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GESTÃO DO FLUXO DE CAIXA E 
TESOURARIA 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.a Kessyane Novaes Horbucz 
 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Iniciaremos nossos estudos da disciplina de Gestão de Fluxo de Caixa e 
Tesouraria. O interesse pelos estudos referentes ao fluxo de caixa é recente, um 
dos principais estudiosos da área em nosso país – Carlos Alexandre Sá – estuda 
esse tema há 25 anos, e, para o autor, a gestão de tesouraria é o instrumento 
mais importante para uma boa elaboração de projetos financeiros (Sá, 2012). 
Ao longo de nossas aulas, trataremos diversos aspectos importantes, que 
cercam as decisões financeiras baseadas no fluxo de caixa e tesouraria. 
A princípio, é importante que você compreenda conceitos básicos da 
administração financeira, suas funções e responsabilidades, pois, a partir disso, 
conseguirá ter uma visão mais clara do espaço que a tesouraria ocupa dentro da 
administração financeira. 
Objetivo desse tema é torná-lo um conhecedor da estrutura da 
administração financeira e de todos os aspectos essenciais de sua gestão. 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Atualmente, a área de finanças não vislumbra seus estudos apenas em 
técnicas clássicas de gestão financeira, o mundo evoluiu e o comportamento 
financeiro também. 
No cenário atual, existe uma procura por profissionais financeiros 
“tomadores de decisão”, ou seja, aqueles que têm a competência e a habilidade 
em mensurar resultados e deles extrair indicadores capazes de informar a saúde 
financeira de uma organização e, a partir dessas exposições, direcionar suas 
decisões muito bem planejadas e embasadas por suas análises. 
Infelizmente, nem sempre o gestor financeiro dispõe de recursos 
suficientes para tais análises, e os motivos para isso são variados, indo desde 
falta de capacitação do próprio gestor e da equipe, que desconhecem os 
instrumentos necessários para uma correta análise financeira da organização, 
até os conflitos que muitas vezes envolvem o conselho administrativo da 
organização, com o gestor financeiro, desse modo, prejudicando a simetria de 
informações financeiras que podem garantir a solvência da organização. 
Enfim, todos sabem da importância da gestão financeira em transformar 
os resultados em números, porém, poucos reconhecem que ela é capaz de 
eliminar incertezas e gerar riqueza. 
 
 
3 
Pesquise 
O que é administração financeira? Quais são os problemas mais comuns 
da administração financeira? Qual é a importância do gestor financeiro? Quais 
são as principais áreas de decisões em administração financeira? 
 
TEMA 1 - A FUNÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
A função financeira de uma empresa está intimamente ligada à tomada 
de decisão de investimento e/ou financiamento. Segundo Sanvicente (1987, p. 
15), “uma das possíveis maneiras de se caracterizar a função financeira de uma 
empresa é categorizar as áreas que exigem tomadas de decisões pelos 
executivos responsáveis”. 
Essa classificação pode ocorrer de acordo com as áreas de decisões de 
investimentos, financiamento e aquelas relacionadas às tarefas de obtenção de 
recursos financeiros e suas devidas análises. Quando falamos de investimento, 
focamos nas melhores alternativas de aplicação dos ativos obtidos pela 
empresa, já em relação ao financiamento, as decisões são voltadas para o 
menor custo de endividamento analisando os prazos e as taxas de juros, ou seja, 
o olhar atento deverá ser para o passivo da empresa. 
Com isso, é importante saber que no investimento a busca é pela melhor 
rentabilidade e, no financiamento, o propósito é o menor endividamento. 
Investimentos são atividades executadas em decorrência das aplicações 
de recursos. As atividades de investimento costumam ser classificadas no 
Balanço Patrimonial, na conta de investimentos, por exemplo: compras de 
máquinas e equipamento, aplicações financeiras de curto e longo prazo. 
Sanvicente (1987, p. 15) complementa ao afirmar que investimento 
“consiste num conjunto de decisões visando dar à empresa a estrutura ideal em 
termos de ativos (fixos e correntes) para que os objetivos da empresa, como um 
todo, sejam atingidos”. É importante esclarecer que o objetivo, como já citado, é 
a obtenção do maior resultado, ou seja, de um maior retorno, sem deixar de lado 
o risco que os proprietários da empresa estão dispostos a correr. 
Segundo Sanvicente (1987), para se ter essa rentabilidade, alguns 
projetos são postos como alternativas de investimentos. Por exemplo: 
 Compra de uma nova máquina 
 Substituição de um equipamento por outro 
 
 
4 
 Campanha publicitária 
 Instalação de sistema de controle de produção e estoque por 
computador 
 Compra de patente sobre processo de produção ou direito ao uso 
de marcas comerciais 
 Construção de uma nova fábrica 
 Abertura de uma linha de produtos e serviços 
 Lançamento de um novo produto 
 Decisões entre alugar e comprar 
Dentre outros, esses são alguns exemplos caracterizados como 
investimento que podem proporcionar à empresa retorno a curto e longo prazo. 
Porém, para se conseguir investir, muitas empresas optam por financiar os 
ativos. 
Nesse sentido, o financiamento reflete as decisões tomadas diante das 
atividades operacionais e de investimentos. “As contas de financiamento 
costumam ser classificadas no passivo financeiro (circulante ou ELP-Exigível a 
Longo Prazo) e no Patrimônio Líquido. Exemplos: captação de empréstimos 
bancários, integralização de capital da empresa, etc.”, ou seja, o que se deseja 
fazer é definir e alcançar uma estrutura ideal em termos de fontes de recursos, 
dada a composição dos investimentos. (Sanvicente, 1987, p. 16) 
Porém, investimentos e financiamentos não devem ser realizados de 
qualquer maneira, é necessário um bom planejamento e controle financeiro para 
que, ao longo do tempo, a empresa não encontre dificuldades financeiras. 
Para Gitman (2010), o ponto central da administração financeira é o 
planejamento, pois é quando se avaliam as necessidades presentes e futuras de 
numerário, os diferentes departamentos em função das possibilidades de gerar 
entradas de recursos, as fontes disponíveis de capital e seus custos, as 
alternativas de levantamento de fundos externos, dentre outros problemas. 
No entanto, é fundamental que o planejamento seja complementado pelo 
controle. 
Os resultados obtidos devem ser confrontados com as projeções 
efetuadas durante a fase do planejamento. Por exemplo, o volume real 
de vendas está de acordo com o nível previsto para o período? Caso 
não esteja, como a empresa poderá saldar suas dívidas com os 
fornecedores? Caso o volume de vendas corresponda ao previsto, o 
pagamento de contas pelos clientes estará correndo na proporção 
prevista? Os custos de produção estão sendo mantidos dento dos 
limites estabelecidos? A empresa está acumulando estoque, superior 
ao volume de vendas? Esses são exemplos de questionamentos que 
 
 
5 
surgem. Em cada um dos casos o efeito poderá ser o desequilíbrio dos 
planos financeiros formulados no início do período. A única maneira de 
restaurar o equilíbrio entre a entrada e saída de fundos consiste na 
implantação de um controle de despesas e receitas mais adequado 
com a realidade organizacional. (Lopes, 2010, p. 22) 
No tema seguinte, retomaremos essas questões ao compreender o papel 
do gerente financeiro na empresa. 
TEMA 2 – O PAPEL DE GERENTE FINANCEIRO 
As atividades desenvolvidas pelo gestor financeiro possuem em sua 
essência as atividades básicas da administração que estão relacionadas ao 
planejamento, à organização, à direção e ao controle. O que difere nesse caso 
é que o gestor financeiro irá voltar seus esforços para a análise, o planejamento 
e o controle financeiro, que consiste em medir e tomar decisões estratégicas com 
base em relatórios financeiros com o intuito de melhorar os indicadores de uma 
organização. 
Cabe ao gestorfinanceiro também as decisões de investimento que 
consistem em analisar a melhor relação entre risco e retorno com o intuito de 
alavancar suas operações; já as decisões de financiamento mobilizam o gestor 
no que se refere à melhor e menos custosa captação de recursos financeiros. 
Gitman (2010) afirma que o gerente financeiro é aquele que “gerencia 
ativamente os assuntos financeiros de qualquer tipo de organização financeira e 
não financeira, privada ou pública, grande ou pequena, com ou sem fins 
lucrativos”. 
Para isso, o gerente financeiro deve: 
 realizar o planejamento financeiro; 
 organizar o conjunto de informações necessárias; 
 analisar os relatórios elaborados; 
 direcionar os recursos financeiros de acordo com a necessidade da 
empresa; 
 tomar decisões; 
 reduzir os custos; 
 maximizar os lucros. 
Além disso, o gerente financeiro concede créditos a clientes; avalia 
propostas que envolvam grandes gastos e captação de fundos para financiar as 
operações da empresa (Gitman, 2010). 
 
 
6 
Corroborando, Sanvicente (1987) afirma que “o gerente financeiro deve 
se preocupar com a obtenção dos recursos monetários para que a empresa 
desenvolva suas atividades e expanda a sua escala de operações, além da 
análise da maneira em que os recursos obtidos são utilizados pelos diversos 
setores e nas várias áreas de atuação da empresa.” 
Diante dos diversos cenários econômicos que as empresas enfrentam, os 
gerentes financeiros estão cada vez mais envolvidos com o desenvolvimento e 
a implementação de estratégias empresariais que têm como objetivo o 
crescimento da empresa e sua melhoria frente ao mercado (Gitman, 2010). 
Para encarar esse cenário diversificado e manter vantagem competitiva, 
o gerente financeiro conta com uma equipe técnica de profissionais 
especializados em tesouraria e controladoria. Essas funções serão tratadas nas 
próximas sessões com mais profundidade. 
Porém, quando há algum problema entre dois atores envolvidos no 
processo de gestão financeira, o que ocorre? Como resolver esse caso? Essas 
questões serão abordadas na sessão seguinte, em que trataremos o problema 
de agência. 
TEMA 3 – O PROBLEMA DE AGÊNCIA 
Imagine a seguinte situação: O gestor financeiro decide que para reduzir 
as despesas da empresa é necessário enxugar a folha de pagamento 
extinguindo alguns cargos, porém, ao fazer isso, ele terá de demitir alguns 
familiares do proprietário da empresa que ocupam esses cargos, ou seja, uma 
situação complicada e que gera um problema de agência. Mas, afinal, o que é 
um problema de agência? É o conflito de interesses que envolve dois atores, o 
principal e o agente. 
O principal geralmente é o acionista ou proprietário da empresa, é ele 
quem delega as decisões ao agente. Já o agente pode ser o gestor ou 
administrador da empresa e cabe a ele buscar a maximização dos lucros da 
organização, porém, nem sempre os objetivos do agente vão ao encontro do 
caminho traçado pelo principal, gerando uma situação desagradável para essa 
relação, o que pode comprometer a simetria de informações da empresa. 
O problema de agência faz com que os administradores das empresas 
coloquem seus objetivos pessoais à frente dos corporativos. Além 
disso, para atingir seus objetivos, as empresas precisam tomar 
decisões, mas os proprietários nem sempre têm conhecimento das 
várias atividades das organizações, principalmente, em virtude da 
concorrência acirrada nos diversos mercados. Para isso, os 
 
 
7 
administradores acabam gerindo a empresa através do conselho de 
administração e optam por contratar profissionais de mercado, 
experientes nas áreas específicas para gerir os negócios das 
atividades. (Gitman, 2010) 
 
Para evitar esse tipo de problema, Gitman (2010) destaca alguns pontos 
importantes, como as forças de mercado e os custos de agência. 
Uma força de mercado encontra-se nos grandes acionistas, que exercem 
uma grande pressão sobre a administração para que apresente um desempenho 
adequado, comunicando suas preocupações ao conselho administrativo 
(Gitman, 2010). 
Outra força de mercado se encontra na ameaça de tomada de controle 
por outra empresa que acredite poder aumentar o valor do negócio por meio da 
reestruturação de sua administração, de suas operações e da sua estrutura de 
capital. A ameaça constante de tomada do controle tende a motivar os 
administradores para que ajam segundo os interesses dos proprietários da 
empresa (Gitman, 2010). 
Já os custos de agência “mantêm uma estrutura de governança 
corporativa capaz de monitorar o comportamento dos administradores, evitar 
práticas administrativas desonestas e oferecer-lhes incentivos financeiros para 
maximizar o preço da ação.” (Gitman, 2010). 
Uma maneira mais comum de reestruturar a remuneração dos 
administradores de acordo com a maximização do preço da ação, ou seja, 
proporcionar incentivos para que ajam segundo os interesses dos proprietários 
é o plano de remuneração, que, segundo Gitman (2010), podem ser de dois 
tipos: de incentivo e de desempenho. 
Os planos de incentivo têm como função atrelar a remuneração dos 
administradores ao preço da ação, ou seja, por meio das opções da compra de 
ações. Essas opções fazem com que eles comprem ações da empresa ao preço 
de mercado estabelecido no momento da outorga (ato de consentir, dar, atribuir, 
transmitir, conceder, autorizar outra pessoa a praticar atos em seu nome). Se os 
preços do mercado subirem, serão recompensados com a possibilidade de 
revender suas ações a um preço de mercado mais elevado (Gitman, 2010). 
Já os planos de desempenho atrelam a remuneração dos administradores 
a medidas como o “lucro por ação” (LPA). Esses planos usam ações por 
desempenho, ou seja, recebem em troca da consecução de metas de 
desempenho estabelecidas. Outro plano de desempenho se dá por conta da 
 
 
8 
bonificação em dinheiro, que nada mais é do que “um pagamento em dinheiro 
atrelado à consecução de determinadas metas de desempenho.” (Gitman, 
2010). 
Após apresentados os problemas de agência, estudaremos como são 
estabelecidos os papais das funções financeiras, como o tesoureiro e o 
controller. 
TEMA 4 – ORGANIZAÇÃO DA FUNÇÃO FINANCEIRA 
Sabemos que a administração financeira são os esforços dispendidos no 
planejamento, na organização, no controle e na direção das finanças de uma 
organização; sabemos também que o gestor financeiro é quem exerce todas 
essas ações tomando as decisões necessárias para obter a maximização de 
riqueza da organização, e ele conta com o apoio de outros profissionais para 
isso, mas quem são esses profissionais? Geralmente importantes, temos esses 
dois atores como fornecedores de informações financeiras necessárias para a 
tomada de decisão do gestor, sendo eles o tesoureiro e o controller. 
A seguir, na Figura 1, é apresentada a estrutura organizacional financeira. 
 
Figura 1 – Estrutura típica da função financeira de uma empresa 
 
Fonte: Sanvicente, 1987. 
 
Como visto na figura anterior, o tesoureiro é o “homem do caixa”, ou seja, 
é responsável pela liquidez da empresa e administra todo o fluxo de recursos 
Diretor 
Financeiro
Tesoureiro
Caixa e bancos
Contas a receber 
Contas a pagar
Relações bancárias
Preparação do orçamento 
de caixa
Controller
Contabilidade geral e de 
custos
Elaboração de orçamentos e 
controle orçamentário
Auditoria interna
Preparação de relatórios 
financeiros internos
 
 
9 
financeiros dela; já o controller possui um viés para a contabilidade e se 
preocupa com a auditoria e o acompanhamento dos lançamentos financeiros. 
“A área do tesoureiro está mais voltada para atividades que compreendem 
o uso de dinheiro, a sua manipulação e a posse real de fundos, enquanto o 
controller preocupa-se com os controles e osfluxos de informações dentro da 
empresa. A primeira área tem contato com o público e a segunda possui tarefas 
quase exclusivamente voltadas para dentro da empresa”. (Sanvicente, 1987). 
Sanvicente (1987) ainda afirma que o tesoureiro está mais preocupado 
com os aspectos de obtenção de fundos, ao passo que o controller dedica-se à 
análise da eficiência relativa com que os recursos obtidos são aplicados pela 
empresa. 
Como visto, a administração financeira é repleta de elementos essenciais, 
os quais, quando não bem geridos, podem acarretar inúmeros problemas 
organizacionais que, muitas vezes, não podem ser revertidos. Para compreender 
melhor essa questão, na sessão seguinte, abordaremos os principais problemas 
de administração financeira que as empresas podem encontrar. 
TEMA 5 – OS PROBLEMAS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
Observamos que a administração financeira se pauta em dados confiáveis 
e no acompanhamento constante por seus agentes. Porém, quando não é dada 
a devida atenção ao planejamento ou há falhas, omissões nas informações 
prestadas, isso pode causar um prejuízo enorme para a organização. 
Nenhuma empresa pode desconhecer suas movimentações financeiras, 
ou seja, não saber se está tendo lucro ou prejuízo, não conhecer as informações 
adequadas de saldo de caixa, estoques, contas a pagar e receber, despesas, 
preço de venda, pró-labores, valor patrimonial da empresa, capital de giro, ciclo 
financeiro e ciclo operacional. 
Grande parte dessas informações é trabalhada por meio de uma 
ferramenta financeira essencial para o acompanhamento das entradas e saídas 
de caixa, a qual se chama fluxo de caixa. Com o fluxo de caixa, é possível evitar 
prever o comportamento do caixa e evitar surpresas. 
Como vimos, a função financeira compreende os esforços dispensados, 
objetivando a formulação de um esquema que seja adequado à maximização 
dos retornos (lucro) aos proprietários das ações ou cotas da empresa, 
 
 
10 
proporcionando a liquidez dela perante seus credores. A premissa está 
assentada no equilíbrio entre rentabilidade (lucro) e liquidez. (Gitman 2010) 
Alguns elementos são primordiais para detectar problemas de 
administração financeira, e, segundo Sanvicente (1987), são eles: 
 Mercado 
o Mercado Comprador 
 Preço, prazo, e outras condições de venda 
 Manutenção e ampliação da quota da empresa no mercado 
 Efeitos da concorrência 
 Vendas cíclicas ou de época 
o Mercado Fornecedor 
 Preços, prazos e outras condições de compra 
 Compras cíclicas ou de época 
 Necessidade de importação 
 Aplicação do Capital 
o Renovação e ampliação de máquinas, equipamentos e instalações 
o Manutenção de estoques e produção em andamento 
o Concessão de crédito a clientes; vendas a prazo 
o Adiantamento a fornecedores 
 Capital de terceiros 
o Limites para compra a prazo 
o Limites para operações bancárias 
o Custo do capital de terceiros 
o Financiamentos especiais 
 Capital Próprio 
o Capitalização de lucros 
o Distribuição de lucros 
o Destinação das reservas e provisões 
o Entrada de capital novo 
 Expansão 
o Expansão em pequena escala 
o Expansão em grande escala 
 
A percepção desses e de outros problemas só será possível às empresas 
que mantêm adequado sistema de processamento e análise de dados, 
 
 
11 
determinando as diversas situações de solvência, liquidez e rentabilidade. A 
maioria das empresas concentra suas atenções apenas no propósito de obter 
recursos, para cobrir a falta de numerário, não se preocupando com os meios 
que ocasionaram essa deficiência. 
Causas mais comuns da falta de numerário: 
 Expansão descontrolada das vendas, implicando maior volume de 
compras e de gastos. 
 Ampliação dos prazos de vendas, para a conquista de mercados. 
 Diferenças acentuadas na velocidade dos ciclos de pagamentos e 
de recebimentos, em função dos prazos de compra e de vendas. 
 Insuficiência do capital próprio e utilização do capital alheio em 
proporções excessivas. 
 Baixa velocidade na rotação dos estoques e nos processos de 
produção. 
 Necessidade de compras de vultos de caráter cíclico ou para 
reserva, exigindo maiores disponibilidades. 
 Distribuição de lucros, além das possibilidades de caixa. 
 Imobilização excessiva, diminuindo o capital circulante ou 
utilizando capital de terceiros. 
As empresas financeiramente equilibradas apresentam as seguintes 
características: 
 Há permanente equilíbrio entre os recursos e os encargos 
financeiros. 
 O capital próprio tende a aumentar em relação ao capital alheio. 
 A rentabilidade do capital é satisfatória, não prejudicando as 
vendas forçadas para a obtenção de numerário, nem pesadas parcelas de juros. 
 Há tendência para aumentar a rotatividade dos estoques, cujo valor 
não se eleva na mesma proporção em que cresce o valor das vendas, e maior 
frequência de vendas para um número cada vez maior de produtos. 
 Há tendência para estabilizar-se o prazo médio de recebimento das 
vendas. 
 Não há imobilização excessiva de capital, nem ela é insuficiente 
para o volume necessário de produção. 
 Não há falta de mercadoria para atendimento das vendas. 
 
 
 
12 
Como visto, uma organização sem planejamento e controle pode 
enfrentar diversos problemas financeiros no decorrer do tempo. São fatores 
como esses que devem fazer parte do dia a dia do administrador financeiro para 
que, em conjunto com a equipe financeira, gestores e demais atores 
organizacionais possam estabelecer metas e objetivos que não interfiram na vida 
financeira da empresa. 
Saiba Mais 
Para ser um bom gestor financeiro, primeiramente é preciso praticar com 
as finanças domésticas. Assim, assista ao vídeo e reflita se o planejamento 
pessoal está sendo realizado: 
https://www.youtube.com/watch?v=eonwa39mnL4 
 
TROCANDO IDEIAS 
Após apresentados os principais pontos a respeito da Administração 
Financeira, chegou a hora de cada aluno contribuir com seu entendimento a 
partir de tudo que foi abordado nesta rota, além de apresentar possíveis dúvidas 
e questionamentos que surgiram durante os estudos. Dessa forma, assista ao 
vídeo seguinte e compartilhe com os colegas os questionamentos sugeridos: 
https://www.youtube.com/watch?v=GA6STBvKlGE 
 
 Analisando o vídeo e o que foi abordado durante o curso, qual a 
importância da gestão financeira? 
 O que é um planejamento financeiro? 
 O que deve ser levado em consideração para efetuar um bom 
planejamento financeiro? Quais as informações mais importantes? 
 Como enfrentar uma crise caso a empresa esteja endividada? 
 Quais são os meios que podem ser utilizados para realizar um bom 
controle financeiro? 
 Qual a importância da análise do planejamento financeiro ao longo 
do tempo? 
 Posso levar aspectos do planejamento financeiro para a vida 
financeira pessoal? Caso seja possível, como posso fazer? 
 
https://www.youtube.com/watch?v=eonwa39mnL4
https://www.youtube.com/watch?v=GA6STBvKlGE
 
 
13 
NA PRÁTICA 
Assista ao vídeo e responda aos seguintes questionamentos: 
https://www.youtube.com/watch?v=GA6STBvKlGE 
 
1) Qual é a importância do planejamento financeiro? 
2) Como é elaborado o planejamento financeiro? E o que deve ser 
feito após a elaboração do planejamento? 
3) O que é reserva e qual sua importância, tanto na vida pessoal como 
na empresa? 
 
SÍNTESE 
Para Gitman (2010), “A administração financeira compreende a função 
dupla de planejamento e controle”. Constitui importante instrumento do processo 
de formulação das políticas operacionais da empresa. Na execução de suas 
tarefas, o administrador financeiro utiliza como ponto de partida os 
demonstrativos elaborados pelo contador ou contadores da empresa. O 
diagnóstico resultante da análise desses demonstrativos deverá procurar revelar 
as razões,favoráveis ou não, do desempenho passado da empresa. Enquanto 
o balanço fornece uma visão dos recursos (ativos) e compromissos (passivos) 
da empresa, os demonstrativos de lucros e perdas indicam a rentabilidade das 
operações de exercícios passados. 
À análise do desempenho passado da empresa segue-se a interpretação 
de sua situação atual. A principal questão, neste caso, é a seguinte: qual a 
situação atual da companhia e como se compara com as demais empresas de 
tamanho equivalente, na mesma indústria e operando no mesmo mercado? Essa 
interpretação é, simultaneamente, absoluta e relativa. É absoluta no sentido de 
procurar determinar a solidez, ou não, da atual posição financeira da empresa. 
A interpretação destina-se também a mostrar sob que aspectos a 
empresa pode ser comparada, em termos favoráveis ou desfavoráveis, a suas 
concorrentes, bem como em que medida isso ocorre. O principal aspecto da 
administração financeira é a formulação da estratégia da empresa, 
determinando-se o uso mais adequado dos fundos à disposição da empresa no 
momento e procedendo-se à escolha da fonte mais apropriada de recursos 
adicionais de que o empreendimento necessitará no futuro. A análise e a 
https://www.youtube.com/watch?v=GA6STBvKlGE
 
 
14 
interpretação dos demonstrativos financeiros constituem as bases da formulação 
dos planos futuros da empresa. 
Ocasionalmente, uma empresa poderá considerar a necessidade de 
aumentar suas instalações físicas de operação, ou seja, edifícios, máquinas e 
equipamentos. No caso de máquinas e equipamentos, o administrador financeiro 
trabalhará com projetos de investimento cuja vida útil estimada é de três a dez 
ou mais anos. São investimentos que envolvem financiamento a médio prazo. 
(Sanvicente, 1987). 
A análise efetuada pelo administrador financeiro serve ainda como 
valiosíssimo meio de comunicação entre os vários departamentos. Proporciona 
um denominador comum (moeda) e um padrão uniforme de medida (custo dos 
fundos e rendimento). Além disso, a análise financeira fornece à alta 
administração um instrumento de avaliação de desempenhos passados e dos 
planos futuros. 
Depreende-se que a administração financeira é uma área de suma 
importância para a sobrevivência de uma organização, pois, sem se atentar para 
as finanças, torna-se impossível tomar decisões assertivas e que não 
prejudiquem as condições financeiras da organização. 
Denota-se que algumas figuras dão apoio necessário ao gestor, 
fornecendo informações pertinentes para uma melhor análise dos relatórios e 
indicadores financeiros, no entanto, muitas vezes essas relações nem sempre 
são harmoniosas, podendo desencadear conflitos de interesses, o que é capaz 
de influenciar negativamente na rentabilidade da empresa. Então, cabe à gestão 
financeira acompanhar e avaliar a movimentação financeira da empresa, 
objetivando sempre maximizar a riqueza da organização. 
 
REFERÊNCIAS 
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São Paulo: 
Prentice Hall, 2010. 
 
LOPES, A. S. A contribuição da controladoria na tomada de decisão do 
administrador financeiro. Rio de Janeiro: IAVM, 2010. 
 
SÁ, C. A. Fluxo de Caixa: a visão da tesouraria e da controladoria. 4. ed. São 
Paulo: Atlas, 2006. 
 
 
15 
 
SANVICENTE, A. Z. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1987. 
 
SELEME, L. D. B. Finanças sem complicações. Curitiba: Intersaberes, 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA: 
GESTÃO DO FLUXO DE CAIXA E 
TESOURARIA 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.a Kessyane Novaes Horbucz 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá, querido aluno, dando sequência ao estudo da disciplina de Gestão 
de Fluxo de Caixa e Tesouraria, a atividade mais importante dentro da 
administração financeira é a tomada de decisão, pois de nada vale elaborar 
extensos relatórios, gráficos complexos e calcular vários tipos de indicadores 
financeiros sem a competência de analisar todos esses elementos e avaliar qual 
a melhor decisão para sua empresa. 
Dessa maneira, a dinâmica da decisão financeira se pauta em dois 
propósitos: o de investimento (onde, como, quanto e quando irei aplicar os 
recursos?) E o de financiamento (quanto, até quando necessito de recursos?), 
dois grandes propósitos decisórios de uma empresa que são integrados às 
variáveis de risco, ao retorno e aos custos das operações financeiras. 
O objetivo principal é ampliar o conhecimento com foco na tomada de 
decisão, apresentando termos técnicos e algumas ferramentas que são 
importantes para esse processo decisório 
CONTEXTUALIZANDO 
As decisões financeiras de empresas inseridas em economias em 
desenvolvimento requerem uma reflexão mais crítica de seus aspectos 
conflitantes, exigindo uma adaptação à realidade dos negócios. O processo de 
tomada de decisões reflete a essência do conceito de administração. 
Para Assaf Neto (2007), administrar é decidir, e a continuidade de 
qualquer negócio depende da qualidade das decisões tomadas por seus 
administradores nos vários níveis organizacionais. E essas decisões, por sua 
vez, são tomadas com os dados e as informações viabilizados pela 
contabilidade, levantados pelo comportamento do mercado e desempenho 
interno da empresa. 
No entanto, esse processo decisório é essencial ao sucesso de toda 
empresa, e vem assumindo complexidade e risco cada vez maiores na economia 
brasileira. Desequilíbrios nas taxas de juros, desajustes de mercado, ausência 
de poupança a longo prazo, intervenções frequentes nas regras da economia, 
entre outros aspectos vêm exigindo uma capacidade mais analítica e 
questionadora das unidades decisórias. (Assaf Neto, 2007) 
Conceitos financeiros consagrados em outros ambientes costumam 
encontrar enormes dificuldades de adaptação em nossa realidade empresarial, 
 
 
3 
demandando um conjunto de ajustes e reflexões nem sempre seguidos pelo 
mercado. 
PESQUISE 
Como podemos realizar uma boa administração financeira? Quais são os 
elementos que constituem as decisões financeiras? Como ocorrem as relações 
empresas x mercado? 
 
TEMA 1 – A DINÂMICA DAS DECISÕES FINANCEIRAS 
Como vimos, administrar é um processo de tomada de decisões. Segundo 
Ross (2002), a continuidade das organizações depende da decisão correta e 
esta deve ser feita baseada em dados e informações, sejam elas fornecidas pela 
contabilidade e outros setores da empresa, ou pelo ambiente no qual a empresa 
está inserida. Fatores como desequilíbrios nas taxas de juros, desajustes de 
mercado, inflação, riscos financeiros e mudanças no mercado tornam esse 
processo de decisão algo nada fácil. 
A dinâmica das decisões financeiras envolve: 
 planejamento financeiro – necessidades de expansão, desajustes 
futuros e rentabilidade sobre os investimentos; 
 controle financeiro – análise e correção de desvios entre previsto e 
realizado; 
 administração de ativos – melhor estrutura dos investimentos em 
termos de risco e retorno; 
 administração de passivos – gerenciamento de composição de 
financiamento. 
O foco principal se dá por conta das decisões de investimento e das 
decisões de financiamento. Retomando, investimentos são atividades 
executadas em decorrência das aplicações de recursos. As atividades de 
investimento costumam ser classificadas no Balanço Patrimonial, na conta de 
investimentos, por exemplo: compras de máquinas e equipamento, aplicações 
financeiras de curto e longo prazo. 
Já o financiamento reflete as decisões tomadas diante das atividades 
operacionais e de investimentos. As contas de financiamento costumam ser 
classificadas no passivo financeiro (circulante ou ELP) e no Patrimônio Líquido. 
Exemplos: captação de empréstimos bancários, integralização de capital da 
 
 
4 
empresa, etc., ou seja, “o que se deseja fazer é definir e alcançar uma estrutura 
ideal em termos de fontes de recursos, dada acomposição dos investimentos” 
(Sanvicente, 1987, p. 16). 
Decisão de investimento, também chamado de administração da estrutura 
de ativos, constitui a etapa em que o administrador financeiro determina a 
combinação e os tipos de ativos que fazem parte do Balanço Patrimonial da 
empresa. Essa atividade está relacionada ao lado esquerdo do Balanço. A 
composição refere-se ao montante de recursos aplicados em Ativos Circulantes 
e em Ativos Permanentes (fixos). Depois que a composição estiver definida, o 
administrador financeiro deve fixar e tentar manter níveis ótimos para cada tipo 
de Ativo Circulante. (Ross, 2002) 
De acordo com Pereira Filho (2014), o gestor deverá também decidir quais 
são os melhores Ativos Permanentes a adquirir e saber quando os ativos 
existentes se tornarão obsoletos e precisarão ser modificados, substituídos ou 
liquidados. A determinação da melhor estrutura de ativo para a empresa não é 
uma tarefa simples; requer o conhecimento das operações passadas e futuras 
das empresas e a compreensão dos objetivos que deverão ser alcançados a 
longo prazo. Existem várias técnicas para avaliação dessas decisões, como a 
Taxa Média de Retorno, Payback (Prazo de Retorno), Valor Presente Líquido 
(VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR). 
É na administração da estrutura dos ativos que o gestor deve fazer os 
seguintes questionamentos: onde, como, quanto e por quanto tempo irei aplicar 
meus recursos? 
Já a decisão de investimento ou administração da estrutura do passivo 
relaciona-se com o lado direito do Balanço Patrimonial da empresa e envolve as 
fontes de recursos. Conforme Gitman (2010), dois enfoques sustentam essa 
atividade do administrador financeiro: 
 A decisão de qual a composição mais apropriada entre 
financiamento a curto e a longo prazo a ser estabelecida, o que é bastante 
importante, pois afeta tanto a lucratividade da empresa como sua liquidez global. 
 O juízo de quais fontes individuais de financiamento, a curto ou a 
longo prazo, são as melhores, em dado momento. Algumas decisões dessa 
natureza exigem uma análise profunda das alternativas disponíveis, de seus 
custos e de suas implicações a longo prazo. O Custo Médio Ponderado de 
Capital é uma medida eficaz para esse tipo de decisão. 
 
 
5 
As questões que o gestor deve fazer na administração da estrutura do 
passivo se pauta em: como, quanto, por quais taxas e com quem irei financiar 
os meus recursos? 
Porém, como saber se o investimento e o financiamento realizados darão 
o meu retorno esperado? Qual ou quais os riscos que podem ocorrer? Veremos 
essas questões no tema a seguir. 
 
TEMA 2 – RISCO X RETORNO 
Para compreender melhor essa aula, vamos conceituar risco e retorno. 
Risco é a volatilidade de retornos associado a um determinado ativo. Como 
normalmente estamos preocupados com a possibilidade de um prejuízo, 
tentamos medir com precisão a volatilidade do retorno que pode causar esse 
prejuízo. 
No entanto, volatilidade, segundo o dicionário, é a qualidade do que sofre 
constantes mudanças; característica do que é volátil, do que não é firme, daquilo 
que muda constantemente ou se vaporiza. Em finanças, entendemos como uma 
oscilação entre os valores dos ativos. 
Por exemplo, se você realiza uma aplicação de renda fixa que promete 
juros de R$ 50 daqui a 30 dias, não está correndo risco de volatilidade do retorno. 
O resultado possível é um só. Não existe volatilidade de retorno associada à sua 
aplicação. Imagine agora que o gerente do banco lhe oferece uma aplicação que 
promete juros no intervalo de R$ 0 a R$ 100. Ou seja, você pode ganhar qualquer 
valor entre R$0 e R$ 100. Esse investimento é mais arriscado em virtude da 
elevada volatilidade de retorno. Volatilidade de retornos aqui significa que você 
pode ganhar qualquer valor entre R$ 0 e R$ 100. 
Em suma, o risco pode ser definido como uma medida de incerteza 
associada aos retornos esperados de investimento. 
Já o retorno é a expectativa de uma rentabilidade, ou seja, quanto irei 
ganhar ao investir em determinado ativo. 
Dessa maneira, devemos ficar atento a alguns tipos de risco e tentar ao 
máximo prevê-los e nos prepararmos para eles. Seguem os principais tipos de 
riscos, conforme Pereira Filho (2014). 
 
 
6 
 Risco de mercado – é associado às variações de rentabilidade 
dos ativos decorrendo das condições da economia, que podem fazer os juros, o 
câmbio e os preços das ações variarem, influenciando seu investimento. 
Um exemplo é quando são expostas notícias sobre empresas de capital 
aberto, pois, se essa notícia for negativa, automaticamente os preços das ações 
reduzem. 
 Risco de crédito – esse risco ocorre quando há o chamado 
popularmente de “calote”, ou seja, quando não há o pagamento da parte 
devedora para a parte credora, o que vai fazer com o que o credor não receba o 
esperado, e os impactos dessa ação podem chegar a uma falência. 
 Risco de liquidez – está relacionado com a facilidade de você 
negociar um ativo, ou seja, o quanto você conseguirá transformar um ativo em 
dinheiro o mais rápido possível. No entanto, às vezes você precisa ceder e 
reduzir o valor solicitado para fechar a negociação, sendo essa perda computada 
como risco de liquidez. 
 Risco legal – são questões legais que podem ocasionar algum 
transtorno para uma ou mais partes da relação. Podem existir cláusulas jurídicas 
que impeçam ou dificultem o exercício dos direitos nele estabelecidos, 
permitindo ao devedor ou tomador não honrar as obrigações assumidas. 
 Risco operacional – quando há a possibilidade de ocorrerem 
falhas e poderão ser provenientes de problemas nos equipamentos, falhas 
humanas má administração, fraudes, entre outros. 
Além disso, de acordo com Sanvicente (2012), existem riscos que envolve 
a área empresarial, sendo eles: 
Risco econômico – também denominado de risco empresarial, está 
relacionado às eventualidades que afetam o resultado de uma empresa, ou seja, 
a possibilidade de a empresa não atingir os resultados esperados. 
Risco financeiro – é resultado da instabilidade do resultado, ocorre 
quando uma empresa não possui a capacidade de honrar seus compromissos 
financeiros no prazo acordado. 
Na prática, encontramos no mercado diversos ativos e, com isso, há de 
se esperar que os riscos sejam também diferentes, dessa maneira, quanto maior 
for o risco de um investimento, maior deverá ser o seu retorno esperado. 
 
 
 
7 
 
 
TEMA 3 – RELAÇÃO COM OS MERCADOS 
Empresas bem-sucedidas têm uma necessidade constante de fundos. Um 
dos principais atores envolvidos nesse processo de canalização de fundos são 
as instituições financeiras. 
As instituições financeiras, conforme Gitman (2010), agem como 
intermediários, canalizando as poupanças de pessoas físicas, empresas e 
órgãos governamentais para empréstimos e investimentos. Muitas instituições 
financeiras remuneram direta ou indiretamente seus depositantes com juros 
sobre os recursos depositados, e outras prestam serviços em troca de tarifas. 
A poupança que os clientes individuais depositam nas instituições 
financeiras fornece grande parte dos recursos de que dispõem. Esses clientes 
não apenas proporcionam recursos às instituições financeiras, como também os 
demandam dela sob a forma de empréstimo. No entanto, as pessoas físicas são 
ofertantes líquidos para as instituições financeiras: poupam mais do que tomam 
emprestado. (Gitman, 2010) 
No caso das empresas que depositam seus recursos nas instituições 
financeiras, elas também tomam empréstimos, porém são demandantes líquidos 
de fundos: tomam mais dinheiro do que poupam. (Gitman, 2010) 
Em resumo, todo o processo descrito até agora pode ser dito da seguinte 
forma: as relações financeiras são estabelecidas sempre que um agente 
econômico é capaz de transferir o comando de recursos financeiros para 
terceiros contra o reconhecimento de uma obrigação (dívida, expressaem um 
contrato ou título) e seus serviços por parte do beneficiário. A mais simples forma 
de relação financeira é o crédito: um agente empresta dinheiro a outro, por um 
prazo determinado, e é remunerado pelo pagamento de juros futuro. (Carvalho, 
2015) 
Nesse processo, existem dois agentes principais: os agentes 
superavitários (credores) e os agentes deficitários (devedores). 
Segundo Gitman (2010), os agentes superavitários, também chamados 
de poupadores, veem-se às voltas com excesso de renda corrente sobre seus 
gastos planejados e, portanto, demandam formas de acumulação de riqueza. 
 
 
8 
São demandantes de ativos financeiros e ofertantes de poupança financeira – 
recursos para uso imediato de terceiros. 
Já os agentes deficitários, tomadores, pretendem gastar mais que sua 
renda corrente, demandando financiamento de seus gastos excedentes. Trocam 
parte de sua renda futura pela antecipação de recursos financeiros. Esses 
agentes são demandantes de poupança financeira e emitem obrigações, um 
passivo financeiro a ser saldado no futuro. (Gitman, 2010) 
Vistos esses conceitos, no Brasil, quem são os atores do sistema 
financeiro nacional? 
Conforme Ferreira (2014), o Sistema Financeiro Nacional (SFN) é um 
conjunto de instituições financeiras e instrumentos financeiros que tem como 
objetivo regulamentar, fiscalizar e executar as operações relacionadas à gestão 
da moeda e do crédito. 
O SFN possui uma estrutura padrão dividida em dois subsistemas. 
Subsistema Normativo: capaz de regular e fiscalizar o mercado financeiro. 
Os órgãos e instituições especiais que o compõem são: 
 Conselho Monetário Nacional (CMN); 
 Banco Central (BACEN); 
 Superintendência Nacional de Previdência Complementar 
(PREVIC); 
 Comissão de Valores Mobiliários (CVM); 
 Superintendência de Seguros Privados (SUSEP); 
 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
(BNDES); 
 Caixa Econômica Federal (CEF); 
 Banco do Brasil (BB). 
Subsistema Operativo: sistema composto por todas as instituições que 
trabalham na intermediação financeira e na realização da transferência de 
recursos entre fornecedores e tomadores de recursos por meio de regras bem 
definidas. 
 Compõem esse subsistema: 
 Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE); 
 Cooperativas de Crédito; Bancos de Investimentos; 
 Sociedades Corretoras; 
 Sociedades de Crédito Imobiliário; 
 
 
9 
 Bancos Cooperativos etc. 
 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2016. 
 
O sistema financeiro nacional é constituído por várias instituições e 
órgãos que zelam pelo bom funcionamento das operações financeiras, 
viabilizando o trânsito de recursos financeiros entre empresas e investidores. 
(Ferreira, 2014) 
Dessa maneira, seu principal objetivo é o de estabelecer uma ligação 
entre os agentes do mercado financeiro influenciando na maior eficiência nas 
operações. 
 
TEMA 4 – RELAÇÃO COM A CONTABILIDADE 
Como vimos na aula anterior, as atividades de finanças (tesoureiro) e 
contabilidade (controller) são intimamente relacionadas e, via de regra, 
sobrepõem-se. Na verdade, muitas vezes é difícil diferenciar a administração 
financeira da contabilidade. 
No entanto, em empresas de pequeno porte, o controller com frequência 
executa a função financeira e, nas maiores, muitos controllers estão diretamente 
envolvidos com diversas atividades financeiras. Existem, porém, duas diferenças 
 
 
10 
básicas entre finanças e contabilidade: ênfase nos fluxos de caixa e a tomada 
de decisões. (Gitman, 2010) 
No que diz respeito à ênfase nos fluxos de caixa, Gitman (2010) afirma 
que a função principal dos controllers é desenvolver e relatar dados para 
mensurar o desempenho da empresa, avaliar situações financeiras, atender aos 
requisitos dos reguladores de títulos e apresentar relatórios, além de registrar e 
pagar impostos. Usando determinados princípios padronizados e geralmente 
aceitos, os controllers preparam demonstrações financeiras que reconhecem as 
receitas no momento da venda e as despesas no momento em que são 
incorridas, abordagem conhecida como regime de competências. 
Já o administrador financeiro enfatiza os fluxos de caixa, as entradas e 
saídas de dinheiro. Ele mantém a empresa solvente, planejando os fluxos de 
caixa necessários para que ela honre suas obrigações e adquira os ativos 
necessários para realizar suas metas, o chamado regime de caixa. O 
administrador financeiro aplica esse regime de caixa para reconhecer as receitas 
e despesas apenas quando das entradas e saídas efetivas de caixa. 
Independentemente de seus lucros ou prejuízos, cada empresa precisa ter fluxo 
de caixa suficiente para atender as suas obrigações à medida que se tornem 
devidas. (Gitman, 2010) 
A segunda grande diferença entre finanças e contabilidade tem a ver com 
a tomada de decisões. Os controllers dedicam maior parte dos seus esforços 
para coletar e apresentar os dados financeiros. Já os administradores 
financeiros, por sua vez, avaliam as demonstrações contábeis, desenvolvem 
mais dados e tomam decisões a partir da análise marginal resultante. É claro 
que isso não quer dizer que os controllers jamais tomem decisões, ou que os 
administradores financeiros jamais coletem dados. Apenas que o foco principal 
de suas atividades é bastante diferente. (Gitman, 2010) 
Como já vimos, além do envolvimento constante com a análise e o 
planejamento financeiros, o administrador financeiro também toma decisões de 
investimento e de financiamento. Segundo Gitman (2010), as decisões de 
investimento determinam as combinações e os tipos de ativos que a empresa 
possui. Já as decisões de financiamento determinam a combinação e os tipos 
de financiamento usados. 
Para compreender melhor, observe a figura a seguir, em que é 
apresentado um balanço patrimonial. Vale ressaltar que as decisões são 
 
 
11 
efetivamente tomadas com base nos efeitos do fluxo de caixa sobre o valor geral 
da empresa. 
 
Balanço patrimonial 
Ativo circulante Passivo circulante 
Ativo não circulante 
Dívidas de longo prazo e 
patrimônio líquido 
 
 
 
 
 
Após compreendida essa relação das finanças com a contabilidade, 
vamos partir para o último tema, o qual trata do disponível, que são os recursos 
financeiros que se encontram à disposição imediata da entidade. 
 
TEMA 5 – O DISPONÍVEL 
O disponível compõe o grupo dos ativos circulantes, ou seja, são os 
recursos financeiros disponíveis para a empresa, os quais, 
geralmente, ela deixa sob a guarda de instituições financeiras. 
O ativo faz parte das contas patrimoniais e compreende o conjunto de 
bens e direitos da organização, possuindo valores econômicos e podendo ser 
convertido em dinheiro. É parte positiva da posição patrimonial e identifica onde 
os recursos foram aplicados, além de representar os benefícios presentes e 
futuros da empresa. 
A finalidade de uma empresa é o lucro, e o ativo é a aplicação de bens e 
direitos de modo a produzir lucro. Para que algo seja considerado um ativo, é 
necessário que ele cumpra quatro requisitos: constituir bem ou direito para a 
empresa, ser de propriedade, posse ou controle da sociedade, ser mensurável 
monetariamente e trazer benefícios (ou expectativa de benefícios) para a 
Tomada de decisões de 
investimento 
Tomada de decisões de 
financiamento 
 
 
12 
empresa. O dinheiro é o ativo por excelência, pois é o meio de troca da economia 
e sua liquidez é plena. 
As contas desse grupo não se encerram com a apuração do resultado do 
exercício e podem ser debitadas ou creditadas, sendo o saldo 
sempre devedor (com exceção das contas redutoras do ativo). 
Conforme Athar (2005), o ativo se divide em duas partes: ativo circulante 
e ativo não circulante. 
 Ativo Circulante: contempla o grupo de contas do ativo com maior 
liquidez. São contas que estão constantemente em giro, movimento, circulação. 
Nesse grupo, são registradosos bens e direitos que a empresa consegue 
transformar em dinheiro até o final do exercício seguinte, ou seja, no curto 
prazo. 
Por exemplo, uma empresa cujo exercício social encerre em 31 de 
dezembro, ao realizar o encerramento do exercício de 31 de dezembro de 2015, 
deverá classificar no curto prazo (ativo circulante) todos os valores realizáveis 
até 31 de dezembro de 2016. 
Após compreendido o ativo circulante, voltamos ao disponível, que 
pertence a esse grupo de ativos. 
O disponível compreende valores existentes em caixa e bancos, assim 
como as aplicações de curtíssimo prazo e liquidez absoluta. Significa o que está 
disponível para a empresa, podendo ser utilizado a qualquer momento e para 
qualquer fim. As contas desse grupo estão a todo instante sendo movimentadas 
(entra e sai dinheiro). São exemplos de disponível: 
 caixa – dinheiro em espécie na empresa; 
 conta em banco – nessa conta são registrados os recursos 
depositados em contas-correntes de livre movimentação. As contas de livre 
movimentação são as contas bancárias cujo saldo pode ser sacado 
imediatamente pelo cliente, no todo ou em parte. 
 aplicações financeiras – a curto prazo, representam os 
investimentos efetuados pela empresa em títulos de liquidação imediata (que 
sejam prontamente conversíveis em dinheiro). Ou seja, são investimentos por 
um curto período, pois, assim que a empresa necessitar do dinheiro, ela pode se 
desfazer da aplicação e usá-lo. São feitas pelas entidades com o objetivo de 
obter recursos financeiros, normalmente sendo realizadas junto a 
estabelecimentos bancários (as empresas em geral efetuam essas aplicações 
http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/BP_ativo8.php
http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/BP_ativo8.php
 
 
13 
por obter boas taxas remuneratórias, por excesso de recursos monetários, por 
obrigações contratuais ou por falta de opção de negócios). 
 Depósitos bancários à vista – para cheques e/ou transferências que 
entrarão na conta da empresa a curto prazo. 
Em resumo, os recursos do disponível são utilizados para compra de bens 
do imobilizado, que podem ser vendidos eventualmente. As sobras de caixa são 
aplicadas temporariamente no mercado financeiro para maximizar os recursos 
financeiros, gerando receitas que são deduzidas das despesas geradas pelos 
financiamentos bancários de curto e longo prazos. (Hoji, 2001) 
Com isso, existe uma ferramenta – o fluxo de caixa – que exerce a função 
de acompanhar o saldo do disponível e a tesouraria, e, ao acompanhar essas 
movimentações, auxilia o gestor na tomada de decisão, inclusive no momento 
de transformar essa disponibilidade em reserva que irá compor o patrimônio 
líquido com a qual poderá contar posteriormente para a liquidação dos 
compromissos assumidos pela empresa. 
 
Leitura obrigatória 
Leia mais sobre o Sistema Financeiro Nacional no livro Finanças sem 
complicação, capítulo 5, páginas 173 a 211. 
 
Saiba mais 
 Assista ao vídeo e reflita sobre as seguintes perguntas: 
https://www.youtube.com/watch?v=ON0uDIfcrLg 
 
 Como é o nome do movimento de entrada e saída de dinheiro de 
uma empresa? 
 Qual a relação do fluxo de caixa com o desempenho 
organizacional? 
 Qual o papel do gestor financeiro? Quais as suas principais 
atividades? 
 Qual a diferença entre o administrador financeiro e o contabilista? 
 Quais os cuidados que o administrador financeiro deve ter em 
relação ao mercado? 
 Quais os passos necessários para realizar um investimento e um 
financeiro? 
https://www.youtube.com/watch?v=ON0uDIfcrLg
 
 
14 
 Quais as habilidades do gestor financeiro? 
 Quais as funções do gestor financeiro? 
 
TROCANDO IDEIAS 
Após apresentados os principais pontos a respeito da administração 
financeira, chegou a hora de dividir o seu entendimento a partir de tudo que foi 
abordado nesta rota, além de apresentar possíveis dúvidas e questionamentos 
que surgiram durante os estudos. Dessa forma, para iniciarmos as discussões, 
responda: 
 Quais as duas principais atividades do administrador financeiro 
relacionado ao balanço patrimonial da empresa? 
NA PRÁTICA 
Conseguindo manter o equilíbrio financeiro pessoal (finanças 
domésticas), fica mais fácil desenvolver hábitos que irão contribuir, sempre que 
necessário, para tomar decisões financeiras, tanto no âmbito pessoal quanto no 
profissional. 
Assista ao vídeo a seguir e identifique quais são os hábitos recomendados 
para se obter um bom equilíbrio financeiro. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=V3YUju6Pl3c 
 
FINALIZANDO 
Quando se aborda a tomada de decisão financeira dentro das 
organizações, é importante observar todos os setores da organização; um 
tomador de decisão necessita acompanhar todos os indicadores financeiros da 
empresa, delegando à sua equipe o monitoramento eficiente desses dados, 
sendo que uma omissão de dados ou algum dado lançado erroneamente 
modifica o cenário da organização. 
O controle deve ser constante, ou seja, uma rotina, pois, quanto mais 
controle houver em um curto espaço de tempo, menor será a dimensão dos 
problemas e mais fácil será saná-los rapidamente. 
Importa ao gestor financeiro decidir sobre as opções mais rentáveis de 
investimentos, sem se esquecer de observar os riscos dessas operações. 
https://www.youtube.com/watch?v=V3YUju6Pl3c
 
 
15 
Também é função do gestor financeiro optar pelas melhores opções de 
financiamento, analisando taxas e prazos. 
Seria contraditório estudar finanças sem entender a importância do 
mercado e dos bancos dentro dessa relação. Dentro do Sistema Financeiro 
Nacional (SFN), deparamos com o mercado financeiro, que é constituído de 
intermediadores financeiros que compõem os mercados de crédito, monetário, 
de capitais e cambial. 
Em administração financeira, existe outra relação tão importante quanto a 
relação com os mercados, que é a relação com a contabilidade. Em muitos 
momentos, torna-se difícil distinguir as finanças da contabilidade, pois é comum 
que as atividades dessas duas áreas sejam desempenhadas pelo mesmo 
indivíduo, tal como um diretor financeiro, um controller e até mesmo um contador. 
No entanto, esse processo decisório essencial ao sucesso de toda 
empresa vem assumindo complexidade e risco cada vez maiores na economia 
brasileira. Desequilíbrios nas taxas de juros, desajustes de mercado, ausência 
de poupança a longo prazo, intervenções frequentes nas regras da economia, 
entre outros aspectos vêm exigindo uma capacidade mais analítica e 
questionadora. 
 
 
 
 
16 
REFERÊNCIAS 
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 3. ed. São Paulo: Atlas, 
2007. 
ATHAR, R. A. Introdução à contabilidade. São Paulo: Prentice Hall, 
2005. 
CARVALHO, F. J. C. Economia monetária e financeira: teoria e política. 
3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. 
FERREIRA, M. A. Sistema financeiro nacional: uma abordagem 
introdutória dos mecanismos das instituições financeiras. Curitiba: Intersaberes, 
2014. 
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São 
Paulo: Prentice Hall, 2010. 
MATERLANC, R. Avaliação de empresas: um guia para fusões & 
aquisições de valor. São Paulo: Prentice Hall, 2005. 
PEREIRA FILHO, V. Finanças. São Paulo: Pearson Education, 2014. 
ROSS, S. et al. Administração financeira: corporate finance. São Paulo: 
Atlas, 2002. 
SÁ, C. A. Fluxo de caixa: a visão da tesouraria e da controladoria. 4. ed. 
São Paulo: Atlas, 2006. 
SANVICENTE, A. Z. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 
1987. 
SELEME, L. D. B. Finanças sem complicações. Curitiba: Intersaberes, 
2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA: 
GESTÃO DO FLUXO DE CAIXA E 
TESOURARIA 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Kessyane Novaes Horbucz 
 
 
2 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Até o momento, foi apresentada, de uma maneira holística, a estrutura 
da gestão financeira, sendopossível entender a importância da tomada de 
decisão. Para isso, analisaram-se os riscos e retornos de tais opções de forma 
a compreender como a contabilidade e os mercados auxiliam nesse processo. 
Assim, a partir desta aula, adentraremos na disciplina: a Gestão de Tesouraria. 
Estudaremos a dinâmica da tesouraria, suas áreas de conexão, seu 
sistema, os controles necessários para manter a veracidade das informações, 
as vantagens e dificuldades em centralizar o caixa e como manter um 
relacionamento equilibrado com os bancos. 
Tem-se por objetivo expor as funções e atividades executadas pela 
tesouraria, enfatizando a importância de seguir processos com o aporte de 
sistemas alimentados pelas áreas de apoio. 
Bons estudos! 
 
CONTEXTUALIZANDO 
A gestão de tesouraria passou a ser estudada há pouco tempo, pois, até 
então, não se dava grande importância ao tema. Com a evolução da gestão 
empresarial, observou-se que a capacidade de uma empresa gerar caixa era 
um dos mais importantes indicadores financeiros a serem analisados, 
obrigando a realização de uma gestão eficiente da tesouraria, uma vez que 
isso implica redução de custos em todas áreas da empresa, imprescindível à 
eficácia dos processos e produtos bancários. 
O termo “tesouraria” significa o local onde se guarda o tesouro, ou seja, 
é a área que exerce a guarda, a manutenção e a proteção de toda a riqueza de 
uma empresa. 
As principais atividades desempenhadas pela tesouraria são: contas a 
receber, contas a pagar, administração de fluxo de caixa, captação e aplicação 
 
 
3 
de recursos financeiros, não obstante, para que tudo isso funcione, faz-se 
necessária a interação de todas as áreas de uma empresa. 
Essa interação vai demandar um sistema bem elaborado e, para uma 
comunicação instantânea, exigirá um rigoroso controle interno, acompanhado 
de manuais de procedimentos e de planilhas agregadas de informações 
financeiras, as quais são primordiais nas tomadas de decisões, além de aliar as 
instituições financeiras com o intuito de manter as melhores negociações. 
 
PESQUISE 
Qual é a importância da gestão de tesouraria para as empresas? Por 
que se torna essencial criar mecanismos de controles internos na tesouraria? E 
os sistemas, em que contribuem? Por que se propõe ao tesoureiro manter 
vínculos com várias instituições financeiras? Quais vantagens são obtidas com 
a centralização de caixa? 
 
TEMA 1 – A GESTÃO DE TESOURARIA 
Dentro de uma empresa, todas as áreas são importantes e contribuem, 
com suas especificidades, para a sobrevivência das organizações. Na 
tesouraria, não é diferente, porém todas as outras áreas de uma empresa 
necessitam reportar à tesouraria quando se trata de recursos financeiros, ou 
seja, todo o disponível que gira por uma empresa obrigatoriamente passa pela 
tesouraria. 
No decorrer de nossas aulas, será possível compreender que a 
administração financeira é a disciplina responsável por avaliar as condições de 
investimento e financiamento das organizações, no entanto, existe um 
departamento dentro da administração financeira chamado de tesouraria, cuja 
função é controlar as receitas e as despesas das organizações, sendo 
responsável por alimentar o banco de dados, juntamente com o departamento 
de contabilidade. 
A tesouraria e a contabilidade são setores separados dentro da 
empresa, pois, enquanto a contabilidade é responsável por controlar o 
patrimônio total da empresa, registrando toda a movimentação dela, a 
 
 
4 
tesouraria trabalha com as finanças em espécie, administração do caixa, 
planejamento financeiro, conciliação bancária, captação de recursos, 
financiamento de curto prazo, ou seja, todo o fluxo monetário da empresa. 
Ambas as áreas são subordinadas à diretoria financeira, mas trabalham 
com regimes distintos, sendo o contador focado no regime de competência, 
enquanto o tesoureiro se foca no regime de caixa. 
 
Fonte: Sá. 2012. 
 
O regime de competência contempla registros e análises das 
movimentações financeiras de uma determinada empresa de acordo com o 
período em que elas deveriam ter sido concretizadas, independentemente do 
momento em que de fato ocorreram, ou seja, serão registradas na data e no 
mês exato da transação efetuada. 
 Registro de receitas: O registro das receitas ocorre no período em 
que as transações com terceiros foram realizadas, independentemente de o 
pagamento ter sido efetivado no dia ou em data anterior/posterior, sendo assim, 
o reconhecimento da receita ocorre no dia em que foi firmado um contrato ou 
forte comprometimento em relação à compra ou à contratação do serviço. (Sá, 
1998) 
 
 
5 
 
Por exemplo: Se foi acordado com o cliente o pagamento parcelado, o 
registro deverá ser realizado de acordo com as datas de vencimento, mesmo 
que o cliente não honre as datas acordadas. 
 Registro de despesas: As despesas são registradas quando os 
valores que constam como ativos deixam de existir, podendo ser transferidos 
para terceiros ou pelo surgimento de um determinado passivo, que não 
corresponda a qualquer ativo antes registrado. (Sá, 1998) 
Por exemplo: uma despesa como um seguro deve ser reconhecida 
de acordo com seus períodos contábeis. Se tiver vigência de um ano, por 
exemplo, seu valor deverá ser reconhecido a cada mês durante esse 
período, independentemente de pagamento à vista ou a prazo. 
Já o regime de caixa, como o próprio nome diz, considera as 
negociações no momento em que há transação financeira. Aproveitando o 
exemplo utilizado, os pagamentos do cliente seriam registrados no ato do 
pagamento independentemente da data acordada, ou seja, caso ele atrasasse 
o pagamento, o registro da entrada de caixa seria realizado quando este 
honrasse efetivamente com o compromisso. 
Conforme Gitman (2010), o regime de caixa costuma ser o mais usado 
pelos gestores com a finalidade de avaliar a situação financeira de uma 
empresa, haja vista que ele está diretamente ligado ao fluxo de caixa. 
Quando se observa somente a movimentação financeira, é o regime de 
caixa que está sendo adotado, pois permite uma visualização exata do que se 
tem naquele momento, assemelhando-se a um extrato bancário. 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Adaptado de Hoji, 2004. 
DRE 31/dez 
Vendas: R$................... 100.000,00 
Custo: R$....................... 70.000,00 
Lucro líquido: R$....... 30.000,00 
Fluxo de Caixa 31/dez 
Entrada de caixa: R$............................0 
Saída de caixa: R$............. 70.000,00 
Fluxo de caixa líquido: (R$70.000,00) 
Visão do Tesoureiro 
Regime de Caixa 
Visão do Contador 
Regime de Competência 
https://blog.contaazul.com/o-que-e-fluxo-de-caixa/
 
 
6 
 
O contador detém como principal ferramenta de trabalho a 
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); enquanto a do tesoureiro é o 
Fluxo de Caixa, que tem grande importância na realização de suas análises e 
controle financeiro. 
Dessa maneira, cabe ao tesoureiro administrar a gestão da tesouraria, 
alinhando as informações fornecidas nas operações contas a pagar e contas a 
receber, com o objetivo de elaborar um fluxo de caixa eficiente. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2016. 
 
O contas a receber repassa à tesouraria todas as informações sobre as 
receitas realizadas e previstas, ao passo que o contas a pagar transmite as 
informações sobre os pagamentos aos fornecedores, dados financeiros que 
alimentam o fluxo de caixa, o qual é controlado pela tesouraria. 
De acordo com Shan Anwar (2015), algumas barreiras limitam o trabalho 
da tesouraria, tais como: 
 Falta de recursos – as tesourarias já têm funções enxutas em suas 
empresas. De acordo com uma pesquisa da AFP de 2014, 54% das 
tesourarias contam com menos de cinco funcionários em tempo 
integral. Dadas as atuais restrições de recursos, cobrar dos tesoureiros 
mais produtividade, exigirá o realinhamento dosrecursos existentes 
para a tesouraria. 
 Falta de estrutura – uma abordagem holística da gestão de tesouraria 
requer uma estrutura para identificar as várias funções que precisam 
ser centralizadas, além de identificar funções e responsabilidades para 
a forma como elas devem ser gerenciadas. 
 
 
7 
 
 Falta de dados – relacionados às limitações de sistema mencionadas 
acima. Para gerenciar essas funções de forma eficaz, as tesourarias 
precisam de dados consolidados. 
 
A empresa que consegue derrubar essas barreiras e implantar uma 
gestão de tesouraria eficiente garante a “saúde” financeira de seus 
negócios, estabelecendo-se com possibilidades de folga de capital de giro, 
saldos positivos de fluxo de caixa e ciclos alinhados. 
 
Saiba Mais: 
Inteire-se sobre o primeiro tema com a leitura do artigo a seguir, que 
aborda a importância da gestão da tesouraria, disponível em: 
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/19151/000734280.pdf 
 
 
TEMA 2 – FUNÇÕES E ATIVIDADES DE TESOURARIA 
As funções e atividades da tesouraria não se limitam apenas à 
salvaguarda de valores, para Hoji (2004, p. 144), a “finalidade básica da 
tesouraria é assegurar os recursos e os instrumentos financeiros necessários 
para a manutenção e viabilização dos negócios da empresa”. 
Dessa maneira, Hoji (2004) elenca as seguintes funções e atividades da 
tesouraria: 
 Planejamento financeiro: Elaborar projeção do fluxo de 
caixa; analisar a estrutura de capital e propor alternativas de 
financiamento; estabelecer políticas de financiamento do capital de giro e 
de aplicação financeira. 
 Administração do fluxo de caixa: Controlar os recursos 
disponíveis no caixa e em bancos; elaborar e analisar o fluxo de caixa 
realizado; fazer conciliação bancária; planejar e executar ações para 
suprir insuficiências de caixa; planejar e executar ações para maximizar 
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/19151/000734280.pdf
 
 
8 
as sobras de caixa; analisar alternativas de financiamento de capital de 
giro; analisar antecipações de recebimentos e pagamentos. 
 Negociação e controle de aplicações financeiras: 
Analisar os aspectos legais e financeiros das aplicações; negociar e 
controlar as aplicações financeiras; conceder limite de crédito para 
instituições financeiras; controlar e analisar a rentabilidade das aplicações 
financeiras. 
 Negociação e controle de empréstimos e 
financiamentos: Analisar os aspectos legais e financeiros das 
modalidades de empréstimos e dos financiamentos; negociar linhas de 
crédito com instituições financeiras; negociar e controlar empréstimos e 
financiamentos bancários; negociar e controlar operações de leasing; 
controlar e analisar os custos de empréstimos e financiamentos. 
 Negociação e controle de garantias e seguros: Negociar 
linhas de crédito para fianças bancárias e seguros-garantia; controlar os 
instrumentos de garantia entregues a terceiros; negociar comissões de 
fianças bancárias e previsões; controlar e manter a guarda dos 
instrumentos de garantia recebidos de fornecedores. 
 Administração de riscos de flutuação de preços e taxas: 
Avaliar a necessidade de fazer operações de hedge contra a flutuação de 
preços e taxas de juros e câmbio; analisar alternativas e custos de hedge; 
propor ao órgão competente à realização, ou não, de operações de hedge 
custos; negociar e controlar as operações de hedge. 
Hedge: são operações com a finalidade de proteção. A palavra hedge vem do 
inglês que significa cerca, ou seja, proteção. 
 
 Operações de câmbio: Controlar operações financeiras em 
moeda estrangeira; registrar operações financeiras em moeda estrangeira 
no Banco Central; fazer fechamento de câmbio das operações de 
exportação e importação; negociar taxas de fechamento de câmbio; 
providenciar remessas de numerários ao exterior. 
 Crédito e cobrança: Analisar os cadastros dos clientes para 
concessão de crédito; cobrar e receber as duplicatas nos respectivos 
vencimentos; cobrar e receber saques de exportação; controlar as 
 
 
9 
duplicatas em carteira e em cobrança bancária; controlar eventos 
financeiros contratuais; negociar novação de crédito. 
 Contas a pagar: Estabelecer políticas de pagamentos; 
controlar adiantamentos a fornecedores; controlar abatimentos e 
devoluções de mercadorias; controlar cobranças bancárias e cobranças 
em carteira; liberar duplicatas para pagamento. 
Todas essas atividades contemplam a tesouraria, porém não significa 
que seja responsabilidade única e exclusivamente dela, pois tais funções 
podem ser compartilhadas com outras áreas de uma empresa. 
 
 
TEMA 3 – SISTEMA DE TESOURARIA 
Atualmente, a tecnologia possibilita uma otimização nas trocas de 
informações entre os setores de uma organização, proporcionando facilidade 
nas previsões, nos ajustes e nas análises dos dados registrados no sistema. 
Para Hoji (2004), o sistema de tesouraria compreende o registro dos 
fluxos financeiros da organização. Permite gerir contas-correntes, efetuar 
pagamentos e recebimentos, executar operações relacionadas com caixa e 
bancos. Todo sistema de tesouraria se centraliza no controle do fluxo de caixa, 
o qual é alimentado com as informações advindas do contas a pagar, contas a 
receber, previsão de fluxo de caixa, controle de financiamentos e controle de 
investimentos financeiros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
Fonte: Hoji, 2004. 
 
Com isso, todas as áreas da empresa passam a se comunicar com a 
tesouraria, fornecendo dados importantes para construção de instrumentos 
financeiros capazes de prever cenários futuros. 
A integração com a contabilidade eleva a eficiência da organização, 
sendo, assim, possível eliminar duplicidade de informações, tornando-as mais 
confiáveis, contribuindo para a melhoria da análise das decisões estratégicas, 
sem deixar de observar o processo de entradas e saídas de caixa efetuadas 
por cobranças e pagamentos. Por tudo isso, é fundamental ter na tesouraria 
um sistema que defina um alto padrão de trabalho, com os registros 
simultâneos das informações. 
A integração e a automatização de um sistema propiciam que esse 
mesmo sistema no qual se inserem as transações realize a contabilização e a 
analise referentes ao gerenciamento de riscos. 
 
 
 
 
 
11 
 
TEMA 4 – CONTROLES INTERNOS DA TESOURARIA 
Sabemos que cabe ao contador contabilizar, e ao tesoureiro, pagar, mas 
as dinâmicas dos negócios modernos exigem que os relatórios gerenciais, 
provenientes dos registros contábeis, sejam emitidos a tempo de possibilitar 
aos administradores utilizar esses instrumentos na tomada de decisão. Nesse 
caso, a empresa precisaria criar mecanismos de controles internos que 
possibilitem a verificação da exatidão dos registros. 
Segundo Sá (1998, p. 106): 
O controle interno é formado pelo plano de organização e de todos os 
métodos e procedimentos adotados internamente pela empresa para 
proteger seus ativos, controlar a validade dos dados fornecidos pela 
contabilidade, ampliar a eficácia e assegurar a boa aplicação das 
instruções da direção. 
 
Por isso, é sugerido que as empresas elaborem manuais de controles 
internos, com intento de orientar a simetria de informações entre áreas; mesmo 
possuindo um sistema de tesouraria devidamente informatizado, é válido 
realçar a responsabilidade de todos os envolvidos no processo, caso seja 
necessário implantar auditorias internas e compliance. 
Compliance: estar em conformidade com leis e regulamentos externos e 
internos. 
 
Nesses manuais, devem constar as políticas de controle interno e seus 
comitês, as informações pertinentes ao monitoramento, as formas de 
comunicação e postura ética seguida pela organização, englobando os 
principais controles internos realizados. 
Os principais controles internos de tesouraria são: 
 fluxo de caixa; 
 disponibilidades; 
 aplicaçõesfinanceiras; 
 empréstimos e financiamentos; 
 contas a receber e a pagar; 
 
 
12 
 controle de talões de cheque; 
 guarda e cobrança de cheques devolvidos dos clientes; 
 tarifas bancárias; 
 fundos fixos de caixa; 
 títulos enviados para empresas de cobrança. 
 
Para Anwar (2015), os tesoureiros devem procurar eliminar, ou pelo 
menos padronizar, operações manuais, usando planilhas e consolidando vários 
processos que, historicamente, foram desempenhados no nível de negócio. Da 
mesma forma, a consolidação e a padronização de dados são peça central na 
equação da centralização. Uma solução integral de gestão de tesouraria é 
fundamental para possibilitar a transformação da centralização. 
 
Saiba Mais 
Segue um manual de tesouraria, como exemplo, para conhecimento do 
aluno. Disponível em: 
http://www3.eliteccvm.com.br/novo/upload/misc/file/fae4c5e4d80f3debed093d2
7e75b7ecd.pdf 
 
TEMA 5 – RELACIONAMENTO BANCÁRIO E CENTRALIZAÇÃO DE CAIXA 
Dificilmente uma instituição financeira realizará operações para um 
cliente sem que obtenha um spread significativo, ou seja, uma instituição 
financeira não está disposta a se descapitalizar para oferecer benefícios 
financeiros a seus clientes, pois existe uma relação de reciprocidade bancária e 
mercantil, o que difere de concessões e favorecimentos por parte das 
instituições financeiras. 
Spread: é a diferença entre o que os bancos pagam na captação de recursos e o que 
eles cobram ao conceder um empréstimo. 
 
Quando uma empresa concentra suas operações em uma instituição 
financeira, não terá opções de barganha, correndo o risco de mercado e 
financeiro, dessa maneira, o tesoureiro deverá analisar com cautela todas as 
http://www3.eliteccvm.com.br/novo/upload/misc/file/fae4c5e4d80f3debed093d27e75b7ecd.pdf
http://www3.eliteccvm.com.br/novo/upload/misc/file/fae4c5e4d80f3debed093d27e75b7ecd.pdf
 
 
13 
operações oferecidas pelos bancos e pesquisar taxas, limites e linhas de 
créditos para evitar custos desnecessários. 
Segundo Hoji (2004, p. 157): 
A empresa deve concentrar suas transações em menor número 
possível de instituições financeiras, o que não significa que deva 
manter distância de outras instituições desse tipo. A possibilidade de 
consultar maior número de instituições financeiras para determinadas 
operações traz vantagens significativas à empresa, pois nem todas são 
competitivas em todos os tipos de operações financeiras. 
 
Para Anwar (2015), a gestão de caixa centralizada também oferece 
algumas vantagens, pois a relação com os bancos pode ser otimizada em 
regiões e parceiros com os quais a empresa negocia. A administração 
centralizada dos pagamentos interbancários aumenta o controle sobre essas 
transações, principalmente com a redução de juros. 
Conforme exposto por Shan Anwar (2015), na plataforma de indicadores 
financeiros bloomberg, 
o modelo de tesouraria centralizado permite que os tesoureiros 
agreguem cada vez mais valor aos seus negócios e, por sua vez, 
tornem-se parceiros dos negócios subjacentes aos quais atendem. Em 
alguns casos, esse modelo pode até somar no resultado final. Por 
exemplo, a centralização de todos os aspectos da gestão de caixa na 
tesouraria permite que os tesoureiros otimizem seu perfil de 
financiamento. 
A centralização é um processo iterativo – uma jornada contínua. Onde 
quer que a organização esteja nessa jornada, ela pode aproveitar a 
oportunidade para refletir se suas operações foram otimizadas e estão 
em vigor, transformando-as de operações de negócios a parceiras de 
negócios. 
 
 
 
 
 
14 
 
Fonte: Bloomberg. Disponível em: 
<https://www.bloomberg.com.br/2015/08/06/tesouraria-centralizada-uma-justificativa-para-dar-
a-tesouraria-ainda-mais-responsabilidades/>. 
 
A gestão de caixa centralizada pode oferecer eficiências semelhantes. A 
relação com os bancos precisa ser otimizada em regiões e parceiros com os 
quais a empresa negocia. 
A administração centralizada dos pagamentos interbancários aumenta o 
controle sobre essas transações, reduzindo juros e outras reivindicações contra 
a empresa. O financiamento interno é sempre mais barato do que o externo, de 
forma que a centralização do caixa na tesouraria permite à organização 
aproveitar fundos ocultos que podem estar disponíveis nas operações internas. 
(Anwar, 2015) 
Os obstáculos mais comuns à centralização do caixa são os custos 
tecnológicos que acabam limitando as operações de uma empresa. Segundo 
Anwar (2015), embora as atividades da tesouraria estejam vinculadas umas às 
outras, poucos sistemas oferecem a capacidade integral de conectar gestão de 
caixa e gestão de hedge, exigindo pontos ou interfaces de contato manual e 
manipulação de dados. 
Com isso, na maioria das vezes, os tesoureiros gerenciam suas 
tesourarias por meio de planilhas extensas e complexas, o que torna o 
processo demorado e frágil – suscetível a erros – pelo fato de a implantação de 
um novo sistema ser demorado e caro para a empresa. 
 
Saiba mais 
Assista ao vídeo a seguir que expõe resumidamente a vantagem da 
centralização de caixa. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=f3gMuhpLUPo 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=f3gMuhpLUPo
 
 
15 
 
Leitura obrigatória 
Leia mais sobre a gestão de tesouraria no livro Finanças sem 
complicação, capítulo 1, páginas 21 a 33, disponível em: 
http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788582127681/pages
/21 
 
TROCANDO IDEIAS 
Nova lei anticorrupção no Brasil 
No fim de 2013, o Brasil aprovou uma nova lei anticorrupção, unindo-se 
a uma tendência internacional entre os países que buscam reprimir a 
corrupção. 
As novas regras, que preveem, por exemplo, multa de até 20% da 
receita anual, estão aumentando a demanda por especialistas em compliance 
mesmo em empresas de pequeno e médio porte, disse Leonardo Theon de 
Moraes, chefe de legislação corporativa e de falências da Theon de Moraes 
Britto Sociedade de Advogados. 
“Oito anos atrás ninguém falava em compliance”, disse Jae Kim, 47, sócio da TozziniFreire 
Advogados, que tem uma equipe de cerca de 30 advogados trabalhando em processos 
antitruste para clientes que incluem algumas das empresas citadas no escândalo. Agora, as 
investigações “geraram um grande movimento nos escritórios de advocacia”. 
 
Fonte: UOL. Disponível em: <http://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2015/01/20/apos-
escandalos-compliance-e-a-nova-palavra-de-ordem-no-brasil.htm>. 
 
Caro aluno, reflita sobre o texto acima e compartilhe com os colegas por 
que houve um aumento na demanda por especialistas em compliance? 
 
 
 
 
http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788582127681/pages/21
http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788582127681/pages/21
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NA PRÁTICA 
Caso de centralização (Magazine Luiza) 
Disponível em <https://www.amcham.com.br/noticias/gestao/gestao-
centralizada-de-recursos-no-magazine-luiza-gera-eficiencia-e-reduz-
custos-3270.html>.
Analisando o caso acima (Magazine Luiza), como você avalia esse novo 
modelo de negócio em que a empresa – Magazine Luiza – atua como 
fornecedor de recursos financeiros a seus fornecedores? 
FINALIZANDO 
Além de zelar pela riqueza da empresa, a tesouraria propicia a redução 
dos riscos financeira da empresa; utilizando métodos de organização e controle 
adequado, a tesouraria ganha cada vez mais espaço, tornando-se a 
protagonista na administração financeira ao traçar diretrizes de rentabilização 
de capital e redução de custos. 
REFERÊNCIAS 
AMCHAM BRASIL. Gestão centralizada de recursos no Magazine 
Luiza gera eficiência e reduz custos. Disponível em: 
<http://www.amcham.com.br/gestao-empresarial/noticias/gestao-centralizada-
de-recursos-no-magazine-luiza-gera-eficiencia-e-reduz-custos-3270.html>. 
Acesso em: 17 ago. 2016. 
ANWAR, S. Tesouraria centralizada. Disponível em: 
<http://www.bloombe rg.com.br/2015/08/06/tesouraria-centralizada-uma-

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