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BIOCOMBUSTÍVEIS-BIOMASSA-E-BIOGÁS-2

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1 
 
 
BIOCOMBUSTÍVEIS, BIOMASSA E BIOGÁS 
1 
 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 
INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3 
A UTILIZAÇÃO DOS BIOCOMBUSTÍVEIS COMO ALTERNATIVA PARA 
OS COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS .......................................................................... 4 
PERSPECTIVAS FUTURAS: DESAFIOS NA UTILIZAÇÃO DOS 
BIOCOUMBUSTÍVEIS...................................................................................... 10 
USO DA BIOMASSA COMO FONTE DE ENERGIA ............................. 11 
DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS BIOMASSAS DO BRASIL .................. 17 
Biomassa de origem Florestal ............................................................ 17 
Lenha e carvão vegetal .................................................................. 17 
Resíduos de madeira e Licor negro ................................................ 19 
Biomassa de origem Agrícola ............................................................ 20 
Cana-de-açúcar .............................................................................. 20 
Arroz ............................................................................................... 21 
Capim elefante................................................................................ 22 
Milho ............................................................................................... 22 
Soja ................................................................................................ 23 
CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO BIOGÁS ....................... 24 
Principais Formas de Obtenção de Biogás....................................... 25 
Biogás proveniente do tratamento de efluentes........................ 26 
Biogás proveniente de aterro sanitário ...................................... 27 
APROVEITAMENTO DO BIOGÁS ........................................................ 28 
Geração de energia elétrica e térmica ............................................... 29 
Uso veicular ....................................................................................... 29 
REFERENCIAS ..................................................................................... 31 
 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
3 
 
 
INTRODUÇÃO 
A utilização das energias renováveis é considerada atualmente como uma 
das alternativas mais eficientes para atingir o desenvolvimento sustentável, 
principalmente em países em desenvolvimento. De acordo com o documento 
Our Commum Future, elaborado pela Comissão Mundial sobre o 
Meio Ambiente e Desenvolvimento, lançado pela Organização das Nações 
Unidas (ONU) em 1987, o “desenvolvimento sustentável é aquele que 
satisfaz as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das 
gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades” (BELLEN 
2003). Assim, aumentar a utilização de energias sustentáveis na matriz 
energética mundial irá permitir uma melhor segurança no fornecimento de 
energia em escala global, prolongando a existência de reservas de combustíveis 
fósseis, tal como o petróleo, além de enfrentar ameaças decorrentes 
das alterações climáticas. E, apesar de grande parte dessas tecnologias 
estarem em desenvolvimento comercial, algumas, já estão bem estabelecidas, 
como por exemplo, a utilização do etanol proveniente da cana-de-açúcar no 
Brasil (GOLDEMBERG 2009). 
A energia é um insumo indispensável no desenvolvimento econômico e a 
sua necessidade aumenta continuamente devido ao aumento da 
população e da industrialização. Desde a revolução industrial, quando o 
carvão mineral substituiu a lenha como principal fonte energética, as energias 
fósseis se tornaram vetores centrais da industrialização. Atualmente, as 
principais fontes geradoras de energia são provenientes do petróleo, do gás 
natural, do carvão, além da energia hídrica e nuclear. Porém, dentre as 
desvantagens na utilização do petróleo, por exemplo, está a sua contribuição na 
poluição atmosférica devido à liberação dos gases de efeito estufa, além de 
outros contaminantes, tais como NOx, SOx, CO, matéria particulada e compostos 
orgânicos voláteis. A necessidade de se adequar às normas e as pressões por 
uma qualidade ambiental mais equilibrada têm levado a indústria a adotar 
medidas para reduzir o impacto de suas atividades. Algumas empresas 
começaram a se preocupar não apenas com o impacto provocado por suas 
4 
 
 
plantas industriais, mas também com o impacto ambiental provocado ao longo 
de todo o ciclo de vida dos seus processos e produtos. 
A utilização da energia oriunda de fontes renováveis tem sido apontada 
como uma grande opção que poderia contribuir para o desenvolvimento 
sustentável nas áreas ambiental, social e econômica. Óleos vegetais já foram 
testados e utilizados como combustíveis nos motores do ciclo diesel antes 
mesmo do diesel de petróleo. No entanto, por razões tanto econômicas quanto 
técnicas, estes deram lugar ao diesel de petróleo. O baixo preço e a oferta 
dos derivados de petróleo, na época, influenciaram decisivamente na escolha 
pelo diesel mineral. 
Diante das problemáticas ambientais envolvidas na utilização dos 
combustíveis fósseis, busca-se nesse trabalho refletir sobre a necessidade de 
mudanças a respeito dos processos de produção de energia que permitam um 
crescimento econômico mais sustentável, verificando o cenário energético 
brasileiro em relação à utilização de combustíveis poluentes e a atual alternativa 
dos biocombustíveis. 
A UTILIZAÇÃO DOS BIOCOMBUSTÍVEIS COMO 
ALTERNATIVA PARA OS COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS 
Há mais de cem anos, Rudolph Diesel projetou o motor a diesel original, 
para funcionar com óleo vegetal extraído do amendoim (MA & HANNA 1999). 
No entanto, na época, a utilização de combustíveis com base em óleos vegetais 
não era aceitável, pois eles eram mais caros do que os combustíveis derivados 
do petróleo. Atualmente, porém, com os aumentos nos preços do petróleo e as 
incertezas em relação a sua disponibilidade, trazem novamente o interesse nas 
fontes renováveis para a produção de combustíveis. 
A utilização dos biocombustíveis se torna interessante por apresentar 
vantagens tais como: substituição do óleo diesel em caldeiras e motores de 
combustão interna sem grandes ajustes, as emissões de sulfato são 
consideradas quase zero, além de emitir somente pequenos montantes de CO2 
5 
 
 
na atmosfera, principalmente quando se observa todo ciclo de vida do petróleo, 
que inclui o cultivo, a produção e a conversão em biodiesel (BOZBAS 2005). 
A demanda mundial por combustíveisrenováveis tem se expandido de 
forma rápida nos últimos anos e deverá acelerar ainda mais em um futuro 
próximo. Isso se deve à combinação de diversos fatores: 
 necessidade de redução da dependência de derivados de petróleo nas 
matrizes energéticas nacionais e mundiais; 
 incentivo à agricultura e às indústrias locais; 
 desenvolvimento de estratégias para a redução e/ ou limitação do 
volume de emissões de gases causadores do efeito estufa. 
O etanol, que é produzido em diversos países, não apenas como 
combustível, mas como o principal componente das bebidas alcoólicas, é 
empregado na mistura com a gasolina, sendo comum adicionar E10 (10% de 
etanol em 90% de gasolina). Juntos, Brasil e Estados Unidos produzem cerca de 
90% de todo o etanol do mundo. Com base na cultura do milho, os Estados 
Unidos, produz aproximadamente 75% do etanol de seu país, seguido pelo 
Brasil, onde a cultura da cana de açúcar se repete sendo o estado de São 
Paulo o maior produtor (58%), seguido pelos estados do Paraná, Minas 
Gerais, Alagoas e Pernambuco. A Índia segue sendo o maior produtor de cana 
de açúcar do mundo, mas sua utilização como biocombustível ainda é pequena 
se contrastada com a produção brasileira (MASIEIRO & LOPES, 2008) (Fig. 1). 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
Figura 1: Principais produtores de etanol em bilhões de litros em 2005. 
Fonte: MASIEIRO & LOPES 2008. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Brasil ocupa local de destaque no desenvolvimento e uso de fontes 
renováveis de energia, por causa da sua grande extensão territorial, clima e 
várias alternativas. Os processos de desenvolvimento econômico somam-se às 
pressões para a busca de energias que possam substituir o petróleo e, assim, 
os biocombustíveis na forma de etanol e de biodiesel vêm despertando o 
interesse de todos os agentes econômicos (MASIEIRO & LOPES, 2008). 
A utilização de biocombustível oriundo da gordura animal e de outros óleos 
vegetais também vem sendo utilizados no Brasil e a seguir, são mostrados 
alguns exemplos de sua efetividade. 
Na pesquisa de GOMES e colaboradores (2008), é discutida a produção 
do biodiesel a partir do óleo de frango. Segundo os autores, a produção brasileira 
7 
 
 
de carne de frango está concentrada na região sul, e representa 55,81% da 
produção, tendo o Estado do Paraná uma posição de destaque, representando 
27% da produção brasileira. 
Os óleos e gorduras, vegetais ou animais, são chamados triglicerídeos, 
produtos naturais da reação do propanotriol (glicerol) com ácidos graxos, cujas 
cadeias têm de 12 a 22 átomos de carbono e peso molecular três vezes maiores 
que o óleo diesel. Os ésteres são provenientes da reação de condensação de 
um ácido carboxílico e um álcool, chamada de reação de esterificação, os quais 
apresentam peso molecular e propriedades físicas e químicas semelhantes ao 
óleo diesel (GOMES et al 2008). 
De maneira geral, as gorduras animais são geralmente classificadas como 
sebos, gorduras que apresentam estado sólido em temperatura ambiente, dada 
a sua composição percentual ser elevada em ácidos graxos saturados, 
principalmente o esteárico. As gorduras de frangos são classificadas como óleo 
de frango, por causa do baixo percentual de ácido esteárico, ficando próximas a 
óleos como o de soja, apresentando-se em estado líquido a temperatura 
ambiente, facilitando a reação de transesterificação (GOMES et al 2008). 
Os autores objetivaram em tal estudo, determinar o potencial de 
produção de biodiesel, a partir do óleo de frango, produzido nas cooperativas da 
região oeste do Estado do Paraná, caracterizando as propriedades físicas e 
químicas do óleo de frango; realizando ainda uma transesterificação em escala 
laboratorial, além de determinar o rendimento do processo em biodiesel e a 
avaliação do potencial de produção do óleo de frango. Ao testarem a 
eficiência do biocombustível, os autores concluíram que o mesmo apresentou 
um rendimento de até 95%, podendo atender 37,1% da quantidade total de 
biodiesel necessária no Estado. 
NETO e colaboradores (2000) também discutiram a utilização de óleos 
vegetais usados em frituras como combustível alternativo ao diesel convencional 
que foram testados no transporte coletivo da cidade de Curitiba, PR. Os óleos 
vegetais são produtos naturais constituídos por uma mistura de ésteres 
derivados do glicerol (triglicerídios), cujos ácidos graxos contêm cadeias de 8 a 
24 átomos de carbono com diferentes graus de insaturação (NETO et al 2000). 
8 
 
 
A utilização de biodiesel no transporte rodoviário pesado oferece 
grandes vantagens para o meio ambiente, principalmente em grandes centros 
urbanos, tendo em vista que a emissão de poluentes é menor que a do óleo 
diesel. Em seus estudos, os autores encontraram que a maior diferença foi 
verificada com relação à emissão de fumaça, cuja redução média foi 41,5%, 
medido em escala Bosch (Fig. 2): 
Figura 2: Emissão de fumaça em ônibus de transporte coletivo de Curitiba 
– PR, determinada em escala Bosch a partir da queima do diesel comercial e da 
mistura B20 contendo biodiesel (éster metílico) de óleo de frituras. Fonte: NETO 
et al 2000. 
 
9 
 
 
Os autores concluíram que os resultados foram bastante promissores. No 
entanto, para avaliar a real eficiência e viabilidade deste biocombustível 
alternativo, será necessária a realização de testes de longa duração para que se 
possam avaliar as consequências mecânicas que o biodiesel de óleo de fritura 
efetivamente acarreta em motores lacrados previamente aferidos (NETO et al 
2000). 
Não obstante, um dos principais efeitos causado pela expansão da 
produção de biocombustíveis é o avanço da fronteira agrícola sobre áreas de 
floresta nativa, como ocorre com a soja no Brasil, onde a fronteira agrícola está 
se expandindo para o bioma 
Amazônico levando a um aumento nas taxas de desmatamento. Em 
várias regiões, o etanol e o biodiesel continuam sendo mais caros que os 
combustíveis fósseis sendo subsidiados direta ou indiretamente para viabilizar 
sua produção. O emprego de óleo vegetal para produzir combustível diminuiria 
sua oferta no mercado de alimentos, podendo, portanto, ocorrer um aumento do 
preço do óleo vegetal alimentar, caso não haja, simultaneamente, oferta para 
atender à demanda do mercado de alimentos e de combustível (MENDES & 
COSTA 2009). 
Por sua vez, a pesquisa sobre o biodiesel extraído de algas é considerada 
a nova fronteira do setor. A expectativa em relação a esse biodiesel é enorme, 
pois as algas (i) absorvem o CO2; (ii) crescem de forma rápida e exponencial; 
(iii) são ricas em lipídios (óleo); (iv) podem ser cultivadas em piscinas ou lagoas 
abertas ou em fotobiorreatores; (v) podem apresentar grandes produtividades 
por hectare por necessitar relativamente de pouco espaço físico (terra), o 
que não ocorre com as culturas vegetais tradicionais; e (vi) não são utilizadas 
como alimento de uma forma geral (MENDES & COSTA 2009). 
No Brasil, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em 
parceria com a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (SEAP/PR), lançou 
em 2008, através do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e 
Tecnológico (CNPq), edital de pesquisa com o objetivo de selecionar projetos 
voltados para a aquicultura e uso de microalgas para a produção de biodiesel 
(FRANCO et al 2013). Dentre as propostas apresentadas, os temas abordavam, 
10 
 
 
dentre outros aspectos, desenvolvimento de técnicas de cultivo; maximização da 
produtividade em óleo; avaliação da viabilidade econômica do processo 
global, do cultivo à obtenção de biodiesel; processos mais econômicos e 
eficientes para a coleta da biomassa algal e a extração da fração lipídica; 
avaliação das propriedades físico-químicas de biodiesel de microalgas e adoção 
de estratégias, visandogarantir com que atendam às especificações de 
qualidade definidas nas resoluções da Agência Nacional de Petróleo – ANP. 
O biocombustível oriundo de microalgas representa uma alternativa 
promissora para o futuro, no entanto, ainda há a necessidade de se reduzir os 
custos de produção para que essa fonte energética se torne economicamente 
viável aos combustíveis tradicionais. 
PERSPECTIVAS FUTURAS: DESAFIOS NA UTILIZAÇÃO 
DOS BIOCOUMBUSTÍVEIS 
O uso dos biocombustíveis no Brasil é relativamente recente e, 
naturalmente, existem ainda grandes desafios a serem superados. A 
demanda mundial por biocombustíveis deverá crescer a taxas elevadas, 
impulsionada pela conscientização da necessidade de deter o processo de 
aquecimento global, bem como pela preocupação de uma possível escassez de 
petróleo. Devido ao seu pioneirismo no setor, o país tem firmado parcerias de 
transferência de tecnologia e cooperação na produção e comercialização de 
biocombustíveis com vários países. No entanto, a oferta potencial de biodiesel, 
por exemplo, é muito superior à demanda, provocando, assim, um excesso de 
capacidade ociosa. Uma das grandes dificuldades do setor é a impossibilidade 
de exportar o produto nacional para os grandes consumidores internacionais. 
Isso impõe ao Brasil o desafio de insistir na discussão, em sua agenda externa, 
do fim das barreiras impostas pelos países europeus, sem as quais a produção 
de biodiesel nesses países não se viabilizaria. E ainda, há a necessidade de 
transformar o biocombustível em commodity internacional que respeite todas as 
especificações impostas nos diversos mercados. De fato, o Brasil é uma nação 
com nível de desenvolvimento ainda insuficiente, ao qual se associam um baixo 
11 
 
 
consumo específico de energia, carência de infraestrutura energética e 
concentração do uso das riquezas naturais. 
A matriz energética brasileira é dependente do desenvolvimento 
econômico do país. Assim, é necessária uma política energética eficiente que 
reconheça que este é um fato fundamental e crescente, visto que parte do 
sistema energético foi privatizado e depende, portanto, de investimentos não-
governamentais. O licenciamento ambiental dos empreendimentos também deve 
ser obedecido, pois é possível mitigar muitos dos impactos, com políticas 
corretas e, prévio e transparente estudo de impacto ambiental. Não se podem 
deixar de lado aspectos de segurança no fornecimento, criação de empregos e 
de sustentabilidade ambiental. 
A questão dos biocombustíveis também se torna delicada pelo fato de 
que não se pode simplesmente afirmar que devemos substituir totalmente o 
petróleo pelo etanol e o biodiesel, pois existem frações valiosas do petróleo 
que não podem ser atualmente substituídas pelo uso de biocombustíveis de 
maneira economicamente viável. As áreas de energia, meio ambiente e, 
principalmente, economia, estão em constante mutação, e novas ideias, 
propostas e soluções são apresentadas a cada dia. 
No entanto, os efeitos causados pela utilização dos combustíveis fósseis 
ao meio ambiente no decorrer dos séculos, são extremamente visíveis e 
preocupantes, de modo que se torna necessário encontrarmos maneiras 
coordenadas de mitigar e minimizar tais impactos. E os esforços para tal feito, 
devem partir das esferas econômicas, ambientais e sociais. 
USO DA BIOMASSA COMO FONTE DE ENERGIA 
O desenvolvimento da civilização está atrelado ao consumo de energia 
exercido pelo homem. Desde os primórdios, quando o homem descobriu o fogo 
e começou a utilizar sua energia para cocção de alimentos e outros fins, esta 
energia tem sido obtida através de atividades extrativistas, aproveitando-se 
assim dos recursos da natureza. Este processo era realizado sem quaisquer 
preocupações com os impactos que poderiam advir de sua execução, pois se 
12 
 
 
acreditava que os recursos naturais e os combustíveis fósseis foram fontes 
abundantes de energia, sem previsão de esgotamento. 
Contudo, desde a metade do século XX este cenário está em 
transformação. A evolução dos processos industriais e o desenvolvimento da 
sociedade acarretam em um aumento sistemático da demanda de energia e, 
devido a este fato, a comunidade mundial começou a perceber os impactos de 
um consumo descontrolado destes recursos. Foi constatado que a grande 
maioria dos insumos energéticos utilizados na produção de energia em grande 
escala possui reservas finitas. Estes aumentos de demanda agregados às 
limitações das reservas fizeram com que as perspectivas de duração das fontes 
de energia predominantes se tornassem reduzidas. 
Outra ação que mudou consideravelmente o cenário de produção de 
energia ocorreu ao final do século XX com a implantação de legislações 
ambientais em diversos países. A preocupação em se preservar o meio ambiente 
para as gerações futuras, discutindo-se questões tais como o aquecimento 
global e as emissões de carbono, passou a ser um tópico de destaque em 
qualquer projeto de geração de energia. 
Além dos aspectos quantitativos e ambientais existem também fatores 
econômicos que impactam diretamente no setor energético, com foco na 
indústria de petróleo. Após a Segunda Grande Guerra, em 1945, surgem sinais 
iniciais da importância geoestratégica do petróleo com as primeiras ameaças de 
embargo petrolífero realizadas pelos países árabes aos Estados Unidos. Desde 
este período até os dias atuais já ocorreram cinco crises relacionadas a produção 
/ consumo de petróleo (1956, 1973, 1979, 1991 e 2008), revelando ao mundo as 
consequências econômicas da grande dependência de uma única fonte de 
energia. 
Em vista dos fatos apresentados se faz necessário a busca de alternativas 
energéticas sustentáveis visando atender a demanda crescente de energia no 
âmbito mundial. Muitas alternativas surgiram como solução deste problema, 
dando-se destaque a energia solar, a energia eólica, a energia atômica e a 
energia proveniente das biomassas. Todas as alternativas citadas possuem 
vantagens e desvantagens que devem ser levadas em consideração. Por este 
13 
 
 
motivo, até o momento, nenhuma das opções despontou como a melhor 
alternativa, mas cada uma deve ser analisada, verificando-se a melhor relação 
custo-benefício para cada aplicação. 
 
14 
 
 
Tabela 1 – Classe de combustíveis utilizados no Brasil para geração de 
energia elétrica - Operação. 
Combustível 
Quantidade de 
empreendimentos 
Potência (kW) % 
Biomassa 429 8.990.493 28,79 
Fóssil 1045 20.753.350 66,46 
Outros 36 1.485.270 4,76 
Total 1510 31.229.113 100 
Fonte: ANEEL:BIG, 2012 – Acesso em 19/01/2012. 
Do ponto de vista energético a biomassa é toda matéria orgânica, seja de 
origem animal ou vegetal, que pode ser utilizada na produção de energia 
(ANEEL, 2002). A mesma sempre esteve presente como fonte de energia na 
história da civilização, inicialmente na forma de lenha ou carvão e, a partir de 
meados do século XX, outras formas de utilização da biomassa ganharam 
ênfase. A utilização da biomassa tem como grandes vantagens, seu 
aproveitamento direto por meio da combustão em fornos e caldeiras e também 
a redução de impactos socioambientais. Como desvantagens, seu 
aproveitamento apresenta eficiência reduzida, contudo estão sendo pesquisados 
aperfeiçoamentos das tecnologias de conversão. 
Por ser considerada uma fonte energética limpa e renovável, o interesse 
na utilização de biomassa ganhou espaço no mercado de energia, passando a 
ser considerada uma boa alternativa para a diversificação da matriz energética 
mundial e consequente redução da dependência dos combustíveis fósseis, 
conforme se pode observar nos dados apresentados na Tabela 1 e na Figura 3. 
Por este motivo os investimentos e incentivos do setor público e do setor privado 
de diversos países na produção de energia utilizando a biomassa têm 
aumentado consideravelmente nos últimos anos. 
 
15Figura 3 – Participação das diversas fontes de energia no consumo (1973 e 2006). 
Fonte: IEA, 2008. 
A biomassa, quando utilizada para fins energéticos, é classificada em três 
categorias: florestal, agrícola e rejeitos urbanos, onde, na biomassa energética 
agrícola, estão incluídas as culturas agro energéticas e os resíduos e 
subprodutos das atividades agrícolas, agroindustriais e da produção animal. O 
potencial energético de cada um desses grupos depende tanto da matéria-prima 
utilizada quanto da tecnologia utilizada no processamento para obtê-los. 
Existem diversas rotas tecnológicas para a utilização da biomassa com a 
finalidade de se produzir energia elétrica, contudo, todas envolvem a 
transformação da biomassa, por meio de processos termoquímicos, bioquímicos 
e físico-químicos, em um produto intermediário, que por fim, será usado na 
geração de eletricidade. Para cada cenário deve ser observado a viabilidade 
técnica e econômica de cada tipo de biomassa e da tecnologia a ser empregada 
visando a otimização dos resultados. 
A matriz energética brasileira, considerando-se os empreendimentos em 
operação, segundo o BIG 2012, está atualmente dividida conforme apresentado 
na Tabela 2. 
 
16 
 
 
Tabela 2 – Matriz de energia elétrica do Brasil: empreendimentos em 
operação. 
Empreendimentos em Operação 
 
Tipo 
Capacidade Instalada 
% 
Total 
% N.° de 
Usinas 
(kW) 
N.° de 
Usinas 
(kW) 
Hidráulica - 966 82.318.681 65,76 966 82.318.681 65,76 
Gás 
Natural 102 11.424.053 9,13 
140 13.213.236 10,56 
Processo 38 1.789.183 1,43 
 
 
Petróleo 
Óleo 
Diesel 
891 3.942.036 3,15 
 
 
923 
 
 
7.074.243 
 
 
5,65 
Óleo 
Residual 
32 3.132.207 2,50 
 
 
 
 
 
Biomassa 
Bagaço 
de Cana 
347 7.263.608 5,80 
 
 
 
 
 
427 
 
 
 
 
 
8.986.143 
 
 
 
 
 
7,18 
Licor 
Negro 
14 1.245.198 0,99 
Madeira 42 373.827 0,30 
Biogás 16 70.902 0,06 
Casca de 
Arroz 
8 32.608 0,03 
Nuclear - 2 2.007.000 1,60 2 2.007.000 1,60 
Carvão Mineral 
Carvão 
Mineral 
10 1.944.054 1,55 10 1.944.054 1,55 
Eólica - 72 1.452.792 1,16 72 1.452.792 1,16 
 
 
Importação 
Paraguai 5.650.000 5,46 
 
- 
 
 
8.170.000 
 
 
6,53 
Argentina 2.250.000 2,17 
Venezuela 200.000 0,19 
Uruguai 70.000 0,07 
Total 2.548 125.171.587 100 2.548 125.171.587 100 
Fonte: ANEEL:BIG, 2012 – Acesso em 19/01/2012 
A Tabela 3 apresenta uma visão mais detalhada das biomassas 
utilizadas nas usinas em operação no Brasil. 
Tabela 3 – Detalhamento do uso da biomassa para geração de energia 
elétrica no mercado brasileiro - Operação. 
17 
 
 
Combustível 
Quantidade de 
empreendimentos 
Potência (kW) % 
Licor negro 14 1.245.198 13,85 
Resíduos de madeira 37 316.927 3,53 
Capim elefante 2 31.700 0,35 
Biogás 16 70.902 0,79 
Bagaço de cana-de-açúcar 347 7.263.608 80,79 
Óleo de palmiste 2 4.350 0,05 
Carvão vegetal 3 25.200 0,28 
Casca de arroz 8 32.608 0,36 
Fonte: ANEEL:BIG, 2012 – Acesso em 19/01/2012 
DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS BIOMASSAS DO BRASIL 
Biomassa de origem Florestal 
A biomassa energética florestal é definida como produtos e subprodutos 
dos recursos florestais que incluem basicamente biomassa lenhosa, produzida 
de forma sustentável a partir de florestas cultivadas ou de florestas nativas, 
obtida por desflorestamento de floresta nativa para abertura de áreas para 
agropecuária, ou ainda originada em atividades que processam ou utilizam a 
madeira para fins não energéticos, destacando-se a indústria de papel e 
celulose, indústria moveleira, serrarias etc. O conteúdo energético desta classe 
de biomassa está associado à celulose e lignina contidas na matéria e ao baixo 
teor de umidade. Seu aproveitamento no uso final energético se realiza, 
principalmente, através das rotas tecnológicas de transformação termoquímica 
mais simples, como combustão direta e carbonização, mas rotas mais 
complexas também são empregadas para a produção de combustíveis líquidos 
e gasosos, como metanol, etanol, gases de síntese, licor negro (um subproduto 
da indústria de celulose), entre outros (ANEEL:EPE, 2007). 
Lenha e carvão vegetal 
A lenha é definida como ramos, troncos, achas (tora de lenha, cavaca) de 
madeira tosca ou quaisquer pedaços de madeira que podem ser utilizados como 
combustível. No Brasil, ela participa com cerca de 10% da produção de energia 
18 
 
 
primária e continua tendo grande importância na matriz energética do país. Em 
relação a sua composição a lenha possui de 41% a 49% de celulose, de 15% a 
27% de hemicelulose e de 18% a 24% de lignina e seu poder calorífico inferior 
médio é de 3100 Kcal/Kg. 
A produção de lenha pode ser dividida em dois segmentos: a lenha catada 
e a lenha produzida para fins comerciais. A lenha catada proveniente de matas 
nativas parecia uma fonte inesgotável desta biomassa, contudo a forma 
predatória com que a mesma foi explorada causou problemas críticos em 
diversas regiões do país. Várias regiões onde existiam abundantes coberturas 
florestais passaram a conviver com a degradação do solo, a alteração no regime 
das chuvas e consequente desertificação. 
Na produção de lenha para fins comerciais, principalmente nas serrarias 
e indústrias de móveis, a lenha proveniente das matas nativas é substituída pela 
lenha de reflorestamento, sendo o eucalipto a principal árvore cultivada para este 
fim. Após a utilização da lenha nas fábricas são gerados resíduos industriais 
como pontas de toras, costaneiras e serragem de diferentes tamanhos e 
densidade. Tais resíduos podem ter um aproveitamento energético. 
Para a lenha catada, de uso residencial, é considerada uma densidade 
com valor médio de 300 Kg/m³ e, para a lenha comercial, a densidade de 390 
Kg/m³ (BEN, 2011). 
No Brasil em 2010, cerca de 33% da lenha produzida foi transformada em 
carvão vegetal. Esta transformação é realizada através dos processos 
conhecidos como carbonização, que consiste na queima da lenha com presença 
controlada de ar, ou pelo processo de pirólise, onde a lenha é submetida a altas 
temperaturas em um ambiente com pouquíssima ou nenhuma quantidade de 
oxigênio. O poder calorífico inferior do carvão vegetal é de 6460 Kcal/Kg e sua 
densidade média é de 250 Kg/m³. 
Em relação a sua composição têm-se de 20% a 35% de material volátil, 
de 65% a 80% de carbono fixo e de 1% a 3% as cinzas (material inorgânico). 
O Brasil é o maior produtor mundial deste insumo energético, sendo o 
setor industrial, liderado pelas indústrias de ferro-gusa, aço e ferro-ligas, o maior 
19 
 
 
consumidor do carvão vegetal utilizando 85% da produção nacional. O setor 
residencial consome cerca de 9% e o setor comercial fica com 1,5% da produção 
de carvão vegetal. 
Resíduos de madeira e Licor negro 
O Brasil possui alto potencial florestal devido às suas grandes extensões 
de terra que possibilitam um alto volume de produção de madeira. A cadeia 
produtiva da madeira gera uma grande quantidade de resíduos se 
considerarmos os processos de transformação primário, secundário e terciário 
que, se não tratados adequadamente, podem gerar diversos problemas 
ambientais. Estes resíduos são constituídos pelo material florestal orgânico que 
sobra na floresta após a colheita, sobras de madeira, com ou sem casca, galhos 
grossos e finos, fuste, casca, copa, touça e raízes. 
As árvores mais utilizadas em florestas de reflorestamento são o pinus e 
o eucalipto. O pinus é do gênero de plantas da família pinaceae e são árvores 
perenes presentes principalmente em climas temperados. Seus resíduos 
possuem poder calorífico inferior de 4174 Kcal/Kg e densidade de 350 Kg/m³. Já 
o eucalipto é a designação vulgar das várias espécies vegetais do gênero 
Eucalyptus, pertencente à família das mirtáceas, que compreende outros 130 
gêneros. Seus resíduos possuem poder calorífico inferior de 4024 Kcal/Kg e 
densidade de 374 Kg/m³. Tanto os valores citados para o eucalipto quanto para 
o pinus consideramum teor de umidade em torno de 25%. O eucalipto é 
responsável por 81,6% da área total com florestas plantadas e o pinus é 
responsável por 17,2%, ficando 1,2% da área plantada para outros gêneros. 
Outro derivado da madeira que é bastante utilizado como combustível 
para a geração de energia elétrica é o licor negro. O licor negro, também 
conhecido como lixívia negra, é um resíduo líquido proveniente do digestor após 
o processo de cozimento da madeira. É uma mistura complexa que contém 
grande número de substâncias orgânicas dissolvidas da madeira junto a seus 
componentes inorgânicos. Seu poder calorífico inferior é da ordem de 2860 
Kcal/Kg de licor. 
Na indústria de produção de papel a matéria prima é a polpa da madeira 
que é obtida através de processos mecânicos e químicos da madeira bruta 
20 
 
 
separando-a em lignina, celulose e hemicelulose (componentes da madeira). Os 
processos mecânicos trituram a madeira, separando assim apenas a 
hemicelulose que é uma polpa de menor qualidade, de fibras curtas e de cor 
amarelada. O processo químico na indústria de papel mais difundido no Brasil é 
o Kraft, onde uma solução de hidróxido de sódio / sulfito de sódio, conhecido 
como licor branco, é adicionada para separar a celulose da matéria prima 
lenhosa, etapa essa conhecida como digestão. Nesta operação, mais da metade 
da madeira se solubiliza, saindo junto com os produtos químicos na forma de 
uma lixívia escura, o licor negro. 
No Brasil, a produção total de licor negro no ano de 2010 foi de 21.247.000 
toneladas, sendo 4.796.000 toneladas (22,6%) aplicadas em transformação 
(geração de energia elétrica). Este quantitativo equivale a 1,37 milhões de tep e 
15,95 TWh, incluindo os empreendimentos cadastrados no BIG. 
Biomassa de origem Agrícola 
A biomassa energética agrícola é definida como os produtos e 
subprodutos provenientes das plantações não florestais, tipicamente originados 
de colheitas anuais, cujas culturas são selecionadas segundo as propriedades 
de teores de amido, celulose, carboidratos e lipídios, contidos na matéria, em 
função da rota tecnológica a que se destina. As culturas agro energéticas utilizam 
principalmente rotas tecnológicas de transformações biológicas e físico-
químicas, como fermentação, hidrólise e esterificação, empregadas para a 
produção de combustíveis líquidos, como o etanol, o biodiesel e óleos vegetais 
diversos. Integram estas culturas a cana de açúcar, o milho, o trigo, a beterraba, 
a soja, o amendoim, o girassol, a mamona e o dendê, existindo uma grande 
variedade de oleaginosas a serem exploradas. Abaixo estão descritas as 
biomassas agrícolas com maior destaque no cenário brasileiro. 
Cana-de-açúcar 
Cana de açúcar é uma gramínea com uma haste fibrosa espessa, 
crescendo até 6 metros de altura. As variedades comerciais de cana de açúcar 
são híbridos complexos de várias espécies dentro do gênero Saccharum. A 
espécie mais conhecida é Saccharum officinarum. 
21 
 
 
A planta de cana é constituída por quatro partes principais, que são: 
raízes, talho (fruto agrícola), folhas e flores. O talho é constituído no seu interior 
por um tecido esponjoso muito rico em sumo açucarado que pode ser extraído 
de diversas maneiras. O conteúdo calórico da cana-de-açúcar, considerando 
todos os seus componentes (sacarose, fibras, água e outros) é de, 
aproximadamente, 1060 Kcal/Kg. Para o bagaço de cana o poder calorífico 
inferior é de 2130 Kcal/Kg, considerando o bagaço com 50% de umidade. O 
poder calorífico inferior das pontas e folhas (palha) da cana-de-açúcar é de 
3105 Kcal/Kg, também considerando 50% de umidade. 
A cana de açúcar é constituída por fibra e sumo onde o sumo é composto 
por água, sólidos solúveis ou brix. O brix é um composto de sacarose mais 
açúcares redutores e sais, sendo estes dois últimos considerados impurezas. 
Em outras palavras a cana de açúcar, considerando a matéria seca a 30%, tem 
a seguinte composição: 70% de umidade, 14,7% de fibras, 13% de açúcares e 
2,3% de não- açúcares. 
Arroz 
O arroz é uma gramínea anual que tipicamente cresce até 1 – 1,8 metros 
de altura. A principal espécie de arroz cultivada é a oryza sativa, uma das 23 
espécies do gênero. As plantas desde gênero são tolerantes a condições 
desérticas, quentes, úmidas, alagadas, secas e frias, e crescem em solos 
salinos, alcalinos e ácidos. 
A palha de arroz (0,38 tonelada para cada tonelada de arroz colhido) é 
definida como o resíduo que permanece no campo após a etapa de colheita. Já 
a casca de arroz (22% do peso total do arroz com casca) é o resíduo gerado 
após o processamento industrial do arroz bruto. 
O poder calorífico inferior da palha e da casca são, respectivamente de 
3821 Kcal/Kg e 3200 Kcal/Kg. 
A cultura do arroz é muito exigente em relação a umidade do solo, contudo 
pode ser desenvolvida sob diversas condições climáticas. Para que a plantação 
seja bem sucedida dois fatores são de suma importância: água em abundância 
para que seja mantida a temperatura ambiente dentro da faixa adequada e, nos 
sistemas tradicionais, mão-de-obra intensiva. 
22 
 
 
Em torno de 15% das cascas de arroz residuais do processo industrial são 
utilizadas na fase de secagem do próprio processo, sendo que os outros 85%, 
assim como os resíduos de palha de arroz gerados no plantio, não possuem 
outro tipo de reaproveitamento. 
Capim elefante 
O capim elefante é uma gramínea perene com altura entre três e cinco 
metros. Foi trazida da África para servir de pastagem e é utilizada principalmente 
na criação de gado de corte e leiteiro. Suas principais características são: possui 
crescimento rápido, tolera solos pobres de nutrientes e gera uma quantidade 
maior de biomassa por área. Seu poder calorífico inferior é de 3441 Kcal/Kg (25% 
de água). 
O capim-elefante pode ser colhido seis meses após o seu plantio e 
permite de dois a quatro colheitas por ano, o que possibilita fornecimento de 
biomassa durante todo o ano. O potencial energético do capim-elefante pode ser 
descrito com a relação de 45 toneladas/ha/ano de biomassa seca 
(MAZZARELLA, IPT) que podem virar energia. Além disso, a cultura do capim-
elefante é altamente eficiente na fixação de CO2 atmosférico durante o processo 
de fotossíntese para a produção da biomassa vegetal, contribuindo para a 
redução do efeito estufa. 
A transformação do capim-elefante em energia consiste em sua colheita 
mecanizada e posterior secagem. Em uma próxima etapa, o mesmo segue 
através de uma esteira para uma máquina onde as folhas são picadas em 
pequenos pedaços e onde é retirado o restante da umidade. Em seguida, estes 
pedaços são depositados em uma caldeira em que serão queimados e 
transformados em energia térmica. 
Milho 
O milho é uma gramínea anual originária da América Central. Possui 
tipicamente de dois a três metros de altura e não possui sabugo no topo da haste. 
O milho possui flores masculinas e femininas separadas, em que as flores 
masculinas emergem como a franja no topo da haste depois que todas as folhas 
se formaram. Já as flores femininas se encontram na base das folhas, no meio 
da haste. Após a polinização, o grupo de flores femininas forma as espigas. 
23 
 
 
Como impactos ambientais do cultivo do milho podem ser citados o uso 
intensivo de agroquímicos causando o surgimento de resistência em ervas 
daninhas, assim como de pragas e doenças, uso excessivo de água para 
irrigação, erosão do solo e degradação do mesmo, contaminação da água por 
escoamento e lixiviação de agroquímicos, perda de habitats e efeitos sobre a 
biodiversidade e a disseminação de pólen de lavouras geneticamente 
modificadas. 
No processo de colheita do milho a utilização de máquinas é fundamental 
e aplicado praticamente à totalidade da produção. O milho é colhido e a própria 
máquina faz o beneficiamento do grão, retirando o caule, folhas, palha e sabugo, 
tendo como resultado o grão de milholimpo. Os grãos são depositados na 
própria máquina e os resíduos são despejados na lavoura, pela parte de trás da 
máquina. Essa é uma grande desvantagem, pois todos os resíduos do milho, 
chamados de palhada, ficam distribuídos por toda a área plantada, dispersos no 
ambiente. Este fato ocorre em toda produção a granel de milho no Brasil, o que 
praticamente inviabiliza a utilização da palhada na geração de energia elétrica 
devido aos altos custos para juntar e transportar estes resíduos. O poder 
calorífico da palhada de milho é de 4227 Kcal/Kg. 
Soja 
A soja é um grão rico em proteínas e pertence à família fabaceae 
(leguminosa), assim como o feijão, a lentilha e a ervilha. O poder calorífico da 
palha de soja é de 3487 Kcal/Kg. 
Na produção de soja as exigências térmicas e hídricas são altas, 
destacando- se as fases mais críticas que são a floração e a do enchimento dos 
grãos. Apesar destes fatos, a soja suporta bem a escassez de água na fase 
vegetativa e, no estágio de maturação e colheita, tolera excesso de umidade. 
 
24 
 
 
Tabela 4 – Informações técnicas da cultura de soja. 
Item Dado 
Ciclo 105 a 135 dias 
Teor de óleo no grão 20% 
Teor de farelo 72% a 79% 
Produtividade média (grão) 2800 Kg/ha 
Rendimento em óleo 560 Kg/ha 
Fonte: MAPA e SPAE, 2010 
O processamento dos grãos de soja não gera resíduo e, sendo assim, 
todos os resíduos da cultura de soja são provenientes do processo de colheita, 
ou seja, os grãos são colhidos e a palha (folhas, caule, talos e cascas) é retirada 
e descartada na lavoura. Assim como na cultura do milho, esta característica 
torna sua utilização muito custosa devido aos gastos com o recolhimento, 
compactação e transporte dos resíduos. 
CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO BIOGÁS 
O biogás é uma mistura gasosa composta principalmente de metano (CH
4
) 
e gás carbônico (CO
2
), derivada da atividade biológica durante a decomposição 
anaeróbia da matéria orgânica em diversos ambientes. A faixa de composição 
geral- mente encontrada do biogás em relação a outras misturas gasosas 
combustíveis, principalmente o Gás Natural (GNV) e o Gás de Síntese (SynGas) 
de processos de Gaseificação da Biomassa. 
O metano é um gás que tem um potencial de efeito estufa 21 vezes maior 
que o do dióxido de carbono, contribuindo, substancialmente, para o agrava- 
mento do efeito estufa e, consequentemente, do aquecimento global. O metano 
produzido no processo de digestão anaeróbica pode causar grande impacto 
ambiental se for liberado diretamente na atmosfera. Por isso, há a necessidade 
da sua queima ou aproveitamento energético, convertendo o CH
4 
para CO
2 
di- 
minuindo, assim, o impacto causado ao meio ambiente. Trata-se de um gás in- 
color, inodoro e altamente combustível. Sua combustão apresenta uma chama 
azul-lilás e, às vezes, com pequenas manchas vermelhas. Não produz fuligem e 
25 
 
 
seu índice de poluição atmosférico é inferior ao do butano, presente no gás de 
cozinha. 
O biogás pode ser utilizado como combustível em sistemas de conversão 
energética, entretanto requer um cuidado especial pela presença do H
2
S que é 
altamente corrosivo para a maioria dos equipamentos utilizados para a sua 
queima. Além disto, o Biogás apresenta uma composição significativa de CO
2 
que, pela presença do seu carbono oxidado, diminui o poder calorífico do gás. 
Assim, após a remoção ou limpeza do CO
2
, H
2
S e outras impurezas, o Biogás 
apresenta uma fração elevada de metano (>99%). Este Metano purificado ou 
Biometano, resultante da limpeza e concentração do biogás, apresenta PCI mais 
elevado sendo comparável ao gás natural (GNV) podendo ser utilizado em 
motores a combustão. A comparação do poder calorífico (PCI) do Metano com 
outros gases. 
Ao contrário do propano e butano, o metano é um gás leve e de menor 
densidade, ocupando um volume significativo e difícil liquefação, tornando 
oneroso seu transporte e armazenamento. O poder calorífico do biogás é variável 
situando-se na faixa de 22.500 a 25.000 kJ/m3 e o gás metano purificado com 
cerca de 35.800 kJ/m3. Isto significa um aproveitamento de 6,25 a 10 kWh/m3 
(SANTOS, 2000). 
Outro aspecto importante a ser considerado é a umidade presente no 
biogás, uma vez que tem influência direta no processo de combustão, afetando 
a temperatura de chama, limites de inflamabilidade, diminuição do poder 
calorífico e taxa ar-combustível do biogás. 
Principais Formas de Obtenção de Biogás 
A conversão de matéria orgânica em biogás pode ser observada em 
sistemas naturais ou então em reatores específicos também denominados de 
biodigestores. Como exemplo de sistemas de conversão em ambientes naturais 
podemos citar as áreas pantanosas com matéria orgânica, sedimentos em 
corpos d’água e áreas de aterro (subsolos). Podemos citar ainda os sistemas 
naturais representados pelo rúmen bovino e intestinos de animais superiores 
onde se desenvolvem os microrganismos encarregados de biodigestão 
26 
 
 
anaeróbia com geração de metano. A seguir são apresentadas as principais 
formas de obtenção de biogás. 
Biogás proveniente do tratamento de efluentes 
Dentre as diversas alternativas disponíveis para o tratamento de efluentes 
líquidos (esgoto sanitário, vinhaça, dejetos animais), destaca-se a digestão 
anaeróbia. Os digestores anaeróbios, ou biodigestores, são equipamentos 
utilizados para digestão de matérias orgânicas presentes nos efluentes líquidos, 
processo que permite a redução de seu potencial poluidor, além da recuperação 
da energia na forma de biogás (FISHER et al., 1979; Lucas Júnior, 1994). 
Os biodigestores constituem uma tecnologia bem antiga, já conhecida e 
praticada pelos chineses e indianos, os quais conceberam os biodigestores para 
tratamento de estercos animais. Inicialmente esta tecnologia foi utilizada com a 
finalidade de geração do biofertilizante e somente mais tarde verificou-se a 
possibilidade de geração e aproveitamento do biogás como combustível. 
A concepção dos biodigestores modelos indiano e chinês está ilustrada 
na Figura 4 (A,B). Tecnicamente não existe uma grande diferença entre 
biodigestores e reatores metanogênicos. Entretanto, é comum entre os 
pesquisadores da área da engenharia ambiental diferenciar estes tipos de 
reatores com base nos sistemas de carga orgânica e teores de sólidos. Os 
biodigestores trabalham com maior teor de sólidos (cargas orgânicas mais 
elevadas) e os reatores anaeróbios com menores teores de sólidos totais (5 a 
10%). 
27 
 
 
 
Figura 4: (A) Esquema de concepção de biodigestores modelo Indiano. (B) Modelo Chinês. 
Biogás proveniente de aterro sanitário 
O aterramento é uma das técnicas de processamento final de resíduos 
só- lidos urbanos (RSU) de modo a atenuar os seus impactos no meio 
ambiente. Essa técnica consiste, basicamente, na compactação dos RSU no solo, 
na forma de camadas que são periodicamente cobertas com terra ou outro 
material inerte. O objetivo principal do aterro sanitário é o de melhorar as 
condições sanitárias relacionadas aos descartes dos resíduos sólidos urbanos 
evitando os danos da sua degradação descontrolada. Os aterros podem ser 
divididos em diferentes tipos: 
 Aterro controlado: formação de camadas de resíduos sólidos 
urbanos, compactados e nivelado com terra mas sem a presença 
de qualquer tipo de impermeabilização do terreno. A melhor 
definição deste tipo de ater- ro seria “lixão controlado”. É uma 
solução adotada devido ao seu baixo custo mas, devido ao seu 
grande impacto ambiental, esta alternativa deve ser 
continuadamente desencorajada. 
 Aterro sanitário: formação de camadas de resíduos 
28 
 
 
compactados, que são sobrepostas acima do nível original do 
terreno resultando em confi- gurações típicas de “escada” ou de 
“troncos de pirâmide”, denominadas de taludes. O aterro sanitário 
deve contemplar a impermeabilização do terreno com material 
geotêxtil para evitar a infiltraçãode chorume no solo. Deve haver, 
também, sistema de extração do biogás e de chorume do interior 
do aterro. 
 Aterro em valas: o uso de trincheiras ou valas visa facilitar a 
operação do aterramento dos resíduos e a formação das células e 
camadas; assim sendo, tem-se o preenchimento total da 
trincheira, que deve devolver ao terreno a sua topografia inicial. 
Para se caracterizar como aterro sanitário, estes devem dispor de drenos 
de águas pluviais superficiais, poços de inspeção, sistemas de tratamento de 
percolados, monitoramento de aquíferos, estrutura de transbordo, mata ciliar e 
cobertura vegetal os resíduos Os resíduos sólidos depositados em camadas no 
aterro, iniciam a sua decomposição em ambiente anaeróbio, seguindo 
basicamente as etapas da digestão anaeróbia e metanização dos resíduos 
orgânicos (hidrólise, acidogênese, acetogênese e metanogênese). Neste 
ambiente deve estar previsto, na concepção do aterro, os drenos líquidos para o 
chorume gerado e os drenos gasosos para coleta do biogás produzido. A 
metanização dos resíduos orgânicos vai depender da composição gravimétrica 
dos resíduos, compactação dos resíduos, regime pluviométrico e da geometria 
do aterro. Os modelos de geração de biogás em aterros associam as fases de 
decomposição com o tempo em que elas se perpetuam ativas na massa de lixo, 
avaliando as gerações dos diversos gases que compõem o biogás originado nos 
aterros. 
APROVEITAMENTO DO BIOGÁS 
A emissão de biogás para a atmosfera provoca impactos negativos ao 
meio ambiente e a sociedade, na medida em que contribui para o agravamento 
do efeito estufa. 
29 
 
 
O aproveitamento energético do biogás, além de contribuir para a 
preservação do meio ambiente, também traz benefícios para a sociedade, pois 
promove a utilização de um recurso de baixo custo; colabora com a não 
dependência da fonte de energia fóssil; possibilita a geração descentralizada de 
energia; aumenta a oferta de energia; possibilita a geração local de empregos; 
colabora para a viabilidade econômica dos aterros sanitários, Estações de 
Tratamento de Esgotos (ETEs) e propriedades rurais; otimiza a utilização local de 
recursos e aumenta a viabilidade do saneamento básico no país, permitindo o 
desenvolvimento tecnológico de empresas de saneamento e energéticas. 
Os benefícios atribuídos ao uso do biogás estão vinculados ao tipo de 
aproveitamento a que ele será destinado. As duas principais alternativas para o 
aproveitamento energético do biogás são: conversão em energia elétrica e o 
aproveitamento térmico. Entretanto, o biogás também pode ser utilizado como 
combustível em veículos. 
Geração de energia elétrica e térmica 
O aproveitamento do biogás para geração de energia elétrica é feito pela 
sua queima e essa queima é mais proveitosa em uma máquina de combustão 
interna, como motor ciclo Otto e turbina a gás, que ainda dispõe calor residual 
que pode ser aproveitado como energia térmica. Pode-se citar também a 
utilização da queima do biogás em motores stirling de combustão externa. Outra 
possibilidade de gerar energia térmica é queimar o biogás diretamente em 
caldeiras e, também, em sistemas de cogeração. 
Uso veicular 
Para ser utilizado como combustível em veículos é necessário que o biogás 
atinja as especificações do gás natural. Para isso, o biogás deve passar por um 
rígido sistema de purificação para a remoção da umidade, H
2
S e CO
2 
presentes em 
sua composição. 
Após o processo de purificação o poder calorífico do biogás, agora 
também chamado de biometano, aumenta, fazendo com que aumente também 
a autonomia do veículo e a qualidade constante para uma combustão 
homogênea. 
30 
 
 
O biometano não provoca a corrosão devido a retirada de H
2
S, amônia e 
água. Além disso não contém partículas que podem causar danos ao motor. Isso 
significa que após a purificação o gás resultante para o uso veicular possui um 
conteúdo de metano superior a 95% em volume. 
 
31 
 
 
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