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015.524 – 140860/19 EAD – MEDICINA Reino Fungi Os fungos são organismos muito diversificados, que tanto podem ser microscópicos como macroscópicos. Por apresentarem características peculiares, são classificados em um reino próprio. A decomposição da matéria orgânica realizada pelos fungos é de extrema importância para a manutenção dos ecossistemas. Imagine uma floresta repleta de árvores na qual, por alguma razão, fungos e bactérias decompositores repentinamente deixassem de existir. Em pouco tempo, o solo da região estaria completamente recoberto por espessas camadas de folhas mortas. Restos e resíduos de animais, como cadáveres e fezes, também se acumulariam no ambiente. O papel ecológico dos fungos, portanto, afeta todos os seres vivos do planeta, inclusive os seres humanos. Características gerais dos Fungos Os fungos são eucarióticos, ou seja, suas células possuem uma membrana nuclear que envolve o material genético, separando-o do citoplasma. Eles existem em formas unicelulares, conhecidas como leveduras, e em formas constituídas por filamentos denominados hifas, como se observa entre os bolores. Esses organismos podem se desenvolver em diversos lugares: no solo, na água, nas plantas, em animais, no ser humano e em detritos orgânicos. Popularmente conhecidos como bolores, mofos, orelhas-de-pau e cogumelos, os fungos se alimentam de substâncias orgânicas de origens variadas, como folhas caídas, restos de animais mortos e outros resíduos orgânicos, de forma que atuam como decompositores, reciclando os constituintes da matéria orgânica que compõe os seres vivos. Por meio de evidências fósseis, sabe-se que esses organismos estão na Terra há pelo menos 600 milhões de anos e supõe-se que tenham evoluído de ancestrais protoctistas que viviam em ambientes aquáticos. Em Biologia, o ramo que se dedica ao estudo dos fungos é a micologia. Fungos unicelulares e Filamentos Os fungos unicelulares ou leveduras ocorrem como células individuais que apresentam apenas um núcleo. Em geral, são maiores que as bactérias. A morfologia e a forma de nutrição são critérios utilizados para distinguir as espécies de leveduras. A maioria dos fungos não é unicelular. O corpo de um fungo filamentoso é formado por uma estrutura chamada micélio. Este é composto por filamentos individuais em forma de tubo, as hifas, que correspondem a células multinucleadas (com vários núcleos). Certas hifas possuem septos transversais que subdividem a estrutura tubular em compartimentos parecidos com células individuais, por isso são chamadas septadas. Contudo, os septos são incompletos, pois apresentam um orifício ou poro central que permite a livre troca de substâncias e estruturas citoplasmáticas entre compartimentos vizinhos. Muitas vezes, o septo está ausente e, nesse caso, a hifa é constituída por um tubo, sem divisão transversal, preenchido por líquido citoplasmático com centenas de núcleos. Hifas com esse tipo de estrutura são chamadas cenocíticas (do grego, koinos, “comum”, e kitos, “célula”). Em uma hifa cenocítica, as organelas e os núcleos transitam livremente de uma região para outra do citoplasma. Muitas vezes, durante a fase reprodutiva, o micélio de um fungo filamentoso é subdividido em duas partes distintas, cada qual com uma função específica. O micélio vegetativo assume as funções vitais do organismo, tais como a nutrição e o crescimento do fungo, retirando nutrientes do substrato por meio de hifas. O micélio reprodutivo é formado por hifas especializadas na formação de esporos, células reprodutoras. Essas hifas, em geral, crescem perpendicularmente ao substrato, favorecendo a dispersão dos esporos. Nutrição dos Fungos Todos os fungos são heterótrofos, ou seja, incapazes de produzir seu próprio alimento. Entretanto, a forma de assimilar matéria orgânica é diferente daquela utilizada pela maioria dos animais, que são heterótrofos por ingestão. Nos fungos, a digestão é extracorpórea, ou seja, é realizada fora do corpo. 2 015.524 – 140860/19 O fungo lança no ambiente enzimas que degradam as moléculas orgânicas complexas e, depois, absorve moléculas menores, mais simples. Por essa razão, são designados heterótrofos por absorção. Quanto aos modos de vida, os fungos podem ser decompositores, parasitas, mutualísticos e predadores. Decompositores Os fungos saprófagos (do grego, saprós, “podre”, e phagos, “comedor”), juntamente com as bactérias, são os principais decompositores da biosfera, participando intensamente do processo de degradação da matéria orgânica morta, o que promove a reciclagem dos elementos químicos constituintes dos seres vivos. A maioria deles vive no solo, obtendo nutrientes de seres mortos. Em florestas, onde a matéria orgânica vegetal é abundante, os micélios dos fungos decompositores absorvem os nutrientes de folhas e galhos caídos, decompondo-os. Os fungos decompositores também são responsáveis pelo apodrecimento de alimentos e de outros materiais, como a madeira. Parasitas Os fungos que vivem à custa de outros organismos vivos, prejudicando-os, são classificados como parasitas. Ao parasitar o corpo de um ser vivo, animal ou vegetal, o fungo pode até provocar sua morte. Várias doenças são causadas por fungos parasitas. Nas plantas, cita-se a ferrugem do café, que, no Brasil, é motivo de grande preocupação por parte dos cafeicultores, devido aos prejuízos que acarreta. As micoses que atacam a pele de seres humanos e animais são provocadas por fungos. Mutualísticos Existem fungos que se associam a outros organismos, estabelecendo uma relação em que há benefício mútuo para os indivíduos envolvidos. Esses fungos são denominados mutualísticos. A maioria vive associada a seres fotossintetizantes, como as plantas, cedendo-lhes parte da água e dos nutrientes que as hifas absorvem do solo. As plantas, por sua vez, cedem ao fungo certos açúcares e aminoácidos. Duas associações mutualísticas formam estruturas bem características: as micorrizas, associação que envolve fungos e raízes de plantas, e os liquens, formados por fungos e algumas variedades de algas e cianobactérias. Fungos predadores Certos fungos atuam como predadores. Na maioria dos casos, as hifas secretam substâncias aderentes que aprisionam os organismos que tocam os fungos. Dessa maneira, as hifas penetram o corpo da presa, crescem e se ramificam, espalhando-se no interior do organismo e absorvendo seus nutrientes, causando-lhe a morte. O gênero Arthrobotrys apresenta uma forma mais elaborada de predação. O fungo vive no solo e captura nematódeos microscópicos que habitam o mesmo ambiente. As hifas apresentam pequenos anéis que se estreitam quando a presa passa por eles. As hifas do fungo logo invadem o corpo do nematódeo, digerindo-o. Padrão geral do Ciclo de Vida dos Fungos Durante o ciclo de vida, os fungos apresentam fases reprodutivas diferentes, uma assexuada e outra sexuada. Os mecanismos reprodutivos variam de acordo com a fase do ciclo. Reprodução Assexuada O modo mais simples de reprodução de um fungo filamentoso é conhecido como fragmentação, que consiste na ruptura do micélio, gerando fragmentos que podem originar novos micélios. No caso das leveduras, que são unicelulares, a reprodução assexuada se dá por divisão celular. O termo brotamento (ou gemulação) é usado quando essa divisão origina duas ou mais células-filhas. Nos fungos, é comum um mecanismo de reprodução que envolve a presença de células haploides (n) especializadas, os esporos, formados pelo processo de esporulação. Em algumas regiões do micélio, existem hifas especiais, que crescem eretas em relação ao substrato. Na extremidade dessas hifas, há uma estrutura dilatada, de formato esférico, o esporângio (do grego, sporá,“semente”, e aggeîon, “cápsula”), no interior do qual ocorre a produção dos esporos. Terminada a esporulação, a parede do esporângio se rompe e libera os esporos. Após um período de dispersão, e na presença de condições ambientais favoráveis, os esporos podem originar uma nova hifa, processo conhecido como germinação. A nova hifa pode formar um novo micélio e, assim, dar continuidade a esse ciclo de vida. Reprodução Sexuada A principal característica da reprodução sexuada em diversos seres vivos é a fusão de núcleos gaméticos haploides (n), gerando zigotos diploides (2n). Nos fungos, essa regra se mantém. Em geral, não há diferença morfológica entre os fungos que se reproduzem entre si. As diferenças que existem dizem respeito à constituição genética. É comum representar indivíduos geneticamente diferentes pelos sinais + e -. Fungos de constituição genética semelhante (+/+ ou -/-) não se reproduzem entre si, mas, se a constituição genética for razoavelmente diferente (+/-), a reprodução ocorre. O mecanismo de reprodução sexuada segue um padrão básico, comum à maioria dos membros do reino Fungo. Sob condições ambientais adequadas, a primeira etapa da reprodução entre fungos distintos é a fusão das hifas haploides (n), que recebe o nome de plasmogamia (fusão dos citoplasmas). 3 015.524 – 140860/19 A fusão dos núcleos gaméticos haploides (n), chamada cariogamia, não ocorre imediatamente após a união citoplasmática. Assim, a plasmogamia gera uma estrutura celular composta por dois núcleos haploides (n + n) oriundos de hifas pertencentes a micélios distintos. Por isso as hifas que resultam desse processo são denominadas dicarióticas (têm dois núcleos). Após um tempo, os núcleos gaméticos se fundem e originam um zigoto diploide (2n), o qual, por sua vez, entra em processo de divisão meiótica, produzindo células- filhas que darão origem a esporos haploides (n). Os esporos que se formam pelo modo sexuado são comumente chamados esporos sexuais. O esporo haploide formado sexuadamente germina, seu núcleo haploide sofre várias divisões mitóticas e assim se constituem novas hifas. Em geral, a única fase diploide do ciclo de vida de um fungo é o zigoto. Na maioria dos fungos, essa fase é efêmera, isto é, tem curta duração. Classificação dos Fungos Por muito tempo, os fungos foram integrantes do reino Planta, e somente no final da década de 1960 passaram a ser classificados em um reino à parte, chamado Fungi (ou Fungo). No entanto, há um conjunto de características próprias que permitiu a diferenciação dos fungos em relação às plantas. Estudos mostraram que nenhum fungo conhecido é capaz de sintetizar o pigmento responsável pela fotossíntese, a clorofila. Sabe-se também que eles não armazenam amido, componente comum das células vegetais, como substância de reserva em suas células. Além disso, existem algumas características na estrutura dos fungos que ocorrem frequentemente em células animais, entre as quais sua capacidade de armazenar glicogênio (uma grande molécula de carboidrato) como material de reserva. Muitas variedades de fungos têm parede celular (veja imagem ao lado, acima), como as células vegetais, porém essa parede celular é composta por quitina, um polissacarídeo também encontrado no exoesqueleto de artrópodes, que, por sua vez, pertencem ao reino Animal. O reino Fungo agrupa os fungos e os classifica em diferentes filos. A classificação e a organização dos filos que compõem esse reino, entretanto, geram controvérsias. Trata-se de um tema científico que não foi totalmente resolvido e que vem, ao longo do tempo, sofrendo algumas mudanças. Este livro utiliza o sistema de classificação composto de quatro filos: quitridiomicetos (Chytridiomycota), zigomicetos (Zygomycota), ascomicetos (Ascomycota) e basidiomicetos (Basidiomycota). Além desses filos, há o grupo dos fungos conidiais, cuja classificação gera discussão entre os micologistas. A maioria dos critérios utilizados para incluir determinado fungo em um dos filos citados está relacionada à reprodução. Entre os critérios de classificação destacam-se as etapas, as características e as estruturas envolvidas no processo reprodutivo, como a presença ou a ausência de uma estrutura chamada corpo de frutificação. Fungos sem corpo de frutificação Esse grupo de fungos é representado por dois filos: os quitridiomicetos e os zigomicetos. Como característica, suas hifas não constituem estruturas especiais durante o período reprodutivo. 4 015.524 – 140860/19 Quitridiomicetos Os quitridiomicetos agrupam cerca de 800 espécies de fungos que, quando comparadas às demais, são consideradas menos especializadas. Os quitridiomicetos apresentam indivíduos unicelulares ou filamentosos. Uma importante característica é a presença de quitina na parede celular, o que contribui para classificá-los como integrantes do reino Fungo. Esses fungos vivem principalmente em ambientes de água doce ou salgada. São cosmopolitas, ou seja, existem em diversas regiões do planeta. Assim como todos os outros fungos, os quitridiomicetos são heterótrofos, isto é, absorvem nutrientes do ambiente. Os modos de vida podem variar, mas grande parte deles é parasita, obtendo seus nutrientes orgânicos de algas, larvas de insetos e vermes. Os membros saprófagos também são comuns; estes conseguem seus nutrientes a partir da decomposição da matéria orgânica morta de animais e plantas. Uma característica marcante desse grupo é a presença de indivíduos dotados de flagelo em alguma fase da vida. O batimento do flagelo auxilia a locomoção em meio aquático. Nos demais filos, não há representantes flagelados. Seu ciclo de vida apresenta uma fase diploide (2n) e outra haploide (n) bem definidas. Entretanto, a fase diploide não é efêmera. Zigomicetos Esse grupo é representado por cerca de mil espécies conhecidas. São também denominados ficomicetos. Os zigomicetos compreendem algumas espécies unicelulares, mas a maioria é composta por fungos filamentosos. Outra característica comum é a parede celular composta por quitina. Em geral, são saprófagos que vivem livremente no solo, alimentando-se de matéria orgânica em decomposição. O Rhizopus stolonifer, responsável pelo bolor preto do pão (veja imagem a seguir), cresce em substratos com teores elevados de umidade, ricos em açúcares, como pães, frutas, etc. Menos comuns são as formas de vida parasitas, que se instalam em alguns invertebrados, dos quais absorvem os nutrientes necessários. Além disso, os zigomicetos podem constituir micorrizas, associações que envolvem os fungos e as raízes de plantas. Fungos com corpo de frutificação Esses fungos são representados pelos ascomicetos e basidiomicetos, que podem apresentar uma estrutura peculiar formada por um arranjo de hifas especiais. Tal estrutura é denominada corpo de frutificação. As estruturas popularmente chamadas de orelhas-de-pau e cogumelos são exemplos de corpos de frutificação. Ascomicetos Os ascomicetos constituem um grande grupo, reunindo cerca de 30 mil espécies. Existem formas unicelulares, chamadas de leveduras, e formas filamentosas, como os mofos e bolores. O fungo Saccharomyces cerevisiae, uma espécie de levedura, obtém energia por meio da fermentação alcoólica, processo químico que produz álcool e gás carbônico. Devido a tal característica, essa levedura é largamente utilizada como fermento biológico no preparo de pães e cerveja. Além disso, esse fungo possui a capacidade de sintetizar certos antibióticos e tem grande potencial para o controle de doenças vegetais. Os ascomicetos saprófagos exercem importantes funções ecológicas, entre elas a decomposição de moléculas orgânicas muito resistentes, como a celulose e a lignina, ambas de origemvegetal, e o colágeno, de origem animal. O modo de vida parasitário também é comum. Além dos saprófagos e dos parasitas, alguns ascomicetos podem ser mutualísticos, formando micorrizas e a maioria das variedades de liquens. 5 015.524 – 140860/19 Basidiomicetos Esse filo possui cerca de 25 mil espécies descritas e inclui os fungos mais conhecidos. A esse grupo pertencem as orelhas-de-pau e os cogumelos, como o Agaricus campestris (champignon), usado na alimentação. Seus representantes são predominantemente miceliais (ou filamentosos), embora existam formas unicelulares. A estrutura do micélio é bem desenvolvida. Os basidiomicetos são cosmopolitas e vivem principalmente em ambiente terrestre. Em relação ao modo de vida, a maioria dos fungos desse filo é saprófaga. Existem, porém, muitos representantes parasitas de animais, plantas, algas e outros fungos. Alguns basidiomicetos parasitas, como algumas espécies do gênero Ustilago, acarretam prejuízos econômicos para a agricultura, causando doenças vegetais. Certos basidiomicetos são mutualísticos, compondo micorrizas e liquens. Fungos em Associações Mutualísticas Líquens Os liquens são associações entre fungos e microrganismos autótrofos fotossintetizantes em que ambas as espécies envolvidas obtêm vantagens, principalmente nutricionais. Em geral, para os liquens que vivem em ambientes inóspitos, a separação dos indivíduos provoca a morte de ambos. Os fungos que constituem liquens são representantes dos ascomicetos ou dos basidiomicetos. Na maioria das vezes, os seres autótrofos são clorofíceas (algas verdes) ou cianobactérias. O corpo do líquen, que recebe o nome de talo, pode ser classificado em três tipos básicos: crostoso, folhoso e fruticoso. Observe as imagens: o talo crostoso é semelhante a uma crosta que fica fortemente presa ao substrato. O formato do talo folhoso, como o nome sugere, lembra o de folhas, e o do talo fruticoso se assemelha a um pequeno arbusto com posição ereta em relação ao substrato. Na nutrição dos liquens, o organismo fotossintetizante fornece a matéria orgânica para si mesmo e para o fungo. Os fungos que formam liquens associados às cianobactérias, organismos fixadores de nitrogênio, têm como vantagem uma fonte adicional desse elemento químico, que faz parte da constituição dos ácidos nucleicos e das proteínas. O fungo, heterótrofo, confere à alga proteção, sais minerais e umidade. Geralmente, em locais com condições ambientais desfavoráveis à existência de vida, os liquens fazem parte dos primeiros seres vivos a aparecer, sendo por isso considerados organismos pioneiros. Também podem ser encontrados em superfícies de rochas, em folhas, no solo, em troncos de árvores, etc. Contudo, existem variedades de liquens que são extremamente sensíveis às alterações do meio ambiente. Por exemplo, na presença de poluentes atmosféricos, como os óxidos de carbono e enxofre, alguns tipos de liquens não conseguem se desenvolver. Esses seres, que sucumbem à poluição, são tidos como importantes indicadores biológicos, denunciando a má qualidade do ar e do solo. O fungo se reproduz individualmente, produzindo esporos assexuais ou sexuais. O indivíduo autótrofo, por sua vez, reproduz-se apenas assexuadamente, por meio de pequenos fragmentos que se desprendem do talo. O líquen inteiro também pode se reproduzir assexuadamente por meio de estruturas chamadas sorédios, constituídas por células de algas e hifas do fungo transportadas pelo vento. Micorrizas Micorrizas são associações entre fungos e raízes de plantas. A planta fornece ao fungo compostos orgânicos fotossintetizados, enquanto o fungo, por meio da decomposição da matéria orgânica do solo, fornece à planta nutrientes minerais, como sais de nitrogênio e de fósforo. 6 015.524 – 140860/19 01. (Faculdade Albert Einstein/2016) Troels Prahl, mestre cervejeiro e microbiólogo da distribuidora de lêvedo White Labs, está diante de quatro copos de cerveja. Entre um gole e outro, ele descreve cada uma. (...) As cores das cervejas são tão diferentes quanto seus sabores, variando de dourado enevoado a âmbar transparente. (...) Após milhares de anos de domesticação involuntária, os lêvedos – os micro-organismos que fermentam grãos, água e lúpulo para que se transformem em cerveja – são tão distintos quanto a bebida que produzem. THE NEW YORK TIMES INTERNATIONAL WEEKLY, 10 junho 2014. As afirmações abaixo estão relacionadas direta ou indiretamente com o texto. Assinale a incorreta. a) Lêvedos ou leveduras realizam o processo de fermentação alcoólica, no qual há liberação de gás carbônico. b) Lêvedos ou leveduras realizam o processo de fermentação alcoólica, no qual há produção de etanol e de ATP. c) Aromas e cores diferentes de cerveja devem-se a diferentes processos de fermentação que ocorrem nos cloroplastos das células de cada variedade específica de lêvedo. d) Aromas e cores diferentes de cerveja devem-se a diferenças na sequência de bases nitrogenadas do DNA dos vários tipos de lêvedos utilizados. 02. (PUCRS/2016) Os fungos são organismos que possuem características que tornam este grupo de seres vivos bastante peculiar, pois evoluíram de maneira tal que, atualmente, apresentam uma grande diversidade de formas corporais, de ciclos de vida e de estruturas reprodutivas, o que favorece a sua adaptação a variadas condições ambientais. Sobre os fungos, é correto afirmar que a) cada um de seus filamentos é denominado de micélio. b) o cogumelo corresponde ao corpo de frutificação nos Basidiomicetos. c) são seres procariotos e fermentadores que decompõem a matéria orgânica. d) seus esporângios produzem esporos – células diploides envolvidas no processo de reprodução sexuada. e) a fusão de hifas, também conhecida como plasmogamia, corresponde à parte assexuada do seu ciclo reprodutivo. 03. (Unesp/2016) O cogumelo shimeji (Pleurotus ostreatus) aos poucos vai se incorporando à culinária das grandes cidades brasileiras. Encontrado facilmente em supermercados, é usado como principal ingrediente de molhos, refogados, risotos e outros pratos. Sobre o cogumelo shimeji, foram feitas as assertivas: 1. Trata-se de um fungo, um organismo heterótrofo que não faz fotossíntese e não produz seu próprio alimento. 2. Por ser um fungo, não sintetiza proteínas e carboidratos, tendo baixo valor nutricional. Sobre essas assertivas, é correto dizer que a) ambas estão corretas, e a segunda assertiva não é consequência da primeira, uma vez que a fotossíntese não é condição para a síntese de proteínas. b) ambas estão erradas, pois os fungos são organismos autótrofos que sintetizam seu próprio alimento, são ricos em carboidratos e proteínas e têm grande valor nutricional. c) a primeira está errada e a segunda está correta, pois, embora sejam fungos e não realizem fotossíntese, os cogumelos são autótrofos e sintetizam seu próprio alimento. d) ambas estão corretas, e a segunda delas é consequência da primeira, uma vez que organismos que não fazem fotossíntese não sintetizam proteínas e carboidratos. e) a primeira está correta e a segunda está errada, uma vez que, embora não realizem fotossíntese, os fungos sintetizam proteínas e carboidratos. 04. (PUC-RJ/2015) Seres vivos que apresentam, simultaneamente, ausência de pigmento fotossintetizante, presença de paredes celulares com quitina e reprodução por esporos são: a) bactérias. b) fungos. c) angiospermas. d) algas. e) protozoários. 7 015.524 – 140860/19 05. (IFSC/2015) Árvore da vida baseada nos cinco reinos de Whittaker. Dentro de cada reino existem divisões denominadas Filos. Com base na figura e com relação aos Reinosda Natureza e aos grupos que os compõem, assinale a alternativa correta. a) Os fungos são organismos eucariontes, heterótrofos e, em sua maioria, multicelulares. São seres aclorofilados e possuem o glicogênio, típico dos animais, como substância reserva. b) O Reino Monera engloba seres unicelulares e pluricelulares podendo ou não viver em colônias, sem formarem tecidos; são seres vivos simples por não apresentarem carioteca e nem organelas membranosas. c) Segundo a classificação dos seres vivos em cinco reinos (Whittaker – 1969), um deles, o dos Protistas, agrupa somente organismos eucariontes e autótrofos. d) Segundo a classificação de Whittaker, as Spermatophyta surgiram antes das Briophyta. e) Os seres do Reino Animal se caracterizam pela significativa sensibilidade e mobilidade: envolve os seres heterotróficos e aeróbicos providos de celulose e clorofila. Algumas das suas características são: metabolismo ativo, organização centralizada, meio interno constante, sistema de excreção, crescimento diferencial e diferenciação de camadas no desenvolvimento embrionário. 06. (UFSM/2015) Muitos organismos são capazes de sobreviver em determinados ambientes, graças ao estabelecimento de interações ecológicas complexas e duradouras. Organismos do reino Fungi, por exemplo, podem estabelecer associações simbióticas específicas com organismos de diferentes reinos, tais como a) seres fotossintetizantes do reino Protista, formando associações micorrízicas com suas raízes. b) seres fotossintetizantes dos reinos Monera e/ou Protista, formando liquens. c) seres do reino Animalia, numa relação parasitária em que o fungo nutre-se de produtos da fotossíntese do hospedeiro. d) organismos procariontes do reino Protista, numa relação parasitária em que o fungo nutre-se do glicogênio fornecido pelo hospedeiro. e) seres heterotróficos do reino Protista, formando liquens. 07. (Mackenzie/2015) A presença de liquens em uma região é um testemunho da boa qualidade do ar. Sua ausência pode indicar que o ar está poluído. Eles são sensíveis aos poluentes, porque não são capazes de excretar as substâncias tóxicas absorvidas. A respeito dos liquens, é correto afirmar que são formados por dois tipos de indivíduos: a) autótrofos. b) heterótrofos. c) um autótrofo e outro heterótrofo. d) procariontes. e) decompositores. 08. (UTFPR/2014) Os materiais orgânicos na natureza passam por um processo de reaproveitamento chamado de reciclagem que é fundamental para a manutenção do equilíbrio do meio ambiente. Para que a reciclagem ocorra de forma satisfatória são necessários os seguintes agentes biológicos: a) insetos carnívoros e plantas aquáticas. b) fungos e vegetais. c) bactérias e fungos. d) protozoários e minhocas. e) bactérias e plantas. 09. (FGV/2014) “Por volta de 1850, em Manchester, Inglaterra, predominava uma população de mariposas brancas com algumas manchas negras. Após a Revolução Industrial, mariposas escuras passaram a ser encontradas em número cada vez maior, tornando-se mais frequentes, representando cerca de 98% de toda a população (I). Estudos realizados pelo cientista inglês H. B. Kettlewell mostraram que, em regiões não poluídas, os pássaros atacavam principalmente as mariposas escuras, pois as brancas ficavam camufladas sobre os troncos cobertos de liquens brancos. Com a industrialização, a fuligem expelida pelas chaminés determinou a morte dos liquens, deixando os troncos escuros e expostos (II)”. http://www.aticaeducacional.com.br. Modificado. O processo biológico ocorrido em I e a propriedade ecológica característica demonstrada pelos líquens em II são, respectivamente: a) mutação induzida e intoxicação por metal pesado. b) alteração genotípica por recombinação e fragilidade na simbiose mutualística. c) especiação e resistência ambiental negativa à poluição. d) aumento da frequência reprodutiva e resiliência ambiental desfavorável. e) seleção ambiental de fenótipos e bioindicação de poluição. 8 015.524 – 140860/19 10. (UEPB/2014) Analise as proposições apresentadas sobre os Fungos e, em seguida, classifique-as em (V), para as Verdadeiras ou (F), para as Falsas. ( ) Os fungos podem se reproduzir de modo sexuado onde teremos, de forma geral, a plasmogamia seguida pela cariogamia ou assexuada, podendo ocorrer por fragmentação do micélio, por brotamento ou por esporulação. ( ) Os cogumelos e as orelhas-de-pau são exemplos de corpos de frutificação de algumas espécies de fungos, sendo formados por agrupamentos compactos de hifas especiais, relacionadas aos processos de reprodução sexuada destes organismos. ( ) Os fungos multicelulares são constituídos por filamentos ramificados denominados micélios, os quais contêm o material celular do fungo. O conjunto de micélios forma a hifa, que constitui o corpo do fungo. ( ) São organismos fundamentais no processo de ciclagem de matéria na natureza, pois as espécies sapróbias, juntamente com certas bactérias, desempenham o papel de decompositores. ( ) São organismos eucarióticos, autotróficos, uni ou multicelulares, que se nutrem por absorção e tem o glicogênio como substância de reserva. A alternativa que apresenta a sequência correta é: a) F – V – V – F – V. b) V – F – F – V – F. c) V – V – F – V – F. d) F – F – V – F – V. e) V – F – V – F – V. 11. (UFSM/2014) Os princípios básicos da fabricação artesanal ou industrial do vinho são simples e utilizam o “trabalho” de certos fungos (Saccharomyces): o suco da uva, rico em açúcares, constitui-se no meio ideal para o crescimento das leveduras (ou fermentos), fungos microscópicos. Nesse processo, ao aproveitarem os açúcares, as leveduras liberam CO2 e álcool etílico, dando continuidade à obtenção da bebida. Esse pequeno resumo do processo de fabricação do vinho traz informações sobre o(a) a) espécie de fungo envolvida na obtenção do vinho em questão. b) associação harmoniosa entre os fungos e a uva, com benefícios mútuos. c) parasitismo das leveduras, que leva à obtenção da bebida. d) organização corporal desse tipo de fungo, com formação de corpos frutíferos, por exemplo. e) processo de nutrição heterotrófica das leveduras. 12. (UFRGS/2014) Os organismos que se caracterizam simultaneamente por ausência de pigmento fotossintetizante, presença de paredes celulares com quitina e reprodução por esporos são a) as Bactérias. b) os Fungos. c) os Vírus. d) as Pteridófitas. e) os Protozoários. 13. (UPF/2014) Entre as alternativas abaixo, assinale aquela cujas características apresentadas não se referem a organismos do Reino Fungi. a) São seres eucariotos, autótrofos, unicelulares ou multicelulares. b) Podem ser encontrados em ambiente terrestre ou aquático, tanto em água doce quanto salgada. c) Estabelecem relações mutualísticas com algas, formando os liquens, e com raízes de plantas, formando as micorrizas. d) Reproduzem-se tanto de forma sexuada quanto assexuada. e) Têm, em muitas espécies, o zigoto como única célula diploide em todo o ciclo de vida, sendo as demais haploides. 14. (Udesc/2014) Analise as proposições em relação aos fungos. I. Os basidiomicetos são fungos conhecidos como cogumelos e orelhas-de-pau por apresentarem o corpo de frutificação denominado basidiocarpo, a exemplo, champignon; II. Os deuteromicetos são fungos com corpos de frutificação em forma de base, formando projeções denominadas basidiósporos, os quais darão origem aos micélios, a exemplo, os bolores; III. Os ascomicetos são fungos que possuem asco (saco), onde são formados os esporos na reprodução sexuada,a exemplo, o Saccharomyces cerevisiae usado na fabricação de bebidas alcoólicas; IV. Os zigomicetos são fungos autotróficos filamentosos que vivem no solo como decompositores ou parasitas e apresentam estrutura assexuada característica denominada zigosporângio. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. b) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras. d) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são verdadeiras. 15. (Mackenzie/2014) Os fungos constituem um grupo de organismos com características que lembram um vegetal, mas com outras que lembram um animal. Foram, no passado, considerados como vegetais e, atualmente, são colocados em um reino próprio, o Reino Fungi. A respeito deles é correto afirmar que são seres a) procariontes, uni ou pluricelulares, sempre autótrofos. b) procariontes, uni ou pluricelulares, autótrofos e heterótrofos. c) eucariontes, uni ou pluricelulares, sempre heterótrofos. d) eucariontes, pluricelulares, autótrofos e heterótrofos. e) eucariontes, pluricelulares, sempre autótrofos. 9 015.524 – 140860/19 Gabarito 01 02 03 04 05 C B E B A 06 07 08 09 10 B C C E C 11 12 13 14 15 E B A A C 01. Os lêvedos são fungos unicelulares heterótrofos, isto é, não possuem a capacidade de realizar a fotossíntese, pois não apresentam cloroplastos ou clorofilas. 02. Os fungos multicelulares são formados por um entrelaçamento de filamentos denominados hifas. Eles são organismos eucariontes que produzem esporos haploides (N). A fusão de hifas (plasmogamia), corresponde à parte sexuada do seu ciclo reprodutivo. 03. Os fungos são organismos heterótrofos que realizam digestão extracorpórea e ingestão alimentar por absorção. Esses seres são capazes de sintetizar proteínas e carboidratos. 04. Os fungos são organismos uni ou multicelulares, eucariontes, exclusivamente heterótrofos e desprovidos de pigmentos fotossintetizantes. Possuem parede celular de quitina e reserva de glicogênio. 05. Os representantes do Reino Funghi são uni ou multicelulares, eucariontes, heterótrofos. Suas células são revestidas por parede contendo quitina e armazenam reserva energética na forma de glicogênio. 06. Os líquens são associações harmônicas interespecíficas de certas espécies de fungos com algas (Reino Protistas) ou cianobactérias (Reino Monera). 07. Os liquens são associações simbióticas entre indivíduos autótrofos (algas unicelulares) e heterótrofos (fungos). 08. Os principais agentes responsáveis pela reciclagem dos materiais orgânicos presentes nos organismos mortos são as bactérias e os fungos, presentes nos ecossistemas terrestres e aquáticos. 09. A mudança na coloração das mariposas ocorreu devido à seleção natural atuando sobre fenótipos distintos. Os liquens são organismos sensíveis à poluição atmosférica, sendo escassos em regiões muito industrializadas nas quais há grande emissão de materiais particulados para a atmosfera. 10. Os fungos multicelulares são constituídos por filamentos ramificados denominados hifas. O conjunto de hifas forma o micélio, que forma o corpo do fungo. 11. As leveduras são fungos unicelulares e microscópicos com nutrição heterotrófica. São organismos aeróbicos facultativos, porque conseguem sobreviver em ambientes pobres em oxigênio. Elas produzem ATP a partir da fermentação anaeróbica da glicose. 12. A maioria dos organismos vegetais apresenta celulose como componente da parede celular, enquanto os fungos apresentam parede celular como quitina. A ausência de pigmento fotossintetizante e a reprodução por esporos são encontradas em outros organismos além dos fungos. 13. Todos os representantes do Reino Fungi (Fungos) são aclorofilados e heterótrofos por absorção. 14. II. INCORRETA. Os deuteromicetos são fungos imperfeitos com posição sistemática desconhecida e não se conhece, nesse grupo, o processo de reprodução sexuada. IV. INCORRETA. Os fungos são organismos exclusivamente heterotróficos, se alimentando da matéria orgânica disponível no ambiente ou vivendo às custas de hospedeiros quando são parasitas. 15. Os representantes do Reino Fungi, tais como leveduras, cogumelos, orelhas-de-pau etc., são organismos eucariontes, uni ou pluricelulares e sempre heterótrofos. Georgenes – 31/07/2019 - Rev.: Amélia
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