PROVA DE ESTUDOS DISCIPLINARES

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ESTUDOS DISCIPLINARES
Questão 1) - 0,88 ponto(s)
A terceira turma do Superior Tribunal de Justiça, na decisão do REsp 1.523.552-PR,  julgado em 3/11/2015, decidiu que, "na hipótese em que o autor da herança tenha promovido em vida, a partilha da integralidade de seus bens em favor de todos seus descendentes e herdeiros necessários, por meio de escrituras públicas de doação nas quais ficou consignado o consentimento de todos eles e, ainda, a dispensa de colação futura a alegação de eventual prejuízo à legítima em decorrência da referida partilha deve ser pleiteada pela via anulatória apropriada, e não por meio de ação de inventário." (Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br>). 
Acerca do regime jurídico da ação de inventário e partilha, assinale a alternativa CORRETA.
A) Só se pode arguir sonegação ao inventariante antes de encerrada a descrição dos bens, com a declaração, por ele feita, de não existirem outros por inventariar.
B) O administrador provisório representa ativa e passivamente o espólio, é obrigado a trazer ao acervo os frutos que desde a abertura da sucessão percebeu, tem direito ao reembolso das despesas necessárias e úteis que fez e responde pelo dano a que, por dolo ou culpa, der causa.
C) O processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro de 2 (dois) anos, a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos, de ofício ou a requerimento de parte.
D) Se todos os herdeiros, mesmo que incapazes, forem concordes, o inventário e a partilha poderão ser feitos por escritura pública, a qual constituirá documento hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras.
E) O herdeiro que renunciou à herança ou o que dela foi excluído se exime, pelo fato da renúncia ou da exclusão, de conferir, para o efeito de repor a parte inoficiosa, as liberalidades que obteve do doador.
Questão 2) - 0,88 ponto(s)
O procedimento monitório refere-se a uma espécie de tutela diferenciada, que por meio da adoção de técnica de cognição sumária, permite facilitar em termos procedimentais a obtenção de um título executivo judicial, nos casos em que o credor tiver prova suficiente da existência de uma obrigação líquida, certa e exigível. O novo Código de Processo Civil, introduzido pela Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015, trouxe um procedimento bem mais detalhado à monitória, consolidando muitos dos entendimentos jurisprudenciais e doutrinários. O procedimento monitório encontra-se previsto nos artigos 700 a 702 do novo Código de Processo Civil, no Título III, referente aos procedimentos especiais, no Capítulo XI, intitulado: “Da ação monitória".
 
Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-processual-civil/a-acao-monitoria-no-novo-codigo-de-processo-civil-uma-analise-axiologica-e-comparativa/. Acesso em: 11 maio 2020.
 
 
À luz desse procedimento, avalie o caso a seguir.
 
Lilica, empresária, casada, residente e domiciliada na cidade de Ipatinga-MG, recebeu de herança um automóvel fusca ano 75 todo original com placa de colecionador. Como já possuía um automóvel, resolveu vender o que havia recebido de herança. Colocou um anúncio na internet e em um jornal de grande circulação de sua cidade.Valentino, engenheiro mecânico, casado, residente e domiciliado na cidade de Timóteo, entrou em contato com Lilica e fez uma proposta para compra do automóvel. Lilica aceitou a proposta e o automóvel mediante o valor de R$ 30.000,00.
 
No ato da entrega do automóvel, Valentino pagou à vista para Lilica um sinal de R$ 10.000,00 e firmaram um contrato por escrito, assinado somente pelos dois (sem testemunhas), em que Valentino se comprometeu a pagar o restante do valor acordado mediante depósito bancário em dinheiro na conta de Lilica em quatro parcelas de R$5.000,00, com vencimento em todo quinto dia útil nos próximos meses. Ocorreu que Lilica alega que Valentino não fez os depósitos e salienta que o tenha procurado de forma incessante e amigavelmente para receber os valores devidos, não obteve êxito.
 
Diante de tal situação, Lilica, munida de documentos comprobatórios (contrato entre as partes e extrato bancário de sua conta), procurou pelo auxílio de um advogado para saber qual a melhor e mais célere forma de acionar Valentino judicialmente. O advogado de Lilica a instruiu que o melhor método seria impetrar uma ação monitória. Quando Valentino foi citado, ele procurou por um advogado para apresentar embargos à ação monitória, alegando haver feito o pagamento.
 
Considerando o caso apresentado de acordo com a ação monitória, julgue as afirmações a seguir.
 
I. O foro para a propositura da ação deverá seguir a regra geral, sendo na cidade de Ipatinga, domicílio de Lilica.
 
II. Fazendo a prévia segurança do juízo, Valentino poderá opor em autos apartados embargos à ação monitória.
 
III. Caso Valentino não aponte o valor correto ou não apresente o demonstrativo de pagamento, os embargos serão liminarmente rejeitados.
 
IV. Caso o juiz tenha dúvida em relação à idoneidade da prova documental apresentada por Lilica, ele poderá intimá-la, para emendar a petição inicial, adaptando-a ao procedimento comum.
 
É correto apenas o que se afirma em
A) III e IV.
B) I e IV.
C) I e II.
D) I, II e III.
E) II, III e IV.
Questão 3) - 0,88 ponto(s)
No direito processual civil, a busca pela identificação e o levantamento dos bens, direitos e obrigações do falecido se dão através dos procedimentos de inventário. Assim sendo, o Código de Processo Civil apresenta diversas modalidades de procedimentos de inventário, e entre elas encontram-se o arrolamento sumário, o arrolamento comum, o inventário solene e o inventário extrajudicial. De acordo com o que é previsto no nosso sistema processual, pode-se afirmar que
(I) o arrolamento sumário é incabível na hipótese de o falecido ter deixado testamento.
(II) o arrolamento comum é cabível quando o valor dos bens deixados pelo falecido não ultrapassem valor especificado em lei.
(III) o inventário solene é cabível quando o falecido deixar incapazes.
(IV) o inventário extrajudicial é cabível nas hipóteses de o falecido não ter deixado testamento, inexistir conflito entre os herdeiros e inexistirem herdeiros incapazes, não importando o valor dos bens.
É correto o que se apresenta em
A) I, II, III e IV.
B) II, III e IV, apenas.
C) IV, apenas.
D) II, apenas.
E) III e IV, apenas.
Questão 4) - 0,88 ponto(s)
Segundo as lições do professor Marcus Vinicius Rios Gonçalves, as Ações de Família tratam de uma ação introduzida pelo novo CPC, já que, no anterior, não havia um procedimento especial genérico para tais ações. As peculiaridades desse procedimento revelam uma particular preocupação do legislador em relação à solução consensual da controvérsia.
Acerca de ações de família, reguladas no Novo Código de Processo Civil, julgue os itens a seguir. 
I. As normas que tratam das ações de família aplicam-se aos processos contenciosos de divórcio, separação, reconhecimento e extinção de união estável, guarda, adoção, visitação e filiação.
II. A ação de alimentos e a que versar sobre interesse de criança ou de adolescente observará o procedimento previsto em legislação específica. Com efeito, podem ser aplicadas a estas ações as disposições relativas às ações possessórias.
III. As ações de família têm a intervenção do Ministério Público quando houver interesse de incapaz, que deverá ser ouvido previamente à homologação de acordo.
IV. A audiência de mediação e conciliação deverá ser una e indivisível para viabilizar a solução consensual, sem prejuízo de providências jurisdicionais para evitar o perecimento do direito.
É CORRETO apenas o que se afirma em
A) III. 
B) I e IV. 
C) I. 
D) II, III e IV. 
E) II. 
Questão 5) - 0,88 ponto(s)
Mário ajuizou contra Carlos a execução civil de título extrajudicial no valor de R$ 800.000,00. Para garantia do juízo, foi penhorado bem móvel (veículo) pertencente a Carlos e à esposa Laís. Apesar de não ser parteda execução, Laís foi intimada da penhora, conforme determinado pela legislação processual.
 
Em relação ao caso apresentado, assinale a alternativa que cita o meio requerido por Laís para proteger seu direito de meação no veículo penhorado.
A) Requerer o pedido de restituição do bem, caso não seja possível, a restituição em dinheiro.
 
B) Aguardar o término da execução e, oportunamente, ingressar com ação de nulidade da sentença.
 
C) Propor ação rescisória, por ser o meio legal permitido e adequado para proteção do direito.
 
D) Oferecer embargos de terceiro, que serão analisados pelo mesmo juízo que determinou a penhora.
 
E) Impetrar mandado de segurança, porque o CPC não prevê qualquer outro mecanismo para sua defesa.
 
Questão 6) - 0,88 ponto(s)
Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro (art. 674 do CPC).
 
A partir do que foi descrito, e contra os embargos do credor com garantia real, avalie as afirmações a seguir.
 
I. O embargado poderá alegar que o devedor comum é insolvente.
II. O embargado poderá alegar que o título é nulo ou não obriga a terceiro.
III. O embargado poderá alegar que outra é a coisa dada em garantia.
 
É correto o que se afirma em
A) I, II e III.
B) II, apenas.
C) III, apenas.
D) I, apenas.
E) I e II, apenas.
Questão 7) - 0,88 ponto(s)
Atualmente, disciplinada nos artigos 700 a 702, do Novo Código de Processo Civil, a ação monitória tem como característica principal a oportunidade concedida ao credor, munido de uma prova escrita representativa de um crédito, abreviar o iter processual para a formação de um título executivo judicial. Desta feita, verifica-se que a ação monitória foi criada para aquelas situações nas quais, embora o credor não esteja munido de um título executivo extrajudicial, tão somente de prova documental, mas com forte aparência da existência do direito a crédito, de buscar a formação de um título executivo em favor próprio. O procedimento monitório criou, portanto, uma nova categoria de credor: aquele que tem um título representativo de crédito sem eficácia executiva.
 
Disponível em: https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-processual-civil/a-acao-monitoria-no-novo-codigo-de-processo-civil-uma-analise-axiologica-e-comparativa/ Acesso em: 14 mai. 2020.
 
Considere o caso a seguir.
 
Margarida, solteira, médica, residente e domiciliada na cidade de Belo Horizonte, MG, contratou Donald, casado, pintor, residente e domiciliado na cidade de Ribeirão da Neves, região metropolitana de Belo Horizonte, para prestar serviços de pintura em seu apartamento. Firmaram um contrato entre as partes e sem testemunhas. No contrato ficou acordado que Margarida faria o pagamento de R$ 4.000,00 no início da obra e ao término faria o pagamento de mais R$ 4.000,00. Donald iniciou o serviço de Margarida e durante a obra teve alguns imprevistos fazendo com que terminasse  a obra algumas semanas depois do combinado. Margarida, com raiva pelo atraso da obra, informou a Donald que não faria o pagamento integral da parte acordada, mas de apenas R$ 2.000,00. Donald, durante 5 meses, esgotou todas as possibilidades consensuais para tentar exigir o pagamento da quantia em dinheiro, mas não obteve êxito. Assim, Donald promoveu uma ação monitória em face de Margarida, munido com todas as provas comprobatórias, o acordo firmado por escrito e todos os comprovantes das transferências bancárias feitas por Margarida. Ele procurou por um advogado que o instruiu a impetrar uma ação monitória. Na petição inicial, o advogado de Donald colocou a importância devida, instruindo-a com a memória de cálculo de R$ 2.000,00, mas achou que Margarida deveria compensá-lo pelo tempo em que ficou esperando e pelo transtorno de ter que acioná-la judicialmente, assim, no valor da causa, colocou a importância de R$ 2.500,00. 
 
Diante dessas informações, avalie as afirmações a seguir sobre a ação monitória do caso apresentado.
 
I. O foro para ser impetrada a ação é em Ribeirão das Neves, domicílio de Donald.
 
II. Margarida poderá ser citada por qualquer dos meios permitidos para o procedimento comum.
 
III. Nesse caso, no polo passivo está Margarida, a reclamada, e no polo ativo Donald, o reclamante.
 
IV. A petição inicial de Donald será indeferida, tendo em vista que o valor da causa não é o mesmo dos pedidos.
 
É correto o que se afirma em
A) II, III e IV, apenas.
B) III e IV, apenas.
C) I, II, III e IV.
D) I e II, apenas.
E) I, apenas.
Questão 8) - 0,88 ponto(s)
Os embargos de terceiro são o ato com que um sujeito, sem ser parte no processo em que se exerceu ou ameaçou o exercício de um ato de constrição sobre bens, postula a liberação deste pelo fundamento de ser dono ou possuidor. (DINAMARCO, Cândido Rangel. Direito processual civil. São Paulo: Saraiva, 2004, p. 732)
 
A partir do texto acima, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas.
 
I. O embargo de terceiro é o meio pelo qual um terceiro, não pertencente à relação processual, tem para ver um bem seu, seja a posse ou propriedade, objeto de apreensão judicial, restituído ao estado em que se encontrava anteriormente à ordem judicial que determinou a constrição do mesmo.
 
PORQUE
 
II. O referido bem foi objeto de apreensão judicial, devendo ser restituído ao estado em que se encontrava anteriormente à ordem judicial que determinou a constrição do mesmo.
 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
B) As asserções I e II são proposições falsas.
C) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
D) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
E) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
Questão D1) - 1,50 ponto(s)
Em ação judicial em fase de cumprimento de sentença, o único executado, Manuel, deve pagar a quantia de R$ 100.000,00 ao exequente Arnaldo. Sem sucesso em localizar outras espécies de bens, Arnaldo constatou que Manuel é proprietário de um imóvel localizado na praia, avaliado em R$ 500.000,00, utilizado para veraneio, bem este indivisível. O imóvel foi penhorado, corretamente avaliado e arrematado em hasta pública por R$ 450.000,00, em 26 de janeiro de 2020, tendo, o douto juiz, assegurado que a meação do cônjuge virago recairia sobre o produto da alienação do bem. Vera, cônjuge de Manuel, havia sido pessoalmente intimada sobre a constrição do bem. No dia seguinte à arrematação (27 de janeiro de 2020), ainda não assinada a carta de arrematação, Vera ajuizou embargos de terceiro sustentando a impossibilidade de alienação judicial do bem, pois o imóvel foi adquirido na constância do casamento (que se deu pelo regime da comunhão parcial de bens) e, portanto, a alienação traria ilegal prejuízo à sua meação. Diante dessa situação, pergunta-se: os referidos embargos de terceiro devem ser acolhidos ou rejeitados? Justifique sua resposta!
Os embargos deverão ser acolhidos,. Este tem respaldo na Sumula 134 do STJ, onde diz que o conjugue intimado da penhora de bem constituído durante o casamento, pode opor embargos de terceiros em defesa de sua meação. Também tem respaldo no art. 1046, parágrafo 3° do CPC.
Questão D2) - 1,50 ponto(s)
A Fazenda Pública, citada em sede de ação monitória, deixa, propositadamente, de se manifestar, porque o valor e o tema expostos na inicial encontram pleno amparo em orientação firmada em parecer administrativo. O valor exigido nessa ação é superior a mil salários-mínimos e a prova documental apresentada pelo autor é constituída por depoimentos testemunhais escritos, colhidos antes do processo, e por simples início de provas documentais que apenas sugerem, indiretamente, a existência da dívida narrada na inicial. Nesse caso, ante a certidão do cartório de que decorreu o prazo para manifestaçãoda Fazenda, o juiz, nos termos do parágrafo segundo do art. 701 do CPC, deu por constituído de pleno direito o título executivo judicial e determinou a intimação do autor para que desse prosseguimento no feito, nos termos do titulo II, do livro I, da Parte especial do CPC (cumprimento de sentença). Diante disso pergunta-se: o douto juiz agira corretamente? Justifique sua resposta, abordando, caso hajam, os erros pelo mesmo praticados.
Sim o Juiz agiu corretamente, conforme art. 534 do CPC, tendo em vista o art, 701, parágrafo 2° do CPC dizer que se não houve contestação, o titulo se torna executo judicial. O juiz deverá intimar o autor, para que ele, mediante apresentação de dívida atualizada, dê início ao cumprimento de sentença;