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Cópia de Apostila PA CFS - Final

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ACADEMIA DE POLICIA MILITAR 
CENTRO DE ENSINO, FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS 
CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - CFS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Procedimentos Administrativos 
 
 
 
 
 
 
 
Campo Grande – MS 
2020 
 
CENTRO DE ENSINO, FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS – CEFAP 
2 
 CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - 2020 
 
1. Introdução 
Quando falamos em Procedimentos Administrativos, podemos enumerar vários 
tipos de procedimentos em toda as esferas do poder público (Federal, Estadual e Municipal). 
Podemos ainda elencar vários tipos de procedimentos adotados de diversas formas, como um 
exemplo, a implantação de quinquênio, a inclusão de dependentes, entre outros. Mas 
delimitando ao tema, usaremos Procedimento Administrativos, como os procedimentos que dão 
origem a alguma aplicação de responsabilidade, seja para o servidor, como para o próprio 
Estado. E ainda, especificamente aos procedimentos adotados pela Policia Militar do Estado de 
Mato Grosso do Sul, veremos que são apenas alguns tipos de procedimentos administrativos, 
sendo quatro os principais: Auto de Prisão em Flagrante Delito (APFD) - Inquérito Policial Militar 
(IPM) – Sindicância – Apuração de Transgressão Disciplinar (ATD). 
Cada um dos referidos procedimentos existe para uma aplicação especifica, 
onde um não deve substituir o outro. 
Além dos procedimentos administrativos apresentados, ainda estamos sujeitos 
a elaboração de outros, tais como: Inquérito Técnico, Processo de Deserção, Conselho de 
Conduta, Conselho Especial, Conselho de Disciplina e Conselho de Justificação. 
Durante o presente curso, poderemos distingui-los, e aplica-los de forma adequada, observando 
os preceitos legais e a devida elaboração de cada um dos procedimentos que exijam do Sargento 
PM um conhecimento especifico para o devido andamento do feito. 
 
2. Objetivos 
Fazer com que o futuro Sargento PM tenha o conhecimento especifico de cada 
procedimento adotado pela PMMS, sua aplicação a cada caso, sabendo a diferenças de cada 
um, sua composição e a legislação aplicada a cada um deles, principalmente a confecção de 
cada peça e o encaminhamento do mesmo. 
Contribuir para que cada aluno do CFS, saiba se orientar ou buscar o norte 
necessário, para que possa encontrar em nossa vasta legislação, a aplicação a cada caso que 
poderá surgir durante sua carreira, assim, encontrando uma solução adequada a contribuir com 
o encarregado dos procedimentos, observando todos os aspectos legais, prazos e 
determinações especificas. 
 
 
 
 
CENTRO DE ENSINO, FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS – CEFAP 
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 CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - 2020 
 
3. PA e suas Legislações, aplicadas a PMMS. 
O aluno deve obrigatoriamente ter o contato direto com algumas legislações 
especificas, e isso não quer dizer o que o futuro sargento deva ser mestre em Direito, até mesmo 
porque exige-se o nível de 2° grau para o referido curso, mas o futuro sargento deve ter o aceso 
a algumas legislações que são fundamentais para a elaboração e fundamentação dos 
procedimentos a serem elaborados durante sua carreira profissional. 
A principal delas é a nossa Constituição Federal de 1988, o pilar de todo o 
nosso ordenamento jurídico, e abaixo delas passo a elencar as obrigatórias: 
- Código Penal Militar; 
- Código de Processo Penal Militar; 
- Código Penal; 
- Código de Processo Penal; 
- Lei Complementar n° 053, de 30 de agosto de 1990 (estatuto da PMMS); 
- Decreto n°1.260, de 02 de outubro de 1981 (RDPMMS) 
- Portaria n° 065/PM-1/EMG/PMMS, de 10 de julho de 2019 - (IPA). 
 
Além das legislações descritas o futuro sargento deve ter acesso a algumas 
orientações e determinações elaboradas pela própria Corregedoria da PMMS, ou aquelas 
oriundas da 24ª Promotoria de Justiça Militar. 
 
4. Termos e Definições 
Ainda que privilegiemos o conteúdo em detrimento da forma. Ainda que 
entendamos que o excesso de zelo na confecção dos termos de movimento ou despacho de 
mero expediente (conclusão, data, recebimento, juntada, despacho), possa trazer aos processos 
e procedimentos administrativos um volume desnecessário de papel, perda de trabalho e 
demasiada preocupação com a forma em detrimento do mérito, não se pode descartar a 
importância da observância de determinados critérios na formalização do feito, posto que tais 
critérios permitem ao escalão superior acompanhar o rito e o andamento da investigação. 
 
O Inquérito, a Sindicância, deve obedecer a uma seqüência disciplinada, lógica 
e ordenada. Tal missão está a cargo do Escrivão que, em tese, não pode ser um soldado ou um 
cabo, mas no mínimo um 3º Sargento, graduação que se pressupõe, supre o conhecimento 
necessário para realização dos trabalhos pertinentes. Todas as peças do procedimento devem 
 
CENTRO DE ENSINO, FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS – CEFAP 
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 CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - 2020 
ser reunidas em ordem cronológica e as folhas numeradas e rubricadas pelo escrivão. De cada 
documento juntado o escrivão deve lavrar o respectivo termo, mencionando a data. 
 
É de se destacar que assim como o excesso, a ausência e/ou a má utilização 
dos Termos de Movimento pode vir a demonstrar a falta de conhecimento técnico ou mesmo a 
inaptidão do escrivão para com o trato dos processos administrativos no âmbito da corporação, 
noutras palavras, não se pode olvidar que “a forma dá realidade às coisas”. Os Termos se 
propõem a caracterizar a marcha das investigações e o movimento dos autos entre o 
Encarregado e o Escrivão. 
 
É fato que um procedimento investigatório (IPM ou SIND) dificilmente será 
idêntico a outro em virtude das peculiaridades de cada caso. Entretanto, existem peças que são 
comuns a todos os procedimentos, consideradas essenciais e que não podem, sob pretexto 
algum, faltar. 
 
Assim, parece-nos oportuna a apresentação, ainda que sintética, dos conceitos 
a seguir: 
 
a) Portaria de Designação: documento através do qual a autoridade designa e delega 
competência a um oficial para instaurar uma SIND/IPM. 
 
b) Portaria de Instauração: documento através do qual o encarregado do Inquérito Policial 
Militar determina a abertura dos trabalhos e onde o mesmo dá as primeiras ordens sobre 
a condução do trabalho. 
 
c) Autuação: termo lavrado pelo escrivão para reunião da portaria e demais peças que a 
acompanham e que deram origem ao procedimento administrativo. 
 
d) Compromisso: juramento prestado pelo escrivão de cumprir fielmente as determinações 
do Encarregado do IPM/SIND e do CPPM e guardar sigilo do que tiver conhecimento. 
 
e) Termo de abertura: Documento utilizado na Sindicância, onde o Encarregado determina 
a abertura dos trabalhos. 
 
 
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 CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - 2020 
f) Termo de Abertura de Volume: se usa no início do 2º volume da Sind/IPM para 
indicação do mesmo. 
 
g) Termo de Encerramento de volume: usado no fim de cada volume, que normalmente, 
é composto por 200 folhas, inclusive. 
 
h) Assentada: termo lavrado no início, interrupção e encerramento dos trabalhos de 
audição de pessoas. 
 
i) Certidão: ato através do qual o escrivão dá conhecimento ao encarregado do inquérito 
do cumprimento ou não das determinações contidas no seu despacho. 
 
j) Conclusão: ato do qual o escrivão, após o término dos trabalhos oriundos dos despachos 
do Encarregado, faz a devolução dos autos ao mesmo, para um novo despacho ou para 
a confecção do Relatório. 
 
k) Despacho: ato através do qual o encarregado determina providências a serem tomadas 
pelo escrivão. 
 
l) Encarregado: nome que se atribui ao oficial a quem se destinou a portaria de instauraçãodo procedimento. O Encarregado do IPM é a autoridade que rastreia o delito, procura 
materializá-lo, penetra no emaranhado dos vestígios, busca provas e as interpreta e 
clareia, tendo sempre por objetivo final, apontar, de maneira insofismável e irretorquível, 
o autor ou autores da infração penal militar. 
 
m) Escrivão: policial militar (em regra, Sub Ten ou Sgt) designado para executar os 
trabalhos de digitação e demais providencias determinadas pelo encarregado. É o 
responsável pela estética, formalização e guarda dos autos. 
 
n) A prática cartorária exige que o Escrivão saiba minimamente a diferença entre "termo de 
depoimento ou inquirição" e "termo de declarações". Pois, só prestam "depoimento" 
aqueles que tenham obrigação de dizer a verdade. Não estão obrigadas, podendo se 
eximir de prestar "depoimento", as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou 
profissão (médico, advogado, jornalista), devam guardar segredo. Podem, contudo, ser 
 
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 CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - 2020 
intimadas para comparecimento perante o Encarregado, e, no momento destinado ao ato 
cartorário, argüir seu impedimento. 
 
O "termo de declarações" é reservado para doentes e deficientes 
mentais, menores de 14 anos, o ascendente ou descendente, irmãos, genitores, afim em 
linha reta, cônjuge do investigado, pois são dispensados do compromisso de dizer a 
verdade, seja pelas condições físicas e mentais que detenham ou pelo vínculo familiar. 
 
Os interrogatórios bem conduzidos, os depoimentos claros e 
eloquentes, os indícios bem retratados, poderão servir de elementos de convicção ao 
julgador. 
 
o) Juntada: ato através do qual o escrivão faz a anexação ao processo de documentos 
vindo às mãos do encarregado e que interessem ao processo. 
 
p) Nomeação: designação de pessoa para o exercício de determinada função (escrivão, 
perito, etc). 
 
q) Recebimento: ato praticado pelo escrivão todas as vezes que receber do Encarregado 
os autos para providências. 
 
r) Remessa: ato de entrega do processo, após seu término, à autoridade delegante. 
 
 
5. Tipos de Procedimentos adotados pela PMMS. 
 
A) Inquérito Policial Militar - IPM 
* Essencial a utilização do CPM e CPPM 
 
Finalidade: 
*Deve ser instaurado para a apuração de Crimes Militares – Jamais dever ser instaurado 
sindicância quando houver indícios de pratica de crime militar. 
 
- É iniciado mediante portaria: (art. 10) 
 
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a) De ofício, pela Autoridade Militar em cujo comando haja ocorrido a infração penal; 
b)Por determinação ou delegação da autoridade militar superior, que, em caso de urgência, 
poderá ser feita opor via telegráfica ou radiotelefônica e confirmada, posteriormente, por oficio. 
c) Requisição do Ministério Público; 
d) por decisão do superior tribunal Militar, nos termos do art. 25. 
f) Quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar, resulte indicio da existência de 
infração penal militar; 
 
- Escrivão do IPM - (art. 11) - Nomeação cabe ao Encarregado, se não tiver sido feita pela 
Autoridade Delegante. Tenente, Subtenente ou Sargento. Compromisso de manter sigilo e de 
cumprir fielmente as determinações no exercício da função. (§ único) 
 
- Dos prazos do IPM – Art. 20 / CPPM – 20 dias, se o indiciado preso (contados do dia da 
prisão), e 40 dias, se o indiciado solto, contados da data da Portaria, podendo este último ser 
prorrogado por mais 20 dias; 
 
- Do relatório do IPM – Art. 22 / CPPM – mencionar as diligências feitas, as pessoas ouvidas e 
os resultados obtidos, com indicação do dia, hora e lugar onde ocorrera o fato delituoso. Em 
conclusão, dirá se há infração disciplinar a punir (não expedir libelo acusatório) ou indícios de 
crime (facultado tipificar), pronunciando-se, neste último caso, justificadamente, sobre a 
conveniência da prisão preventiva do indiciado, nos termos legais (Art. 254 e 255 / CPPM); pode, 
também, representar pela prisão preventiva em caso de ameaça a testemunha, peritos e 
ofendido, em observância ao que prescreve a alínea “i” do Art. 13 / CPPM, bem como pela Lei 
9.807/99 (Estabelece normas para organização e manutenção de programas especiais de 
proteção a vítimas e a testemunhas ameaçadas...); 
 
- Da proibição de arquivamento do IPM – Art. 24 / CPPM – a autoridade competente para 
arquivar o IPM é o Juiz de Direito da Auditoria Militar, depois da manifestação do Ministério 
Público. O encarregado do IPM ou a autoridade de polícia judiciária militar não devem concluir 
ou sugerir o arquivamento do IPM; 
 
- Da remessa do IPM à Justiça Militar – Art. 23 / CPPM – A autoridade delegante oficia ao Juiz 
de Direito, remetendo os Autos, inclusive com as provas em anexo, salvo em caso de 
entorpecentes/substâncias tóxicas (ver parágrafos 1° e 2° do Art. 40, da Lei n° 6.368/76) e 
 
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 CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - 2020 
explosivos, devendo o encarregado adotar providências para a sua guarda. 
 
 
Sequência das peças 
 
1. Capa 
Com identificação da Portaria, Encarregado, Indiciado e objeto da investigação. 
Caso haja mais de um volume na capa deverá consta o número do volume a que se refere. 
 
2. Autuação 
*(assinada pelo escrivão). 
Termo lavrado para reunião da portaria e demais peças que a acompanham e 
que deram origem a investigação. É contada, mas não é numerada. 
“Autuação é Ato do escrevente ou do secretário de tribunal 
consistente na formação dos autos de um processo.” – Dicionário 
universitário jurídico/Deocleciano Torrieri, 2013. 
3. Portaria de Instauração 
*(assinada pelo Encarregado do IPM). 
Através da Portaria de Nomeação o Oficial é encarregado, cabendo a ele a 
Instauração do IPM. Por esse motivo o Encarregado INSTAURA o IPM. 
Lembrando o que geralmente consta na Portaria de Nomeação: ...determino 
que seja instaurada a respeito um IPM...... 
 
4. Portaria de Nomeação e anexos que instruem a Portaria. 
 Uma vez instaurado não pode ser cancelado ou arquivado por força do Art. 24. 
“art. 24. A autoridade militar não poderá mandar arquivar autos de 
inquérito, embora conclusivo da inexistência de crime ou de 
inimputabilidade do indiciado”. 
 
 
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 CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - 2020 
Deve ser observado que no texto deverá constar a delegação da atribuição de 
autoridade de polícia judiciária militar, nos termos do anexo IV das IPA (Portaria de instauração 
de inquérito Policial Militar). Observe-se que, embora as IPA considerem a Portaria como sendo 
de Instauração, trata-se da Portaria de Nomeação, onde a autoridade delegante nomeia o 
encarregado. (Interessante ressaltar sobre a delegação (Oficial é nomeado) de polícia judiciaria 
militar prevista no Art. 7º, letra h e §1º do CPPM). 
“ Art. 7º A polícia judiciária militar é exercida nos termos do art. 8º, 
pelas seguintes autoridades, conforme as respectivas jurisdições: 
 h) pelos comandantes de forças, unidades ou navios; 
§ 1º Obedecidas as normas regulamentares de jurisdição, 
hierarquia e comando, as atribuições enumeradas neste artigo 
poderão ser delegadas a oficiais da ativa, para fins especificados e 
por tempo limitado”. 
 
5. Guia de Remessa 
 Ou outros documentos que o encaminharam. 
 
6. Designação do Escrivão, 
Nos termos do artigo 11, caput, CPPM. A designação de escrivão em IPM é 
obrigatória. 
Lembrar que se constar a designação na portaria não é necessária nova 
designação apenas o compromisso. 
 
“ A designação de escrivão para o inquérito caberáao respectivo 
encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que lhe deu 
delegação para aquele fim, recaindo em segundo ou primeiro-
tenente, se o indiciado for oficial, e em sargento, subtenente ou 
suboficial, nos demais casos.” 
 
7. Termo de Compromisso do Escrivão. 
 Nos termos do parágrafo único, do artigo 11 do CPPM. 
 
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 CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - 2020 
“O escrivão prestará compromisso de manter o sigilo do inquérito e 
de cumprir fielmente as determinações deste Código, no exercício 
da função.” 
 
Aproveitando o gancho do sigilo interessante citar o Art. 16. 
 “O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que 
dele tome conhecimento o advogado do indiciado”. 
 
Contudo não atinge o MP e Judiciário e é relativizado com relação a OAB Lei 
nº 8.906, de 4/07/94 alterada pela Lei nº 13.245, de 12/01/16 . Art. 7º, XIV, XXI, §10, 11 e 12 e 
Súmula Vinculante do STF nº14. 
 “Art. 7º São direitos do advogado: 
XIV – examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir 
investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de 
investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, 
ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar 
apontamentos, em meio físico ou digital; 1* 
 XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de 
infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo 
interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os 
elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou 
derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da 
respectiva apuração: 
a) apresentar razões e quesitos; 
§ 10. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar 
procuração para o exercício dos direitos de que trata o inciso XIV. 
** 
§ 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente 
poderá delimitar o acesso do advogado aos elementos de prova 
relacionados a diligências em andamento e ainda não 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.906-1994?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.906-1994?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8906.htm#art7xxi
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8906.htm#art7§10
 
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 CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - 2020 
documentados nos autos, quando houver risco de 
comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das 
diligências. *** 
§ 12. A inobservância aos direitos estabelecidos no inciso XIV, o 
fornecimento incompleto de autos ou o fornecimento de autos em 
que houve a retirada de peças já incluídas no caderno investigativo 
implicará responsabilização criminal e funcional por abuso de 
autoridade do responsável que impedir o acesso do advogado com 
o intuito de prejudicar o exercício da defesa, sem prejuízo do direito 
subjetivo do advogado de requerer acesso aos autos ao juiz 
competente”. 
Súmula Vinculante do STF nº 14 
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso 
amplo aos elementos de prova que, já documentados em 
procedimento investigatório realizado por órgão com competência 
de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de 
defesa. 
 
1- Importante emitir certidão de entrega de cópia aos advogados e anexar 
aos autos. 
2 - Inquérito é sigiloso. 
3 - o exemplo é aplicável a interceptações telefônicas em andamento e 
inconclusos. 
 
8. Despacho do Encarregado 
Previsto no art. 21 Parágrafo único CPPM: 
 “art. 21. De cada documento junto, a que precederá despacho do 
encarregado do inquérito, o escrivão lavrará o respectivo termo, 
mencionando a data”. 
 
Contendo o rol de providencias a serem executadas pelo escrivão. 
 
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 CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - 2020 
Obs: Citação ao investigado. Chamamento do Acusado a investigação em 
apuração. Caso queira constituir advogado para acompanhar a causa, poderá fazê-lo. No caso 
de haver advogado, o mesmo terá direito a examinar as peças, nos termos da Lei 13.245, de 12 
de janeiro de 2016 (alterou o Estatuto dos Advogados, art. 7° dos incisos XIV e XXI da Lei 8.906, 
de 4 de julho de 1994). 
 
9. Termo de Recebimento 
Quando do recebimento dos Autos pelo Escrivão. 
 
10. Certidão 
Certifica que as determinações contidas no Despacho foram cumpridas. 
 
11. Juntada 
Previsto no art. 21 Parágrafo único CPPM: “De cada documento junto, a que 
precederá despacho do encarregado do inquérito, o escrivão lavrará o respectivo termo, 
mencionando a data”. 
OBS: Como se vê Recebimento, Certidão e Juntada são peças distintas, 
elaboradas com objetivos distintos, devendo serem elaboradas cada qual a seu tempo, para que 
atenda suas respectivas finalidades. 
 
12. Das providências 
Ofícios e documentos - determinadas pelo Encarregado e executadas pelo 
Escrivão, as 2ª vias devem ser inseridas em ordem cronológica nos Autos de IPM. 
 
13. O Encarregado observará a previsão contida no artigo 13 do CPPM, que trata da formação 
do inquérito. 
 
14. Das providências adotadas pelo Encarregado 
 
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 CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - 2020 
Destacamos as oitivas e sua sequência. Observe-se que em todos os termos 
constam a expressão “aos costumes disse nada”, sendo essa a oportunidade que o depoente 
tem de expressar seu vínculo com alguma das partes: se é parente, em que grau, afinidade, suas 
relações com qualquer deles e outras informações nesse contexto. Assim, a expressão deverá, 
a exemplo, constar da seguinte forma: “aos costumes disse ser inimigo do indiciado”, ou “ aos 
costumes disse ser tio do ofendido”, “aos costumes disse ser sócio do ofendido”. Observe-se que 
essas informações são importantes na tomada das declarações a termo, vez que, conforme 
previsão do §2º do art. 296, não se pode obrigar cônjuge, descendente, ascendente ou irmão a 
produzir provas contra o Indiciado: 
A) Oitiva do Ofendido: O ofendido não assume o compromisso em dizer a verdade, nos termos da 
lei. Entretanto, deve ser alertado quanto ao crime de denunciação caluniosa, art. 339 (CP) e art. 
343 (CPM, para os militares estaduais), em caso de dolo. O termo utilizado para a transcrição da 
denúncia do Ofendido é o Termo de Declaração do Ofendido; 
B) Oitiva de Testemunha: A testemunha deve ser alertada sobre a pratica de falso testemunho, 
previsto no art. 342 (CP) e 346 (CPM, para os militares estaduais), devendo assumir o 
compromisso com a verdade, observando-se o que prescreve o artigo 352 do CPPM. Nos termos 
do §2º do art. 352, não se deferirá compromisso às pessoas a que ele se refere e ao artigo 354, 
ambos do CPPM. O termo utilizado para a transcrição das informações é denominado Termo de 
Inquirição de Testemunha (para os compromissados) ou Termo de Declaração de Testemunha 
(para os não compromissados na forma da lei); 
C) Oitiva do Indiciado: O Indiciado não assume o compromisso em dizer a verdade. Nos termos 
do §2 do art. 296 CPPM, o Indiciado não é obrigado a produzir provas contra si, podendo até 
mesmo se manifestar somente em juízo, Inciso LXIII, do art. 5º da CF/88. O Termo utilizado para 
a transcrição das informações do Indiciado é denominado Termo de Interrogatório. 
Observe-se que, a oitiva de menores de idade deve ser feita na presença de 
seus pais ou a quem detém a tutela. O mesmo deve ser observado aos que a lei define como 
incapazes, devendo ser inquiridos na presença de seus curadores. 
Devem ser extraídas cópias dos documentos dos inquiridos para finsde 
instrução dos Autos. 
 
 
 
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 CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - 2020 
15. Termo de Conclusão 
Elaborada pelo escrivão. Peça que antecede o relatório do Encarregado. 
Deixamos de elencar todas as providências a serem adotadas e peças que podem ser inseridas 
no IPM, as quais antecedem a conclusão, tendo em vista que há diversidade de objetos a serem 
investigados e suas especificidades (ex: laudos periciais, degravações, fotos, escalas de serviço, 
extratos de elogios e punições, certidões de diligências, termos de reconhecimento, acareações 
dentre outras). 
 
16. Relatório 
O Relatório descreverá de forma minuciosa como se deram os fatos, buscando 
na Lei, na Jurisprudência e na Doutrina a fundamentação legal para se decidir pela existência ou 
não de crime ou Transgressão Disciplinar. 
O relatório deverá responder ao que foi questionado na Portaria de 
Nomeação/Designação. Deve-se observar os despachos contidos nos documentos anexos à 
Portaria. 
Concluir pela existência de crime comum ou crime militar (ou ambos) e pela 
existência ou não de transgressão da Disciplina militar. 
Obs: Alguns Encarregados estão concluindo pela existência, ou não de crime 
civil. Veja: é crime militar, ou crime comum, ou ambos, mas não crime civil (exceto que não tiver 
pago pensão alimentícia, salvo melhor juízo. Quais são os crimes civis?. 
Quanto ao crime, realizar a tipificação. 
Quanto a transgressão, realizar o enquadramento. 
 
17. Termo de Encerramento 
Peça assinada pelo Encarregado do procedimento, encerrando sua parte nos 
Autos, o qual deverá ser encaminhado a Autoridade Delegante para a devida Solução. 
18. Termo de Remessa/Ofício de Remessa – Ofício de encaminhamento dos Autos. 
Assinado pelo Encarregado. 
 
 
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19. Solução. 
Elaboração pela autoridade de polícia judiciária militar que determinou a 
instauração. 
* Destacamos que, todas as peças produzidas pelo Encarregado e pelo 
Escrivão devem ser datadas e assinadas. 
 
Check List em Termo de Correição em IPM 
Estes itens devem ser observados pelo Escrivão do Procedimento, a fim de 
evitar o transtorno de uma devolução dos autos para complemento ou correção. 
 
Cabeçalho 
1. Número do Termo de Correição. 
2. Procedimento Administrativo. (Port. N°. 000/IPM/CORREG/PMMS/2016). 
3. Ano. 
 
Introdução 
4. Dia, mês e ano e Autoridade a que será submetido o termo (em 
concordância com a patente ou antiguidade da Autoridade instauradora). 
 
Identificação do Procedimento Administrativo 
5. Número da Portaria, tipo de procedimento administrativo, data, mês e ano. 
6. Unidade da Autoridade instauradora. 
7. Patente, quadro ao qual pertence, nome completo e matrícula do Oficial 
encarregado. 
8. Patente ou graduação, quadro a que pertence, nome completo e matrícula 
dos Policiais Militares investigados. 
9. Observações sobre o objeto da investigação. 
10. Documento de origem. 
 
Formalidades Legais 
11. Autuação, Portaria de Instauração, Portaria de Nomeação, Perícia, 
Escrivão, Compromisso Legal, Numeração e Rubrica, Relatório, Oitiva do investigado, Oitiva de 
 
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testemunhas, Oitiva do Ofendido, Solução, Prorrogação, Cumprimento de Prazo, Ordem 
cronológica das peças. 
12. Observações gerais sobre existência de Laudos. 
 
Erros Formais 
13. Autuação. Primeira folha a ser contabilizada, não recebendo carimbo ou 
numeração. 
14. Portaria de Instauração. Segunda folha dos Autos de IPM. 
15. Portaria de Nomeação e peças que a instruem. 
16. Designação de escrivão. 
17. Compromisso do Escrivão. 
18. Despacho. 
19. Numeração das folhas. Cada folha recebe apenas um número, na parte 
superior central da frente da lauda (orientação do Ministério Público Estadual), item 1.23, da 
Recomendação n°. 01/2014 de 10 de abril de 2014). O verso é contabilizado com o mesmo 
número constante da frente da folha, acrescido da letra v. A legislação silencia sobre carimbar o 
verso da lauda, porém, pelos usos e costumes militares, não se deve fazê-lo. 
20. Cumprimento de todos os quesitos elaborados pelo representante do 
Ministério Público com indicação das folhas. Quando o descumprimento é por causas alheias a 
vontade do Encarregado não configura erros formais e sim observações às formalidades legais. 
21. Abertura do 2° volume quando os autos atingirem 200 folhas. 3° volume 
quando atingir 400 folhas. 
22. Assinatura ou rubrica do encarregado, escrivão e depoente no termo. 
23. Publicação da Solução em BR quando o investigado for Oficial. 
24. Termo de Recebimento e Exame de Material para avaliar qualquer bem 
recebido (armas computadores etc.). 
25. Inserção de Termo de Cautela ou Termo de Responsabilidade para bens 
extraviados. 
26. Inserção de documento com chancela “RESERVADO”. 
27. Oitiva de testemunhas fáticas. Compromisso em dizer a verdade na forma 
da lei. 
28. Oitiva de testemunha menor na presença dos PAIS, RESPONSÁVEIS ou 
TUTORES. Ver art. 206. 
 
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29. Oitiva de testemunha Doente Mental ou Portadora de Deficiência Mental 
na presença do CURADOR. Não assumem o compromisso em dizer a verdade, ver art. 208 do 
CPP. 
30. Substituição do Encarregado com a devida Portaria de Substituição. 
31. Substituição do Escrivão com a devida justificativa e confecção do Termo 
de Compromisso do Escrivão. 
32. Carimbo de “EM BRANCO” no verso das laudas. 
33. Cumprimento dos prazos pelo Encarregado. 
34. Nos crimes que deixam vestígios devem ser anexados os Laudos 
correspondentes (Lesão Corporal – Laudo de Exame de Corpo de Delito; Homicídio – Laudo 
de Exame de Corpo de Delito – Necroscópico; Drogas - Laudo de Exame Toxicológico; Disparo 
de arma de fogo – Laudo de Eficiência em Arma de Fogo, e outros). 
35. Existência de escala de serviço. 
36. Existência de Ficha de Alterações: Elogios e Punições. 
37. Investigado não assume o compromisso em dizer a verdade. 
 
Do Relatório 
Lógica no desenvolvimento da tese. 
Se a conclusão atende ao que foi requisitado na Portaria de Nomeação e nos 
despachos que motivaram a instauração do IPM 
 
Da Solução 
Se o destino dado ao Auto de IPM e suas cópias estão em concordância com 
o que restou apurado. Ex: IPM destina-se ao Ministério Público. Cópias podem ir para a DGPL 
para baixa de material. Se é material bélico a publicação deve ser em BR. Se a investigação é 
quanto a Certificado de Conclusão falso, se está sendo remetida cópia para a DRSP (Diretoria 
de Recrutamento Seleção e Promoção) para exclusão do Soldado das fileiras da Corporação, 
caso entenda cabível, cancelamento de matrícula nos cursos de formação de Cabos, Sargentos 
e outros. 
Observações: 
IPM não pode ser restituído pela Corregedoria Geral para cumprimento de 
Cota. Somente nos casos em que o representante do Ministério Público requisita (determina) o 
cumprimento de Cota. 
 
 
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IPM não pode ser sobrestado, pois não existe amparo legal previsto no 
CPPM. 
 
Caso haja a necessidade de afastamento do Encarregado (qualquer motivo 
que o impeça de concluir os Autos dentro do prazo), deve ser feita a substituição, através de 
confecção da Portaria de Substituição do Encarregado, a qual possuirá a mesma numeração da 
Portaria de Nomeação original e essa informação deverá constar no SISCORREGno ambiente 
digital gerado pela portaria original. 
Os prazos continuam a correr, devendo o novo Encarregado concluir a 
investigação no prazo que restou. 
Não se confecciona novamente a Portaria de Instauração, Designação de Escrivão ou o 
Compromisso (estes já foram providenciados e não houve alteração). 
 
 
B) Investigação Preliminar (IP) 
Finalidade. 
O Comandante da OPM, Seção ou Diretoria ao tomar conhecimento de fato 
irregular e não tiver subsídios suficientes para a instauração imediata de Sindicância, deverá 
mandar investigar o evento, a fim de coletar outras informações, a esse procedimento dá-se o 
nome de Investigação Preliminar, que é meio de apuração informal de fato irregular. 
 
Prazo de conclusão da IP 
A investigação preliminar, que por si só não é meio formal de investigação, 
deverá ser concluída no prazo máximo de 08 (oito) dias, e finalizada por relatório que apontará 
quais as medidas complementares necessárias. (art. 69 do IPA) 
 
Relatório da IP 
Havendo necessidade de coleta de provas por meio de oitivas, bem como de 
diligências que requeiram medidas mais complexas, o Encarregado da investigação deverá 
encerrar suas atividades, propondo em seu relatório a instauração de Sindicância ou de IPM. 
(Art. 69, §3º) 
 
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C) Sindicância 
* Essencial a utilização da IPA 
 
Finalidade: 
Busca encontrar responsabilidades administrativas, por ato praticado pelo 
servidor. Não serve para apuração de Crimes e/ou aplicação de penalidades, conforme o artigo 
66 da IPA: 
Objetos de investigação 
Art. 66 A Sindicância é o meio sumário de investigação de: 
I – danos no patrimônio do Estado sob administração da Polícia Militar, 
compreendidos os conveniados, provocados por policial militar ou pelo civil; 
II – danos no patrimônio e ou integridade física de terceiros, decorrentes da 
atividade policial; 
III – acidente pessoal de servidor militar ocorridos em razão do serviço ou "in 
itinere"; 
IV – ato de bravura; 
V – atos indecorosos e indignos para o exercício da função policial militar; 
VI – outros fatos de índole administrativa, quando necessário procedimento 
formal de apuração; 
VII - conduta indisciplinada do policial militar apenado com reiteradas punições 
disciplinares, cujos benefícios educativos não surtem mais efeitos para a 
correição do seu comportamento. 
 
Finalidade 
§ 1º A sindicância tem caráter meramente inquisitorial, dispensado o 
contraditório e ampla defesa, possuindo como finalidade precípua a apuração de 
fato ou ato, que necessite reunir informações sobre a autoria, materialidade, 
responsabilidade, circunstâncias da ocorrência, dimensão do prejuízo ou 
benefício, data e local. É uma instrução provisória com elementos probantes que, 
conforme solução poderá gerar e subsidiar a propositura do processo 
administrativo e/ou inquérito policial militar. 
 
Proibição em caso de crime militar 
§ 2º É proibida a instauração de sindicância para apuração de fatos, onde as 
evidências iniciais apontam pela ocorrência de crime militar 
 
Norma Vigente 
Atualmente está em vigor a Portaria nº 065/PM-1/EMG/2019, de 10 de julho de 
2019, publicado no BCG nº 146, de 05 de agosto de 2019 – suplemento II, que aprovou as 
Instruções do Processo Administrativo na PMMS. Encontraremos nela as principais diretrizes 
que regulam a instauração e trâmite do procedimento administrativo denominado Sindicância. 
 
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Segundo a Norma, Sindicância é meio sumário de investigação de fatos de 
índole administrativa, quando necessário procedimento formal de apuração. (Art. 66) 
 
Fiscalização e Saneamento Primário 
A autoridade competente para instaurar o processo é a responsável pela 
fiscalização e pelo saneamento dos atos praticados. (Art. 8º) 
A autoridade instauradora é responsável primeira pela apreciação da 
Sindicância, sob os aspectos da legalidade, do mérito e formais. (Art. 79) 
 
Designação de Escrivão 
Não é mais obrigatória a designação de escrivão. Caso seja nomeado, este 
providenciará para que sejam cumpridas as determinações do Encarregado e para que estejam 
em ordem e em dia as peças e os termos da Sindicância, cabendo-lhe, ainda, o controle dos 
prazos. Constará dos autos, logo após a designação do escrivão, o compromisso deste de bem 
e fielmente cumprir as normas pertinentes ao processo, e de manter sigilo. A designação de 
Escrivão para Sindicância caberá ao respectivo Presidente, se não tiver sido feita pela autoridade 
que instaurou, recaindo em Oficial Subalterno, se o sindicado for Oficial, e em Sargento, 
Subtenente ou Aspirante-a-Oficial nos demais casos. (Art. 67, § 4º) 
Proibição para Crimes Militares 
É proibida a instauração de sindicância para apuração de crimes militares. (Art. 
66, §2º) 
 
Objetivos 
A instauração da sindicância é baseada em notícia do fato administrativo a ser 
apurado, cabendo às investigações a busca de provas de autoria e materialidade. (Art. 66) 
 
Autoridade Competente 
A sindicância será instaurada através de portaria, e será conduzida por Oficial 
ou Aspirante-a-Oficial, quando a própria autoridade não desejar conduzi-la. (Art. 67, §3º) 
 
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Proibição de Arquivamento 
É proibido arquivar sindicância antes de seu término formal, a portaria não pode 
ser revogada ou invalidada sem fundamento legal. (Art. 72) 
 
Substituição do Encarregado 
A substituição do Encarregado da Sindicância ocorrerá por despacho motivado 
da autoridade competente ou autoridade funcional superior, devendo ser aposto nos autos. (Art. 
73, §3º) 
 
Relatório 
Elementos que devem estar contidos no Relatório da Sindicância. (Art. 77) 
Prazos 
O prazo para conclusão da sindicância é de 30 (trinta) dias, a contar da data 
do termo de recebimento, prorrogáveis por até 30 (trinta) dias pela autoridade instauradora. 
Esgotados estes prazos, deverão ser solicitados novos prazos, à autoridade imediatamente 
superior à instauradora, os quais não excederão a 90 (noventa) dias. (Art. 78). 
 
Justificativa para prorrogação 
Os pedidos de prorrogação de prazo devem ser justificados diante da real 
necessidade de complementação do feito, devendo ser consignados no documento de 
solicitação os atos complementares, os motivos de sua pendência, e devem ser acompanhados 
dos autos para que a autoridade competente realize a necessária auditoria, certificando seu 
resultado no documento em que deliberar sobre a concessão ou não de prazo. (Art. 78) 
 
Solução 
Elementos que devem estar inseridos na Solução. (Art. 79) 
 
 
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Elaboração em duas vias e local de Arquivo 
Os autos da Sindicância devem ser elaborados em, no mínimo, duas vias, 
devendo uma ficar arquivada na OPM. 
Sugere-se que a OPM mantenha cópia digitalizada dos autos - escaneada, por 
exemplo. (Item 15 Orientações Correg1) 
 
Organização das peças 
Organização mínima das peças: 1º) Capa2; 2º) Autuação (é a primeira folha a 
ser contada, mas não é numerada); 3º) Portaria de Designação e seus anexos (a numeração 
começa a partir dessa portaria); 4º) Termo de Abertura; 5º) Designação do Escrivão; 6º) Termo 
de Compromisso do Escrivão; 7º) Despacho do Encarregado; 8º) Rec. Cert. Junt.; 9º) Termo de 
Conclusão; 10º) Relatório; 11º) Termo de encerramento 12º) Guia de Recebimento e Remessa 
ou Oficio de encaminhamento dos Autos. (item 16 Orientações Correg). 
 
Volumes 
Quando houvermais de um volume (cada volume é composto por 200 folhas, 
incluindo o termo de encerramento do volume) os mesmos devem estar unidos com barbantes, 
bem como, os autos da ATD devem ser apensados aos autos da sindicância e nunca “anexados” 
no corpo da mesma. (item 17 Orientações Correg). 
 
Sequência das Peças 
Capa 
Com identificação da Portaria, Encarregado, Indiciado e objeto da 
investigação). Caso haja mais de um volume na capa deverá consta o número do volume a que 
se refere. 
 
Autuação 
 
1 Corregedoria da PMMS. Orientações para elaboração de Sindicância no âmbito da PMMS. Publicada no BCG nº 072/2013. 
2 Para proteger o procedimento evitando que os autos sujem ou rasguem com facilidade. 
 
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(assinada pelo escrivão). 
(sem escrivão, assinada pelo Encarregado) 
 
Portaria de Nomeação e anexos que instruem a Portaria. 
Deve ser observado que no texto deverá constar a delegação da atribuições 
Policiais Militares. 
 
Guia de Remessa 
(ou outros documentos que o encaminharam, alocados após a Portaria de 
Nomeação e anexos). 
 
Termo de Abertura 
Observar esta diferença, pois no IPM esta peça se chama Portaria de 
instauração. 
 
Designação do Escrivão 
Nos termos do artigo 64, §4°das IPA. A designação de escrivão não é 
obrigatória em Sindicância. 
O Encarregado não designa/nomeia escrivão caso a Autoridade Delegante já 
o tenha feito mediante a Portaria de Nomeação. 
 
Termo de Compromisso do Escrivão 
 Nos termos do parágrafo único, do artigo 16 das IPA (caso tenha escrivão). 
 
Despacho do Encarregado 
Contendo o rol de providencias a serem executadas pelo escrivão (caso tenha 
escrivão). 
 
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Obs: Citação ao investigado. Chamamento do Sindicado a investigação em 
apuração. Caso queira constituir advogado para acompanhar a causa, poderá fazê-lo. No caso 
de haver advogado, o mesmo terá direito a examinar as peças, nos termos da Lei 13.245, de 12 
de janeiro de 2016 (alterou o Estatuto dos Advogados, art. 7° dos incisos XIV e XXI da Lei 8.906, 
de 4 de julho de 1994). 
 
Termo de Recebimento (caso tenha escrivão) 
 
Certidão (caso tenha escrivão) 
 
Juntada (caso tenha escrivão) 
Das providências (ofícios e documentos) determinadas pelo Encarregado e 
executadas pelo Escrivão, as 2ª vias devem ser inseridas em ordem cronológica nos Autos. 
O Encarregado observará as previsões constantes das IPA. Casos Omissos, 
art. 4º. 
Das providências adotadas pelo Encarregado destacamos as oitivas e sua 
sequência. Observe-se que em todos os termos constam a expressão “aos costumes disse 
nada”, sendo essa a oportunidade que o depoente tem de expressar seu vínculo com alguma 
das partes: se é parente, em que grau, afinidade, suas relações com qualquer deles e outras 
informações nesse contexto. Assim, a expressão deverá, a exemplo, constar da seguinte forma: 
“aos costumes disse ser inimigo do indiciado”, ou “ aos costumes disse ser tio do ofendido”, “aos 
costumes disse ser sócio do ofendido”. Observe-se que essas informações são importantes na 
tomada das declarações a termo, vez que, conforme previsão do §2º do art. 296, não se pode 
obrigar cônjuge, descendente, ascendente ou irmão a produzir provas contra o Indiciado: 
 
A) Oitiva do Ofendido: O ofendido não assume o compromisso em dizer a verdade, 
nos termos da lei. Entretanto, deve ser alertado quanto ao crime de denunciação 
caluniosa, art. 339 (CP) e art. 343 (CPM, para os militares estaduais), em caso de 
dolo. O termo utilizado para a transcrição da denúncia do Ofendido é o Termo de 
Inquirição do Ofendido; 
 
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B) Oitiva de Testemunha: A testemunha deve ser alertada sobre a pratica de falso 
testemunho, previsto no art. 342 (CP) e 346 (CPM, para os militares estaduais), 
devendo assumir o compromisso com a verdade, observando-se o que prescreve o 
artigo 352 do CPPM. Nos termos do §2º do art. 352, não se deferirá compromisso às 
pessoas a que ele se refere e ao artigo 354, ambos do CPPM. O termo utilizado para 
a transcrição das informações é denominado Termo de Depoimento de Testemunha 
(para os compromissados) ou Termo de Declaração de Testemunha (para os não 
compromissados na forma da lei); 
C) Oitiva do Investigado: O Investigado não assume o compromisso em dizer a 
verdade. Nos termos do §2 do art. 296, o Investigado não é obrigado a produzir 
provas contra si, podendo até mesmo se manifestar somente em juízo, Inciso LXIII, 
do art. 5º da CF/88. O Termo utilizado para a transcrição das informações do 
Investigado é denominado Termo de Inquirição do Sindicado. 
 
Observe-se que, a oitiva de menores de idade deve ser feita na presença de 
seus pais ou a quem detém a tutela. 
O mesmo deve ser observado aos que a lei define como incapazes, devendo 
ser inquiridos na presença de seus curadores. 
Não existe a figura do tutor ou curador “ad hoc”. Essas pessoas (Tutor e 
Curador) são nomeadas pelo juiz e não pelo Encarregado de procedimento ADM. 
Devem ser extraídas cópias dos documentos dos inquiridos para fins de 
instrução dos Autos. 
 
Termo de Conclusão (Caso tenha escrivão) 
(Elaborada pelo escrivão). Peça que antecede o relatório do Encarregado. 
Deixamos de elencar todas as providências a serem adotadas e peças que podem ser inseridas 
na SIND, as quais antecedem a conclusão, tendo em vista que há diversidade de objetos a serem 
investigados e suas especificidades (ex: laudos periciais, degravações, fotos, escalas de serviço, 
extratos de elogios e punições, certidões de diligências, termos de reconhecimento, acareações 
dentre outras). 
Relatório 
 
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Concluir pela existência, ou não, de crime comum ou crime militar (ou ambos) 
e pela existência, ou não, de transgressão da Disciplina Policial Militar. 
Quanto ao crime, realizar a tipificação. 
Quanto a transgressão, realizar o enquadramento. 
Termo de Encerramento 
Termo assinado pelo Encarregado, encerrando sua parte dos Autos, o qual será 
encaminhado para a autoridade delegante para a devida Solução. 
 
Termo de Remessa ou Ofício de Remessa - (assinada pelo Encarregado) 
 
Solução. 
Salientamos que, todas as peças produzidas pelo Encarregado e pelo Escrivão 
devem ser datadas e assinadas. 
 
Check List em Termo de Correição em SIND 
 
Estes itens devem ser observados pelo Escrivão do Procedimento, a fim de 
evitar o transtorno de uma devolução dos autos para complemento ou correção. 
 
Cabeçalho 
1. Número do Termo de Correição. 
2. Procedimento Administrativo. 
3. Ano. 
 
Introdução 
4. Dia, mês e ano e Autoridade a que será submetido o termo (em concordância com a patente 
ou antiguidade da Autoridade instauradora). 
 
Identificação do Procedimento Administrativo 
5. Número da Portaria, tipo de procedimento administrativo, data, mês e ano. 
6. Unidade da Autoridade instauradora. 
 
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7. Patente, quadro ao qual pertence, nome completo e matrícula do Oficial encarregado. 
8. Patente ou graduação, quadro a que pertence, nome completo e matrícula dos Policiais 
Militares investigados. 
9. Observações sobre o objeto da investigação. 
10. Documento de origem. 
 
Formalidades Legais 
11. Autuação, Portariade Nomeação, Perícia, Escrivão, Compromisso Legal, Numeração e 
Rubrica, Relatório, Oitiva do investigado, Oitiva de testemunhas, Oitiva do Ofendido, Solução, 
Prorrogação, Cumprimento de Prazo, Ordem cronológica das peças. 
12. Observações gerais sobre existência de Laudos. 
 
Erros Formais 
13. Autuação. Primeira folha a ser contabilizada, não recebendo carimbo ou numeração. 
14. Portaria de Nomeação e peças que a instruem. 
15. Termo de Abertura. 
16. Designação de escrivão. 
17. Compromisso do Escrivão. 
18. Despacho. 
19. Numeração das folhas. Cada folha recebe apenas um número, na parte superior central da 
frente da lauda (orientação do Ministério Público Estadual), item 1.23, da Recomendação n°. 
01/2014 de 10 de abril de 2014). O verso é contabilizado com o mesmo número constante da 
frente da folha, acrescido da letra v. A legislação silencia sobre carimbar o verso da lauda, porém, 
pelos usos e costumes militares, não se deve fazê-lo. 
20. Cumprimento de todos os quesitos elaborados pelo representante do Ministério Público com 
indicação das folhas. Quando o descumprimento é por causas alheias a vontade do Encarregado 
não configura erros formais e sim observações às formalidades legais. 
21. Abertura do 2° volume quando os autos atingirem 200 folhas. 3° volume quando atingir 400 
folhas. 
22. Assinatura ou rubrica do encarregado, escrivão e depoente no termo. 
23. Publicação da Solução em BR quando o investigado for Oficial. 
24. Termo de Recebimento e Exame de Material para avaliar qualquer bem recebido (armas 
computadores etc.). 
25. Inserção de Termo de Cautela ou Termo de Responsabilidade para bens extraviados. 
 
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26. Inserção de documento com chancela “RESERVADO”. O certo seria desclassificar o 
documento. Existe lei que define o que deve ser feito com documentos com classificação. 
27. Oitiva de testemunhas fáticas. Compromisso, ou não, em dizer a verdade na forma da lei. 
28. Oitiva de testemunha menor na presença dos PAIS, RESPONSÁVEIS ou TUTORES. Ver 
art. 206. 
29. Oitiva de testemunha Doente Mental ou Portadora de Deficiência Mental na presença do 
CURADOR. Não assumem o compromisso em dizer a verdade, ver art. 208 do CPP. 
30. Substituição do Encarregado com a devida Portaria de Substituição. 
31. Substituição do Escrivão com a devida justificativa e confecção do Termo de Compromisso 
do Escrivão. 
32. Carimbo de “EM BRANCO” no verso das laudas. 
33. Cumprimento dos prazos pelo Encarregado. 
34. Nos crimes que deixam vestígios devem ser anexados os Laudos correspondentes (Lesão 
Corporal – Laudo de Exame de Corpo de Delito; Homicídio – Laudo de Exame de Corpo de 
Delito – Necroscópico; Drogas - Laudo de Exame Toxicológico; Disparo de arma de fogo – 
Laudo de Eficiência em Arma de Fogo, e outros). 
35. Existência de escala de serviço. 
36. Existência de Ficha de Alterações: Elogios e Punições. 
37. Investigado não assume o compromisso em dizer a verdade. (Art. 5°, inciso LXIII da CF/88). 
 
Do Relatório 
Lógica no desenvolvimento da tese. 
Se a conclusão atende ao que foi requisitado na Portaria de Nomeação e nos despachos que 
motivaram a instauração da SIND. 
 
Da Solução 
Se o destino dado ao Auto de SIND e suas cópias estão em concordância com o que restou 
apurado. Ex: SIND destina-se ao Ministério Público, pela existência de crime. Cópias podem ir 
para a DGPL para baixa de material. Se é material bélico a publicação deve ser em BR. Se a 
investigação é quanto a Certificado de Conclusão falso, se está sendo remetida cópia para a 
DRSP (Diretoria de Recrutamento Seleção e Promoção) para exclusão do Soldado das fileiras 
da Corporação, caso entenda cabível, cancelamento de matrícula nos cursos de formação de 
Cabos, Sargentos e outros. 
Foram observados 15 (quinze) destinos diversos em Sindicância. 
 
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 CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - 2020 
 
Observações: 
Sindicância pode ser restituído pela Corregedoria Geral para cumprimento de 
Cota. 
Sindicância pode ser sobrestada, entretanto, deve atender o art. 49 (observá-
lo na íntegra), art. 50, 51-A. 
Caso haja a necessidade de afastamento do Encarregado (qualquer motivo que 
o impeça de concluir os Autos dentro do prazo), deve ser feita a substituição, através de 
confecção da Portaria de Substituição do Encarregado, a qual possuirá a mesma numeração da 
Portaria de Nomeação original e essa informação deverá constar no SISCORREG no ambiente 
digital gerado pela portaria original. 
Os prazos continuam a correr, devendo o novo Encarregado concluir a 
investigação no prazo que restou. 
Não se confecciona novamente a Portaria de Instauração, Designação de 
Escrivão ou o Compromisso (estes já foram providenciados e não houve alteração). 
 
C) Apuração de Transgressão Disciplinar (ATD) 
* Essencial a utilização do Estatuto da PMMS e do RDPMMS 
Segundo a IPA as faltas leve, média e grave serão apuradas através de 
Procedimentos Disciplinares previstos nos artigos 235 a 241, assegurando sempre o direito de 
ampla defesa e o contraditório, para posterior imposição de sanção administrativa, se for o caso. 
Os procedimentos relativos às faltas disciplinares cometidas pelos policiais 
militares serão processados através de Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar, 
obedecidos os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. 
 
Alegações de defesa (art. 236) 
Recebida e processada a parte, será entregue o Formulário de Apuração de 
Transgressão Disciplinar ao policial militar arrolado como autor do(s) fato(s) que aporá o seu 
ciente na 1ª via e permanecerá com a 2ª via, tendo, a partir de então, três dias úteis, para 
apresentar, por escrito (de próprio punho ou impresso) e assinado, suas alegações de defesa, 
no verso do formulário; 
 
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Prorrogação de prazo 
Em caráter excepcional, sem comprometer a eficácia e a oportunidade da ação 
disciplinar, o prazo para apresentar as alegações de defesa poderá ser prorrogado, 
justificadamente, pelo período que se fizer necessário, a critério da autoridade competente, 
podendo ser concedido, ainda, pela mesma autoridade, prazo para que o interessado possa 
produzir as provas que julgar necessárias à sua defesa; 
 
Renúncia à defesa 
Caso não deseje apresentar defesa, o policial militar deverá manifestar esta 
intenção, de próprio punho, no verso do Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar; 
Se o policial militar não apresentar, dentro do prazo, as razões de defesa e não 
manifestar a renúncia à apresentação da defesa, nos termos do inciso III, a autoridade que 
estiver conduzindo a apuração do fato certificará no Formulário de Apuração de Transgressão 
Disciplinar, juntamente com duas testemunhas, que o prazo para apresentação de defesa foi 
concedido, mas o policial militar permaneceu inerte; 
Conclusão e julgamento 
Cumpridas as etapas anteriores, a autoridade competente para aplicar a 
punição emitirá conclusão escrita, quanto à procedência ou não das acusações e das alegações 
de defesa, que subsidiará a análise para o julgamento da transgressão; 
 
Decisão e encerramento 
Finalizando, a autoridade competente para aplicar a punição emitirá a decisão, 
encerrando o processo de apuração. 
Forma e Escrituração 
Artigo 237. O processo terá início com o recebimento da comunicação da ocorrência, sendo 
processado no âmbito do comando que tem competência para apurar a transgressão disciplinar 
e aplicar a punição, observando-se: 
 
 
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Preenchimento do formulário 
O preenchimento do Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar se 
dará sem emendas ou rasuras, segundo o modelo constante do anexo destas Instruções; 
 
Escrita e redação 
Os documentos escritos de próprio punho deverão ser confeccionados com 
tinta azul ou preta e com letra legível; 
 
Qualificação do transgressor 
A identificação do policial militar arrolado como autor do(s) fato(s) deverá ser a 
mais completa possível, mencionando-se grau hierárquico, nome completo, seu número (se for 
o caso), identidade, subunidade ou organização em que serve etc.; 
 
Razões de defesa escritas 
As justificativas ou razões de defesa, de forma sucinta, objetiva e clara, sem 
conter comentários ou opiniões pessoais e com menção de eventuais testemunhas serão 
aduzidas por escrito, de próprio punho ou impresso, no verso do Formulário de Apuração de 
Transgressão Disciplinar na parte de JUSTIFICATIVAS/RAZÕES DE DEFESA, pelo policial 
militar e anexadas ao processo. Se desejar, poderá anexar documentos que comprovem suas 
razões de defesa e aporá sua assinatura e seus dados de identificação; 
 
Razões de defesa. Decisão final 
Após analisar a defesa do policial militar e julgar suas justificativas ou razões, 
a autoridade competente lavrará, de próprio punho, sua decisão, consignando a data e local da 
análise; 
Registro. Publicidade 
Ao final da apuração, será registrado no Formulário de Apuração de 
Transgressão Disciplinar o número do boletim interno que publicar a decisão da autoridade 
competente. 
 
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 CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - 2020 
 
Apresentação da Defesa 
Artigo 238. As razões de defesa serão apresentadas no verso do Formulário 
de Apuração de Transgressão Disciplinar, podendo ser acrescidas mais folhas se necessário. 
 
Recursos 
Artigo 239. Contra o ato da autoridade competente que aplicar a punição 
disciplinar, publicado em Boletim, podem ser impetrados os recursos regulamentares peculiares 
da Polícia Militar. 
 
Identificação do Processo 
Artigo 240. Na publicação da punição disciplinar, deverá ser acrescentado, 
entre parênteses e após o texto da Nota de Punição, o número e a data do respectivo processo. 
 
Local de Arquivamento 
Artigo 241. O processo será arquivado na OPM do policial militar arrolado. 
 
Obrigatoriedade 
Artigo 242. Os procedimentos formais previstos neste título serão adotados, 
obrigatoriamente, nas apurações de transgressões disciplinares que redundarem em punições 
publicadas em boletim interno e transcritas nos assentamentos do policial militar. 
 
Presença de Advogado 
Artigo 243. Nos procedimentos disciplinares processados através de 
Formulário de Apuração de Transgressão Disciplinar, não é obrigatória a presença e 
acompanhamento por parte de advogado. 
 
 
 
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Outras questões disciplinares 
*Punição de PM reformado e a inaplicabilidade da sumula 56 STF 
Súmula 56 do STF (Militar reformado não esta sujeito a sanção disciplinar). 
É plenamente possível a submissão do policial militar reformado à Apuração 
de Transgressão Disciplinar, bem como, a Punição Disciplinar. 
E mais, 
Havendo expressa previsão na legislação quanto à aplicação de sanção 
disciplinar aos militares reformados, é de ser afastada a incidência da Súmula nº 56 do Supremo 
Tribunal Federal. 
Com efeito, o Decreto Estadual nº 1.260/81 que trata do Regulamento 
Disciplinar da PMMS (RDPM/MS), dispõe que estão sujeitos ao Regulamento os policiais 
militares na ativa e os na inatividade. 
Art. 8° - Estão sujeitos a este Regulamento os policiais 
militares na ativa e os na inatividade. 
 
Em seguida o retrocitado artigo é corroborado pelo artigo 9º, que determina: 
 
Art. 9° - As disposições deste Regulamento aplicam-se 
aos policiais militares na inatividade quando, ainda que no meio civil, se 
conduzam, inclusive por manifestações através da imprensa, de modo a 
prejudicar os princípios da hierarquia, da disciplina, do respeito e do 
decoro policial militar. (Grifamos) 
Por sua vez, a Lei Complementar Estadual nº 053/90, que trata do Estatuto dos 
Policiais Militares do Estado de Mato Grosso do Sul, em seu artigo 4º, § 1º, alínea “b”, fornece-
nos o esclarecimento necessário quanto ao termo “inatividade”: 
Art. 4° Os integrantes da PMMS, em razão da 
destinação constitucional da Corporação e das Leis vigentes, são 
servidores públicos militares estaduais denominados policiais-militares. 
§ 1° Os policiais-militares encontram-se em uma das 
seguintes situações: 
 
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a) na ativa: 
I - os policiais-militares de carreira: 
II - os incluídos na Polícia Militar, voluntariamente, 
durante os prazos a que se obrigarem a servir: 
III - os convocados e os designados; 
IV - os alunos de órgãos de formação de policiais-
militares. 
b) na inatividade: 
I - na reserva remunerada, quando pertencerem à 
reserva da Corporação e perceberem remuneração do Estado de Mato 
Grosso do Sul, porém sujeitos ainda, à prestação de serviços na ativa, 
mediante convocação; 
II - reformados, quando tendo passado por uma das 
situações anteriores, estão dispensados, definitivamente, da prestação 
de serviços na ativa, mas continuam a perceber remuneração do Estado 
de Mato Grosso do Sul. (grifamos) 
 
Legislação aplicável 
Artigo 4º, § 1º, alínea “b”, item II da Lei Complementar Estadual nº 053, de 30 
de agosto de 1990, publicada no Diário Oficial nº 2.883, de 31 de agosto de 1990 (Estatuto da 
PMMS). 
Artigos 8º e 9º do Decreto Estadual nº 1.260, de 02 de outubro de 1981, 
publicado no D.O de 05/10/1981 (RDPM/MS). 
Os preceitos constitucionais, notadamente os artigos 42 §1º e 142 §3º, X, da 
Constituição Federal/88, conferem a legislação infraconstitucional a regulação das prerrogativas 
e situações especiais dos militares estaduais. 
Há expressa previsão na legislação estadual específica quanto à possibilidade 
de aplicação de sanção disciplinar aos policiais militares reformados. 
A Súmula nº 56 do STF, não se aplica aos policiais militares do Estado de Mato 
Grosso do Sul. A doutrina e a jurisprudência dominante, são pacíficas quanto a não aplicabilidade 
 
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da Súmula nº 56 do STJ nas Corporações onde haja previsão legal de aplicação de sanção 
disciplinar aos policiais militares reformados. 
 
 
D) AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO 
* Essencial a utilização do CPM, CPPM e outros se necessário 
 
Dos requisitos – O APFD é ato administrativo, razão pela qual observar-se-á a competência, a 
finalidade, a forma, o motivo (conveniência e oportunidade) e o objeto. Diante de uma conduta, 
deve-se avaliar ser ela antijurídica ou não e, em sendo, se configura crime militar. Observar, 
também os incisos XLIX. LIV e LXI do Art 5°/CF. 
 
Das espécies de flagrante: Art. 244, CPPM: 
 
a) Flagrante próprio – alíneas “a” e “b”; 
b) Impróprio – alínea “c”; 
c) Ficto/presumido – alínea “d”; 
 
Apresentação do Acusado: 
Artigo 245, CPPM - Apresentado o preso ao comandante ou ao oficial de dia, 
ou autoridade correspondente, será, por qualquer deles, ouvido o condutor e as testemunhas 
que o acompanharem, bem como inquirido o indiciado sobre a imputação que lhe é feita, e 
especialmente sobre o lugar e hora em que o fato aconteceu, lavrando-se de tudo auto, que será 
por todos assinado. 
 
A falta de testemunhas não impedirá o auto de prisãoem flagrante, que será 
assinado por duas pessoas, pelo menos, que hajam testemunhado a apresentação do preso. 
(Art. 245, § 2º, CPPM) 
 
Recusa ou impossibilidade de assinatura do auto - § 3º 
Quando a pessoa conduzida se recusar a assinar, não souber ou não puder 
fazê-lo, o auto será assinado por duas testemunhas, que lhe tenham ouvido a leitura na presença 
do indiciado, do condutor e das testemunhas do fato delituoso. 
 
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 CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - 2020 
 
Designação de escrivão - § 4º 
Sendo o auto presidido por autoridade militar, designará esta, para exercer as 
funções de escrivão, um capitão, capitão-tenente, primeiro ou segundo-tenente, se o indiciado 
for oficial. Nos demais casos, poderá designar um subtenente, suboficial ou sargento. 
 
Falta ou impedimento de escrivão - § 5 
Na falta ou impedimento de escrivão ou das pessoas referidas no parágrafo 
anterior, a autoridade designará, para lavrar o auto, qualquer pessoa idônea, que, para esse fim, 
prestará o compromisso legal. 
 
Recolhimento a prisão. Diligências - Art. 246. 
Se das respostas resultarem fundadas suspeitas contra a pessoa conduzida, a 
autoridade mandará recolhê-la à prisão, procedendo-se, imediatamente, se for o caso, a exame 
de corpo de delito, à busca e apreensão dos instrumentos do crime e a qualquer outra diligência 
necessária ao seu esclarecimento. 
 
Nota de culpa - Art. 247. 
Dentro em vinte e quatro horas após a prisão, será dada ao preso nota de culpa 
assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas. 
 
Recibo da nota de culpa - § 1º 
Da nota de culpa o preso passará recibo que será assinado por duas 
testemunhas, quando ele não souber, não puder ou não quiser assinar. 
 
Relaxamento da prisão - § 2º 
Se, ao contrário da hipótese prevista no artigo 246, a autoridade militar ou 
judiciária verificar a manifesta inexistência de infração penal militar ou a não-participação da 
pessoa conduzida, relaxará a prisão. Em se tratando de infração penal comum, remeterá o preso 
à autoridade civil competente. 
 
Registro do ocorrido - Art. 248. 
 
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Em qualquer hipótese, de tudo quanto ocorrer será lavrado auto ou termo, para 
remessa à autoridade judiciária competente, a fim de que esta confirme ou infirme os atos 
praticados. 
 
Remessa do auto de flagrante ao juiz (quinquídio legal) - Art. 251. 
O auto de prisão em flagrante deve ser remetido imediatamente ao juiz 
competente, se não tiver sido lavrado por autoridade judiciária; e, no máximo, dentro em cinco 
dias, se depender de diligência prevista no artigo 246. 
 
Direitos do Preso 
 
Constituição Federal. Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no 
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes: 
 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em 
virtude de lei; 
 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou 
degradante; 
 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
 
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, 
salvo nas hipóteses previstas em lei; 
 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou 
crime propriamente militar, definidos em lei; 
 
 
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LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão 
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele 
indicada; 
 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de 
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; 
 
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou 
por seu interrogatório policial; 
 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 
 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a 
liberdade provisória, com ou sem fiança; 
 
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se 
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade 
ou abuso de poder; 
 
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm 
aplicação imediata. 
 
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem 
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais 
em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que 
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos 
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja 
criação tenha manifestado adesão. 
 
 
 
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INTERROGATÓRIO DO ACUSADO 
1. Forma e requisitos do interrogatório 
 
Art. 306, CPPM. O acusado será perguntado sobre o 
seu nome, naturalidade, estado, idade, filiação, residência, profissão ou 
meios de vida e lugar onde exerce a sua atividade, se sabe ler e escrever 
e se tem defensor. Respondidas essas perguntas, será cientificado da 
acusação pela leitura da denúncia e estritamente interrogado da seguinte 
forma: 
a) onde estava ao tempo em que foi cometida a 
infração e se teve notícia desta e de que forma; 
b) se conhece a pessoa ofendida e as testemunhas 
arroladas na denúncia, desde quando e se tem alguma coisa a alegar 
contra elas; 
c) se conhece as provas contra ele apuradas e se tem 
alguma coisa a alegar a respeito das mesmas; 
d) se conhece o instrumento com que foi praticada a 
infração, ou qualquer dos objetos com ela relacionados e que tenham 
sido apreendidos; 
e) se é verdadeira a imputação que lhe é feita; 
f) se, não sendo verdadeira a imputação, sabe de 
algum motivo particular a que deva atribuí-la ou conhece a pessoa ou 
pessoas a que deva ser imputada a prática do crime e se com elas esteve 
antes ou depois desse fato; 
g) se está sendo ou já foi processado pela prática de 
outra infração e, em caso afirmativo, em que juízo, se foi condenado, qual 
a pena imposta e se a cumpriu; 
h) se tem quaisquer outras declarações a fazer. 
 
 
 
 
1. PERGUNTAS AO OFENDIDO 
 
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1.1. Qualificação do ofendido. Perguntas - Art. 311. Sempre que possível, o 
ofendido será qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem 
seja ou presuma ser seu autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo 
as suas declarações. 
1.2. Falta de comparecimento - Parágrafo único. Se, notificado para esse fim, deixar 
de comparecer sem motivo justo, poderá ser conduzido à presença da autoridade, 
sem ficar sujeito, entretanto, a qualquer sanção. 
 
2. PERGUNTAS A TESTEMUNHA 
 
2.1. Declaração da testemunha- Art. 352. A testemunha deve declarar seu nome, 
idade, estado civil, residência, profissão e lugar onde exerce atividade, se é parente, 
e em que grau, do acusado e do ofendido, quais as suas relações com qualquer deles, 
e relatar o que sabe ou tem razão de saber, a respeito do fato delituoso narrado na 
denúncia e circunstâncias que com o mesmo tenham pertinência, não podendo limitar 
o seu depoimento à simples declaração de que confirma o que prestou no inquérito. 
 
2.2. Sendo numerária ou referida, prestará o compromisso de dizer a verdade sobre 
o que souber e lhe for perguntado. 
 
 
6. Outros Procedimentos diversos a serem adotados: 
 
A) PROCESSO DE DESERÇÃO - Utilização do CPM e CPPM 
Conceito 
Deserção vem do latim desertione que significa abandonar, desamparar. No 
dizer de Jorge Cesar de Assis, em sua obra Comentários ao Código Penal Militar – 5ª edição, 
p.342, deserção “é considerado crime militar por excelência, ratione materiae, ou seja, exige-se 
a dupla condição de militar, no fato e no agente”. Consiste na ausência do militar, pelo lapso de 
tempo superior a oito dias, sem autorização ou conhecimento de seus superiores, da unidade 
onde serve, ou, do lugar onde deveria permanecer ou se apresentar. 
 
 
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 CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - 2020 
O agente do crime denomina-se desertor. Desertar, na lição de Silvio Martins 
Teixeira (1946a: 313), citado por José da Silva Loureiro Neto in Direito Penal Militar, 1995, p.156 
significa “abandonar definitivamente esse serviço enquanto está ainda obrigado, ou fugir ao 
cumprimento dele por prazo que a lei presume o abandono, ou ainda não se apresentar para 
prestá-lo dentro de tal prazo, ou finalmente agir fraudulentamente para se isentar do cumprimento 
dos deveres decorrentes do mesmo serviço”. 
 
O momento consumativo do crime de deserção 
 
Ocorre após o oitavo dia de ausência continuada e injustificada. O prazo de 
oito dias que antecede a configuração da deserção é chamado prazo de graça. Tal prazo tem 
por finalidade estabelecer uma espécie de “carência” para que o militar se arrependa (se for o 
caso) e retorne às suas atividades, evitando a consumação do crime. Portanto, antes desse 
prazo não haverá desertor e sim, o ausente, sujeito às sanções disciplinares pertinentes. 
 
 
Atos e/ou providências da corporação 
 
- Parte de Ausência – art. 456 CPPM 
- Inventário 
- Parte de Deserção 
- Termo de Deserção 
- Exclusão do serviço ativo 
- Agregação 
- Reinclusão 
- Reversão 
- Inspeção de Saúde 
- Auto de apresentação espontânea ou captura 
- Extrato de assentamentos 
 
 
 
 
 
 
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 CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - 2020 
EXEMPLO (CASO PRÁTICO) 
Um Soldado PM falta ao serviço para o qual estava prévia e nominalmente 
escalado no dia 01 de janeiro de 1995 das 22:00 às 06:00 h do dia 02 de janeiro de 1995, não 
mais comparecendo ao quartel por período superior a oito dias , a contar do horário de inicio do 
serviço. 
 PARTE de falta ao serviço 
Neste documento que deverá ser elaborado logo após o término do serviço 
(neste caso ás 06:01 hs ) pelo Cmt de Pel deste SD PM devendo constar a data e a hora de 
serviço. 
 Início da contagem da Ausência Ilegal 
O início desta contagem acontece a 00:00 h do dia posterior em que se iniciou 
a falta, ou seja, a 00:00h do dia posterior em que se deu o horário de início de serviço do militar. 
Neste caso a contagem deste prazo inicia-se a 00:00 h do dia 02jan95 (art. 451, §1°, CPPM). 
 
 PARTE de Ausência 
Este documento devera ser elaborado após 24:00h do início da contagem 
de ausência, constando o nome do militar, sua ausência esclarecendo se houve ou não 
comunicação do ausente ou parentes sobre o motivos, e esclarecendo ainda as diligências 
realizadas. Neste caso será elaborada a 00:01hs do dia 03jan95. Recomenda-se que seja o Cmt 
Imediato alertado pelo Oficial de Serviço para tal situação, a fim de que tal documentação se 
faça pela administração da OPM, bem como sejam realizadas as demais diligências e buscas 
necessárias. 
 Despacho do Cmt de Cia 
Neste despacho deverá constar a ausência do militar como o horário, 
nomeação de duas testemunhas instrumentárias para a abertura do armário do militar para 
elaboração do auto de inventário de bens da Fazenda Publica e Bens Particulares pertencentes 
ao ausente, e as providências e diligências realizadas pelo Cmt Imediato. 
Estes autos posteriormente serão remetidos ao Cmt da OPM para as demais 
providências juntamente com os Autos de Inventário e a PARTE de Deserção. 
 
 
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 CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - 2020 
 Inventário dos Bens da Fazenda Pública 
Neste auto de inventário deverá constar o dia, mês e ano, o local e o posto e 
as testemunhas presentes na realização do Inventário dos bens, bem como o nome do ausente 
e materiais distribuídos não vencidos (fardamento, equipamento e armamento) e os materiais 
encontrados. 
 Inventário de Pertences Particulares do Ausente 
Neste Auto de Inventário deverá constar o dia, mês e ano, o local o posto e 
as testemunhas presentes na realização do Inventário dos bens, bem como o nome do ausente 
e os materiais encontrados na instalação Policial Militar. 
 PARTE de Deserção 
Este documento deverá ser elaborado após o oitavo dia da ausência ilegal do 
quartel, ou seja, as 00:00h do nono dia após o início da contagem da ausência, esclarecendo 
se houve ou não comunicação do desertor ou parentes sobre os motivos, e esclarecendo ainda 
sobre as diligências realizadas no despacho. 
Neste caso prático exibido, a deserção se consuma a 00:00 h do dia 10jan95 
(artigo 187, CPM). 
 
 Despacho do Cmt da OPM 
Neste despacho o Cmt consta que recebeu os autos em presença de duas 
testemunhas instrumentárias e que funcionou como escrivão um Oficial. 
 Termo de Deserção 
Neste termo deverá constar o dia, mês e ano, o local, o quartel, o Cmt da 
Unidade e as testemunhas presentes, declarando a falta ao serviço, a ausência e a consumação 
da Deserção, sendo colocados os documentos em ordem cronológica. 
 Autuação 
Deve constar o dia, mês e ano, local e OPM autuando o Termo de Deserção, 
dando-lhe um número. 
 Destino dos Autos 
 
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Devem ser remetidos ao Juiz da Vara da Justiça Militar e cópias a 
Corregedoria PM. 
 
 
B) INQUÉRITO TÉCNICO (CONSIDERAÇÕES GERAIS) 
ATENÇÃO: É obrigatória a leitura do Decreto Estadual nº 2.426 de 23 de janeiro de 1.983 que 
aprovou as Normas Administrativas para Instauração de Inquéritos Técnicos na PMMS. 
 
O Inquérito Técnico (IT) é uma averiguação processada de acordo com a 
legislação PM, e é instaurado, obrigatoriamente, para apurar as causas, consequências e 
responsabilidades por avarias, em qualquer tipo de viaturas em uso na Corporação, ocasionadas 
por acidente culposo ou doloso. 
A instauração do Inquérito Técnico visa, exclusivamente, à apuração da 
responsabilidade pelos danos materiais oriundos de acidentes, da não observância das regras 
de uso ou manutenção, da negligência, imperícia ou imprudência ou do usuário credenciado. 
O Inquérito Técnico poderá não ser instaurado, a juízo do responsável pelas 
viaturas, se o dano sofrido na viatura for de pequena extensão e não implicar em sua paralisação 
ou retirada da operacionalidade Policial-Militar, sendo, imediatamente, reparado o dano ou 
avaria, com o retorno ao serviço, sem ônus para a Corporação. Neste caso, o encarregado dos 
transportes deverá comunicar o fato ao Chefe,

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