Produção de Milho no Brasil

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INTRODUÇÃO 
O milho é uma planta da família Gramineae e da espécie Zea mays. Os primeiros registros do cultivo do milho datam de há 7.300 anos, e foram encontrados em pequenas ilhas próximas ao litoral do México, no golfo do México. É um conhecido cereal cultivado em grande parte do mundo e extensivamente utilizado como alimento humano ou ração animal, devido às suas qualidades nutricionais. 
Atualmente os Estados Unidos lideram o ranking dos países que mais produzem milho. Já aqui no Brasil, Paraná e São Paulo lideram a produção interna e somente 5% são destinados para consumo humano, os 95% restantes são para exportação e consumo interno por animal, ração. Com 268,7 milhões de toneladas, o Brasil deve ter uma produção recorde de grãos na safra 2020/21. O volume, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é 4,2% maior do que o recorde anterior, alcançado na safra 2019/2020, quando foram produzidas 257,7 milhões de toneladas. Portanto é um grão carro chefe para a economia do Brasil e para a sociedade como um todo. 
Figura 01: Mapeamento da produção de milho no Brasil
Fonte: ICEPA, (2007)
De acordo com a Figura 01 as regiões do Sul, Sudeste e Centro-oeste tem a maior produtividade no ramo do milho e pode ser justificada pela necessidade de insumos na cadeia produtiva bovina e suína, e também é onde há um grande número de pesquisas voltadas para o melhoramento da produção e da produtividade na cadeia do milho.
1. Sistemas de produção
Há uma grande diversidade nas condições de cultivo do milho, no Brasil. Tem-se a agricultura do pequeno produtor, grandes lavouras que alcançam produtividades equivalentes às obtidas em países de agricultura mais avançada, lavouras médias de grãos para pecuária e milho de plantio orgânico em áreas familiares. Existem outros sistemas para produção do milho, porém no Brasil os mais comuns e adotados são esses.
1.1. Pequeno produtor
1.2. Orgânico de áreas familiares
Sistemas de agricultura orgânica podem beneficiar em especial pequenos produtores que tradicionalmente não utilizam os insumos disponibilizados com a “revolução verde” e largamente usados por produtores maiores. 
1.2.1. Cultivares
O sistema orgânico de produção não se restringe ao uso de híbridos, as variedades são preferidas, pois uma variedade de milho é formada por um conjunto de plantas com características comuns, sendo um material geneticamente estável e com os devidos cuidados em sua multiplicação, pode ser reutilizada sem nenhuma perda de seu potencial produtivo, permitindo ao produtor produzir sua própria semente a um custo bem menor. Mesmo adquirindo a semente de variedade todos os anos, o custo para se plantar um hectare com um variedade é cerca de 5 a 6 vezes menor do que o preço de um híbrido simples de maior custo. As variedades IAC Pariquera, IAC Mococa, BRS 4157 e BR 4158 mostraram-se bem adaptadas em sistema orgânico de produção de milho verde por exemplo.
1.2.2. Manejo do solo
A base do sucesso do sistema orgânico é um solo sadio, fértil, com macro e micronutrientes disponíveis às plantas em quantidades equilibradas, com bom teor de matéria orgânica, água, ar e boa atividade biológica e bom suprimento de nutrientes, pois é o solo e não o adubo que deve nutrir a planta. Além disso, o solo deve estar sempre coberto para evitar erosão. Geralmente é utilizado o sistema de plantio direto e a rotação de culturas justamente para manter o solo bom. O sistema utiliza compostagem orgânica, adubação verde, cobertura morta, rotação de culturas, manejo de ervas, dentre outros.
A adubação verde em si é o que mais pesa na produção orgânica, pois, com a falta do uso de adubos químicos e defensivos demanda-se uma base de solo muito bem estruturada para garantir o plantio e a qualidade do produto. Adubação verde ideal conta com a consorciação entre leguminosas, gramíneas e as plantas nativas. As leguminosas são importantes por fornecerem nitrogênio através do processo de fixação simbiótica das bactérias. As gramíneas devem ser incluídas como produtoras de biomassa que, por fornecerem carbono, mantêm e aumentam o teor de matéria orgânica e favorecem a microbiota benéfica do solo. As plantas pioneiras contribuem na reciclagem de nutrientes e na preservação do ecossistema (Penteado, 2000).
1.2.3. Manejo cultural
No inicio da produção, a população deve ser de 40 a 45 mil plantas por hectare para produção de milho verde e de 50 mil plantas por hectare para a produção de grãos, isso quando são utilizadas cultivares do tipo variedade, em virtude do grau de tecnologia empregado (baixa adubação e cultivares não híbrido). A menor população na produção do milho verde é para favorecer a formação de espigas graúdas por conta do maior espaço disponível. A estimativa da quantidade de sementes necessária por hectare varia em função da peneira que será plantada, mas podemos estimar em cerca de 20 kg de sementes por hectare. O espaçamento tradicional para o cultivo de milho é de 80 a 90 cm entre linhas com 4 plantas por metro linear.
Na agricultura familiar, é comum o milho cultivado em consórcio com outras culturas para um melhor aproveitamento da área e da mão de obra disponível. Nos sítios e lotes de agricultores familiares, o cultivo consorciado de milho com feijão, ou milho com abóboras é o mais usado. 
1.3. Grandes lavouras 
Os Estados que se destacam na produção do milho no Brasil são: o Paraná, que no período de 1994/95 a 2005/06, produziu em torno de 114 milhões de toneladas; Minas Gerais, com 56,4 milhões de toneladas; o Rio Grande do Sul, com 49,9 milhões de toneladas; São Paulo, com 47,4 milhões de toneladas; Goiás, com 40,9 milhões de toneladas; e Mato Grosso, com 26,4 milhões de toneladas, a maioria deles com grandes lavouras. Depende basicamente de condições climáticas e fisicas (temperatura, pluviosidade, relevo), sementes (variedades ou hibridas ) que pode ser superprecose, precose ou normais, época (safra e safrinha ), irrigação (aspersão , pivô central, etc), calagem (aplicação de calcário, feita principalmente no cerrado ) pragas e doenças ( aplicação de defensivos de acordo com analise ) e colheita.
1.3.1. Cultivares e plantio 
Tabela 1. Coeficientes técnicos de produção para um hectare de milho (plantio direto: produtividade 7.000 kg.ha-1)
	DESCRIÇÃO
UTILIZADA
	ESPECIFICAÇÃO
	UNIDADE
	QUANTIDADE
	
	
	
	
	PREPARO DO SOLO
	
	
	
	Calcário
	
	t
	0,7
	Gesso
	
	t
	0,4
	Distribuição do calcário
	Trator 85 hp + calcariador
	hm
	0,125
	Dessecação – herbicida
	Glifosato
	l
	3
	Distribuição herbicida
	Trator 85 hp + pulv. Barra 2000 l
	hm
	0,3
	Mão-de-obra distribuição
 herbicida
	
	
dh
	
0,25
	
	
	
	
	PLANTIO
	
	
	
	Sementes
	Híbridos simples ou triplo
	 sc
	. 1
	Tratamento de Sementes
	
	
	
	Fungicida
	
	 l
	0,02
	Inseticida
	
	 l
	0,4
	Adubação
	8-28-16 + FTE
	 kg
	300
	Plantio / adubação 
	Mecânica Trator 120 hp + plant / adub. 12 linhas
	hm
	0,8
	Transporte Interno plantio
	Trator 85 hp + carreta 8 t
	hm
	0,3
1.3.2. Tratos e colheita 
	DESCRIÇÃO
UTILIZADA
	ESPECIFICAÇÃO
	UNIDADE
	QUANTIDADE
	
	
	
	
	TRATOS CULTURAIS
	
	
	
	Adubação de cobertura
	Uréia
	kg
	200
	Aplic. adubação de
	
	
	
	Cobertura
linhas 
	Trator 85 hp + distr. adubo 5
	hm
	0,6
	Herbicida – Pós
	
	
	
	Herbicida 1
	
	l
	2,5
	Herbicida 2
	
	l
	0,8
	Aplicação herbicida
l (1X) hm
	Trator 85 hp + pulv. Barra 2000
	
	0,3
	Controle de pragas
	
	
	
	Inseticida 1
	Piretróide
	l
	0,3
	Inseticida 2
	Fisiológico
	l
	0,6
	Espalhante adesivo
	Óleo mineral
	l
	1
	Aplicação inseticida
	Trator 85 hp + pulv. Barra 2000 l (2X)
	hm
	0,6
	Controle formigas
	
	
	
	Formicida
	Isca
	kg
	0,6
	
	
	
	
	COLHEITA
	
	
	
	Colheita mecânica
	Colheitadeira plataforma 4m
	hm
	0,85
	Transporte interno
	Trator 85 hp + carreta 8 t
	hm
	0,3
Analisando a tabela acima podemos inferir a quantidade de insumos e equipamentos necessários para o plantio direto do milho com produtividade de 7.000 kg.ha-. Normalmente o milho é produzidoem grandes áreas em rotação com a soja , podendo também envolver outras culturas. Grandes produtores especializados na produção de grãos e têm por objetivo a comercialização da produção. Plantam lavouras maiores. Utilizam a melhor tecnologia disponível, predominando o plantio direto e são os grandes responsáveis pelo abastecimento do mercado.
1.3.3. Pós colheita
Milho é mais pra consumo interno, mas vem evoluindo com taxa de crescimento de produção em torno de 3,0% ao ano e aumento da área cultivada de 0,6% ao ano
A produção brasileira de milho em grãos tem dois destinos:
· Consumo no estabelecimento: consumo animal em sua maior parte e ao consumo humano.
· Comercialização: fábricas de rações, indústrias químicas, mercado de consumo in natura , exportações, produção de silagem, emprego do grão em mistura com concentrados proteicos, para alimentação de suínos e de aves.
De acordo com o gráfico podemos perceber a importância do emprego da tecnologia no grande plantio do milho, pois mesmo com pouco acréscimo na área de cultivo houve um salto considerável na produção. 
 Como conclusão podemos ter que independente do tipo de sistema que o milho seja plantado é se suma importância , tanto para a economia como para o meio social, pois garante alimento fresco, animais saudáveis e uma infinidade de outros produtos, como exemplificado na imagem abaixo.
Cada um dessas finalidades conta com um tipo de plantio, um tipo de sistema, uma cadeia especifica, portanto, tanto para gestores do agronegócio como para as demais funções do ramo é essencial o conhecimento e a distinção dessas diferenças. Para garantir o melhor modelo possível a ser adotado, que renda mais e que atenda a preferencia do produtor e da saciedade para se elevar o nível de produção e excelência do nosso produto ao mundo. 
Universidade de Brasília FUP campus Planaltina