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Quem controla o meu dedão? Notas para uma história sobre o comportamento humano não-consciente Hefferline, R. F., Keenan, B., & Harford, R. A. (1959). Escape and avoidance conditioning in human subjects without their observation of the response. Science, 130, 1338-1339. Autor Principal ● Universidade de Columbia. ● Coautor de Gestalt-Terapia (1951), junto com Frederick S. Perls; ● Anotações sobre Comportamento Verbal (Hefferline, 1947) e Controle Não-Consciente. Ralph Franklin Hefferline (1910-1974) Contexto ● Popularização da Psicanálise e da Fisiologia nos estudos da psicologia; ● Visão do Skinner sobre comportamentos não conscientes: “Se a consciência parece ter um efeito causal, trata-se do efeito do ambiente especial que induz à auto-observação” Skinner (1974/2009) ● Trabalhos experimentais de Hefferline; Objetivo “Ensinar respostas de fuga e esquiva a participantes humanos, sem que eles estivessem conscientes da emissão da resposta”. ● Comportamentos de Fuga e Esquiva para participantes humanos; ● Estabelecer controles discriminativos sutis para produzir respostas “não-conscientes”. Método ● 24 participantes (12 tiveram dados descartados). ● 8 homens e 4 mulheres, de 18 a 50 anos. ● Divididos em 4 grupos. Funcionamento Geral Ouvir a Música Começa Ruído Aversivo Emite resposta alvo (Mexer o dedão) Realizo movimentos pelo incómodo Fim do Ruído Tempo de 90 minutos (10 pré teste inicial, 60 de experimento, 10 de extinção e 10 minutos apenas de música) Grupos Igual para todos os grupos A resposta esperada e o estímulo discriminativo (ruído) Diferente entre os grupos As instruções G1 Ouvir a música. Foram instruídos que a pesquisa era sobre reações comportaria a música G2 Ouvir a música. Foram instruídos que um movimento pequeno iria parar o ruido ou atrasá-lo G3 Ouvir a música, tarefa era emitir a resposta alvo (contração do polegar esquerdo) G4 Ouvir a música, tarefa era emitir a resposta alvo (contração do polegar esquerdo). Durante a primeira meia hora teve acesso ao medidor da resposta alvo. Resultados e Discussão ● O desempenho dos participantes de todos os grupos indicou um aumento na frequência de emissão da resposta de baixa intensidade, a contração do polegar, durante o condicionamento em relação ao NO; ● A resposta alvo foi selecionada independentemente do grau da instrução que cada participante recebeu; ● Respostas medidas por eletrodos durante o experimento (e marcação das respostas pelos pesquisadores) e por entrevistas posteriores; ● Diferenças entre os grupos; Gráfico Completo Grupo 1 ● Participantes afirmaram não ter controle sobre a remoção ou adiamento do ruído. Grupo 2 ● Dois participantes do Grupo 2 desistiram de tentar descobrir qual era a resposta alvo; ● O terceiro sujeito emitiu uma cadeia de respostas provavelmente selecionadas por contiguidade com a retirada do estímulo aversivo. Grupo 3 ● Para dois sujeitos do grupo 3 o condicionamento não ocorreu (os únicos entre todos os grupos). Eles passaram a tarefa tentando emitir a resposta alvo conforme a instrução, sem sucesso na emissão da resposta em uma intensidade baixa o suficiente para produzir o reforçamento. ● O outro participante desse grupo emitia respostas graduais de contração, além de casuais ocorrências da resposta alvo. Grupo 4 ● Os participantes do Grupo 4, produziram muito mais reforços do que os outros. ● É possível interpretar que esses participantes utilizaram o medidor que registrava sua resposta como uma “dica”. ● O medidor parece ter fornecido uma base para um responder rápido, dentro de um conjunto de variações topográficas. Desdobramentos ● Replicação por Laurenti-Lions et al. (1985); ● Colaboram com as ideias de Skinner (1954/1956): - não é necessária a descrição das variáveis para que elas controlem o comportamento de um indivíduo. - O sujeito não precisa estar consciente da emissão da resposta para emiti-la. Considerações Finais ● No campo do controle consciente e não-consciente do comportamento, nota-se que as investigações de Hefferline e seus colaboradores iam ao encontro das propostas skinnerianas que abordavam a relação entre consciência e comportamento verbal. Referência ● Hefferline, R. F., Keenan, B., & Harford, R. A. (1959). Escape and avoidance conditioning in human subjects without their observation of the response. Science, 130, 1338-1339. ● Soares, P. G., de Almeira, J.H. & Cançado, C.R.X. (2019). Experimentos Clássicos em Análise do Comportamento. (vol. 2). Brasília: Instituto Walden4.
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