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P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. 2020 Seção 1.1 Características e propriedades da madeira Unidade 1 Estruturas de Madeira: Propriedades, ações e ligações ESTRUTURAS DE MADEIRA E ESTRUTURAS METÁLICAS P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. OBJETIVOS DA AULA - Conhecer as características e classificações da madeira - Abordar os tipos utilizados na construção civil - Compreender as propriedades físicas e mecânicas adotadas no dimensionamento P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. • Por qual motivo não adotamos a madeira como material principal das nossas edificações??? Edifício Brock Commons: Vancouver – Canadá P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. • Por qual motivo não adotamos a madeira como material principal das nossas edificações??? Edifício Mjøstårnet : Brumunddal - Noruega P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. • Por qual motivo não adotamos a madeira como material principal das nossas edificações??? Aeroporto Adolfo Suárez: Madri - Espanha P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. • Por qual motivo não adotamos a madeira como material principal das nossas edificações??? Iguatemi Shopping: Fortaleza - Brasil Fonte: Carpinteria P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. • Por qual motivo não adotamos a madeira como material principal das nossas edificações??? Terminal de Ônibus: Ilhabela - Brasil Fonte: Carpinteria P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. • Por qual motivo não adotamos a madeira como material principal das nossas edificações??? Respostas • - • - • - • - • - • - • - • - • - • - • - • - P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. INTRODUÇÃO As árvores são vegetais superiores, denominadas Fanerógamas, que apresentam as seguintes estruturas externas: Raiz Copa Caule, tronco ou fuste É a parte da árvore de onde a madeira é extraída. Na arvore sua função é a de conduzir a seiva e dar sustentação mecânica à copa. Após o abate da árvore, o tronco é segmentado em partes denominadas toras. P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. Quando a tora é cortada (direção transversal ao eixo axial do tronco) as seguintes partes podem ser identificadas: INTRODUÇÃO P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. CASCA: Tecido mais externo que envolve o tronco. Tem a função de proteger os tecidos vivos da árvore; CÂMBIO: Camada com poucas células de largura. Responsável pelo crescimento em diâmetro do tronco; ALBURNO: Madeira jovem, mais permeável, com menor resistência mecânica. Células vivas com função de conduzir a seiva da raiz para copa; CERNE: Formado pela modificação do alburno (células inativas). Madeira mais densa com a função de sustentar o tronco; MEDULA: Madeira de menor resistência, resultado do crescimento vertical. Tem a função de armazenar substância nutritivas. INTRODUÇÃO P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. Quanto ao crescimento das árvores, podemos classifica-las de duas formas: INTRODUÇÃO Crescimento endógeno: São aquelas em que o desenvolvimento do caule acontece de dentro para fora, como os bambus e as palmeiras. Crescimento exógeno: são aquelas em que o desenvolvimento do caule se dá de fora para dentro, com o passar das estações, ou seja, crescem com adição de camadas externas sob a casca. P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. CLASSIFICAÇÃO Gimnospermas Classe das Coníferas, madeiras macias ou “Softwoods” - Folhas com formato de agulhas - Crescimento Rápido - Conífera nativa brasileira: Pinho-do-Paraná (Araucaria AngustifoliaI) - Introduzida no Brasil: Gênero Pinus As arvores que são de interesse da Engenharia de Estruturas, de crescimento exógeno, podem ser classificadas em Gimnospermas e Angiospermas: P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. Angiospermas Classe das Dicotiledôneas, madeiras duras ou “Hardwoods” - Folhas com diferentes formatos (achatadas e largas) - Crescimento lento - Constituem quase a totalidade das madeiras nativas Brasileiras Peroba-rosa Angico Jatobá Mogno Cerejeira Cedro Freijó Aroeira Ipê Pau-Marfim Pau-Brasil Imbuia Garapa Angelim Vermelho Cambará Sucupira Cabriúva Caviúna Etc.. CLASSIFICAÇÃO As arvores que são de interesse da Engenharia de Estruturas, de crescimento exógeno, podem ser classificadas em Gimnospermas e Angiospermas: P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. TIPOS USADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL As madeiras utilizadas comercialmente na construção civil, podem ser Maciças ou Industrializadas Maciças Brutas ou roliças Falquejada Serrada Industrializadas Compensada Madeira Recomposta Madeira Laminada Colada (MLC) Madeira Laminada Colada Cruzada (CLT) Madeira Microlaminada Colada (LVL) P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. Brutas ou roliças - Baixo grau de processamento - Construções provisórias - Estruturas com acabamento rústico - Estacas, escoramentos, postes, pilares... As espécies mais utilizadas no Brasil são o pinho-do-paraná e os eucaliptos. Madeira Maciça P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. Falquejada - Faces laterais aparadas por machado - Seções quadradas ou retangulares - Estacas, cortinas cravadas, dormentes... Dependendo do diâmetro dos troncos, podem ser obtidas seções maciças de grande dimensões Madeira Maciça P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. Serrada - Produto estrutural de madeira mais comum na construção civil - Dimensões padronizadas para o comércio - Obtida de preferência de arvores que atingiram a maturidade - Desdobramento feito o mais cedo possível após o corte (Estação Seca) Madeira Maciça P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. Seções comerciais encontradas no Brasil* *Sujeitas a variações regionais Serrada Madeira Maciça P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. Compensada - Formada pela colagem de 3 ou mais lâminas (1 a 5 mm) - Camadas coladas em direções ortogonais alternadas - Chapas com dimensões “padronizadas” - Melhor aproveitamento das propriedades mecânicas (tensões biaxiais) Madeira Industrializada P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. Madeira Microlaminada Colada (LVL) - Composto à base de finas lâminas (1 a 5 mm) - Fibras orientadas somente na direção do comprimento - Produtos com até 20 m de comprimento (vigas ou chapas) - Estrutura mais homogênea com redução de possíveis defeitos - Utilização prioritariamente estrutural Madeira Industrializada Laminated Veneer Lumber P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. Madeira Laminada Colada (MLC ou GLULAM) - Formada pela associação de lamelas coladas (1,5 a 3,0 cm) podendo chegar a 5,0 cm em casos especiais- Podem formar peças com comprimento superior a 40 metros - Possibilidade de escolha das melhores lâminas em pontos críticos - Redução de defeitos provenientes da formação e secagem - Viabiliza a construção de estruturas curvas Madeira Industrializada Fonte: Carpinteria P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. Madeira Laminada Colada Cruzada (CLT) - Tecnologia recente desenvolvida na década de 90 - Formada pela associação de lamelas (1,5 a 5,0 cm) coladas ortogonalmente - Obtenção de painéis estruturais de grandes dimensões - Uso potencial em edifícios altos devido à alta resistência Madeira Industrializada Cross Laminated Timber P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. Madeira Industrializada Madeira Laminada Colada Cruzada (CLT) Cross Laminated Timber P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. Madeira Recomposta - Formada a partir de partículas, fibras ou resíduos da madeira - Moldada em barras ou chapas coladas sob pressão - MDP (Medium Density Particleboard) *não estrutural - MDF (Medium Density Fiber) *não estrutural - HDF (High Density Fiber) *não estrutural - OSB (Oriented Strand Board) *aplicações estruturais Madeira Industrializada MDF OSB P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. PROPRIEDADES FÍSICAS As propriedades físicas da madeira influenciam diretamente o desempenho e resistência deste material. • Espécie da árvore • Solo e clima da região de origem da árvore • Fisiologia da árvore • Anatomia e tecido lenhoso • Variação da composição química Estas características são diretamente influenciadas por fatores como: Características físicas importantes para construção civil: • Anisotropia • Umidade • Densidade • Retração e Inchamento • Desempenho da madeira ao fogo P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. PROPRIEDADES FÍSICAS Anisotropia • No caso da madeira, as propriedade variam ortogonalmente em relação à direção de crescimento das fibras, por isso são ditos materiais ORTOTRÓPICOS. • O material possui diferentes propriedades de acordo com a direção considerada na análise P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. PROPRIEDADES FÍSICAS Direções principais da madeira Como os troncos de crescimento exógeno crescem pela adição de anéis em volta da medula (direção radial), contando-se esses anéis é possível conhecer a idade da árvore. P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. PROPRIEDADES FÍSICAS Umidade • A umidade tem grande influência sobre as propriedades da madeira, sendo fundamental a sua determinação para os procedimentos de cálculo • Conforme o item B.5.2 do Anexo B (NBR 7190:1997), a umidade pode ser obtida por meio da seguinte expressão: 𝑈 % = 𝑚𝑖 +𝑚𝑠 𝑚𝑠 . 100 𝑚𝑖 = massa inicial da madeira 𝑚𝑠 = massa da madeira seca P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. PROPRIEDADES FÍSICAS Umidade PROCEDIMENTO (ANEXO B – NBR 7190:1997) 1) Determinar a massa inicial (𝑚𝑖) do corpo-de-prova com exatidão de 0,01 g. 2) Após a determinação da massa inicial, colocar o corpo-de-prova na câmara de secagem, com temperatura máxima de 103°C ± 2°C. 3) Durante a secagem a massa do corpo-de-prova deve ser medida a cada 6 h, até que ocorra uma variação, entre duas medidas consecutivas, menor ou igual a 0,5% da última massa medida. Esta massa será considerada como a massa seca (𝑚𝑠). 4) Conhecida a massa seca (𝑚𝑠) do corpo-de-prova, determina-se a umidade pela expressão definida no item B.5.2 . P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. PROPRIEDADES FÍSICAS Umidade • A umidade também influencia na densidade da madeira, reduzindo-a, é possível diminuir o custo com transporte • Baixos níveis de umidade facilitam a aderência dos acabamentos além de reduzir proliferação de fungos Para fins de aplicação estrutural, a norma brasileira NBR 7190:1997 especifica a umidade de 12% como referência para realização de ensaios e determinação de valores de resistência. P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. PROPRIEDADES FÍSICAS • Já a densidade aparente é razão entre a massa e o volume para uma umidade de 12%. É uma das propriedades mais importantes da madeira, uma vez que serve de referência para a classificação e dimensionamento das estruturas. ρ𝑏𝑎𝑠 = 𝑚𝑠𝑒𝑐𝑎 𝑉𝑠𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑑𝑜 • A densidade básica é razão entre a massa seca e o volume saturado, sendo utilizada apenas para fins de comparação com a literatura internacional ρ𝑎𝑝 = 𝑚12% 𝑉12% Densidade A NBR 7190:1997 apresenta duas definições de densidade a serem utilizadas em estruturas de madeira: a densidade básica e a densidade aparente P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. PROPRIEDADES FÍSICAS • É uma variação dimensional que ocorre aproximadamente de forma linear, devido à variação de umidade no interior das fibras, entre 0% e 25% (ponto de saturação). Retração e Inchamento • Devido ao comportamento ortotrópico da madeira, a retração e o inchamento ocorre em porcentagens diferentes nas direções tangencial, radial e longitudinal. P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. PROPRIEDADES FÍSICAS Retração e Inchamento P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. PROPRIEDADES FÍSICAS Retração e Inchamento P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. PROPRIEDADES FÍSICAS Retração e Inchamento P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. PROPRIEDADES FÍSICAS • A madeira está sujeita a ataques de fungos, cupins, moluscos e crustáceos marinhos, sendo que algumas espécies apresentam alta resistência natural enquanto outras são menos resistentes • A durabilidade da madeira depende da espécie e das características anatômicas • A região de extração da peça junto a tora também é um fator preponderante na durabilidade da madeira • Uma alternativa à baixa durabilidade de algumas espécies é a utilização de agentes químicos preservativos que aproximam o comportamento de espécies menos resistentes às espécies naturalmente resistentes Deterioração da madeira P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. PROPRIEDADES FÍSICAS Deterioração da madeira P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. PROPRIEDADES FÍSICAS • A falta de conhecimento nos induz a pensar que a madeira seja um material de baixo desempenho frente ao fogo • Sendo bem dimensionada a madeira apresenta desempenho superior ao de outros materiais estruturais • Após alguns minutos, uma camada mais externa se carboniza servindo de isolante, auxiliando na contenção do incêndio Desempenho da madeira ao fogo P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. PROPRIEDADES MECÂNICAS As propriedades mecânicas são aquelas relacionadas à elasticidade (rigidez) e resistência do material Propriedade mecânicas importantes para caracterização da madeira e dimensionamento das estruturas: • Módulo de elasticidade longitudinal • Módulo de elasticidade transversal • Compressão • Tração • Cisalhamento • Flexão Elasticidade ResistênciaP ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. PROPRIEDADES MECÂNICAS Módulo de elasticidade longitudinal (E) A depender da direção das fibras da madeira, a NBR 7190:1997 determina o cálculo de três valores médios para o módulo de elasticidade, sendo eles: Paralelo às fibras (Ec0,m) • Determinado através do ensaio de compressão paralela às fibras • Na falta de valores de ensaio, o Anexo E da NBR 7190:1997 fornece valores médios • Permite-se também avaliar Ec0,m por meio de ensaio de flexão (Anexo B – NBR 7190:1997) Normal às fibras da madeira (Ec90,m) • Determinado através do ensaio de compressão normal (perpendicular) às fibras • Na falta de valores de ensaio pode ser representado como uma fração de Ec0,m 𝐸𝑐90,𝑚 = 𝐸𝑐0,𝑚 20 Flexão (EM) • Determinado através de ensaio de flexão (Anexo B – NBR 7190:1997) • Na falta de valores de ensaio admite-se as seguintes relações: Coníferas: 𝐸𝑀 = 0,85. 𝐸𝑐0 Dicotiledôneas: 𝐸𝑀 = 0,90. 𝐸𝑐0 P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. PROPRIEDADES MECÂNICAS Módulo de elasticidade transversal (G) • Corresponde à rigidez do material quando submetido a um esforço de cisalhamento 𝐺 = 𝐸𝑐0,𝑚 20 • De acordo com a NBR 7190:1997, pode ser estimado a partir do módulo de elasticidade longitudinal paralelo às fibras (Ec0,m) P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. PROPRIEDADES MECÂNICAS Compressão A compressão na madeira pode ocorrer nas direções paralela, normal ou inclinada em relação às fibras da madeira Resistência à compressão paralela às fibras (fc0) • Máxima tensão de compressão que pode atuar em um corpo-de-prova com seção transversal de 5x5x15 cm (Item B.8 – NBR 7190:1997) 𝑓𝑐0 = 𝐹𝑐0,𝑚á𝑥 𝐴 • Tende a encurtar as células da madeira no eixo longitudinal Resistência à compressão normal às fibras (fc90) • Pode ser determinada por ensaio específico, conforme item B.10 – NBR 7190:1997 • Na falta de valores de ensaio pode ser determinada por correlação com a compressão paralela às fibras (fc0) • Comprime as células da madeira perpendicularmente ao eixo longitudinal P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. PROPRIEDADES MECÂNICAS Compressão A compressão na madeira pode ocorrer nas direções paralela, normal ou inclinada em relação às fibras da madeira Resistência à compressão inclinada em relação às fibras (fcθ) • No caso das solicitações inclinadas, a NBR 7190:1997 especifica o modelo de Hankinson para determinar um valor de resistência intermediário entre a compressão normal e a compressão paralela às fibras 𝑓𝑐𝜃 = 𝑓𝑐0. 𝑓𝑐90 𝑓𝑐0. sen 2 𝜃 + 𝑓𝑐90. cos 2 𝜃 𝑓𝑐0 = resistência à compressão paralela às fibras da madeira 𝑓𝑐90 = resistência à compressão normal às fibras da madeira 𝜃 = ângulo da força em relação às fibras da madeira P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. PROPRIEDADES MECÂNICAS Tração A tração na madeira pode ocorrer nas direções paralela ou normal (perpendicular) em relação às fibras da madeira Resistência à tração paralela às fibras (ft0) • Pode ser determinada por ensaio específico, conforme item B.9 – NBR 7190:1997 • Na falta de valores de ensaio pode ser determinada por correlação com a compressão paralela às fibras (fc0) ou através do Anexo E da NBR 7190:1997 para algumas espécies • Elevados valores de resistência e baixa deformação, podendo romper por deslizamento entre as células ou por ruptura das paredes das células. Resistência à tração normal às fibras (ft90) • Pode ser determinada por ensaio específico, conforme item B.11 – NBR 7190:1997 • Na falta de valores de ensaio pode ser determinada através do Anexo E da NBR 7190:1997 para algumas espécie • Baixos valores de resistência, pois tende a separar as fibras, logo, deve-se evitar considerar essa resistência para efeitos de projeto. P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. PROPRIEDADES MECÂNICAS Cisalhamento O cisalhamento na madeira pode ocorrer nas direções paralela e normal ao eixo longitudinal e também perpendicular às linhas dos anéis de crescimento Cisalhamento paralelo ao eixo longitudinal (fv90) • Pode ser determinada por ensaio específico, conforme item B.12 – NBR 7190:1997 • Na falta de valores de ensaio pode ser determinada por correlação com a compressão paralela às fibras (fc0) ou através do Anexo E da NBR 7190:1997 para algumas espécies • É o caso mais crítico, e pode levar a peça à ruptura devido ao escorregamento entre as células da madeira • Não é crítico, uma vez que antes de alcançar a ruptura por cisalhamento vertical a peça apresentará problemas de resistência à compressão normal às fibras. Cisalhamento normal ao eixo longitudinal Cisalhamento perpendicular às linhas dos anéis de crescimento • Tendência das células da madeira rolarem umas sobre as outras de forma transversal em relação ao eixo longitudinal. Não é considerado crítico. P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. PROPRIEDADES MECÂNICAS Flexão Na solicitação à flexão simples, ocorrem quatro tipos de esforços: • compressão paralela às fibras • tração paralela às fibras • cisalhamento paralelo ao eixo longitudinal • compressão normal às fibras (regiões dos apoios) A ruptura ocorre por formação de falhas de compressão micro e macroscópicas que geram um aumento da área comprimida e redução da área tracionada, podendo romper por tensões elevadas de tração. P ro f. D io n is io P al h ar in i J r. P ro f. M sc . D io n is io P al h ar in i J r. CONSIDERAÇÕES FINAIS FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA DA MADEIRA 1. VARIABILIDADE NATURAL DO MATERIAL - Variações na composição e estrutura orgânica - Ocorre entre diferentes espécies, entre árvores de uma mesma espécie e dentro de uma mesma árvore 2. TEOR DE UMIDADE - A medida que a madeira seca sua resistência e rigidez aumentam 1% - Teor de umidade 4% - Resistência 2% - Rigidez *Valores aproximados 3. DEFEITOS NATURAIS DO MATERIAL - Características peculiares no processo de crescimento - Presença de nós - Inclinação das fibras - Rachaduras
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