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A sutura - Miller

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Prévia do material em texto

A SUTURAI 
(E- d, U,u, ,t,, ng,;,,.,,,,) 
por JAOQ.UES-ALAIN MILLER. 
CONCEITO D.d LÓGICA DO SIGNIFICANTE 
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dc���rn:: 
o �omc de lógica do s.i$Wficante -lógica geral, na 
medida cm que o seu funcionamento t! formal, cm rela. 
ção a todo, os campos do saber, incluindo o da psicanálise, 
que ela rege ao cspccificar-.&c nele - lógica mínima, na 
=:�iii!'�:�a�:.
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mcnto linear, que se vai organizando unifwmemente cm 
cada ponto do seu percurso neccssá:rio, Chamar a esta 
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1���;i.co:'1!�ridade p:o
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como categoria, ela teve origem; conigir a sua dcclinaçto 
lingufstica prepara uma importação, que não dcinrcmos 
de fazer noutros discunos, desde que tenhamos reorga­
nizado o seu essencial. 
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1 TCKtopublicado_c.w,,,-rl'....,,.,.D,o 1, 
facebook.com/lacanempdf
er que se dissimule o facto de as con' pade leva;, �e t;!Hzam entre certas funções serem bast:-; ções q.u� ra que não possam ser desprezadas sem d e�n�:1�a�iodnios própriamente analftJcos. . es. "1 Ao considerarmos a relaç�o entre ��ta lógica e aquela ue designaremos como «I?g•c�» ( logicun,u) ach4-Ia-emos �ngular pelo fac. to de a primeira tratar da emergêD:cia da outra e de ela se dever f�zer conhecer como lógica da origem da lógica - quer dizer q1;1e .d� não seçue as suas leis e q.ue, prescrevendo a sua Junsd1ção, vai ficar fora da 'sua Jurisdição. . . Esta dimensão �a arqueologia _atmge-se pelo caminho mais curto, por meio de um mov1�ento de retroacção a partir precisamente do campo lógico, em que se. realiza 0 seu mais radical desconhecimento porque é aquele que mais próximo está do seu conhecimento. Que esta tentativa repita a que Jacques Derrida nos ensinou ser exemplar da fenomenologia I apenas dis.si­muJará às pessoas apressadas esta diferença crucial que é o facto de o desconhecimento ter aqui o seu ponto de par­tida na produção do sentido. Digamos que ela é constituída não como um esquecimento mas como um recalcamento. Escolhemos para designá-la o nome de sutura. A sutura dá o nome à relação do sujeito com a cadeia do seu dis­curso; veremos que ele figura a( como o elemento que falta, sob a forma de um «lugar-tenente». Porque, ao faltar nela, ele não está pura e simplesmente ausente dcla. Sutura por extensão, a relação em geral da ausência com a estrutura da qual ela é elemento, na medida em que ela implica a posição de um «lugar-tenente». Esta exposição serve para articular o conceito de sutura, não referido como tal por Jacques Lacan, se bem que ª 
todo o instante presente no seu sistema. Que fique bem claro que não é como filósofo ou com� aprendiz de filósofo que eu falo aqui - se o 616sofo 
� Husserl: L'origine dt la glomltTU, tradução e introduçã
o de 
Jacques Derrida, P. U. F. (1962). 
212 
aquele de que Henri Heine diz1 numa frase citada por Freud, que «oom a sua touca de dormir e os farrapos do seu roupão tapa os buracos do edifício universal» Ma 
abst�ham-se de julgar 9ue a função de suturaçãd lhe : 
particular: o que cspecific! o filósofo é a determinação 
do cam_PO do seu cxercfc10 como «edifício universal». 
O _que. mtcrcssa é que se convençam que o lógico, como o _Imgu1sta, no seu nfvel, sutura. E, do mesmo modo, quem 
diz «eu», Perfurar a sutura exige que se atravesse aquilo que um discurso explicita de si próprio -- que se distinga, do seu sentido, a sua letra. Esta exposição ocupa-se de uma letra morta, Fá-la viver. Não nos admiremos, por isso, de ver o seu sentido morrer. O fio condutor da análise é o discurso ex,eosto por Gottlob Fregc no seu Grundlagtn der Arilhmthk 1, para nós privil.-�ado porque põe em questão estes tcnnos que a axiomática de Peano, suficiente para construir a teo-
�ber�08o �!:C,croJc :::�.ra�s'd/��:cr::� Sc
ri:�=
r 
t 
Esta discussão da teoria, ao dissecar, da axiomática cm que ele se consolida, o seu suturantc1 revela-o. 
O {ERO E O UM 
A questão, na sua forma mais geral, enuncia-se: 
Qpt i qut funciona na sequência �os nú'!1eros inteiros naturais com que � necessário relac1onar a sua progressão? 
�ex.to e tradução ingleses S).
blicados aob o titulo TM/ovndo.li#fu 
o/ "';�:·b::nd:acd:':l� (�:!t� por Frege ao seu ponto de vista interasar! à nossa le itura, que ae manter:i, portanto, aiu&n d!" tema-�to da n!!'ert�� 1!t�!:i�: !e��i�ia�::.°ica�cfiJ'.= ': deduz a sua nlo saturação. 
2/3 
A rcspo,ta, revelo-a antes de a atingir, � que: 
:!d�'!=doda�]��: cida, opera, 
Certamente que esta proposiçlo toma o upccto de 
:11::::c:: !n:'taq�� ri:::�adiu�:e,d= �J! empirista, se afirma essencial para fazer passar a coisa à unidade e a colecção das unidades à unidade do número: 
��� ::�:· ;
a
d�:c�lo�uc suporta u opera. Para a unidade assim assegurada ao individuo COtno 
t:=t���
a oli:Ut:!,� b:id��iu:r'tdC:�n:: faz do sujeito o produtor da ficção, salvo se o reconhecer 
d:un: r�:t� d��:�-�i�:i7;, e::.n�d: o discwso polltico neste encontro uma posição dominante que aparece confessada cm Occam, dissimulada ern Locb:, antes de se tomar desconhecida na sua posteridade. Não há, portanto, dúvida de que é um sujeito, definido pelos seus atributos, cujo reverso � polfttco, dispondo como poderes de uma faculdade de memória ncccssiria para encerrar a colecção sem deixar perder elementos que são permutáveis, e de repetição operando indutiva• mente, que Frege, que lo�o de entrada se manifesta con· tra o fwidamcnto empirista da matemática, exclui do campo cm que está para aparecer o conceito do número, Mas se mantivermos que o sujeito não se reduz, na sua função mais essencial, ao psicológico, a sua ,xdasão para fora do campo do número identifica-se com a r,pt­tifão. O que se trata de demonstrar. Sabem que o discuno de Frcge se desenvolve a pa�-
:: �o :�:fto,fdod�;�:1 e C::5!�=. �';o��u:::: ções: a primeira, do conceito com o objecto, a aubsuDÇA0 , 
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da do conceito com o nó.mero, que será para nós : :Uçio: Um nó.mero � atribufdo a um conceito que 
subsume obJectos. 
cci: a�
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!i;::ncl� p�ra_
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rcl��:a 00:; 
mantbn, pelo facto de .subsl!mir o objccl? subsu�o? 
Do snesmo modo, a eXJstblc1a de um objecto vem-lhe 
aJ)C!IU do facto de se encontrar englobado num conceito, 
nenhuma outra determinação contribui para a sua cxis­
tblcia lógica, de tal modo que o objecto toma sentido �a diferença que tem em relação à coisa integrada, 
pela sua localização espacio-tcmporal, no real. 
Por aqui se v! o desaparecimento 9,ue se deve cfectuar 
da coisa para que ela apareça como obJecto - que � o coisa 
na medida ,m qru el4 I una. 
Compreendem que o conceilo que opera no sistema, 
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�u;)k�do �: �:!;z;
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&Oll&fflo. 
Esta duplicação, induzida no conceito pela identidade, 
di origem à dimensão lógica, porque, efectuando o desa­
parecimento da coisa, provoca a cmergencia do numerável. 
cclJ� «Õ
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ê!���t!:.�"n: 
para os subsumir Pélopes e Teledamos. Não posso atribuir um 
nó.mero a esta colecção a não ser que faça intervir o conceito 
«identico ao conceito: filho de Agamémnon e de Cassan­
dra». Pelo efeito da ficção deste conceito, os filhos intervêm 
a�a na medida em que cada um é, se se quiser, aplicado 
a 11 próprio - o que o transforma em unidade, o faz pauar �o estatuto de objecto, como tal numerive1. O um da ulUdade 
SJngular, esse um do idêntico do subsumido, esse um é o 
qu� tem de comum todos 01 números para serem, antes de 
mais, constitufdos como unidades. 
do 
Deste ponto, podem deduzir a definição da atribuição 
b ,:úmero: conforme a fórm ula de Frege, «o número atri-
-u 0. ao conceito F é a extensão do conceito idêntico ao cito F». 
O sistema ternário de Frege tem como eíeito deixar à coisa apenas o suporte da sua identidade consigo, na qual da é objecto do conceito operante e numerável. Do processo que acabo de seguir, tomo a liberdade de concluir esta proposição, cuja incidência iremos em breve avaiiar, que a unidade que se poderia denominar unifeankdo conceito, na medida em que o número a atribuir se subordina à unidade como distintivo na medida em que ela suporta o número. Quanto à posição da unidade distintiva, deve situar-se o seu fundamento na função da identidade que, conferindo a todas as coisas do Mundo a propriedade de serem unas, realiza a sua transformação em objectos do conceito (lógico). Neste ponto da construção, sentirão certamente o valor da definição de identidade que vos vou apresentar. Esta definição, que deve dar o seu verdadeiro sentido ao conceito do número, não lhe deve pedir nada empres­tado t - com o fim de dar origem à numeração. Esta definição, que é eixo no seu sistema, vai Frege buscá-la a Leibniz. Está encerrada neste enunciado: tatúm 
sunt quorum unum potes/ whstít11i alteri salva vnil6tt. Idênticas, as coisas que se podem substituir umas à outras, salva verilatt, sem se prcjudirar a verdade. . Avaliam, sem dúvida, a importância do que se reahza neste enunciado: a emergência da função da verdade. Contudo, o que nele se consider.a como adquiri�o in:iporta mais do que aquilo que ele cx�nme. A saber: a 1denu?ade­-consigo-próprio. Que uma coisa não possa ser subst1tulda por ela própria, que acontece à verdade? A sua subversão 
é ª��!�;;irmos o enunciado de Leibniz, o desfalecimento da verdade, cuja possibilidade . fi�a por um m<;iment� disponível, a sua perda na subst1t.u1ção de uma co:,rc:.. outra, seria imediatamente segmdo do seu resta 
1 }t por isso que se diz identidade e não igualdade 
2/6 
IPCJl.lO numa .nova rcl�ão : a verdadf: enc?ntra-se no facto 
de que a coisa substituída, porque 1dênt1ca a si mesma. 
r:1di::!�U::i:tfe��
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a�i�!fá:Ci. 
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Mas que uma coisa não seja idêntica a si mesmll subverte 
0 campo da verdade, arTuína-o e abole-o. 
Compreendem de que modo � que a sobrevi�ncia da 
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Façamos agora funcionar o esquema de Frege, quer 
dizer, vamos percorrer esse itinerário dividido cm três etapas 
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que 1011\a lugar no esquema não é o conceito em
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rico, 
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como unidade. Dessa maneira, o número, e é o terceiro 
termo do percurso, que é a1ribuldo ao conceito de X será 
o número 1. O que quer dizer que esla íunção do número 1 
I! repetitiva para todas as coisas do Mundo. Aeonteet', 
portanto, que este 1 se limita a Sl'r a unidade que constitui 
o número como tal, e não o 1 na sua identidade pessoal 
de número, no seu lugar parl icular, com o seu nome próprio, 
na scqublcia dos números . Além disso, a sua construção 
exige que se convoque, para a 1ransformar, uma coisa do 
�u.ndo -o que não se pode fazer, diz Frcgc: o lógico deve limitar-se llnicamente a si mesmo. 
Para que o número passe da repetição do 1 do idb11ico 
à a�a .succssão ordenada , para que a dimensão lógica ganhe 
decididamente a sua autonomia, é necessário que o zero 
apareça sem nenhuma relação com o real. 
ObUm-se o seu aparecimento porque a verdade é. 
� é o.número atribuído ao con"c:eito «não idêntico a �». 
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efe11? consideremos o conceito «não idêntico a srn. 
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217 
nenhum conceito vem no �ugar do subsumido deste con. 
ceito, e o número que quahfica a sua extensão � zero. 
ele �:��,:n�:
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��/diz 
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:d��e 
Se nenhum objecto 16 englobado �lo conceito da não-iden · 
tidade-co11:5igo, � f.>Or.que � necessário salvar a verdade. A� 
seu conceito, atnbw-se o zero. 
t o enunciado decisivo que o conctil6 da não-identidade�,,. 
sigo l atribllúlo ao número <ftO que �utura o discurso lógico 
Porque, e atravesso aqui o texto de Frege, na constru: 
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u
J�
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��: r:C 
1
�!���íla°�:�1:�:r:�rer��ci:��:i· 
evocar, ao nível do conceito, um objecl4> não idintit:o a si....'. 
rejeitado cm seguida da dimensão da verdade. 
O O [zero] que se inscreve no lugar do número coruuma 
a exclusão deS!le ob jecto. Quanto a este lugar, designado 
pela subsunção, em que falta o objecto, nada poderia ser nele 
wcriro, e se � necessário escrever ai um zero, � apenas para 
que aí figure um espQfo DOJ.:io, para tornar visível a awên.cia, 
Do zero ausência ao zero número conceptualiza-se o 
não conceptualizável. 
Deixemos agora o zero ausência que eu revelei, para 
considerarmos a�nas o que produziu a alternância da 
sua evocação e da sua revogação, o zero número. 
O zero entendido como um número, �ue atribui ao 
conceito que sub sume a ausência de um obJecto, �. como 
tal, uma coisa - a primLi.ra coira não uai '!'l petutnMf!"'· 
Se a partir do número zero se constrói o conceito, 
ele subsume, como seu único ob jccto, o número zero. 
O 
õ1�:::ro'!
ª
de 
5
fr��� ����i��:· pri:1cir!1a�o, em cada 
um dos lugares que ele fixa, de um elemento: �o número 
zero ao seu conceito, deste conceito ao seu obJccto e 
ao 
seu número. Circulação que produz o 1 1• 
�acrvo O comentário do § 76 que dá • definiçã
o ai.uacta d,. 
conti,uitfade. 
218 
r.,ce si,tema é, portanto, comtitufdo de tal fonna Q10 ..,,,. ...., f. A contagem do O por 1 (cmquanto f"' 0 
0 
conceito de zero não subsume no real mais do que que vazio) é o suporte geral da aequbcia � n'dmeros. uffl t 
O que demonstra a anüisc de Frcge sobre à. operação do sucessor a qual conJiste em obter o nó.mero que segue 11 �tando-lhe uma unidade: n' succaor de 11, é igual ·a 11 + 1, ou �a . . . n . • • ln + 1 = )n' . . . Frege al,r, 
0 11 + t para descobnr o que se passa na passagem de 11 
P3õ O p=d��!;te engcndramcnto, ràpidamente vos 
apcrfe::C�'c!o� �':atq;�; =�
za «Ô �� :tri� Co ao conceito : «membro da sequencia de nómeros naturais que terminam por n» segue imediatamente n na sequencia dos números naturais.» C,onsidercmos um námcro. O tr&. Serve-nos para constituir o conceito : «membro da sequência dos nó.meros naturais terminados cm tres». Acontece que o nó.mero auibufdo a este conceito é quatro. AJ está. o 1 do 11 + 1 . De onde vem ele? Atribuído ao seu conceito duplicado, o número 3 fun­ciona como o não unificante de uma colecção : reserva. No conceito de «membro da sequência de nó.meros natu­rais terminando em 3», ele é tcnno ( elemento e elemento final) . Na ordem do rcaJ, o 3 subsume trb objcctos. Na ordem do número, que é a do discurso submetido à verdade, são 
:t:n;::a:t:e :e ��ntam, e antes do 3 hã tds números -
A Na ordem do número, h4 ainda o O, e o O conta por 1 . ter deslocação de um número da função de reserva à de 0 mo, implica a somação do zero. Donde o sucessor. ao qu_e no real é ausência pura e simples, encontra-se devido 
por 
n��ero (e à instância da verdade.) notado O e contado 
219 
t, por isso que dizemos o objecto não idbitico a si provocado - rejeitado pela verdade, institufdo - anulado pelo discurw (a subsunção como tal), numa palavra: suturado. A emergência da ausência como O e do O como 1 deter­mina o aparecimento do sucessor. Seja 11; a ausência fixa-se como zero que se fixa como 1 ; 11 + 1 ; o que se acrescenla para dar n' - que absorve o 1 . Certamente, s e o 1 do n + 1 não é mais do q4e a conta do zero, a função de adição do sinal + � inútil, é necessá­rio restituir à representação horizontal do engendramento a sua verticalidade: o l é tomado como símbolo originá­rio da emergência da ausência no campo da verdade e o sinal + indica a ultrapassagem, a transgressão pela qual 
��ioªd!��
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dik:n�;
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;i?�:�:��!�r�� ��!!
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�� de sentido, o nome de um número. A representação lógica esmaga este escalonamento em três rúvcis. A operação que eu efectuei desdobra-a. Se considerarem a oposição destes dois eixos, compreen­derão o que se passa com a suturação Jógi.ca, e a dife­rença entre a lógica que eu vos apresento e a lógica logi­.,,,.,. Que zero I um número: tal é a proposição que assegura à dimensão da lógica a sua clausura, Para nós, reconhecemos no zero número o «lugar­-tenente» suturanteda ausência. 
Ber!�r��:us a ªi%�i��s�:ç!:a l��Ji:iç�:�ri�ã exterior à sequência dos números?) A repetição geradora da sequência dos números t mantida pela passagem do zero ausência, segundo. �m eixo primeiro vertical, ultrapassando a barreira )ue �� o campo da verdade para af se representar como , ª es do-se em seguida como sentido em cada um dos �omda dOII números que são inclufdos na cadeia metonfnuca progressão sucessorial. 
"' 
Do mesmo modo que se preocuparão com distinguir 
0 zero corno ausência do obJecto contraditório, daquele 
que sutura esta ausência na sequência dos números, devem 
distinguir o 1, nome próprio de um número, daquele que 
vem a fixar num traço o zero do não idêntico a si suturado 
pela identidade-a-si, lei do discurso no campo da ver­
dade. O paradoxo central que têm de compreender 
(é como verão dentro de instantes, o do significante no 
se�tido lacaniano) é que o traço do idêntico representa 
0 não idêntico, donde se deduz a imP'?ssibilidade da sua 
duplicação 1 , e por esse mesmo caminho a estrutura da 
rtpe�::: s�
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;�etuê�::
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�;:n11�fa �ct;
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começa pela sua metáfora, se o O membro da sequência 
como número é apenas o «lugar-tenente» suturante da 
ausência (do zero absoluto) que se movimenta sobre a 
cadeia conforme o movimento alternativo de uma repre­
sentação e de uma exclusão - qual é o obstáculo para 
:úC:�,
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a 
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�f:C�t!�
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�:ticil:ç�
0
d: ::��:�
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sujeito mantém com a cadeia significante? 
O objecto imposslvel, que o discurso da lógica con­
voca como o não idêntico a si e rejeita como o negativo 
puro, que ele convoca e rejeita para se constituir como 
o que ele é, que ele convoca e rejeita sem qiurer saber dei, 
para nada, chamamos-lhe nós, na medida em que ele fun­
ciona como o excesso operante na sequência dos m.\meros, 
o sujeito. 
A sua exclusão para fora do discurso que interiormente 
ele 
rc::r�n�i:· agora o traço como o significante, 
se fixamos ao número a posição de sipificado, é neccs-
56.rio considerar a relação da aus!ncia ao traço como 
lógica do significante. 
1 E, a um outro nlvel, a impoaibilidade da metalinguagem. 
REl.AÇÂO DO SU]EITf? E DO SIGNIFIC,t}ITE 
��d���
e
::iz:��sit�; �l1:?t�� 1�:!���:;
i
�:: 
a identidade. do único como b�� da verdade. Esta �: 
ção, na medida em que é matnc1al, não poderia ser intf':­
grada. numa definição da objectividade - é isso que 
doutnna o doutor Lacan. O engendramento do zero a 
partir desta não identidade consigo, sob a alçada da q�al 
nada no Mwido cai, ilustra-o bem. 
O que constitui esta relação como a matriz da cadeia 
deve estar isolado nesta implicação, que torna detenni­
nante da exclusão do sujeito fora do campo do Outro, 
a �q,a represe!ltação J_lC�te. campo . sob a forma do uno, do 
úmco, da unidade d1stmuva, de-s,gnada por Lacan como 
o «wiário» (i(wiaire»). Na sua álgebra, esta exclusão 
está marcada pela barreira que vem importunar o S do 
sujeito perante o grande A, e que a identidade do sujeito 
desloca, conforme a mudança fundamental da lógica do 
significante, para o A, deslocamento cujo efeito é a emer­
gência da signjficação significada no sujeito. 
Esta exterioridade do sujeito ao Outro. não é alte­
rada pela mudança da barreira, in�titui!1do o inconscien1e. 
Porque - se é claro q�� a tnparução 9.ue . �lona: 
t ) o signlficado-com-o SUJe1to; 2) a cad.e1.a s1gruficante 
cuja aheridade radical em relação ao su1e1to º. expulsa 
do seu campo, e, finalmente, 3) o c<!mpo e_xtei:i,or de�ta 
rejeição, não pode ser co�erta pela d1cotonua �m�st1ca 
do signlficado e do sigmficante - se a. consc1&:ic1� d� 
sujeito deve ser situada ao nivel dos efe�tos de s1�6.ca 
ç.1.0 regidos, até ao ponto de se poderem dizer seus re�exosJ 
pela repetição do significante - se a própna repetição 
produzida pela diluição do sujeito e a sua pa�agem .��; 
ausência -, então nada existe a nã? �er o mcodda na que possa nomear a progressão consutumte da ca 
ordem do pensamento. 
Ao nJvel �c_s�a constituiç� • . a definição do auJeito rcdu-lo d: posnbilidade tú um �gnifieanu a mais. Não seni. deful!tivo que é a cata função de ellCC8IO que se pode reduzi!' o poder de tcmatização que atribui 
de :i:!:J:,�::JnJ?
r
f ��1:!°:i: =t� 
::
i
;��:�. e�:3:dei:, i;:: !':n;�menro:r: u':!:: segunda, e sabendo que a primeira é verdaacira, pode-se continuar atd ao infinito» 1. Para que o recurso ao sujeito como fundamento da repetição não seja um recurso à psicologia, basta substi­twr a tematização pela representação do sujeito (enquanto 
��� ii;��
1�a:, =�!t�!� ����: d�e':. dadc, para o significante que a precede. Q,iando Lacan faz depender da definição do signo como o que representa alguma coisa para alguém, a do signi­ficante. como o 9.ue represente. o sujeito para um outro significante, considera antecipadamente que, no que diz respeito à cadeia do significante, é ao nlvel dos seus efei­tos e não da sua causa que se deve situar a consciência, A inserção do sujeito na cadeia é representação ncces,à� riamente correlativa de uma exclusão que é uma diluição. Se se experimentasse desenrolar agora no tempo a relação qul! engendra e mantém a cadeia do signifjcantc, 
=� sobad!;��d:ci:da i;!:nd�de da��= g��� de engcndramcnto apcn� pode � circular, e é por isso que as duas propo11ções �tntell são . �adt1ras simultàncamente quando cmUlciam a antetioridadc do sujeito cm relação ao significante, e a do significante em relação ao sujeito, mas este não aparece como tal senão a partir da introdução do significante, A rctroacção é 
1 Dedekind dw:lo por Cavaillel (Plrik,JDll,u �. p. 124, Herman, 1962), 
essencialmente isto: o nas�imento do tempo linea Í sário considerar em conJunto as definições q u:·r neces. 
sujeito o efeito do signijicanle, e do significante 
azern do 
tante do sujtito: relação circular, cont u dO não �e 
rtese�-
Ao a!r":ves�ar o discurso lógico no po�to da s�t
oc�. 
fraca res1st«;n�1a, o da sua sutura, vê-se artic ulada a e��s 
!'::c
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i::vi:!�:�, ����b;;;
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i��:: �:m���;ji�;;ta
c
�nt;m; 
eia sob a forma do 1 para a abolir no s u cessor. n
-
0 +, compreende�a� a função. inédita q u e ele destm­
penha na lógica do s1gmficante (smal não já de adição 
mas dessa somafàO do sujeito com o campo do O utro qu� 
implica a s ua anulafão). Resta desarticulá-lo para seParar 
o traço «unário)> da emergência e .ª. barreira da rejeição: 
manifesta.se por esse meio essa dwisâo do s ujeito que t 
o outro nome da sua alienafâO. 
Daí deduzir-se-á que a cadeia significante é tslrulura 
da estrutura. 
Se a causalidade estrutural (causalidade na estrutura, 
na medida em que o sujeito está . nela i�plicado) não t 
�;�la
al
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a 
e�!· :n:o�:i;�;� � ;:!'�:t:%�
ª aq u i dcscn-
Deixemos para mais tarde a construção do se u con­
ceito. 
(Trad. de M. E. R. C.) 
22' 
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