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Impactos dos ciclos de combustíveis de biomassa O cultivo da cana-de-açúcar e o uso dos resíduos Energia de Biomassa Impactos dos ciclos de combustíveis de biomassa Estágio do ciclo de combustível Prejuízo Receptores Categorias dos impactos Produção de biomassa Emissões de poluentes de ar devido ao uso de maquinaria Público Saúde humana, acidificação, mudança climática Barulho devido ao uso de maquinaria Trabalhadores, público Saúde humana, tranquilidade do meio rural Riscos ocupacionais devido ao uso de maquinaria Trabalhadores Saúde humana Consumo de combustível devido ao uso de maquinaria Uso de recursos Demanda de mão-de-obra na produção de biomassa Geração de empregos Emissão de substâncias toxicas no ar, água e solo resultante da aplicação de herbicidas e pesticidas Trabalhadores, público, flora e fauna Saúde humana, ecotoxidade Lixiviação de nutrientes (N, P e K) resultante da aplicação de fertilizantes Público, fauna e flora Saúde humana, eutroficação Impactos dos ciclos de combustíveis de biomassa Estágio do ciclo de combustível Prejuízo Receptores Categorias dos impactos Produção de biomassa Emissão de compostos de nitrogênio no ar Público Mudança climática Concentração de metais pesados no solo, substâncias patogênicas no ar, água e solo resultantes da aplicação de esgoto Trabalhadores, público, fauna e flora Saúde humana, ecotoxicidade Emissão de particulados no ar resultante da aplicação de cinzas Público, fauna e flora Saúde humana, amenidades do meio rural Erosão do solo resultante da exploração de energia da biomasssa Público Qualidade do solo, eutroficação Mudança na paisagem resultante da exploração de energia da biomassa Amenidades do meio rural Consumo de água resultante da exploração de energia da biomassa Uso dos recursos Impactos dos ciclos de combustíveis de biomassa Estágio do ciclo de combustível Prejuízo Receptores Categorias dos impactos Transporte da biomassa Emissão de poluentes no ar Público Saúde humana, acidificação, mudança climática Acidentes rodoviários resultante do uso de veículos Trabalhadores, público Saúde humana Uso de combustível Uso dos recursos Demanda de mão-de-obra Geração de emprego Uso de estradas Amenidades do meio rural (congestionamento e danos nas estradas, barulho) Impactos dos ciclos de combustíveis de biomassa Estágio do ciclo de combustível Prejuízo Receptores Categorias dos impactos Conversão da biomassa Armazenamento da biomassa Risco de incêndio Trabalhadores Saúde humana Degradação biológica Secagem e processamento da biomassa Emissão de compostos orgânicos Trabalhadores, público, fauna e flora Saúde humana, eutroficação, amenidades do meio rural (odores) Emissão de poeira Trabalhadores, público Saúde humana, amenidades do meio rural Impactos dos ciclos de combustíveis de biomassa Estágio do ciclo de combustível Prejuízo Receptores Categorias dos impactos Conversão da biomassa Geração de eletricidade Emissões atmosféricas Público, fauna e flora Saúde humana, acidificação, mudança climática Emissão de águas residuais Público, fauna e flora Saúde humana, ecotoxidade Demanda de mão-de-obra para operação e manutenção da planta Geração de emprego Uso de recursos energéticos renováveis e endógenos Uso de recursos, balanço nacional de pagamentos, segurança no fornecimento Construção e desativação da planta Emissões de poluentes no ar resultantes de equipamentos de construção Público Saúde humana, acidificação, mudança climática Consumo de combustíveis fósseis Uso de recursos, balanço nacional de pagamentos, segurança no fornecimento Riscos ocupacionais Trabalhadores Saúde humana Impactos dos ciclos de combustíveis de biomassa Estágio do ciclo de combustível Prejuízo Receptores Categorias dos impactos Recolhimento e reciclagem do lixo Emissões no ar resultantes do transporte de cinzas Público Saúde humana, acidificação, mudança climática Acidentes rodoviários resultantes do uso de veículos Trabalhadores, público Saúde humana Demanda de mão-de-obra para operação de veículos Geração de empregos Uso de estradas Amenidades do meio rural (congestionamento e danos nas estradas, barulho) Aterro sanitário para cinzas Público Saúde humana (lixiviação de substâncias nocivas) Reciclagem de cinzas Saúde humana (lixiviação de substâncias nocivas) Comparação das emissões dos ciclos de combustíveis obtidos a partir de resíduos da cana e a partir de gás natural Produção (mg/kWh) Conversão (mg/kWh) Total (mg/kWh) Biomassa Gás natural Biomassa Gás natural Biomassa Gás natural NOx 21,1 28,8 213 787 234 816 SO2 0,442 16,9 5,56 0 6,01 16,9 Particulados 3,09 0 11,8 0 14,9 0 CO 8,36 9,72 556 393 563 403 NMHC (non-methane hydrocarbons) 3,68 11,9 0 11,0 3,68 22,9 CO2 1.355 2.700 0 392.870 1.355 395.570 O cultivo da cana-de-açúcar e o uso dos resíduos Cana-de-açúcar (Saccharum officinarum) → Origem no sudoeste da Ásia, Nova Guiné. Introduzida no Brasil pelos portugueses, em 1532, oficialmente por Martim Affonso de Souza. Cultivo iniciado no Nordeste, principalmente em Pernambuco e Bahia. Típico engenho de cana-de-açúcar do Brasil colonial. Depois de várias dificuldades, o Brasil passou a monopolizar a produção mundial de açúcar. As regiões produtoras, especialmente as cidades de Salvador e Olinda, prosperaram rapidamente. Para diminuir a dependência do açúcar brasileiro, os holandeses iniciaram a produção açucareira no Caribe, e mais tarde os próprios ingleses e franceses fizeram o mesmo em suas colônias, acabando com o monopólio do açúcar brasileiro. No século 18, iniciou-se a produção de açúcar de beterraba, o que terminou com a dependência da importação da Europa. A economia brasileira aprendeu a conviver com as constantes flutuações do mercado internacional do açúcar. COMPOSIÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR 1 tonelada de cana 12 litros de etanol do melaço 450 a 500 kg de vapor 280 kg de bagaço 140 kg de palha 105 – 130 kg de açúcar 85 – 90 litros de etanol ou Usinas: 71 kg de açúcar e 42 litros de etanol Processo agrícola Amostra de solo Monitorar as características químicas do solo, através de análises laboratoriais, visando a recomendação do uso de fertilizantes e corretivos nas áreas de implantação, reforma e soqueiras da cana-de-açúcar. Aplicação de corretivos Calcário: corrigir a acidez do solo e suprir a necessidade de cálcio e magnésio. Gesso: condicionar o subsolo a suprir a necessidade de cálcio e enxofre. Fosfato: Suprir a necessidade de fosfato. Aplicação de corretivos Gradagem pesada: Destruir plantas invasoras, incorporar ao solo restos culturais e descompactar camadas superficiais do solo. Gradagem intermediária: Complementação, corte e incorporação de restos culturais remanescentes da gradagem pesada. Subsolagem: Promove a descompactação do solo, favorecendo a capacidade de infiltração da água e o desenvolvimento do sistema radicular da cana-de-açúcar. Plantio Mecanizado Fitossanidade A cana-de-açúcar é atacada por cerca de 80 pragas, porém, pequeno número causa prejuízos a cultura. Dentre as principais pragas, destaca-se: Nematóides: São parasitas de plantas responsáveis por uma parcela significativa de perdas provocadas pela destruição do sistema radicular. Controlados com aplicação de nematicidas no solo, no momento do plantio. Cupins: Insetos de hábitos subterrâneos. Alimentam-se de matéria orgânica morta ou em decomposição e vegetais vivos. Controle realizado com aplicação de inseticida. Besouro Migdolus: Ataca e destrói o sistema radicular. Controle Mecânico: Destruição do canavial. Controle Químico: Aplicação de inseticidas. Controle Cultural: Uso de armadilhas com feromônio sintético. Fitossanidade Broca: As larvas penetram o colmo, perfurando-o na região nodal, cavam galerias onde permanecem até o estado adulto, mariposas. Os prejuízos decorrentes do ataque são: - Perda de peso; - Morte de algumasplantas; - Queda do colmo na região da galeria; - Redução na quantidade de caldo; - Podridão-fusarium e podridão vermelha. O controle mais eficiente é o biológico, através de inimigos naturais que são liberados no campo como Vespas (Cotesia flavipes). Tratos culturais: Aplicação de vinhaça Com elevados teores de potássio, água e outros nutrientes, é utilizada na irrigação para fertilizar o solo. Vinhaça • Resíduo pastoso e malcheiroso que sobra após a destilação fracionada do caldo de cana-de-açúcar (garapa) fermentado, para a obtenção do etanol (álcool etílico). • Para cada litro de álcool produzido, 12 litros de vinhaça são deixados como resíduo. • Usada na fertirrigação das usinas, visando maior produtividade agrícola e redução no uso de fertilizantes químicos. • Uso moderado para evitar problemas como salinização e contaminação do lençol freático. Aplicação de torta de filtro Muito rica em fósforo a torta é utilizada como adubo. Aplicação de Herbicida Cana pronta para a colheita Colheita Mecanizada Transporte e pesagem da cana https://www.youtube.com/watch?v=sF-dKH8HF9g https://www.youtube.com/watch?v=sF-dKH8HF9g O transporte, pesagem, descarga e armazenamento da cana Transporte rodoviário. A cana é carregada inteira quando a colheita é manual. A cana colhida mecanicamente é picada em pedaços de 20 a 25 cm. Pesagem na usina. A cana pode ser armazenada ou ser processada imediatamente. A cana picada não deve ser armazenada. O descarregamento é feito por meio de pontes rolantes, equipadas com garras hidráulicas ou guindastes do tipo Hillo. A extração do caldo de cana A mesa alimentadora recebe a cana e transfere para o conjunto de moagem: Desfibrador Picador Moendas As mesas possuem inclinação (5 a 45°): maior inclinação usa maior velocidade de operação e permite alimentação mais uniforme. A lavagem da cana é feita nas mesas de alimentação: • remove terra, pedras, pedregulhos, areia • melhora a qualidade do caldo • prolonga a vida útil do equipamento. O método convencional de lavagem é a base da água, mas com tendência ao uso de sistemas de limpeza a seco. A cana é formada basicamente de caldo e fibra. São dois processos mais usados para extração: 1. Moagem: processo volumétrico e consiste em extrair o caldo por compressão da cana entre dois rolos compressores, submetidos a uma determinada pressão e rotação. 2. Difusão: a separação é feita pela lavagem da sacarose absorvida ao colchão de cana (lixiviação). A moagem da cana Conjunto de 6 ternos para extração do caldo Moagem A embebição A sacarose é extraída por processo de lavagem repetitiva, passando por diluição para a solução de menor concentração. Visa reduzir a quantidade de água necessária por meio de operação de retorno do caldo diluído extraído. Ao final da operação faz-se a lavagem com água. O líquido obtido dessa lavagem, contendo alguma sacarose que se conseguiu extrair do bagaço, é usado na lavagem anterior por ser um pouco mais rico e, assim sucessivamente. Esse retorno pode ser efetuado de cinco a 20 vezes, dependendo do grau de esgotamento desejado. Eficiência maior do que moedas (98% x 96%) Extração de caldo por difusão Comparativo técnico entre moagem e difusão Comparativo técnico entre moagem e difusão Usinas em Operação Safra 2004/05: 347 • Usinas com difusor: 6 • Usinas com moenda: 341 Usinas em Operação Safra 2011: 455 • Usinas com difusor: 32 • Usinas com moenda: 423 Perfil dos sistemas de extração das usinas brasileiras ATUALMENTE: 444 plantas no Brasil (safra 2017/2018) A produção de açúcar Produção de açúcar: etapas do processo 1. Extração 2. Dosagem 3. Decantação 4. Evaporação 5. Cozimento e cristalização 6. Centrifugação 7. Secagem e estoque https://www.youtube.com/watch?v=SyKsFghMt40 Clarisina: MgO https://www.youtube.com/watch?v=SyKsFghMt40 Secagem do açúcar O açúcar que deixa as centrífugas possui umidade entre 0,5 a 2,0 % e T a 56-60°C. Secadora: cilindro metálico horizontal ou vertical em que passa, contracorrente, uma corrente de ar impelida por um ventilador. O açúcar deixa a secadora a T entre 35 e 40°C e umidade de 0,03 a 0,04%. Em seguida, é enviado para empacotamento, pesagem e armazenamento. A eficiência industrial total na produção de açúcar e etanol é, em média, de 88%. PRODUÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS DE CANA-DE-AÇUCAR ETAPAS NA PRODUÇÃO DE AÇUCARProdução de açúcar Atribui à ANP a fiscalização e a regulamentação do setor produtivo do etanol Produção de álcool: etapas do processo 1. Extração 2. Dosagem 3. Decantação 4. Fermentação 5. Separação 6. Destilação As etapas iniciais do processamento são as mesmas descritas no processo de produção de açúcar. Após o tratamento, o caldo passa pela pasteurização: • aquecimento e resfriamento rápidos. • O caldo quente passa por um trocador de calor em contracorrente com o caldo frio misturado. O caldo quente é resfriado e atinge T de 60°C. • Um resfriamento final para T de 30°C é realizado em trocador de calor quando a água, o fluído resfriador, passa contracorrente ao fluxo do caldo. Tratamento do álcool da cana para destilação Mosto: mistura de melaço e caldo de cana com uma concentração de sólidos de 17 a 22°Brix. Pode-se usar água para ajustar a escala de concentração Brix para facilitar a fermentação. A levedura, antes de retornar ao processo de fermentação, recebe um tratamento: • Diluição na água • Adição de H2SO4 até o pH de 2,5 ou menor. • Esse inóculo de levedura é misturado por um período de 1 a 3 horas antes de ser despejada nos tanques de fermentação. Preparo do mosto e da levedura para o processo de fermentação O açúcar é transformado em álcool. As reações ocorrem em tanques onde o mosto, inserido por um período de 3 a 6 horas, e a levedura acidificada são misturados numa proporção de 2:1. Fermentação https://www.youtube.com/watch?v=jhVKurXSTfY https://www.youtube.com/watch?v=jhVKurXSTfY Geração de energia COGERAÇÃO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES Conceito termodinâmico – cogeração é a produção de mais de uma forma de energia útil, a partir de um único energético num mesmo processo. Conceito empregado no setor elétrico- Res. ANEEL 235/2006 Art 3º inciso I – Cogeração: processo operado numa instalação específica para fins da produção combinada das utilidades calor e energia mecânica, esta geralmente convertida total ou parcialmente em energia elétrica, a partir da energia disponibilizada por uma fonte primária. Em 2016, as usinas entregaram ao sistema interligado nacional 7,5 mil GWh produzidos a partir da biomassa, superando em 10% a energia entregue ao mercado no mesmo período do ano anterior (6,7 mil GWh). Figura 1. Diagrama padrão de um sistema de cogeração utilizado pelas indústrias de cana. A indústria da cana-de-açúcar como produtora de energia
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