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Gestão de Carreira Unidade I Profa. Ma. Kellyn Telles Cunha CUNHA, Kellyn Telles Gestão de Carreira (livro-texto I) / Kellyn Telles Cunha. São Paulo: Pós-Graduação Lato Sensu UNIP, 2019. 1 33 p. : il. 1. Carreira. 2. Planejamento. 3. Gerações. 4. Marketing Pessoal. I. CUNHA, Kellyn Telles. II. Pós-Graduação Lato Sensu UNIP. III. Título. APRESENTAÇÃO Prezado aluno, Seja bem vindo ao processo de Gestão de Carreira, no qual você vai aprender ferramentas que auxiliarão na sua transição de carreira. Nesta unidade, vamos estudar sobre o planejamento estratégico da carreira, bem como os caminhos para alcançar o sucesso a curto, médio e longo prazo. Temas como mercado de trabalho, diferenças entre as gerações, administração de carreira, marketing pessoal e a elaboração de currículo serão abordados na teoria e prática com exercícios e exemplos a serem utilizados no seu dia a dia. SOBRE A AUTORA A Profa. Kellyn Telles Cunha é Mestre em Recursos Humanos e Gestão do Conhecimento, pós-graduada em Recursos Humanos, Master Coaching e Master em PNL pelo Centro Nacional de Coaching (Cenacoaching), Humanistic Master Coach, certificada pela (IHCOS) The International Humanistic Coaching Society e membro da Associação de Neurometria Funcional Computadorizada. Há 13 anos, é professora de graduação em Gestão de RH e pós-graduação em Recursos Humanos, Psicologia Organizacional, Gestão Estratégica de Pessoas, na Universidade Paulista-UNIP, e Diretora e Consultora em RH/DP e Qualidade da Empresa KTC – Capacitação Gerencial, Coach Individual e Equipes, aplicadora do Treinamento de Neurometria Funcional Computadorizada, palestrante em instituições e organizações. Como Supervisora Técnica e Administrativa, atuou em grandes laboratórios (Delboni, Lavoisier, Rhesus, Bioquímico) como líder administrativa e posteriormente como gerente de RH, responsável pela implantação e treinamento da ISO 9001, Seis Sigmas, ISO 10015 e auditora interna, com responsabilidade de reestruturar o RH e o apoiar o setor da qualidade. Como gerente de RH, foi responsável por subsistemas (contratação, integração, treinamento, monitoração, avaliação de desempenho e implantação de cargos e salários) nas organizações. Você poderá ter maiores informações acessando o link: <http://lattes.cnpq.br/5560716835642323>. SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ................................................................................................................. 3 SOBRE A AUTORA ............................................................................................................... 4 1. MERCADO DE TRABALHO ....................................................................................... 6 2. HISTÓRICO DA CARREIRA ...................................................................................... 9 2.1 Carreira .................................................................................................................... 10 2.2 Administração de carreira ......................................................................................... 11 2.3 A carreira e as gerações .......................................................................................... 12 2.4 Desafios da transição de carreira ............................................................................. 15 3. PAPEL DA UNIVERSIDADE NO DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA ................. 17 4. PLANO DE CARREIRA ............................................................................................ 18 4.1 Planejamento estratégico da carreira ....................................................................... 19 4.2 Quando elaborar mudanças na carreira ................................................................... 20 5. MARKETING PESSOAL........................................................................................... 23 5.1 Currículo ................................................................................................................... 24 5.1.1 Elaboração do currículo ............................................................................................ 25 5.2 Apresentação ........................................................................................................... 28 5.3 Networking ............................................................................................................... 32 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 33 6 1. MERCADO DE TRABALHO Hoje em dia, sabemos que os empregadores podem exercer um impacto bem significativo quando falamos em gestão de carreira, na satisfação e sucesso de seus funcionários. Cada vez mais, percebe-se a necessidade das empresas se posicionarem no mercado de uma forma mais competitiva, o que exige que seus colaboradores se desenvolvam, modificando suas posturas frente à realidade do mercado. Muitas empresas têm a preocupação com a carreira profissional de seus funcionários. Entretanto, a integração entre indivíduo e empresa não é uma tarefa simples e deve ser estruturada pelo setor de Recursos Humanos, lembrando que cada colaborador tem os seus próprios objetivos a serem alcançados. Existe, portanto, a necessidade de se estabelecer uma integração entre ambos para que ninguém saia prejudicado nessa relação. As relações entre as empresas e os profissionais estão sendo revolucionadas a cada dia. O desenvolvimento profissional das pessoas dependerá de como a organização (alta direção) define o plano de carreira de forma que seja atrativo aos colaboradores. Em outras palavras: é papel da empresa auxiliar seus colaboradores no processo de gestão de carreira possibilitando seu crescimento. Devemos lembrar e ressalvar que a carreira é decisão do próprio colaborador, uma vez que somente ele poderá escolher a sua trajetória profissional. Ao longo dos últimos dez anos, identificamos que o mercado de trabalho é condicionado por alguns fatores: economia, ramo de atividade, postos de trabalho, entrada ativa do mercado internacional, novos cargos que exigem maior velocidade nos processos de transição de carreira para atender essa demanda. Com as mudanças na economia, o mercado de oferta e procura está em situação desfavorável. Existem poucas algumas oportunidades (oferta). Por outro lado, temos poucos profissionais qualificados para suprirem essa demanda, sobrando vagas sem preenchimento por um longo período. Pode-se perceber que a visão da oferta e da procura são opostas uma da outra, é um ciclo da realidade enfrentada pelo mercado de trabalho que não terá fim enquanto as pessoas não procurarem por qualificação e enquanto as empresas não estruturarem uma gestão de pessoas eficiente e eficaz. Em relação ao mercado de trabalho, Chiavenato (2006, p. 104) afirma que: Usuario0 Realce Usuario0 Realce 7 É no mercado onde ocorrem as transações e relacionamentos. Mercado significa o espaço de transações, o contexto de trocas e intercâmbios entre aqueles que oferecem um produto ou serviço e aqueles que procuram um produto ou serviço. O mecanismo de oferta e procura é característica principal de todo mercado. O mercado de trabalho (MT) é composto pelas ofertas de oportunidades de trabalho oferecidas pelas diversas organizações. Toda organização – na medida em que oferece oportunidades de trabalho – constitui parte integrante de um MT. Não obstante a especificidade de cada empresa, existem algumas competências que deveriam estar presentes em todos os profissionais: a ética, a responsabilidade, a proatividade e o comprometimento com a organização, por exemplo. Além dessas, Dutra (2008, p. 177) menciona as competências que Meister atualmente consideracomo as exigidas com maior frequência pelas empresas: Aprender a aprender: capacidade de aprender com novas informações, de se soltar de conceitos antigos e estar aberto para novas ideias. Comunicação e colaboração: capacidade de trabalhar em equipe, colaborar com colegas e de repassar adequadamente as informações recebidas. Raciocínio criativo e resolução de problemas: quando possui iniciativa para resolver conflitos e dificuldades do dia a dia e busca soluções criativas, não esperando que peçam para agir e apresenta boa vontade em contribuir com as melhorias. Conhecimento tecnológico: os profissionais devem estar sincronizados com as novas tecnologias e saber utilizá-las como uma ferramenta coletiva que proporciona rapidez e otimização do trabalho. Desenvolvimento da liderança: a liderança é uma competência que deve ser estimulada em todos os profissionais de diversos cargos, porque a tendência é todos se tornarem líderes de si mesmos. Autogerenciamento da carreira: o profissional deve desenvolver suas competências, sempre pensando na sua projeção profissional. Essa relação de competências não esgota outras possibilidades de aprendizado, pois as necessidades e o ambiente no qual as organizações estão inseridas tornam o desenvolvimento de competências um processo contínuo e dinâmico para o profissional se manter no mercado de trabalho. Ritossa (2009) afirma que a dinâmica do mundo globalizado tem influenciado o perfil do profissional atual. As empresas exigem muitas habilidades de seus colaboradores, pois esperam que exerçam muitas funções dentro de um mesmo cargo. Isto é, esperam que ele seja um profissional multifuncional. Na mesma linha de pensamento de Ritossa (2009, p. 77), algumas das principais características do perfil desse novo “superfuncionário” são identificadas abaixo: Busca sua empregabilidade, ou seja, sua capacidade de estar no mercado de trabalho; É inovador, criativo, e possui espírito empreendedor; Participa dos negócios da empresa; Desenvolve seus conhecimentos gerais, além de conhecimentos técnicos; Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce 8 Valoriza sua qualidade de vida; Planeja sua própria carreira profissional; Possui uma visão ampla da empresa; Posiciona-se de maneira crítica diante de ordens; Contribui com ideias e sugestões de melhorias. Nos últimos cinco anos, as empresas têm buscado meios para desenvolver seus colaboradores internamente por meio de um novo departamento chamado educação continuada, com o objetivo de capacitar, estimular a criatividade, inovação e empreendedorismo, valorizando quem já faz parte da equipe. Veja mais: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enfermagem/fases-do- planejamento-da-educacao-continuada/32356>. https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enfermagem/fases-do-planejamento-da-educacao-continuada/32356 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enfermagem/fases-do-planejamento-da-educacao-continuada/32356 Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce 9 2. HISTÓRICO DA CARREIRA Segundo Martins (2001) apud Balassiano, Ventura e Filho (2004) a etimologia da palavra “carreira” é oriunda do latim medieval via carraria, que quer dizer estrada rústica para carros. No entanto, a palavra da forma como a conhecemos hoje é recente, tendo surgido no século XIX. Segundo Chanlat (1995, p. 69) apud Balassiano, Ventura e Filho (2004, p.100) quer dizer “um ofício, uma profissão que apresenta etapas, uma progressão”. Pode ser dividida em duas fases distintas: a tradicional e a contemporânea. Balassiano, Ventura e Filho (2004) apresentam a primeira fase da elaboração do conceito sobre carreira tradicional, que se originou no fim do século XIX e até 1970 é marcada por certo grau de estabilidade, progressão linear vertical e restrita à sociedade masculina e a grupos sociais dominantes. O que se preza nesta fase é que os benefícios sejam assegurados e as empresas devem provê-los a seus empregados. Por volta de 1970, teve início a segunda fase, segundo a qual a carreira contemporânea surgiu principalmente em decorrência de fortes mudanças sociais como a entrada da mulher no mercado de trabalho, o aumento do grau de instrução da sociedade, o reconhecimento dos direitos trabalhistas, a globalização e o aumento da flexibilidade do trabalho. Era Industrial Clássica estendeu-se até meados de 1950 envolvendo a primeira metade do século XX. As empresas passaram a adotar a estrutura organizacional burocrática, caracterizada pela departamentalização e rigidez de regras e regulamentos internos para disciplinar e padronizar o comportamento das pessoas. O mundo se caracterizava por mudanças vagarosas, progressivas e previsíveis. O ambiente que envolvia as organizações era conservador e voltado para a manutenção do status quo. O ambiente não oferecia desafios, as organizações se preocupavam mais com a produção. O modelo organizacional baseava-se em um desenho mecanicista, típico da lógica do sistema fechado. “Os cargos eram desenhados de maneira fixa e definitiva para obter a máxima eficiência do trabalho, e os empregados deveriam ajustar-se a eles. Tudo para servir à tecnologia e à organização. O homem era considerado um apêndice da máquina e deveria tal como ela ser padronizado na medida do possível” (CHIAVENATO, 2004, p. 35). Pare e pense Depois de conhecer esse breve histórico sobre carreira podemos pensar. O sucesso da carreira é alcançado, pois à medida que as organizações se perpetuam no mercado passam a atrair e reter profissionais especializados e qualificados para compor o seu quadro de funcionários oferecendo novos desafios. Usuario0 Realce 10 2.1 Carreira Segundo Hall (1976) apud Souza (2010), a carreira está associada às experiências e atividades relacionadas ao trabalho, sendo uma sequência de atitudes e comportamentos do profissional durante o período que ele integra a organização. Para London e Stumpf (1982 apud BOOG, 2002, p. 201), a carreira tem várias fases e intervenções: Carreira são as sequências de posições ocupadas e de trabalhos realizados durante a vida de uma pessoa. A carreira envolve uma série de estágios e a ocorrência de transições que refletem necessidades, motivos e aspirações individuais e expectativas e imposições da organização e da sociedade. Da perspectiva do indivíduo, a carreira engloba o entendimento e a avaliação de sua experiência profissional, enquanto da perspectiva da organização a carreira engloba políticas, procedimentos e decisões ligadas a espaços ocupacionais, compensação e movimento de pessoas. Essas perspectivas são conciliadas pela carreira dentro de um contexto de constante ajuste, desenvolvimento e mudança. Adequar sua carreira com os objetivos da organização e com isto somar objetivos pessoais e objetivos organizacionais, para um relacionamento de sucesso. Outros autores acreditam que a carreira são posições ocupadas com atribuições onde se aprende passando por diversas transições que fazem o indivíduo refletir se continuará na empresa em que está ou buscará novas oportunidades em outras empresas. No século XXI, a economia e o mundo têm feito muitas pessoas saírem da zona de conforto, pois novas profissões estão surgindo e precisamos estar preparados para esse novo cenário dinâmico e competitivo. Essas mudanças que para alguns ainda são resistentes para outros as mudanças precisam acontecer de forma planejada, conhecida também como planejamento de carreira. Em meados de 2012 o Planejamento de Carreira começou a ganhar espaço na vida das pessoas, empresas e universidades com objetivo de estruturare equilibrar as necessidades da pessoa e da empresa. Com essa demanda uma nova profissão surgiu para os profissionais de Recursos Humanos conhecida como Coaching de Carreira, do qual o profissional necessita ter conhecimento das ferramentas do Coaching, Mercado de Trabalho e Recrutamento e Seleção. Veja mais em: http://penser.com.br/coaching-de-carreira/. http://penser.com.br/coaching-de-carreira/ Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce 11 2.2 Administração de carreira A administração de carreira nasceu com a escola da Administração Cientifica, a partir do estabelecimento de cargos ligados a postos de trabalho e dos sistemas de diferenciação entre eles, como afirma Dutra (1996). Cabe demonstrar quais são as características da administração de carreira conforme Dutra (1996): a) Ela não consegue atuar de forma desvinculada das demais políticas e práticas de gestão de RH; b) Estimula um processo de diálogo entre a pessoa e a organização, o compartilhamento de valores e objetivos, a transparência e a sinceridade de intenções; c) O estímulo a que a pessoa participe mais ativamente do planejamento de sua carreira a toma mais responsável por sua capacitação e por seu desenvolvimento; d) Os processos de mobilidade interna e de sucessão são decisões amadurecidas nas negociações cotidianas entre as pessoas e a empresa. Quando observamos as características que Dutra cita acima é possível afirmar que dentro do processo de Planejamento de Carreira serão necessárias algumas mudanças comportamentais para se obter resultados. Algumas empresas ainda entendem que o plano de carreira faz parte da estrutura organizacional quando na realidade deverá fazer parte dos benefícios onde o colaborador visualize aonde ele pode chegar com os seus conhecimentos e habilidades atuais e futuros. Kanter (1997) acredita que as carreiras profissionais podem ser descritas em três tipos principais, sendo elas: a) Carreiras “corpocrática” ou “burocrática”: neste tipo de carreira é defendida pela lógica da promoção. Onde o padrão burocrático de carreira envolve uma sequência de cargos numa hierarquia de posições definidas. Na típica carreira corpocrática, todos os elementos de oportunidades de carreira — responsabilidades, desafios, influência, treinamento formal e desenvolvimento — estão intimamente ligados ao cargo que se ocupa na empresa; b) Carreiras profissionais: nesta a estrutura defendida por habilidades ou ocupação, sendo a posse de conhecimentos valiosos um fator-chave na determinação do status ocupacional e a reputação o recurso básico do indivíduo. 0 “crescimento” da carreira de profissionais não consiste necessariamente na ascensão funcional. Assim, as oportunidades do formato profissional, envolvem a chance de ter tarefas cada vez mais exigentes, ou desafiadoras, que exigem um exercício maior das habilidades que são o que o profissional tem a oferecer. Logo, as carreiras profissionais não se desenvolvem necessariamente dentro de uma única empresa – como funcionário da empresa X. 12 c) Carreiras empresariais: É aquela na qual o crescimento ocorre através da criação de novo valor ou nova capacidade organizacional. Nesta carreira, o recurso- chave é a capacidade de criar um produto ou serviço de valor. Liberdade, independência e controles próprios estão associados a esta. Porém na carreira empresarial o risco maior do que nos outros tipos de carreiras. Ocorre uma grande incerteza a respeito do futuro e do desenvolvimento de carreira. Em geral, o padrão de carreira empresarial ocorre associada à motivação para alta produtividade; o controle sobre o próprio trabalho, a capacidade de estabelecer o próprio trabalho; a capacidade de estabelecer o próprio ritmo, com recompensas monetárias vinculadas diretamente as realizações. 2.3 A carreira e as gerações As características e atitudes relacionadas às gerações estão vinculadas, conforme a literatura, diretamente à organização, à economia e ao desejo pela ascensão profissional. Sabemos que cada vez mais teremos diversidades de gerações dentro das organizações e ainda com o agravante dos mais jovens liderando os mais velhos causando um desconforto. Vamos agora entender que como estão divididas as gerações sendo (VELOSO et al. 2008 e OLIVEIRA, 2010); Geração X, nascidos entre 1965 e 1977; Geração Y, nascidos entre 1978 e 1989; Geração Z, nascidos a partir de 1990; A Geração Baby Boomers (BB) é composta por nascidos entre os anos de 1946 e 1964, após o término da Segunda Guerra Mundial. O seu nome é resultado de uma alta taxa de natalidade percebida após o retorno dos soldados da guerra, bem como da necessidade de mais pessoas para reconstruir os países destruídos no período de guerra. A Geração X, começou a ganhar espaço, principalmente por meio da televisão, a qual interferiu no comportamento e nos valores, tornando-os mais consumistas. A dedicação ao trabalho era, na maioria das vezes, motivada pelo desejo de aquisição e consumo de determinados produtos divulgados nesse veículo de comunicação (OLIVEIRA, 2010). Essa geração em relação a carreira é mais preocupada em buscar capacitação profissional para se manter no mercado de trabalho. 13 Pertencem à Geração Y o imediatismo, fruto de uma estreita relação que essas pessoas possuem com as diversas formas de tecnologia que avançaram nesse período (SANTOS, 2011). A Geração Z por nascerem na era da Informação, são pessoas conectadas, informadas e dependentes de todo o tipo de tecnologia. Essa geração é apontada como a mais consumista, individualista e ativa, e que provavelmente enfrentará dificuldades nas relações interpessoais (SOUZA, 2011). De acordo com o Quadro 1, é possível visualizar e entender mais facilmente as diferenças entre as gerações: 14 Quadro 1 – Comparativo entre as gerações Geração Característica Autor Baby Boomers (nascidos de 1946 a 1964) Relacionamento de respeito e lealdade com a família, colegas e trabalho. Importância do sucesso profissional. Desejo de fazer a diferença, competitivos e responsáveis. Educação rígida, com disciplina, ordem e obediência que culminou no desrespeito às regras estabelecidas ERICKSON (2011) OLIVEIRA (2010) Geração X (nascidos de 1965 a 1977) Conservadores, materialistas, avessos à supervisão, otimistas, desconfiados, autoconfiantes, criativos e cumpridores de objetivos. Rebeldes, egocêntricos, não convencionais, autoconfiantes. A maturidade veio cedo e com isso buscam estabilidade e independência, colocam o trabalho em primeiro lugar. LOMBARDIA (2008) OLIVEIRA (2010) Geração Y (nascidos de 1978 a 1989) Ambiciosos, individualistas, instáveis, preocupados com o meio ambiente e com os direitos humanos, esperançosos, decididos e coletivos, consumistas e multi tarefeiros. Buscam reconhecimento, gostam de desafios, são informais e flexíveis, individuais e relacionais. LOIOLA (2009) OLIVEIRA (2010) Geração Z Ansiosos e imediatistas, afetivos à tecnologia, SOUZA (2011) 15 (nascidos na década de 1990) focados em resultados e não enxergam fronteiras. Multitarefas e pensamento complexo. VANNUCHI, DUARTE (2001) Fonte: Meurer (2013, p. 38). Atualmente estamos encontrando colaboradores das Gerações X e Y será necessário que as organizações e os recursos humanos estejam preparados para o ingresso da Geração Z que vem ganhando cada vez mais espaço no mundo corporativo. É importante ressaltar que as 3 gerações podem contribuir umas com as outras promovendo o trabalho harmonioso, mesmo com as diferenças na era chamada “Indústria 4.0”. 2.4 Desafios da transição de carreira Acreditamos que o grande desafio na transição de carreira é o desenvolvimento pessoal e profissional, a escolha no processo de mudanças sejano mesmo emprego, novo cargo ou em outra área de atuação. Essa nova escolha profissional precisa ser muito bem avaliada em vista que poderá alterar sua vida em vários aspectos (familiar, financeira, social e econômica). No entendimento de Schlossberg (1981, apud QUISHIDA; CASADO, 2009), a transição de carreira pode ser compreendida como a mudança da percepção que o indivíduo tem de si mesmo e do mundo onde vive, identificando oportunidades de desenvolvimento e satisfação, que implicará em mudanças de comportamento e relacionamento. Para Bridges (2009, apud QUISHIDA; CASADO, 2009), os processos de transição ocorrem em três fases distintas: A primeira delas é o Fim, caracterizado pela renúncia de velhas atividades ou funções que não agregam valor ao indivíduo. A segunda etapa é chamada de Zona Neutra, período no qual a pessoa abandonou antigos papéis, porém não assumiu a nova fase de sua vida, ou seja, caracterizando um período de transição. A terceira fase é o Novo Começo, quando a transição desejada pelo indivíduo está em parte concluída e começa uma nova etapa da sua vida. As pessoas sempre me perguntam quando é momento para se pensar em Transição de Carreira e a resposta é simples: Não tem idade para acontecer, podendo ser aos 25, 35 ou 45 anos, no entanto, cada fase tem suas características e cenários que devem ser levados em consideração como já havia comentado acima quando falamos das mudanças. 16 Para TOZZI, 2011, cada idade tem um comportamento diferente como ele explica logo a seguir: Aos vinte e cinco (25) anos o jovem profissional pode arriscar mais livremente na mudança de carreira, pois nessa fase a maioria não tem obrigações com sustento de família. Sendo assim, possuem disponibilidade de tempo e recursos para investir em novos cursos, em programas de trainee e estágios em diversos setores da empresa ou em algumas empresas que lhe ajudarão a enriquecer seu currículo Os profissionais com mais de trinta e cinco (35) anos são mais experientes e apresentam um cenário de vida um pouco diferente, alguns com a carreira estabelecida e uma família para sustentar, sendo necessário estar financeiramente equilibrado. Por isso, a decisão pela mudança de carreira deve ser analisada com atenção e considerar as consequências para todos os envolvidos Aos quarenta e cinco (45) anos a maioria das pessoas já possui uma carreira profissional sólida, família estruturada, filhos estudando, assim há uma gama de despesas com as quais é necessário preocupar-se. Nesse período ocorre a chamada crise dos quarenta (40), ocasião na qual as pessoas desejam sair das rotinas de trabalho que viveram até o momento e construir novas experiências e saberes, para tanto é necessário estar disposto a receber salários menores e conter os gastos durante a fase de transição 17 3. PAPEL DA UNIVERSIDADE NO DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA Para muitas pessoas ingressar na Universidade é um sonho para se alcançar a profissão tão sonhada, do momento do exame pré-vestibular, concorrentes e a expectativa de cursar nas melhores universidades do País até a formatura e por fim a entrada no mercado de trabalho. Tudo isso gera mudanças, é um universo diferente de quando você sai do ensino médio, teve que se adaptar a novos ambientes, novas regras, vislumbrando de como seria sua carreira dentro das empresas. O problema inicia a quando ingressamos no mercado de trabalho e seus concorrentes agora são outros. Considerando isso, entende-se que a universidade assume o papel de gerar, mediar e difundir esse conhecimento, com vistas à expansão contínua e equilibrada da qualidade de vida (pessoal e profissional). O Ensino Superior seja a Graduação ou a Pós-Graduação interagem entre o as necessidades das pessoas e das empresas que necessitam de uma mão de obra qualificada. As universidades atuam nessa qualificação por meio de cursos e professores que tem conhecimentos teóricos e práticos sempre levando para o aluno vivencias e estimulando as aplicadas no dia a dia nas organizações. Podemos dizer que a universidade atua como um agente disseminador de culturas, conhecimentos e valores que prepara o aluno para o mercado de trabalho. Na opinião de Gil (2012), a universidade proporciona, através de seus docentes, um ambiente propício para instruir, orientar, apontar, guiar, dirigir, formar, treinar, amoldar, preparar, doutrinar e instrumentar os seus alunos, a fim de tornarem- se profissionais mais completos no que tange às competências técnicas e comportamentais. Nesse mesmo pensamento, Libâneo (2003, p. 1, texto digital) ressalta que a “[...] universidade existe para que os alunos aprendam conceitos, teorias; desenvolvam capacidade e habilidades; formem atitudes e valores e se realizem como profissionais-cidadãos”. Bastos (2008, p. 175, texto digital), descreve que: A Universidade faz parte desse sistema na medida em que é reconhecida como uma instituição social responsável pela difusão do conhecimento e pela geração de novos saberes pautados nos princípios da verdade, da justiça, da igualdade e do belo, comunicando-os à sociedade. Podemos dizer que a universidade atua como um agente disseminador de culturas, conhecimentos e valores que prepara o aluno para o mercado de trabalho, ao concluirmos um curso o aluno estará preparado para iniciar o primeiro passo da sua gestão de carreira. Usuario0 Realce 18 4. PLANO DE CARREIRA Quando estudamos alguns autores e olhamos para o mercado é possível dizer que as empresas dividem as responsabilidades quando se trata de Plano de Carreira, como já dito anteriormente deve fazer parte do plano de benefícios e oferecido ao candidato no processo seletivo. Conforme Galdino (2013), o bom profissional é aquele que tem os objetivos traçados, tanto em relação ao trabalho como na vida particular. Para traçá-los é que serve o Plano de Carreira. A principal tarefa do plano de carreira é colocar a pessoa no caminho certo para que esta consiga alcançar o sucesso, programando o crescimento de forma eficaz. É um meio que possibilita a programação do tempo necessário para alcançar os objetivos traçados e avaliação dos conhecimentos de tal pessoa. O plano de carreira tem vários aspectos positivos lado que envolvem o profissional e a empresa: Para o profissional, conseguirá planejar e estruturar sua vida familiar e financeira, administrando melhor seu tempo com foco resultados. Para a empresa é possível minimizar o turnover (rotatividade) de colaboradores, aumentando a engajamento e melhorando a qualidade dos serviços e/ou produtos. Existe um caminho longo no plano de carreira que muitas pessoas pensam ser difícil, complicado e até impossível para quem não acredita em planejamento de mudanças e isso deve começar primeiro por você. Acredite que mesmo os empresários também buscam transição de carreira para alcançar realizações pessoais ou porque não veem mais sentido em fazer o que estão fazendo. Rossi (2014) declara que a maior parte dos executivos brasileiros em algum momento para de progredir na carreira. Apesar de começarem a carreira de forma preparada, com o passar do tempo, boa parte dos profissionais para de evoluir. O autor então afirma que para evitar uma queda profissional ou para retomar o caminho de crescimento, estes precisam se esforçar para obter qualificação. Um dos principais erros cometidos daqueles que acabam ficando estagnados profissionalmente é a falta de vontade de aprender. Muitos têm medo e não aceitam novos aprendizados e acabam sofrendo as consequências por não se permitirem aprender novos caminhos e tarefas. Uma carreira de sucesso é pautada por constantes mudanças, e profissionais bem-sucedidos sabem que para ter movimentações na carreira precisam investir em conhecimento e ter um nível de eficiência acima do que a empresa espera deles (ROSSI, 2014, p. 61). 19 Pare epense Para que o Plano de Carreira seja realmente funcional nas empresas o RH (Recursos Humanos) deverá ter uma Mapeamento de Gestão das Competências para cada cargo e transparente aos colaboradores para que participem do processo seletivos internamente. No caso dos executivos também buscam profissionais que ajudam no direcionamento de novos objetivos. 4.1 Planejamento estratégico da carreira De acordo com Sales (2013), geralmente, aborda-se muito sobre planejamento estratégico dentro das organizações, no entanto pouco se fala sobre planejamento estratégico da carreira profissional. Os indivíduos acabam esquecendo-se de sua própria condição e se mobilizam apenas para atingir o que é planejado e estruturado pelas organizações onde trabalham. O Planejamento Estratégico de Carreira é realizado normalmente individualmente, pois existem programas de Gestão de Carreira em equipe como é caso por exemplo do desenvolvimento de líderes. Aproveite a oportunidade neste momento e leia 2 livros sobre desenvolvimento: Richard L. Williams, Preciso Saber se Estou indo bem, Editora: Sextante. James C. Hunter, De Volta ao Mosteiro, Editora: Sextante Ambos os livros se trata de liderança, feedback, autogestão e crenças limitantes que devem ser eliminadas nos processos de transição de vida pessoal e profissional. Swartz (apud CARAVANTES; BJUR 1997), enfatizam que o planejamento individual é um processo que permite a pessoa definir seus valores (missão, visão, princípios), identificar seus desejos e necessidades, além de traçar objetivos e prazos. O planejamento de carreira vê-se relevante na vida de qualquer profissional que se dedica anos para a formação acadêmica, visando encontrar uma atividade que condiz com suas expectativas. Logo, possibilita que as pessoas busquem em suas próprias competências e aspirações um posicionamento a fim de focar seus esforços em determinadas organizações e posições pretendidas (RIBEIRO et al., 2009). Quando fazemos qualquer planejamento em nossa vida seja financeiro, familiar ou profissional conseguimos refletir sobre o caminho que traçamos até o presente momento e quais resultados obtivemos com nossas escolhas. Sales (2013), afirma que para qualquer tipo de planejamento, é preciso estabelecer um plano a seguir. Alguns pontos são de extrema importância, como por exemplo: Estabelecer metas pessoais e profissionais; ter foco e objetivo definido; saber lidar com as dificuldades; ser humilde para buscar novos conhecimentos com outras pessoas da área; manter contato com as pessoas e investir em novas aprendizagens. Para Castro (2013), o planejamento da carreira profissional é composto por três partes: Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Nota LIVROS PARA LER SOBRE CARREIRA Usuario0 Realce 20 Primeiro saber onde se encontra atualmente, quais as condições do seu serviço, de sua formação e seu histórico profissional. Segunda parte é estabelecer aonde se quer chegar, quais os objetivos estabelecidos. Terceira parte é saber quais os passos necessários para conseguir atingir o que foi estabelecido. Pare e pense A carreira de sucesso se baseia em escolhas certas. Tudo aquilo que é planejado geralmente tem mais chances de sucesso. Pode-se entender então a importância da elaboração de um planejamento de carreira sem olhar o passado e sim o que desejamos daqui para frente. Os resultados que derem certo você já identificou que funciona e os que deram errados gerou aprendizado para mudanças. 4.2 Quando elaborar mudanças na carreira A biografia e a carreira pessoal são dois aspectos fundamentais em nossa existência, e uma não pode ser elaborada separadamente da outra. “Há, por parte das pessoas, natural resistência ao planejamento de suas vidas profissionais, tanto pelo fato de encararem a trilha profissional como algo dado, quanto pelo fato de não terem tido qualquer estímulo ao longo de suas vidas” (DUTRA, 2002, p. 112). De acordo com o mesmo autor, a resistência ao planejamento individual de carreira é ainda muito grande no Brasil; as pessoas tendem a guiar suas carreiras mais por apelos externos, como: remuneração, status, prestígio e etc., do que por preferências pessoais. O ciclo de vida da carreira é explicado por Dutra (2001) da seguinte forma: Início: O começo é bem delimitado tanto para a empresa quanto para os profissionais. Geralmente é a etapa mais fácil de estabelecer quais são as condições para acessar a carreira. Crescimento: Apesar de muitas empresas monitorarem de forma certa o começo da pessoa na carreira, esquecem de acompanhar com o passar do tempo. Algumas empresas mais elaboradas e com estrutura adequada acompanham todo o processo de crescimento da carreira, chega, porém, um ponto que esta pode atingir um nível de estabilização, com a falta de oportunidades. Neste momento, há profissionais que acabam se acomodando e muitas das pessoas acabam não mais trabalhando com vontade, achando que a empresa é obrigada a aumentar seu salário ou promovê-la sem que haja interesse e novos conhecimentos por parte dele. Nesse ponto que entra a fase de amadurecimento do profissional. Analisa-se então a importância de se elaborar um plano de carreira (para aqueles que ainda não possuem) para que não haja transferência da pessoa para um cargo menor ou até que aconteça a demissão. Usuario0 Realce 21 Final: Essa etapa é muito complicada para muitas pessoas que não possuem clareza sobre o final de suas carreiras. O fundamental é que elas se preparem para possíveis mudanças. Sendo estas dentro ou fora da organização em que trabalham, o importante é que haja apoio da empresa. Algumas pessoas decidem planejar sua carreira quando: Não sabem ainda qual caminho a seguir; Buscar abrir o seu próprio negócio; Dificuldades de recolocação no mercado; Almejar ou mudar para um novo cargo; Aposentadoria. A primeira dica que ensinamos no planejamento de carreira é ter paixão na profissão que exerce hoje, pois é vai impulsionar você para conquistar a sua futura carreira. Cada pessoa vai encontrar o momento certo para elaborar uma mudança em sua carreira da mesma forma que não temos certeza de qual idade estaremos maduros o suficiente para tomarmos decisões transformadoras sem medo de arriscar o novo. Por esse motivo precisamos de um profissional que faça uma análise de aptidões, perfil comportamental e intenções futuras que atuará como um orientador nos caminhos a serem escolhidos por você. Vale lembrar que todas essas mudanças serão possíveis desde que você tenha paciência, disciplina, coragem e humildade. Agora é o momento que deverá preencher a tabela de metas, identificando a situação atual e aonde deseja chegar ao longo de 5 anos: 22 Itens 2019 2020 2021 2022 2023 Idade Carreira Cargo Salário anual Salário mensal Formação acadêmica Idiomas Competências técnicas Competências comportamentais Parceiros-chave Prioridades Questões pessoais 23 5. MARKETING PESSOAL Neste estudo será abordado as cinco principais ferramentas de marketing pessoal que visam contribuir para o aperfeiçoamento pessoal e profissional das pessoas, são eles: Currículo, Competências, Apresentação e Networking. Existe uma crença quando falamos em Marketing Pessoal, alguns dizem que é a roupa que você usa, quando na verdade ele está em toda parte. Seja formal e informal, envolvendo desde as atividades que as pessoas exercem em uma empresa até mesmo como nos vestimos, falamos ou postamos uma imagem na rede social e no WhatsApp. De uma forma geral e simplista pode-se afirmar, de acordo com Kotler (2000), que marketing é um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e desejam por meio da criação, oferta e troca de produtos e serviços.Marketing é uma via de duas mãos entre o mercado e as organizações, em que estas buscam no mercado informações sobre seus desejos e necessidades, recebendo como retorno, nesta primeira fase, as informações. Existem vários segmentos e ramos do marketing como: marketing de vendas, marketing de relacionamento, marketing institucional e etc., mas neste trabalho, o principal estudo é sobre o marketing pessoal. O Marketing Pessoal é o composto por alguma atribuição que tenha e chame a atenção e preferência com relação a uma determinada pessoa. Isso acontece bastante no processo seletivo, o entrevistador recruta pelo currículo e seleciona os melhores candidatos que sabem “vender” seu produto que no seu neste caso são suas habilidades. O principal objetivo do Marketing Pessoal, é o quanto você é capaz de se destacar dos demais concorrentes ou seja o que você tem como diferencial para a empresa contratar você. Mas na verdade, o Marketing Pessoal deve ser entendido como uma plena integração entre vida pessoal e profissional, pois não podemos separá-lo de como a pessoa é, de como é falado, enfim de qual é a imagem que está passando para a sociedade. Pois uma das características do marketing é a imagem, pois explicitam as características do produto, que trata principalmente da aparência, linguagem verbal e corporal, postura, comportamento, conduta ética, convívio social, etc. (COSTA, 2002). O marketing pessoal inicia-se com o envio do currículo. É preciso trabalhar para ser atrativo ao mercado, percebendo o que o mercado procura e, a partir disso, evidenciar o conteúdo profissional que diz respeito a suas competências (conhecimentos, experiência, sabedoria), além é claro da sua própria aparência. Como já mencionado o marketing pessoal está presente em todas as relações diárias, seja para conseguir uma oportunidade de trabalho, uma promoção, atender ao telefone, apresentar um trabalho na faculdade, fazer novas amizades, conhecer pessoas. Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce 24 Neste momento, é importante conhecer as ferramentas de marketing pessoal para obter sustentação ao gerenciamento da carreira pessoal. Mas antes disso, é preciso refletir e pensar: Quais são seus pontos fortes? Pontos fracos? Como você se promove? Como está sua relação com as pessoas? O que elas pensam e acham sobre você? Como elas a tratam? Enfim, estas questões podem auxiliar e muito em como planejar o próprio marketing e gerenciar uma carreira de sucesso. 5.1 Currículo O currículo, segundo Fry (apud DARONCO et al., 2011, p. 73): “é um documento escrito ou eletrônico, digitalizado, enviado por e-mail, com a intenção de convencer um empregador de que suas competências se encaixam perfeitamente nas necessidades dele”. Segundo o mesmo autor, o que um currículo não deve ser é: informal, longo, sem foco, sem detalhes pertinentes, enfeitado, altamente pessoal, coloquial, desonesto e exagerado. Também, não pode ser aquela mistura de estilos diferentes com uso indiscriminado de negritos, itálicos, cores, sublinhados e impresso em papel colorido. Ainda de acordo com Fry (apud DARONCO et al, 2011, p. 75) um currículo precisa: Atender às necessidades do empregador: as organizações contratam pessoas que possam preencher suas necessidades específicas. Deixe claro que você é esta pessoa. E só envie currículo à organização se realmente você se enquadrar nos requisitos que ela divulgue no recrutamento. Mostrar ao empregador de que modo ele irá se beneficiar: ressalte suas realizações e mostre ao futuro empregador que você é um excelente candidato. Ofereça informações sobre os resultados obtidos anteriormente, demonstrando que você se saiu bem em empregos anteriores. Ser claro e conciso: os empregadores precisam lidar com centenas de currículos todos os dias, e geralmente gastam de 30 segundos a um minuto com cada um, portanto faça uma apresentação clara, concisa e fácil de ler. Ser objetivo: seu currículo precisa comunicar um objetivo bem definido, ligado a uma carreira específica. Elabore um currículo para cada proposta de trabalho. Sustentar suas promessas de desempenho com os motivos pelos quais você é o melhor candidato: informe claramente suas competências. Ser realista: o currículo deve descrever uma pessoa qualificada e adequada para uma carreira específica. Por exemplo, pessoas tímidas e introvertidas não devem se apresentar como vendedores excelentes. Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce 25 Ser honesto: a verdade sempre vem à tona, portanto não tente esconder informações ou ajustá-las a outra realidade, bem como “criar” informações. Organizar sua busca por emprego: um bom currículo o ajuda a dar um enfoque nas suas realizações e nos seus objetivos de carreira. Também o auxilia a organizar seus pensamentos para uma eventual entrevista, uma vez que você se dê conta de tudo que já realizou e o que ainda tem para contribuir. 5.1.1 Elaboração do currículo Máximo de duas páginas com todas as informações necessárias para o cargo; Foto somente se for pertinente à vaga, a mesma deve ser de boa qualidade e com formato profissional; Portador de deficiência física deve sempre colocar essa informação, pois existem muitas vagas disponíveis; Para o primeiro emprego, é importante ressaltar experiências obtidas na faculdade, estágios, cursos, trabalhos voluntários, habilidades e aptidões; Não há necessidade de falar deu suas qualidades pessoais, dizer que é dinâmico tem bom relacionamento interpessoal, pois essas características serão avaliadas durante o processo seletivo. 1- Dados pessoais Nome completo: colocar como cabeçalho, caso tenha a segunda página, não correrá o risco de cair e o selecionador não encontrar quem é o candidato. Idade, estado civil e contatos: quando for número para recados. Deixe a pessoa encarregada de receber recados, avisada e preparada para passar e anotar informações importantes. (Por exemplo: dizer que o número é para recados, pedir o nome da pessoa, número de contato de quem está ligando e anotar o recado). E-mail: colocar um e-mail com endereço correto e atualizado. Fique atento com relação ao e-mail pessoal, pois deve passar credibilidade. Por exemplo: “bruninhasimpatica@…” perde a credibilidade. 2- Cargo/área pretendida Colocar o cargo e área que pretende se candidatar. Preste atenção nesta informação, pois o cargo deve estar condizente com a vaga que está concorrendo. Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce 26 3- Formação acadêmica Coloque o nome da Instituição de Ensino, curso e data de início e término. 4- Experiência profissional Certifique-se de inserir o nome das empresas, cargo, período e as atribuições em que trabalhou. Caso opte por colocar as responsabilidades em cada experiência seja objetivo e sucinto. 5- Habilidades profissionais Coloque as experiências, habilidades pertinentes para que o selecionador se interesse rapidamente por seu currículo. 6- Cursos extracurriculares Colocar cursos pertinentes ao cargo. Nome do curso, local, ano e duração; 7- Idiomas Coloque o nível real de cada idioma, lembre-se que se for necessário para o cargo, você será testado e deverá comprovar o nível declarado e somente quando o nível for de intermediário para cima. Após todas as informações colocadas no seu currículo, faça uma rigorosa correção ortográfica, pois currículos com erros de português serão facilmente descartados. Tenha atenção aos detalhes quanto à estrutura de seu currículo, ele deve ser de fácil visualização, se forcolocar cor tenha bom senso, pois ele deve ser limpo e muito bem organizado. Selecionamos um modelo de currículo para auxiliá-lo na prática. Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce Usuario0 Realce 27 Fulano de Tal Casada/o XX anos Rua XXXX, XX Bairro Cidade Estado Telefones.: XXXXXX (res.) XXXXXX (cel.) E-mail: Área Pretendida ou Cargo Pretendido: Formação acadêmica √ Pós-Graduado em XXX – Universidade XX/Ano √ Graduado em XXX – Universidade XX/Ano Experiências profissionais: √ Empresa – Cargo: Período: Atribuições: √ Empresa – Cargo: Período: Atribuições: √ Empresa – Cargo: Período: Atribuições: Habilidades profissionais (descrever suas habilidades) Cursos extracurriculares Nome do Curso - Local/Ano ( XX horas) Língua estrangeira Inglês – Intermediário (escrita e conversação) 28 5.2 Apresentação Ciletti (apud DARONCO et al., 2011, p. 83) oferece algumas sugestões de como podemos desenvolver melhor nosso “produto”, nas mais diversas situações, tanto pessoais quanto profissionais: ● Educação: a educação pode ajudar na mudança de atitudes; pesquisas descobriram que ao estarem expostos a novas experiências e práticas, os indivíduos podem adaptar seus comportamentos e modificar suas atitudes. ● Pensamento e hábito positivo: você é otimista ou pessimista? Um otimista sente confiança e é positivo, acreditando que as coisas vão funcionar, enquanto um pessimista tem sempre uma visão escura e negativa da vida. Desenvolver hábitos positivos no trabalho podem ajudá-lo a se comportar positivamente, mesmo que não esteja se sentindo assim. Assim, seja cortês com as pessoas chegando no horário, complete suas tarefas, não fale sobre assuntos que não sejam importantes e seja voluntário para as tarefas menos agradáveis. ● Fale de maneira positiva consigo mesmo: as pessoas frequentemente falam para si mesmas sobre os eventos do dia e avaliam ou se arrependem de suas ações. Concentre-se nesta conversa para motivar, reconhecer suas realizações e lembrar se de seus pontos fortes. Seja seu próprio fã. Elogie-se, encoraje-se e se estabilize. ● Linguagem corporal positiva: imaginemos a cena em que a moça se levanta para fazer um discurso, cruza os braços e olha para baixo enquanto fala. Sua linguagem corporal transmite uma atitude positiva? Lembre-se que algumas vezes seu corpo pode falar mais alto que sua voz e tenha cuidado para que sua linguagem corporal não comunique algo que você não gostaria de dizer. ● Comunicação positiva: sua habilidade de se comunicar bem é um fator importante na impressão que você passa às outras pessoas. Você emprega termos que não são entendidos por outras pessoas ou adota linguagem depreciativa? Tem dificuldade em comunicar suas ideias claramente? Quando fala com os outros, seu tom de voz e a escolha de palavras comunicam sua imagem e sua mensagem? Falar de forma delicada e polida tende a fazer com que os outros o levem mais a sério, pois demonstra mais respeito. A habilidade de articular claramente seus objetivos, ideias e pensamentos será de muita ajuda em sua vida pessoal e profissional. Fatores de higiene pessoal pode parecer simples principalmente quando abordamos esses pontos dentro dos programas de treinamento nas empresas. O que sabemos é o quanto fica desagradável trabalhar ao lado de alguém que odor ou mal hálito. Lembre-se ainda estamos falando de carreira e hábitos comuns como tomar banho todos os dias, escovar os dentes, usar desodorante, manter as unhas limpas, barba alinhada, maquiagens adequadas ao ambiente, cabelo limpo e penteado fará toda diferença no processo seletivo. Rizzo (apud DARONCO et al., 2011, p. 85) destaca alguns itens que devem ser evitados no ambiente de trabalho, enfatizando que o excesso sempre leva à vulgaridade: 29 1. Decotes ousados 2. Pulseiras barulhentas 3. Brincos enormes 4. Cabelos bem compridos e soltos 5. Saltos enormes 6. Sandálias de dedo com meias 7. Maquiagem por demais acentuada 8. Ternos de cores extravagantes 9. Gravatas de bichinhos 10. Camisa listrada e gravata estampada 11. Sapatos desgastados e sujos 12. Perfumes com fragrâncias agressivas Faz parte também da apresentação o formato do e-mail a ser encaminhado o currículo. Juntamente com o curriculum vitae, a carta de apresentação é um dos primeiros elementos que a empresa à qual se candidata tem sobre si. O currículo apresenta as habilitações e as experiências profissionais, mas não é o suficiente para delinear o perfil do candidato, assim a carta de apresentação torna- se, por isso, um instrumento de apresentação formal, apelativo e sintético. Saiba como elaborar uma carta de apresentação e veja em exemplo: 30 Carta de Apresentação Direção Pessoal Exmo. Senhor Diretor..... Direção do Destinatário São Paulo, XX, mês de 20XX. Exmo. Senhor (a) Diretor (a) Terminei recentemente o MBA em …………………………, na Universidade XX. No momento, procuro um espaço de trabalho onde possa desenvolver e aprofundar a formação já iniciada no curso mencionado, razão pela qual me candidato a uma possível vaga na instituição que V. Ex.ª dirige. Desejo participar de numa entrevista pessoal, na qual posso demonstrar outras informações que acredito serem relevantes para a minha candidatura. Subscrevo-me, com a mais elevada consideração. Anexo: curriculum vitae 31 Modelo do e-mail e/ou carta de apresentação À empresa... Departamento de Recursos Humanos São Paulo, / /20XX. Prezado senhor, Sou candidato à vaga existente em seu quadro de pessoal para Técnico em Eletrônica, conforme anúncio xxxx ...., no dia XX. Conforme poderá verificar em meu currículo, minha experiência é ainda pequena, considerando a formação profissional recente, com vontade e facilidade de trabalhar em equipe e de relacionamento com outras pessoas acredito que em breve estarei pronto Fiz estágio profissional na empresa Tal, onde aprendi muito, complementando os meus estudos e agradeço se me selecionar para um teste de capacitação. 32 5.3 Networking Network é um termo que vem do inglês (“net” é rede e “work” é trabalho) e significa rede de relacionamentos ou rede de contatos. Também conhecido como “rede de contatos”, o Networking é a forma de cultivar relações profissionais em diversos ambientes e utilizar essas relações para alguma finalidade. Vivemos em uma era que o seu currículo ou sua opinião chega ao outro lado do mundo com apenas um clique, por isso a importância em saber se relacionar da maneira certa. E isso significa ir além das pessoas conhecidas ou mais próximas. Cada conversa é uma oportunidade para expandir a sua rede de relacionamentos, podendo gerar novas oportunidades que podem ser criadas por você. Participe de eventos, meet ups, fóruns de discussão e demais situações que proporcionam a interação com novas pessoas. Contatos sem relacionamento são apenas contatos e desta forma não adianta ter o e-mail do presidente de uma grande companhia se ele sequer vai ler sua mensagem quando recebê-la. Conviver com pessoas inspiradoras é uma grande oportunidade que qualquer um tem para aprimorar ideias e fazer crescer o seu potencial criativo. Manter-se conectado é uma forma de melhorar as oportunidades de crescimento e aprimorar conhecimentos para alcançar os objetivos que você tem para a sua carreira. No mundo dos negócios, o networkingé essencial. Para quem está começando a empreender, ter uma rede de contatos é o primeiro passo para organizar o negócio. https://www.napratica.org.br/como-retratar-experiencias-no-curriculo/ https://www.napratica.org.br/relacionamentos-profissionais-significativos/ https://marketingdeconteudo.com/marketing-pessoal/?utm_source=blog&utm_campaign=rc_blogpost http://saiadolugar.com.br/preparando-se-para-empreender/?utm_source=blog&utm_campaign=rc_blogpost http://saiadolugar.com.br/preparando-se-para-empreender/?utm_source=blog&utm_campaign=rc_blogpost Usuario0 Realce 33 REFERÊNCIAS BALASSIANO, M.; VENTURA, E. C. F.; FILHO, J. R. F. Carreiras e Cidades. Existiria um melhor lugar para se fazer carreira? 116 p. CHIAVENATO, I. Recursos Humanos. São Paulo, Atlas, 1999. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 1999. CILETTI, Dorene. Marketing Pessoal. São Paulo: Cengage Learning, 2011. DRUCKER, Peter. Administrando para o futuro: os anos 90 e a virada do século. São Paulo: pioneira, 1992. FRY, R. 65 currículos de sucesso. São Paulo: Cengage Learning, 2011. GIL, A. Administração de Recursos Humanos. São Paulo, Atlas, 1994. LOIOLA, R. Geração Y. Revista Galileu, São Paulo, n. 219, p. 50-53, out. 2009. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Plano de carreira: foco no indivíduo: como elaborar e aplicar para ser um profissional de sucesso. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013. OLIVEIRA, Sidnei. Geração Y: o nascimento de uma nova versão de líderes. São Paulo: Integrare Editora, 2010. RIZZO, C. Marketing pessoal no contexto pós-moderno. São Paulo: Trevisan Editora Universitária, 2006. ROSSI, L. O perigo da estagnação. Você S/A. São Paulo, Abril, ed. 176, jan, p. 56- 61, 2014. ULRICH, Dave. Recursos humanos estratégicos: novas perspectivas para os profissionais de RH. São Paulo: Futura, 2000. VIEIRA, É. Recursos Humanos, Uma Abordagem Interativa. São Paulo CEDAS, 1994.
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