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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM

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Psicologia do 
Desenvolvimento e 
Apredizagem: Adolescência 
e Vida Adulta
Psicologia do 
Desenvolvimento 
e Apredizagem: 
Adolescência e Vida 
Adulta
A formação docente é o tema gerador que move o percurso deste livro voltado para a informação, discussão e reflexão sobre a vida humana 
em desenvolvimento, com destaque para os assuntos adolescência e vida 
adulta.
São vários autores que assinam os diferentes capítulos, após o ques-
tionamento de quais caminhos a serem trilhados como facilitadores ou 
oportunizadores de informações de qualidade para favorecerem um tra-
balho docente mais qualificado.
Parte-se da própria história da Psicologia quando hoje a preocupação 
é com o indivíduo que percorre dois terços ou mais da sua trajetória de 
vida (1º. Capítulo) como adulto, em diferentes fases até alcançar a velhice.
Para se chegar ao adulto houve a proposição da travessia do território 
adolescente, mesmo que este seja considerado como fenômeno “sócio-oci-
dental”, sentiu-se a necessidade de rever o seu mundo, seu desenvolvimen-
to e nuances diferentes e agrupantes (2º.capítulo) para se poder investigar, 
compreender e analisar tanto essa fase de contrastes, ora hilariante, ora 
conflituosa para chegar e poder entender um adulto pai(mãe) – para não 
magoar qualquer gênero – avô (avó) e até bisavô (bisavó) em seus no-
vos comportamentos, hábitos e atitudes na contemporaneidade (4º. e7º.
capítulos).
Mas a família corresponde a outro campo importante a ser desfolhado 
com formações, estruturas e tipologia tão diversas quanto o território brasile-
iro (2º.capítulo), emergindo influente e demarcante na vida de qualquer um.
Apresentação
iv Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
Por necessidade mais didático-pedagógica, emerge a “quadrologia”: 
Escola, Aluno, Família e Comunidade, abrangendo a construção do con-
hecimento em diferentes contextos e seus desafios de interação, de agre-
gação, de adaptação no cotidiano, e, também, extremamente tecnológico 
(6º.capítulo), fazendo-se incluir os sonhos de cada um (5º.capítulo). Então, 
os processos lúdicos e artísticos não puderam ficar de lado, quando para 
uma vida saudável e de qualidade estes aspectos devem ser explorados 
(8º.capítulo) e/ou canalizados.
Entre sonhos, projetos de vida, surgem inevitavelmente o tema “per-
das”, quando da dualidade ou pluralidade de opções e de decisões a 
serem tomadas (9º.capítulo), chegando-se às perdas como finitude de 
qualquer fato, ação ou vida (10º.capítulo).
A mistura na menção dos capítulos e dos assuntos abordados apa-
rece de modo aparentemente desordenado, tanto quanto, muitas vezes, 
a própria Vida pode parecer para alguém, no seu cotidiano, nas suas 
reações inexplicáveis, mas que podem estar (e certamente, o estão) con-
substanciadas em um dos diferentes territórios por ele percorrido.
Espera-se que o leitor (acadêmico) goste do que encontre nas páginas 
deste livro e que possa entender um pouco mais do adolescente e do adul-
to (e dele próprio) na essência do fazer do seu trabalho docente.
Em nome de todos os autores deste pequeno livro: Lourdes da Silva Gil
 1 O Mundo Adulto: um Desenvolvimento a ser Percorrido 
Pela História .........................................................................1
 2 Adolescência: Física, Emocional e Cognitiva – um Período 
de Transição .......................................................................24
 3 Grupo Familiar: um Contexto, Várias Realidades .................52
 4 Ser Adulto na Contemporaneidade: Idade Adulta, 
Intermediária, Envelhescência e Velhice – Aspectos 
Biopsicossociais ..................................................................76
 5 O Sujeito em Busca de Aprendizagens no Ensino Superior: 
Entre o Sonho e a Construção da Realidade! .......................91
 6 Tecnologia da Comunicação: Os Desafios Cotidianos da 
Aprendizagem ..................................................................108
 7 Adolescência que se Reflete no Comportamento Humano 
Adulto: Certo ou Errado? ..................................................129
 8 O Desenvolvimento Humano Através de Processos 
Lúdicos e das Artes ...........................................................159
 9 Perdas ao Longo da Vida ..................................................182
 10 Finitude: Reflexões sobre a Vida e a Morte ........................199
Sumário
O Mundo Adulto: um 
Desenvolvimento a ser 
Percorrido Pela História12
O Mundo Adulto: um 
Desenvolvimento a ser...
1 Pedagoga, com Habilitação em Orientação Educacional, Psicopedagoga, Profes-
sora na Universidade Luterana do Brasil.
2 Pedagoga, com Habilitação em Orientação Educacional, Mestre em Métodos e 
Técnicas de Ensino e Doutora em Educação, Professora na Universidade Luterana 
do Brasil.
Hellen Callegari Cardia Lorenzoni1
Lourdes da Silva Gil2
Capítulo 1
2 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
Introdução
O estudo do desenvolvimento Humano em sua trajetória his-
tórica registra no mundo ocidental o seu começo com a Fi-
losofia. Avançou na época dos gregos que chegou a ter um 
ramo muito especial denominado de Psicologia por se tratar 
do estudo específico da alma humana.
O desenvolvimento humano ocorre ao longo de toda vida, 
sendo cada período influenciado pelo que aconteceu antes e 
irá afetar o que virá depois. Nenhuma fase é mais ou menos 
importante do que a outra e, cada parte tem suas característi-
cas próprias, ocorrendo assim o desenvolvimento do ciclo da 
vida. Pesquisava-se muito sobre as fases do desenvolvimen-
to infantil e adolescente, podendo ser observadas em varias 
obras, ainda em uso pela sua validade de conteúdo, cujos 
autores apresentavam o ciclo de vida humana, abrangendo do 
bebê até o adolescente, pois havia a crença de que o adulto já 
estava formado ou constituído, não havendo necessidade de 
explorar esse assunto. Porém, hoje, há cada vez mais um inte-
resse maior no estudo do adulto e do velho, pois, vive-se por 
mais tempo, com problemáticas distintas, em faixas diferentes 
e, com a possibilidade de melhor qualidade de vida.
1.1 A evolução do pensamento e as 
denominações dos ciclos de vida humana
Os escritos como “Só sei que nada sei” de Sócrates sobre o 
conhecimento, “se penso, então existo” – foram máximas para 
Capítulo 1 O Mundo Adulto: um Desenvolvimento a ser... 3
justificar o humano dos seres pensantes. Sócrates, Platão, Aris-
tóteles, Xenofante são os filósofos mais citados como estudio-
sos da alma humana. No entanto, essas ideias que brotavam, 
foram combatidas, motivos de lutas e conflitos, naquela épo-
ca, não só por intelectuais. Foram ideias novas que causaram 
condenações e custaram vidas. Mas tudo isso se constituiu 
em fatos que incrementaram ou fomentaram os pensamentos, 
porque eram ideias moral, intelectual e filosoficamente dife-
rentes de seus contemporâneos atenienses, quando, por exem-
plo, Sócrates, acreditando que os erros são consequência da 
ignorância humana, intentava levar as pessoas a conhecerem 
os seus desconhecimentos, problematizando os conceitos exis-
tentes na sociedade da época.
O “Conhece-te a ti mesmo” desde Sócrates permanece até 
hoje e o homem procura respostas adquirindo livros de auto-
ajuda, investigando, discutindo, consultando especialistas na 
área, não só da psicologia como da psiquiatria, assim como 
continua o debate humano entre o bem e o mal, destacando 
valores morais e existenciais.
Após a Idade Média, onde a criança era percebida como 
um adulto em miniatura (denominada neste texto como criança-
-adulto) e, com o encaminhamento para o mundo Moderno, 
associado à necessidade da mulher ter de se afastar do lar para 
se dedicar ao trabalho fora, com o objetivo de garantir o susten-
to de seus filhos, passa a criança a ser uma preocupação social, 
transferindo-se em boa parte as obrigações para o Estado.
As primeiras creches surgiram, substituindo de alguma 
forma os “asilose amparos”, como instituições religiosas ou 
4 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
particulares para onde as crianças desvalidas eram encami-
nhadas. Têm-se registros quando da volta de D. Pedro I para 
Portugal e assumido a coroa, de que teria a sua esposa Dona 
Amélia criado creches em atenção à criança.
Entre a ideia de criança-adulto à de criança-criança, um 
período longo ocorreu, evoluindo em função de avanços nas 
áreas de conhecimento, entre elas a da medicina, que desco-
bria a penicilina, vacinas e outras substâncias, industrializan-
do-as, e, como instituição, formava mais médicos e enfermei-
ras, que se ampliavam como classes profissionais. Assim como 
os sanitaristas, surgiam os departamentos públicos de saúde 
da República brasileira e, que despertavam para os problemas 
epidêmicos, envolvendo a questão da higiene, dos dejetos 
lançados ou descarregados a céu aberto, do alto índice de 
mortalidade, principalmente a infantil. As vacinas foram des-
cobertas e ofertadas nos postos de saúde, enquanto o medo 
e a rejeição da população em relação a elas foram pouco a 
pouco abrandados. O foco, então, lentamente, passa da do-
ença para o almejo da saúde1.
Paralelo às questões de saúde, ao avanço da medicina, às 
novas tecnologias de exames surgidas, à sobrevivência a de-
terminadas doenças, cujas curas foram paulatinamente desco-
bertas, bem como muitas das suas causas, o homem prolonga 
a sua vida terrena e permanece um maior tempo na vida ativa 
profissional.
1 Recomenda-se a leitura sobre Oswaldo Cruz- Revolta da Vacina em 
1904.
Consultar: educação.uol.com.br/.../revolta-da-vacina-oswaldo-cruz-e-
pereira-passos.. ou pt.wikipedia.org/wiki/revolta_da_vacina.
Capítulo 1 O Mundo Adulto: um Desenvolvimento a ser... 5
Politicamente a legislação brasileira relativa ao trabalho foi 
se alterando, como se pode citar – a Consolidação das Leis 
Trabalhistas, sendo implantada a diminuição da carga horária 
de trabalho, cuja jornada foi sendo modificada até a fixação 
em oito horas diárias de serviço, sendo, também, estipulado 
um salário mínimo, estabelecido o Fundo de Garantia por 
Tempo de Serviço (FGTS), e o descanso semanal remunerado, 
a regulamentação do trabalho de menores de idade, da mu-
lher e o trabalho noturno. O direito a férias, licença gestante, 
a participação do trabalho do negro, a ampliação da aposen-
tadoria para todos os trabalhadores urbanos e rurais foram 
pouco a pouco sendo conquistados.
Estas reformas ou mudanças não aconteceram de uma 
hora para outra, muitas coisas aconteceram, tanto no cená-
rio mundial, quanto nacional, como os conflitos e experiên-
cias advindos de duas guerras denominadas de mundiais, que 
contribuíram sobre vários aspectos para um maior amadureci-
mento social, cultural e, até mesmo comparativo entre e/com 
outros países.
Houve um processo maior de humanização, de expansão 
de ideias por meio da educação, destacando-se eminentes 
figuras nacionais, que foram sendo destaques em diversas 
áreas, principalmente na política, saúde, educação, como Rui 
Barbosa, Joaquim Nabuco, Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, 
Santos Dumont, entre outros e que influíram na vida de toda 
uma população. Por exemplo, o período de Getúlio Vargas 
trouxe reformas com a participação de auxiliares que com-
puseram o seu ministério, como Francisco Campos, Gusta-
vo Capanema, destaques e reformadores da educação, sem 
6 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
desmerecer outros tantos. Foi um período fértil de ideias e do 
desenvolvimento da cultura, das artes e ciências em geral e de 
invenções.
Consequentemente, os estudos se aprofundam também 
na questão do desenvolvimento humano, considerando-se o 
próprio desenvolvimento do conhecimento científico e da ne-
cessidade de avançar nas investigações para resolverem pro-
blemas, inquietações e males humanos. É o homem disposto 
a conhecer seus desconhecimentos, parafraseando Sócrates, 
para saciar suas necessidades, seus sentimentos e a procura 
de evolução cultural, mantendo-se até hoje.
Além do novo conceito sobre a criança, a adolescência 
surge como um fenômeno ou problema sociocultural advindo 
do modernismo, pois, anteriormente, a criança crescia e mer-
gulhava no mundo adulto de trabalho com 12 horas ou mais, 
ou na escravidão. Na cultura indígena, por exemplo, há um 
preparo tanto para a menina como para o menino ingressa-
rem no mundo adulto por meio de rituais bem específicos de 
passagem.
Hoje, o chamado adolescente, na sociedade urbana, per-
manece mais tempo em casa pelo estudo a que se dedica ou 
que se vê obrigado a cursar, ao trabalho remunerado que mui-
tas vezes tenta executar, ao grupo que passa a fazer parte, aos 
novos hábitos e incremento de novas culturas provocadoras 
de mudanças, enquanto a sua casa muda na relativa estrutura 
(menor número de peças, apartamentos populares, estrutura 
familiar que se organiza conforme será tratado em outro ca-
pítulo etc.) e a vida urbana, também, modifica-se. As famílias 
Capítulo 1 O Mundo Adulto: um Desenvolvimento a ser... 7
que reduziram o número da sua prole e com o trabalho do 
casal, tendo as ‘vantagens’ sociais na sua maioria cumpridas, 
diminuem a necessidade do filho de se lançar no mercado de 
trabalho, mas, em contraponto, têm pouco tempo tem para 
cuidar desse jovem.
O estudo desse adolescente começa a despertar, no final 
do século XIX e, principalmente, início do século XX, para as 
diferenças de etapas, assim como, a própria medicina e outros 
cursos, depois das especializações em pediatria, passam a 
oferecer cursos de especialização e estudos na área da hebe-
logia (o estudo da adolescência e da problemática biológica, 
psicológica e sociogenética que caracteriza esta fase da vida 
humana)... para o atendimento específico deste nem homem, 
nem criança – que necessita de cuidados de saúde especiais.
O estudo do ciclo da vida humana, principalmente na Eu-
ropa ocidental, como Portugal e Espanha, apresenta em livros 
de diferentes autores a divisão do ciclo humano em criança – 
adulto e velho, enquanto, nos estudos no Brasil, a subdivisão 
adotada é bem mais detalhada. O estudo sobre o adulto é 
bem mais recente, assim como as especializações nesta área, 
como, por exemplo, a especialização médica em tratamento 
ao idoso passou a ser denominada de geriatria.
Já para a especialização de pessoas oriundas de outras 
áreas do conhecimento que queiram aprofundar-se no assun-
to, o estudo sobre o adulto velho ou o processo de envelhe-
cimento, é denominado de gerontologia, assim como An-
dragogia passa a ser a arte ou ciência de orientar adultos a 
aprender. O conceito andragogia provavelmente foi criado na 
8 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
década de 1970 por Malcolm Knowles. Este termo também é 
encontrado em um sentido mais amplo, até aplicado à educa-
ção continuada e se contrapõe à pedagogia, que se refere à 
educação de crianças (do grego paidós, condutor/ educador 
de criança).
No Rio Grande do Sul, os estudos sobre o adulto começa-
ram a partir dos anos 70 com a pesquisa e obra sobre vida 
adulta de autoria de Juan Mouriño Mosquera, que detalhou 
cada faixa etária desde o bebê ao velho. Assim como o estudo 
do desenvolvimento da pessoa desde o nascimento até a mor-
te, em 1972, passou a fazer parte sistematizada do currículo 
da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul, conforme informações registradas na apresen-
tação da primeira edição em português- 1983, por Machado 
e Eizirik (apud LIDZ, 1983).
Nos anos 90, o Conselho Estadual do Rio Grande do Sul 
em parceria com 14 universidades do Estado, incluindo-se a 
ULBRA, realizou uma pesquisa com o idoso não instituciona-
lizado, abrangendo vários municípios, sendo observadas ca-
racterísticas bem peculiares do idoso a partir de 60/65 anos.
Destacam-se os estudos nos estados de São Paulo e Rio de 
Janeiro com publicações em livrose revistas, palestras sobre o 
envelhecimento, na sua maioria relacionada à área da saúde. 
VERAS traz a público os resultados de várias pesquisas realiza-
das como estudioso do assunto envelhecimento, associando-
-se a um grupo de alunos. Ligia Py organiza grupo de estu-
dos sobre o envelhecer e a morte, fazendo palestras em vários 
eventos de estados do Brasil.
Capítulo 1 O Mundo Adulto: um Desenvolvimento a ser... 9
Algumas obras foram traduzidas para o português de auto-
res americanos como Dr. Theodore Lidz*4, da Universidade de 
Yale, com o título mencionado sobre a pessoa, tornando-se 
objeto de estudo na Faculdade de Medicina da UFRGS.
Se lhe perguntarmos como você classificaria o ciclo de 
vida humana, perceberia que se encontram várias classifi-
cações, conforme a percepção de cada autor ou da opinião 
das pessoas, sendo o mais comum ou frequente encontrar-
-se atribuições à faixa da adolescência entre 12/13 anos até 
20/21, seguindo a idade adulta até 40/45 anos, a meia ida-
de dos 40/45 anos até 60/65 anos e a velhice dá sequência 
até a morte.
O que se pode destacar sobre o período de adultez e por 
meio de todas as transformações sociais, é que surge um adul-
to com mais responsabilidades e com elas outros temas e tem-
pos passam a ser questionados como: vida saudável; relações 
parentais; as novas relações amorosas; o prolongamento da 
vida de uma média de 43,5 anos na década de 40 para 67/68 
anos nos anos 90 e, agora, com uma previsão para 120 anos 
em até 2015/2020; a constituição de nova família; a paterni-
dade na velhice; a manutenção de hábitos e comportamentos 
da juventude nesta faixa etária, entre outros aspectos.
O número de idosos, no Brasil, com idade acima de 60 
anos, de três milhões em 1960, passou para sete milhões em 
1975, dobrando nos seus 14 milhões em 2002 e 20 milhões 
(20.590.599) em 2010, portanto com um aumento popula-
cional em torno de 600%, em cinquenta anos. Há uma esti-
10 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
mativa para em 2020 que o número de idosos alcance os 32 
milhões.
Este fenômeno não é privilegio só do Brasil, mas de todo 
o mundo, o que causa problemas bastante sérios em relação 
à economia em diferentes países, pois com o afastamento do 
trabalho por incapacidade ou por idade legal prevista em lei, 
há uma redução de mão de obra para a manutenção do esta-
tus quo de vários países.
Acentua-se como desafio maior para o século XXI o cuidar 
dessa população de velhos, onde se observa até o momento 
uma maioria com níveis sócio-econômicos baixos (pelos va-
lores de aposentadoria ou pensão a receberem), pelo nível 
baixo de escolaridade e a prevalência de doenças crônicas e 
incapacitantes.
Deixa-se a ideia de que os profissionais da saúde e das 
ciências humanas se voltem cada vez mais e se dirijam para a 
transformação da realidade social, não só focando no proces-
so de envelhecimento como para todas as faixas etárias e para 
suas diferentes abrangências como educação, saneamento, 
habitação, previdência, entre outras.
Aborda-se a seguir aspectos do desenvolvimento humano, 
iniciando-se sempre pela faixa da adolescência, pois este é 
um dos focos do presente livro e sem a pretensão de esgotar 
o assunto, que terá tratamento diversificado e mais detalhado 
nos próximos capítulos.
Capítulo 1 O Mundo Adulto: um Desenvolvimento a ser... 11
1.2 Diferentes aspectos de desenvolvimento
1.2.1 Desenvolvimento físico
Aos 20 anos de idade os jovens adultos estão no auge da sua 
força, energia e resistência, com os sentidos apurados e fun-
ções corporais plenamente desenvolvidas, dificilmente ficam 
doentes a não ser por resfriados ocasionais. Os dois maiores 
problemas nesta fase são a infecção por HIV e acidentes, sen-
do esse segundo, a segunda maior causa de morte.
A boa saúde não é apenas uma questão de sorte, reflete 
o estilo de vida e escolhas ao longo desta. A Organização 
Mundial da Saúde define saúde como um estado de total bem-
-estar físico, mental, e social, o que nos mostra que vai além 
de estar doente. Hábitos saudáveis e comuns do dia a dia fa-
zem diferença ao longo dos anos, alimentar-se regularmente, 
não fumar, beber com moderação, exercitar-se regularmente, 
dormir 7 horas por noite, conviver socialmente com pessoas 
e ter um tempo para seu lazer, estas condutas farão com que 
na terceira idade existam menos chances de sofrer de incapa-
cidades. Outros fatores significativos para boa saúde são a 
educação e boa renda, ambas estão relacionadas a um estilo 
de vida saudável. Quem tem melhor nível de instrução fuma 
menos, tem consciência de acompanhamento de saúde, ali-
menta-se melhor e, também, constituem-se em consequências 
de boa renda.
Quem é mais saudável: homem ou mulher? Há mais tem-
po houve dedicação ao estudo do homem e menos ao da 
mulher. Existem doenças comuns a ambos e aquelas que são 
12 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
específicas ao gênero como as do aparelho reprodutor femi-
nino e câncer de testículos. Câncer de pulmão é mais comum 
em homens e problemas cardíacos aparecem mais tarde nas 
mulheres, sendo que essas têm uma maior expectativa de vida. 
Com a menstruação e gestação há uma maior conscientiza-
ção do corpo e, com isto, um maior cuidado e proteção inclu-
sive de forma preventiva. Em função de 70% dos antidepressi-
vos e tranquilizantes serem prescritos às mulheres, percebe-se 
que as causas são mais de fundo emocional, o que acontece 
menos nos homens, pois tem menos consciência corporal, dá 
menos valor às emoções e “acredita” que queixar-se de algum 
problema de saúde não é másculo. Um aspecto positivo hoje é 
o fato dos médicos indicarem a dosagem dos medicamentos, 
observando o peso e sexo do paciente.
Também, considera-se o estresse um fator importante de 
saúde, quanto mais estressante acontece em uma mudança na 
vida de uma pessoa, maior a probabilidade de doenças ma-
nifestas nos 2 anos seguintes. O estresse está ligado a doen-
ças como hipertensão, úlceras, derrame e doenças cardíacas. 
São sintomas de uma pessoa estressada: dores de cabeça, de 
estômago, musculares e sintomas de fadiga. Os aspectos psi-
cológicos podem aumentar a probabilidade da doença e são 
reações comuns: ansiedade, nervosismo, tensão, raiva, irrita-
bilidade e depressão.
Para o Dr. Emílio Moriguchi, que afirmou em uma entrevista:
“A Medicina tem uma tendência a separar em áreas, mas 
o fato é que somos uma pessoa só, uma unidade com-
posta de diversidades. O corpo pode envelhecer mais 
Capítulo 1 O Mundo Adulto: um Desenvolvimento a ser... 13
rápido se a pessoa tiver um infarto antes do tempo. Mas 
o ideal é cuidar para que o corpo envelheça harmonica-
mente. Aqui entra a questão da prevenção”.(2008, p. 8)“
Com essa afirmação passa-se a tratar sobre o desenvolvi-
mento do adolescente e adulto sob os prismas psicossociais.
1.2.2 Desenvolvimento Psicossocial
A personalidade não para de se desenvolver quando o corpo 
para de crescer, os atributos que cada adulto tem dentro de 
si influenciam no temperamento e comportamento, levando a 
algumas mudanças de personalidade, estas mudanças estão 
relacionadas com os diversos eventos e circunstâncias da vida. 
Estudos mostram que o adolescente alegre tem tendência a ser 
o “quarentão” alegre, adolescentes queixosos transformam-se 
em adultos irritadiços, os adolescentes que enfrentam bem os 
problemas da faixa etária também terão esta mesma qualida-
de na vida adulta. Algumas pesquisas afirmam que a persona-
lidade afirma-se entre 21 e 30 anos. A capacidade de adapta-
ção à vida leva a uma maior satisfação com esta, permitindo 
uma consolidação e realização com os aspectos atingidos.
Relacionamentos íntimos se constituem em um desafio para 
o jovem adulto que deseja encontrar alguém com quem possa 
compartilhar sua vida, criar relações de confiança e parceria, 
levando a uma intimidade. As pessoas tendem a gostar mais 
de quem confia nelas ou uma confidênciafeita pode fortalecer 
vínculos. A amizade surge em pessoas que tem valores e inte-
resses comuns e normalmente na mesma faixa etária, envolve 
confiança, compreensão, aceitação, respeito e liberdade para 
14 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
dizer o que pensa. A maioria das amizades é do mesmo sexo, 
porém 25% das pessoas têm o melhor amigo no sexo oposto. 
As mulheres constroem amizades mais íntimas, compartilham 
valores e intimidades, homens compartilham informações e 
atividades e não confidências.
Assim:
A sexualidade é definida no início da fase de jovem adulto 
e como ele deseja vivenciá-la, com uma relação mais está-
vel, casual ou recreativa. As diferenças nas condutas entre os 
gêneros diminuíram com a evolução do papel da mulher na 
sociedade, hoje, ambos tem liberdade para escolher de como 
querem vivenciar o sexo ao longo da sua vida. A ameaça da 
AIDS afetou um pouco o comportamento sexual, levando a 
uma maior conscientização das atitudes.
O amor é o sentimento que constrói uma história entre 
pessoas, mas como cada um descreve, vivencia e mantém. É 
um sentimento considerado único, visto que os autores desta 
fazem refletir suas personalidades e interesses na relação. O 
amor pode ser um vício, uma fantasia, um jogo, uma batalha, 
uma história de horror ou ainda um jardim a ser cultivado. 
Os três elementos do amor são: intimidade, paixão e compro-
misso, o grau de cada um destes fatores na relação depende 
exclusivamente dos envolvidos e não da idade. Em O Ban-
quete escrito por Platão, Sócrates* revela que foi a sacerdotisa 
Diotima de Mantinea que o iniciou nos conhecimentos e na 
genealogia do amor. As ideias de Diotima estão na origem do 
conceito socrático-platônico do amor.
Capítulo 1 O Mundo Adulto: um Desenvolvimento a ser... 15
*Obs.: Para saber mais sobre Sócrates, você pode consul-
tar pt.wikipedia.org/wiki/Sócrates ou www.suapesquisa.com/
socrates
1.3 Um ciclo a ser destacado na vida 
humana adulta: A meia idade
A meia idade demonstra ser o período mais desafiante e reali-
zador da vida, momento em que apesar das responsabilidades 
e estresses, sentem-se no auge de suas competências. Nesta 
fase, a maioria das pessoas está em boa forma física, cogniti-
va e emocional, sabendo com a experiência adquirida, reali-
zar um bom julgamento da vida, tendo maturidade para lidar 
com os altos e baixos e menor probabilidade de depressão. As 
diferenças individuais aparecem mais, pois assim como tem 
aqueles que podem correr uma maratona, existem os que não 
conseguem subir um conjunto de escadas.
Fatores comportamentais e estilo de vida, desde a juventu-
de, determinam a ocorrência e extensão das mudanças fisio-
lógicas, é claro que as demonstrações da idade dão sinais na 
aparência e isto nem sempre é fácil de conviver, mas, também, 
a maneira como as pessoas irão encarar estas mudanças fa-
rão delas mais ou menos velhas.
Estão entre as mudanças graduais: leve perda na acuidade 
visual ou nitidez na visão (mudança que pode iniciar na ado-
lescência e acelera após os 55 anos), sensibilidade ao gosto e 
ao cheiro diminui, perda da sensibilidade ao toque, perda de 
16 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
massa muscular, diminuição da resistência física. Uma mudan-
ça, fundamental desta fase, é o declínio da capacidade repro-
dutiva, que afeta homens e mulheres de maneiras diferentes, 
mas isto não se estende ao prazer sexual que pode durar por 
toda vida adulta.
Vive-se em uma sociedade que dá muito valor à aparência 
física, onde rugas e flacidez são sinais indesejáveis de envelhe-
cimento, levando a uma diminuição da autoestima ou a uma 
busca de melhor saúde e boa forma física. A hipertensão, pres-
são sanguínea elevada, é um dos problemas de saúde mais 
sérios, pois pode levar a enfarte, derrame ou comprometimen-
to cognitivo na terceira idade. Um aspecto novo que aparece 
pela primeira vez e é nesta fase, é a capacidade de integrar a 
emoção com o intelecto e a experiência com o aprendizado, 
contribuindo para capacidade de solucionar problemas.
Os laços de parentescos diminuem de importância no iní-
cio da idade adulta, mas retornam com força na maturidade, 
pois a união familiar também passa a ter o propósito de cui-
dado uns com os outros. O ninho vazio, período caracteriza-
do pela saída dos filhos de casa, ficando apenas o casal ou 
muitas vezes só o pai ou só a mãe. Os pais que mais sentem 
são aqueles que não se prepararam para isto, deixaram de ter 
convívio social ou que não tem projetos futuros ou em anda-
mento e sentem-se sozinhos e até deprimidos.
Este período é denominado por alguns autores como en-
velhecência e, conforme se desenvolveu aqui, este período 
pode ser comparado a uma fase de transição, pelas carac-
terísticas de exuberância da idade tanto como a puberdade. 
Resumidamente pode se refletir, conforme o quadro a seguir:
Capítulo 1 O Mundo Adulto: um Desenvolvimento a ser... 17
Mapa das ideias de transição no ciclo de desenvolvimento humano
Fases de 
Transição
Bebê -> entre a concepção e infância;
Puberdade ->entre a Infância e adolescência;
Meia idade/ envelhecência-> entre juventude e velhice.
1.4 Conhecimento e a aprendizagem
Sócrates dizia que sua sabedoria era limitada à sua própria 
ignorância, pois ele acreditava que os erros são consequência 
da ignorância humana e nunca se reconheceu ou se procla-
mou ser sábio. A intenção de Sócrates era levar as pessoas, 
principalmente adolescentes e jovens a conhecerem seus des-
conhecimentos (“Conhece-te a ti mesmo”). Através da proble-
matização de conceitos conhecidos, daquilo que se conhece, 
percebem-se os dogmas e preconceitos existentes quando é 
oportunizada a reflexão tanto pela educação formal como in-
formal.
A aprendizagem e conhecimento do adolescente e do 
adulto estão fundamentados na noção de significado. Deve-se 
reconhecer que se aprende aquilo que tem mais sentido ou 
significado. Enquanto a pessoa assume responsabilidades e 
compromissos da vida adulta, o pensamento vai se adaptan-
do, tornando-se mais prático e dialético auxiliando na reflexão 
das complexidades e inconsistências das experiências diárias. 
Em contrapartida o pensamento moral aprofunda-se e há, na 
maioria dos casos, um crescimento na fé religiosa e maior 
compromisso com suas próprias convicções. As experiências 
de vida, casamento, nascimento de filhos, promoções, demis-
18 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
sões, perdas de pessoas queridas e outros eventos marcantes 
podem favorecer o crescimento cognitivo.
O objetivo da educação de adultos não é dar instrução, 
transmitir ou armazenar passivamente os conhecimentos, mas, 
assegurar-lhe uma formação, criar uma atmosfera de curiosi-
dade, liberdade social e estimular a participação do desenvol-
vimento da sociedade da qual faz parte.
1.5 ATIVIDADES
Com base na reflexão, que supostamente você deve ter 
feito durante a sua leitura, é que são propostos os exer-
cícios a seguir:
 1. Verdadeiras ou Falsas as afirmações?
Foram filósofos que abordaram sobre a alma humana:
I. Sócrates
II. Platão
III. Xenofante
IV. Aristóteles
V. Leonardo da Vinci
Respostas:
a) I e II são verdadeiros
b) II e III são verdadeiros
Capítulo 1 O Mundo Adulto: um Desenvolvimento a ser... 19
c) IV e V são verdadeiros
d) Somente V é falso.
e) Todas as alternativas são falsas.
 1. Verdadeiras ou Falsas as afirmações?
I – A criança sempre foi percebida como um adulto em 
miniatura.
II – Criança- adulto é o mesmo que criança-criança
III – A criança nunca foi uma preocupação social nem teria 
motivos para ser
Respostas:
a) I, II são verdadeiras.
b) Todas as alternativas são verdadeiras.
c) I, II são falsas.
d) Todas as alternativas são falsas.
 2. Verdadeiras ou Falsas as afirmações?
I- As mudanças ou reformas quanto às concepções so-
bre adolescente e vida adulta não aconteceram de 
uma hora para outra.
II– As mudanças ou reformas quanto às concepções sobre 
adolescente e vida adulta aconteceram de uma hora 
para outra.
20 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
III – Os estudos e pesquisas sobre o adolescente e o velho 
datam do século XV.
Respostas:
a) I e II são falsas.
b) II e III são falsas.
c) I e II são verdadeiras.
d) Todas as alternativas são verdadeiras.
 3. Numera a segunda coluna de acordo com a primeira:
Primeira segunda
(1) Andragogia
(2) Hebeologia
(3) Gerontologia
(4) Geriatria
( ) Estudo da adolescência.
( ) Estuda e trabalha na área do envelheci-
mento, podendo ser bacharel de forma-
ção em qualquer curso.
( ) Ciência ou arte de orientar adultos a 
aprender.
( ) Especialização na medicina que estuda o 
envelhecimento e atende o idoso em sua 
clientela.
Respostas:
a) 2 – 3 – 4 – 1.
b) 3 – 2 – 1 – 4.
Capítulo 1 O Mundo Adulto: um Desenvolvimento a ser... 21
c) 2 – 3 – 1 – 4.
d) 1 – 2 – 4 – 1.
 4. Qual a sentença que não confere com a realidade desen-
volvida no primeiro capítulo?
I) A maioria dos livros de psicologia do desenvolvimento 
humano abordava do nascimento até a adolescência.
II) Na década de 70 os estudos sobre o adulto se desen-
volveram nos Cursos de Medicina, tomando impulso 
nesta área e como especialização.
III) A maioria da população idosa no Brasil está muito 
bem assistida, excetuando-se os marajás do nordeste.
Respostas:
a) Todas são falsas.
b) Todas são verdadeiras.
c) Somente I é falsa.
d) Somente II é falsa.
e) Somente III é falsa.
GABARITO:
 1. D / 2. D / 3. B / 4.C / 5. E /
22 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
1.6 BIBLIOGRAFIA
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Adolescência: Física, 
Emocional e Cognitiva – 
um Período de Transição
Adolescência: Física, 
Emocional e Cognitiva – 
um...
Olgaires Schneider
Capítulo 2
Capítulo 2 Adolescência: Física, Emocional e Cognitiva – um... 25
INTRODUÇÃO
De acordo com a Ministério da Saúde no Brasil (Brasil, 2007) 
e também Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE 
(Brasil, 2007) a adolescência inicia por volta dos 10 anos e 
estende-se aproximadamente até os vinte anos, enquanto para 
o Estatuto da Criança e do Adolescente, o período vai dos 12 
aos 18 anos. De forma geral, observa-se que a adolescência 
tem seu início pelas e nas transformações físicas e, concorda-se 
com o que preceitua Formigli, Costa & Porto, (2000), quando 
estes afirmam como finalização da adolescência as ações de 
inclusão social, profissional e econômica na sociedade adulta.
Essas transformações biológicas ocorrem em todos os jo-
vens de forma universal, quando aos poucos o corpo vai so-
frendo mudanças, há o crescimento físico e as alterações da 
forma do corpo se acentuam, a sexualidade vai transbordan-
do, até chegar a adultez. As transformações na vida do adoles-
cente vêm acompanhadas por modificações cognitivas, sociais 
e de expectativa sobre o que a vida lhe reserva. (Martins, Trin-
dade, & Almeida, 2003; Santos, 2005).
Encontra-se no Dicionário da Língua Portuguesa, (2010, 
p. 18) ao referir-se à adolescência como sendo o “período da 
vida humana que começa com a puberdade e se caracteriza 
por mudanças corporais e psicológicas, estendendo-se, apro-
ximadamente dos 12 aos 20 anos.
A adolescência é um período complexo, relativamente lon-
go, durando de cinco a dez anos, às vezes até mais, passando 
da pubescência à maturidade física. Neste momento, marca-
26 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
damente, os jovens desejam explorar seus mundos e querem 
aprender a conhecerem-se.
Para muitos autores, a adolescência é considerada uma 
fase de transição, que possibilita ao indivíduo passar da in-
fância para a adultez, ou seja, de um estágio para outro, 
cujos conflitos e problemas estão em um processo em de-
senvolvimento. Nela estão contidas características como re-
beldia, desequilíbrios e instabilidade, lutos e crises de identi-
dade, instabilidade de afetos, busca de si mesmo, tendência 
grupal, crises religiosas, flutuações de humor e contradições 
sucessivas e fantasias.
Portanto, um agregado de características, que são consi-
deradas como “síndrome normal da adolescência”, conforme 
Aberastury & Knobel, (1981, p. 10), enquanto que Osório 
(1992, p. 47), assevera que “sem rebeldia e sem contestação 
não há adolescência normal...O adolescente submisso é con-
siderado a exceção à normalidade”.
É um tempo de busca interna para o adolescente se desco-
brir, onde ele vive em uma ansiedade a fim de satisfazer seus 
desejos de intimidades e realizações, ao mesmo tempo que ele 
tem momentos de solidão intensa e desespero, passando por 
constantes desequilíbrios e oscilações extremas.
É neste mundo cheio de contradições, de crescimento físico 
acelerado e descompassado, no seu desenvolvimento histó-
rico, emocional e cognitivo que se vai adentrar e relatar um 
pouco sobre esse processo evolutivo que é a adolescência.
Capítulo 2 Adolescência: Física, Emocional e Cognitiva – um... 27
2.1 A adolescência através dos anos
O mundo ocidental moderno tornou mais complexa a passa-
gem da adolescência para a vida adulta, ao mesmo tempo em 
que o jovem tem uma gama de opções e expectativas ofere-
cidas para a realização de experiências, ele vive seus conflitos 
e sofre a busca de sua identidade adulta como consequência.
Algumas sociedades desenvolvem “ritos de passagem”, al-
guns muito difíceis para o jovem, tanto no aspecto físico quan-
to no psíquico. Mesmo assim, ele prefere passar por essas pro-
vas, pois esses ritos oferecem a possibilidade dele mostrar-se a 
si e aos outros, favorecendo o desenvolvimento de segurança, 
da auto-estima e da confiança. O resultado destes ritos parece 
abreviar e facilitar a passagem da crise juvenil e oportuniza 
melhor integração à comunidade adulta. Um exemplo disso 
está na tradição cristã – a primeira comunhão, representa a 
consagração, coincidindo com o período de incidência e pu-
dor.
A sociedade possui um conjunto de critérios como leis, cos-
tumes e tradições e através do tempo e da cultura, passam de 
geração em geração, perpetuando seus valores. Nesse senti-
do, as sociedades estabelecemelementos definidos dos status 
infantil e do adulto, como também a própria transição, onde o 
modo dessa passagem, bem como os seus ritos são estabele-
cidos com maior ou menor requinte.
O meio em que o indivíduo está agregado é um critério 
presente em qualquer cultura e caracteriza uma variedade de 
28 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
status dentro da sociedade, um desse é a passagem de criança 
para o status juvenil, segundo Aberastury & Knobel (1981).
Desde a antiguidade, essa faixa etária foi alvo de estudos 
sabendo-se principalmente que é movida pelo prisma da im-
pulsividade e de grande agitação. A exemplo disso, Sprinthal e 
Collins (2009) a fazerem referências a Aristóteles (séc. IV a.c), 
asseveram que os jovens são apaixonados, não pensam e são 
levados por seus impulsos, mas que também sabem fazer suas 
escolhas com autodeterminação e, dessa forma, começam a 
conquistar a maturidade.
Ariès (1981) relata que no século XVI, as palavras origina-
das do latim púbere (provem de púbis – pelos) e adolescens 
eram empregadas indiferentemente. Uma das declinações da 
palavra pubertatem evoluiu para pubertate e daí para puber-
dade. As expressões usadas no francês como enfance, jeunes-
se e vieillesse (infância, juventude, e velhice) também são de 
origem latina. A expressão juventude, significava, força da ida-
de, não havendo lugar para a “adolescência”, significava uma 
idade mais tardia.
Até o século XVIII, a adolescência foi confundida com a 
infância. Nos séculos XVI e XVII as pessoas consideravam 
crianças até a idade de doze anos, sem lhes darem muita im-
portância, elas ficavam expostas a cenas de sexo e violência, 
não havendo preocupação em relação ao que poderia acon-
tecer sobre o seu desenvolvimento. No colégio, frequentavam 
a mesma turma todas as idades, de doze a vinte e cinco anos. 
A partir desse momento a igreja exigiu dos fieis uma devoção 
mais íntima e com isso surgiu a necessidade de proteger mais 
Capítulo 2 Adolescência: Física, Emocional e Cognitiva – um... 29
as crianças e jovens das tentações da vida e aplicando mais 
moralidade. O colégio torna-se muito importante à sociedade, 
pois era o lugar de instrução e educação. Chama-se a aten-
ção para a ideia de que o conhecimento humano evoluiu em 
relação ao desenvolvimento biopsicosossial, mas a essência 
do homem continua igual, ou seja, com as características pul-
sionais à espécie.
Segundo Ariès (1981) a partir do séc. XVIII, com a ascensão 
da burguesia, impõe-se uma nova maneira de viver e de pen-
sar, relacionada com a transformação do trabalho, passan-
do de uma economia rural para uma economia de mercado, 
juntamente com as inovações tecnológicas. Nesse momento, 
torna-se importante a formação do jovem.
No século XIX, surgem os primeiros serviços de saúde vol-
tados para os colégios, possivelmente em função das questões 
biológicas, relacionadas com a puberdade e suas mudanças 
sexuais. Nessa época, as teorias de Freud, tornam-se visíveis 
e provocadoras quando ele afirmava que a sexualidade fazia 
parte do desenvolvimento do ser humano.
Estudos mostravam que o século XX, foi marcado por guer-
ras e deixaram sinais no desenvolvimento da adolescência, 
esta vinha acompanhada de preguiça, rebeldia, indisciplina, 
enquanto que pesquisadores na época valorizavam a impor-
tância dos adolescentes trabalharem para manter seu país da 
mesma forma que conheciam antes da guerra.
A adolescência, nem sempre foi da forma como acontece 
atualmente, ela varia de cultura para cultura e algumas estão 
agregadas a ritos de passagem, alguns estudos entre os quais 
30 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
de M.Mead (1934), sobre a adolescência na ilha de Samoa, 
relata como uma passagem breve do desenvolvimento ao 
mesmo tempo em que acontece a maturação sexual. Na ilha 
de Samoa a passagem do mundo infantil ao adulto é muito 
breve e pouco traumático. Da mesma forma, pode-se acres-
centar que algumas culturas indígenas brasileiras se asseme-
lham aos nativos da Ilha de Samoa, como o adolescente tem 
que enfrentar determinadas “provas” codificadas como um rito 
de passagem no qual fazem parte toda comunidade. A vida 
social tem poucas restrições, o afastamento por um tempo da 
família não é traumático, o jovem não esta ligado a hábitos, 
tampouco a ideologias. As aprendizagens passam de pai para 
filho, não se verificando mudanças imprevistas.
Na virada do século XXI, observa-se um grande número de 
jovens decorrente de nascimentos da década de 1980, quan-
do houve uma explosão demográfica. De acordo com Nobre 
(2010) ele se deparou com um cenário nublado, sem perspec-
tivas de trabalho, um mundo econômico desfavorável, princi-
palmente ao que está ingressando no mercado de trabalho. 
Mudanças de valores são percebidas pela sociedade através 
do comportamento, a família, a igreja e a comunidade já não 
tem o mesmo controle tradicional, que antes exerciam sobre a 
criança e o adolescente.
2.2 O desenvolvimento físico da 
adolescência
Segundo Lidz (1983), a palavra adolescência significa as mu-
danças sociais, psíquicas e emocionais que dizem respeito aos 
Capítulo 2 Adolescência: Física, Emocional e Cognitiva – um... 31
jovens que estão na segunda década da vida, é dividida em 
três subperíodos, adolescência inicial, que refere-se ao impul-
so do crescimento e começa a transformação do desenvolvi-
mento e a chegada da puberdade. Depois em torno de doze 
a dezoito meses após a pubescência, é instituída uma fase 
expansiva de semi-adolescência, nesse momento os jovens co-
meçam a enveredar para o sexo oposto.
É um tempo de revolta e conformidade, muito característi-
co da adolescência. Mostra-se revoltado com os pais e com os 
padrões da sociedade, parte inerente desta fase. As vezes é o 
começo da exploração sexual. Muda de ânimo com frequên-
cia. Desejo de vislumbrar novos horizontes. Na adolescência 
final há uma preocupação com a carreira e a jovem em har-
monizar carreira e casamento.
Observa-se que um grande número de autores considera 
a adolescência coincidindo com a puberdade e influencian-
do de maneira decisiva sobre esta etapa da vida dos jovens. 
A puberdade é considerada um fenômeno fisiológico, pois é 
quando ocorrem as transformações físicas e hormonais. Pode 
ser considerada como a melhor caracterizada, aparecendo ni-
tidamente a maturação física ocorrida em ambos os sexos e, 
biologicamente estão prontos para a reprodução.
Nas meninas esta maturação biológica ocorre na faixa 
de 10 anos e nos meninos aproximadamente por volta dos 
12 anos, podendo haver variação da idade real, enquanto 
a adolescência esta relacionada às mudanças psicossociais, 
ocorre na segunda década da vida, segundo Melvin e Wol-
mar (1993). O ritmo com que ocorrem as mudanças são 
diferentes para os meninos e para as meninas.
32 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
Na puberdade da menina ocorre a primeira menstruação 
chamada de menarca, por volta dos 10 a 16 anos de idade, 
esta é uma referência clara e inequívoca para definir o mo-
mento pubertário, o que indica a maturidade reprodutiva, pois 
demonstra o amadurecimento ovular, sendo que nesta fase 
acontece o surgimento dos seios e o aparecimento dos pelos 
púbicos e axilares, de acordo com Duarte (1993), enquanto 
para os meninos desenvolvem-se os testículos, em torno dos 
13 a 17 anos, aumento da estatura e de peso, aparecimento 
da barba, mudança de voz e a descoberta da ejaculação ou 
emissões noturnas, alargamento dos ombros e a pigmentação 
dos pelos pubianos, tornando-se essas as transformações mais 
significativas.
A ejaculação ocorre depois da maturação da próstata e 
das vesículas seminais. Nessa época, após a primeira ejacu-
lação o adolescente permanece estéril, aproximadamente por 
um ano, pois os espermatozoides são poucos nem tão móveis. 
Para os meninos a ejaculação é sinônimo de virilidade.
Algumas meninas da mesmaidade, desenvolvem-se mais 
rapidamente que outras. Por isso é difícil ter uma idade crono-
lógica como indicador para identificar o nível maturacional.
Na menina, uma ligeira dilatação dos seios e o apareci-
mento dos pelos pélvicos são os primeiros sinais que a maturi-
dade sexual esta se aproximando e, estes podem ser percebi-
dos em torno dos 11/12 anos de idade.
Nesse momento ocorre uma aceleração no crescimen-
to desproporcional em algumas áreas do corpo que perdu-
ra aproximadamente até os 15 anos, segundo Tourinho Filho 
Capítulo 2 Adolescência: Física, Emocional e Cognitiva – um... 33
& Tourinho (1998), enquanto que Sprinthal e Collins (2009\) 
afirmam que algumas partes do corpo crescem mais do que 
outras, fazendo com que o jovem fique “desajeitado e des-
coordenado”, do que outras pessoas que não estão na ado-
lescência, muito embora isso não tenha a ver somente com o 
seu crescimento, mas também com as características pessoais. 
Também alguns podem afirmar que enquanto um aspecto tem 
uma acelerada de desenvolvimento, outro aspecto “ marca 
passo” aguardando a sua vez, como, por exemplo, na fase 
mais acelerada de crescimento, o adolescente pode apresen-
tar certas dificuldades cognitivas, que vai despertar ou desen-
volver um pouco mais adiante.
2.3 Uma perspectiva psicossociológica da 
adolescência
A adolescência é considerada por muitos teóricos como um fe-
nômeno psicossocial. Sua extensão varia de uma cultura para 
outra, em algumas sociedades a adolescência social é breve 
ou inexistente, vai depender da inserção histórica e cultural na 
qual ele esta inserido, isto é, vai determinar que tipo de ado-
lescência vai viver, pois de acordo com Martins & Cols (2003) 
há varias formas de adolescência.
Ao ocorrer estas mudanças nesta fase, que são de suma 
importância para o desenvolvimento psíquico, é nesse mo-
mento que ocorre a adolescência. Para Cavalcanti (1988, p. 
6), a adolescência é uma fase de crescimento biopsicossocial 
que está entre a infância e a idade adulta. “O crescer, que esta 
34 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
seja uma experiência equilibrada de vida, deve implicar em um 
crescimento solidário biológico, sociocultural e psicológico”.
Nos últimos tempos, diversos autores concordam que a 
adolescência é uma fase de vida complexa, em que aconte-
cem mudanças significativas, mas que os vários estágios são 
passageiros. Assim ela é compreendida como um período em 
que o indivíduo vai da infância à maturidade, de um estágio a 
outro, agregados a ela os problemas e dificuldades nessa fase, 
eles são identificados como processo de transição.
Para Erikson (1987, p. 134), “ a adolescência é, um rege-
nerador vital do processo de evolução social pois a juventude 
pode oferecer sua lealdade energia tanto a conservação da-
quilo que continua achando verdadeiro como correção revo-
lucionária do que perdeu o seu significado regenerador”. Ob-
serva-se que o adolescente quer nesse momento transformar 
o mundo através de suas próprias modificações, vive em uma 
sociedade considerada por ele mesmo como difícil, austera e 
agressiva.
Leviski (1995, p. 15) afirma que “ a adolescência é um 
processo que ocorre durante o desenvolvimento evolutivo do 
indivíduo, caracterizado por uma revolução biopsicossocial”, 
marcando a passagem do estado infantil para o estado adulto, 
em um processo evolutivo. Esta revolução biopsocossocial é 
indissociável e nesse encontro se dá o fenômeno da adoles-
cência.
As características psicológicas deste movimento evolutivo, 
segundo Leviski (1995), na sua forma de ser e revela-se na 
forma comportamental e da adaptação social, são dependen-
Capítulo 2 Adolescência: Física, Emocional e Cognitiva – um... 35
tes da cultura e da sociedade onde o processo se desenvolve, 
conforme já se mencionou ao se trazer a adolescência em de-
terminadas culturas. Este processo, como é entendido atual-
mente, surgiu com revolução industrial e o desenvolvimento da 
burguesia e tomou forma a partir da I Guerra Mundial.
Nos últimos anos, a adolescência passou a ser estudo de 
prioridade para muitos teóricos, visto ser um campo amplo, 
pois as mudanças físicas, psíquicas, e sociais determinam um 
mapa vulnerável às afrontas sociais, portanto os adolescentes 
são merecedores de maior atenção na saúde, na aprendiza-
gem e no meio social. Nesta fase vivem um momento especial 
do desenvolvimento humano, com muitas mudanças ocorren-
do ao mesmo tempo, fazendo com que se torne frágil, neces-
sitando de apoio e orientação.
Na sociedade ocidental, o adolescente para se tornar adul-
to deve se emancipar, ser dono da sua própria vida. Esta tarefa 
é devido às conjunturas sócio-político-econômicas que as so-
ciedades hoje atravessam e, em consequência dessas dificul-
dades, está se tornando, cada vez mais, uma fase complexa e 
difícil, não mais sendo encarada como uma preparação para 
a vida adulta, mas passou a ter um sentido diferente em si 
mesma.
Agregado a isso, tem-se a tecnologia, os meios de comu-
nicação sofreram uma intensa aceleração no seu desenvol-
vimento e com isso uma modificação e também uma distor-
ção nas culturas tradicionalmente estáveis, acrescentando-se 
uma dificuldade a mais para a organização pessoal do in-
divíduo.
36 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
2.4 Conflitos e mudanças no contexto da 
vida adolescente
A busca pela identidade é a grande responsável pelo conhe-
cido “processo de identificação”, onde o adolescente busca 
semelhanças, identificar-se com seu grupo de amigos, colegas 
e ídolos. O indivíduo deixou de ser criança, mas ainda não é 
um adulto, então, ele procura aquilo que lhe é próprio, aquilo 
que o diferencia e o que iguala ao seu grupo, sua qualidades 
e habilidades mais específicas.
A adolescência passa por um tempo exclusivo do desenvol-
vimento humano, em que aparece o conflito com o seu eu e o 
mundo exterior, e por uma grande mudança física, intelectual 
e emocional, de acordo com o pensamento de Sears (1975).
A tendência do adolescente é ficar cada vez mais sensí-
vel, reagindo com veemência aos eventos e situações sociais. 
É levado pelos sentimentos, esquecendo na maior parte das 
vezes da razão. Se por um lado mostra-se leal, abnegado e 
dedicado, por outro lado demonstra profundo egoísmo. Nesta 
fase da vida possui sentimentos contraditórios, ama ou odeia, 
sente-se incompreendido, retrai-se por qualquer motivo. Mos-
tra-se concomitantemente submisso e rebelde, comodista, 
egoísta e idealista.
Em um momento está cheio de energia, noutro com pre-
guiça e desanimado, ora esta otimista, ora melancólico frente 
às questões do mundo. Preocupa-se com a divergência entre 
a sua maneira de ser, e a maneira como é visto pelos outros.
Capítulo 2 Adolescência: Física, Emocional e Cognitiva – um... 37
Uma das situações mais difíceis para o adolescente enfren-
tar é a maturação social, emocional e sexual, mas também 
não menos difícil causando inquietação emocional, são a falta 
de explicação sobre o processo da adolescência, a falta de 
sensibilidade dos pais e o aumento das necessidades finan-
ceiras.
Por outro lado, as mudanças corporais e emocionais, o 
interesse sexual, a forma de se inter-relacionar consigo e com 
os outros, envolvendo o círculo afetivo e social, são notáveis. 
Muitas vezes, as transformações do corpo lhe causam rejei-
ção e insegurança. Muitos adolescentes nesta fase engordam 
e outros tornam-se magérrimos, pois ficam dependentes da 
imagem corporal.
É um momento de conflito para o adolescente, pois está 
em busca da sua nova identidade, vê as mudanças do seu 
corpo, está perdendo aqueles pais da infância e precisa ama-
durecer. Apenas quando ele é capaz de aceitar ao mesmo 
tempo as duas aparências – a de criança e a de adulto, o 
processo acelerado das transformações do seu corpo, então, 
nesse momento, começa a surgir a sua nova identidade. Antes 
os pais idealizados e valorizados, agorapassam a ser alvo 
de críticas, contestações e questionamentos, nesta etapa estas 
contestações fazem parte da sua caminhada para alcançar a 
maturidade. Esse longo percurso em busca da identidade, faz 
com que perca muita energia e, isto é consequência da perda 
da identidade infantil, que acontece quando iniciam-se as mu-
danças corporais.
38 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
Quando ele adquire a identidade, aceitando suas mudan-
ças, enfrenta-se com o mundo, nesta fase surgem os namoros 
e as grandes paixões, muitas vezes com vínculos conflituosos 
e imaturos. Conforme Aberastury e Knobel (1981) o adoles-
cente, neste momento vai se transformando lentamente, sem 
pressa, seja interna ou externamente, de tal forma que venha 
favorecer este desempenho. Ele abandona os pais da infância 
e vai em busca do fortalecimento de sua independência atra-
vés do processo de identificação, onde ele procurar identificar-
-se com o grupo de amigos, colegas e ídolos, deixou de ser 
criança, mas ainda não é adulto. Após esta etapa ele retorna 
à família e estabelece uma nova relação com os pais.
A literatura demonstra que a realização da autonomia na 
adolescência, transita obrigatoriamente pelas mudanças nas 
relações familiares, e, também, na formação de redes de rela-
ções pessoais, chamadas por Bronfenbrenner e Morris (2006) 
de redes de interações pessoais que neste momento são for-
madas pelos pares/amigos com uma função significativa na 
vida do jovem, pois são influenciadas pelo meio ambiente 
onde ele está interagindo.
No grupo de amigos há oportunidade de interagir com ou-
tros jovens da mesma idade, aprende a controlar nesse caso, 
a hostilidade e o comportamento dominador e, a se relacionar 
com o líder e como ser um líder. Neste, o grupo tem uma fun-
ção significativa, inclusive terapêutica para o adolescente, já 
que está auxiliando a agir reciprocamente com os problemas 
sociais. Para ele é confortante dividir seus problemas, conflitos 
e sentimentos e ver que os colegas também passam pelas mes-
mas situações e podem servir de modelo uns para os outros. 
Capítulo 2 Adolescência: Física, Emocional e Cognitiva – um... 39
Isto é importante porque o adolescente é avaliado pelo grupo 
e não fica limitado somente à família.
As experiências negativas adquiridas são provenientes dos 
possíveis erros que cometem na adolescência, mas que lhe ser-
virão, certamente, como experiência, sendo nesse momento re-
conhecem que são independentes das avaliações dos adultos.
Ele poderá incorporar à sua personalidade as atividades 
de seu grupo ou isolar-se, neste momento pode ocorrer uma 
identificação positiva com o grupo ou mostrar um esforço ne-
gativo em direção à autopreservação por meio do isolamento. 
Por fim, poderá fortalecer a individualidade ou ir “a fundo” no 
conformismo defensivo.
“O padrão cultural desempenha um grande papel na 
imposição do lugar do adolescente no esquema social 
e na modelagem da personalidade do adolescente. O 
adolescente movimenta-se por interesses religiosos, re-
creativos, intelectuais e econômicos comuns”. Ackerman 
(1986, p. 208).
Os adolescentes parecem adquirir novos privilégios e por 
outro lado, devem igualmente assumir novas responsabilida-
des, assim como também provar seu valor como pessoa, e pas-
sar gradualmente para versões aprovadas de homem e mulher.
Assevera Lidz (1983), em relação aos conflitos, que é sig-
nificativo o grupo fazer funcionar sua própria hierarquia e faça 
ou estabeleça seus próprios padrões de comportamento, que 
aprenda a lidar com brigas, discussões e saiba enfrentar cole-
gas problemáticos.
40 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
O grupo ajuda o adolescente a ter um progresso importan-
te, visto que dependendo da sua aceitação perante o grupo, se 
é rejeitado ou aceito, isso vai fazer com que ele possa refletir 
sobre seus pontos positivos e negativos. Segundo Lidz (1983), 
os jovens são desobedientes na família, enquanto que no gru-
po sentem-se confortáveis e seguros e são interdependentes 
dos amigos. O grupo possui uma influência socializante tal 
como uma subcultura própria.
Essa subcultura é percebida pelos novos costumes que são 
transmitidos de modo independente da família ou da escola, 
passados de um grupo etário para outro, em uma sucessão 
constante e com giro mais rápido do que o ciclo gerativo da 
família.
Por isto é muito importante, o acolhimento e a compreen-
são dos pais, nesta etapa do processo. Muitas vezes a famí-
lia também sofre com essas mudanças, pois não entende o 
que acontece, ao mesmo tempo não sabe como reagir ante 
o processo educacional, se permite ou proibe determinadas 
atitudes. Cabe salientar que cada família tem uma reação di-
ferente, mas o ideal sempre é orientar através da comunicação 
e do afeto.
Quanto mais resistente for a família em aceitar a rebeldia 
do adolescente, mais teimoso, agressivo, mal humorado e iso-
lado ele se tornará, visto ser uma dificuldade que ele encontra 
no adulto em enfrentar esse momento de transição, momento 
de sofrimento para o adolescente e para a família, conforme 
coloca Outeiral (1994). Um pouco de agressividade é saudá-
vel, a família deve aceitar como parte do desenvolvimento nor-
Capítulo 2 Adolescência: Física, Emocional e Cognitiva – um... 41
mal desta fase. A família deve procurar ser acessível, colaborar 
de forma saudável, mostrando confiança na relação, pois me-
nos dolorosa será a passagem, tanto para o adolescente como 
para a família.
Esses conflitos deixam de ser ‘normais’, conforme Aberas-
tury & Knobel (1981), para serem patológicos, quando se tor-
nam crônicos, intervindo na rotina do adolescente e rompendo 
a comunicação com a família.
2.5 O adolescente e o desenvolvimento 
cognitivo
O amadurecimento do pensamento lógico do adolescente 
perpassa os nove-dez anos de idade após a criança passar pe-
las operações concretas. A partir dos onze/doze anos quando 
é capaz de operar com relações lógicas expressadas verbal-
mente, então, o adolescente passa ao estágio das operações 
formais, que é a etapa final do desenvolvimento intelectual.
O adolescente, na fase inicial, começa exibir novos pa-
drões e formas de conduta que mostram ao mesmo tempo a 
despedida da infância e seu ingresso na etapa da adolescên-
cia que se aproxima tão difícil quanto fecunda em todos os 
sentidos.
O desenvolvimento cognitivo é, ao lado das mudanças 
corporais, uma das características mais marcantes da ado-
lescência. Tal desenvolvimento se mostra, sobretudo, através 
do aumento das operações formais, que tem a ver com sua 
42 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
maturação e ambiente cultural, que lhe propicia também uma 
melhora da qualidade no processamento de informações e na 
modificação dos processos que geram a consciência. Encon-
tra-se, também, nas características do adolescente a possibi-
lidade da metacognição, ou seja, refletir, repensar sobre sua 
própria capacidade de ação e reflexão sobre si e o outro.
O adolescente de doze anos inicia o ser conservador e re-
flexivo diante de tudo que diz respeito aos outros e em relação 
a si mesmo. É o fechamento de sua etapa do período concreto 
e dá início à sua próxima etapa – a da fase inicial do desen-
volvimento cognitivo que é o estágio das operações formais.
A possibilidade de raciocinar a partir das operações abs-
tratas abrirá o pensamento dos adolescentes para todas as 
possibilidades de resolução e de especulação que a lógica 
permite. Aos poucos, o adolescente irá revelando e ordenando 
suas ideias, analisando as crenças, modificando sua visão do 
mundo e das coisas.
Lewis & Wolkmar (1993), ao referendar Piaget (1969), re-
latam que ele observou o grande progresso que caracteriza o 
pensamento do adolescente com seu inicio aproximadamente 
aos 11/12 anos, mas provavelmente não alcance seu ponto 
de equilíbrio antes dos 14/15 anos. Consiste na possibilidade 
demanipular ideias em si mesmo, não mais em manipular 
simplesmente objetos.
Na realidade, a diferença entre a fase de operações for-
mais e a fase de operações concretas é que na última, as 
afirmações sobre o ambiente são baseadas nas relações entre 
classes e objetos, enquanto na primeira o adolescente pode 
Capítulo 2 Adolescência: Física, Emocional e Cognitiva – um... 43
chegar a novas possibilidades através da combinação do pre-
viamente conhecido.
Nesta fase das operações formais, adolescentes desco-
brem o conceito de proporcionalidade, é quando desenvol-
vem a capacidade de operar com proporção. O raciocínio 
proporcional permite utilizar uma relação matemática certa e 
completa para deduzir. Proposições ou suposições são enun-
ciados operativos que operam para representar a realidade. 
Eles precisarão centrar-se em suas próprias experiências.
Para Mora (2012) os primeiros progressos importantes no 
desenvolvimento da inteligência lógico formal entre outras ca-
pacidades intelectuais aparece o surgimento do pensamento 
lógico dedutivo, a probabilidade, e a experimentação. Com 
efeito, a mesma autora enfatiza o quanto é imprescindível para 
aquisição de normas generalizadas em contraposição às proi-
bições específicas que todo adolescente passa, pois é pouco 
provável que seja suficiente por si só.
O advento das operações formais equipa o adolescente de 
capacidades para conceitualizar a realidade. Essas capacida-
des têm importantes implicações no entendimento do idealis-
mo e moralidade adolescente.
O fato do adolescente passar por uma realidade factual e 
continuar seu raciocínio, depende da variante do quanto esse 
problema passe por uma análise lógica e cultural de suas ex-
periências. O raciocínio adolescente vive mudanças importan-
tes relacionadas a sua maturação, que aos poucos poderá 
sentir-se livre e independente, tanto quanto possa contribuir 
44 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
para a felicidade e, para o sentimento de estar de posse de 
uma identidade pessoal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É uma fonte de estudos inesgotável quando se fala sobre 
adolescência, principalmente, quando se refere às inúmeras 
transformações físicas, perspectivas psicossociais, conflitos, 
mudanças, desenvolvimento cognitivo adolescente, pois esta 
é uma etapa muito significativa no processo desenvolvimen-
tal, apesar dos mecanismos fisiológicos serem praticamente 
idênticos, a puberdade não se manifesta em todas as pesso-
as, na mesma idade ou da mesma maneira, assim como a 
adolescência não transcorre de forma semelhante ou da mes-
ma maneira, nas diferentes sociedades, épocas e culturas. 
Nestas ou para estas questões deve-se levar em conta que 
cada pessoa vive de acordo com seu mundo, suas vivências, 
percepções e experiências internas, também, no como sentir, 
imaginar a realidade que o cerca.
 Por meio desta troca e através da comunicação e das re-
lações interpessoais, o dividir e o partilhar da experiência, tor-
nam viáveis a empatia e a compreensão entre os adolescentes, 
ao mesmo tempo em que eles permitem a construção de uma 
escala de valores e julgamentos aproximados da realidade.
Como consequência dessa permuta, o adolescente adquire 
a consciência da sua capacidade de perceber-se e perceber o 
outro, aumentando suas perspectivas de vida. Esta interrelação 
entre os adolescentes, na maioria das vezes contribui para que 
Capítulo 2 Adolescência: Física, Emocional e Cognitiva – um... 45
ocorram mudanças decisivas nas suas vidas, ajudando para 
desenvolvimento como pessoas.
Os adolescentes sentem necessidade de expandir-se como 
pessoa social, isso se manifesta através do anseio de ser al-
guém entre os outros, dentro da realidade social em que vi-
vem. Nesse momento do seu desenvolvimento tem como de-
sejo a necessidade de independência e liberdade no que diz 
respeito ao comportamento humano.
Sabe-se que estes seres não mais tão crianças e não tão 
adultos, vivem esta fase cheios de conflitos, questionamentos, 
com crescimento físico acelerado sem sincronia, um desenvol-
vimento histórico, emocional e cognitivo sobre esse proces-
so evolutivo que é a adolescência. Mas é preciso fazer essa 
passagem e romper os vínculos infantis, sendo um processo 
necessário e inevitável para atingir a adultez sadia.
Atividades:
 1. Assinale a alternativa correta
 1. De forma geral, observa-se que a adolescência tem seu 
início pelas e nas transformações físicas, então, dessa for-
ma, verifica-se na Escola que:
a- Essas transformações biológicas ocorrem com alguns 
jovens, quando aos poucos o corpo vai sofrendo mu-
danças, há o crescimento físico e as alterações da for-
ma do corpo se acentuam, a sexualidade vai transbor-
dando, até chegar a adultez.
46 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
b- As transformações na vida do adolescente vêm acom-
panhadas por modificações cognitivas, sociais e de 
expectativa sobre o que a vida lhe reserva.
c- Encontra-se no Dicionário da Língua Portuguesa ao 
definir adolescência como sendo o “período da vida 
humana que começa com a puberdade e se caracte-
riza por mudanças corporais e psicológicas, estenden-
do-se, aproximadamente dos 12 aos 30 anos.
d- A adolescência é um período complexo, relativamente 
curto, durando dois anos, passando da pubescência à 
maturidade física.
e- É um tempo de pouca busca interna para o adolescen-
te se descobrir, onde ele vive em uma ansiedade a fim 
de satisfazer seus desejos de realizações.
 2. Entreviste alguns adolescentes (no mínimo 2) e questio-
ne-os se eles perceberam com clareza as mudanças que 
ocorreram com eles no que se refere ao:
a desenvolvimento físico (mudanças ou sintomas mais 
notados):
b desenvolvimento cognitivo (mudanças ou sintomas 
mais notados):
c desenvolvimento psicossocial (mudanças ou sintomas 
mais notados):
d desenvolvimento emocional (mudanças ou sintomas 
mais notados):
Capítulo 2 Adolescência: Física, Emocional e Cognitiva – um... 47
e desenvolvimento afetivo (mudanças ou sintomas mais 
notados):
 3. Pesquise em livros, revistas e jornais, o vestuário, 
alimentação, acessórios e esportes preferidos pelos 
adolescentes. Por último, faça uma reflexão sobre essa 
etapa da vida dos jovens e qual o seu significado para 
a sociedade.
 4. Construa um funk que fale do desenvolvimento da 
adolescência.
 5. Conforme Aberastury e Knobel (1981) o adolescen-
te, neste momento vai se transformando lentamente, 
sem pressa, seja interna ou externamente, de tal for-
ma que venha favorecer este desempenho. Ele aban-
dona os pais da infância e, vai em busca do fortale-
cimento de sua independência, através do processo 
de identificação, onde ele procura identificar-se com 
o grupo de amigos, colegas e ídolos, deixou de ser 
criança, mas ainda não é adulto. Assinale o parágrafo 
que esta mais adequado ao texto:
a- A literatura demonstra que a realização da autonomia 
na adolescência, transita obrigatoriamente pelas mu-
danças nas relações familiares, e, também, na forma-
ção de redes de relações pessoais, influenciadas pelo 
meio ambiente onde ele esta interagindo.
b- o grupo tem uma função pouco significativa, às vezes 
prejudicial para o adolescente, já que está auxiliando 
a agir reciprocamente com os problemas sociais.
48 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
c- O adolescente não deseja dividir seus problemas e 
conflitos com ninguém. Nesse momento faz um misté-
rio de tudo o que acontece com ele.
d- Quanto mais resistente e rígida for a família em acei-
tar a rebeldia do adolescente, mais rapidamente ele 
amadurecerá, tornando-se um jovem com condições 
de enfrentar esse momento de transição de forma sau-
dável, tanto para ele como para a família.
e- Os jovens são desobedientes na família, enquanto que 
no grupo sentem-se desconfortáveis e inseguros mas 
ao mesmo tempo são interdependentes dos amigos.
Gabarito:
 1. B /
 2. Verificar as respostasencontradas.
 3. O que surgiu como moda atual? Qual a alimentação 
preferida? (Será saudável?) Quais os acessórios mais usa-
dos? (Enfeites, piercing (locais mais colocados) Que es-
portes praticam ou gostariam de praticar?
 4. Socialize no Fórum o Funk realizado ou criado.
 5. A –
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Grupo Familiar: um 
Contexto, Várias 
Realidades
Hellen Callegari Cardia Lorenzoni
Lourdes da Silva Gil
Capítulo 3
Capítulo 3 Grupo Familiar: um Contexto, Várias Realidades 53
Vygotsky, ao abordar o desenvolvimento do pensamento, dividiu o conhecimento no indivíduo em três regiões bem 
definidas sendo que a uma dessas regiões ele denominou de 
Zona Real, a qual deve ser interpretada como o conjunto de 
todas aquelas experiências vivenciadas pelo indivíduo e que se 
encontram por ele armazenadas.
Pensa-se em experiências e vivências. E onde elas tiveram 
sua principal origem?
- No grupo familiar, seria uma das respostas.
Você deve estar se questionando porque não se colocou 
família e sim grupo familiar. Para Zago (1998), o termo fa-
mília designa uma instituição que se define de acordo com 
suas formas de organização e que são diferenciadas nas suas 
finalidades e funções. Família, apesar de genérico, é uma ins-
tituição, cuja dinâmica é construída social e historicamente, 
transformando-se no decorrer do tempo.
Usou-se grupo familiar propositadamente, pois ele, atual-
mente, em sua constituição familiar, configura inúmeros arran-
jos em suas relações, sem, no entanto, deixar-se de reconhecer 
a importância daquela definição de um modelo padrão único 
e ideal de família.
3.1 Os arranjos familiares
Como arranjos familiares, encontram-se exemplos bastante di-
versificados, dos quais pode-se citar os seguintes: nuclear, mo-
54 Psicologia do Desenvolvimento e Apredizagem: Adolescência e Vida Adulta
noparental, patriarcal, matrifocal, recomposta, desajustada, 
poligâmica, extensa, dentre outros tipos de famílias existentes 
atualmente. Com esta variação de modelos, Gomes (1994) 
julga ser mais propício se falar em famílias e não em um único 
modelo específico de família, ou seja, aquele tradicional.
Assim, a família nuclear é aquela constituída pela figura 
do pai, da mãe e do filho, no sentido genérico de parentesco 
e, ao mesmo tempo, reduzido em número e na sua composi-
ção. A nuclear se contrapõe à família extensa, sendo maior 
o número de componentes e de figuras parentais, como, por 
exemplo, a inclusão de avós, tios, primos, agregados, con-
vivendo no mesmo grupo e casa. O modelo de família do 
período colonial é um exemplo, quando várias pessoas depen-
diam do mesmo teto e fonte de renda. Hoje, pela questão de 
divisão de espaço físico, a família, conforme os filhos vão se 
tornando adultos ou até mesmo adolescentes, que se casam 
ou passam a viver maritalmente, vão permanecendo na casa 
paterna ou materna, consequentemente, as relações familiares 
se ampliam, as convivências se modificam e novos modelos se 
instalam.
Não muito diferente desta ampliação, porém, quando 
ocorre a permanência de uma pessoa como chefe da família, 
tem-se o modelo monoparental, constituindo-se pela família 
em que um componente é o originário dessa família. Com fre-
quência, em periferias de grandes cidades ou em comunida-
des populacionais urbanas (favelas), observa-se uma mulher 
como a líder da família, constituída por vários filhos, cujo pai 
não é o mesmo. Este modelo pode ser também de família ex-
tensa, quando a ela se agrega(m) a(s) primeira(s) filha(s) com 
Capítulo 3 Grupo Familiar: um Contexto, Várias Realidades 55
seu(s) filho(s), encontrando-se a figura de uma avó jovem, na 
faixa etária dos 30 anos, ou 30 e poucos anos, sendo co-
mum sobrinho(neto) e tio(filho) terem a mesma idade ou serem 
bebês. Ao mesmo tempo, esta família pode ser denominada 
como matrifocal, pela liderança de uma mãe.
A família matrifocal é um modelo encontrado em todas as 
classes sociais, quando uma mulher, desquitada, divorciada 
ou viúva passa a ser a provedora da sua família. Com a mu-
lher no mercado de trabalho, ela, muitas vezes, opta por criar 
os seus filhos, podendo incluir seus pais nesta constituição de 
dependência, sendo a responsável pela família por ser a maior 
provedora na relação. Na aplicação do senso demográfico, 
os entrevistadores do IBGE, não raro, encontram famílias es-
sencialmente femininas, compostas

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