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2008_sbse2008-Testes de IED baseados na IEC61850

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1
 
Abstract - O estabelecimento da norma IEC 61850 para redes de 
comunicação e sistemas em subestações elétricas possibilita a 
aplicação de dispositivos inteligentes baseados em comunicação 
ponto a ponto de alta velocidade, com medidas distribuídas, 
controle, proteção e soluções baseadas em amostras de valores 
analógicos. Esse trabalho mostra aspectos da implementação da 
norma e o processo de validação dos dispositivos e sistemas 
baseados na IEC61850. 
 
Index Terms — Comunicação, Subestação, Testes, 
Interoperabilidade, Protocolo, IEC61850. 
I. INTRODUÇÃO 
 tecnologia utilizada nos sistemas de proteção está 
tornando-se mais e mais complexa com a utilização de 
dispositivos numéricos microprocessados [1]. Esse dispositivo, 
agora denominado Dispositivo Eletrônico Inteligente (IED - 
Intelligent Electronic Device) ou Sistema Eletrônico 
Inteligente (IES - Intelligent Electronic System), têm 
incorporado novas funcionalidades, tais como: 
• Execução de funções de proteção e controle 
• Alta velocidade nos dispositivos de comunicação; 
• Utilização da rede local com funções distribuídas; 
• Capacidade para aquisição de dados e medição; 
• Controle de algoritmos para eliminar rapidamente a 
falta. 
A figura 1 mostra uma representação da evolução das 
tecnologias empregadas na fabricação dos IEDs. 
 
 
Fig 1: Evolução das tecnologias na fabricação de IEDs. 
 
O desenvolvimento e a implantação dos dispositivos 
baseados na IEC 61850 e dos sistemas de automação da 
 
M. E de C. Paulino é Gerente Técnico da Adimarco Representações e 
Serviços Ltda, Rio de Janeiro, Brasil (e-mail: marcelo@adimarco.com.br). 
subestação elétrica necessitam de uma nova geração de 
dispositivos de teste e métodos especiais para o ensaio 
funcional dos diferentes componentes do sistema [2]. 
Este trabalho discute em detalhes os requisitos para o teste 
de IEDs utilizados em sistemas de automação de subestações 
complexas baseadas na IEC 61850. Os métodos de teste 
necessitam corresponder à hierarquia funcional do sistema de 
automação da subestação. Três níveis de teste são descritos: 
• Teste de elementos funcionais; 
• Teste de integração ou interoperabilidade; 
• Teste de Sistema 
O propósito do teste do elemento funcional é determinar se 
o elemento testado tem o comportamento esperado sob 
diferentes condições de teste reais. Os elementos funcionais no 
teste do sistema são considerados unidades, ou seja, os 
menores componentes do sistema que tem interface visível e 
comportamento definido. Do ponto de vista do teste nós 
podemos dizer que a unidade é a menor parte que se pode 
testar de qualquer sistema. 
Teste de integração é usado para detectar qualquer 
problema potencial de interoperabilidade entre os elementos 
funcionais e/ou subfunções que são integradas na função ou 
em sistemas. Isto não testa somente o desempenho do sistema, 
mas também observa as trocas entre os diferentes componentes 
sendo integrados no sistema. 
Testes de sistema olham o desempenho completo do 
sistema sob um ponto de vista de um observador externo. 
II. A NORMA IEC 61850 EM SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO DE 
SUBESTAÇÃO 
A. Limitações Existentes nos Protocolos 
Nas últimas décadas, muitos protocolos de comunicação 
são usados em subestações. Alguns desses protocolos são 
mostrados como exemplo na Figura 2. 
Alguns protocolos são concebidos para aplicações 
específicas ou configurações de instalações únicas. Isto 
limitava o uso de produtos multiusuários. 
Outros são estruturados utilizando-se padrões ou normas 
internacionais, mas também são ajustados às necessidades de 
instalações locais. Isto vale muito pouco quanto buscamos um 
protocolo que possa abranger todas as necessidades do SAS. 
Isto implica em um alto custo de engenharia, pois cada 
protocolo tem sua própria estrutura de representação de dados 
e implementação com diferentes níveis de funcionalidade. 
Aspectos da Implementação e Validação de 
Sistemas Baseados na IEC 61850 
M. E. de C. Paulino, Member, IEEE 
A
 2
 
 
Fig 2: Protocolos usados antes da IEC61850 [2]. 
 
A busca da interoperabilidade entre dois dispositivos de 
fabricantes diferentes resulta em um enorme gasto para 
integração de aplicações. 
B. As Necessidades do Mercado 
O mercado global necessita de um padrão também global, 
que reúna diversas filosofias a fim de atender as diferentes 
aplicações existentes. Esse padrão deve prever a existência de 
uma mistura de dispositivos, com comunicação convencional 
via cabeamento rígido e com a utilização da rede Ethernet. 
Essas necessidades são decorrentes da busca pela redução 
de custos tanto pela competição exigida pelo mercado como 
pelo desenvolvimento de novas funcionalidades apresentadas 
pelos fornecedores de IED e sistemas de automação. 
Tem como resultado direto a redução de custos diretos em 
investimentos e na operação dos sistemas de automação. 
Impacta diretamente também na manutenção dos componentes 
desse sistema. 
Finalmente, podemos dizer que a utilização de um padrão 
aberto possibilita a salva guarda dos investimentos realizados, 
onde o proprietário não necessitará proceder um retrofit 
completo ou adicionar novos dispositivos apenas para realizar 
a integração da instalação existente com dispositivos futuros. 
C. O Estabelecimento da IEC 61850 
A padronização dos protocolos de comunicação em 
Sistemas digitais de Automação de Subestações – SAS –
resultou na IEC 61850 quanto IEC e EPRI, junto com 
fabricantes de sistemas e proprietários de instalações, 
concordaram em ter uma única normalização. 
Essa normalização foi baseada em modelo de aplicação 
comum de funcionalidades de um sistema de automação, 
definindo o padrão de interface. Ela adotou os princípios 
estabelecidos pelo UCA 2.0, tais como objeto orientado, 
TCP/IP e o perfil Ethernet. 
Desde o final da década de 90 vários trabalhos e 
demonstrações mostraram a interoperabilidade do sistema 
operando com redes de comunicação [3] [4]. Isto possibilitou 
que as concessionárias de energia que utilizam o UCA 2.0 
começassem a migração para o IEC 61850. 
A IEC 61850 define caminhos para o intercambio de dados 
entre IEDs que pode ser usado de diferentes formas no 
controle distribuído e aplicações de proteção. Esses caminhos 
introduzem um novo conceito que requer uma abordagem e 
tecnologia diferente para serem aplicados aos componentes 
individuais do SAS. 
A norma está dividida em 14 partes, reunidas em 10 
capítulos, onde deixa de lado o uso do relé multifuncional 
como um elemento único e utiliza o conceito funcional para 
modelar o sistema e sua comunicação. Com o novo modelo de 
dados e a utilização da comunicação via rede, a IEC 61850 
realiza a separação das aplicações em três níveis hierárquicos: 
• Nível de estação: definido pela parte 8-1 da norma, 
com o mapeamento das camadas de comunicação 
(TCP/IP), mensagens GOOSE/GSSE (link) e 
sincronização de tempo (SNTP). 
• Nível de vão: definido pelo modelo de dados e 
aplicação das funções do sistema (capítulo 7) 
• Nível de processo: definido pelo capítulo 9 da norma, 
com os valores analógicos de tensão e corrente 
amostrados trafegando pela rede (9-2) e mensagens 
GOOSE/GSSE (9-1), também com a realização de 
sincronização de tempo (SNTP). 
 
 
 
Fig 3:Representação dos barramentos de estação e processo na Subestação [5] 
 
Vale ressaltar que esta separação ocorre somente para os 
níveis hierárquicos. Na instalação tem-se apenas um link físico 
onde trafegarão as informações dos barramentos de estação, 
vão e processo para uma implementação completa da IEC 
61850, conforme mostra a figura 4. 
 
 
 
 
Fig 4: Barramento de rede único na Subestação. 
 3
As mensagens que trafegam pela rede são classificadas 
como mensagens de comunicação vertical, isto é, aquelas 
realizadas entre diferentes níveis hierárquicos, ou mensagens 
de comunicação horizontais, que ocorrem dentro do mesmo 
nível. 
A arquitetura lógicaimplementada pela IEC61850 impõe 
um fluxo de dados com mensagens transferidas no modo 
cliente-servidor, diferente do modo mestre-escravo utilizado 
em outros protocolos. Pode-se haver múltiplos clientes. 
Neste caso o cliente é quem controla a troca de dados, 
podendo ser qualquer IED associado à lógica de proteção e 
controle em funcionamento. As figuras 5 e 6 mostram os 
modos de transmissão de dados mestre-escravo e cliente-
servidor, respectivamente. 
 
 
Fig 5: Modo de comunicação mestre-escravo 
 
 
Fig 6: Modo de comunicação cliente-servidor 
 
Esta arquitetura lógica é implementada através da definição 
dos serviços, ou seja, a forma de como transferir esses dados 
pela rede. Isto é possível com a abordagem de comunicação 
orientada ao objeto que define como é realizado o 
endereçamento de dados. Tanto os serviços quanto os objetos 
são definidos pelos capítulos 7, 8 e 9 da norma. 
A configuração da comunicação de toda subestação é 
definida pelo capítulo 6 da norma IEC 61850. É utilizada para 
definir a SCL – Linguagem de Configuração de Subestação. 
Esta possibilita facilmente a especificação da relação da 
comunicação entre as unidades que compõe o SAS. Um dos 
principais objetivos do formato da SCL é a uniformização da 
nomenclatura utilizada através de um modelo único de 
descrição de dados, criando um vocabulário comum. Essa 
modelagem é essencial para integração de aplicações, pois 
diferenças de modelo implica no uso de dispositivos para 
tradução e, inevitavelmente, falha de comunicação em um 
primeiro momento [2]. 
Para alcançar os objetivos descritos, o novo padrão utiliza a 
abordagem orientada a objeto e subdividem as funções em 
objetos denominados nós lógicos que se comunicam entre si. 
Nó lógico é um grupamento funcional de dados. É também a 
menor parte de uma função ou subfunção que pode 
intercambiar dados com outros objetos. Cada Nó Lógico 
possui seu próprio conjunto de dados. Os dados são 
compartilhados entre os nós lógicos segundo regras que são 
chamadas serviços. Os nós lógicos são agrupados em 
dispositivos lógicos (funções) – Logical Devices, LD – os 
quais estão contidos em dispositivos físicos – Servidores – 
(IEDs). 
Em resumo, a norma IEC61850 faz a decomposição 
funcional usada para entender a lógica da relação entre 
componentes de funções distribuídas sendo que esta é 
apresentada como Nós Lógicos que descreve funções, 
subfunções e interface funcional. Para a comunicação é 
estabelecido o fluxo de dados para entendimento da interface 
que suporta a troca de informação entre componentes de 
funções distribuídas e traz os requisitos de desempenho. 
Torna-se possível a modelagem da informação que define a 
sintaxe e a semântica abstrata da troca de informação e estão 
presentes como classes de objeto e tipos, atributos, métodos de 
objetos abstratos (serviços) e suas relações. Isto cria a 
hierarquia do modelo de dados, conforme mostra a figura 7 a 
seguir. 
 
 
Fig 7: Hierarquia do modelo de dados. 
 
Esta abordagem do modelo utiliza: 
• Comunicação orientada ao objeto organiza os dados 
por função para simplificar as aplicações distribuídas 
• Modelos de objeto padronizados que permite a 
interoperabilidade de aplicações 
• Auto-descrição dos dados que permite validação de 
informações em tempo real 
 4
As informações de controle incluem as mensagens GOOSE, 
sigla derivada de Generic Object Oriented Substation Event, 
ou seja, um Objeto Genérico Orientado pelo Evento de 
Subestação. Trata-se de um dos métodos para comunicação em 
tempo real entre os IEDs e contém o relatório assíncrono das 
mensagens dos IEDs de proteção e o status dos elementos 
lógicos para outro ponto. Todo IED pode enviar e receber 
mensagens GOOSE utilizando os modos editor e assinante 
(respectivamente publisher e subscriber), mas somente aqueles 
IEDs registrados para receber uma mensagem GOOSE agirão 
no status que ela contém. 
O IED que envia (publica ou edita) uma mensagem é 
chamado de IED assinante. Essa mensagem de comunicação 
não depende de um sinal de confirmação, sendo, porém, 
repetida várias vezes para aumentar sua confiabilidade [5]. A 
distribuição das informações na rede é feita através do modo 
unicast ou multicast, o que significa que um único ou 
múltiplos IEDs podem receber a mensagem e utilizá-la ou não, 
conforme estabelecido na lógica implementada. 
Isto substitui a sólida fiação elétrica da troca do sinal de 
controle entre IEDs para interligação e propósitos de proteção, 
permitindo mensagens de alta velocidade e confiabilidade na 
rede da subestação. 
Adicionalmente à possibilidade das mensagens de comando 
e controle serem enviadas e recebidas via rede LAN, têm-se os 
valores analógicos transmitidos nesta rede são um dos grandes 
diferenciais em uma aplicação típica com protocolos de 
comunicação e a IEC61850 [6]. 
III. V ALIDAÇÃO DE DISPOSITIVOS BASEADOS NA IEC 61850 
Com o propósito de definir corretamente os métodos para o 
teste de sistemas da automação da subestação complexos 
baseados no protocolo IEC 61850 é importante definir 
corretamente o conceito de sistema e considerar que métodos 
existentes para o teste do sistema são conhecidos. Sistemas 
complexos não são específicos dos sistemas elétricos de 
potência, pois existem em outros campos como indústria, 
comunicações, computação, etc. 
O desenvolvimento de software deve ser considerado no 
desenvolvimento de sistemas complexos que trocam 
informações entre diferentes módulos funcionais. Modernos 
sistemas de automação de subestações são complexos 
softwares de aplicações distribuídas baseados na troca de 
informações sobre a rede local da subestação. Pode-se também 
identificar similaridades significativas entre o teste de 
complexas ferramentas de software e sistemas de automação 
de subestações. 
A IEC 61850 define o sistema como “O sistema lógico é a 
união de todas as aplicações-funções de comunicação 
executando alguma tarefa completa como “gerenciamento da 
subestação”, via nós lógicos. O sistema físico é composto por 
todos dispositivos que hospedam estas funções e a rede de 
interconexão física de comunicação. O limite do sistema é 
dado pelas interfaces lógicas ou físicas. Dentro do escopo da 
série IEC 61850, ´sistema´ sempre se refere ao Sistema de 
Automação de Subestação (SAS), a menos que anotado de 
outra maneira” [7]. 
Isto não está muito longe da definição abstrata de um 
sistema como um grupo de elementos de interação, inter-
relacionados ou independentes, formando um todo complexo. 
Cada componente do sistema interage ou se relaciona com 
pelo menos outro componente/elemento. Qualquer objeto que 
não tenha relação com outro elemento qualquer do sistema não 
é obviamente um componente deste sistema. 
Testes de dispositivos e sistemas de automação de 
subestação baseados na IEC 61850 requerem um bom 
entendimento da norma e das características funcionais do 
sistema testado, tais como: 
• As condições nas quais os elementos estarão 
operando 
• A funcionalidade do sistema 
• A hierarquia do sistema 
• Os dispositivos utilizados 
• A arquitetura de comunicação 
• Os princípios de operação ou algoritmos utilizado 
• Os princípios do sistema de teste 
• A funcionalidade das ferramentas de teste 
Os testes devem ser realizados o mais próximo possível das 
condições reais de operação para qual o dispositivo ou sistema 
sob teste foi projetado. 
O teste de conformidade realiza a verificação dos canais de 
comunicação do IED de acordo com IEC61850-10. O 
resultado do teste de conformidade é uma declaração da 
capacidade do IED em realizar a comunicação definida pela 
norma, assegurando que a IEC 61850 com todos seus modelos 
e serviços sejam executados corretamente. Os IEDs 
submetidos a testes de interoperabilidade e testes funcionais 
são considerados conformes. 
A interoperabilidade ou capacidade de operar em diferentes 
funções do sistema entre IEDs de diferentes fabricantes se 
tornou uma necessidade imprescindível para esses dispositivosobterem sucesso. Assim o teste de interoperabilidade atesta a 
habilidade de o IED operar em um sistema com diversos 
dispositivos de diferentes fabricantes. 
O objetivo do teste de um elemento funcional é determinar 
se o elemento testado tem o comportamento esperado sob 
diferentes condições de testes reais, enquanto os testes de 
sistema olham o desempenho completo do sistema sob um 
ponto de vista de um observador externo. Os elementos 
funcionais no teste do sistema são considerados unidades, ou 
seja, os menores componentes do sistema que tem interface 
visível e comportamento definido. 
A. Testes de Conformidade 
A Norma IEC 61850, em sua Parte 10, estabelece os 
procedimentos e as ferramentas para os testes de conformidade 
a serem realizados em um IED ou em um SAS. 
O objetivo do teste da conformidade é assegurar que a IEC 
61850 com todos seus modelos e serviços sejam executados 
corretamente. Isto melhora as possibilidades para a 
interoperabilidade entre os dispositivos individuais integrados 
no sistema, fornecendo o máximo de confiança ao cliente de 
 5
que o dispositivo interoperará com outros dispositivos 
certificados, além de realizar um teste de tipo da interface de 
comunicação de um SAS. 
O Teste de Conformidade deve incluir o seguinte: 
• Documentação e controle de versão, conforme IEC 
61850 Parte 4, contendo: 
− Arquivo PICS – (Protocol Implementation 
Conformance Statement), que corresponde ao 
resumo das possibilidades de comunicação do 
IED ou SAS a ser testado. 
− Arquivo MICS – (Model Implementation 
Conformance Statement), que detalha o padrão 
dos elementos do objeto de dados suportado pelo 
IED ou SAS a ser testado. 
− Arquivo PIXIT – (Protocol Implementation eXtra 
Information for Testing), que contém 
informações específicas relativas ao IED ou SAS 
a ser testado e que estão fora do escopo da 
norma. 
• Configuração (SCL), conforme IEC 61850 Parte 6 
• Modelo de objeto de dados, conforme IEC 61850 
Partes 7-3 e 7-4. 
• Serviços de comunicação, conforme IEC 61850 
Partes 7-2, 8-1, 9-1 e 9-2 
A figura 8 mostra o processo do teste de conformidade 
definido pela IEC 61850-10. 
 
 
Fig 8: Processo do teste de conformidade definido pela IEC 61850-10 [7]. 
 
A parte 10 da IEC 61850 não comenta sobre as entidades 
de conformidade, mas essas entidades são qualificadas pelo 
UCA International Users Group. Os IEDs submetidos a testes 
de interoperabilidade e testes funcionais devem passar pelos 
teste de conformidade e serem declarados conformes a IEC 
61850. 
B. Testes de Interoperabilidade 
A interoperabilidade é habilidade de IEDs de um ou vários 
fabricantes trabalharem em conjunto. Isto implica que os IEDs 
que compõem o sistema sob teste sejam capazes de exportar 
informação e usar a informação de outros IEDs para aplicar 
sua funcionalidade. 
O teste de interoperabilidade é usado para detectar qualquer 
problema potencial de interoperabilidade entre os elementos 
funcionais e/ou subfunções que são integradas no IED ou no 
sistema sob teste. 
Isto não testa somente a compatibilidade durante a 
operação dessas funções e a eficiência no aplicativo utilizado 
pelos fabricantes de IEDs do sistema, mas também observa as 
trocas de dados entre os diferentes componentes integrados no 
sistema. 
C. Testes Funcionais 
O teste funcional executa a verificação das características 
de IEDs ou Sistemas através de dispositivo capaz de simular as 
condições de teste correspondente aos dados técnicos de 
operação do sistema sob teste (SUT - System Under Test). O 
objetivo do teste funcional é determinar se o elemento testado 
tem o comportamento esperado sob diferentes condições de 
teste reais. 
Dependendo da complexidade do sistema, seus 
componentes podem ser elementos funcionais simples, 
subsistemas ou uma combinação dos dois. Um subsistema é 
definido como um conjunto de elementos, que é um sistema 
próprio, e também uma parte de todo o SUT. 
A hierarquia de sistemas complexos é mostrada na figura 9 
com um diagrama UML. Pode ser visto que o sistema pode 
conter de 1 a muitas funções, que podem ter diversas camadas 
contendo de 1 a muitas subfunções e assim em diante – a 
subfunção pode conter de 1 a muitos elementos 
multifuncionais. Os elementos multifuncionais correspondem 
aos nós lógicos da IEC 61850. 
O dispositivo de teste conduz o teste por completo, no 
sistema de automatização de subestação integrado, em um 
subsistema ou em uma função distribuída. Seu objetivo é 
avaliar a conformidade do sistema com suas exigências 
requeridas. 
 
Fig. 9 Diagrama da hierarquia de sistema em UML [6]. 
 
De acordo com a hierarquia apresentada, o teste pode ser 
conduzido de dois modos: 
• O teste de aceitação em fábrica (FAT) tem por 
objetivo provar que o modelo de dados, os serviços 
de comunicação e o desempenho definido como 
padrão estão de acordo com a especificação de 
projeto. Neste caso o teste inicia primeiro com as 
 6
partes individuais do sistema – os elementos 
funcionais. Eles são então agrupados para formar 
subfunções ou funções, que estão em fila ligados 
dentro de funções mais complexas até que o sistema 
completo seja testado. 
• O teste de aceitação local (SAT) é a verificação de 
cada dado e pontos de controle, e da funcionalidade 
correta desses elementos dentro do Sistema de 
Automação de Subestação. Verifica ainda a 
funcionalidade do SAS e seu ambiente de operação 
na planta instalada. Esse teste é realizado com a 
parametrização e ajustes finais de operação do 
sistema testado. O SAT é uma pré-condição para a 
colocação em operação do sistema. Neste caso, seja 
em testes de comissionamento ou manutenção, é 
considerado que os elementos funcionais individuais 
estão operando corretamente, especialmente se não 
existem alarmes em nenhum dos IEDs que são 
incluídos no sistema de teste. Neste caso uma 
abordagem de sistema para o elemento funcional é 
indicada, desde que o interesse seja o desempenho 
completo das funções do sistema testadas e não no 
comportamento dos componentes do sistema. Isto 
significa que temos uma perspectiva externa do 
objeto sob teste para derivar os casos de teste e 
analisar os resultados. 
Testes funcionais de qualquer função ou subfunção 
necessitam que o programador do teste selecione o ajuste das 
entradas válidas ou inválidas e determine a saída esperada para 
cada condição de teste definidas no plano de teste. Isto irá 
servir para definir o critério de avaliação para determinar se o 
teste é APROVADO ou REPROVADO. 
IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A norma IEC 61850 permite o desenvolvimento de 
comunicação ponto a ponto de alta velocidade utilizando redes 
de comunicação. Essa comunicação está baseada em 
aplicações distribuídas e em transmissão simultânea 
(multicast) das mudanças de estado ou valores analógicos 
amostrados. 
Os requisitos para o teste de IEDs e sistemas baseados em 
comunicação ponto a ponto com IEC 61850 necessitam de 
diferentes abordagens e ferramentas de teste apropriadas. 
Essas ferramentas de teste devem estar preparadas para 
avaliar os componentes individuais do sistema, bem como para 
a avaliação do desempenho da operação conjunta das 
diferentes funções habilitadas no sistema testado. 
O teste da conformidade, definido pelo capítulo 10 da 
norma, assegura que a IEC 61850 com todos seus modelos e 
serviços sejam executados corretamente. Pressupõe que os 
IEDs ou sistemas submetidos a posteriores validações são 
conformes com a IEC 61850. 
Os métodos de teste necessitam corresponder à hierarquia 
funcional do sistema de automação da subestação. Três níveis 
de teste são descritos: 
• Teste de elementos funcionais - verifica as 
características de IEDs ou Sistemas através de 
dispositivo capaz de simular as condições de teste 
correspondente aos dados técnicos de operação do 
sistema testado. 
• Teste de integração ou interoperabilidade - detecta 
potenciais problemas de interoperabilidade entre os 
elementos funcionais e/ou subfunções que são 
integradasno IED ou no sistema sob teste; 
• Teste de Sistema – testam o desempenho completo do 
sistema sob um ponto de vista de um observador 
externo (por exemplo, Teste Ponta a Ponta). 
V. REFERÊNCIAS 
[1] M. E. C. Paulino, “Sistema Automatizado de Teste de Proteção 
Elétrica – OMICRON, Novas tecnologias para teste secundário em 
painéis de comando e proteção”, Adimarco – 2002. 
[2] M. E. C. Paulino, “Testes de IEDs Baseados na IEC 61850”, Anais do 
SBSE 2006 – Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos, - Campina 
Grande–PA, Brasil, 2006. 
[3] G.Wong, K. P. Brand, T. Rudolph, Interoperability Testing and 
Validation of IEC61850 Protective Relays. Anais do International 
Protection Testing Symposium 2004 – Omicron electronics GmbH 
2004. 
[4] M. E. C. Paulino, M. Gutierrez, “Avanços Recentes em Testes de Relés 
Digitais Operando em Redes e Sistemas de Comunicação em 
Subestações Elétricas”. Anais do SENDI 2004 - XVI Seminário 
Nacional de Distribuição de Energia Elétrica – Brasília-DF, Brasil, 
2004. 
[5] A. Cascaes, M. E. C. Paulino, R. T. S. Alexandre, L. Biondi, D. 
Cáceres, E. Silva, “Procedimento de Testes de Conformidade e 
Interoperabilidade à Luz da Norma IEC 61850 Aplicados a 
Subestações”, Anais do XIX SNPTEE – Seminário Nacional de 
Produção e Transmissão de Energia Elétrica – Rio de Janeiro-RJ, 
Brasil, 2007. 
[6] M. E. C. Paulino, A. Apostolov, “Testes de Sistemas de Automação de 
Subestação Complexos Baseados na IEC 61850”, Anais do SIMPASE 
2007 – Simpósio de Automação de Sistemas Elétricos - Salvador–BA, 
Brasil, 2007. 
[7] IEC 61850 Communication Networks and Systems in Substations. 
[8] Technical Brochure Second Draft "Functional Testing of IEC 61850 
Based Systems", CIGRE Study Committee B5 - Work Group B5.92 
Functional Testing of IEC 61850 Based Systems, 2007. 
[9] M. E. C. Paulino, “Testes de Conformidade em Relés Multifuncionais 
Baseados na IEC 61850”, Anais do STPC 2005 – Seminário Técnico 
de Proteção e Controle – Rio de Janeiro-RJ, Brasil, 2005. 
VI. BIOGRAFIA 
 
Marcelo Paulino graduou-se como 
Engenheiro Eletricista na Escola Federal de 
Engenharia de Itajubá (EFEI). Possui larga 
experiência em engenharia de sistemas de 
potência, particularmente na área de Testes e 
Ensaios em Equipamentos Elétricos. 
Atualmente é gerente do Departamento 
Técnico da Adimarco Representações e 
Serviços LTDA, no Rio de Janeiro - Brasil. 
Atua no contato direto com clientes no 
fornecimento de equipamentos, pós-venda e 
treinamento. É instrutor certificado pela 
OMICRON eletronics Também responsável pela preparação, projeto e 
execução de prestação de serviço na área de teste de proteção e equipamentos 
de sistemas elétricos de Usinas e Subestações de 500/345/138/13,8 KV. 
Instrutor convidado do Curso de Especialização em Proteção de Sistemas 
Elétricos CEPSE (UNIFEI-SEL-FUPAI) em 2004. Atua como instrutor 
externo na Fundação de Pesquisa e Assessoramento a Indústria – FUPAI. 
Autor e co-autor de trabalhos técnicos em eventos no Brasil e no exterior. 
Membro do IEEE. Membro do CE B5 do Cigré-Brasil. Representante 
brasileiro na TF B5.92 - Functional testing of IEC61850 based systems. 
 7

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