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AREA DE CONCENTRAÇÃO - DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

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PROVA ORAL – CFO/2014 
AREA DE CONCENTRAÇÃO - DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR 
 
1. PROCESSO PENAL MILITAR E SUA APLICAÇÃO: 
1.1. Quais são as formas de interpretação da lei admitidas pelo CPPM? 
R:Como regra as normas do CPPM devem ser interpretadas no sentido literal de suas 
expressões. Excepcionalmente, porem as normas do CPPM poderão ser interpretadas não de 
forma literal, mas sim de forma extensiva ou restritiva. Noutro falar a interpretação não-literal 
divide-se em interpretação extensiva ou restritiva: Interpretação extensiva: Se a lei for 
considerada mais restrita que sua real intenção aplica-se a interpretação extensiva de forma a 
regulamentar situações não previstas; Interpretação restritiva: Agora se a lei é considerada 
mais ampla que sua real intenção aplica-se a interpretação restritiva para restringir seu 
alcance. (art. 2). 
1.2. Em quais casos não serão admitidas as interpretações não-literal? 
R: Não será aceita a interpretação não-literal quando sua aplicação: a) cercear a defesa 
pessoal do acusado; b) prejudicar ou alterar o curso normal do processo, ou lhe desvirtuar a 
natureza; c) desfigurar de plano os fundamentos da acusação que deram origem ao processo. 
1.3. De que forma as omissões serão suprimidas pelo CPPM? 
R: Os casos omissos do CPPM serão supridos: a) pela jurisprudência; b) pelos usos e 
costumes militares; c) pelos princípios gerias do direito; d) pela analogia; e) e pela legislação 
de processo penal comum. (art. 3). Bizu: JUPAL 
1.4. O CPPM é aplicação à Justiça Militar Estadual? 
R: Sim, pois nos termos do CPP os processos da Justiça Militar Estadual nos crimes previstos 
na Lei Penal Militar a que responderem os oficiais e praças das PM e dos CBM obedeceram as 
normas processuais do CPPM no que forem aplicáveis, salvo quanto à organização de Justiça, 
aos recursos e à execução de sentença (art. 6). 
2. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR: 
2.1. Nos termos do CPPM quem são as autoridades que exercem a funçã de Policia 
Judiciaria Militar? 
R: Nos termos do CPPM a PJM será exercida: a) pelo ministros da Marinha, do Exército e da 
Aeronáutica; b) pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas; c) pelos chefes de Estado-
Maior e pelo secretário-geral da Marinha; d) pelos comandantes de Exército e pelo 
comandante-chefe da Esquadra, e) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou 
Zona Aérea, f) pelo secretário do Ministério do Exército e pelo chefe de Gabinete do Ministério 
da Aeronáutica, g) pelos diretores e chefes de órgãos, repartições, estabelecimentos ou 
serviços previstos nas leis de organização básica da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; h) 
pelos comandantes de forças, unidades ou navios (art. 7). No âmbito estadual a policia 
judiciaria militar é exercida pelos comandantes, diretores e chefes. O Ministro da Defesa, dada 
a sua condição de ministro de Estado civil, não exerce função de polícia judiciária militar. 
2.2. Discorra sobre o procedimento de delegação do exercício da Policia Judiciaria 
Militar? De Exemplos? 
R: Nos termos do CPPM as atribuições de policia judiciaria militar poderão ser delegadas a 
oficiais da ativa, para fins especificados e por tempo limitado. Em se tratando de delegação 
para instauração de inquérito policial militar, deverá aquela recair em oficial de posto superior 
ao do indiciado, seja este oficial da ativa, da reserva, remunerada ou não, ou reformado. Não 
sendo possível a designação de oficial de posto superior ao do indiciado, poderá ser feita a de 
oficial do mesmo posto, desde que mais antigo. Ex.: Um capitão pode ser encarregado de IPM 
quando o indiciado for tenente, já o contrario é vedado. Entretanto, se isso não for possível 
admite-se que o encarregado seja do mesmo posto do indiciado desde que mais antigo. Ex.: 
Um 1º tenente pode ser encarregado de IPM de outro 1º tenente, desde que aquele seja mais 
antigo que este. Quando o indiciado no IPM for oficial da reserva ou reforma a antiguidade 
para fins de delegação não prevalece. Isso significa que, por exemplo, um capitão da ativa 
pode ser encarregado de IPM quando o indiciado for também um capitão da reserva ou 
reformado mais antigo, pois, nesse caso, a antiguidade de posto não prevalece. 
2.3. Considere que o indiciado pela pratica de crime militar seja um oficial da ativa de 
ultimo posto, isto é, mais antigo que todos os outros oficiais existentes na ativa. Nesse 
caso qual será o procedimento a ser adotado para a escolha do encarregado do IPM? 
R: Se o posto e a antiguidade de oficial da ativa excluírem, de modo absoluto, a existência de 
outro oficial da ativa mais antigo que o indiciado, caberá ao ministro competente a designação 
de oficial da reserva de posto mais elevado para a instauração do inquérito policial militar. Isso 
pode ocorrer se o indiciado do IPM for, por exemplo, o comandante geral da PMMG, uma vez 
que não existe na ativa nenhum outro oficial de posto superior ao dele. Nesse caso o ministro 
competente (no caso da PMMG o Secretario de Segurança Publica) deverá designar um oficial 
da reserva (reformado nunca!) de posto mais elevado para ser o encarregado do IPM e, se 
este estiver sido iniciado, avocá-lo, para tomar essa providência. Como se vê essa é uma 
exceção a regra, em que será admitida de forma excepcional que um oficial da reserva seja 
encarregado do IPM. 
 
 
2.4. Cite quais são as competências da policia judiciaria militar descritas no CPPM? 
R: Nos termos do CPPM, compete à Polícia judiciária militar: a) apurar os crimes militares, bem 
como os que, por lei especial, estão sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria; b) prestar aos 
órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do Ministério Público as informações 
necessárias à instrução e julgamento dos processos, bem como realizar as diligências que por 
eles lhe forem requisitadas; c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar; 
d) representar a autoridades judiciárias militares acerca da prisão preventiva e da insanidade 
mental do indiciado; e) cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob 
sua guarda e responsabilidade; f) solicitar das autoridades civis as informações e medidas que 
julgar úteis à elucidação das infrações penais, que esteja a seu cargo; g) requisitar da polícia 
civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e exames necessários ao complemento e 
subsídio de inquérito policial militar; h) atender, com observância dos regulamentos militares, a 
pedido de apresentação de militar ou funcionário de repartição militar à autoridade civil 
competente, desde que legal e fundamentado o pedido. (art. 8). 
3. INQUÉRITO POLICIAL MILITAR: 
3.1. Conceitue IPM apontando sua finalidade nos termos do CPPM? 
R: O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos termos legais, configure 
crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua é 
a de ministrar elementos necessários à propositura da ação penal. (art. 9). São, porém, 
efetivamente instrutórios da ação penal os exames, perícias e avaliações realizados 
regularmente no curso do inquérito, por peritos idôneos e com obediência às formalidades 
previstas neste Código. Dizer que os exames, perícias e avaliações são efetivamente 
instrutórios da ação penal, significa dizer que esses atos não serão renovados durante o 
processo criminal, desde que obedecidas as formalidades legais. 
3.2. Quais são as formas pelas quais o IPM pode ser iniciado? 
R: O inquérito é iniciado mediante portaria: 
a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdição ou comando haja ocorrido a 
infração penal, atendida a hierarquia do infrator; Ex.: O Tenente Y instaura de oficio por meio 
de portaria um IPM para investigar crime militar de subordinado. 
b) por determinação ou delegação da autoridade militar superior, que, em caso de urgência, 
poderá ser feita por via telegráficaou radiotelefônica e confirmada, posteriormente, por ofício; 
Ex.: O Major X pode determinar ou delegar que o Tenente Y instaure IPM para investigar crime 
militar de soldado da unidade. 
c) em virtude de requisição do Ministério Público; Ex.: O promotor de Justiça pode requisitar 
que o Major X instaure o IPM para apurar crime militar de que teve conhecimento. Atenção: O 
IPM não pode ser iniciado por meio de requisição de autoridade judiciária (o juiz não pode 
mandar instaurar o IPM), mas tão somente de requisição do MP. 
d) por decisão do Superior Tribunal Militar, nos termos do art. 25; O STM pode, nos termos do 
art. 25 do CPPM requerer a instauração de IPM se novas provas surgirem sobre o fato, sobre o 
indiciado ou terceira pessoa, ressalvado os casos julgados e os casos de extinção da 
punibilidade. 
e) a requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a represente, ou em virtude de 
representação devidamente autorizada de quem tenha conhecimento de infração penal, cuja 
repressão caiba à Justiça Militar; Ex.: João vitima ou representando o ofendido pode se dirigir a 
autoridade militar competente ou mesmo ao MP e requerer a instauração de IPM para apurar 
crime militar. Inclusive, o militar ofendido, em seu direito de ação, também pode provocar a 
iniciativa do MP para que seja instaurado o IPM. 
f) quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar, resulte indício da existência de 
infração penal militar.. (art. 10). Ocorre quando o sindicante esta apurando uma infração 
administrativa e em seu desenrolar verifica a existência de crime militar. Nesse caso o IPM 
deverá ser instaurado. 
Obs.: O IPM é um procedimento inquisitivo e por isso não possui contraditório e ampla defesa, 
igualmente no direito processual comum. 
3.3. Caso o infrator tenha o posto superior ou igual a do comandante em cujo âmbito de 
jurisdição haja ocorrido a infração penal qual é a providencia a ser tomada? 
R: Caso o infrator seja de posto superior ou igual ao do comandante, diretor ou chefe da 
unidade onde ocorreu a infração devera ser feita a comunicação a autoridade imediatamente 
superior para que este delegue outro encarregado ao IPM. Ex.: Um Major pratica crime militar 
na região da 22ª Cia PM Ind. Nesse caso como o infrator possui posto superior ou igual ao do 
comandante da unidade este devera fazer a comunicação do fato à autoridade superior 
competente, ou seja, o Major deve comunicar ao Coronel RPM para que este delegue outro 
encarregado para o IPM. 
3.4. Antes da delegação para encarregado de IPM o oficial responsável pode tomar 
alguma medida preliminar? Quais são elas? 
R: O oficial responsável por comando, direção ou chefia, ou aquele que o substitua ou esteja 
de dia, de serviço ou de quarto pode de imediato tomar as providencias preliminares ao 
inquérito mesmo antes da delegação para a instauração do IPM evitando assim prejuízos para 
as investigações. Assim, logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar, 
verificável na ocasião, o oficial responsável por comando, direção ou chefia ou aquele que o 
substitua ou esteja de dia, de serviço ou de quarto deverá, se possível: a) dirigir-se ao local, 
providenciando para que se não alterem o estado e a situação das coisas, enquanto 
necessário; b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com o fato; c) 
efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no art. 244; d) colher todas as provas que 
sirvam para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias. 
3.5. Qual a providencia a ser tomada pelo o oficial responsável por comando quando ele 
constatar que a infração praticada não é de natureza não militar? 
R: Se a infração penal não for, evidentemente, de natureza militar, comunicará o fato à 
autoridade policial competente (Delegado de Policia), a quem fará apresentar o infrator. Em se 
tratando de civil, menor de dezoito anos, a apresentação será feita ao Juiz de Menores. Se o 
infrator for militar somente ficara na Delegacia o tempo necessário para a lavratura do APF, 
posteriormente, se for o caso de prisão, ele será detido em um estabelecimento militar. 
3.6. Se durante o desenrolar do IPM for constatado o envolvimento de oficial de posto 
superior ou mais antigo que o encarregado qual a providencia a ser tomada? 
R: Se, no curso do inquérito, o seu encarregado verificar a existência de indícios contra oficial 
de posto superior ao seu, ou mais antigo, tomará as providências necessárias para que as 
suas funções sejam delegadas a outro oficial. Assim devera o encarregado comunicará o fato 
ao oficial superior que tiver feito a delegação para que ele escolha outro oficial de posto 
superior ou mais antigo para que continua a apuração do IPM. O prazo que demorar para que 
a autoridade militar superior delegue novo encarregado será deduzido (descontado) dos prazos 
do IPM. 
3.7. A quem compete a escolha do escrivão para o IPM? 
R: A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo encarregado, se não tiver 
sido feita pela autoridade que lhe deu delegação para o fim, recaindo em segundo ou primeiro-
tenente, se o indiciado for oficial, e em sargento, subtenente ou suboficial (so existe nas forças 
armadas), nos demais casos. Ex.: O Tenente X pode designar o Sargento Y para ser escrivão 
no IPM se o Major Z, autoridade delegante, não tiver delegado outro escrivão de sua 
preferencia. Atenção: O indiciado pode ser mais antigo que o escrivão, mas não pode ser mais 
antigo que o encarregado. (art. 11). O escrivão prestará compromisso de manter o sigilo do 
inquérito e de cumprir fielmente as determinações deste Código, no exercício da função. 
Somente o escrivão presta compromisso. 
3.8. Cite quais são as atribuições do encarregado do IPM descritas no CPPM? 
R: São atribuição do encarregado do IPM: a) tomar as medidas previstas no art. 12, se ainda 
não o tiverem sido realizadas; b) ouvir o ofendido; c) ouvir o indiciado; d) ouvir testemunhas; e) 
proceder a reconhecimento de pessoas e coisas, e acareações; f) determinar, se for o caso, 
que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outros exames e perícias; g) 
determinar a avaliação (valor) e identificação da coisa subtraída, desviada, destruída ou 
danificada, ou da qual houve indébita apropriação; h) proceder a buscas e apreensões, nos 
termos dos arts. 172 a 184 e 185 a 189; i) tomar as medidas necessárias destinadas à 
proteção de testemunhas, peritos ou do ofendido, quando coactos ou ameaçados de coação 
que lhes tolha a liberdade de depor, ou a independência para a realização de perícias ou 
exames. 
3.9. Nos termos do CPP o quem será designado encarregado de IPM? 
R: Nos termos do CPP o encarregado do IPM será, sempre que possível: a) Capitão ou 
capitão-tenente; b) Oficial superior, em se tratando de infração penal contra a segurança 
nacional (art. 15). 
3.10. Faça um paralelo entre o sigilo do IPM e o sigilo do IP comum apontando suas 
principais diferenças? 
R: Tanto o IPM quanto o IP comum são instrumentos, em regra, sigilosos. No IP comum o 
sigilo é garantido, porem permite-se que o advogado do indiciado tenha acesso aos autos do IP 
já documentados no procedimento, ou seja, o advogado só tem acesso aos autos do IP que já 
foram introduzidos no procedimento pelo Delegado. Já no IPM o CPPM dispõe que o inquérito 
é sigiloso, mas seu encarregado pode (facultativo) permitir que dele tome conhecimento o 
advogado do indiciado. Perceba que no IPM o advogado só terá acesso aos autos caso o 
encarregado permita. Atualmente esse dispositivo é considerado inconstitucional, pois a CF/88 
garante a presença do advogado em todos os atos processuais. 
Incomunicabilidade do indiciado. Prazo. 
Art. 17. O encarregado do inquérito poderá (facultativo) manter incomunicável o indiciado, que 
estiver legalmente preso, por três dias no máximo. 
3.13. O CPPM prevê a possibilidade do indiciado ficar incomunicável.Essa previsão é 
aceita atualmente? Explique? 
R: É importante se observar que a CF/88 afastou a possibilidade do preso ficar incomunicável. 
O art. 5.º, inciso LXIII, permite ao preso a assistência do advogado e da família, em qualquer 
momento, seja na prisão provisória ou definitiva. Diante disso o art. 17 do CPPM sobe análise 
foi considerado inconstitucional. 
3.12. É possível a detenção do indiciado em IPM sem flagrante delito ou ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciaria competente? Explique? 
R: Nos termos do CPPM independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar 
detido, durante as investigações policiais, até 30 dias, comunicando-se a detenção à 
autoridade judiciária competente. Esse prazo poderá ser prorrogado, por mais 20 dias. Nos 
termos do art. 5º, LXI da CF/88: “ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem 
escrita e fundamentada da autoridade judiciaria competente, salvo nos casos de transgressão 
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei”. Dessa forma, com base na melhor 
doutrina é sim possível a prisão do indiciado em IPM mediante solicitação fundamentada de 
seu encarregado independentemente de flagrante delito ou de autorização judicial. Porem isso 
somente será possível se o crime for propriamente militar, como por exemplo, o abandono de 
posto, a deserção, motim, a revolta, etc. (art. 18). 
3.13. Discorra sobre o procedimento para inquirição de testemunhas e do indiciado 
descritas no CPPM? 
R: A inquirição de testemunhas e do indiciado somente pode ocorrer durante o dia entre as 
07:00 e as 18:00. O depoimento que não ficar concluído ate as 18 horas será encerrado, para 
prosseguir no dia seguinte, em hora determinada pelo encarregado do inquérito. Entretanto, em 
caso de urgência inadiável eles poderão ser ouvidos durante a noite. (art. 19). As testemunhas 
não podem ser inquiridas por mais de 4 horas consecutivas, sendo assegurado o descanso de 
30 minutos caso a inquirição se prolongue além daquele tempo. Observe que o artigo só fala 
em testemunhas, por isso nos leva a crer que o indiciado ou ofendido pode ser inquirido além 
daquele tempo sem intervalos. Não sendo útil o dia seguinte, a inquirição poderá ser adiada 
para o primeiro dia que o for, salvo caso de urgência. 
3.14. Quais são os prazos para o termino do IPM? 
R: Indiciado preso: 20 dias– inicio do prazo – contados a partir do dia da execução da ordem 
prisão; 
Indiciado solto: 40 dias– inicio do prazo – contados a partir da instauração do IPM. Esse 
prazo pode ser prorrogado por mais 20 dias para a conclusão de exames e perícias já iniciados 
ou haja diligencias indispensáveis a serem realizadas. O pedido de prorrogação deve ser feito 
em tempo oportuno, de modo a ser atendido antes da terminação do prazo. 
3.19. Encerrado o prazo do IPM qual a providencia a ser adotada com relação as 
diligencias ainda não concluídas? 
R: Não haverá mais prorrogação, além da prevista no § 1º, salvo dificuldade insuperável, a 
juízo do ministro de Estado competente. Os laudos de perícias ou exames não concluídos 
nessa prorrogação, bem como os documentos colhidos depois dela, serão posteriormente 
remetidos ao juiz, para a juntada ao processo. Ainda, no seu relatório, poderá o encarregado 
do inquérito indicar, mencionando, se possível, o lugar onde se encontram as testemunhas que 
deixaram de ser ouvidas, por qualquer impedimento. 
3.20. Como o CPPM prevê que serão organizadas as peças de inquérito? 
R: Nos termos do CPPM todas as peças do inquérito serão, por ordem cronológica, reunidas 
num só processado e datilografadas, em espaço dois, com as folhas numeradas e rubricadas, 
pelo escrivão. De cada documento junto, a que precederá despacho do encarregado do 
inquérito, o escrivão lavrará o respectivo termo, mencionando a data (art. 21). 
3.21. Como será encerrado o IPM? 
R: O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o seu encarregado mencionará 
as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os resultados obtidos, com indicação do dia, hora e 
lugar onde ocorreu o fato delituoso. Em conclusão, dirá se há infração disciplinar a punir ou 
indício de crime, pronunciando-se, neste último caso, justificadamente, sobre a conveniência 
da prisão preventiva do indiciado, nos termos legais. (art. 22). No caso de ter sido delegada a 
atribuição para a abertura do inquérito, o seu encarregado enviá-lo-á à autoridade de que 
recebeu a delegação, para que lhe homologue ou não a solução, aplique penalidade, no caso 
de ter sido apurada infração disciplinar (obvio, pois se for constatado crime somente o juiz pode 
aplicar penalidade), ou determine novas diligências, se as julgar necessárias. Ex.: O Major X 
delega ao Tenente Y a função de encarregado de um IPM. Após concluir o IPM o Tenente Y 
deverá encerra-lo com minucioso relatório e envia-lo novamente ao Major X que poderá: a) 
Homologar ou não a solução dada pelo Tenente Y; b) Aplicar penalidades no caso de se ter 
apurado infração disciplinar; ou, c) Determinar novas diligências se julgar necessário. 
3.22. O que é a chamada avocação prevista no CPPM? 
R: Discordando da solução dada ao inquérito, a autoridade que o delegou poderá avocá-lo e 
dar solução diferente. Se o Major X discordar da solução dada pelo Tenente Y no IPM ele 
poderá avocar o inquérito para si e dar solução diferente. 
3.23. A autoridade de policia judiciaria pode arquivar o IPM? Caso a resposta seja 
negativa quem possui essa atribuição? 
R: A autoridade de polícia judiciária militar não pode arquivar e nem requerer o arquivamento 
do IPM mesmo quando conclusivo da inexistência de crime ou inimputabilidade do indiciado. 
Somente o MP é quem tem legitimidade para pedir o seu arquivamento, mas somente o juiz é 
quem manda arquivar. Se o juiz discordar do MP, ele enviará os autos ao Procurador Geral que 
se entender que há elementos, designará outro promotor para oferecer a denúncia, ou pode 
insistir no arquivamento, o qual só então estará o juiz obrigado a arquiva-lo. (art. 397). 
3.24. É possível o desarquivamento do IPM e do IP comum? 
R: No que tange ao inquérito o direito processual penal militar se diferencia do direito 
processual penal comum. Para o CPPM não existe o desarquivamento do IPM e sim a 
instauração de novo IPM se novas provas surgirem. Por outro lado, o IP comum pode ser 
desarquivado em virtude de novas provas sobre o fato e sua autoria. 
3.25. Qual é o requisito para a instauração de um novo IPM sobre o mesmo fato? 
R: O requisito para a instauração de um novo IPM sobre o mesmo fato é o surgimento de 
novas provas em relação ao fato, ao indiciado ou a terceira pessoa, ressalvados o caso julgado 
e os casos de extinção da punibilidade. Como foi dito, não existe o desarquivamento do IPM e 
sim a instauração de novo IPM se novas provas surgirem. Por isso podemos afirmar que não 
existe transito em julgado da decisão de arquivamento do IPM, pois, havendo novas provas 
pode-se instaurar outro sobre o mesmo fato. Nesse sentido a Súmula n. 524 do STF dispõe: 
“Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, 
não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas”. (art. 25). 
3.26. Em quais circunstancias os autos o IPM poderão ser devolvidos ao encarregado 
após encerrado? 
R: Os autos de inquérito não poderão ser devolvidos a autoridade policial militar, a não ser: 
a) mediante requisição do Ministério Público, para diligências por ele consideradas 
imprescindíveis ao oferecimento da denúncia; 
b) por determinação do juiz, antes da denúncia, para o preenchimento de formalidades 
previstas neste Código, ou para complemento de prova que julgue necessária. Em qualquer 
dos casos, o juiz marcará prazo, não excedente de 20 dias, para a restituição dos autos. (art. 
26). 
3.27. Nos termos do CPPM o APFD constituirá (substituirá) o IPM for suficiente para a 
elucidação do fatoe sua autoria dispensado outras diligencias. Entretanto existem 
diligencias que não podem ser dispensadas, quais são elas? 
R: São diligências que não podem ser dispensadas: 1) o exame de corpo de delito no crime 
que deixe vestígios, 2) a identificação da coisa e a sua avaliação, quando o seu valor influir na 
aplicação da pena (art. 27). 
3.28. O IPM pode ser dispensado ou ele é um procedimento obrigatório? 
R: O IPM poderá ser dispensado, sem prejuízo de diligência requisitada pelo Ministério Público: 
a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por documentos ou outras provas 
materiais; 
b) nos crimes contra a honra (calunia, injuria e difamação), quando decorrerem de escrito ou 
publicação, cujo autor esteja identificado; 
c) nos crimes de desacato e desobediência a decisão judicial. (art. 27 e 28). 
Obs.: Assim como no processo comum, os vícios e nulidades ocorridos na fase de IPM, tais 
como a escolha do encarregado, o respectivo grau hierárquico em relação ao investigado e a 
designação do escrivão do inquérito, não afetam a futura ação penal. 
 
 
4. AÇÃO PENAL MILITAR E SEU EXERCÍCIO: 
4.1. Como é a ação penal no CPPM? 
R: Em regra a ação penal nos crimes militares é publica incondicionada e somente pode ser 
promovida por denuncia do MPM, porém, tem-se admitido também, embora não prevista no 
estatuto castrense, a ação penal privada subsidiaria da publica caso o MPM fique inerte, isto é, 
não intente a ação no prazo legal. O CPPM prevê também a possibilidade da ação penal 
pública condicionada a requisição dos Ministros Militares, atualmente, Ministro da Defesa, ou 
do Ministro da Justiça nos casos expressamente estabelecidos. Não existe ação penal privada 
nem condicionada a representação no direito castrense. 
4.2. Quais são os dois requisitos para a apresentação da denuncia? 
R: A denúncia deve ser apresentada sempre que houver: a) prova de fato que, em tese, 
constitua crime; b) indícios de autoria (art. 30). 
4.3. O que significa o princípio da indisponibilidade da ação penal? 
R: O principio da indisponibilidade da ação penal prevê que uma vez apresentada a denuncia 
pelo MPM ele não pode desistir da mesma, porem, ele pode pedir a absolvição sumaria do réu 
conforme prevê o § único do art. 54. 
5. PROCESSO: 
5.1. Discorra sobre a formação do processo penal militar apontando o momento de seu 
inicio, efetivação e termino? 
R: O direito de ação é exercido pelo MP, o de defesa pelo acusado, cabendo ao juiz o exercício 
de jurisdição, em nome do Estado. O processo inicia-se com o recebimento da denúncia pelo 
juiz, efetiva-se com a citação do acusado e extingue-se no momento em que a sentença 
definitiva se torna irrecorrível, quer resolva o mérito, quer não (art. 34) . 
 
Bizu: MP = ação; Juiz = jurisdição; Acusado = defesa. Inicio do Processo = recebimento da 
denuncia pelo juiz; Efetivação do Processo = com a citação do acusado; Extinção do Processo 
= quando a sentença definitiva se torna irrecorrível quer resolva o mérito, quer não. 
 
Procurador-geral = Atua em ações de competência do STM; 
Procuradores = Atuam em ações perante os órgãos judiciários de primeira instancia (art. 54). 
 
6. JUIZ, AUXILIARES E PARTES DO PROCESSO: 
 
Obs. Esse tópico que vai dos art. 36 a 76 não possui muita importância, pois trata que 
questões processuais. 
7. DENÚNCIA: 
 
7.1. Conceitue denuncia apontando seu o prazo para oferecimento? 
R: Denuncia é a petição inicial acusatória proposta pelo MPM, pela qual esse órgão exerce seu 
direito como titular da ação penal, visando ao processamento da ação penal militar contra o 
sujeito que tenho cometido um crime militar. Já a chamada denúncia substitutiva ocorre na 
hipótese da ação penal privada subsidiária da pública, quando o MP fica inerte. O prazo para 
oferecimento da denuncia é de 5 dias, se réu preso e 15 dias se solto. Este último prazo pode 
ser prorrogado ao dobro ou triplo. 
 
8. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL E DA UNIÃO: 
8.1. Como o CPPM determinação a competência do foro militar? 
R: A competência do foro militar será determinada: I - de modo geral: a) pelo lugar da infração; 
b) pela residência ou domicílio do acusado; c) pela prevenção; II - de modo especial, pela sede 
do lugar de serviço (ar. 85). 
Obs.: Para os militares a competência pelo local da residência e substituída pelo lugar onde o 
militar serve (art. 96). 
8.2. Dentro de cada Circunscrição Judiciária Militar, a competência será determinada por 
qual critério? 
R: a) pela especialização das Auditorias; b) pela distribuição; c) por disposição especial deste 
Código (art. 86). 
8.3. Quais são os casos de modificação da competência? 
R: Não prevalecem os critérios de competência indicados nos artigos anteriores, em caso de: 
a) conexão ou continência; b) prerrogativa de posto ou função; c) desaforamento (art. 87). 
9. QUESTÕES PREJUDICIAIS: 
Obs. Esse tópico não possui muita importância. 
10. EXCEÇÕES: 
10.1. Nos termos do CPPM quais são as exceções admitidas? 
R: Poderão ser opostas as exceções de: a) suspeição ou impedimento; b) incompetência de 
juízo; c) litispendência; d) coisa julgada (art. 128). 
Bizu: S-I-LI-CO: S – suspensão; I – impedimento; L – litispendência; I – incompetência do juizo; 
CO – coisa julgada. Há previsão idêntica no CPP. 
 
11. INCIDENTE DE SANIDADE MENTAL DO ACUSADO. 
11.1 Quem pode requerer a pericia para constatação da sanidade mental do indiciado 
durante o IPM? 
R: A pericia para constatação da sanidade mental do indiciado durante as investigações pode 
ser determinada pelo encarregado do IPM, pelo juiz, de ofício, ou a requerimento do Ministério 
Público, do defensor, do curador, ou do cônjuge, ascendente, descendente ou irmão do 
acusado. 
12. INCIDENTE DE FALSIDADE DE DOCUMENTO. 13. MEDIDAS PREVENTIVAS E 
ASSECURATÓRIAS. 
Obs. Esse tópico não possui muita importância. 
14. PROVIDÊNCIAS QUE RECAEM SOBRE COISAS: 
14.1. Quais são as providências que recaem sobre coisas prevista no CPPM?. 
R: Hipoteca legal, sequestro e arresto. 
15. PROVIDÊNCIAS QUE RECAEM SOBRE PESSOAS: PRISÃO EM FLAGRANTE. PRISÃO 
PREVENTIVA. MENAGEM. LIBERDADE PROVISÓRIA. APLICAÇÃO PROVISÓRIA DE 
MEDIDAS DE SEGURANÇA: 
15.1. Discorra sobre a busca e suas modalidades e finalidades? 
R: A busca pode ser domiciliar e pessoal. 
a) Busca domiciliar: A busca domiciliar será executada de dia, salvo para acudir vítimas de 
crime ou desastre. Se houver consentimento expresso do morador, poderá ser realizada à 
noite. A busca domiciliar consistirá na procura material portas adentro da casa. Sua finalidade 
é: a) prender criminosos; b) apreender coisas obtidas por meios criminosos ou guardadas 
ilicitamente; c) apreender instrumentos de falsificação ou contrafação; d) apreender armas e 
munições e instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso; e) 
descobrir objetos necessários à prova da infração ou à defesa do acusado; f) apreender 
correspondência destinada ao acusado ou em seu poder, quando haja fundada suspeita de 
que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato; g) apreender 
pessoas vítimas de crime; h) colher elemento de convicção. 
b) Busca pessoal: A busca pessoal consistirá na procura material nas vestes, malas, pastas e 
outros objetos que estejam com a pessoa revistada, e quando necessário no próprio corpo. 
Necessitará da fundada suspeita de que alguém oculte consigo instrumentos de crime e 
elementos de prova. A busca em mulher será preferencialmente feita por outra, desde que não 
importe retardamento ou prejuízo da diligência. A busca pessoal, em regra, independerá de 
ordem judicial. 
Obs.: A busca domiciliar e pessoal na fase do IPM, deverá atender a hierarquia do posto ou 
graduação de quem a sofrer, se militar. 
15.2. Nos termos do CPP o que se compreensão do termo "casa"? 
R: O termo "casa" compreende: a) qualquer compartimento habitado;(ex.: Casa, apartamento), 
b) aposento ocupado de habitação coletiva; (ex.: Quarto do hotel), c) compartimento não aberto 
ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade (ex.: atrás do balcão de bar) (art. 173). 
15.3. Nos termos do CPP o que não se compreensão do termo "casa"? 
R: Não se compreende no termo "casa": a) hotel, hospedaria ou qualquer outra habitação 
coletiva, enquanto abertas, salvo a restrição da alínea b do artigo anterior; b) taverna, boate, 
casa de jogo e outras do mesmo gênero; c) a habitação usada como local para a prática de 
infrações penais (art. 174). 
PRISAO EM FLAGRANTE 
15.1. Diferencia o flagrante facultativo do flagrante obrigatório descrito no CPPM? 
R: Nos termos do CPPM qualquer pessoa poderá (flagrante facultativo) e os militares deverão 
(flagrante obrigatório) prender quem for insubmisso (art. 183 CPM) ou desertor (art. 187 CPM), 
ou seja, encontrado em flagrante delito (art. 243). Flagrante facultativo é aquele realizado por 
qualquer pessoa do povo e flagrante obrigatório é aquele realizado pelos militares. 
15.2. Aponte e explique as espécies de prisão em flagrante da justiça militar? 
R: Flagrante próprio: Diz-se próprio ou perfeito o flagrante delito nas situações do alíneas “a” 
e “b” do artigo 244 do CPPM. Parte da doutrina também o denomina flagrante propriamente 
dito ou real ou ainda, verdadeiro. Assim, quando o sujeito é surpreendido cometendo 
(praticando a conduta) a infração penal ou quando acaba de cometê-la (aqui, há uma noção de 
absoluta imediatidade entre a prática da infração e a prisão do sujeito) diz-se estar em flagrante 
delito próprio, real, perfeito, verdadeiro ou propriamente dito. Vale lembrar que, segundo a 
doutrina, somente nos casos de flagrante próprio ou perfeito é que se permitirá a entrada em 
domicílio sem o consentimento do morador. 
Flagrante Impróprio ou Imperfeito: Haverá o flagrante delito impróprio ou imperfeito quando o 
sujeito é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em 
situação que faça presumir ser autor da infração (artigo 244, “c” do CPPM). O flagrante 
impróprio também é conhecido com o irreal ou quase-flagrante. 
 
Flagrante presumido ou ficto ou assimilado: Ocorre quando o sujeito é encontrado na 
situação arrolada na alínea “d” do artigo 244 do CPPM. Neste caso, não se exige a 
perseguição. Apesar de não se exigir a perseguição, não se admite o flagrante presumido 
quando ao acaso (diligências despretensiosas, fortuitas) o sujeito é encontrado pela autoridade 
policial. É necessário que haja diligência em busca do autor do crime, sem que isto configure 
perseguição. 
 
PRISÃO PREVENTIVA 
 
A quem compete decretar a prisão preventiva? 
 
R: Quem decreta: Auditor, Conselho de Justiça de oficio ou a requerimento do MP ou 
mediante representação do encarregado do IPM. Nos processos de competência do STM 
compete ao relator decreta-la. 
 
15.3. Quais são os requisitos para a decretação da prisão preventiva no processo penal 
militar? 
R: A prisão preventiva, além dos requisitos: a) prova do fato delituoso; b) indícios suficientes de 
autoria, exige para sua decretação: 
a) garantia da ordem pública; 
b) conveniência da instrução criminal; 
c) periculosidade do indiciado ou acusado; 
d) segurança da aplicação da lei penal militar; 
e) exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia e disciplina militares, 
quando ficarem ameaçados ou atingidos com a liberdade do indiciado ou acusado. (art. 255). 
15.4. Apresente uma distinção em relação a prisão preventiva descrita no CPP e no CP 
comum? 
CPM – art. 255 CPP – art. 312 
Garantia da ordem pública Garantia da ordem publica 
Conveniência da instrução criminal Conveniência da instrução criminal 
Periculosidade do indiciado ou acusado Garantia da ordem econômica 
Segurança da aplicação da lei penal militar Garantia da aplicação da lei penal 
Exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia e disciplina 
militares, quando ficarem ameaçados ou atingidos com a liberdade do indiciado 
ou acusado. 
Descumprimento de medidas cautelares diversa da prisão 
15.5. Nos termos do CPPM uma vez revogada a prisão preventiva ela pode ser 
novamente decretada? 
R: O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo, verificar a falta de 
motivos para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a 
justifiquem (art. 259). A prorrogação da prisão preventiva dependerá de prévia audiência do 
Ministério Público 
Obs.: Não existe prisão temporária no âmbito da justiça militar. 
MENAGEM 
15.6. Discorra sobre a menagem? 
 
R: Menagem significa homenagem sendo um instituto que permite ao juiz a concessão do 
cumprimento da pena privativa de liberdade que não exceda 4 anos no lugar da residência do 
acusado desde que ele tenham bons antecedentes e dependendo da natureza do crime. 
Poderá efetuar-se no lugar em que resida quando ocorreu o crime, ou sede do juízo, ou 
atendido o posto e graduação, em quartel, navio ou sede de órgão militar. Será cassada a 
menagem àquele que se retirar do lugar para onde ela foi concedida ou faltar, sem justa causa, 
a qualquer ato judicial para que tenha sido intimado. O insubmisso terá por menagem o quartel, 
podendo ser cassada por conveniência da disciplina, mesmo que sua pena seja de 
impedimento. A menagem cessa com a sentença condenatória, mesmo que recorrível. Ao 
reincidente não se concederá a menagem. A menagem concedida a cidade ou residência não 
será levada em conta no cumprimento da pena. Não é concedido a menagem aos crimes 
apenados com suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função ou reforma, 
tendo em vista que não se tratam de penas privativas de liberdade. 
 
Obs.: Não existe fiança na justiça militar. 
 
MEDIDAS DE SEGURANÇA 
15.7. Em quais situações o juiz poderá submente o acusado a uma medida de 
segurança? 
R: Estão sujeitos as medidas de segurança: a) os que sofram de doença mental, de 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, ou outra grave perturbação de consciência; 
b) os ébrios habituais; c) os toxicômanos; d) os que estejam condenado por crime cometido na 
direção de veículo automotor. 
16. ATOS PROBATÓRIOS. INTERROGATÓRIO. CONFISSÃO. PERÍCIAS E EXAMES. 
TESTEMUNHAS. ACAREAÇÃO. RECONHECIMENTO DE PESSOA E COISA. 
DOCUMENTOS. INDÍCIOS. 
16.1. O que significa o sistema da livre convicção ou da verdade real ou livre apreciação 
das provas? 
R: O sistema da livre convicção ou da verdade real ou livre convencimento foi adotado pelo 
CPPM e significa que as provas não são mais valoradas como no antigo e vedado sistema das 
provas tarifadas. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação do conjunto das provas 
colhidas em juízo, mas deverá confrontá-la com as demais, verificando se entre elas há 
compatibilidade e concordância. 
16.2. Para que a confissão tenha valor probatório quais características ela deve possuir? 
 
R: A confissão é retratável e divisível. Para que tenha valor de prova, deve: ser feita perante a 
autoridade competente; ser livre, espontânea e expressa; versar sobre o fato principal; ser 
verossímil; ter compatibilidade e concordância com as demais provas do processo (art. 307). 
 
17. DESERÇÃO DE OFICIAL E DE PRAÇA; INSUBMISSÃO. 
17.1.No que tange ao crime de deserção qual é o momento para lavratura do termo de 
deserção? 
R: Consumado o crime de deserção (+ 8 dias de ausência), nos casos previsto na lei penal 
militar (art. 187 do CPM), o comandante da unidade, ou autoridade correspondente, ou ainda 
autoridade superior, fará lavrar o respectivo termo (o termo de deserção é feito após os 8 dias 
de ausencia), imediatamente, que poderá ser impresso ou datilografado, sendo por ele 
assinado e por duas testemunhas idôneas, além do militar incumbido da lavratura (art. 451). Na 
deserção especial que é aquela que ocorre quando o militar deixa deapresentar-se no 
momento da partida de navio ou aeronave de que é tripulante, ou do deslocamento de unidade 
ou força em que serve o termo de ausência será lavrado de imediato. 
17.2. Quando começa a ser contado os dias de ausência? 
R: A contagem dos dias de ausência, para efeito da lavratura do termo de deserção, iniciar-se-
á a zero hora do dia seguinte àquele em que for verificada a falta injustificada do militar. Ex.: 
Imagine que um soldado estivesse de serviço as 19:00 do dia 20 de maio de 2012 na 
intendência, porem, sem motivo justificado, não comparece. Nesse caso a contagem dos dias 
de ausência para a lavratura da respectiva Parte de Ausência inicia-se a 00:00 do dia 21 de 
maio de 2012. 
17.3. Qual a finalidade do termo de deserção? 
R: O termo de deserção tem o caráter de instrução provisória e destina-se a fornecer os 
elementos necessários à propositura da ação penal, sujeitando, desde logo, o desertor à prisão 
(art. 452). O desertor e o insubmisso que se apresentar ou for capturado será preso. Caso ele 
não seja julgado em ate 60 dias da data de sua prisão ele será colocado em liberdade. 
17.4. Em quais situações o desertor ficará agregado e em quais situações sera excluído? 
R: a) Se o desertor for oficial ou praça estável (+ de 3 anos de serviço) : ficará agregado; 
b) Se o desertor for praça especial (cadete) ou praça sem estabilidade (- de 3 anos de serviço): 
será imediatamente excluído do serviço ativo. 
18. NULIDADES. 
18.1. Discorra sobre os requisitos da nulidade? 
Nenhum ato judicial será declarado nulo se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação 
ou para a defesa. Ocorrerá nulidade nos seguintes casos: a) por incompetência, impedimento, 
suspeição ou suborno do juiz; b) por ilegitimidade das partes; c) por preterição das fórmulas ou 
termos; d) por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do processo. 
Nenhuma das partes poderá argüir nulidade que tiver dado causa. O silêncio das partes sana 
os atos nulos, se tratar de formalidade de seu exclusivo interesse. A incompetência do juízo só 
anula os atos decisórios.

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