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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS Relatório do Laboratório de Física II Calor Específico Nome: Evair Bonel R.A.: 600342 Nome: Jessica Yule da Costa R.A.: 600148 Nome: Jonathan Luiz Miguel R.A.: 603953 Nome: Mariane Limoli Almeida R.A.: 600288 Nome: Thais Pereira Rosinha de Oliveira R.A.: 600229 Prof. Cassiano Rezende Pagliarini Sorocaba 31/03/2015 http://cd.wrs.yahoo.com/_ylt=A0PDodih12VPFkQAypbm7Qt.;_ylu=X3oDMTBpcGszamw0BHNlYwNmcC1pbWcEc2xrA2ltZw--/SIG=141glk56a/EXP=1332103201/**http:/www.shobukanjka.com.br/home/index.php?option=com_content&task=view&id=50&Itemid=34 2 Resumo O calor específico é uma grandeza muito importante para a ciência. Por meio dele é possível determinar qual material é mais adequado para se utilizar em deter- minadas circunstâncias. Com esse experimento procurou-se determinar através de cálculos o valor do calor especifico da peça de metal, e através desse valor identifi- car o tipo de metal que a compõe. Além do valor do calor específico, também se utilizou a densidade volumétrica como base para determinar o metal que compõe a peça em questão. Objetivos O experimento teve por objetivo determinar o calor específico de um sólido (amostra A), ou seja, não analisar o calor do sólido em si, mas sim o do calor da substância que o constitui, descobrindo o material dessa amostra A, além de sua densidade volumétrica. Fundamentação Teórica Calor específico, também chamado de capacidade térmica mássica, é uma grandeza física que mostra a variação térmica em ºC de determinada substância ao receber uma quantidade de calor C [1]. Ela é constante para cada substância em cada estado físico em que possa se encontrar, assim ela caracteriza uma substância (e seu estado físico). O calor específico é definido por [2]: 𝑐 = 𝐶 𝑚 (Em que c é o calor específico, C é a capacidade térmica e m a massa) A capacidade térmica de um material é definida como: 𝐶 = 𝑄 ∆𝜃 (Em que C é a capacidade térmica, Q a quantidade de calor e Δθ a variação de tem- peratura) Pode-se definir então o calor específico como: 𝑐 = 𝑄 𝑚 × Δθ 3 Através desta expressão pode-se definir o calor específico c em relação à quantidade de calor Q cedida por um corpo de massa m ao ter sua temperatura va- riada em θ graus. Nesta expressão o livro Fundamentos da Física 2 de Ramalho, Nicolau e To- ledo trás uma importante notação: “Observe que, se 𝑚 = 1𝑔 𝑒 𝛥𝜃 = 1°𝐶, 𝑐 = 𝑄 (numericamente), isto é, o calor especí- fico de uma substância mede numericamente a quantidade de calor que faz variar em 1 °C a temperatura da massa de 1 g de substância” Este é o caso da água. Metodologia Experimental A primeira parte do experimento visou calcular o valor da capacidade térmica do calorímetro. Primeiramente mediu-se e anotou-se a massa do calorímetro com tampa. A medida foi feita em balança de laboratório com precisão de 0,01g. O calo- rímetro foi preenchido com água natural à temperatura ambiente até sua metade e foram medidas e anotadas a massa do conjunto e a temperatura da água. A água do calorímetro foi então colocada num béquer com capacidade de 1000 ml, e este foi levado para aquecimento numa estrutura formada por um tripé, uma tela de amianto e um bico de Bunsen. O béquer e a água foram aquecidos até aproximadamente 50⁰C. Utilizando-se de luvas de proteção térmica, a água foi re- tornada para o calorímetro, que foi tampado e a temperatura do sistema foi medida de imediato. Esperou-se o sistema atingir equilíbrio e a temperatura foi anotada. Este procedimento inicial forneceu subsídios para o cálculo da capacidade térmica do calorímetro, fator necessário para a segunda fase do experimento, que se iniciou com a tomada de medida da massa da peça e da dimensão relevante para o cálculo de seus volumes. Em seguida foi amarrado um barbante à peça de forma que ela pudesse ser pendurada. O calorímetro foi preenchido com água natural ambiente até uma medida sufi- ciente para que toda a peça ficasse submersa, próximo de sua metade. A tempera- tura da água e a massa do conjunto foram medidas e anotadas. Para facilitar o manuseio, uma ponta do barbante foi passada pelo furo da tampa do calorímetro, e foi observada uma medida onde a peça ficasse totalmente submersa sem tocar o fundo do sistema. No béquer foram colocados aproximada- mente 600 ml de água, que foi aquecida no tripé com bico de Bunsen. A temperatura de fervura foi anotada. A peça foi então imersa na água fervente, pendurada pelo barbante, e ali permaneceu por cerca de 3 minutos, para absorver calor da água. Após isso a peça foi retirada do béquer para ser inserida no calorímetro. Imediatamente antes da in- serção foi verificada a temperatura da peça com um termômetro a laser. A peça foi então inserida, de forma que ficasse completamente submersa sem tocar o fundo do calorímetro, como havia sido antes ensaiado e o calorímetro foi tampado. O termô- metro foi inserido no sistema através do furo da tampa do calorímetro e serviu para verificar a temperatura e promover lentos movimentos na água. A temperatura de equilíbrio foi atingida e anotada. 4 Resultados e Análise de Dados Valor da capacidade térmica do calorímetro: Utilizando a fórmula 𝐶𝑐 = 𝑚𝑐(𝜃𝑖 − 𝜃𝑒𝑞 ) 𝜃𝑒𝑞 − 𝜃𝑎𝑚𝑏 (Aonde 𝑚 é a massa e 𝑐 o calor específico da água respectivamente 𝜃𝑖 é a tempera- tura inicial da água quente, 𝜃𝑒𝑞 é a temperatura da água ao atingir o equilíbrio e 𝜃𝑎𝑚𝑏 é a temperatura ambiente da água) Assim o valor da capacidade calorífica do calorímetro (𝐶𝑐) é 𝐶𝑐 = 209,91 × 1 × 2 25 = 16,79 𝑐𝑎𝑙 Calculando o erro da medida através da fórmula: 𝜍𝐶𝑐 = 𝐶𝑐 𝜍𝑚 𝑚 2 + 𝜍𝑐 𝑐 2 + 𝜍𝜃𝑖 − 𝜃𝑒𝑞 𝜃𝑖 − 𝜃𝑒𝑞 2 + 𝜍𝜃𝑒𝑞 − 𝜃𝑎𝑚𝑏 𝜃𝑒𝑞 − 𝜃𝑎𝑚𝑏 2 𝜍𝐶𝑐 = 16,79 0,01 209,91 2 + 0 1 2 + 0,5 2 2 + 0,5 25 2 𝜍𝐶𝑐 = 4,17 Assim a capacidade calorífica do calorímetro é: 𝐶𝑐 = 16,79 ± 4,17 𝑐𝑎𝑙 Densidade da amostra A em formato de cilindro: Sabendo-se que o volume do cilindro é: 𝑉 = 𝜋𝑟2 𝑉 = 𝜋 2,50 2 2 4,38 𝑉 = 21,50 𝑐𝑚3 Calculando o erro da medida: 𝛿𝑉 = 𝑉 × 2𝛿𝐷 𝐷 2 + 𝛿 2 = 21,50 × 2(0,01) 2,5 2 + 0,01 4,38 2 = 0,17 5 𝑉 = 21,50 ± 0,17𝑐𝑚3 Então a densidade (𝜌) da peça: 𝜌 = 𝑚 𝑉 = 190,38 21,50 𝜌 = 8,85𝑔/𝑐𝑚3 Considerando os erros na medida: 𝛿𝜌 = 𝜌 × 𝛿𝑚 𝑚 2 + 𝛿𝑉 𝑉 2 = 8,85 × 0,01 190.38 2 + 0,17 21,50 2 = 0,07 𝜌 = 8,85 ± 0,07𝑔/𝑐𝑚3 Cálculo do calor específico da peça: 𝑄 = 0 𝑄á𝑔𝑢𝑎 = 𝑄𝑝𝑒ç𝑎 209,91 × 1 × 30 − 26 = 190,38 × 𝑐 × (95 − 66,7) 𝑐 = 0,168 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 Considerando os erros na medida: 𝛿𝑐 = 𝑐 × 𝛿𝑚𝐴 𝑚𝐴 2 + 𝛿 𝜃𝐴− 𝜃𝑓 𝜃𝐴 − 𝜃𝑓 2 + 𝛿𝑚 𝑚 2 + 𝛿𝑐 𝑐 2 + 𝛿𝐶𝑐 𝑐𝑐 2 + 𝛿 𝜃𝑓− 𝜃𝑖 𝜃𝑓 − 𝜃𝑖 2 𝛿𝑐 = 0,168 × 0,01 190,38 2 + 0,5 95 − 66,7 2 + 0,01 209,91 2 + 0 1 2 + 4,17 16,79 2 + 0,5 30 − 26 2 𝛿𝑐𝐴 = 0,05𝑔/𝑐𝑚 3 Assim o calor específico é: 𝑐 = 0,168 ± 0,050 𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 Com o cálculo da densidade e comparando o do calor especifico da peça [3] pode-se chegar à conclusão de que o material que compõe a mesma é cobre pela proximidade dos valores obtidos com os valores encontrados na literatura. (Tabela 1) Tabela 1: Comparação entre os resultados de calor específico e densidade encon- trados no experimento e na literatura. Característica Literatura (Cobre) Resultado Obtido Calor Específico (cal/gºC) 0,093 0,168±0,050 Densidade (g/cm³) 8,93 8,85±0,07 6 Erros Percentuais: Assim calculou-se o desvio percentual sabendoque a densidade do cobre é 8,93𝑔/𝑐𝑚3[4]: ∆ 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑃𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 = |𝑍𝑚 − 𝑍𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 | 𝑍𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 × 100% = |8,85 − 8,93| 8,93 × 100% ∆ 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑃𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 = 0,90% Também se calculou o desvio percentual do calor específico, sabendo que o do co- bre é 0,093𝑔/𝑐𝑚3[3]: ∆ 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑃𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 = |𝑍𝑚 − 𝑍𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 | 𝑍𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 × 100% = |0,168 − 0,093| 0,093 × 100% ∆ 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 𝑃𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 = 80,65% Discussão Quando a peça foi colocada dentro do interior do calorímetro, iniciou-se o pro- cesso de troca de calor entre os três. O corpo com mais calor forneceu energia tér- mica para o de menos. Em um calorímetro ideal essa troca ocorreria apenas entre os corpos, no caso a água e a peça metálica, mas há a troca entre o calorímetro também. A troca de calor ocorre até os três terem a mesma temperatura, ou seja, entrarem em equilíbrio. Com as temperaturas e as massas, pode-se realizar os cálculos e chegar ao valor de 0,168±0,050cal/gºC para o calor específico da peça. Ao utilizar o paquíme- tro para tirar suas medidas, pode-se obter a altura e o diâmetro dela e, juntamente com os dados obtidos na balança analítica, calcular a densidade da peça, cujo valor encontrado foi de 8,85±0,07g/cm³. Com os valores obtidos pode-se comparar com dados encontrados na literatu- ra para deduzir o material que formava a peça. Ao cruzar os dados de densidade e calor específico, pode-se obter que provavelmente a peça é feita de cobre. Ao comparar os valores da literatura com os do experimento, têm-se que a densidade do material apresenta um erro de 0,90%, um dado considerado ótimo. Os erros dentro desse valor, provavelmente são decorrentes dos erros instrumentais. Já o do calor específico obteve-se um erro de 80,65%, um dado considerado péssimo. Provavelmente os erros devem-se do calor perdido pela peça ao meio, quando foi transportada do béquer para o calorímetro; além disso, o termômetro não foi mantido fixo no calorímetro, foi retirado algumas vezes para fazer uma leitura me- lhor, trocando assim calor com o ambiente e depois com a água do calorímetro, sem esquecer que este último não é um calorímetro ideal, participando da troca de calor também. Conclusão Pode-se concluir que o experimento mediu com quase exatidão a densidade do material, mas ao medir o calor específico dele, obteve-se um erro muito grande, pois como há troca de calor o tempo todo, houve perda deste para o meio, interfe- rindo no resultado. 7 Bibliografia [1] MÁXIMO, Antônio; ALVARENGA, Beatriz. Física Vol. 2 Ensino Médio. Cap. 12.3. Pág. 112-114. [2] RAMALHO, NICOLAU E TOLEDO. Fundamentos da Física 2. Cap. 4. Pág. 57-59. [3] Densidade - TABELA DE DENSIDADE DOS MATERIAIS. Disponível em: http://www.euroaktion.com.br/Tabela%20de%20Densidade%20dos%20Materiais.pdf . Acesso em 29 de Março de 2015. [4] CHANG, Raymond. Química Geral, Conceitos Essenciais, 4ª Ed. Pág. 10 e 183. Editora McGraw Hill.
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