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Estudo dirigido do texto: NYE JR, Joseph S. O paradoxo do poder americano. Cap. 1 O Colosso Americano (p.25 82). UnESP, 2002.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
Geografia das Relações Internacionais	
Prof. Dra. Claudete Vitte. 
Estudo dirigido do texto: NYE JR, Joseph S. O paradoxo do poder americano. Cap. 1 – O Colosso Americano (p.25 – 82). UnESP, 2002.
Aluna: Carolina Franchini Santiago RA: 159643
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1. Explique o papel das “forças bélicas” como fonte do poder e as transformações ocorridas nesse papel em período recente, relacionando-o com o poder econômico.
	No decorrer do texto, em inúmeras passagens a importância da chamada “força bélica” é colocada em questão. Essa tática foi amplamente usada pelos por diversos países para impor a sua vontade sobre um outro país. Essa estratégia acabou passando por mudanças associadas ao desenvolvimento dos países. A primeira mudança, sobre o porquê dessa estratégia ser retrógrada, estava relacionada à destruição em massa causada pela Guerra Fria, a segunda mudança foi a ascensão do nacionalismo, por último, a terceira mudança está relacionada com as mudanças sociais que ocorreram no interior das grandes potências. Ainda, segundo o autor, “o uso da força põe em perigo as metas econômicas da maioria das grandes potências atuais. Mesmo os países não democráticos, menos sujeitos à coerção moral popular no que se refere ao uso da força, são obrigados a levar em conta o seu efeito sobre os objetivos econômicos que perseguem. ” (p. 33). Com isso, é possível entender que os usos das forças bélicas acabam influenciando, boa parte das vezes de maneira negativa, as transações econômicas que podem ser realizadas pelos países.
2. O autor defende que os EUA devem dar mais atenção ao uso do poder brando. O que se entende por poder brando?
	O poder brando pode ser associado a diversos significados, como por exemplo, “ o poder brando se arrima na capacidade de definir a agenda política para formar as preferências dos demais. “ (p. 37), “a capacidade de estabelecer as preferências tende a se associar a recursos de poder intangíveis como uma cultura, uma ideologia e instituições atraentes. “ (p.37) e “Por outro lado, o poder brando é mais que persuasão ou que a capacidade de mover as pessoas pela argumentação. É a capacidade de seduzir e atrair. E a atração geralmente leva à aquiescência e à imitação. “ (p. 37). O poder brando está relacionado à política do Big Stick – “Falar manso com um grande porrete na mão. ” Exercer influência sobre um determinado país, para coagi-lo a fazer aquilo que se tem em mente, sem abalar qualquer tipo de estruturação política ou, até mesmo, financeira.
3. Quais as críticas que o autor faz à ideia de equilíbrio de poder da Escola Realista? E como ele encaminha a discussão, propondo a ideia de hegemonia (como define hegemonia, quais os fatos vantajosos para os EUA serem preponderantes)?
	As críticas estão relacionadas ao uso contraditório da expressão, “ Sua acepção mais interessante é a de prognóstico do comportamento dos países; ou seja, estes desenvolverão políticas que impeçam qualquer outro de desenvolver um poder capaz de lhes ameaçar a independência? Pelas evidências históricas, muitos creem que a atual hegemonia dos EUA suscitará alianças obstativas que acabarão por nos limitar o poder. “ (p. 44) A partir dessa citação é possível depreender que o equilíbrio de poder é algo relativo e que é um conceito que está aberto à múltiplas interpretações e, desse modo, cada país pode utilizar a interpretação que mais lhe convém. O autor utiliza algumas definições para hegemonia e uma pelas é a que é proposta por Keohane em que “ Definir hegemonia como a situação em que um país tem significativamente mais recursos de poder e capacidade que os outros, só se pode concluir que a preponderância do nosso não é necessariamente domínio ou controle. “ (p. 46). Ainda que os EUA consigam se impor em diversas questões, tal imposição não é unânime em todas.
4. O autor é um representante da Escola da Interdependência das Relações Internacionais. Selecione alguns argumentos expostos pelo autor que indiquem essa filiação teórica ao referido paradigma/escola.
	O autor, sendo um representante da Escola da Interdependência das Relações Internacionais, acredita que todos os países são interdependentes e que o contexto da política mundial funciona como uma espécie de tabuleiro de xadrez, em que algum momento um país vai acabar precisando da ajuda do outro, como ele indica na passagem “ Ocorre que, atualmente, o poder se distribui entre as nações de um modo que lembra um complexo jogo de xadrez tridimensional [...] Nesse tabuleiro econômico, os Estados Unidos não são hegemônicos e muitas vezes precisam negociar em termos de igualdade com a Europa. “ (p.80)
5. Sob quais argumentos o autor se apoia para afirmar que “provavelmente os EUA continuarão sendo o país mais poderoso do mundo até bem entrado o novo século. ” (p. 81)?
	Essa afirmação é baseada nas informações que são fornecidas anteriormente, estando associadas segundo o autor “ da vantagem de sua liderança na revolução da informação e do seu investimento passado nos recursos de poder tradicionais. ” (p.81). O que torna esta afirmação um tanto quanto curiosa é que o uso de poder tradicional, por meio das chamadas “forças bélicas”, acaba trazendo, segundo o autor, prejuízos que são de ordem econômica e que, mesmo assim, os Estados Unidos acabam por optar por este método estratégico para tentar se impor dentro de uma política mundial.

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