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Eletricidade Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Esp. Dieago Bomfim Pedretti Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin Resistências e Leis de Ohm • 1ª. Lei de Ohm/2ª. Lei de Ohm e Multímetros. · Apresentar os conceitos fundamentais das Leis de Ohm e suas im- portantes características. · Falar, também, sobre as Resistências e suas funções no campo da Elétrica e da Eletrônica, abordando, ainda, o uso de um importante instrumento de medida: o multímetro. OBJETIVO DE APRENDIZADO Resistências e Leis de Ohm Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Resistências e Leis de Ohm 1ª. Lei de Ohm/2ª. Lei de Ohm e Multímetros Na Unidade anterior, conhecemos um pouco sobre a estrutura da matéria e como ocorre o movimento das cargas elétricas em um condutor elétrico. Vimos, também, que para acontecer esse movimento das cargas elétricas, deve haver uma diferença de potencial aplicada entre dois pontos. Esse movimento das cargas origina as correntes elétricas, em alguns casos, mais intensas em determinados circuitos do que em outros, dependendo diretamente da aplicação. Essa diferença ocorre devido à oposição à passagem da corrente provocada por um efeito no condutor denominada resistência elétrica. Resistência É um material constituído por metal (condutor de eletricidade) e tem sua resistência constituída fundamentalmente por 4 importantes fatores: material, comprimento, área do corte transversal do condutor e temperatura à que está submetido o material (seja temperatura ambiente, sejam condições severas). A resistência tem um símbolo gráfico e uma abreviação, utilizando a letra grega Ômega (Ω), e sua unidade de medida é o Ohms. Figura 1 – Símbolo de Resistência Elétrica Fonte: CRUZ, 2014 Quanto mais fricção dos elétrons livres um condutor sofrer, mais aumentará temperatura dele, dissipando calor sobre o condutor ou o componente resistivo. Por exemplo Ao ligar um aquecedor elétrico, a corrente que passa pela resistência do equipa- mento faz com que a temperatura se eleve, até certa temperatura. Como o aquecedor 8 9 possui um “ventilador” que desloca certa quantidade de ar sobre a resistência, é possível sentir o ar quente saindo do equipamento. Figura 2 – Resistência Elétrica em funcionamento Fonte: iStock/Getty Images Em condutores elétricos, quanto maior o comprimento, maior será a sua resis- tência. A temperatura também é uma grande vilã, pois, devido às vibrações internas das moléculas que constituem o condutor, maiores serão as perdas nesse condutor. O aumento da temperatura do material devido à passagem da corrente elétrica é denominado efeito joule. Acesse o link abaixo, no qual o texto explica um pouco o efeito joule em um condutor e um pouco da história do Físico James Prescott Joule e suas descobertas no ramo da Termodinâmica: https://bit.ly/2vjMksK Ex pl or 1° Lei de Ohm Georg Simon Ohm (1789-1854) foi um físico alemão que trabalhou como professor de Matemática e Física no colégio dos jesuítas, em Colônia e na Escola de Guerra de Berlim, nos anos 1833 e 1839. 9 UNIDADE Resistências e Leis de Ohm Figura 3 – Georg Simon Ohm Fonte: Wikimedia Commons Ohm se dedicou aos estudos científicos das correntes elétricas em movimento, publicando seu Estudo matemático da corrente galvânica, que trata de algumas questões centrais da Monografia, resumidas na Lei de Ohm e que utilizamos na Área da Elétrica até hoje. A Lei de Ohm trata das relações entre tensão, resistência e correntes elétricas num circuito, com uma fonte de tensão variável, conectada a um resistor de valor fixo, conforme se vê na Figura 4: V R I + + - -A V Figura 4 – Esquema do Circuito Experimental que aplica a Lei de Ohm Fonte: CRUZ, 2014 Para cada valor de tensão que irá ajustando essa fonte, é possível obter um valor de corrente e, em cada valor obtido, é possível obter um valor constante: V I V I V I Vn In 1 1 2 2 3 3 = = ... 10 11 Esse comportamento linear de valores da resistência é denominado comporta- mento ôhmico. Podemos afirmar que essa relação entre tensão e corrente equivale ao valor de uma determinada resistência e é chamada de primeira Lei de Ohm, sendo expressa por: R V I V R I I V R � � � � Para melhor entender como manipular essas equações, basta imaginar um círculo e, dentro dele, adicionar as grandezas, como na Figura 5: Figura 5 – Lei de Ohm Fonte: Gussow Vamos aos exemplos para fixar o conceito da primeira lei de Ohm. Exemplo 1 Em um circuito, há uma tensão V = 120V e uma resistência R = 30 Ω. Com base na Lei de Ohm, calcule a corrente elétricas I. Solução Aplicando a Lei de Ohm: I V R = Substituindo os valores, temos: I I A = = 120 30 4 11 UNIDADE Resistências e Leis de Ohm Exemplo 2 Em um circuito, circula uma corrente elétrica de 11 ampères, sob uma tensão de 220 volts. Qual o valor da resistência? Solução Aplicando a Lei de Ohm: R V I = Substituindo os valores, temos: R R � � 200 11 20� Exemplo 3 Calcule a tensão, sendo I = 2 A e R = 100 Ω. Solução Conforme a Lei de Ohm: V = R × I V = 100 × 2 V = 200V 2ª. Lei de Ohm Como vimos no início da segunda Unidade, a resistência elétrica depende de quatro fatores: 1. Tipo de material; 2. Comprimento; 3. Área de corte transversal; 4. Temperatura a que o condutor está submetido. 12 13 Material (p) T (ºC) A L Figura 6 – Fatores importantes de um condutor elétrico Fonte: Boylestad, 2004 A Segunda Lei de Ohm diz que: “A resistência está diretamente relacionada à resistividade (ρ), com seu comprimento (I) e inversamente proporcional à sua área (A)” (CRUZ, 2014). Expressando matematicamente, temos: R L A � � Por exemplo Um potenciômetro rotativo, bastante utilizado em circuitos eletrônicos, tem sua resistência variável medida por intermédio do terminal central e uma de suas extremidades. Isso é possível devido ao deslocamento da haste ao longo do material resistivo que está contido internamente no dispositivo. Confi ra o esquema de um Potenciômetro, com Símbolo e Esquema de Funcionamento em: https://bit.ly/2HryedHEx pl or Cada metal condutor possui uma classificação e apresenta valores diferentes para suaresistividade. 13 UNIDADE Resistências e Leis de Ohm A seguir, apresentamos alguns valores como exemplo. Tabela 1 – Alguns metais e suas Resistividades. Classificação Material - (T = 20ºC) Resistividade - ρ (Ωm) Metal Prata 1,6 ⋅ 10-8 Cobre 1,7 ⋅ 10-8 Alumínio 2,8 ⋅ 10-8 Tungstênio 5,0 ⋅ 10-8 Liga Latão 8,6 ⋅ 10-8 Contantã 50 ⋅ 10-8 Níquel-cromo 110 ⋅ 10-8 Cabono Grafite 4000 a 8000 ⋅ 10-8 Isolante Água pura 2,5 ⋅ 103 Vidro 1010 a 1013 Porcelana 3,0 ⋅ 1012 Mica 1013 a 1015 Baqielite 2,0 ⋅ 1014 Borracha 1015 a 1016 Âmbar 1016 a 1017 Fonte: Cruz, 2014, p. 76 Importante! O cobre é um bom condutor de eletricidade; porém, em grandes distâncias, a resistência aumenta, passando para um valor considerável, atenuando o sinal sendo transmitido. Importante! Mas onde a Segunda Lei de Ohm é importante para o cálculo de uma resistência? A Segunda Lei de Ohm é muito importante para calcular linhas de transmissão de energia e calor, utilizada em Linhas Telefônicas e para a comunicações de dados, como aqueles cabos de rede usados para conectar os computadores. Vamos aos exemplos para compreender melhor esse conceito. Exemplo 4 Um Engenheiro Eletricista, encarregado pelo Setor de Implantação de Redes em uma grande operadora de Telecomunicação, precisa saber qual a resistência de uma cabo telefônico de 4mm de diâmetro e um comprimento de 5km de extensão, para verificar se está dentro dos limites de resistência para não afetar o sinal transmitido. Solução Antes de iniciar a resolução do enunciado, precisamos tomar alguns cuidados com a área do condutor. O enunciado nos fornece mm(milímetros), e necessitamos da área em m2. Portanto, o primeiro passo é converter a área da seção transversal: 14 15 A d A A A m � � � � � � � � �� � � � � � � � � � � � � � � � � 2 4 10 2 4 10 12 56 10 2 3 2 6 6 2, Agora que sabemos a área, podemos aplicar a 2ª. Lei de Ohm: R L A � � ρ = 1,7.10–2 → Resistividade do cobre. Substituindo os valores na equação, temos: R L A R R R � � � � � � � � � � � � � � � 1 7 10 5 10 12 56 10 8 5 10 12 56 10 6 75 8 3 6 5 6 , , , , , � Nos exemplos anteriores, a resistividade dos materiais era adotada sob temperaturas de 20ºC. Ao aplicar o mesmo condutor sob diferentes temperaturas, irá haver uma alteração em uma resistividade. Esse fenômeno é possível ser calculado por meio da expressão: ρ = R0 × (1 + a × ∆t) ρ = resistividade do material condutor, [Ω/m], à temperatura T R0 = resistividade do material, [Ω/m], à temperatura de referência t0 ∆Τ = T – t = variação da temperatura, expressa em [ºC] a = coeficiente de temperatura dos materiais condutores, [ºC – 1]. 15 UNIDADE Resistências e Leis de Ohm Tabela 2 – Coeficientes de Temperatura de Metais Condutores Classificação Material Coeficiente - a [ºC–1] Metal Prata 0,0038 Alumínio 0,0039 Cobre 0,0040 Tungstênio 0,0048 Liga Constantã 0 (valor médio) Níquel-cromo 0,00017 Latão 0,0015 Carbono Grafite -0,0002 a -0,0008 Fonte: Cruz, 2014 As resistências envolvidas são demonstradas assim: R Ro o t� � � �� �� � �1 � Vamos a um exemplo para fixar o conceito. Exemplo Um aquecedor possui uma resistência de fio de níquel-cromo e vale Ro = 12Ω à temperatura de 20ºC. Quando o aquecedor está ligado em 127V, a sua temperatura estabiliza em 700ºC. Qual a resistência do aquecedor quando está em operação? Solução Conforme a Tabela, o coeficiente de temperatura do níquel-cromo é: a Portanto, com esse dado, é possível efetuar o cálculo do coeficiente (1 + a ⋅ ∆t) a 700. (1 + a ⋅ ∆t) = [1 + 0,00017.(700 – 20)] (1 + a ⋅ ∆t) = [1 + 0,00017.680] (1 + a ⋅ ∆t) = 1 + 0,1156 (1 + a ⋅ ∆t) = 1,1156 Aplica-se, agora, a equação que nos apresenta as relações de resistências: R Ro R R R � � �� � � � � 1 12 1 1156 12 1 1156 13 39 � �� � , . , , 16 17 Multímetros Multímetros são instrumentos básicos utilizados para medir tensão corrente e resistências elétricas. Basicamente, existem dois tipos de multímetros, os do tipo analógico (possuem um ponteiro que se desloca sobre as escalas a serem medidas) e os digitais, nos quais selecionamos a grandeza a ser medida e os valores aparecem em um display. Figura 7 – Multímetro Analógico – Fabricante Minipa Figura 8 – Multímetro Digital – Fabricante Minipa Os danos mais comuns durante a sua utilização é medir uma grandeza em escala não compatível. 17 UNIDADE Resistências e Leis de Ohm Exemplos · Medições de tensão em escala de corrente ou resistência; · Mudanças na chave seletora de escalas com o instrumento conectado em um circuito ativo, com, por exemplo, passando da escala de corrente para resistência. Geralmente quando isso ocorre, o instrumento têm seu circuito impresso e o circuito de proteção danificado. Sabendo a escala e o tipo de grandeza que irá ser medida, basta utilizar as pontas de prova sobre o componente que irá ser medido. Para medir tensão em corrente contínua, o multímetro deve ser ajustado para a escala DC e, em seguida, conectam-se as pontas de prova “em paralelo”. Para mostrar a utilização de um multímetro, assista a esse vídeo do professor Marlon Nardi, no qual ele mostra como medir diversas grandezas: https://youtu.be/7qntlsNa8iIEx pl or Assim, podemos concluir que, ao utilizar os dispositivos de medidas, devemos ter atenção ao manusear, ou podermos danificá-los, podendo até ocorrer um acidente. 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Laboratório de Eletricidade e Eletrônica CAPUANO, F. G.; MARINO, M. A. M. Laboratório de Eletricidade e Eletrônica. 24.ed. São Paulo: Erica, 2007. Vídeos Me Salva! CRC01 - Introdução ao curso e Lei de Ohm https://youtu.be/JFUBx2QsEhg Como Utilizar o Multimetro - HD - Aprenda em 6 minutos - Professor Marlon Nardi https://youtu.be/7qntlsNa8iI MABA FÍSICA - 2ª Lei de Ohm - Resistividade elétrica do condutor (Rô) Matemática Genial https://youtu.be/jBErpjIx7n0 19 UNIDADE Resistências e Leis de Ohm Referências BOYLESTAD, R. L. Introdução a Análise de Circuitos. 10. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2004. CAPUANO, F. G.; MARINO, M. A. M. Laboratório de Eletricidade e Eletrônica. 24.ed. São Paulo: Erica, 2007. CRUZ, E. C. A. Eletricidade Básica: circuitos em corrente contínua. São Paulo: Erica, 2014. GUSSOW, Milton. Eletricidade Básica. 2.ed. Bookman Editora, 2009 p. 54. 20
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