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Universidade do Extremo Sul Catarinense Curso de Engenharia Química Relatório Atividade Pratica – Física Experimental II CALOR ESPECÍFICO Eduardo Magnus, Leticia Vieira, Monique Fernandes Mezzari, Estevan1 Resumo: Mediante a determinação da capacidade térmica e do calor específico dos materiais, ire- mos estudar a absorção e transferência de calor em sólidos. O experimento foi realizado no labora- tório de Física Experimental da Universidade do Extremo Sul Catarinense. Neste experimento, uma massa “m” de água é colocada em um balão, em seguida, outra massa “m” da mesma substância é inserida em um calorímetro, todos inicialmente em temperatura ambiente. Posteriormente uma porção de água com massa e temperatura conhecida, contida no balão, foi aquecida e sequencial- mente introduzida no calorímetro, para então aguardar o equilíbrio térmico. Após alguns minutos é observada a temperatura do calorímetro e anotado os valores de todos estes componentes em uma tabela. Com esses dados, será encontrado a capacidade térmica do calorímetro. Utilizando a informação encontrada na primeira etapa, será avaliado o calor especifico do material alumínio. Adicionando uma quantidade “m” de água, com temperatura conhecida, ao calorímetro. Aquecer o alumínio em banho maria até a temperatura “t”, em seguida, dispor o mesmo no calorímetro da forma mais rápida possível a fim de não ocorrer troca de calor com o meio externo. Avaliar as tem- peraturas encontradas e observar que, mediante os valores apresentados pelo experimento é pos- sível determinar o calor especifico do material. Palavras-chave: Capacidade; Térmica; Calor específico; Transferência de calor; água; Equilíbrio Tér- mico; Temperatura; Massa; 1. Introdução Este relatório traz o conhecimento de algumas definições necessárias sobre calorimetria. Possui como objetivo familiarizar os conceitos de calor, troca de calor e calor especifico. Exemplificando através dos experimentos. Calor é uma das muitas formas em que a energia se apresenta na natureza (HALLIDAY,2009), contudo ela não é uma propriedade de um corpo, mas sim trata-se da energia que flui entre um sistema e a sua vizinhança devido a uma diferença de temperatura. Segundo HALLIDAY, 2009 o calor absorvido (cedido) via ser proporcional a massa da variação de temperatura e do material de que o corpo é feito. Desta forma obtemos a expressão (equação 01) abaixo: Q = mc(Tfinal – Tinicial) Universidade do Extremo Sul Catarinense Curso de Engenharia Química Relatório Atividade Prática – Física Experimental II 2 Onde m é a massa, T representa a temperatura e c é a propriedade intrínseca do material que mede a “inércia” térmica do mesmo. Este último conceito nada mais é do que uma medida de quanto mais difícil ou mais fácil é para uma substância variar sua temperatura devido a troca de calor, ou seja, o calor especifico. Quando dois corpos com temperaturas diferentes são dispostos em contato ocorre uma transferência de calor até que os dois atinjam a mesma temperatura, atingindo o equilíbrio térmico. Esse princípio da conservação de energia é expresso matematicamente por (equação 02): ƩQperdido= ƩQrecebido Maqca(tiaq – te) = (Cc + mafca)(te-tiaf) O calor liberado ou absorvido por um sistema que sofre uma reação química é determinado por aparelhos chamados de calorímetros. Um calorímetro ideal é constituído de um recipiente com pa- redes adiabáticas provido de um agitador e de um termômetro que mede a variação de temperatura ocorrida durante a reação. A capacidade térmica do calorímetro é determinada através da mistura no calorímetro da água fria (a temperatura tf) com água quente (a temperatura tq), e medindo sua temperatura resultante (tr), assim teremos a equação 03 do qual trata da quantidade de calor perdido da água quente: Figura 01: Equação 3 E para determinar a quantidade ganha pela água fria utiliza-se a equação 04: Figura 02: Equação 4 Universidade do Extremo Sul Catarinense Curso de Engenharia Química Relatório Atividade Prática – Física Experimental II 3 Matematicamente, teremos a equação 05: Figura 03: Equação 5 Ao saber do Qperdido, Qganho, tr e tf, pode-se calcular a capacidade térmica C do calorímetro (em cal/ºC). A capacidade calorífica nos diz quanto calor é absorvido por grau Celsius de aumento da tempera- tura. Sua importância em calorimetria é que permite-nos determinar a quantidade de energia trans- ferida a partir da variação de temperatura, que é facilmente mensurável. A capacidade calorífica de um calorímetro é uma quantidade empírica e é a medida em um experimento diferente. (ATKINS, 2001). 2. Materiais e métodos Na primeira etapa pesamos uma quantidade próxima de 200 g de água no Becker e registramos a massa referente ao corpo frio do sistema. Adicionamos a água ao calorímetro. Com auxílio de uma chaleira elétrica esquentamos a água (aprox. 90ºC) e posteriormente dosamos uma quantidade pró- xima a 200g no Becker, registramos a massa e a temperatura da mesma. Medimos a temperatura do calorímetro e da água, que se encontram dentro do mesmo. Ambos devem estar em equilíbrio térmico. Adicionamos a massa de água quente ao interior do calorímetro. Nota1: Esta operação deverá ser realizada de maneira ágil a fim de minimizar a troca de calor com o meio externo. Registramos, na tabela 02, a temperatura da mistura, após o sistema (calorímetro + água) atingir o equilíbrio térmico. Na segunda etapa iremos experimentalmente descobrir o calor específico do alumínio. Desta forma adicionamos cerca de 150g de água ao Becker, e em seguida incluímos no calorímetro. Regis- tramos a massa encontrada. A mesma será utilizada como massa fria do sistema. Universidade do Extremo Sul Catarinense Curso de Engenharia Química Relatório Atividade Prática – Física Experimental II 4 Medimos e registramos a massa do alumínio. A massa deste material será referenciada como a massa do corpo quente do sistema. Adicionamos o material de interesse ao Becker e aquecemos o mesmo em banho-maria até atingir a temperatura de 90°C. Retiramos o corpo quente do Becker em banho-maria e incluímos no sistema (calorímetro + água fria). Nota2: Esta operação deverá ser realizada de maneira ágil a fim de minimizar a troca de calor com o meio externo. Medimos a temperatura da mistura, após o sistema – calorímetro + Água + alumínio – atingir o equilíbrio térmico e registramos na tabela 03. MATERIAL QUANTIDADE Banho-Maria 1 Becker 4 Calorímetro 1 Chaleira Elétrica 1 Balança Analítica 1 Termômetro Graduado 1 Alumínio 1 Fita Água 1 Litro Tabela 01: Materiais e Equipamentos. Universidade do Extremo Sul Catarinense Curso de Engenharia Química Relatório Atividade Prática – Física Experimental II 5 3. Resultados e discussão Com base nos experimentos descritos no item anterior foi possível, utilizando a equação 03,04 e 05, determinar a capacidade térmica do calorímetro: Substância Massa (M) Calor Especifico (c) Temperatura final (Tf) Temperatura inicial (Ti) Água Fria (200,03±0,01) g 1 cal/g °C 46,8°C 15,2°C Água Quente (200,14±0,01) g 1 cal/g °C 46,8°C 61,3°C Calorímetro - - 46,8°C 15,2°C Tabela 02: Dados coletados na primeira etapa do experimento. Água fria Água Quente Q = m*c*(Tf-Ti) Q = m*c*(Tf-Ti) Q = 200,03*1*(46,8-15,2) Q = 200,14*1*(46,8-61,3) Q=6320,95 J Q=2902,03 J Capacidade térmica Qperdido – Qganho = C* (Tf-Ti) 6320,95 - 2902,03= C* (46,8-15,2) 3418,92 = C*31,6 C = 3418,92 / 31,6 C = 108,19 cal/°C Utilizando a capacidade térmica encontrada acima, será possível determinar o calor especi- fico do material alumínio, conforme experimento realizado na segunda etapa. Substância Massa (M) Calor Especifico (c) Temperatura final (Tf) Temperatura inicial (Ti) Água Fria1 (151,96±0,01) g 1 cal/g °C 17,3°C 15,7°C Alumínio (23,42±0,01) g 17,3°C 97,8°C Tabela 03: Dados coletados na segunda etapa do experimento. Universidade do Extremo Sul Catarinense Curso de Engenharia Química Relatório Atividade Prática – Física Experimental II 6 Com base na equação 02 obtemos: Maqca(tiaq – te) = (Cc + mafca)(te-tiaf) Calor Especifico Substância 23,42*c*(17,3-97,8)= (108,19+151,96*1)*(17,3-15,7) 1885,31*c=260,15*1,6 c =416,24/1885,31 c = 0,22078066 c = 0,221 cal/g °C O valor encontrado para o calor especifico do alumínio, mediante o experimento realizado foi de 0,221 cal/g °C, porém o valor descrito na literatura é de 0,217 cal/g °C. Essa variação entre e valor encontrado e a referência pode ter ocorrido devido aos erros inclusos no processo, sendo eles: • Erros aleatórios: Pode haver pequenos erros aleatórios decorrentes de trocas de calor entre a água e o ambiente por problemas de vedação do calorímetro e também pela entrada de energia durante o processo de agitação, e a inclusão das substâncias no calorímetro. • Erros sistemáticos: Neste experimento, erros sistemáticos são causados pela calibração dos aparelhos (balança, termômetro). Como nem todos os instrumentos de medida eram digi- tais, também poderá ocorrer erros sistemáticos na leitura das medidas por conta dos opera- dores (erros de paralaxe e/ou erro na avaliação da indicação na escala). Calor específico é a quantidade de energia necessária para aumentar (ou diminuir) uma unidade de massa de uma substância em um grau. Considerando um material com o mesmo calor especifico e com temperatura ambiente, podemos utilizar a equação 01 para determinar a quantidade de energia necessária para aquecer 1000g até uma temperatura de 90°C. Q=1000*0,2987*(90-25) Q=19415,5J É através do calor específico que é possível identificar a quantidade de energia liberada por unidade de massa na diminuição da temperatura em grau. Universidade do Extremo Sul Catarinense Curso de Engenharia Química Relatório Atividade Prática – Física Experimental II 7 4. Considerações finais Concluímos que o calor específico do alumínio é 0,221 cal/g° C e a capacidade térmica do caloríme- tro é 108,19 cal/°C. Comparando-se o calor específico do alumínio que foi obtido no experimento com o valor encontrado na literatura (0,217/g°C), observamos que não são iguais. Consideramos que o experimento foi válido, no entanto os resultados experimentais diferem do esperado. A justificativa para tais discrepâncias é que o modelo de calorímetro utilizado no experi- mento acompanha inevitáveis incertezas associadas, as quais refletem nos cálculos experimentais. O isopor é uma justificativa para o resultado divergente da literatura. Pois, através da condução térmica, o isopor também participa da troca de calor no sistema. A partir dos resultados obtidos, percebe-se que o calorímetro não é muito eficaz. Para que o calorímetro fosse mais eficiente deveria ter paredes duplas e espelhadas entre as que se faz o vácuo para minimizar mais ainda as perdas de calor tanto por condução como por irradiação. 5. Referências RESNICK, Roberto; HALLIDAY, David; WA LKER, Jearl. Fundamentos de Física: A primeira lei da ter- modinâmica. 8º Edição. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 2009. Vo- lume 2. CLEANELIMA. Calor Especifico. Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/qui- mica/calor-especifico. Acesso em: 14 nov. 2020. ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. Edi- tora Bookman: Porto Alegre, 2001. FERENCE, M. JR. et al. Curso de física: Calor. São Paulo: Editora Edgard Blücher.
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