutura oferecida pelos serviços para esse tipo de assistência. Dessa forma, evita-se hospitalizações desnecessárias e diminui o risco de infecções. Além disso, melhora a gestão dos leitos hospitalares e o uso dos recursos, bem como diminui a superlotação de serviços de urgência e emergência. Tipos de atendimento domiciliar Atenção básica - Pacientes que possuam problemas de saúde controlados e com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma unidade básica de saúde. Também está disponível a pessoas que necessitam de cuidados de menor intensidade, incluídos os de recuperação nutricional, de menor frequência de visitas, com menor necessidade de recursos de saúde e dentro da capacidade de atendimento de todos os tipos de equipes que compõem a atenção básica. Melhor em Casa – Pacientes que possuam problemas de saúde e dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma Unidade Básica de Saúde e que necessitem de maior frequência de cuidado, recursos de saúde e acompanhamento contínuos. A indicação para o atendimento domiciliar pode vir de diferentes serviços da rede de atenção. A prestação de assistência à saúde é de responsabilidade da equipe multiprofissional de atenção domiciliar (EMAD) e da equipe multiprofissional de apoio (EMAP), sendo o cuidado compartilhado com a família e/ou cuidador responsável. Os pacientes que precisam de equipamentos e outros recursos de saúde e demandam maior frequência de cuidado, com acompanhamento contínuo, também podem ser assistidos pelo Melhor em Casa. Como receber atendimento domiciliar: O Serviço de Atendimento Domiciliar, por meio do programa Melhor em Casa, é composto por diversos profissionais da saúde, que realizam atendimento no domicílio das pessoas que necessitam de cuidados de saúde mais intensivos. O acesso ao SAD é geralmente feito no hospital em que o usuário estiver internado ou ainda por solicitação da equipe de Saúde da Família/Atenção Básica ou da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Caso você precise deste serviço ou saiba de alguém que precise, faça contato com a Unidade Básica de Saúde mais próxima da sua casa ou com a Secretaria de Saúde do seu município para mais informações. 7) CONHECER A HISTÓRIA DA DOENÇA DPOC E MAPEAR AS PRINCIPAIS NECESSIDADES DE SAÚDE ENVOLVIDAS. DPOC é a limitação do fluxo de ar provocada por resposta inflamatória a toxinas inalatórias, frequentemente fumaça de cigarro. Deficiência de alfa-1 antitripsina e uma variedade 10 10 Lucas Ferraz Medicina – 2º P de exposições ocupacionais constituem causas menos comuns em indivíduos que não são tabagistas. Os sintomas compreendem tosse produtiva e dispneia, que se desenvolvem durante anos, e os sinais comuns envolvem a diminuição dos sons respiratórios e a ausculta de sibilos. Os casos graves podem ser complicados por perda ponderal, pneumotórax, episódios frequentes de descompensação aguda, insuficiência cardíaca direita e/ou insuficiência respiratória aguda ou crônica. O diagnóstico baseia-se na história, no exame físico, na radiografia do tórax e nos testes de função pulmonar. O tratamento é com broncodilatadores, corticoides e, se necessário, oxigênio e antibióticos. Utilizam-se procedimentos de redução do volume pulmonar ou transplante de pulmão na doença avançada. Cerca de 50% dos pacientes com DPOC grave morrem em até 10 anos após o diagnóstico. Existem 2 principais causas de DPOC: • Tabagismo (e, menos frequentemente, outras exposições inalatórias) • Fatores genéticos EXPOSIÇÃO INALATÓRIA De todas as exposições inalatórias, o tabagismo é o principal fator de risco na maioria dos países, embora apenas cerca de 15% dos fumantes desenvolvam DPOC clinicamente aparente; uma história de exposição a 40 ou mais anos/maço é especialmente preditivo. A fumaça proveniente de cozimento ou aquecimento em ambientes internos é um importante fator causador em países em desenvolvimento. Os tabagistas com reatividade preexistente das vias respiratórias (definida pelo aumento da sensibilidade à inalação de metacolina), mesmo na ausência de asma clínica, têm risco mais elevado de desenvolver DPOC do que aqueles que não têm esta reatividade. O baixo peso corporal, as doenças respiratórias da infância, a exposição passiva à fumaça do cigarro, a poluição aérea e a exposição ocupacional a pós (p. ex., pó de mineral ou de algodão) ou a substâncias químicas inalatórias (p. ex., cádmio) contribuem para o risco de DPOC, mas têm menor importância quando comparados ao tabagismo. FATORES GENÉTICO A doença genética causadora mais bem definida é a deficiência de alfa-1 antitripsina , que é uma causa importante de enfisema em não tabagistas e aumenta acentuadamente a suscetibilidade à doença em fumantes. Descobriu-se que mais de 30 alelos genéticos estão associados à DPOC ou à deterioração da função pulmonar em populações específicas, mas nenhum mostrou ser tão relevante quanto a alfa-1 antitripsina. FISIOPATOLOGIA Vários fatores causam a limitação do fluxo aéreo e outras complicações da DPOC. INFLAMAÇÃO Em indivíduos geneticamente suscetíveis, as exposições inalatórias deflagram uma resposta inflamatória nas vias respiratórias e nos alvéolos, que desencadeia a doença. Admite-se que o processo seja mediado pelo aumento da atividade da protease e pela diminuição da atividade antiprotease. As proteases pulmonares, como a elastase neutrofílica, as metaloproteinases da matriz e as catepsinas, provocam a lise da elastina e do tecido conjuntivo no processo normal de reparação tecidual. A atividade dessas proteases costuma ser balanceada por antiproteases, como alfa-1 antitripsina, inibidor da leucoproteinase secretória derivada do epitélio, elafina e inibidor tecidual da metaloproteinase da matriz. Em pacientes com DPOC, a ativação de neutrófilos e de outras células inflamatórias libera proteases como parte do processo inflamatório; a atividade da protease supera a atividade da antiprotease, resultando em destruição tecidual e hipersecreção de muco. A ativação de neutrófilos e macrófagos também provoca acúmulo de radicais livres, ânions superóxidos e peróxido de hidrogênio, que inibem as antiproteases e causam broncoconstrição, edema de mucosa e hipersecreção. A lesão oxidante induzida pelo neutrófilo, a liberação de neuropeptídios pró-fibróticos (p. ex., bombesina) e a redução dos níveis de fator de crescimento endotelial vascular podem contribuir para a destruição do parênquima pulmonar apoptótico. A inflamação na DPOC aumenta à medida que a gravidade da doença aumenta e, na doença grave (avançada), a inflamação não desaparece completamente com a cessação do tabagismo. Essa inflamação crônica parece não responder aos corticoides. INFECÇÃO A infecção respiratória (pacientes com DPOC são propensos a ela) pode amplificar a progressão da destruição do pulmão. As bactérias, especialmente Haemophilus influenzae , colonizam as vias respiratórias inferiores em cerca de 30% https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7as-pulmonares-ambientais/vis%C3%A3o-geral-de-doen%C3%A7as-pulmonares-ambientais https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7a-pulmonar-obstrutiva-cr%C3%B4nica-e-doen%C3%A7as-relacionadas/defici%C3%AAncia-de-alfa-1-antitripsina https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bacilos-gram-negativos/infec%C3%A7%C3%B5es-por-haemophilus11 11 Lucas Ferraz Medicina – 2º P dos pacientes com DPOC. Em pacientes com comprometimento mais grave (p. ex., naqueles com hospitalizações prévias), a colonização por Pseudomonas aeruginosa e outras bactérias gram-negativas é comum. O tabagismo e a obstrução das vias respiratórias acarretam o comprometimento da depuração do muco das vias respiratórias, o que predispõe à infecção. Os surtos repetidos de infecção conduzem ao aumento da magnitude do processo inflamatório, que acelera a progressão da doença. Entretanto, não existem evidências de que o uso a longo prazo de antibióticos diminua a progressão da DPOC. LIMITAÇÃO DO FLUXO DE AR A característica fisiopatológica primordial da DPOC é a limitação do fluxo aéreo provocada por estreitamento e/ou obstrução das vias respiratórias, perda de retração elástica, ou ambas. Estreitamento e obstrução das vias respiratórias são causados por inflamação mediada pela hipersecreção de muco, tamponamento de muco, espasmo brônquico, fibrose peribrônquica e remodelação das pequenas vias respiratórias ou uma combinação desses mecanismos. Os septos alveolares são destruídos, reduzindo as inserções do parênquima nas vias respiratórias, facilitando assim o fechamento delas durante a expiração. Os espaços alveolares dilatados às vezes se fundem em bolhas, definidas como espaços aéreos ≥ 1 cm de diâmetro. As bolhas podem estar totalmente vazias ou ter filamentos de tecido pulmonar que as atravessam em áreas de enfisema localmente grave e, ocasionalmente, ocupam todo o hemitórax. Essas mudanças provocam a perda do recolhimento elástico e a hiperinflação pulmonar. A maior resistência das vias respiratórias aumenta o trabalho de respiração. Hiperinsuflação pulmonar, embora diminua a resistência das vias respiratórias, também aumenta o esforço respiratório. O aumento do trabalho respiratório pode levar à hipoventilação alveolar com hipóxia e hipercapnia, embora hipóxia e hipercarbia também possam ser causadas pelo desequilíbrio entre ventilação e perfusão (V/Q). COMPLICAÇÕES Além da limitação do fluxo aéreo e da insuficiência respiratória, as complicações às vezes incluem • Hipertensão pulmonar • Infecção respiratória • Perda ponderal e outras comorbidades Hipoxemia crônica aumenta o tônus vascular pulmonar que, se difuso, causa hipertensão pulmonar e cor pulmonale . O aumento na pressão vascular pulmonar pode ocorrer por causa da destruição do leito capilar pulmonar em decorrência da destruição dos septos alveolares. Infecções respiratórias virais ou bacterianas são comuns entre os pacientes com DPOC e causam uma grande porcentagem das agudizações. Atualmente, acredita-se que as infecções bacterianas agudas são decorrentes da aquisição de novas cepas de bactérias, em vez de provenientes do crescimento de bactérias colonizadoras crônicas. Pode haver perda ponderal, talvez em resposta à diminuição da ingestão calórica e aumento dos níveis circulantes do fator de necrose tumoral (FNT)-alfa. Outras doenças coexistentes ou complicantes que afetam de maneira negativa a qualidade de vida e/ou a sobrevida são osteoporose , depressão , ansiedade , doença coronariana , câncer de pulmão e outros cânceres, atrofia muscular e refluxo gastresofágico . Não se sabe se esses transtornos são consequências da DPOC, do tabagismo, ou da inflamação sistêmica associada. 8) CARACTERIZAR O MECANISMO DE AÇÃO DOS BRONCODILATADORES BRONCODILATADORES Durante a respiração normal, o ar viaja pelo nariz, desce a traqueia e segue para vias aéreas cada vez menores chamadas brônquios. Em alguns casos, o músculo liso que envolve os brônquios pode se contrair e os níveis de muco podem aumentar. Isso dificulta a respiração. Geralmente, esse quadro é tratado com medicamentos denominados broncodilatadores. Os tipos mais comuns de broncodilatadores são os anticolinérgicos e agonistas beta-2. Esses medicamentos são inalados, percorrem as vias respiratórias e se ligam às células do músculo liso brônquico. Isso resulta em relaxamento muscular e diminuição dos níveis de muco, o que permite respirar mais facilmente. ANTICOLINÉRGICOS: Sua característica é inibir a ação da acetilcolina. Sistema respiratório – esse neurotransmissor propicia o fechamento do esfíncter pós-capilar, gerando o enchimento https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bacilos-gram-negativos/pseudomonas-e-infec%C3%A7%C3%B5es-relacionadas https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bacilos-gram-negativos/pseudomonas-e-infec%C3%A7%C3%B5es-relacionadas https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/hipertens%C3%A3o-pulmonar/hipertens%C3%A3o-pulmonar https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca/cor-pulmonale https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-dos-tecidos-conjuntivo-e-musculoesquel%C3%A9tico/osteoporose/osteoporose https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos-depressivos https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/ansiedade-e-transtornos-relacionados-a-estressores/vis%C3%A3o-geral-dos-transtornos-de-ansiedade https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a-coronariana/vis%C3%A3o-geral-da-doen%C3%A7a-coronariana https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/doen%C3%A7a-coronariana/vis%C3%A3o-geral-da-doen%C3%A7a-coronariana https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/tumores-dos-pulm%C3%B5es/vis%C3%A3o-geral-dos-tumores-dos-pulm%C3%B5es https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-gastrointestinais/doen%C3%A7as-do-es%C3%B4fago-e-da-degluti%C3%A7%C3%A3o/doen%C3%A7a-do-refluxo-gastroesof%C3%A1gico-drg https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/biologia/sistema-respiratorio 12 12 Lucas Ferraz Medicina – 2º P dos capilares sinusoides venosos e extravasamento de líquidos, além disso aumenta o volume da submucosa e vasodilatação. Os anticolinérgicos são antagonistas de receptores muscarínicos, inibindo o reflexo colinérgico de broncoconstrição e reduzindo o tônus vagal das vias aéreas. Além destas ações estas drogas apresentam ações anti- inflamatórias. AGONISTAS BETA-2: Agonistas adrenérgicos beta 2 são uma classe de fármacos que atuam no receptor adrenérgico beta 2, provocando o relaxamento do músculo liso, o que leva à dilatação dos brônquios, vasodilatação do músculo liso vascular das artérias coronárias e do fígado. Os receptores betas são receptores pós-sinápticos da adrenalina (epinefrina) e noradrenalina (norepinefrina), presentes em diversas partes do organismo humano, tais como, coração, rins, vasos sanguíneos do músculo esquelético e musculatura lisa bronquial. https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A1rmaco https://pt.wikipedia.org/wiki/Receptor_adren%C3%A9rgico_beta_2 https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsculo_liso https://pt.wikipedia.org/wiki/Br%C3%B4nquios https://pt.wikipedia.org/wiki/Vasodilata%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsculo_liso_vascular https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsculo_liso_vascular https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%ADgado https://pt.wikipedia.org/wiki/Adrenalina
Compartilhar