Buscar

38332620-embargos-de-terceiro-oposicao-acao-de-habilitacao-acoes-de-familia-acao-monitoria-homologacao-do-penhor-legal-regulacao-de-avaria-grossa-acao-de-res

Prévia do material em texto

SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
PROCESSUAL CIVIL
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação 
de Habilitação, Ações de Família, Ação 
Monitória, Homologação do Penhor 
Legal, Regulação de Avaria Grossa, 
Ação de Restauração de Autos
Livro Eletrônico
2 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Apresentação . ............................................................................................................................3
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação, Ações de Família, Ação 
Monitória. Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de 
Restauração de Autos ...............................................................................................................4
Oposição ....................................................................................................................................17
Habilitação . .............................................................................................................................. 21
Ações de Família . ....................................................................................................................24
Ação Monitória .........................................................................................................................27
Homologação de Penhor Legal . .............................................................................................36
Regulação de Avaria Grossa . ................................................................................................ 40
Restauração dos Autos . .........................................................................................................42
Questões de Concurso . ...........................................................................................................47
Gabarito . ...................................................................................................................................57
Gabarito Comentado . ............................................................................................................. 58
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
3 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
ApresentAção
Olá! Tudo bem com você? Espero que sim. Como você tem vivido essa fase dos estudos? 
Está encarando bem? Sente muito cansaço ou desânimo? Se sentir, saiba que isso é muito 
normal. Só se sente assim quem está bem perto de alcançar o objetivo. Faz parte do processo 
de amadurecimento concurseirístico (risos!)
Veja só que maravilha: só por ter a oportunidade de estudar e buscar o objetivo, você já deve 
ser bastante grato(a). Pense em quantas pessoas queriam estar no seu lugar e não podem.
Arrume a coluna, tome um café, pense positivo e introjete bons pensamentos sobre o 
cargo, sobre sua aprovação.
Imagine o quão maravilhoso vai ser quando estiver sentado no seu gabinete, trabalhando 
e fazendo o que gosta. E veja só: ganhando muito bem para isso!
Como já falei aqui antes, o sabor da vitória é excepcional.
O estudo que você carrega é a sua bagagem positiva.
Vamos à luta!
Aproveite a aula.
Nesta aula, vamos dar continuidade ao estudo dos procedimentos especiais do Código de 
Processo Civil. Serão tratados os seguintes pontos:
• embargos de terceiro;
• oposição;
• ação de habilitação;
• ações de família;
• ação monitória;
• homologação do penhor legal;
• regulação de avaria grossa;
• ação de restauração de autos.
Vamos começar? Boa aula!
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
4 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
EMBARGOS DE TERCEIRO, OPOSIÇÃO, AÇÃO DE 
HABILITAÇÃO, AÇÕES DE FAMÍLIA, AÇÃO MONITÓRIA. 
HOMOLOGAÇÃO DO PENHOR LEGAL, REGULAÇÃO DE 
AVARIA GROSSA, AÇÃO DE RESTAURAÇÃO DE AUTOS
Começo nossa aula perguntando a você: é possível, como regra geral, que uma constrição 
judicial recaia sobre bens de uma pessoa que não é parte no processo?
A resposta é simples. Em regra, não é possível e por isso, temos a previsão dos embargos 
de terceiro.
O que são os embargos de terceiro?
São a ação que visa fazer cessar uma constrição judicial que recaiu de forma indevida 
sobre um bem de propriedade ou posse de um terceiro.
Temos, desse modo, dois pressupostos para os embargos de terceiros e são esses pres-
supostos que os diferenciará das demais ações:
A EXISTÊNCIA DE UM PROCESSO EM CURSO QUE 
GEROU A CONSTRIÇÃO AO BEM.
UMA CONSTRIÇÃO SOBRE UM BEM DE UM TERCEIRO 
(ALGUÉM QUE NÃO FAZ PARTE DO PROCESSO).
Quer um exemplo? Imagine que em um processo de execução, o juiz tenha determinado 
penhora sobre um bem que não pertença ao devedor. Nesse caso, o terceiro pode opor os 
embargos, a fim de livrar seu bem da constrição indevida.
Assim, podemos dizer que o objetivo dos embargos de terceiro é desconstituir a constri-
ção judicial indevida com a consequente liberação do bem. Os embargos de terceiro também 
podem ser utilizados preventivamente, com o propósito de evitar a realização da constrição.
CPC, Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição 
sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá 
requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro.
No mesmo sentido já decidiu o STJ. Confira:
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
5 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
É possível a oposição de embargos de terceiro preventivos, isto é, antes da efetiva cons-
trição judicial sobre o bem. REsp 1726186/RS, julgado em 08/05/2018.
Quem tem a legitimidade para opor embargos de terceiro (legitimidade ativa)?
Segundo o CPC, os embargos de terceiros podem ser opostos por quem não é parte no 
processo, mas possui a qualidade de proprietário do bem constrito judicialmente, inclusive o 
fiduciário. A legitimidade também é estendida ao possuidor do bem apreendido judicialmente.
Ainda quanto à legitimidade, é importante que você conheça o teor da Súmula 84 do STJ: 
“é admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de posse advinda do 
compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido de registro”.
Essa súmula é importante porque ela resolveu a dúvida quanto à possibilidade de o com-
promissário-comprador valer-se dos embargos de terceiro, mesmo que o compromisso de 
compra e venda não esteja registrado.
E veja que interessante! Recentemente, o STJ decidiu que é admissível a oposição de 
embargos de terceiro fundados em alegação de posse advinda do compromisso de compra 
e venda, ainda que desprovido de registro, de imóvel adquirido na planta que se encontra em 
fase de construção.
Explico melhor!
Para a oposição de embargos de terceiro, além de ostentar a qualidade de terceiro, o em-
bargante deve ser senhor ou possuidor da coisa ou do direito que tenha sofrido constrição 
judicial, certo? Certo!
Essa posse que permite a oposição dos embargos de terceiro pode ser a direta e a indire-
ta. Desse modo, o usufrutuário, o locatário (possuidor direto), o locador (possuidor indireto) 
e o compromissário compradortêm direito de defender sua posse por meio dos embargos.
Assim, pergunto: estando o imóvel constrito ainda em fase de construção e não tendo ha-
vido a entrega das chaves ao promitente comprador, é aplicável o teor da súmula 84 do STJ?
Sim. Como dito acima, o STJ decidiu que é admissível a oposição de embargos de tercei-
ro fundados em alegação de posse advinda do compromisso de compra e venda, ainda que 
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
6 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
desprovido de registro, de imóvel adquirido na planta que se encontra em fase de construção, 
respeitando-se o teor da Súmula 84.
Vamos ler o julgado?
Para a oposição de embargos de terceiro, além de ostentar a qualidade de terceiro, o em-
bargante deve ser senhor ou possuidor da coisa ou do direito que tenha sofrido constrição 
judicial, nos termos do art. 674 do CPC/2015.
Frise-se que a posse que permite a oposição dos embargos de terceiro é tanto a direta 
quanto a indireta. E, diferentemente do que ocorre nas ações possessórias, a insurgência do 
terceiro embargante não se dá contra a regularidade~, ou não, do ato de turbação ou esbulho 
que lhe impôs, mas contra a afirmação de que o bem constrito está na esfera de responsabi-
lidade patrimonial do executado.
Além disso, faz-se de suma importância relembrar o enunciado da Súmula 84/STJ, que 
preceitua que é admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de 
posse advinda do compromisso de compra e venda, ainda que desprovido de registro.
Na hipótese, o imóvel adquirido ainda estava em fase de construção, razão pela qual o 
instrumento particular de compra e venda – deve ser considerado para comprovação da 
posse, admitindo-se, por via de consequência, a oposição dos embargos de terceiro. REsp 
1.861.025-DF, DJe 18/05/2020 (Informativo 672)
Os parágrafos do artigo 674 do CPC listam os legitimados para a oposição dos embargos 
de terceiro.
Art. 674, § 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor.
§ 2º Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:
I – o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, res-
salvado o disposto no art. 843;
Nesse inciso, temos a previsão da legitimidade ativa do cônjuge ou companheiro que de-
fende a posse de bens próprios ou de sua meação.
Haverá, nesse caso, uma discussão sobre se a dívida contraída beneficiou ou não o casal 
ou a família. Isso porque, normalmente, embora a dívida seja contraída por apenas um dos 
cônjuges, ambos respondem se ela tiver revertido em proveito do casal ou da família. Se o 
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
7 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
magistrado restar convencido de que houve tal benefício, julgará improcedentes os embargos 
em razão da responsabilidade patrimonial secundária do cônjuge não devedor. Caso contrá-
rio, julgará procedentes os embargos e preservará a meação do cônjuge não devedor.
Agora veja bem! Se a dívida que gerar a constrição do bem for proveniente da condenação 
ao pagamento de honorários sucumbenciais em demanda da qual o cônjuge meeiro não par-
ticipou, não é possível exigir do cônjuge meeiro, que não integrou a relação processual da lide 
originária, a comprovação de que a dívida executada não foi contraída em benefício do casal 
ou da família.
Exemplo: Antônio e Maria são casados. Antônio ajuíza ação contra Guilherme e é sucum-
bente. O advogado de Guilherme executa os honorários de sucumbência contra Antônio e 
um apartamento do casal é penhorado. Inconformada, Maria opõe embargos de terceiro para 
livrar sua meação. Nesse caso, Maria não precisa comprovar que a dívida executada não foi 
contraída em benefício do casal ou da família. Isso porque os honorários advocatícios consa-
gram direito do advogado contra a parte que deu causa ao processo (Antônio), não se poden-
do exigir do cônjuge meeiro (Maria), que não integrou a relação processual da lide originária 
(Antônio x Guilherme), a comprovação de que a dívida executada não foi contraída em bene-
fício do casal ou da família.
Entendeu? Esse entendimento é proveniente de um recente julgado do STJ. Vamos conferir.
Tratando-se de condenação ao pagamento de honorários sucumbenciais, não é possível 
exigir do cônjuge meeiro, que não integrou a relação processual da lide originária, a compro-
vação de que a dívida executada não foi contraída em benefício do casal ou da família.
Nos termos do art. 655-B do CPC/1973, incluído pela Lei n. 11.382/2006, havendo penho-
ra de bem indivisível, a meação do cônjuge alheio à execução deve recair sobre o produto da 
alienação do bem.
Para impedir que a penhora recaia sobre a sua meação, o cônjuge meeiro deve comprovar 
que a dívida executada não foi contraída em benefício da família.
Tratando-se de dívida proveniente da condenação ao pagamento de honorários sucum-
benciais em demanda da qual o cônjuge meeiro não participou, é inegável o direito deste à 
reserva de sua meação.
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
8 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Os honorários advocatícios consagram direito do advogado contra a parte que deu causa 
ao processo, não se podendo exigir do cônjuge meeiro, que não integrou a relação processual 
da lide originária, a comprovação de que a dívida executada não foi contraída em benefício do 
casal ou da família.
Nesse contexto, não tem nenhuma relevância para a solução da causa saber se o côn-
juge meeiro obteria ou não proveito econômico em caso de procedência da ação pro-
posta em juízo, salvo se estivesse o advogado do próprio autor da referida demanda 
a cobrar os honorários contratuais pelos serviços prestados. REsp 1.670.338-RJ, DJe 
07/02/2020 (Informativo 664).
Friso, ainda, que os embargos de terceiro, nesse caso, não retiram a constrição judicial
sobre o bem quando este é indivisível, ou seja, ele será normalmente alienado. O que o côn-
juge consegue obter é somente a metade do valor da avaliação do bem após a sua alienação. 
Confira:
Art. 843. Tratando-se de penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-parte do coproprietário 
ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem.
§ 1º É reservada ao coproprietário ou ao cônjuge não executado a preferência na arrematação do 
bem em igualdade de condições.
§ 2º Não será levada a efeito expropriação por preço inferior ao da avaliação na qual o valor aufe-
rido seja incapaz de garantir, ao coproprietário ou ao cônjuge alheio à execução, o correspondente 
à sua quota-parte calculado sobre o valor da avaliação.
Ainda sobre a legitimidade do cônjuge, temos a Súmula 134 do STJ com o seguinte teor:
Súmula n. 134, STJ
Embora intimado da penhora em imóvel do casal, o cônjuge do executado pode opor 
embargos de terceiro para defesa de sua meação.
Continuando a análise dos legitimados previstos no artigo 674, § 2º, do CPC:
II – o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação 
realizada em fraude à execução;
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
9 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição,Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O legitimado ativo do inciso II é o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão 
que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução.
O § 4º do artigo 792 do CPC prevê que, antes de ser declarada a fraude à execução, o juiz 
deverá intimar o terceiro adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no pra-
zo de 15 dias. Confira:
Art. 792, § 4º Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente, que, 
se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias.
III – quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade 
jurídica, de cujo incidente não fez parte;
O inciso III traz a legitimidade ativa do sujeito que sofre constrição judicial de seus bens 
em razão de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte.
Nessa hipótese, temos um sujeito que é terceiro tanto em relação ao processo em que se 
deu a constrição judicial como no incidente em que ocorreu a desconsideração da personali-
dade jurídica. E aí que surge sua legitimidade para os embargos de terceiro, pois, se ele sequer 
fez parte do incidente de desconsideração da personalidade jurídica, não houve reconheci-
mento de sua responsabilidade patrimonial secundária e, em consequência, não poderia ter 
um bem seu atingido.
IV – o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garan-
tia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos.
Sabemos que o bem gravado por garantia real pode ser penhorado, mas é necessário 
proteger o credor hipotecário ou pignoratício, já que ele tem preferência em relação ao credor 
quirografário.
Pensando nisso, o legislador previu no artigo 799, I do CPC que incumbe ao exequente 
requerer a intimação do credor pignoratício, hipotecário, anticrético ou fiduciário, quando a 
penhora recair sobre bens gravados por penhor, hipoteca, anticrese ou alienação fiduciária.
Assim, quando o credor é intimado, ele pode buscar evitar a expropriação do bem dado em 
garantia por meio da interposição dos embargos de terceiro.
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
10 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Mas fique atento(a) porque nesse caso, ao se defender dos embargos, o embargado sofre 
uma limitação quanto às matérias que pode alegar, conforme o disposto no artigo 680 do 
CPC. Veja:
Art. 680. Contra os embargos do credor com garantia real, o embargado somente poderá alegar que:
I – o devedor comum é insolvente;
II – o título é nulo ou não obriga a terceiro;
III – outra é a coisa dada em garantia.
A interpretação que devemos dar ao inciso I é a seguinte: se o embargante conseguir de-
monstrar nos embargos de terceiro que o devedor possui outros bens livres e suficientes para 
saldar o débito, a constrição deverá ser realizada sobre esses bens e não sobre o bem que lhe 
foi dado como garantia.
Professora, o que ocorre se não forem encontrados outros bens que possam garantir o 
pagamento da obrigação?
Nessa situação, haverá o julgamento de improcedência dos embargos e o bem dado em 
garantia permanecerá constrito, podendo ser levado a leilão, mas, claro, preservando a prefe-
rência do credor com garantia real.
Agora uma pergunta que não quer calar: a cessão de direitos hereditários sobre bem sin-
gular viabiliza a transmissão da posse, que pode ser objeto de tutela específica na via dos 
embargos de terceiro?
Não entendi bem a pergunta, professora! Pode explicar melhor?
Claro. Vou explicar por meio de um exemplo.
Imagine que MARIA opôs contra o Espólio de JOÃO embargos de terceiro visando à des-
constituição de penhora realizada sobre um imóvel adquirido de terceiros que, por sua vez, 
o teriam adquirido de uma das herdeiras PAULA e PIETRA, mediante escritura pública de ces-
são de direitos hereditários.
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
11 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
PAULA e PIETRA eram as únicas herdeiras do falecido.
O negócio jurídico (cessão de direitos hereditários) feito por Paula e Pietra é nulo?
O CC, em seu artigo 1.793 § 2º aduz que é ineficaz a cessão, pelo coerdeiro, de seu direito 
hereditário sobre qualquer bem da herança considerado singularmente. Já o § 3º do mesmo 
artigo menciona que ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por 
qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade.
No entanto, a ineficácia diz respeito exclusivamente aos demais coerdeiros, uma vez que, 
antes de realizada a partilha, não se sabe qual o quinhão de cada um. A própria autorização 
judicial prevista em lei serve ao mesmo propósito, de proteger os interesses dos demais her-
deiros, quando eles existirem, obviamente.
Como Paula e Pietra são as únicas herdeiras do espólio, o negócio jurídico feito por ambas 
é valido, já que não há risco de prejuízo a outros herdeiros. Captou?
Agora, Maria, adquirente do bem, se vê na situação de ter o imóvel penhorado em uma 
ação de conhecimento qualquer. Ela tem legitimidade para opor embargos de terceiro?
Sim!
Em regra, o juízo de procedência dos embargos de terceiro está condicionado à compro-
vação da posse ou do domínio sobre o imóvel que sofreu a constrição, por meio de prova do-
cumental ou testemunhal, cabendo ao juiz, no caso de reconhecer suficientemente provado o 
domínio ou a posse, determinar a suspensão das medidas constritivas sobre o bem litigioso, 
além da manutenção ou da reintegração provisória da posse, se o embargante a houver re-
querido, como veremos.
Sobre a cessão de direitos hereditários, recentemente o STJ entendeu que o fato de não 
ser a cessão de direitos hereditários sobre bem individualizado eivada de nulidade, mas ape-
nas ineficaz em relação aos coerdeiros que com ela não anuíram, é o quanto basta para, na 
via dos embargos de terceiro, assegurar à cessionária a manutenção de sua posse. Assim, 
Maria tem legitimidade!
Vamos ler o julgado?
A cessão de direitos hereditários sobre bem singular viabiliza a transmissão da posse, 
que pode ser objeto de tutela específica na via dos embargos de terceiro.
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
12 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
No caso, busca-se a comprovação da propriedade/posse do imóvel objeto de penhora, 
por meio de embargos de terceiro opostos por adquirente de direitos hereditários sobre 
imóvel pertencente a espólio, cedidos a terceiros antes de ultimada a partilha com a 
anuência daquelas que se apresentavam como únicas herdeiras, a despeito do reconhe-
cimento de outros dois sucessores por sentença proferida em ação de investigação de 
paternidade cumulada com petição de herança.
Quanto ao ponto, consigna-se que, em regra, o juízo de procedência dos embargos de ter-
ceiro está condicionado à comprovação da posse ou do domínio sobre o imóvel que sofreu 
a constrição, por meio de prova documental ou testemunhal, cabendo ao juiz, no caso de 
reconhecer suficientemente provado o domínioou a posse, determinar a suspensão das 
medidas constritivas sobre o bem litigioso, além da manutenção ou da reintegração provi-
sória da posse, se o embargante a houver requerido (arts. 677 e 678 do CPC/2015).
Quanto à cessão de direitos, o Código Civil de 2002 dispõe: “Art. 1.793. O direito à suces-
são aberta, bem como o quinhão de que disponha o coerdeiro, pode ser objeto de cessão 
por escritura pública. § 2º É ineficaz a cessão, pelo coerdeiro, de seu direito hereditário 
sobre qualquer bem da herança considerado singularmente”.
No que tange, à existência, à validade e à eficácia da cessão de direitos hereditários 
sobre bem determinado da herança, observa-se que: a) a cessão de direitos hereditários 
sobre bem singular, desde que celebrada por escritura pública e não envolva o direito de 
incapazes, não é negócio jurídico nulo, tampouco inválido, ficando apenas a sua eficácia 
condicionada a evento futuro e incerto consubstanciado na efetiva atribuição do bem ao 
herdeiro cedente por ocasião da partilha; b) a ineficácia se opera somente em relação 
aos demais herdeiros; c) se celebrado pelo único herdeiro ou havendo a anuência de 
todos os coerdeiros, o negócio é válido e eficaz desde o seu nascimento, independente-
mente de autorização judicial, pois o que a lei busca evitar é que um único herdeiro, em 
prejuízo dos demais, aliene um bem que ainda não lhe pertence, e d) se o negócio não é 
nulo, mas tem apenas a sua eficácia suspensa, a cessão de direitos hereditários sobre 
bem singular viabiliza a transmissão da posse, que pode ser objeto de tutela específica 
na via dos embargos de terceiro.
Assim, embora controvertida a matéria, tanto na doutrina como na jurisprudência dos 
tribunais, o fato de não ser a cessão de direitos hereditários sobre bem individualizado 
eivada de nulidade, mas apenas ineficaz em relação aos coerdeiros que com ela não 
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
13 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
anuíram, é o quanto basta para, na via dos embargos de terceiro, assegurar à cessioná-
ria a manutenção de sua posse.
Salienta-se, ademais, que admite-se a oposição de embargos de terceiro fundados em 
alegação de posse advinda do compromisso de compra e venda de imóvel, mesmo que 
desprovido do registro, a teor da Súmula n. 84/STJ, entendimento que também deve ser 
aplicado na hipótese em que a posse é defendida com base em instrumento público de 
cessão de direitos hereditários. REsp 1.809.548-SP, DJe 27/05/2020 (Informativo 672).
Ótimo! Agora vamos tratar da legitimidade passiva!
Sobre a legitimidade passiva, precisamos analisar o artigo 677, §4º do CPC.
Art. 677, § 4º Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aproveita, assim como 
o será seu adversário no processo principal quando for sua a indicação do bem para a constrição 
judicial.
Imagine que Maria esteja executando José e o magistrado determina a penhora de um 
bem que pertence a Pedro.
Pedro tem legitimidade ativa para opor embargos de terceiro. Mas quem será o réu nesses 
embargos?
A legitimidade passiva é, em princípio, de Maria, autora da ação em que foi determinada 
a constrição judicial, porque Maria é a beneficiada pelo ato da penhora. No entanto, temos 
que analisar se foi José que concorreu para a constrição, fazendo a indicação do bem a ser 
penhorado. Se for o caso, José deverá ser incluído no polo passivo, como litisconsorte neces-
sário. Fácil, não é?
Então, os polos da ação de embargos de terceiro podem ficar da seguinte forma:
OU
PEDRO
PEDRO MARIA
MARIA
JOSÉ
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
14 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Se o bem objeto dos embargos já tiver sido alienado, o adquirente do bem também com-
porá o polo passivo, na condição de litisconsorte, já que seu acolhimento implicará a des-
constituição do negócio jurídico do qual ele participou.
Agora uma pergunta importante: há prazo para a oposição dos embargos de terceiro?
Para responder à pergunta, precisamos estudar o teor do artigo 675 do CPC.
Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento en-
quanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de 
execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da 
arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.
Quanto aos embargos de terceiro no cumprimento de sentença, temos o seguinte enun-
ciado do FPPC:
Enunciado n. 184, FPPC
Os embargos de terceiro também são oponíveis na fase de cumprimento de sentença e 
devem observar, quanto ao prazo, a regra do processo de execução.
Isso significa que no cumprimento de sentença, os embargos de terceiro devem ser opos-
tos no prazo de até cinco dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou 
da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.
Agora perceba uma coisa importante!
No caso de embargos de terceiro do adquirente de bens em fraude à execução, o prazo 
dos embargos é estabelecido no artigo 792, § 4º, do CPC e é de 15 dias, a contar da sua inti-
mação, determinada no processo em que houve a constrição. Vamos conferir?
Art. 794, § 4º Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente, que, 
se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias.
Agora falaremos da competência!
Segundo o artigo 676 do CPC, os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo
que ordenou a constrição e autuados em apartado.
Se o ato de constrição for realizado por carta, os embargos serão oferecidos no juízo de-
precado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta.
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
15 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Assim, sendo expedida a carta precatória para a constrição de determinado bem, servin-
do o juízo deprecado apenas para efetivar a constrição, a competência para os embargos de 
terceiro será do juízo deprecante.
Já no caso de uma constrição, em que o juízo deprecante apenas expede a carta preca-
tória para que sejam constritos tantos bens quantos necessários para a garantia do juízo, 
a escolha de quais bens servirão de objeto da constrição deve ser feita pelo juízo deprecado, 
sendo esse o competente para o julgamento dos embargos de terceiro, salvo se a carta já 
houver sido devolvida.
E qual o procedimento dos embargos de terceiro?
Primeiro, temos a petição inicial. Na petição inicial, além do preenchimento dos requisitos 
do artigo 319 do CPC, há a necessidade de demonstração da prova sumária da posse ou do
domínio, além da qualidade de terceiro.
Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu domínio e 
da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas.
A prova da posse ou do domínio pode ser produzida em que momento?
Na petição inicial ou em audiência preliminar, por meio da produção de prova oral. Veja:
Art. 677, § 1º É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz.
Se o juiz reconhecer que o domínio ou a posse estão suficientemente provados, pode 
determinar a suspensão das medidas constritivassobre o bem objeto dos embargos. Além 
disso, também pode determinar a expedição de mandado de manutenção ou restituição da 
posse.
Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse determinará a 
suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como a 
manutenção ou a reintegração provisória da posse, se o embargante a houver requerido.
Parágrafo único. O juiz poderá condicionar a ordem de manutenção ou de reintegração provisória 
de posse à prestação de caução pelo requerente, ressalvada a impossibilidade da parte economi-
camente hipossuficiente.
Em seguida, teremos a citação do embargado, que ocorre na pessoa do seu advogado, 
como regra.
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
16 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Art. 677, §3º A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador constituído nos autos 
da ação principal.
Ato contínuo, temos a resposta do embargado, que deverá ser apresentada em 15 dias. 
Após esse passo, o procedimento será o comum.
Art. 679. Os embargos poderão ser contestados no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual se se-
guirá o procedimento comum.
Por fim, teremos a sentença. Se houver o acolhimento dos embargos de terceiro, o ato de 
constrição judicial será cancelado. E precisamos lembrar do teor da Súmula 303 do STJ que 
aduz: Em embargos de terceiro, quem deu causa à constrição indevida deve arcar com os 
honorários advocatícios.
Quanto ao cabimento dos embargos de terceiro, pergunto a você: é cabível a oposição 
de embargos de terceiro para desconstituir uma decisão judicial que permite a averbação de 
protesto na matrícula de um imóvel?
Para responder, primeiro você precisa saber o que é o protesto.
O protesto é a medida judicial destinada a comprovar ou documentar uma manifestação 
formal de vontade do promovente, o qual busca, por meio de referido procedimento, comuni-
car a terceiros interessados sua intenção de fazer atuar no mundo jurídico uma determinada 
pretensão.
Uma das pretensões que pode ser comunicada a terceiros interessados por meio de pro-
testos é a ressalva em relação a determinados direitos, como ocorre no protesto contra a 
alienação de bens.
Entretanto, como o protesto não acrescenta nem diminui direitos do promovente ou de 
terceiros, a sua utilização contra a alienação de bens não terá o condão de obstar o respectivo 
negócio, tampouco de anulá-lo, pois apenas torna inequívocas as ressalvas do protestante 
em relação ao negócio, bem como que este alega – simplesmente alega – ter direitos sobre o 
bem e/ou motivos para anular eventual transação. Compreendeu?
Ah! E tem mais. Mesmo que o protesto tenha sido registrado na matrícula do imóvel, o úni-
co efeito produzido é o de comunicar aos interessados na aquisição do bem que alguém alega 
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
17 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
possuir direitos sobre este. Assim, o protesto contra a alienação de bens não pode ser usado 
como forma de gerar empecilho à livre disposição de bens.
Para o STJ, a averbação do protesto contra a alienação de bens na matrícula do imóvel 
não cumpre outro propósito senão o de dar a efetiva publicidade da manifestação de vontade 
do promovente, sem diminuir ou acrescentar direitos das partes interessadas, ou tampouco 
constituir efetivo óbice à negociação ou à escrituração da compra e venda.
Por essa razão, recentemente, o STJ entendeu que não são cabíveis embargos de ter-
ceiro para desconstituir decisão judicial que permite a averbação de protesto na matrí-
cula de um imóvel. REsp 1.758.858-SP, DJe 25/05/2020 (Informativo 672).
Professora, agora surgiu uma dúvida pessoal. Sou casado e tenho conta-corrente com 
minha esposa. Se houver penhora desses valores e eu não conseguir comprovar o quanto 
daquele dinheiro pertencia a mim, como fica a situação?
Olha só. Aproveitando nossa aula para tirar dúvidas pessoais...(risos). Está certo. Sem 
problema! Vamos lá!
Sobre isso, o STJ possui entendimento no sentido de que em se tratando de conta-cor-
rente conjunta solidária, na ausência de comprovação dos valores que integram o patri-
mônio de cada um, presume-se a divisão do saldo em partes iguais, de forma que os 
atos praticados por quaisquer dos titulares em suas relações com terceiros não afetam 
os demais correntistas. Logo, diante da ausência de comprovação de que a totalidade 
dos valores contidos na conta fossem de propriedade de um dos correntistas, a cons-
trição não pode atingir a integralidade desse montante, mas somente a metade perten-
cente ao executado. REsp 1.510.310-RS, DJe 13/10/2017 (Informativo 613).
oposição
Vamos tratar agora de mais um procedimento especial de jurisdição contenciosa previsto 
no CPC de 2015 e muito interessante: a oposição.
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
18 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Já falei isso antes, mas não custa relembrar que no CPC de 1973, a oposição constava 
dentre uma das espécies de intervenção de terceiros. Atualmente, a oposição é um procedi-
mento especial.
E o que é a oposição?
É uma nova ação ajuizada por um terceiro dirigida contra as partes originárias do proces-
so. Temos uma pretensão do terceiro em face do mesmo objeto que está sendo disputado 
pelas partes.
Então, a oposição funciona da seguinte forma: “A” e “B” estão disputando um determi-
nado bem ou direito e “C” ajuíza a oposição dizendo que ele é que é o titular do direito ou do 
bem disputado por “A” e “B”. O que “C” quer com a oposição é que o bem ou direito disputado 
não seja atribuído nem a “A” e nem a “B”, mas sim a ele, “C” que é o opoente. Vamos conferir 
no CPC?
Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e 
réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos.
Perceba que a oposição não se confunde com os embargos de terceiro!
Nos embargos de terceiro, o terceiro não disputa com as partes o mesmo objeto litigioso. 
Ele apenas busca fazer cessar uma constrição que, de forma equivocadamente, recaiu sobre 
um bem de sua posse ou propriedade.
Outro ponto importante que você deve notar da leitura do artigo 682 do CPC é o prazo. 
A oposição só é admitida até o momento da prolação da sentença.
Caso não seja ajuizada a oposição dentro do prazo, haverá a necessidade de tutelar o di-
reito por meio de outra ação.
Vamos agora tratar do procedimento?
A oposição é distribuída por dependência ao processo que já está em curso e apensada a 
este. A petição inicial da oposição deve preencher os requisitos do artigo 319 do CPC.
Em seguida, após a admissão do seu processamento, os opostos serão citados. Essa ci-
tação, por questão de economia processual e celeridade, ocorre na pessoa do advogado dos 
opostos, ok? A citação na pessoa do advogado somente não ocorre se o réu for revel e não 
tiver constituído patrono nos autos. Nesse caso, ele seria citado pessoalmente.
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
19 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal,Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Quando citados, autor e réu formarão um litisconsórcio passivo necessário simples.
Em seguida, abre-se o prazo de 15 dias para a contestação. Esse prazo é um prazo co-
mum para os opostos.
Veja que um dos opostos pode concordar com o pedido do oponente. Nesse caso, a opo-
sição segue apenas contra o outro oposto.
A oposição tramita simultaneamente com a ação principal e ambas são julgadas pela 
mesma sentença, com o intuito de evitar que haja desarmonia entre os julgados. Mas perceba 
um grande detalhe:
Se o oponente resolve propor a oposição após o início da audiência de instrução, o juiz 
suspenderá o curso do processo ao fim da produção das provas, salvo se concluir que a uni-
dade da instrução atende melhor ao princípio da duração razoável do processo.
Alguns doutrinadores possuem entendimento de que não haveria necessidade de julga-
mentos simultâneos, mas sim, coerentes, ao interpretarem a redação do artigo 686 do CPC.
Outros entendem que essa não é a melhor opção de interpretação do artigo 686 do CPC e 
para essa corrente, o julgamento é sempre simultâneo, cabendo ao juiz conhecer primeiro da 
oposição.
Art. 686. Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação originária e a oposição, desta conhecerá 
em primeiro lugar.
Professora, em quais processos e procedimentos é cabível a oposição?
A oposição é cabível no processo de conhecimento. Isso tem uma razão. Somente no pro-
cesso de conhecimento é que haverá um julgamento em favor de alguma das partes e surge 
o opoente que tenta impedir esse reconhecimento.
Assim, não cabe oposição em processo de execução, tendo em vista que no processo de 
execução já existe uma certificação quanto à pessoa que é efetivamente a titular do direito.
Também não cabe a oposição em procedimentos dos juizados especiais cíveis, conside-
rando a incompatibilidade dos procedimentos.
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
20 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Não cabe oposição em mandado de segurança. No mandado de segurança não temos 
fase de instrução e sim uma aceleração do procedimento, em razão da necessidade de apre-
sentação de provas pré-constituídas.
Observe que segundo o posicionamento jurisprudencial do STJ, também não cabe oposi-
ção em ação de usucapião.
Vamos conferir o motivo do não cabimento: “a tutela buscada por meio da oposição pode 
ser alcançada pela simples contestação à ação de usucapião, de modo que a interven-
ção pretendida é totalmente desnecessária. Dessa forma, inexiste a condição de terceiro 
da opoente em relação ao direito material discutido na ação de usucapião. Isso porque 
a existência de convocação por meio de edital, a fim de chamar aos autos toda univer-
salidade de sujeitos indeterminados para que integrem o polo passivo da demanda se 
assim desejarem, elimina a figura do terceiro nesse procedimento tão peculiar”. REsp 
1.726.292-CE, DJe 15/02/2019 (Informativo 642).
Traduzindo o STJ: aquele que quer se insurgir contra o que está sendo discutido na ação 
de usucapião pode fazê-lo por meio da contestação, já que no polo passivo desta ação devem 
figurar todos aqueles que de algum modo são contra a declaração da propriedade em favor 
do autor. Entendeu?
NÃO CABIMENTO DA OPOSIÇÃO
Processo de Execução
Processos dos Juizados Especiais Cíveis
Mandado de Segurança
Usucapião: STJ
Ainda tratando da possibilidade de cabimento da oposição, o STJ possui o seguinte enten-
dimento: “Em ação possessória entre particulares é cabível o oferecimento de oposição 
pelo ente público, alegando-se incidentalmente o domínio de bem imóvel como meio de 
demonstração da posse”. EREsp 1.134.446-MT, DJe 04/04/2018 (Informativo 623).
Fácil, fácil, não é mesmo?
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
21 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
HAbilitAção
Qual a finalidade do procedimento especial da habilitação?
Promover a sucessão do autor e do réu que vêm a falecer no curso do processo. E tem 
mais: a habilitação só tem justificativa se o falecimento tiver ocorrido durante o processo, 
pois se tiver ocorrido antes ou depois, não há razão para tal.
Art. 687. A habilitação ocorre quando, por falecimento de qualquer das partes, os interessados 
houverem de suceder-lhe no processo.
De onde surge a necessidade da habilitação?
Do teor do artigo 110 do CPC. Confira:
Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos 
seus sucessores, observado o disposto no art. 313, §§ 1º e 2º
Temos com o falecimento uma transmissão dos direitos e obrigações ao espólio ou aos 
herdeiros, certo? Então, com a habilitação, eles vão a juízo para defender o direito adquirido 
por sucessão, ou seja, temos uma sucessão processual.
Veja que o artigo 313, I do CPC determina a suspensão do processo quando ocorre a mor-
te da parte.
Art. 313. Suspende-se o processo:
I – pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu represen-
tante legal ou de seu procurador;
Em seguida, o § 1º aduz:
§ 1º Na hipótese do inciso I, o juiz suspenderá o processo, nos termos do art. 689.
E o que diz esse artigo 689, professora?
Ele fala justamente da necessidade da habilitação e da suspensão do processo. Confira:
Art. 689. Proceder-se-á à habilitação nos autos do processo principal, na instância em que estiver, 
suspendendo-se, a partir de então, o processo.
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
22 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Entendi. Mas e se a ação de habilitação não for providenciada?
Nesse caso, seguiremos os passos previstos no artigo 313, § 2º do CPC. São passos bem 
simples. Confira:
§ 2º Não ajuizada ação de habilitação, ao tomar conhecimento da morte, o juiz determinará a sus-
pensão do processo e observará o seguinte:
I – falecido o réu, ordenará a intimação do autor para que promova a citação do respectivo espólio, 
de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, no prazo que designar, de no mínimo 2 
(dois) e no máximo 6 (seis) meses;
II – falecido o autor e sendo transmissível o direito em litígio, determinará a intimação de seu espó-
lio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, pelos meios de divulgação que reputar 
mais adequados, para que manifestem interesse na sucessão processual e promovam a respectiva 
habilitação no prazo designado, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito.
Ah!!! Importante lembrar que a habilitação pressupõe processo que verse sobre direitos
transmissíveis. Se o processo tiver natureza personalíssima, como é o caso do divórcio, não 
há como habilitar os herdeiros ou o espólio.
A habilitação forma um processo autônomo?
Não. A habilitação não formará um processo autônomo. Ela ocorre nos autos do processo 
principal, conforme determina o artigo 689 do CPC.
Art. 689. Proceder-se-á à habilitação nos autos do processo principal, na instância em que estiver, 
suspendendo-se, a partir de então, o processo.
Quem tem legitimidade ativa para a habilitação? Esse tema é tratado pelo artigo 688 do 
CPC que confere legitimidade para a parte, em relação aos sucessores do falecido e para os 
sucessores do falecido, em relação à parte.Art. 688. A habilitação pode ser requerida:
I – pela parte, em relação aos sucessores do falecido;
II – pelos sucessores do falecido, em relação à parte.
A legitimidade pode ser da parte contrária então?
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
23 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Claro. Imagine que o réu faleça. Nesse caso, o autor pode propor a habilitação para reque-
rer sua sucessão pelo espólio ou herdeiros. Compreendeu?
Também há legitimidade para os próprios herdeiros do falecido que podem ajuizar a habi-
litação, para poder assumir o polo da ação.
Qual o procedimento da habilitação? Inicialmente, teremos a petição inicial. Sendo ela 
recebida, o juiz determina a citação dos requeridos para se pronunciarem no prazo de 5 (cin-
co) dias.
E como será a citação? A regra é que ela seja realizada na pessoa do procurador, e será 
realizada de forma pessoal se a parte não tiver procurador constituído nos autos.
Art. 690. Recebida a petição, o juiz ordenará a citação dos requeridos para se pronunciarem no 
prazo de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. A citação será pessoal, se a parte não tiver procurador constituído nos autos.
Em seguida, imediatamente o juiz decide. Mas pode ser que antes, haja alguma impugna-
ção. Nesse caso, se houver necessidade de dilação probatória diversa da documental, o juiz 
determina que o pedido seja autuado em apartado e disporá sobre a instrução.
Art. 691. O juiz decidirá o pedido de habilitação imediatamente, salvo se este for impugnado e 
houver necessidade de dilação probatória diversa da documental, caso em que determinará que o 
pedido seja autuado em apartado e disporá sobre a instrução.
Depois que transitar em julgado a sentença de habilitação, o processo volta a tramitar. 
Confira:
Art. 692. Transitada em julgado a sentença de habilitação, o processo principal retomará o seu 
curso, e cópia da sentença será juntada aos autos respectivos.
Professora, e se a causa já estiver no tribunal?
Nesse caso, a habilitação será processada perante o relator e o seu julgamento dependerá 
do que estiver disposto no seu regimento interno.
Esse procedimento foi moleza, não foi?
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
24 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Ações de FAmíliA
No CPC de 1973 não tínhamos a previsão de um procedimento genérico e especial para as 
ações de família. Agora, temos!
Nessa parte estamos tratando de processos contenciosos de divórcio, separação, reco-
nhecimento e dissolução de união estável, guarda, visitação e filiação, cujo rol está disposto 
no artigo 693 do CPC.
Art. 693. As normas deste Capítulo aplicam-se aos processos contenciosos de divórcio, separa-
ção, reconhecimento e extinção de união estável, guarda, visitação e filiação.
Isso significa que o procedimento que estamos estudando agora não se aplica aos proce-
dimentos de jurisdição voluntária de divórcio e separação consensuais, extinção consensual 
de união estável e alteração do regime de bens de patrimônio, que estão previstos nos artigos 
731 a 734 do CPC.
Outra nota importante é a de que o rol do artigo 693 do CPC não é considerado um rol 
exaustivo.
E nesse sentido temos o enunciado 72 do FPPC: “O rol do art. 693 não é exaustivo, sendo 
aplicáveis os dispositivos previstos no Capítulo X a outras ações de caráter contencioso en-
volvendo o Direito de Família”.
Você também precisa se atentar ao fato de que se houver legislação específica tratando 
de algum tema de família, é ela que deve ser aplicada, conforme determina o parágrafo único 
do artigo 693 do CPC:
Art. 693, Parágrafo único. A ação de alimentos e a que versar sobre interesse de criança ou de 
adolescente observarão o procedimento previsto em legislação específica, aplicando-se, no que 
couber, as disposições deste Capítulo.
Algumas leis específicas que devem ser observadas por você:
• Lei n. 5.478/68 (ação de alimentos);
• Lei n. 12.318/10 (alienação parental);
• Lei n. 11.804/08 (ação de alimentos gravídicos);
• Lei n. 8.069/90 (Estatuto da Criança e Adolescente).
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
25 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Professora, o que há de tão especial nesse procedimento das ações de família?
Inicialmente, um grande estímulo à resolução consensual dos conflitos, podendo o juiz 
valer-se, inclusive, da ajuda de outros profissionais para solucionar a controvérsia.
Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução consensual 
da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento 
para a mediação e conciliação.
Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do processo en-
quanto os litigantes se submetem a mediação extrajudicial ou a atendimento multidisciplinar.
Temos também a designação de uma audiência de mediação e conciliação.
Art. 695. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as providências referentes à tutela 
provisória, o juiz ordenará a citação do réu para comparecer à audiência de mediação e conciliação, 
observado o disposto no art. 694.
Há entendimento doutrinário no sentido de que a realização dessa audiência é obrigatória 
e independe da vontade das partes.
Mas veja o que diz o enunciado 577 do FPPC sobre a realização de sessões adicionais
de conciliação e mediação: A realização de sessões adicionais de conciliação ou mediação 
depende da concordância de ambas as partes.
Ainda sobre a conciliação, temos os seguintes e importantes enunciados:
Enunciado n. 187, FPPC
No emprego de esforços para a solução consensual do litígio familiar, são vedadas ini-
ciativas de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem, assim como 
as de aconselhamento sobre o objeto da causa.
Enunciado n. 639, FPPC
O juiz poderá, excepcionalmente, dispensar a audiência de mediação ou conciliação nas 
ações de família, quando uma das partes estiver amparada por medida protetiva.
Outra grande novidade é a impossibilidade de apresentação de contrafé no mandado de
citação. Ou seja, o réu, ao ser citado, não recebe cópia da petição inicial, mas somente o mandado. 
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
26 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Isso para que já não se irrite de imediato com o que lá estiver escrito e arme-se contra uma 
possível conciliação.
Mas se o réu quiser saber o teor da petição, ele pode, professora?
Pode sim. Basta que ele busque examinar o seu conteúdo. Confira:
Art. 695, § 1º O mandado de citação conterá apenas os dados necessários à audiência e deverá 
estar desacompanhado de cópia da petição inicial, assegurado ao réu o direito de examinar seu 
conteúdo a qualquer tempo.
§ 2º A citação ocorrerá com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data designada para a 
audiência.
§ 3º A citação será feita na pessoa do réu.
§ 4º Na audiência, as partes deverão estar acompanhadas de seus advogados ou de defensores 
públicos.
Quanto à obrigatoriedade de que as partesestejam acompanhadas de advogados ou de-
fensores públicos na audiência, em 07/11/2018, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) possui 
decisão no sentido de não tornar obrigatória a presença de advogados e defensores públicos 
em mediações e conciliações conduzidas nos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e
Cidadania (Cejuscs). Fique atento(a), pois, a decisão refere-se apenas às audiências realiza-
das no âmbito dos Cejuscs. Isso significa que se a audiência ocorrer perante o juiz, a presen-
ça do advogado ou defensor público é obrigatória.
Realizada a audiência de mediação e conciliação sem que tenha havido acordo, o proces-
so seguirá o procedimento comum, passando a fluir o prazo de contestação para o réu.
Art. 697. Não realizado o acordo, passarão a incidir, a partir de então, as normas do procedimento 
comum, observado o art. 335.
A intervenção do Ministério Público é obrigatória?
Não! Salvo se houver interesse de incapaz envolvido ou quando figurar como parte vítima 
de violência doméstica e familiar!
Art. 698. Nas ações de família, o Ministério Público somente intervirá quando houver interesse de 
incapaz e deverá ser ouvido previamente à homologação de acordo.
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
27 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Parágrafo único. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas ações de família em que 
figure como parte vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei n. 11.340, de 7 de 
agosto de 2006 (Lei Maria da Penha).
O parágrafo único desse artigo foi introduzido no CPC pela Lei 13.894/2019, que alterou a 
Lei Maria da Penha.
Importante também saber que, para criar uma forma de diálogo mais acolhedora, quando 
estivermos diante de um processo em que se discute alienação parental ou abuso, o juiz será 
acompanhado de especialista quando for proceder ao depoimento do incapaz. Isso tudo com 
a finalidade de prevenir traumas, revitimizações ou efeitos psicológicos danosos. Confira:
Art. 699. Quando o processo envolver discussão sobre fato relacionado a abuso ou a alienação 
parental, o juiz, ao tomar o depoimento do incapaz, deverá estar acompanhado por especialista.
Bacana! Vamos prosseguir.
Ação monitóriA
O estudo da ação monitória é de extrema importância. É um procedimento que além de 
muito usual no dia a dia, cai bastante em prova.
Qual a finalidade da ação monitória?
Permitir que o credor, mesmo sem título executivo judicial ou extrajudicial, possa obter 
com mais rapidez a satisfação de seu crédito. A intenção do procedimento é abreviar o curso 
processual para se obter um título executivo.
A ação monitória está prevista no artigo 700 do CPC:
Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita 
sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:
I – o pagamento de quantia em dinheiro;
II – a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;
III – o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.
A doutrina entende que há duas espécies de procedimento monitório:
PURO DOCUMENTAL
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
28 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O puro é conceituado como o procedimento que depende apenas das alegações do autor 
para a expedição de mandado de pagamento. O documental, por sua vez, é aquele que depen-
de da existência de prova documental do débito, sem força de título executivo.
Qual dos dois foi acolhido pelo nosso ordenamento jurídico?
Da simples leitura do artigo 700 do CPC, podemos facilmente concluir que optamos pelo 
procedimento documental, ou seja, há expressa exigência de prova escrita sem eficácia de 
título executivo.
Em que consiste a prova escrita prevista no caput do artigo 700 do CPC?
Para que o magistrado possa admitir a ação monitória, o autor precisa estar munido de 
documento escrito da dívida, que não tenha eficácia de título executivo.
Mas o que é esse documento escrito?
É o documento idôneo para demonstrar a existência do crédito que o autor afirma ter em 
face do réu, como, por exemplo, uma confissão escrita do débito ou um cheque prescrito.
Lembre-se que a ação monitória também pode ser ajuizada com fundamento em outros 
títulos executivos extrajudiciais prescritos, fora o cheque, como, por exemplo, promissórias 
ou duplicatas aceitas, ou protestadas e acompanhadas de comprovante de entrega de mer-
cadorias, que já tenham perdido a eficácia executiva.
Perceba que temos uma previsão interessante no artigo 700, § 1º do CPC, que admite a 
prova oral documentada (produzida de forma antecipada), como documento escrito idôneo 
para o ajuizamento da ação monitória.
Art. 700, §1º A prova escrita pode consistir em prova oral documentada, produzida antecipada-
mente nos termos do art. 381 do CPC.
É possível a utilização de e-mail para instruir ação monitória?
Sim! O STJ já entendeu que o correio eletrônico (e-mail) pode fundamentar a pretensão 
monitória, desde que o juízo se convença da verossimilhança das alegações e da idoneidade 
das declarações.
Vamos ler o julgado?
Cingiu-se a controvérsia em definir se a correspondência eletrônica – e-mail – constitui 
documento hábil a embasar a propositura de ação monitória. Extrai-se do art. 1.102 do 
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
29 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
CPC/1.973 os requisitos para a propositura da ação monitória: comprovação da rela-
ção jurídica por meio de prova escrita; ausência de força executiva do título e dívida 
referente a pagamento de soma em dinheiro ou de entrega de coisa fungível ou bem 
móvel (vide também o art. 700 e incisos do CPC/2.015). Nesse passo, o legislador não 
definiu o termo “prova escrita”, tratando-se, portanto, de conceito eminentemente dou-
trinário-jurisprudencial. Com efeito, a prova hábil a instruir a ação monitória, a que alude 
o artigo 1.102-A do Código de Processo Civil, não precisa, necessariamente, ter sido 
emitida pelo devedor ou nela constar sua assinatura ou de um representante. Basta que 
tenha forma escrita e seja suficiente para, efetivamente, influir na convicção do magis-
trado acerca do direito alegado. Ademais, para a admissibilidade da ação monitória, 
não é imprescindível que o autor instrua a ação com prova robusta, estreme de dúvida, 
podendo ser aparelhada por documento idôneo, ainda que emitido pelo próprio credor, 
contanto que, por meio do prudente exame do juiz, exsurja juízo de probabilidade acerca 
do direito afirmado. Nesse contexto, nota-se que a legislação brasileira, ainda sob à luz 
do CPC de 1.973, não proíbe a utilização de provas oriundas de meio eletrônico. Imbu-
ído desse mesmo espírito da “era digital”, o novo Código de Processo Civil, ao tratar 
sobre as provas admitidas no processo, possibilita expressamente o uso de documen-
tos eletrônicos, condicionando, via de regra, a sua conversão na forma impressa. Espe-
cificamente sobre a questão controvertida, o maior questionamento quanto à força pro-
bante do correio eletrônico está adstrito ao campo da veracidade e da autenticidade das 
informações, principalmente sobre a propriedade de determinado endereço de e-mail. 
Em outras palavras, consiste em saber se uma“conta de e-mail” pertence às partes da 
demanda monitória, bem como se o seu conteúdo não foi alterado durante o tráfego das 
informações. Entretanto, há mecanismos capazes de garantir a segurança e a confiabi-
lidade da correspondência eletrônica e a identidade do emissor, permitindo a trocas de 
mensagens criptografadas entre os usuários. É o caso do e-mail assinado digitalmente, 
com o uso de certificação digital. Nesse caminho, esse exame sobre a validade, ou não, 
da correspondência eletrônica deverá ser aferida no caso concreto, juntamente com os 
demais elementos de prova trazidos pela parte autora. De fato, se a legislação brasileira 
não veda a utilização de documentos eletrônicos como meio de prova, soaria irrazoável 
dizer que uma relação negocial não possa ser comprovada por trocas de mensagens via 
e-mail. REsp 1.381.603-MS, DJe 11/11/2016 (Informativo 593).
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
30 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
E o contrato de construcard, professora? É considerado um documento hábil para o ajui-
zamento da ação monitória?
Com certeza. Isso porque o STJ entendeu que o contrato particular de abertura de crédito 
a pessoa física visando financiamento para aquisição de material de construção – Constru-
card –, ainda que acompanhado de demonstrativo de débito e nota promissória, não é título
executivo extrajudicial. Por outro lado, é documento hábil para ajuizamento da ação monitória.
Vamos conferir?
De início, não se desconhece que a natureza jurídica do contrato de abertura de cré-
dito denominado Construcard, para fins de possibilitar, de pronto, a execução do crédito 
devido, tem sido objeto de intensas divergências nos Tribunais de piso. Nessa ordem de 
ideias, diante da notória divergência na interpretação da lei federal, mostra-se neces-
sária a definição do seu enquadramento como título apto ou não a amparar, de plano, 
a execução extrajudicial. Nesse ponto, cabe definir que o Construcard é uma linha de 
crédito voltada às pessoas físicas para a compra de material de construção, reforma 
ou ampliação de imóvel residencial, com verbas disponibilizadas pela Caixa Econômica 
Federal, por meio de concessão de cartão magnético específico que disponibiliza deter-
minado crédito a ser usado pelos clientes na medida de suas necessidades, com a pre-
visão de prazo certo para sua utilização e outro para amortização da dívida. Ao que se 
percebe, apesar de haver a disponibilização de quantia certa; esta poderá ou não ser 
utilizada pelo cliente, não se sabendo, no momento da assinatura do contrato, qual será, 
ao certo, o valor do débito, as parcelas devidas e a data de início da contagem dos encar-
gos correspondentes. Isso porque a apuração dependerá da efetiva utilização do crédito 
em momento posterior, o que o faz se aproximar, de alguma forma, do crédito rotativo, 
em que linhas de crédito são abertas com determinado limite e usadas pelos clientes 
na medida de suas necessidades, sendo os encargos cobrados conforme a utilização 
dos recursos. Inexistindo, pois, certeza e liquidez no próprio instrumento, exigências que 
não são alcançadas mediante a complementação unilateral do credor com a apresen-
tação de extratos bancários, porquanto não lhe é dado criar títulos executivos à revelia 
do devedor, o presente contrato de abertura de crédito carece de exequibilidade. Não obs-
tante esses entendimentos, salienta-se, ainda, que a questão fundamental para afastar 
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
31 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
a exequibilidade do Construcard encontra-se na forma de averiguação da sua liquidez, 
que dependerá sempre de apuração com base em fatos e provas. Por fim, apesar da 
dissonância de entendimentos dos Tribunais Regionais Federais quanto à executorie-
dade do Construcard, fato é que, no tocante à monitória, todos são unânimes em aceitar 
o sobredito contrato como meio a ampará-la, sendo, por conseguinte, a praxe adotada 
atualmente pela CEF na obtenção desses créditos.
Ainda sobre o documento escrito hábil para o ajuizamento da ação monitória temos as 
seguintes súmulas do STJ:
Súmula n. 247, STJ
O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado do demonstrativo 
de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da ação monitória.
Súmula n. 299, STJ
É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.
Atente-se também para o fato de que a ação monitória não tem como objeto apenas as 
obrigações de pagar. São objeto da monitória também as obrigações de entregar coisa, fazer 
e não fazer.
Agora, vamos tratar do procedimento da ação monitória.
A petição inicial da ação monitória deve preencher todos os requisitos dos artigos 319 e 
320 do CPC. Além disso, o autor deve anexar à petição, a prova escrita de seu crédito.
No pedido, o autor deve requerer a expedição de mandado de pagamento, ou de entrega 
da coisa ou para execução de obrigação de fazer ou não fazer.
Também há a necessidade de indicação da importância devida, juntamente com a memó-
ria de cálculo, conforme artigo 702 §2º do CPC. Confira:
Art. 702, § 2º Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso:
I – a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo;
II – o valor atual da coisa reclamada;
III – o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido.
Depois, passamos à admissibilidade do procedimento.
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
32 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Além de verificar a regularidade formal da inicial e as matérias de ordem pública, deverá 
o juiz analisar a prova trazida pelo autor, visto que ela constitui condição de existência da 
própria tutela monitória. Assim, o juiz realiza um verdadeiro juízo de admissibilidade do pro-
cedimento, analisando o conjunto probatório e os argumentos lançados pelo autor em sua 
petição inicial. É também nesse momento que o juiz verifica se o documento escrito juntado 
com a inicial pelo autor é capaz de, por meio de cognição sumária, demonstrar a plausibilida-
de e a verossimilhança do crédito.
Em seguida, ocorre a expedição de mandado de pagamento ou de entrega da coisa ou 
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer no prazo de quinze dias.
Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, 
de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu 
prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco 
por cento do valor atribuído à causa.
O próximo passo é a citação do réu.
Professora, todas as formas de citação são possíveis no procedimento monitório?
Sim. Veja o que diz o artigo 700 §7º do CPC: Na ação monitória, admite-se citação por 
qualquer dos meios permitidos para o procedimento comum.
A súmula 282 do STJ também corrobora esse entendimento: “Cabe a citação por edital 
em ação monitória”.
Quais as posturas que o réu pode adotar na ação monitória no prazo de 15 dias?
A primeira é satisfazer a obrigação no prazo do mandado, incluindo o pagamento de cinco 
por cento de honorários. Se assim o fizer, fica isento quanto ao pagamento das custas.
Art. 701. Sendo evidente o direitodo autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, 
de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu 
prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco 
por cento do valor atribuído à causa.
§ 1º O réu será isento do pagamento de custas processuais se cumprir o mandado no prazo.
A segunda opção é não satisfazer a obrigação e não oferecer embargos.
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
33 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Qual a consequência do não oferecimento dos embargos?
É a conversão do mandado monitório em título executivo judicial.
Art. 701, § 2º Constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, independentemente de 
qualquer formalidade, se não realizado o pagamento e não apresentados os embargos previstos no 
art. 702, observando-se, no que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial.
A terceira opção do réu é embargar.
Qual a natureza jurídica dos embargos?
Aqui temos correntes que tratam de formas distintas a natureza dos embargos.
NATUREZA JURÍDICA 
DE AÇÃO
A primeira corrente doutrinária sobre o tema afirma que os embargos ao mandado mo-
nitório têm natureza jurídica de ação e não de contestação. Por isso, não se fala em revelia 
quando o réu deixa de embargar, o que geraria a presunção de veracidade dos fatos alegados 
pelo autor. O efeito da não interposição de embargos no procedimento monitório é a formação 
de título executivo judicial.
NATUREZA JURÍDICA 
DE CONTESTAÇÃO
A segunda corrente afirma que os embargos à monitória têm natureza de contestação. 
Esse é o posicionamento normalmente adotado pelo STJ. Vamos conferir um julgado nesse 
sentido?
Não se exige o recolhimento de custas iniciais para oferecer embargos à ação monitória. 
Isso porque, conforme se verifica dos precedentes que deram origem à Súmula 292 do 
STJ (“A reconvenção é cabível na ação monitória, após a conversão do procedimento em 
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
34 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
ordinário”), os embargos à monitória tem natureza jurídica de defesa. REsp 1.265.509-
SP, DJe 27/3/2015 (Informativo 558).
Outro argumento utilizado para corroborar a segunda corrente é que a oposição dos em-
bargos à monitória acontece nos próprios autos e podem se fundar em matéria de defesa. Só 
serão autuados em apartado se parciais.
Vamos conferir:
Art. 702. Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor, nos próprios autos, 
no prazo previsto no art. 701, embargos à ação monitória.
§ 1º Os embargos podem se fundar em matéria passível de alegação como defesa no procedimen-
to comum.
§ 7º A critério do juiz, os embargos serão autuados em apartado, se parciais, constituindo-se de 
pleno direito o título executivo judicial em relação à parcela incontroversa.
Professora, além de apresentar os embargos, o réu poderá oferecer reconvenção?
Sim. Na ação monitória admite-se a reconvenção. Temos, inclusive, uma súmula do STJ 
nesse sentido. Além disso, o próprio CPC também admite a reconvenção na monitória, vedan-
do apenas a reconvenção à reconvenção.
Súmula n. 292, STJ
A reconvenção é cabível na ação monitória, após a conversão do procedimento em ordinário.
Art. 702, § 6º Na ação monitória admite-se a reconvenção, sendo vedado o oferecimento de recon-
venção à reconvenção.
Após a apresentação dos embargos, o autor é intimado para manifestar-se me 15 dias.
Art. 702, § 5º O autor será intimado para responder aos embargos no prazo de 15 (quinze) dias.
Em seguida, partimos para a sentença que extinguirá o processo com ou sem a resolução 
do mérito, acolhendo ou rejeitando os embargos. Essa sentença tem natureza condenatória, 
pois, se procedente, condenará o réu a pagar a quantia, entregar a coisa ou cumprir a obriga-
ção de fazer ou não fazer.
Fique atento, pois o recurso cabível contra a sentença é a APELAÇÃO.
Art. 702, § 9º Cabe apelação contra a sentença que acolhe ou rejeita os embargos.
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
35 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Após o encerramento da fase monitória, passamos à execução (cumprimento de senten-
ça), seguindo o disposto nos artigos 513 e seguintes do CPC.
É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública?
Sim. O CPC tem previsão expressa nesse sentido. Mas não é só isso. Temos também uma 
súmula do STJ que admite ação monitória contra a Fazenda Pública.
Art. 700, § 6º É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública.
Súmula n. 339, STJ
É cabível ação monitória contra a Fazenda Pública.
Mas o que ocorre se a Fazenda Pública não embargar?
Nesse caso, teremos que aplicar o disposto no artigo 496 do CPC, ou seja, será cabível o 
reexame necessário da sentença.
Art. 701, § 4º Sendo a ré Fazenda Pública, não apresentados os embargos previstos no art. 702, 
aplicar-se-á o disposto no art. 496, observando-se, a seguir, no que couber, o Título II do Livro I da 
Parte Especial.
Você conhece o texto do artigo 916 do CPC? Não? Então vamos conhecer:
Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depó-
sito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, 
o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas men-
sais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês.
Esse artigo trata da possibilidade de parcelamento da dívida na execução de título extra-
judicial. A grande pergunta é: é possível esse parcelamento na ação monitória?
Sim! O CPC permite ao prever o disposto no artigo 701 §5º CPC.
Art. 701, § 5º Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916.
Agora para finalizar esse tema e facilitar a visualização vamos ver um quadro com as sú-
mulas do STJ sobre a ação monitória.
************
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
36 de 80www.grancursosonline.com.br
Lidia Marangon
Embargos de Terceiro, Oposição, Ação de Habilitação. Ações de Família, Ação Monitória, 
Homologação do Penhor Legal, Regulação de Avaria Grossa, Ação de Restauração de Autos
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
SÚMULAS DO STJ APLICÁVEIS À AÇÃO MONITÓRIA
Súmula n. 247
O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui 
documento hábil para o ajuizamento da ação monitória.
Súmula n. 282
Cabe a citação por edital em ação monitória.
Súmula n. 292
A reconvenção é cabível na ação monitória, após a conversão do procedimento em ordinário.
Súmula n. 299
É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.
Súmula n. 339
É cabível ação monitória contra a Fazenda Pública.
Súmula n. 384
Cabe ação monitória para haver saldo remanescente oriundo de venda extrajudicial de bem alienado fiducia-
riamente em garantia.
Súmula n. 503
O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força executiva é quinque-
nal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula.
Súmula n. 531
Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o emitente, é dispensável a menção ao 
negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.
HomologAção de penHor legAl

Continue navegando