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PROVA ORAL – CFO/2014 AREA DE CONCENTRAÇÃO - DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR 1. PROCESSO PENAL MILITAR E SUA APLICAÇÃO: 1.1. Quais são as formas de interpretação da lei admitidas pelo CPPM? R:Como regra as normas do CPPM devem ser interpretadas no sentido literal de suas expressões. Excepcionalmente, porem as normas do CPPM poderão ser interpretadas não de forma literal, mas sim de forma extensiva ou restritiva. Noutro falar a interpretação não-literal divide-se em interpretação extensiva ou restritiva: Interpretação extensiva: Se a lei for considerada mais restrita que sua real intenção aplica-se a interpretação extensiva de forma a regulamentar situações não previstas; Interpretação restritiva: Agora se a lei é considerada mais ampla que sua real intenção aplica-se a interpretação restritiva para restringir seu alcance. (art. 2). 1.2. Em quais casos não serão admitidas as interpretações não-literal? R: Não será aceita a interpretação não-literal quando sua aplicação: a) cercear a defesa pessoal do acusado; b) prejudicar ou alterar o curso normal do processo, ou lhe desvirtuar a natureza; c) desfigurar de plano os fundamentos da acusação que deram origem ao processo. 1.3. De que forma as omissões serão suprimidas pelo CPPM? R: Os casos omissos do CPPM serão supridos: a) pela jurisprudência; b) pelos usos e costumes militares; c) pelos princípios gerias do direito; d) pela analogia; e) e pela legislação de processo penal comum. (art. 3). Bizu: JUPAL 1.4. O CPPM é aplicação à Justiça Militar Estadual? R: Sim, pois nos termos do CPP os processos da Justiça Militar Estadual nos crimes previstos na Lei Penal Militar a que responderem os oficiais e praças das PM e dos CBM obedeceram as normas processuais do CPPM no que forem aplicáveis, salvo quanto à organização de Justiça, aos recursos e à execução de sentença (art. 6). 2. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR: 2.1. Nos termos do CPPM quem são as autoridades que exercem a funçã de Policia Judiciaria Militar? R: Nos termos do CPPM a PJM será exercida: a) pelo ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; b) pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas; c) pelos chefes de Estado- Maior e pelo secretário-geral da Marinha; d) pelos comandantes de Exército e pelo comandante-chefe da Esquadra, e) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, f) pelo secretário do Ministério do Exército e pelo chefe de Gabinete do Ministério da Aeronáutica, g) pelos diretores e chefes de órgãos, repartições, estabelecimentos ou serviços previstos nas leis de organização básica da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; h) pelos comandantes de forças, unidades ou navios (art. 7). No âmbito estadual a policia judiciaria militar é exercida pelos comandantes, diretores e chefes. O Ministro da Defesa, dada a sua condição de ministro de Estado civil, não exerce função de polícia judiciária militar. 2.2. Discorra sobre o procedimento de delegação do exercício da Policia Judiciaria Militar? De Exemplos? R: Nos termos do CPPM as atribuições de policia judiciaria militar poderão ser delegadas a oficiais da ativa, para fins especificados e por tempo limitado. Em se tratando de delegação para instauração de inquérito policial militar, deverá aquela recair em oficial de posto superior ao do indiciado, seja este oficial da ativa, da reserva, remunerada ou não, ou reformado. Não sendo possível a designação de oficial de posto superior ao do indiciado, poderá ser feita a de oficial do mesmo posto, desde que mais antigo. Ex.: Um capitão pode ser encarregado de IPM quando o indiciado for tenente, já o contrario é vedado. Entretanto, se isso não for possível admite-se que o encarregado seja do mesmo posto do indiciado desde que mais antigo. Ex.: Um 1º tenente pode ser encarregado de IPM de outro 1º tenente, desde que aquele seja mais antigo que este. Quando o indiciado no IPM for oficial da reserva ou reforma a antiguidade para fins de delegação não prevalece. Isso significa que, por exemplo, um capitão da ativa pode ser encarregado de IPM quando o indiciado for também um capitão da reserva ou reformado mais antigo, pois, nesse caso, a antiguidade de posto não prevalece. 2.3. Considere que o indiciado pela pratica de crime militar seja um oficial da ativa de ultimo posto, isto é, mais antigo que todos os outros oficiais existentes na ativa. Nesse caso qual será o procedimento a ser adotado para a escolha do encarregado do IPM? R: Se o posto e a antiguidade de oficial da ativa excluírem, de modo absoluto, a existência de outro oficial da ativa mais antigo que o indiciado, caberá ao ministro competente a designação de oficial da reserva de posto mais elevado para a instauração do inquérito policial militar. Isso pode ocorrer se o indiciado do IPM for, por exemplo, o comandante geral da PMMG, uma vez que não existe na ativa nenhum outro oficial de posto superior ao dele. Nesse caso o ministro competente (no caso da PMMG o Secretario de Segurança Publica) deverá designar um oficial da reserva (reformado nunca!) de posto mais elevado para ser o encarregado do IPM e, se este estiver sido iniciado, avocá-lo, para tomar essa providência. Como se vê essa é uma exceção a regra, em que será admitida de forma excepcional que um oficial da reserva seja encarregado do IPM. 2.4. Cite quais são as competências da policia judiciaria militar descritas no CPPM? R: Nos termos do CPPM, compete à Polícia judiciária militar: a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria; b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do Ministério Público as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos, bem como realizar as diligências que por eles lhe forem requisitadas; c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar; d) representar a autoridades judiciárias militares acerca da prisão preventiva e da insanidade mental do indiciado; e) cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob sua guarda e responsabilidade; f) solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis à elucidação das infrações penais, que esteja a seu cargo; g) requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e exames necessários ao complemento e subsídio de inquérito policial militar; h) atender, com observância dos regulamentos militares, a pedido de apresentação de militar ou funcionário de repartição militar à autoridade civil competente, desde que legal e fundamentado o pedido. (art. 8). 3. INQUÉRITO POLICIAL MILITAR: 3.1. Conceitue IPM apontando sua finalidade nos termos do CPPM? R: O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos termos legais, configure crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de ministrar elementos necessários à propositura da ação penal. (art. 9). São, porém, efetivamente instrutórios da ação penal os exames, perícias e avaliações realizados regularmente no curso do inquérito, por peritos idôneos e com obediência às formalidades previstas neste Código. Dizer que os exames, perícias e avaliações são efetivamente instrutórios da ação penal, significa dizer que esses atos não serão renovados durante o processo criminal, desde que obedecidas as formalidades legais. 3.2. Quais são as formas pelas quais o IPM pode ser iniciado? R: O inquérito é iniciado mediante portaria: a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdição ou comando haja ocorrido a infração penal, atendida a hierarquia do infrator; Ex.: O Tenente Y instaura de oficio por meio de portaria um IPM para investigar crime militar de subordinado. b) por determinação ou delegação da autoridade militar superior, que, em caso de urgência, poderá ser feita por via telegráficaou radiotelefônica e confirmada, posteriormente, por ofício; Ex.: O Major X pode determinar ou delegar que o Tenente Y instaure IPM para investigar crime militar de soldado da unidade. c) em virtude de requisição do Ministério Público; Ex.: O promotor de Justiça pode requisitar que o Major X instaure o IPM para apurar crime militar de que teve conhecimento. Atenção: O IPM não pode ser iniciado por meio de requisição de autoridade judiciária (o juiz não pode mandar instaurar o IPM), mas tão somente de requisição do MP. d) por decisão do Superior Tribunal Militar, nos termos do art. 25; O STM pode, nos termos do art. 25 do CPPM requerer a instauração de IPM se novas provas surgirem sobre o fato, sobre o indiciado ou terceira pessoa, ressalvado os casos julgados e os casos de extinção da punibilidade. e) a requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a represente, ou em virtude de representação devidamente autorizada de quem tenha conhecimento de infração penal, cuja repressão caiba à Justiça Militar; Ex.: João vitima ou representando o ofendido pode se dirigir a autoridade militar competente ou mesmo ao MP e requerer a instauração de IPM para apurar crime militar. Inclusive, o militar ofendido, em seu direito de ação, também pode provocar a iniciativa do MP para que seja instaurado o IPM. f) quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar, resulte indício da existência de infração penal militar.. (art. 10). Ocorre quando o sindicante esta apurando uma infração administrativa e em seu desenrolar verifica a existência de crime militar. Nesse caso o IPM deverá ser instaurado. Obs.: O IPM é um procedimento inquisitivo e por isso não possui contraditório e ampla defesa, igualmente no direito processual comum. 3.3. Caso o infrator tenha o posto superior ou igual a do comandante em cujo âmbito de jurisdição haja ocorrido a infração penal qual é a providencia a ser tomada? R: Caso o infrator seja de posto superior ou igual ao do comandante, diretor ou chefe da unidade onde ocorreu a infração devera ser feita a comunicação a autoridade imediatamente superior para que este delegue outro encarregado ao IPM. Ex.: Um Major pratica crime militar na região da 22ª Cia PM Ind. Nesse caso como o infrator possui posto superior ou igual ao do comandante da unidade este devera fazer a comunicação do fato à autoridade superior competente, ou seja, o Major deve comunicar ao Coronel RPM para que este delegue outro encarregado para o IPM. 3.4. Antes da delegação para encarregado de IPM o oficial responsável pode tomar alguma medida preliminar? Quais são elas? R: O oficial responsável por comando, direção ou chefia, ou aquele que o substitua ou esteja de dia, de serviço ou de quarto pode de imediato tomar as providencias preliminares ao inquérito mesmo antes da delegação para a instauração do IPM evitando assim prejuízos para as investigações. Assim, logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar, verificável na ocasião, o oficial responsável por comando, direção ou chefia ou aquele que o substitua ou esteja de dia, de serviço ou de quarto deverá, se possível: a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a situação das coisas, enquanto necessário; b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com o fato; c) efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no art. 244; d) colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias. 3.5. Qual a providencia a ser tomada pelo o oficial responsável por comando quando ele constatar que a infração praticada não é de natureza não militar? R: Se a infração penal não for, evidentemente, de natureza militar, comunicará o fato à autoridade policial competente (Delegado de Policia), a quem fará apresentar o infrator. Em se tratando de civil, menor de dezoito anos, a apresentação será feita ao Juiz de Menores. Se o infrator for militar somente ficara na Delegacia o tempo necessário para a lavratura do APF, posteriormente, se for o caso de prisão, ele será detido em um estabelecimento militar. 3.6. Se durante o desenrolar do IPM for constatado o envolvimento de oficial de posto superior ou mais antigo que o encarregado qual a providencia a ser tomada? R: Se, no curso do inquérito, o seu encarregado verificar a existência de indícios contra oficial de posto superior ao seu, ou mais antigo, tomará as providências necessárias para que as suas funções sejam delegadas a outro oficial. Assim devera o encarregado comunicará o fato ao oficial superior que tiver feito a delegação para que ele escolha outro oficial de posto superior ou mais antigo para que continua a apuração do IPM. O prazo que demorar para que a autoridade militar superior delegue novo encarregado será deduzido (descontado) dos prazos do IPM. 3.7. A quem compete a escolha do escrivão para o IPM? R: A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que lhe deu delegação para o fim, recaindo em segundo ou primeiro- tenente, se o indiciado for oficial, e em sargento, subtenente ou suboficial (so existe nas forças armadas), nos demais casos. Ex.: O Tenente X pode designar o Sargento Y para ser escrivão no IPM se o Major Z, autoridade delegante, não tiver delegado outro escrivão de sua preferencia. Atenção: O indiciado pode ser mais antigo que o escrivão, mas não pode ser mais antigo que o encarregado. (art. 11). O escrivão prestará compromisso de manter o sigilo do inquérito e de cumprir fielmente as determinações deste Código, no exercício da função. Somente o escrivão presta compromisso. 3.8. Cite quais são as atribuições do encarregado do IPM descritas no CPPM? R: São atribuição do encarregado do IPM: a) tomar as medidas previstas no art. 12, se ainda não o tiverem sido realizadas; b) ouvir o ofendido; c) ouvir o indiciado; d) ouvir testemunhas; e) proceder a reconhecimento de pessoas e coisas, e acareações; f) determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outros exames e perícias; g) determinar a avaliação (valor) e identificação da coisa subtraída, desviada, destruída ou danificada, ou da qual houve indébita apropriação; h) proceder a buscas e apreensões, nos termos dos arts. 172 a 184 e 185 a 189; i) tomar as medidas necessárias destinadas à proteção de testemunhas, peritos ou do ofendido, quando coactos ou ameaçados de coação que lhes tolha a liberdade de depor, ou a independência para a realização de perícias ou exames. 3.9. Nos termos do CPP o quem será designado encarregado de IPM? R: Nos termos do CPP o encarregado do IPM será, sempre que possível: a) Capitão ou capitão-tenente; b) Oficial superior, em se tratando de infração penal contra a segurança nacional (art. 15). 3.10. Faça um paralelo entre o sigilo do IPM e o sigilo do IP comum apontando suas principais diferenças? R: Tanto o IPM quanto o IP comum são instrumentos, em regra, sigilosos. No IP comum o sigilo é garantido, porem permite-se que o advogado do indiciado tenha acesso aos autos do IP já documentados no procedimento, ou seja, o advogado só tem acesso aos autos do IP que já foram introduzidos no procedimento pelo Delegado. Já no IPM o CPPM dispõe que o inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode (facultativo) permitir que dele tome conhecimento o advogado do indiciado. Perceba que no IPM o advogado só terá acesso aos autos caso o encarregado permita. Atualmente esse dispositivo é considerado inconstitucional, pois a CF/88 garante a presença do advogado em todos os atos processuais. Incomunicabilidade do indiciado. Prazo. Art. 17. O encarregado do inquérito poderá (facultativo) manter incomunicável o indiciado, que estiver legalmente preso, por três dias no máximo. 3.13. O CPPM prevê a possibilidade do indiciado ficar incomunicável.Essa previsão é aceita atualmente? Explique? R: É importante se observar que a CF/88 afastou a possibilidade do preso ficar incomunicável. O art. 5.º, inciso LXIII, permite ao preso a assistência do advogado e da família, em qualquer momento, seja na prisão provisória ou definitiva. Diante disso o art. 17 do CPPM sobe análise foi considerado inconstitucional. 3.12. É possível a detenção do indiciado em IPM sem flagrante delito ou ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciaria competente? Explique? R: Nos termos do CPPM independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar detido, durante as investigações policiais, até 30 dias, comunicando-se a detenção à autoridade judiciária competente. Esse prazo poderá ser prorrogado, por mais 20 dias. Nos termos do art. 5º, LXI da CF/88: “ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciaria competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei”. Dessa forma, com base na melhor doutrina é sim possível a prisão do indiciado em IPM mediante solicitação fundamentada de seu encarregado independentemente de flagrante delito ou de autorização judicial. Porem isso somente será possível se o crime for propriamente militar, como por exemplo, o abandono de posto, a deserção, motim, a revolta, etc. (art. 18). 3.13. Discorra sobre o procedimento para inquirição de testemunhas e do indiciado descritas no CPPM? R: A inquirição de testemunhas e do indiciado somente pode ocorrer durante o dia entre as 07:00 e as 18:00. O depoimento que não ficar concluído ate as 18 horas será encerrado, para prosseguir no dia seguinte, em hora determinada pelo encarregado do inquérito. Entretanto, em caso de urgência inadiável eles poderão ser ouvidos durante a noite. (art. 19). As testemunhas não podem ser inquiridas por mais de 4 horas consecutivas, sendo assegurado o descanso de 30 minutos caso a inquirição se prolongue além daquele tempo. Observe que o artigo só fala em testemunhas, por isso nos leva a crer que o indiciado ou ofendido pode ser inquirido além daquele tempo sem intervalos. Não sendo útil o dia seguinte, a inquirição poderá ser adiada para o primeiro dia que o for, salvo caso de urgência. 3.14. Quais são os prazos para o termino do IPM? R: Indiciado preso: 20 dias– inicio do prazo – contados a partir do dia da execução da ordem prisão; Indiciado solto: 40 dias– inicio do prazo – contados a partir da instauração do IPM. Esse prazo pode ser prorrogado por mais 20 dias para a conclusão de exames e perícias já iniciados ou haja diligencias indispensáveis a serem realizadas. O pedido de prorrogação deve ser feito em tempo oportuno, de modo a ser atendido antes da terminação do prazo. 3.19. Encerrado o prazo do IPM qual a providencia a ser adotada com relação as diligencias ainda não concluídas? R: Não haverá mais prorrogação, além da prevista no § 1º, salvo dificuldade insuperável, a juízo do ministro de Estado competente. Os laudos de perícias ou exames não concluídos nessa prorrogação, bem como os documentos colhidos depois dela, serão posteriormente remetidos ao juiz, para a juntada ao processo. Ainda, no seu relatório, poderá o encarregado do inquérito indicar, mencionando, se possível, o lugar onde se encontram as testemunhas que deixaram de ser ouvidas, por qualquer impedimento. 3.20. Como o CPPM prevê que serão organizadas as peças de inquérito? R: Nos termos do CPPM todas as peças do inquérito serão, por ordem cronológica, reunidas num só processado e datilografadas, em espaço dois, com as folhas numeradas e rubricadas, pelo escrivão. De cada documento junto, a que precederá despacho do encarregado do inquérito, o escrivão lavrará o respectivo termo, mencionando a data (art. 21). 3.21. Como será encerrado o IPM? R: O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o seu encarregado mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os resultados obtidos, com indicação do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato delituoso. Em conclusão, dirá se há infração disciplinar a punir ou indício de crime, pronunciando-se, neste último caso, justificadamente, sobre a conveniência da prisão preventiva do indiciado, nos termos legais. (art. 22). No caso de ter sido delegada a atribuição para a abertura do inquérito, o seu encarregado enviá-lo-á à autoridade de que recebeu a delegação, para que lhe homologue ou não a solução, aplique penalidade, no caso de ter sido apurada infração disciplinar (obvio, pois se for constatado crime somente o juiz pode aplicar penalidade), ou determine novas diligências, se as julgar necessárias. Ex.: O Major X delega ao Tenente Y a função de encarregado de um IPM. Após concluir o IPM o Tenente Y deverá encerra-lo com minucioso relatório e envia-lo novamente ao Major X que poderá: a) Homologar ou não a solução dada pelo Tenente Y; b) Aplicar penalidades no caso de se ter apurado infração disciplinar; ou, c) Determinar novas diligências se julgar necessário. 3.22. O que é a chamada avocação prevista no CPPM? R: Discordando da solução dada ao inquérito, a autoridade que o delegou poderá avocá-lo e dar solução diferente. Se o Major X discordar da solução dada pelo Tenente Y no IPM ele poderá avocar o inquérito para si e dar solução diferente. 3.23. A autoridade de policia judiciaria pode arquivar o IPM? Caso a resposta seja negativa quem possui essa atribuição? R: A autoridade de polícia judiciária militar não pode arquivar e nem requerer o arquivamento do IPM mesmo quando conclusivo da inexistência de crime ou inimputabilidade do indiciado. Somente o MP é quem tem legitimidade para pedir o seu arquivamento, mas somente o juiz é quem manda arquivar. Se o juiz discordar do MP, ele enviará os autos ao Procurador Geral que se entender que há elementos, designará outro promotor para oferecer a denúncia, ou pode insistir no arquivamento, o qual só então estará o juiz obrigado a arquiva-lo. (art. 397). 3.24. É possível o desarquivamento do IPM e do IP comum? R: No que tange ao inquérito o direito processual penal militar se diferencia do direito processual penal comum. Para o CPPM não existe o desarquivamento do IPM e sim a instauração de novo IPM se novas provas surgirem. Por outro lado, o IP comum pode ser desarquivado em virtude de novas provas sobre o fato e sua autoria. 3.25. Qual é o requisito para a instauração de um novo IPM sobre o mesmo fato? R: O requisito para a instauração de um novo IPM sobre o mesmo fato é o surgimento de novas provas em relação ao fato, ao indiciado ou a terceira pessoa, ressalvados o caso julgado e os casos de extinção da punibilidade. Como foi dito, não existe o desarquivamento do IPM e sim a instauração de novo IPM se novas provas surgirem. Por isso podemos afirmar que não existe transito em julgado da decisão de arquivamento do IPM, pois, havendo novas provas pode-se instaurar outro sobre o mesmo fato. Nesse sentido a Súmula n. 524 do STF dispõe: “Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas”. (art. 25). 3.26. Em quais circunstancias os autos o IPM poderão ser devolvidos ao encarregado após encerrado? R: Os autos de inquérito não poderão ser devolvidos a autoridade policial militar, a não ser: a) mediante requisição do Ministério Público, para diligências por ele consideradas imprescindíveis ao oferecimento da denúncia; b) por determinação do juiz, antes da denúncia, para o preenchimento de formalidades previstas neste Código, ou para complemento de prova que julgue necessária. Em qualquer dos casos, o juiz marcará prazo, não excedente de 20 dias, para a restituição dos autos. (art. 26). 3.27. Nos termos do CPPM o APFD constituirá (substituirá) o IPM for suficiente para a elucidação do fatoe sua autoria dispensado outras diligencias. Entretanto existem diligencias que não podem ser dispensadas, quais são elas? R: São diligências que não podem ser dispensadas: 1) o exame de corpo de delito no crime que deixe vestígios, 2) a identificação da coisa e a sua avaliação, quando o seu valor influir na aplicação da pena (art. 27). 3.28. O IPM pode ser dispensado ou ele é um procedimento obrigatório? R: O IPM poderá ser dispensado, sem prejuízo de diligência requisitada pelo Ministério Público: a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por documentos ou outras provas materiais; b) nos crimes contra a honra (calunia, injuria e difamação), quando decorrerem de escrito ou publicação, cujo autor esteja identificado; c) nos crimes de desacato e desobediência a decisão judicial. (art. 27 e 28). Obs.: Assim como no processo comum, os vícios e nulidades ocorridos na fase de IPM, tais como a escolha do encarregado, o respectivo grau hierárquico em relação ao investigado e a designação do escrivão do inquérito, não afetam a futura ação penal. 4. AÇÃO PENAL MILITAR E SEU EXERCÍCIO: 4.1. Como é a ação penal no CPPM? R: Em regra a ação penal nos crimes militares é publica incondicionada e somente pode ser promovida por denuncia do MPM, porém, tem-se admitido também, embora não prevista no estatuto castrense, a ação penal privada subsidiaria da publica caso o MPM fique inerte, isto é, não intente a ação no prazo legal. O CPPM prevê também a possibilidade da ação penal pública condicionada a requisição dos Ministros Militares, atualmente, Ministro da Defesa, ou do Ministro da Justiça nos casos expressamente estabelecidos. Não existe ação penal privada nem condicionada a representação no direito castrense. 4.2. Quais são os dois requisitos para a apresentação da denuncia? R: A denúncia deve ser apresentada sempre que houver: a) prova de fato que, em tese, constitua crime; b) indícios de autoria (art. 30). 4.3. O que significa o princípio da indisponibilidade da ação penal? R: O principio da indisponibilidade da ação penal prevê que uma vez apresentada a denuncia pelo MPM ele não pode desistir da mesma, porem, ele pode pedir a absolvição sumaria do réu conforme prevê o § único do art. 54. 5. PROCESSO: 5.1. Discorra sobre a formação do processo penal militar apontando o momento de seu inicio, efetivação e termino? R: O direito de ação é exercido pelo MP, o de defesa pelo acusado, cabendo ao juiz o exercício de jurisdição, em nome do Estado. O processo inicia-se com o recebimento da denúncia pelo juiz, efetiva-se com a citação do acusado e extingue-se no momento em que a sentença definitiva se torna irrecorrível, quer resolva o mérito, quer não (art. 34) . Bizu: MP = ação; Juiz = jurisdição; Acusado = defesa. Inicio do Processo = recebimento da denuncia pelo juiz; Efetivação do Processo = com a citação do acusado; Extinção do Processo = quando a sentença definitiva se torna irrecorrível quer resolva o mérito, quer não. Procurador-geral = Atua em ações de competência do STM; Procuradores = Atuam em ações perante os órgãos judiciários de primeira instancia (art. 54). 6. JUIZ, AUXILIARES E PARTES DO PROCESSO: Obs. Esse tópico que vai dos art. 36 a 76 não possui muita importância, pois trata que questões processuais. 7. DENÚNCIA: 7.1. Conceitue denuncia apontando seu o prazo para oferecimento? R: Denuncia é a petição inicial acusatória proposta pelo MPM, pela qual esse órgão exerce seu direito como titular da ação penal, visando ao processamento da ação penal militar contra o sujeito que tenho cometido um crime militar. Já a chamada denúncia substitutiva ocorre na hipótese da ação penal privada subsidiária da pública, quando o MP fica inerte. O prazo para oferecimento da denuncia é de 5 dias, se réu preso e 15 dias se solto. Este último prazo pode ser prorrogado ao dobro ou triplo. 8. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL E DA UNIÃO: 8.1. Como o CPPM determinação a competência do foro militar? R: A competência do foro militar será determinada: I - de modo geral: a) pelo lugar da infração; b) pela residência ou domicílio do acusado; c) pela prevenção; II - de modo especial, pela sede do lugar de serviço (ar. 85). Obs.: Para os militares a competência pelo local da residência e substituída pelo lugar onde o militar serve (art. 96). 8.2. Dentro de cada Circunscrição Judiciária Militar, a competência será determinada por qual critério? R: a) pela especialização das Auditorias; b) pela distribuição; c) por disposição especial deste Código (art. 86). 8.3. Quais são os casos de modificação da competência? R: Não prevalecem os critérios de competência indicados nos artigos anteriores, em caso de: a) conexão ou continência; b) prerrogativa de posto ou função; c) desaforamento (art. 87). 9. QUESTÕES PREJUDICIAIS: Obs. Esse tópico não possui muita importância. 10. EXCEÇÕES: 10.1. Nos termos do CPPM quais são as exceções admitidas? R: Poderão ser opostas as exceções de: a) suspeição ou impedimento; b) incompetência de juízo; c) litispendência; d) coisa julgada (art. 128). Bizu: S-I-LI-CO: S – suspensão; I – impedimento; L – litispendência; I – incompetência do juizo; CO – coisa julgada. Há previsão idêntica no CPP. 11. INCIDENTE DE SANIDADE MENTAL DO ACUSADO. 11.1 Quem pode requerer a pericia para constatação da sanidade mental do indiciado durante o IPM? R: A pericia para constatação da sanidade mental do indiciado durante as investigações pode ser determinada pelo encarregado do IPM, pelo juiz, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, ou do cônjuge, ascendente, descendente ou irmão do acusado. 12. INCIDENTE DE FALSIDADE DE DOCUMENTO. 13. MEDIDAS PREVENTIVAS E ASSECURATÓRIAS. Obs. Esse tópico não possui muita importância. 14. PROVIDÊNCIAS QUE RECAEM SOBRE COISAS: 14.1. Quais são as providências que recaem sobre coisas prevista no CPPM?. R: Hipoteca legal, sequestro e arresto. 15. PROVIDÊNCIAS QUE RECAEM SOBRE PESSOAS: PRISÃO EM FLAGRANTE. PRISÃO PREVENTIVA. MENAGEM. LIBERDADE PROVISÓRIA. APLICAÇÃO PROVISÓRIA DE MEDIDAS DE SEGURANÇA: 15.1. Discorra sobre a busca e suas modalidades e finalidades? R: A busca pode ser domiciliar e pessoal. a) Busca domiciliar: A busca domiciliar será executada de dia, salvo para acudir vítimas de crime ou desastre. Se houver consentimento expresso do morador, poderá ser realizada à noite. A busca domiciliar consistirá na procura material portas adentro da casa. Sua finalidade é: a) prender criminosos; b) apreender coisas obtidas por meios criminosos ou guardadas ilicitamente; c) apreender instrumentos de falsificação ou contrafação; d) apreender armas e munições e instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso; e) descobrir objetos necessários à prova da infração ou à defesa do acusado; f) apreender correspondência destinada ao acusado ou em seu poder, quando haja fundada suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato; g) apreender pessoas vítimas de crime; h) colher elemento de convicção. b) Busca pessoal: A busca pessoal consistirá na procura material nas vestes, malas, pastas e outros objetos que estejam com a pessoa revistada, e quando necessário no próprio corpo. Necessitará da fundada suspeita de que alguém oculte consigo instrumentos de crime e elementos de prova. A busca em mulher será preferencialmente feita por outra, desde que não importe retardamento ou prejuízo da diligência. A busca pessoal, em regra, independerá de ordem judicial. Obs.: A busca domiciliar e pessoal na fase do IPM, deverá atender a hierarquia do posto ou graduação de quem a sofrer, se militar. 15.2. Nos termos do CPP o que se compreensão do termo "casa"? R: O termo "casa" compreende: a) qualquer compartimento habitado;(ex.: Casa, apartamento), b) aposento ocupado de habitação coletiva; (ex.: Quarto do hotel), c) compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade (ex.: atrás do balcão de bar) (art. 173). 15.3. Nos termos do CPP o que não se compreensão do termo "casa"? R: Não se compreende no termo "casa": a) hotel, hospedaria ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto abertas, salvo a restrição da alínea b do artigo anterior; b) taverna, boate, casa de jogo e outras do mesmo gênero; c) a habitação usada como local para a prática de infrações penais (art. 174). PRISAO EM FLAGRANTE 15.1. Diferencia o flagrante facultativo do flagrante obrigatório descrito no CPPM? R: Nos termos do CPPM qualquer pessoa poderá (flagrante facultativo) e os militares deverão (flagrante obrigatório) prender quem for insubmisso (art. 183 CPM) ou desertor (art. 187 CPM), ou seja, encontrado em flagrante delito (art. 243). Flagrante facultativo é aquele realizado por qualquer pessoa do povo e flagrante obrigatório é aquele realizado pelos militares. 15.2. Aponte e explique as espécies de prisão em flagrante da justiça militar? R: Flagrante próprio: Diz-se próprio ou perfeito o flagrante delito nas situações do alíneas “a” e “b” do artigo 244 do CPPM. Parte da doutrina também o denomina flagrante propriamente dito ou real ou ainda, verdadeiro. Assim, quando o sujeito é surpreendido cometendo (praticando a conduta) a infração penal ou quando acaba de cometê-la (aqui, há uma noção de absoluta imediatidade entre a prática da infração e a prisão do sujeito) diz-se estar em flagrante delito próprio, real, perfeito, verdadeiro ou propriamente dito. Vale lembrar que, segundo a doutrina, somente nos casos de flagrante próprio ou perfeito é que se permitirá a entrada em domicílio sem o consentimento do morador. Flagrante Impróprio ou Imperfeito: Haverá o flagrante delito impróprio ou imperfeito quando o sujeito é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração (artigo 244, “c” do CPPM). O flagrante impróprio também é conhecido com o irreal ou quase-flagrante. Flagrante presumido ou ficto ou assimilado: Ocorre quando o sujeito é encontrado na situação arrolada na alínea “d” do artigo 244 do CPPM. Neste caso, não se exige a perseguição. Apesar de não se exigir a perseguição, não se admite o flagrante presumido quando ao acaso (diligências despretensiosas, fortuitas) o sujeito é encontrado pela autoridade policial. É necessário que haja diligência em busca do autor do crime, sem que isto configure perseguição. PRISÃO PREVENTIVA A quem compete decretar a prisão preventiva? R: Quem decreta: Auditor, Conselho de Justiça de oficio ou a requerimento do MP ou mediante representação do encarregado do IPM. Nos processos de competência do STM compete ao relator decreta-la. 15.3. Quais são os requisitos para a decretação da prisão preventiva no processo penal militar? R: A prisão preventiva, além dos requisitos: a) prova do fato delituoso; b) indícios suficientes de autoria, exige para sua decretação: a) garantia da ordem pública; b) conveniência da instrução criminal; c) periculosidade do indiciado ou acusado; d) segurança da aplicação da lei penal militar; e) exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia e disciplina militares, quando ficarem ameaçados ou atingidos com a liberdade do indiciado ou acusado. (art. 255). 15.4. Apresente uma distinção em relação a prisão preventiva descrita no CPP e no CP comum? CPM – art. 255 CPP – art. 312 Garantia da ordem pública Garantia da ordem publica Conveniência da instrução criminal Conveniência da instrução criminal Periculosidade do indiciado ou acusado Garantia da ordem econômica Segurança da aplicação da lei penal militar Garantia da aplicação da lei penal Exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia e disciplina militares, quando ficarem ameaçados ou atingidos com a liberdade do indiciado ou acusado. Descumprimento de medidas cautelares diversa da prisão 15.5. Nos termos do CPPM uma vez revogada a prisão preventiva ela pode ser novamente decretada? R: O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo, verificar a falta de motivos para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem (art. 259). A prorrogação da prisão preventiva dependerá de prévia audiência do Ministério Público Obs.: Não existe prisão temporária no âmbito da justiça militar. MENAGEM 15.6. Discorra sobre a menagem? R: Menagem significa homenagem sendo um instituto que permite ao juiz a concessão do cumprimento da pena privativa de liberdade que não exceda 4 anos no lugar da residência do acusado desde que ele tenham bons antecedentes e dependendo da natureza do crime. Poderá efetuar-se no lugar em que resida quando ocorreu o crime, ou sede do juízo, ou atendido o posto e graduação, em quartel, navio ou sede de órgão militar. Será cassada a menagem àquele que se retirar do lugar para onde ela foi concedida ou faltar, sem justa causa, a qualquer ato judicial para que tenha sido intimado. O insubmisso terá por menagem o quartel, podendo ser cassada por conveniência da disciplina, mesmo que sua pena seja de impedimento. A menagem cessa com a sentença condenatória, mesmo que recorrível. Ao reincidente não se concederá a menagem. A menagem concedida a cidade ou residência não será levada em conta no cumprimento da pena. Não é concedido a menagem aos crimes apenados com suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função ou reforma, tendo em vista que não se tratam de penas privativas de liberdade. Obs.: Não existe fiança na justiça militar. MEDIDAS DE SEGURANÇA 15.7. Em quais situações o juiz poderá submente o acusado a uma medida de segurança? R: Estão sujeitos as medidas de segurança: a) os que sofram de doença mental, de desenvolvimento mental incompleto ou retardado, ou outra grave perturbação de consciência; b) os ébrios habituais; c) os toxicômanos; d) os que estejam condenado por crime cometido na direção de veículo automotor. 16. ATOS PROBATÓRIOS. INTERROGATÓRIO. CONFISSÃO. PERÍCIAS E EXAMES. TESTEMUNHAS. ACAREAÇÃO. RECONHECIMENTO DE PESSOA E COISA. DOCUMENTOS. INDÍCIOS. 16.1. O que significa o sistema da livre convicção ou da verdade real ou livre apreciação das provas? R: O sistema da livre convicção ou da verdade real ou livre convencimento foi adotado pelo CPPM e significa que as provas não são mais valoradas como no antigo e vedado sistema das provas tarifadas. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação do conjunto das provas colhidas em juízo, mas deverá confrontá-la com as demais, verificando se entre elas há compatibilidade e concordância. 16.2. Para que a confissão tenha valor probatório quais características ela deve possuir? R: A confissão é retratável e divisível. Para que tenha valor de prova, deve: ser feita perante a autoridade competente; ser livre, espontânea e expressa; versar sobre o fato principal; ser verossímil; ter compatibilidade e concordância com as demais provas do processo (art. 307). 17. DESERÇÃO DE OFICIAL E DE PRAÇA; INSUBMISSÃO. 17.1.No que tange ao crime de deserção qual é o momento para lavratura do termo de deserção? R: Consumado o crime de deserção (+ 8 dias de ausência), nos casos previsto na lei penal militar (art. 187 do CPM), o comandante da unidade, ou autoridade correspondente, ou ainda autoridade superior, fará lavrar o respectivo termo (o termo de deserção é feito após os 8 dias de ausencia), imediatamente, que poderá ser impresso ou datilografado, sendo por ele assinado e por duas testemunhas idôneas, além do militar incumbido da lavratura (art. 451). Na deserção especial que é aquela que ocorre quando o militar deixa deapresentar-se no momento da partida de navio ou aeronave de que é tripulante, ou do deslocamento de unidade ou força em que serve o termo de ausência será lavrado de imediato. 17.2. Quando começa a ser contado os dias de ausência? R: A contagem dos dias de ausência, para efeito da lavratura do termo de deserção, iniciar-se- á a zero hora do dia seguinte àquele em que for verificada a falta injustificada do militar. Ex.: Imagine que um soldado estivesse de serviço as 19:00 do dia 20 de maio de 2012 na intendência, porem, sem motivo justificado, não comparece. Nesse caso a contagem dos dias de ausência para a lavratura da respectiva Parte de Ausência inicia-se a 00:00 do dia 21 de maio de 2012. 17.3. Qual a finalidade do termo de deserção? R: O termo de deserção tem o caráter de instrução provisória e destina-se a fornecer os elementos necessários à propositura da ação penal, sujeitando, desde logo, o desertor à prisão (art. 452). O desertor e o insubmisso que se apresentar ou for capturado será preso. Caso ele não seja julgado em ate 60 dias da data de sua prisão ele será colocado em liberdade. 17.4. Em quais situações o desertor ficará agregado e em quais situações sera excluído? R: a) Se o desertor for oficial ou praça estável (+ de 3 anos de serviço) : ficará agregado; b) Se o desertor for praça especial (cadete) ou praça sem estabilidade (- de 3 anos de serviço): será imediatamente excluído do serviço ativo. 18. NULIDADES. 18.1. Discorra sobre os requisitos da nulidade? Nenhum ato judicial será declarado nulo se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa. Ocorrerá nulidade nos seguintes casos: a) por incompetência, impedimento, suspeição ou suborno do juiz; b) por ilegitimidade das partes; c) por preterição das fórmulas ou termos; d) por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do processo. Nenhuma das partes poderá argüir nulidade que tiver dado causa. O silêncio das partes sana os atos nulos, se tratar de formalidade de seu exclusivo interesse. A incompetência do juízo só anula os atos decisórios.
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