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Prévia do material em texto

2012
Análise FinAnceirA 
GerenciAl
Prof.ª Edna Ghiorzi Varela Parente
Prof.ª Arlete Regina Floriani
Prof. Valdecir Knuth
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof.ª Edna Ghiorzi Varela Parente
Prof.ª Arlete Regina Floriani
Prof. Valdecir Knuth
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
658.15
A228a Parente, Edna Ghiorzi Varela Parente
 Análise financeira gerencial / Edna Ghiorzi Varela Parente; Arlete 
 Regina Floriani e Valdecir Knuth. Indaial : Uniasselvi, 2012.
 
 288 p. : il 
 
 ISBN 978-85-7830- 582-6
 1. Administração financeira.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
III
ApresentAção
Caro acadêmico!
Analisar e interpretar as movimentações financeiras são desafios 
motivadores para os profissionais da área, pois cabe ao departamento 
financeiro das organizações uma série de atribuições relacionadas ao controle, 
monitoramento e gerenciamento dos recursos. Através de metodologias e 
conceitos que auxiliam a manter um equilíbrio entre os recebimentos e os 
desembolsos, procuram-se prever as possíveis ameaças ou oportunidades, 
em busca de auxiliar na tomada de decisões. 
O conhecimento sobre a funcionalidade do departamento financeiro 
nas organizações contribuirá para a avaliação das necessidades em se 
manter um controle sobre as atividades deste departamento, gerenciando 
o fluxo dos recursos e maximizando a riqueza para os acionistas. Por sua 
vez, as informações destes controles acabam contribuindo para análise e 
interpretações, auxiliando no monitoramento. Cabe ao gestor financeiro 
utilizá-las da melhor forma possível.
Para que os estudos da atividade de analisar os recursos financeiros 
de forma gerencial se torne gratificante, ao longo desta disciplina você 
estudará o tema através de uma linguagem simples, lógica e abrangente. A 
cada tópico estudado, haverá um grande avanço em relação à edificação do 
conhecimento do departamento financeiro como um todo.
Dessa forma, apresentamos, na Unidade 1, a função financeira nas 
organizações e as fontes de recursos. Na Unidade 2, as demonstrações 
contábeis e as possíveis análises a serem extraídas delas. Por fim, na Unidade 
3, apresentamos o orçamento de empresas e suas aplicações.
Então, vamos seguir em frente, um ótimo estudo!
Prof.a Edna Ghiorzi Varela Parente
Prof.a Arlete Regina Floriani
Prof. Valdecir Knuth
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À ANÁLISE ..................................................................................1
TÓPICO 1 – FINANCEIRA GERENCIAL A FUNÇÃO FINANCEIRA NAS 
 ORGANIZAÇÕES ..........................................................................................................3
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................3
2 OBJETIVO DA ANÁLISE FINANCEIRA ......................................................................................3
2.1 PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DO GESTOR FINANCEIRO .....................................................6
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................10
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................12
TÓPICO 2 – FONTES DE RECURSOS EM ATIVO FIXO E CAPITAL DE GIRO ....................15
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................15
2 OS RECURSOS, AS FONTES E OS PRAZOS...............................................................................16
2.1 O QUE É ATIVO FIXO? ................................................................................................................19
2.2 O QUE É CAPITAL DE GIRO? ....................................................................................................21
2.2.1 Cálculo da necessidade de capital de giro ........................................................................27
2.2.2 Capital de giro e tesouraria .................................................................................................28
2.2.3 Efeito tesoura .........................................................................................................................30
2.2.4 Overtrading e undertrading ....................................................................................................31
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................33
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................35
TÓPICO 3 – ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO ......................................37
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................37
2 ADMINISTRAÇÃO DO ATIVO CIRCULANTE .........................................................................37
2.1 DISPONÍVEL (CAIXA) .................................................................................................................38
2.1.1 Controle de bancos ...............................................................................................................40
2.1.2 Fluxo de caixa ........................................................................................................................41
2.1.3 Gerenciamento do fluxo de caixa .......................................................................................41
2.2 FLUXO DE CAIXA REALIZADO E PROJETADO (PREVISTO) ............................................43
2.3 APRESENTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA REALIZADO ......................................................44
2.4 MEIOS UTILIZADOS PARA SE FAZER O FLUXO DE CAIXA E PRINCIPAIS 
 ITENS DO RELATÓRIO ...............................................................................................................48
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................52
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................54TÓPICO 4 – ADMINISTRAÇÃO DE CONTAS A RECEBER ......................................................57
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................57
2 SISTEMA DE CONTROLE DE CONTAS A RECEBER ..............................................................57
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................64
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................66
sumário
VIII
TÓPICO 5 – ADMINISTRAÇÃO DOS ESTOQUES ......................................................................67
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................67
2 CUSTOS E RISCOS ............................................................................................................................67
3 GESTÃO DOS RECURSOS VERSUS ESTOQUE ........................................................................69
4 CONTROLE DE ESTOQUE DE MERCADORIAS ......................................................................73
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................75
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................77
UNIDADE 2 – ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...........................................81
TÓPICO 1 – AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS SEGUNDO A LEI N° 6.404/76, LEI N° 
 11.638/07, LEI N° 11.941/2009 E PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 26 ........83
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................83
2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .................................................................................................83
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................99
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................100
TÓPICO 2 – PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA ANÁLISE .....103
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................103
2 PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .........................................................104
2.1 CONTAS DO ATIVO ....................................................................................................................113
2.2 CONTAS DO PASSIVO .................................................................................................................115
2.3 CONTAS DO DRE .........................................................................................................................116
3 RECONHECIMENTO DOS EFEITOS INFLACIONÁRIOS......................................................117
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................119
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................120
TÓPICO 3 – ANÁLISE HORIZONTAL E ANÁLISE VERTICAL ................................................123
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................123
2 ANÁLISE HORIZONTAL OU ANÁLISE DE TENDÊNCIA .....................................................123
3 ANÁLISE DA ESTRUTURA OU ANÁLISE VERTICAL ............................................................126
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................129
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................130
TÓPICO 4 – DECISÕES FINANCEIRAS E DE RENTABILIDADE ............................................131
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................131
2 ÍNDICES DE LIQUIDEZ ...................................................................................................................131
2.1 LIQUIDEZ CORRENTE ................................................................................................................132
2.2 LIQUIDEZ SECA ...........................................................................................................................133
2.3 LIQUIDEZ GERAL ......................................................................................................................135
2.4 LIQUIDEZ IMEDIATA ..................................................................................................................136
3.2 QUOCIENTES DE ENDIVIDAMENTO .....................................................................................138
3.2.1 Participação de capitais de terceiros ................................................................................139
3.2.2 Endividamento .....................................................................................................................139
3.2.3 Composição do endividamento ........................................................................................140
3.2.4 Imobilização do patrimônio líquido ..................................................................................141
3.2.5 Imobilização dos recursos não correntes...........................................................................142
IX
4 INDICADORES DE RENTABILIDADE ........................................................................................143
4.1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ...................................................................................................143
4.2 TAXA DE RETORNO SOBRE INVESTIMENTOS ....................................................................144
4.3 TAXA DE RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO ....................................................145
4.4 TAXA DE RETORNO DO INVESTIMENTO (DA EMPRESA) VERSUS TAXA DE 
RETORNO DO INVESTIDOR (DO EMPRESÁRIO) .................................................................146
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................148
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................149
TÓPICO 5 – DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ............................................................155
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................155
2 FLUXO DE CAIXA SEGUNDO A LEGISLAÇÃO CONTÁBIL ................................................155
3 UTILIDADE DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ................................................157
4 MÉTODOS PARA ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA .....................................................158
5 FORMATO, OBJETIVO, CLASSIFICAÇÃO .................................................................................158
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................160
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................161
TÓPICO 6 – ALAVANCAGEM FINANCEIRA E OPERACIONAL .............................................1631 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................163
2 ALAVANCAGEM FINANCEIRA ....................................................................................................163
3 ALAVANCAGEM OPERACIONAL ................................................................................................170
4 ALAVANCAGEM TOTAL .................................................................................................................175
RESUMO DO TÓPICO 6......................................................................................................................178
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................179
UNIDADE 3 – PLANEJAMENTO FINANCEIRO E ORÇAMENTÁRIO ...................................183
TÓPICO 1 – ORÇAMENTO DE EMPRESAS E SUAS APLICAÇÕES .......................................185
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................185
2 CONCEITOS DE ORÇAMENTOS..................................................................................................185
3 OBJETIVOS DOS ORÇAMENTOS ...............................................................................................189
4 TIPOS DE ORÇAMENTOS .............................................................................................................195
5 SISTEMA DE ORÇAMENTOS ........................................................................................................202
6 O QUE REFLETEM OS ORÇAMENTOS ......................................................................................203
7 POR QUE PREVER? ...........................................................................................................................204
8 COMO PREVER? ................................................................................................................................205
9 OS EFEITOS DO ORÇAMENTO NAS PESSOAS .......................................................................206
10 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO ORÇAMENTO ........................................................209
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................212
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................213
TÓPICO 2 – IMPLANTAÇÃO E UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL...........215
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................215
2 PLANO ORÇAMENTÁRIO .............................................................................................................215
2.1 ORÇAMENTO E PROCESSO DE GESTÃO EM EMPRESAS .................................................216
2.2 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS PARA ELABORAÇÃO DOS ORÇAMENTOS ................221
X
2.3 NOVAS FILOSOFIAS E MENTALIDADES ...............................................................................224
2.4 ADEQUAÇÃO DO SISTEMA DE ORÇAMENTOS À ESTRUTURA 
 ORGANIZACIONAL ....................................................................................................................226
3 PRÁTICAS DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL ........................................................................227
4 LIMITAÇÕES NA ELABORAÇÃO DOS ORÇAMENTOS .......................................................229
5 QUEM FAZ OS ORÇAMENTOS .....................................................................................................233
6 COMUNICAÇÃO NA ELABORAÇÃO DOS ORÇAMENTOS ................................................234
7 CENÁRIOS NA ELABORAÇÃO DO PROCESSO ORÇAMENTÁRIO ..................................235
7.1 PREMISSAS PARA A ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTOS ..................................................236
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................239
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................240
TÓPICO 3 – ORÇAMENTOS DOS RESULTADOS ECONÔMICOS E FINANCEIROS .......243
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................243
2 ASPECTOS ECONÔMICOS: DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO ..............243
2.1 DEPRECIAÇÃO DO IMOBILIZADO .........................................................................................244
2.2 AMORTIZAÇÃO ..........................................................................................................................246
2.3 EXAUSTÃO ....................................................................................................................................248
3 ASPECTOS ECONÔMICOS RELACIONADOS À INFLAÇÃO ..............................................248
3.1 CONSEQUÊNCIAS DA INFLAÇÃO .........................................................................................249
3.2 TIPOS DE INFLAÇÃO ..................................................................................................................251
4 DECISÕES DE INVESTIMENTO ...................................................................................................253
4.1 PROJETOS DE INVESTIMENTOS ..............................................................................................254
4.2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO .....................................255
4.2.1 Método payback simples (PBS) ............................................................................................256
4.2.2 Método payback descontado (PBD) .....................................................................................257
4.2.3 Método do valor presente líquido (VPL) ...........................................................................260
5 DEMONSTRAÇÃO DOS CUSTOS E DESPESAS PROJETADOS .........................................261
5.1 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO PROJETADO ................................274
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................277
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................279
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................281
1
A partir do estudo desta unidade você será capaz de:
• apresentar a função financeira nas organizações;
• identificar as principais atribuições do gestor financeiro;
• demonstrar fontes de recursos em ativo fixo e capital de giro;
• compreender e calcular a necessidade de capital de giro;
• apresentar a administração financeira de curto prazo;
• demonstrar a administração do ativo circulante;
• apresentar o fluxo de caixa previsto e realizado; 
• identificar os meios utilizados para elaborar o fluxo de caixa.
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À ANÁLISE 
FINANCEIRA GERENCIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. Em cada um deles você 
encontrará atividades que o(a) ajudarão na compreensão dos conteúdos 
apresentados.
TÓPICO 1 – A FUNÇÃO FINANCEIRA NAS ORGANIZAÇÕES 
TÓPICO 2 – FONTES DE RECURSOS EM ATIVO FIXO E CAPITAL DE GIRO 
TÓPICO 3 – ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO
TÓPICO 4 – ADMINISTRAÇÃO DE CONTAS A RECEBER
TÓPICO 5 – ADMINISTRAÇÃO DOS ESTOQUES
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
A FUNÇÃO FINANCEIRA NAS ORGANIZAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
A análise financeira gerencial ou gestão financeira (ou administração 
financeira) é vista como um conjunto de métodos e técnicas utilizadospara 
gerenciar os recursos financeiros da entidade, objetivando a maximização do 
retorno do capital investido pelos acionistas (WERNKE, 2008).
A administração financeira se refere às responsabilidades do gestor 
financeiro numa organização. Os gestores financeiros gerenciam as finanças de 
todos os tipos de organizações, financeiras ou não financeiras, privadas ou públicas, 
grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos. Eles desempenham uma 
variedade de tarefas, tais como orçamentos, previsões financeiras, administração 
do caixa, administração do crédito, análise de investimento e captação de recursos. 
(GITMAN, 2002). Ou seja, cabe ao gestor das finanças da empresa a tarefa de 
utilizar seu conhecimento técnico e as ferramentas gerenciais disponíveis com a 
finalidade de aumentar a riqueza dos investidores (WERNKE, 2008).
2 OBJETIVO DA ANÁLISE FINANCEIRA
Para Teixeira e Ramos (2011) o principal objetivo da análise financeira 
gerencial é maximizar a riqueza dos sócios/proprietários/acionistas. Para tanto, as 
atribuições do gestor financeiro podem ser resumidas em três atividades básicas:
a) efetivação de análise e planejamento financeiro;
b) tomada de decisões de investimentos; e
c) tomada de decisões de financiamento.
As atividades organizacionais envolvem recursos financeiros e orientam-
se para a obtenção de lucros. De acordo com Manfredini (2001, p. 1), “O lucro, 
dentro de critérios perfeitamente adequados, pode ser manipulado. Caixa não 
tem jeito. Como dizem em Wall Street, lucro é opinião; caixa é fato”. 
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À ANÁLISE FINANCEIRA GERENCIAL
4
Mas o que é lucro e o que é caixa? Para Bruni e Famá (2007) o ganho 
contábil (lucro - resultado econômico) é obtido por meio de:
• (+) Receitas de vendas
• (-) Custos
• (-) Despesas
• (-) IR
• (=) Lucro
Já o ganho financeiro (caixa - resultado monetário ou financeiro) é obtido 
por meio de (BRUNI; FAMÁ, 2007):
• (+) Entradas
• (-) Saídas
• (=) Fluxo de caixa
Ou por meio de:
• (+) Lucro
• (+/-) Ajustes 
• (=) Fluxo de caixa
De acordo com Gropelli e Nikbakht (2010), o balanço patrimonial mostra 
como a empresa distribui seus recursos aos diferentes ativos e como gera fundos 
de fontes externas. Mas é o demonstrativo de resultados do exercício que está 
relacionado às vendas, às despesas e aos resultados (lucros ou prejuízos). Já o 
demonstrativo de fluxos de caixa relaciona-se às entradas e saídas monetárias 
com finalidades operacionais, de investimentos e de financiamentos. Sabe-se 
que tal reflexão é baseada no regime de caixa e de competência. São os regimes 
contábeis que determinam quais despesas e quais receitas integrarão ou não o 
resultado de um exercício social. 
De acordo com Ribeiro (2009), são dois regimes, o de caixa e o de 
competência. No regime de caixa devem ser consideradas todas as despesas 
pagas e todas as receitas recebidas no respectivo exercício, independentemente 
da data da ocorrência de seus fatos geradores. Já no regime de competência 
decorre o princípio da competência, e por ele serão consideradas, na apuração do 
resultado do exercício, todas as despesas incorridas e todas as receitas realizadas 
no respectivo exercício.
Exemplo: A Cia. Floripa vendeu em 2011 R$ 21.000,00 e só recebeu R$ 
15.000,00 (o restante receberá no futuro); teve como despesas incorridas R$ 
16.000,00 e pagou até o último dia do ano R$ 12.000,00.
TÓPICO 1 | A FUNÇÃO FINANCEIRA NAS ORGANIZAÇÕES
5
FIGURA 1 – REGIME DE COMPETÊNCIA E DE CAIXA
FONTE: Adaptado de: Marion (2010)
D.R.E. COMPETÊNCIA CAIXA
Receitas 21.000 15.000
Despesas (16.000) (12.000)
Resultado 5.000 3.000
Assim sendo, para Gropelli e Nikbakht (2010) os administradores 
financeiros procuram maximizar a riqueza ou o preço da ação da empresa. Seu 
objetivo secundário é maximizar o lucro por ação. Uma empresa pode negligenciar 
o risco, ou seja, as decisões de investimento baseadas em lucros elevados podem 
causar o desaparecimento do lucro ou fazê-lo oscilar excessivamente; isso pode 
levar à insolvência da empresa ou a uma grande dose de incerteza, ou ainda a 
uma queda no preço de suas ações.
De acordo com Teixeira e Ramos (2011, p. 3), 
As receitas obtidas com as operações devem ser suficientes para 
cobrir todos os custos e despesas incorridas e ainda gerar lucros. 
Paralelamente a esse fluxo econômico de resultados, ocorre uma 
movimentação de numerário que deve permitir a liquidação dos 
compromissos assumidos, o pagamento de dividendos e a reinversão 
da parcela remanescente dos lucros. 
Estes mesmos autores ainda afirmam que, assim, a função financeira 
abarca um conjunto de atividades relacionadas com a gestão dos recursos (tanto 
o numerário movimentado pelas organizações, quanto os direitos e as obrigações 
provenientes das operações realizadas a crédito) movimentados por todos os 
setores da organização. 
Teixeira e Ramos (2011, p. 3-4) finalizam apontando que essa função tem 
a responsabilidade pela obtenção dos recursos indispensáveis ao desempenho 
financeiro da organização e pela formulação de uma estratégia voltada para a 
otimização da aplicação desses recursos, colaborando de forma expressiva para o 
sucesso do empreendimento.
Então são funções do administrador financeiro, na percepção de Wernke 
(2008): 
a) Gestão do caixa: verificar as datas em que ocorrerão déficits ou superávits de 
caixa.
b) Concessão de crédito: instituir normas para concessão de crédito aos clientes.
c) Administração da cobrança: atuar para que as contas a receber sejam cobradas 
corretamente.
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À ANÁLISE FINANCEIRA GERENCIAL
6
d) Captação de recursos: analisar as fontes de captação de recursos e as 
modalidades de crédito ofertadas (empréstimos, financiamentos, descontos de 
duplicatas etc.).
e) Decisão de investimentos: avaliar o retorno dos investimentos realizados ou 
projetados.
f) Planejamento e controle financeiro: implementar e monitorar os controles 
internos da área financeira.
g) Gestão de custos e preços: elaboração e análise de planilha de custos e avaliação 
da rentabilidade de segmentos de mercado.
h) Mensuração do desempenho econômico-financeiro: avaliar os resultados 
obtidos pela empresa, com base no Balanço Patrimonial e na Demonstração do 
Resultado (DRE).
Antes de concluir esta subseção, para corroborar a amplitude da atuação 
de um gestor financeiro, Gropelli e Nikbakht (2010) ressaltam que os gestores 
ou administradores financeiros devem ser éticos e procurar interagir com a 
comunidade. Devem se adaptar aos padrões ambientais, legais, de saúde e de 
segurança. Nessa interação, devem evitar investimentos em empreendimentos 
que transgridam os princípios democráticos e procurar contratar membros de 
minorias. Em outras palavras, é necessário pautar-se pelo equilíbrio entre a 
tentativa de maximizar a riqueza e a obtenção de melhoria das condições sociais. 
Uma empresa deve, também, estabelecer regras para impedir o assédio sexual e 
eliminar as diferenças salariais baseadas nas diferenças sexuais ou étnicas.
Na sequência apresentam-se as principais atribuições do gestor financeiro.
2.1 PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DO GESTOR FINANCEIRO
As funções do gestor financeiro em uma organização podem ser avaliadas 
em relação às demonstrações contá beis básicas da organização e são três. De 
acordo com Teixeira e Ramos (2011, p. 4): 
a)	análise	e	planejamento	financeiro:	esta	função	envolve:	
1 transformação dos dados financeiros em uma forma que possa ser utilizada 
para orientar a posição finan ceira da empresa e promover a sua continuidade; 
2 avaliação da necessidade de aumento ou redução da capacidade produtiva; 
3 determinação de que tipo de financiamento adicional deve ser realizado. 
Essas três atividades são sustentadas pelas decisões de natureza estratégica, 
tática e operacional. Os demonstrativos contábeis, principalmente o Balanço 
TÓPICO 1 | A FUNÇÃO FINANCEIRA NAS ORGANIZAÇÕES
7
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, são importantes 
fontes de informaçõespara elaboração de análise e planejamento financeiro. 
Cabe ressaltar que o enfoque do caixa é essencial para o gestor financeiro. 
Assim, a utilização dos Fluxos de Caixa também é imprescindível, destacando 
a principal diferença entre a ótica do contador e a do administrador. 
Enquanto o primeiro gera informações com base no regime de competência, 
o segundo precisa aplicá-las com base no regime de caixa, denotando a 
importância dos Fluxos de Caixa nesta atividade.
b)	Administração	da	estrutura	de	ativo	da	empresa	(Decisão	de	Investimento):	
1 o administrador financeiro determina a combinação e os tipos de ativos 
que fazem parte do Balanço Patrimonial da empresa. Essa atividade 
está relacionada ao lado esquerdo do Balanço. A composição refere-
se ao montante de recursos aplicados em Ativos Circulantes e em 
Ativos Permanentes (fixos). Depois que a composição estiver definida, o 
administrador financeiro deve fixar e tentar manter níveis ótimos para 
cada tipo de Ativo Circulante. Deve também decidir quais são os melhores 
Ativos Permanentes a adquirir e saber quando os ativos existentes se 
tornarão obsoletos e precisarão ser modificados, substituídos ou liquidados. 
A determinação da melhor estrutura de ativo para a empresa não é uma 
tarefa simples; requer o conhecimento das operações passadas e futuras 
das empresas e a compreensão dos objetivos que deverão ser alcançados a 
longo prazo. Existem várias técnicas para avaliação dessas decisões, como 
a Taxa Média de Retorno, Payback (Prazo de Retorno), VPL (Valor Presente 
Líquido) e TIR (Taxa Interna de Retorno).
c)	Administração	 da	 estrutura	 financeira	 da	 empresa (Decisão	 de	
Financiamento): relaciona-se com o lado direito do Balanço Patrimonial 
da empresa e envolve as fontes de recursos. Dois enfoques sustentam esta 
atividade do administrador financeiro: 
1 a decisão de qual a composição mais apropriada entre financiamento a curto 
e a longo prazo a ser estabelecida, o que é bastante importante, pois afeta 
tanto a lucratividade da empresa como sua liquidez global; e 
2 o juízo de quais as fontes individuais de financiamento, a curto ou a longo 
prazo, são as melhores, em dado momento. Algumas decisões dessa natureza 
exigem uma análise profunda das alternativas disponíveis, de seus custos e 
de suas implicações a longo prazo. O Custo Médio Ponderado de Capital é 
uma medida eficaz para este tipo de decisão.
Mas, são duas as principais categorias de decisões consideradas as mais 
importantes:
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À ANÁLISE FINANCEIRA GERENCIAL
8
a) Decisões de aplicações de recursos dizem respeito aos investimentos a serem 
efetuados pela empresa, cujos exemplos podem ser a análise da proporção dos 
investimentos em ativos circulantes e permanentes, a avaliação se o retorno dos 
investimentos é adequado à expectativa dos investidores e quais aplicações no 
mercado financeiro devem ser priorizadas.
b) Decisões de captação de recursos referem-se às formas de prover o caixa da 
empresa com os recursos necessários para manter (ou expandir) as operações. 
Essas decisões podem ser exemplificadas por questões relativas ao montante 
das dívidas de curto e longo prazo (perfil da dívida), às possibilidades de 
redução do custo de captação de recursos e à sincronia entre as datas de 
pagamentos de dívidas e recebimentos das dívidas.
Já de forma complementar, Wernke (2008) aponta como funções do 
gestor financeiro a gestão do caixa; a concessão de crédito; a administração da 
cobrança; a captação de recursos; a decisão de investimentos; o planejamento e 
controle financeiro; a gestão de custos e preços e a mensuração do desempenho 
econômico-financeiro.
Para Wernke (2008) as decisões de aplicação de recursos dos investimentos 
entendam-se como a destinação que é dada para o montante de capital obtido 
dos sócios ou de terceiros e investido em ativos tangíveis (como estoques, contas 
a receber, imóveis, veículos, máquinas etc.) ou ativos intangíveis (como marcas 
e patentes, por exemplo), priorizando a utilização destes com o objetivo de 
aumentar o retorno dos investidores (acionistas ou quotistas). 
Assim entende-se que entre as atribuições de um gestor financeiro estão 
a análise do planejamento, das decisões de investimento e das decisões de 
investimentos para os quais se necessitam recursos. 
Para decidir em quais ativos investir, prioritariamente, devem-se priorizar 
os ativos que geram receita no curto ou no longo prazo. Por exemplo: em vez de 
investir num automóvel, a empresa poderia aplicar tais recursos numa máquina 
fabril ou em estoques. Já outra empresa poderia priorizar a aplicação no mercado 
financeiro ou num curso que proporcione alguma renda (hoje ou no futuro).
Outros aspectos importantes e de forma complementar são apontados 
pelo SEBRAE (2002, [s.p.]), em relação a decisões empresariais: 
a) Captar recursos financeiros necessários para a organização para: 
- Capital inicial e aumento de capital.
- Aplicação dos lucros acumulados obtidos com os sócios.
- Empréstimos obtidos com as instituições financeiras.
- Financiamento das mercadorias obtido com os fornecedores.
TÓPICO 1 | A FUNÇÃO FINANCEIRA NAS ORGANIZAÇÕES
9
b) Aplicar os recursos financeiros disponíveis da organização em: 
- Aplicações com as instituições financeiras.
- Aquisição de mercadorias para serem vendidas.
- Financiamento aos clientes decorrentes das vendas a prazo.
- Aquisição do ativo fixo (móveis e utensílios, equipamentos, veículos 
e outros) para uso da organização.
c) As fontes de financiamento dos ativos (fonte de recursos) da organização: 
- Recursos próprios: recursos financeiros dos sócios ou acionistas 
sejam do capital ou da reaplicação dos lucros acumulados. 
- Recursos de terceiros: recursos financeiros obtidos com instituições 
financeiras, a título de empréstimos, ou financiamentos, ou com 
fornecedores na aquisição de mercadorias a prazo.
d) Papel do banco nos empréstimos – é função dos bancos decidir 
sobre a aprovação ou não da solicitação de empréstimo, bem como 
liberar os recursos financeiros para as microempresas e organizações 
de pequeno porte.
Para essa decisão, os bancos executam, pelo menos, as seguintes 
tarefas: 
- Análise do cadastro da organização, dos sócios e dos avalistas. 
- Enquadramento da operação de acordo com suas linhas de crédito. 
- Definição das garantias sobre o financiamento e negociação com o 
interessado. 
- Análise de crédito de acordo com o projeto de viabilidade 
econômica e financeira.
A pedido dos empresários, o SEBRAE pode elaborar os projetos de 
viabilidade econômico-financeira ou recomendar consultores credenciados e 
qualificados, necessários para avaliar a capacidade de pagamento das organizações 
que buscam as linhas de crédito. O SEBRAE (2002) recomenda que o empresário 
busque os motivos que estão levando sua organização a contrair crédito. A 
orientação pode ser obtida com a área de consultoria, no Balcão SEBRAE. Além 
disso, alerta para necessidade de se fazer as seguintes análises:
- Verificar as vantagens de tomar emprestado dinheiro do banco, e só 
o fazer quando estiver seguro de que a organização terá condições de 
pagá-lo.
- Verificar se o financiamento é condição imprescindível para o sucesso 
da organização.
- Lembrar que obter um financiamento para cobrir outro tem levado 
organizações a contrair dívidas crescentes e difíceis de serem quitadas. 
- Não utilizar o crédito como meio de cobrir prejuízos operacionais 
permanentes da organização. O crédito deve ser utilizado para expansão 
e fortalecimento do negócio ou para capital de giro. (2002, [s.p.]).
Nesta sessão foram abordados os conceitos básicos relativos à função 
financeira, as atribuições de gestor financeiro, bem como algumas orientações do 
SEBRAE. No próximo tópico vamos abordar fontes de recursos.
10
Neste primeiro tópico aprendemos um pouco sobre:
• A análise financeira gerencial ou gestão financeira (ou administração financeira) 
é vista como um conjunto de métodos e técnicas utilizadospara gerenciar os 
recursos financeiros da entidade, objetivando a maximização do retorno do 
capital investido pelos acionistas (WERNKE, 2008).
• Cabe ao gestor das finanças da empresa a tarefa de utilizar seu conhecimento 
técnico e as ferramentas gerenciais disponíveis com a finalidade de aumentar a 
riqueza dos investidores. (WERNKE, 2008).
• O objetivo da análise financeira gerencial é maximizar a riqueza dos sócios/
proprietários/acionistas. 
• As atribuições do gestor financeiro podem ser resumidas em três atividades 
básicas: efetivação de análise e planejamento financeiro; tomada de decisões de 
investimentos e tomada de decisões de financiamento.
• No regime de caixa devem ser consideradas todas as despesas pagas e todas 
as receitas recebidas no respectivo exercício, independentemente da data da 
ocorrência de seus fatos geradores.
• No regime de competência decorre o princípio da competência, e por ele 
serão consideradas, na apuração do resultado do exercício, todas as despesas 
incorridas e todas as receitas realizadas no respectivo exercício.
• Funções do administrador financeiro (WERNKE, 2008): a) gestão do caixa: 
verificar as datas em que ocorrerão déficits ou superávits de caixa; b) 
concessão de crédito: instituir normas para concessão de crédito aos clientes; c) 
administração da cobrança: atuar para que as contas a receber sejam cobradas 
corretamente; d) captação de recursos: analisar as fontes de captação de 
recursos e as modalidades de crédito ofertadas (empréstimos, financiamentos, 
descontos de duplicatas etc.); e) decisão de investimentos: avaliar o retorno dos 
investimentos realizados ou projetados; f) planejamento e controle financeiro: 
implementar e monitorar os controles internos da área financeira; g) gestão 
de custos e preços: elaboração e análise de planilha de custos e avaliação da 
rentabilidade de segmentos de mercado; h) mensuração do desempenho 
econômico-financeiro: avaliar os resultados obtidos pela empresa, com base no 
Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado (DRE).
• Um gestor financeiro deve se adaptar aos padrões ambientais, legais, de saúde e 
de segurança e deve evitar investimentos em empreendimentos que transgridam 
os princípios democráticos e procurar contratar membros de minorias. 
RESUMO DO TÓPICO 1
11
• As funções do gestor financeiro em uma organização podem ser avaliadas 
em relação às demonstrações contá beis básicas da organização. São três, de 
acordo com Teixeira e Ramos (2011, p. 4): análise e planejamento financeiro; 
avaliação da necessidade de aumento ou redução da capacidade produtiva; e 
determinação de que tipo de financiamento adicional deve ser realizado. 
• Entende-se que entre as atribuições de um gestor financeiro estão a análise do 
planejamento, das decisões de investimento e das decisões de investimentos 
para os quais se necessitam recursos.
12
1 Preencha as lacunas: 
A análise financeira gerencial ou gestão financeira (ou administração financeira) 
é vista como um conjunto de métodos e técnicas utilizados para gerenciar os 
recursos financeiros da entidade, objetivando a ____________ do retorno do 
_______________ pelos acionistas.
2 Assinale V (verdadeiro) e F (falso): A administração financeira se refere às 
responsabilidades do gestor financeiro numa organização. 
( ) Os gestores financeiros gerenciam as finanças de todos os tipos de 
organizações, financeiras ou não financeiras, privadas ou públicas, 
grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos. 
( ) Eles desempenham tarefas, tais como orçamentos, previsões financeiras e 
administração do caixa somente.
( ) Cabe ao gestor das finanças da empresa a tarefa de utilizar seu 
conhecimento técnico e as ferramentas gerenciais disponíveis com a 
finalidade de aumentar a riqueza dos estoques.
( ) O principal objetivo da análise financeira gerencial é o de maximizar a 
riqueza dos sócios/proprietários/acionistas. 
3 Responda: lucro e caixa são a mesma coisa?
4 Relacione a primeira coluna com a segunda.
AUTOATIVIDADE
( ) Resultado econômico
( ) Receita de vendas
a) Lucro ( ) Entradas
b) Caixa ( ) Custos
( ) Saídas
( ) Fluxo de caixa
5 Resolva: Uma fábrica, Fabricamais Ltda., em março de 2010, realizou vendas 
do produto x no valor de R$ 150.000,00 e recebeu à vista R$ 90.000,00, ficando 
o restante para receber no futuro. Os gastos totais foram na ordem de R$ 
85.000,00, mas os pagamentos foram no valor de R$ 45.000,00 naquele período.
13
6 Existe um meio de conhecer o resultado financeiro que é: (+) Entradas (-) 
Saídas = Fluxo de caixa. Qual é outra forma de se conhecer o fluxo de caixa?
7 De acordo com Teixeira e Ramos (2011, p. 3), as receitas obtidas com as 
operações devem ser suficientes para quê? 
8 Uma empresa realiza vendas recebendo e pagando tudo à vista. Utilizando 
o método de fluxo de caixa com ajuste, resolva:
Receitas = R$ 160.000,00; Custos = R$ 70.00,00; Despesas com Vendas R$ 
55.000,00 e despesas com depreciação.
DRE
Receitas
Despesas
Resultado
DRE COMPETÊNCIA CAIXA
Receitas
Custos
RCM 
Despesas c/ vendas
Ajuste
Despesas c/depreciação 
Resultado
9 De acordo com Wernke (2008), escreva pelo menos três funções do 
administrador financeiro:
10 Em relação às decisões empresariais, cite três aspectos apontados pelo 
SEBRAE.
11 Uma empresa realizou vendas recebendo e pagando parte à vista e parte a 
prazo. Utilizando o método de fluxo de caixa com ajuste, resolva:
Receitas = R$ 180.000,00; o recebimento à vista foi R$ 100.000,00 ficando o 
restante para o futuro. Obteve Custos = R$ 80.00,00; Despesas com Vendas = 
R$ 55.000,00 e despesas com depreciação de R$ 10.000,00. O pagamento em 
relação aos custos e despesas foi de R$ 65.000,00 no total, ficando o restante 
para os próximos períodos.
14
DRE
Receitas
Custos
RCM 
Despesas c/ vendas
Ajuste
Despesas c/depreciação 
Resultado
15
TÓPICO 2
FONTES DE RECURSOS EM ATIVO FIXO E CAPITAL DE 
GIRO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Na análise financeira gerencial, as fontes de recursos em ativo fixo e 
de capital de giro representam a busca de condições sempre mais favoráveis à 
empresa do capital necessário que passa pelo administrador financeiro em termos 
de decisão. Administrar bem o fluxo de recursos de uma empresa é de extrema 
importância.
 
 O levantamento de recursos, de acordo com Teixeira e Ramos (2011), 
envolve o suprimento dos recursos necessários às operações normais da 
organização e captação de vultosos valores para investimentos em projetos com 
longos períodos de maturação. 
Os recursos gerados pelas diversas fontes têm como destino a aplicação em 
várias contas como: caixa, estoques, contas a receber, ativo fixo como maquinário, 
veículos para entrega de mercadorias etc. 
Portanto, a análise financeira gerencial busca informações financeiras e 
patrimoniais realizando a decomposição destes elementos e o levantamento de 
dados em relações diversas que entre si produzam mais elementos, com o intuito 
de conhecer a realidade de uma entidade ou de levantar os impactos de uma 
administração sobre as origens e aplicações de recursos.
Conhecer o contexto de fontes de recursos e suas aplicações é buscar 
responder questionamentos sobre os recursos, suas aplicações e seu prazo. Afinal 
o que é ativo fixo, capital de giro? Como calcular a necessidade de um capital de 
giro? Ou o que é o efeito tesoura? e assim por diante.
Estas dúvidas devem ser esclarecidas quando você, caro(a) acadêmico(a), 
explorar todo o conteúdo deste tópico.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ANÁLISE FINANCEIRA GERENCIAL
16
2 OS RECURSOS, AS FONTES E OS PRAZOS
As fontes de recursos à disposição de uma organização podem ser 
classificadas de várias formas: recursos próprios (capital integralizado, reservas 
e lucros retidos) e recursos de terceiros (compromissos assumidos e dívidas 
contraídas); recursos permanentes (recursos próprios e dívidas a longo prazo) e 
recursos temporários (compromissos e dívidas a curto prazo); recursos onerosos 
(provocam despesasfinanceiras) e recursos não onerosos.
Teixeira e Ramos dizem que é imperativa a adequação entre as fontes e as 
aplicações de recursos em termos de prazos e custos. Por exemplo:
[...] compra de maquinário em valor investido somente será recuperado 
em alguns anos por meio das receitas de vendas, deverá ser financiada 
com recursos permanentes. Se forem utilizados recursos provenientes 
de um empréstimo com prazo inferior ao da maturação financeira 
desse investimento, a organização poderá enfrentar dificuldades para 
liquidar a dívida no vencimento do contrato. (2011, p. 6).
Os mesmos autores afirmam também que:
[...] os juros e demais encargos incidentes sobre os empréstimos e 
financiamentos oneram o resultado econômico, reduzindo a parcela 
de lucro que restará aos acionistas. Além disso, os emprestadores de 
recursos podem exigir garantias reais e impor condições contratuais 
que reduzam a flexibilidade de gestão da organização. (2011, p. 6).
A seguir apresentaremos exemplos de juros aplicados nas operações de 
uma entidade utilizando conceitos de matemática financeira como valor futuro 
em um empréstimo, valor presente em um recebimento entre outros. Veja:
FIGURA 2 – USO DA MATEMÁTICA FINANCEIRA NA ANÁLISE
TÓPICO 2 | FONTES DE RECURSOS EM ATIVO FIXO E CAPITAL DE GIRO
17
FONTE: Wernke (2008, [s.p.])
A matemática financeira em casos como os citados anteriormente é 
amplamente utilizada (WERNKE, 2008). Agora, os créditos obtidos com os 
fornecedores envolvem custo financeiro, representado pelo desconto para 
pagamento à vista que deixou de ser desfrutado. Observa-se a existência de custos 
explícitos, perfeitamente mensuráveis em termos de valor e taxa. De acordo com 
Teixeira e Ramos (2011, p. 6-7):
 
Somente umas poucas fontes de recursos de curto prazo não provocam 
custos financeiros, como salários, impostos a pagar, contribuições 
a recolher etc. Os recursos próprios envolvem um custo implícito 
que corresponde à expectativa de lucros dos acionistas que não 
deve ser frustrada, sob pena de haver desinteresse em se continuar 
participando do negócio. Assim, os recursos adicionais a serem 
fornecidos pelos acionistas por meio de novas integralizações de 
capital e os lucros reinvestidos envolvem um custo de oportunidade. 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ANÁLISE FINANCEIRA GERENCIAL
18
Esse custo corresponde ao retorno que os acionistas obteriam com tais 
recursos em outras aplicações com o mesmo grau de risco suportado 
por seus investimentos nas organizações. A alocação de recursos 
envolve a constante busca da otimização na aplicação dos recursos 
para que seja alcançada a rentabilidade desejada e preservada 
a capacidade da organização de pagar seus compromissos nos 
vencimentos. Essa responsabilidade amplia bastante os limites da 
gestão financeira, obrigando os executivos da área a conhecer todas 
as fases de funcionamento da organização e a analisar profundamente 
os novos projetos de investimento. Alguns ativos são essenciais para 
o desenvolvimento das operações, denominados ativos operacionais, 
constituídos por Ativos Fixos e Ativos Circulantes (estoques, duplicatas 
a receber e disponibilidades). Enquanto outros poderão estar ou não 
relacionados com as atividades básicas do empreendimento, formados 
por ativos de natureza operacional ou não (créditos diversos a curto 
e longo prazos, participações societárias em outras organizações, 
imóveis alugados a terceiros, determinadas aplicações financeiras etc.).
Wernke (2008) conclui que os recursos aplicados nos ativos não são 
encontrados em abundância e envolvem custos financeiros e custos de oportunidade. 
Assim, é de se esperar que cada ativo contribua direta ou indiretamente para a 
geração de receitas e, consequentemente, de lucros. Na sequência apresenta-se o 
balanço patrimonial seccionados o ativo circulante financeiro, operacional e fixo. 
Mostra o passivo como origem de recursos de terceiros.
QUADRO 1 – ATIVO E PASSIVO FINANCEIRO, OPERACIONAL
EMPRESA ABC 
PERÍODOS ANO 1 ANO 2 ANO 3
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
 
CIRCULANTE FINANCEIRO 
Disponível R$ 18.943.428 R$ 24.952.544 R$ 11.874.829
Outros R$ 217.748 R$ 102.195 R$ 120.880
Subsoma R$ 19.161.176 R$ 25.054.739 R$ 11.995.709
CIRCULANTE OPERACIONAL 
Estoques R$ 14.418.636 R$ 10.395.149 R$ 12.208.932
Outros R$ 17.707.606 R$ 15.251.530 R$ 14.226.350
Subsoma R$ 32.126.242 R$ 25.646.679 R$ 26.435.282
Total Circulante R$ 51.287.418 R$ 50.701.418 R$ 38.430.991
ATIVO NÃO 
CIRCULANTE REALIZÁVEL 
A LONGO PRAZO
R$ 16.216.740 R$ 16.948.940 R$ 16.267.287
IMOBILIZADO	(ATIVO	FIXO) 
Imóveis R$ 76.745.317 R$ 65.946.649 R$ 41.265.327
Máquinas/Equipamentos R$ 2.075.027 R$ 2.022.657 R$ 637.289
INTANGÍVEL
Diferido R$ 710.616 R$ 614.699 R$ 659.188
TÓPICO 2 | FONTES DE RECURSOS EM ATIVO FIXO E CAPITAL DE GIRO
19
Subsoma R$ 79.530.960 R$ 68.584.005 R$ 42.561.804
Total Ativo R$ 147.035.118 R$ 136.234.363 R$ 97.260.082
PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE
 
CIRCULANTE FINANCEIRO 
Empréstimos Bancários R$ 5.139.605 R$ 7.577.888 R$ 5.568.032
Subsoma R$ 5.139.605 R$ 7.577.888 R$ 5.568.032
CIRCULANTE 
OPERACIONAL
 
Fornecedores R$ 9.037.303 R$ 7.039.312 R$ 6.491.140
Outras Obrigações R$ 19.781.084 R$ 22.280.664 R$ 17.154.010
Subsoma R$ 28.818.387 R$ 29.319.976 R$ 23.645.150
Total Circulante R$ 33.957.992 R$ 36.897.864 R$ 29.213.182
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
 
Impostos e Contribuições R$ 6.747.084 R$ 6.044.032 R$ 3.638.852
C/C de Empresas Coligadas R$ 41.294.063 R$ 41.994.033 R$ 30.283.908
Subsoma R$ 48.041.147 R$ 48.038.065 R$ 33.922.760
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Capital + Reservas R$ 36.423.628 R$ 22.544.940 R$ 16.836.633
Lucros Acumulados R$ 28.612.351 R$ 28.753.494 R$ 17.287.507
Subsoma R$ 65.035.979 R$ 51.298.434 R$ 34.124.140
Total Passivo R$ 147.035.118 R$ 136.234.363 R$ 97.260.082
FONTE: Brom (2007)
No quadro anterior tanto o ativo como o passivo são vistos sob a 
perspectiva financeira e operacional. Vale ressaltar que é no passivo de uma 
entidade que estão as origens de recursos. O “capital próprio” diz respeito ao 
capital investido pelos sócios ou gerado pelas operações da empresa, enquanto o 
“capital alheio” equivale aos recursos obtidos de fontes de financiamento (como 
bancos e fornecedores, por exemplo). Exemplo de capital próprio: capital investido 
pelos sócios para iniciar a empresa ou o lucro gerado pela atividade. Exemplo 
de capital alheio: empréstimos ou financiamentos bancários. As principais 
fontes de captação de recursos de terceiros são: bancos (através de operações de 
empréstimos, financiamentos, desconto de duplicatas, desconto de cheques etc.) 
e fornecedores (pela concessão de crédito para compras a prazo).
2.1 O QUE É ATIVO FIXO?
Na área contábil o ativo fixo ou ativo imobilizado de uma entidade é 
formado pelo conjunto de bens necessários à manutenção das suas atividades, 
sendo caracterizados por apresentar-se na forma tangível (edifícios, máquinas 
etc.) São, portanto, bens que uma organização não tem vontade de vender a curto 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ANÁLISE FINANCEIRA GERENCIAL
20
prazo ou que dificilmente podem ser convertidos, de forma imediata, em dinheiro. 
Têm, pois, um caráter de permanência, sendo chamados bens patrimoniais 
(TEIXEIRA; RAMOS, 2011).
Para que uma empresa realize suas atividades normalmente, é necessária 
a manutenção de uma estrutura que possibilite a realização de todas as operações 
inerentes à atividade da organização. A estrutura mantida pela empresa com essa 
finalidade é o seu Ativo, ou seja, todo o conjunto de bens e direitos de propriedade 
da empresa (FIPECAFI, 2000).
As empresas que atuam em setores que exigem a utilização intensa e 
permanente de instalações, máquinas e equipamentos possuem grande parte de 
seu ativo na forma de Ativos Fixos. De acordo com Franco (1997 apud CORTÉS, 
2001), as contas do ativo fixo representam os imóveis, as instalações, os móveis e 
demais equipamentos necessários ao funcionamento da empresa comercial, bem 
como as correções monetáriase as depreciações respectivas, ligadas aos meios 
de operação e desenvolvimento de suas atividades, proporcionando resultados 
financeiros que se denominarão lucro ou prejuízo. Pode ser entendido, também, 
como o patrimônio técnico da empresa, sem o qual não poderá desenvolver suas 
atividades e obter os resultados financeiros que denominará lucro ou prejuízo.
De uma maneira mais sintética, Marion (2005) estabelece que os ativos 
fixos são os bens ou direitos destinados à manutenção da atividade principal da 
empresa ou exercidos com esta finalidade. Acrescenta ainda que, para um ativo 
fixo ser classificado como tal, deve possuir três características concomitantemente: 
a) natureza relativamente permanente; b) ser utilizado na operação dos negócios; 
c) não se destinar à venda.
Ribeiro (2009) ressalta que a Lei nº 11.638/2007 alterou, revogou e 
introduziu dispositivos da Lei nº 6.404/1976. Definiu as disposições sobre a 
obrigatoriedade de manter escrituração, elaborar demonstrações financeiras e 
submetê-las à auditoria independente. As mudanças introduzidas pela lei darão 
maior credibilidade aos relatórios contábeis brasileiros.
O ativo imobilizado compreende, portanto, os ativos tangíveis que são 
mantidos por uma empresa para serem usados na produção ou na comercialização 
de mercadorias ou serviços, para locação ou para finalidades administrativas. No 
Brasil, a partir de 1º de janeiro de 2008, por força da Lei nº 11.638, de 28 de dezembro 
de 2007, os ativos intangíveis (como marcas e patentes) não seriam mais incluídos 
no Ativo Imobilizado e, sim, no Ativo Intangível (TEIXEIRA; RAMOS, 2011).
Outros autores como Assaf Neto (2006) ressaltam que um bem de Ativo 
Fixo pode ser depreciável ou não, pois para bens de pequeno valor não se exige a 
depreciação. Como visto, o bem de Ativo também pode ser tangível ou intangível. 
Por exemplo, um automóvel é um bem tangível, um software é um bem intangível 
e, por ordem da controladoria geral de cada estado, se faz necessário que os bens 
com produção acelerada e acima de 5 anos sejam depreciados com 2% do valor, 
tendo como base a legislação em vigor.
TÓPICO 2 | FONTES DE RECURSOS EM ATIVO FIXO E CAPITAL DE GIRO
21
Parafraseando Teixeira e Ramos (2011), toda organização precisa de uma 
infraestrutura mínima. O imobilizado compreende o conjunto de bens e direitos 
que apoiam as atividades da empresa. A necessidade de imobilização depende 
das características do negócio. Cabe ao gestor financeiro estudar a melhor 
forma de financiar essas necessidades. Ao investir na aquisição à vista de bens 
do imobilizado, ou ao adquirir para pagamento a curto prazo, o gestor deixa de 
contar com esses recursos no giro do negócio. 
Portanto, afirma Assaf Neto (2006), assim como Teixeira e Ramos 
(2011), quanto mais volumosos forem os recursos de curto prazo destinados ao 
financiamento do imobilizado, maior o risco da empresa. Sob o ponto de vista 
ideal, o melhor seria que o imobilizado fosse financiado com recursos próprios e em 
longo prazo. Estes autores ressaltam que, quando o valor do imobilizado de uma 
entidade é superior ao capital próprio (Patrimônio Líquido), as imobilizações estão 
consumindo recursos do longo e/ou curto prazo. Quando o capital de terceiros de 
curto prazo (Passivo Circulante) financia as imobilizações, o giro fica descoberto, 
opção de financiamento que pode levar o negócio ao desequilíbrio financeiro.
2.2 O QUE É CAPITAL DE GIRO?
Para Berti (2009, p. 181) capital de giro é:
[...] o volume de recursos necessários para a empresa (organização) 
completar o ciclo operacional, ou seja, desde as compras de matérias-
primas (insumos), passando pela fase de transformação (indústria) e 
chegando ao consumo, e iniciando novamente o ciclo.
Teixeira e Ramos (2011, p. 47) salientam que a liquidez de uma entidade:
[...] está diretamente relacionada com a administração do Capital de 
Giro e do Ciclo Financeiro. O Capital de Giro é representado, quase 
sempre, pelos ativos que são movimentados, tais como: duplicatas ou 
contas a receber derivadas das vendas a prazo aos clientes e estoques 
de mercadorias destinadas à venda.
O capital de giro significa capital de trabalho, ou seja, o capital 
imprescindível para financiar a continuidade das operações de uma organização, 
como recursos para financiamento aos clientes (nas vendas a prazo), recursos 
para manter estoques e recursos para pagamento aos fornecedores (compra de 
matéria-prima ou mercadorias de revenda), pagamento de impostos, salários, 
entre outros (ESCÓSSIA, 2009). 
Assaf Neto e Silva (2002) enfatizam que, para se realizar a análise da 
situação financeira de uma organização cujo objetivo é verificar o equilíbrio 
financeiro, é de fundamental importância o estudo do capital de giro bem como 
outros indicadores. Para corroborar Escóssia (2009), salientam que capital de giro 
é dinheiro que uma empresa utiliza para viabilizar a fabricação de seu produto. 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ANÁLISE FINANCEIRA GERENCIAL
22
Para Lunelli (2007, p. 77), 
A necessidade de capital de giro é função do ciclo de caixa da empresa. 
Quando o ciclo de caixa é longo, a necessidade de capital de giro é 
maior e vice-versa. Assim, a redução do ciclo de caixa - em resumo, 
significa receber mais cedo e pagar mais tarde - deve ser uma meta 
da administração financeira. Entretanto, a redução do ciclo de caixa 
requer a adoção de medidas de natureza operacional, envolvendo o 
encurtamento dos prazos de estocagem, produção, operação e vendas. 
O cálculo através do ciclo financeiro possibilita mais facilmente prever 
a necessidade de capital de giro em função de uma alteração nas 
políticas de prazos médios ou no volume de vendas.
O mesmo autor salienta que a análise dos circulantes está relacionada 
diretamente com o ativo circulante e o passivo circulante que registram estes 
recursos e obrigações de curto prazo. Assim capital de giro líquido ou capital 
circulante líquido, como é mais comum ser chamado, é igual ao ativo circulante 
menos o passivo circulante, assim representado:
FIGURA 3 – CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO
FONTE: Lunelli (2007, p. 61)
Capital de Giro Líquido = Ativo Circulante - Passivo Circulante
Lunelli (2007, p. 61) diz que:
[...] quando o capital circulante líquido – CCL – é positivo, significa 
que o maior valor está localizado no ativo circulante e, portanto, os 
bens de curto prazo são maiores que as obrigações, também de curto 
prazo. Neste caso a empresa está financiando parte de seu capital de 
giro com recursos de longo prazo. Por outro lado, quando o CCL é 
negativo, as obrigações sobrepõem-se aos recursos de curto prazo, 
então denota uma situação que a empresa está financiando parte de 
seus ativos permanentes com a utilização de recursos de curto prazo.
Como forma de ilustrar apresenta-se de forma lúdica o entendimento da 
folga necessária para a sobrevivência de uma empresa quando se trata de Capital 
Circulante Líquido.
TÓPICO 2 | FONTES DE RECURSOS EM ATIVO FIXO E CAPITAL DE GIRO
23
FIGURA 4 – CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO
FONTE: Adaptado de: Marion (2003, 2010)
AC = $ 6.000 PC = $5.000
AC X PC
AC X PC
AC > PC → Situação Financeira Favorável
AC < PC → Situação Financeira Desfavorável
AC = Capital em giro; Movimentação
Determinar Situação Financeira; 
Determinar a Relação entre 
capital em giro (AC X PC)
Determinar a situação 
Financeira a Curto Prazo
5.000 5.000
CCL = 1.000
CCL = AC - PC
CCL = 6.000 - 5.000
Pulmão da Empresa
Folga Financeira
CCL = 1.000
Ativo Circulante
Então, capital de giro, segundo Lunelli (2007), é o conjunto de valores 
necessários para que uma entidade realize seus negócios. Existe a expressão 
“capital em giro”, que seriam os bens efetivamente em uso. Em geral, conforme 
Lunelli (2007), 50 a 60% do total dos ativos de uma entidade representam a 
fatia correspondente a este capital. Além de sua participação sobre o total dos 
ativos de uma entidade, o capital de giro exige um esforço para ser gerido pelo 
administradorfinanceiro maior do que aquele requerido pelo capital fixo.
De acordo com Assaf Neto e Silva (2002, p. 13), “[...] uma administração 
inadequada do capital de giro resulta, normalmente, em sérios problemas 
financeiros, contribuindo para a formação de uma situação de insolvência”.
Para Lunelli (2007, p. 77), o capital de giro precisa ser acompanhado e 
monitorado permanentemente, pois está sofrendo o impacto das diversas 
mudanças no panorama econômico enfrentado pela empresa de forma contínua. 
Para este mesmo autor, as dificuldades relativas ao capital de giro em uma 
entidade acontecem pela ocorrência dos seguintes fatores:
• redução de vendas;
 
• crescimento da inadimplência; 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ANÁLISE FINANCEIRA GERENCIAL
24
• aumento das despesas financeiras; 
• aumento de custos.
 A “aplicação permanente” refere-se às contas não circulantes do ativo 
e a “fonte permanente” às contas não circulantes do passivo. Define-se como 
Capital de Giro (C.D.G.) a diferença entre as fontes permanentes e aplicações 
permanentes.
C.D.G. = Passivo Permanente - Ativo Permanente
FIGURA 5 – CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO
FONTE: Lunelli (2007, p. 77)
O capital de giro também é visto como um conceito econômico (financeiro 
e não uma definição legal), constituindo-se uma fonte de fundos permanente 
utilizada para financiar a necessidade de capital de giro de uma entidade 
(LUNELLI, 2007).
Percebe-se que “[...] o capital de giro tem participação relevante no 
desempenho operacional das empresas, cobrindo geralmente mais da metade de 
seus ativos totais investidos” (ASSAF NETO; SILVA, 2002, p. 13).
Lunelli (2007, p. 78) enfatiza que:
O capital de giro apresenta-se razoavelmente estável ao longo 
do tempo. O capital de giro diminui quando a empresa realiza 
novos investimentos em bens do ativo permanente (aumento dos 
imobilizados). Todavia, esses investimentos são, em geral, realizados 
através de "autofinanciamento" (empréstimos a longo prazo, aumento 
do capital em dinheiro e lucros líquidos) que, por sua vez, aumentam 
o capital de giro (aumento das fontes permanentes) compensando, 
aproximadamente, a diminuição provocada pelos novos investimentos. 
O capital de giro pode ser negativo. Neste caso, as aplicações 
permanentes são maiores do que as fontes permanentes, significando 
que a empresa financia parte de seu ativo permanente com fundos de 
curto prazo. Embora esta condição aumente o risco de insolvência, a 
empresa poderá se desenvolver, desde que sua necessidade de capital 
de giro seja também negativa. Em Contabilidade, existe o Capital de 
Giro Circulante, que seria a diferença do Ativo Circulante e do Passivo 
Circulante, grupos de contas do Balanço Patrimonial.
TÓPICO 2 | FONTES DE RECURSOS EM ATIVO FIXO E CAPITAL DE GIRO
25
CF = PMRE + PMRV - PMPC
Esse índice é decomposto na Demonstração conhecida legalmente como 
Demonstração de Origens e Aplicação, fonte de valiosas informações econômicas 
da Entidade Contábil. Essa Demonstração, que antes da lei das S/A também já foi 
chamada de Demonstração de Fundos, pode ser combinada com a Demonstração 
de Fluxo de Caixa, acrescentando-se informações financeiras de uso gerencial.
Os conceitos financeiros e contábeis tiveram sua procedência de pontos 
clássicos da Economia. O Capital Circulante, sob essa abordagem, é um conceito 
criado como o oposto do Capital Fixo. Adam Smith e David Ricardo foram 
pioneiros em estudar este conteúdo de forma científica (LUNELLI, 2007).
 
Assaf Neto e Silva (1995, p. 54) salientam que há necessidade de 
investimento em giro (NIG), para melhor explicação do ciclo financeiro de uma 
empresa, significa a diferença entre o Ativo Circulante operacional e o Passivo 
Circulante operacional. “A NIG é a parte dos investimentos operacionais não 
financiados pelos respectivos passivos”.
 Já em relação ao ciclo financeiro, Lunelli (2007) diz que também é chamado 
de ciclo de caixa, é o tempo decorrido do momento em que a empresa efetua o 
pagamento das compras de mercadorias aos seus fornecedores até o momento 
em que ela recebe o valor das vendas efetuadas aos seus clientes.
Para Lunelli (2007) o ciclo financeiro pode ser entendido como o prazo 
médio desde a aquisição da mercadoria até a venda aos clientes. Este fato pode 
ser denominado de Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE), adicionado 
o Prazo Médio do Recebimento das Vendas (PMRV), subtraído o Prazo Médio de 
Pagamento das Compras (PMPC), assim:
FIGURA 6 – CICLO FINANCEIRO (CF)
FONTE: Lunelli (2007, p. 78)
Um exemplo de Lunelli (2007):
• prazo médio de renovação de estoques: 40 dias;
• prazo médio de recebimento de vendas: 20 dias;
• prazo médio de pagamento de compras: 25 dias;
• ciclo financeiro: 40 + 20 – 25 = 35 dias.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ANÁLISE FINANCEIRA GERENCIAL
26
Para fixar o entendimento, o PMRE pode ser considerado como o tempo 
médio de estocagem de mercadorias. Já o PMRV expressa o tempo decorrido 
entre a venda e o recebimento. O PMPC traduz o tempo entre a compra de 
mercadorias e o pagamento aos fornecedores. Então, o ciclo operacional (CO) tem 
uma amplitude maior, pois engloba em sua perspectiva desde a data das compras 
até o recebimento dos créditos de clientes, sem descontar o PMPC.
Em síntese, o CF é o período entre o prazo médio de pagamento a 
fornecedores e o prazo médio de recebimento das vendas. Segundo Hoji (2001, p. 
109), “O capital de giro é conhecido também como capital circulante e corresponde 
aos recursos aplicados em ativos circulantes, que se transformam constantemente 
dentro do ciclo operacional”. Este componente é essencial para a administração 
financeira, devido à necessidade de uma entidade recuperar todos os custos e 
despesas (inclusive financeiras) incorridos no ciclo operacional e obter, assim, o 
lucro desejado, por meio da venda do produto ou prestação do serviço.
O Ciclo Operacional (CO) pode ser apresentado da seguinte forma:
FIGURA 7 – CICLO OPERACIONAL
FONTE: Lunelli (2007, p. 79)
CO = PMRE + PMRV
O CO é entendido como o período entre a data da compra da mercadoria 
e a data do pagamento efetivo depois de sua venda.
Um exemplo de Lunelli:
• prazo médio de renovação de estoques: 40 dias;
• prazo médio de recebimento de vendas: 20 dias;
• ciclo operacional: 40 + 20 = 60 dias.
 
Lunelli (2007, p. 79) reforça que se pode inferir que o ciclo operacional é o 
momento em que:
[...] são investidos recursos nas operações, sem que ocorram entradas 
de caixa correspondentes. Parte desse capital de giro é financiada pelos 
fornecedores que concederam prazo para pagamento (PMPC). Até 
o momento do pagamento aos fornecedores, a empresa não precisa 
se preocupar com o financiamento, que é automático. Se o PMPC for 
superior ao PMRE, então os fornecedores estarão financiando também 
TÓPICO 2 | FONTES DE RECURSOS EM ATIVO FIXO E CAPITAL DE GIRO
27
uma parte das vendas da empresa. O ideal seria que o PMPC fosse 
maior ou igual à soma de PMRE e PMRV, quando os fornecedores 
financiariam completamente o ciclo operacional, mas tal situação 
é muito difícil de se obter. Após o pagamento a fornecedores, a 
empresa terá que financiar as operações com seu próprio capital 
de giro, uma vez que o numerário destinado aos fornecedores, que 
estava sendo utilizado na manutenção das atividades, já terá sido 
pago. O período em que ela efetua este financiamento com recursos 
próprios é justamente o ciclo financeiro da empresa. O capital de giro 
é o montante de recursos necessários à manutenção das atividades 
operacionais da empresa, enquanto não ocorre o recebimento das 
vendas. Note que, quanto maior o ciclo financeiro da empresa, maior 
será a necessidade de capital de giro. Imagine-se que haja necessidade 
de operar sem recebimento de clientes por um período de 3 meses, 
e que o capital de giro necessário para um mês seja de 25.000. Neste 
caso, precisaríamos de 75.000 para financiar nossas operações, antes 
dos primeiros recebimentos. Uma maneira de entender a necessidade 
de capitalde giro durante os ciclos financeiro e operacional é lembrar 
que durante este período a empresa continua tendo que cumprir 
outras obrigações, como pagamento de salários, impostos etc. Assim, 
enquanto não ocorre o recebimento de clientes, estas despesas terão 
que ser honradas, seja pelo uso de recursos operacionais de terceiros, 
durante o PMPC, seja pelo uso de recursos operacionais próprios, 
durante o ciclo financeiro. 
Percebe-se que foram considerados somente os recursos gerados pelas 
operações (fornecedores e recebimento de clientes), sem levar em conta recursos 
que podem ser obtidos no sistema financeiro, como os empréstimos, por exemplo. 
Para tanto é muito importante conhecer o cálculo da necessidade de capital de giro.
2.2.1 Cálculo da necessidade de capital de giro
Conforme Matarazzo (2003, p. 338), a necessidade de capital de giro (NCG) 
é dada pela diferença entre o ativo circulante operacional e o passivo circulante 
operacional das empresas. Assaf Neto e Silva (2002, p. 64) ressaltam que, além 
da influência do ciclo financeiro e operacional, o volume de vendas também é 
considerado um fator primordial na análise da NCG.
Algumas contas, de acordo com Lunelli (2007), do Ativo Circulante (AC) 
e do Passivo Circulante (PC) se renovam de forma cíclica, em consonância com 
as operações de uma entidade. Então, as contas do AC com esta característica 
são denominadas de aplicações (aplicações de recursos) cíclicas e as do PC, de 
fontes (fontes de recursos) cíclicas. São chamadas também de Ativo Circulante 
Operacional (ACO) e Passivo Circulante Operacional (PCO), respectivamente, 
justamente por esta característica de renovação de saldos, no decorrer da atividade 
operacional. O exemplo típico de fonte cíclica (operacional) são os fornecedores. 
O exemplo típico de aplicação cíclica são os clientes e os estoques. A necessidade 
de capital de giro (NCG) é a diferença entre as aplicações cíclicas (AC) e as fontes 
cíclicas (FC).
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ANÁLISE FINANCEIRA GERENCIAL
28
NOG	=	Aplicações	Cíclicas	-	Fontes	Cíclicas
FIGURA 8 – NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO
FONTE: Lunelli (2007, p. 80)
São aplicações cíclicas (AC) e fontes cíclicas (FC) típicas:
• AC: Clientes, Estoques e Despesas Antecipadas (AC Operacional)
• FC: Fornecedores, Salários a Pagar, Impostos e Taxas a Pagar (PC Operacional)
A necessidade de capital de giro (NCG) mostra o montante de recursos 
que é preciso para se manter o giro dos negócios, devido à insuficiência das fontes 
operacionais. Havendo insuficiência de FC, em relação às AC, a empresa terá que 
buscar novas fontes de financiamento para continuar operando. Estas novas fontes 
serão as fontes do sistema financeiro, como veremos à frente. (LUNELLI, 2007). 
De acordo com Assaf Neto e Silva (2002, p. 62-63):
O ativo circulante operacional é composto de valores que mantêm 
estreita relação com a atividade operacional da empresa. Estes 
elementos são diretamente influenciados pelo volume de negócios 
(produção e vendas) e características das fases do ciclo operacional 
(condições de recebimentos das vendas e dos pagamentos a 
fornecedores, prazo de estocagem etc.). O passivo circulante 
operacional representa as obrigações de curto prazo identificadas 
diretamente com o ciclo operacional da empresa. As características de 
formação dessas contas são similares às do ativo circulante operacional 
definido anteriormente, representando as dívidas de funcionamento 
(operacionais) da empresa.
Embora incomum, existe a possibilidade de se ter AC = FC ou mesmo AC 
< FC. Nestes casos, não haverá necessidade de a entidade buscar outras fontes de 
financiamento para suas operações. A necessidade de capital de giro (NCG) pode 
ser calculada pela utilização dos saldos das contas cíclicas, constantes do Balanço 
Patrimonial, conforme a definição acima. (LUNELLI, 2007).
2.2.2 Capital de giro e tesouraria
Fleuriet, Kehdy e Blane (2003, p. 13) definem o saldo de tesouraria como: 
“a diferença entre o ativo e o passivo erráticos”. Apenas para exemplificar, a conta 
disponível/caixa é considerada como ativo errático e as contas empréstimos de 
curto prazo e pagamento de Imposto de Renda como passivo errático. Ou busca-
TÓPICO 2 | FONTES DE RECURSOS EM ATIVO FIXO E CAPITAL DE GIRO
29
Saldo em Tesouraria = Ativo Circulante Financeiro - Passivo 
Circulante Financeiro
AC	=	AC	Operacional	(cíclico)	+	AC	Financeiro	(errático)
PC	=	PC	Operacional	(cíclico)	+	PC	Financeiro	(errático)
se o conceito de saldo de tesouraria (T). O saldo de tesouraria é a diferença entre 
as contas do ativo circulante e do passivo circulante que não guardam relação 
com a atividade operacional da empresa. Estas contas compõem o AC financeiro 
e o PC financeiro (LUNELLI, 2007).
FIGURA 9 – SALDO EM TESOURARIA
FONTE: Lunelli (2007, p. 81)
São exemplos de ativo circulante financeiro (ACF) e passivo circulante 
financeiro (PCF): ACF: caixa, bancos, aplicações financeiras etc. PCF: 
empréstimos bancários, financiamentos etc.
Para Lunelli (2007) o ACF e o PCF também são chamados de AC e PC 
erráticos, justamente pelo fato de as variações dos saldos de suas contas não 
guardarem relação com as atividades operacionais, como ocorre com as contas 
cíclicas. Assim, é correto dizer que o saldo de tesouraria é a diferença entre o 
Ativo Circulante errático e o Passivo Circulante errático.
FIGURA 10 – SALDO EM TESOURARIA
FONTE: Lunelli (2007, p. 81)
Se o saldo de tesouraria for positivo (folga financeira), haverá 
disponibilidade de recursos para financiar a NCG. Sendo negativo ou insuficiente 
o saldo de tesouraria, a empresa necessitará de mais recursos a curto prazo 
(empréstimos) para financiar suas operações. “Isto poderá levar a empresa a uma 
situação de insolvência, com consequente falência.” (LUNELLI, 2007, p. 81).
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À ANÁLISE FINANCEIRA GERENCIAL
30
2.2.3 Efeito tesoura
Para Rasoto (2003) o efeito tesoura ou overtrade acontece quando uma 
empresa expande significativamente o nível de operações e vendas, sem suporte 
de recursos para o aumento da necessidade de capital de giro. Empresas que têm 
tesouraria negativa precisam tomar recursos em curto prazo, no qual as taxas de juros 
são restritivas. O resultado é um aumento descontrolado de despesas financeiras, 
que poderá comprometer toda a organização e levar a um estudo pré-falimentar ou 
mesmo a um fechamento, se a situação não for entendida e replanejada.
Para Lunelli (2007, p. 81) o efeito tesoura acontece quando a empresa 
expande demasiadamente suas vendas, sem que o capital de giro disponível 
cresça na mesma proporção. O crescimento das vendas faz com que a NCG 
aumente também. Se não existir o suporte de capital de giro (saldo de tesouraria) 
necessário à manutenção deste patamar operacional, o crescimento de juros 
poderá deixar a empresa em dificuldades financeiras, podendo mesmo levá-la à 
falência. Se uma empresa nesta situação tem um saldo de tesouraria insuficiente 
ou negativo, precisará tomar recursos a curto prazo no sistema financeiro, com 
taxas de juros altas. 
As despesas financeiras crescerão além do suportável, comprometendo 
a organização. O efeito tesoura pode ser caracterizado pelo seguinte indicador:
FIGURA 11 – EFEITO TESOURA
FONTE: Lunelli (2007, p. 81)
Se este índice crescer negativamente, em exercícios seguidos, teremos 
caracterizado o efeito tesoura. Veja o exemplo dado por Lunelli (2007, p. 82):
FIGURA 12 – SALDO EM TESOURARIA
FONTE: Lunelli (2007, p. 82)
Efeito Tesoura = Saldo em Tesouraria / Necessidade de Capital de Giro
Ano T NCG T / NCG
2002 500.00 900.00 0,56
2003 (500.00) 1.800,00 (0,28)
2004 (1.300,00) 2.000,00 (0.65)
TÓPICO 2 | FONTES DE RECURSOS EM ATIVO FIXO E CAPITAL DE GIRO
31
Se o indicador T/NCG está crescendo negativamente, ao longo dos anos, 
neste caso a empresa está sofrendo o chamado “efeito tesoura”. Ou seja, está 
ampliando suas vendas, sem que o capital de giro disponível se desenvolva na 
mesma proporção.
2.2.4 Overtrading e

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