CONTABILIDADE AMBIENTAL

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INTRODUÇÃO
A questão ecológica tem sido bastante discutida principalmente em relação a preservação do patrimônio natural da humanidade.
Mensurar esse Patrimônio é uma dos principais aspectos alvos dessa discussão. Valorizar os recursos naturais existentes.
CAMPO DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE
A Contabilidade pode:
Medir e constar em suas Demonstrações Contábeis os eventos e transações que refletem a interação da empresa com o meio ambiente;
A Contabilidade é mantida para atender as necessidades de pessoas, recursos e organizações capazes de exercer atividade econômica como meio ou fim, visando mensurar o desempenho econômico, financeiro e patrimonial dessas entidades. Pautada em 4 pilares:
JURIDICO: Considera os interesses dos proprietários e da empresa entre si;
ECONOMICO: Analisa o aspecto patrimonial da entidade;
ORGANIZACIONAL: Examina a atuação dos gestores responsáveis pelo controle dos recursos possuídos pela entidade:
SOCIAL: Valora os benefícios sociais da entidade;
 
CAMPO DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE
A Contabilidade tem como objetivo não apenas avaliar a evolução econômica da empresa e sim medir suas contribuições e responsabilidades sociais.
O Principio da Continuidade está diretamente ligada ao compromisso da empresa em suas operações. A infraestrutura e demais elementos essenciais a operacionalização das atividades de uma entidade somente estão assegurados, no longo prazo, se for garantida a integridade do meio ambiente. Caso contrario, o processo de deterioração e degradação ambiental podem extinguir ambos. Entidade e meio ambiente.
EVOLUÇÃO DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
As Demonstrações Contábeis evoluíram ao longo da historia, saíram do contexto de informar apenas ao proprietário ou gestor da atividade o controle a analise do patrimônio e desempenho da entidade, e passaram a atender as necessidades, também das partes envolvidas, os usuários internos e externos da entidade.
A necessidade de busca de capital, investidores, obriga as empresas abram às participações de terceiros, os chamados novos sócios, investidores.
O interesse cada vez maior do governo em arrecadação para abastecer os cofres públicos, viu nas Demonstrações Contábeis um instrumento aliado no controle de sua arrecadação. Instituindo assim a obrigação da geração e entrega das tais Demonstrações.
EVOLUÇÃO DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
O papel dos funcionários dentro da empresas que ao longo do tempo foram conquistando direitos e passaram a disseminar suas ideias (entidades sindicais), obrigando a mudança de postura do empresário que percebe que ser trabalhar aliado aos seus empregados é mais vantajoso que tê-los como opositores, melhorando a eficiência e eficácia de seus processos.
A sociedade que ganhou sua devida importância aos olhos dos empresários. A sociedade que busca qualidade dos produtos oferecidos e na satisfação em sua compra e produto.
Fatores como esse mostram que a evolução da Contabilidade está diretamente ligada a evolução do âmbito econômico, empresarial e social. 
Não é possível mensurar a utilização das informações contábeis restrita a identificar o resultado da empresa em fator de um só beneficiário, o sócio, acionista ou investidor.
OS ASPECTOS AMBIENTAIS
É importante salientar que o LUCRO é hoje o meio e não o fim dentro do contexto empresarial e econômico da entidade. Cabe a empresa entender que ele é perseguido afim de atender as suas expectativas em termos de abastecimento de mercado, recursos humanos e preservação do meio ambiente.
Nesse contexto encontramos a RESPONSABILIDADE SOCIAL, que envolve o conhecimento de as preferencias e prioridades socias do meio em que essa entidade está inserida. Essa responsabilidade deve estar pautada em:
Eliminação e redução dos efeitos negativos do processo produtivo;
Preservação dos recursos naturais, principalmente os não renováveis;
Cumprimento das exigências legais (tecnologias antipoluentes);
Adoção de tecnologias ecoeficientes;
CONTABILIDADE SOCIAL:
O propósito da Contabilidade Social é fornecer informações que permitam avaliar os efeitos das atividades das empresas sobre a sociedade, identificando os objetivos, conceitos sociais relevantes e métodos de mensuração.
Esses objetivos poderão incluir:
 Informações relacionadas a contribuição proporcionada pela empresa à sociedade;
Custos e benefícios que afetarão a entidade;
Retorno em termos de benefícios a sociedade;
Comparar os objetivos e atividades da corporação com as prioridades da sociedade;
Dar conhecimento publico da sua responsabilidade em contribuir para os objetivos sociais.
Em termos práticos, cabe a Contabilidade Social mensurar as informações de aspectos sociais que vão além do fator monetário. Já em relação ao meio ambiente o papel da Contabilidade Social através da determinação dos custos, de serviços de gerencia e da informação utilizada a favor de contribuir para a solução dos problemas ambientais.
CONTABILIDADE AMBIENTAL
A Contabilidade Ambiental não é uma nova ciência, apenas um segmento da já tradicional Ciência Contábil, onde tem como objetivo principal:
Identificar, mensurar e esclarecer eventos e transações econômico-financeiros que estejam relacionados com a proteção, preservação e recuperação ambiental, ocorridos num determinado período visando a evidenciação da situação patrimonial de uma entidade. 
Gastos na aquisição e desenvolvimento de tecnologias maquinas e equipamentos antipoluentes impactam, em via de regra, no fluxo de caixa das empresas, ao mesmo tempo que podem ser fundamentais para assegurar os fluxos de caixa futuros. 
Assim, identificar e avaliar os eventos econômicos-financeiros relacionados a essa área é dever da Contabilidade, entretanto ela não somente subsidiará melhor avaliação e desempenho na tomada de decisões, como também auxiliará na condução de medidas para preservar o ambiente e contribuir com o desenvolvimento econômico sustentável.
Custos de implantação
Custo de construção de uma Usina Eólica
No Brasil, o custo de uma usina eólica chega a R$ 1,66 milhão por megawatt. De 2011 a 2018, o setor eólico investiu US$ 31,2 bilhões, correspondendo a 14,71 GW de capacidade instalada. Apenas em 2018, o investimento foi de US$ 1,27 bilhão referente a 1,94 GW de capacidade instalada.
Preço do projeto de energia solar fotovoltaica para residências
O preço de um projeto fotovoltaico residencial é de, aproximadamente, R$ 12.800,00 a R$ 57.000,00. O valor varia de acordo com o fornecedor, tamanho do projeto e modelo dos equipamentos utilizados.
DESPESAS AMBIENTAIS
Consideram-se despesas ambientais todos os gastos envolvidos com o gerenciamento ambiental, ocorridos no período e incorridos na área administrativa. Tais despesas podem conter gastos relativos a horas de trabalhos (e seus relativos encargos sociais) e insumos absorvidos no processo de:
Definição e manutenção de programas e politicas ambientais;
Seleção e recrutamento de pessoal para o gerenciamento e operação de controle ambiental.;
Compra de insumos e equipamentos antipoluentes;
Pagamento de compras realizadas para essa área;
Recepção dos itens ambientais adquiridos;
Estocagem de insumos utilizados no controle do meio ambiente;
Treinamentos específicos para a sua proteção
Auditoria ambiental.
DESPESAS AMBIENTAIS
Alguns exemplos de despesas ambientais na área administrativa:
DEPARTAMENTO DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL:
Investimentos ambientais de natureza permanente – móveis e utensílios.
Despesas ambientais e operacionais:
Salários;
Depreciação;
Material de escritório, etc.
DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS:
Despesas ambientais e operacionais:
Quantidade de horas trabalhadas e insumos consumidos na seleção, recrutamento e treinamento de pessoal dessa área.
DEPARTAMENTO DE COMPRAS:
Quantidade de horas trabalhadas e de insumos consumidos na pesquisa, seleção e aquisição de itens necessários à área ambiental.
DEPARTAMENTO FINANCEIRO:
Quantidade de horas trabalhadas e de insumos consumidos no pagamento de aquisições e serviços relacionados a essa área.
Vale ressaltar que embora algumas despesasvisam trazer benefícios futuros à empresa, dificilmente esses podem ser mensurados com clareza.
CUSTOS AMBIENTAIS
Devem compreender todos aqueles relacionados, diretamente ou indiretamente, com a proteção do meio ambiente. São exemplos:
Todas as formas de amortização, depreciação ou exaustão, de valores relativos aos ativos de natureza ambiental que pertence a companhia.
Aquisição de insumos próprios para controle, redução ou eliminação de poluentes;
Tratamento de resíduos dos produtos;
Disposição dos resíduos poluentes;
Recuperação ou restauração de áreas contaminadas;
Mão de obra utilizada nas atividades de controle, preservação e recuperação do meio ambiente.
São entendidos como custos ambientais:
Os gastos realizados para prevenir, reduzir, reparar danos ao meio ambiente, resultantes das atividades operacionais necessários para a conservação dos recursos renováveis ou não.
Eliminar ou evitar refugos, proteção da agua, melhorias na qualidade do ar, redução de barulho, pesquisas e desenvolvimento de produtos, matéria prima e processos de produção saudáveis.
CUSTOS AMBIENTAIS
Os custos devem ser segregados em operacionais e não operacionais, analisados conforme sua natureza, tipo de negocio e porte da empresa;
Deverão ser reconhecidos como tais na proporção em que beneficiarem o exercício em curso. Ou seja, forem necessários para obtenção de receita, forem utilizados para a geração de seus produtos.
Os custos com controle, proteção e recuperação ambiental não poderão ser vinculados a um processo produtivo único.
Vale ressaltar que esse esses custos gerarão automaticamente Passivos Ambientais.
PERDAS AMBIENTAIS
São considerados os gastos que não proporcionam benefícios para a empresa e podem ser classificados em normais e anormais.
Normais - aqueles que são previsíveis e de montantes previamente definidos e aceitáveis;
Anormais - São os inesperados e de volume relevante. 
Podem advir de:
Gastos que não trazem qualquer beneficio adicional;
Multas e penalidades por inadequação a legislação e atividade;
Restauração de áreas contaminadas;
Complemento de estimativas de custos de recuperação relacionado a períodos anteriores.
Gastos relacionados a reparação geralmente estão vinculados a eventos passados, porém devem ser contabilizados no período em que houve inicio da correção.
ATIVOS AMBIENTAIS
São constituídos por todos os bens e direitos de posse da empresa que tenham capacidade de geração de benefícios econômicos futuros e que visem a preservação, proteção e recuperação ambiental.
Eles devem ser segregados em linha a parte das demonstrações contábeis pois devem evidenciar seu empenho na preservação do meio ambiente.
ESTOQUES: Havendo em almoxarifado insumos adicionáveis ao processo produtivo que visa eliminar, reduzir ou controlar os níveis de emissão de resíduos ou materiais utilizados, os mesmos devem ser segregados em conta denominada INSUMOS AMBIENTAIS.
IMOBILIZADO: Os investimentos para aquisição de itens que viabilizem a redução de resíduos poluentes durante o processo de obtenção de receitas, devem registrados em conta denominada IMOBILIZADO TECNICO AMBIENTAL.
PASSIVOS AMBIENTAIS
Referem-se aos benefícios econômicos e resultados que serão sacrificados em razão da necessidade de preservar, proteger e recuperar o meio ambiente, de modo a permitir a compatibilidade entre este e o desenvolvimento econômico, ou em decorrência de conduta inadequada em relação a estas questões.
Deve-se levar em conta o Principio da Prudência, onde para Passivos deverão ser registrados pelo maior valor possível. Podem ser evidenciados por:
ESTIMATIVAS: Previsões de gastos com base na expectativa de eventos que irão ocorrer. 
OBRIGAÇÕES que se subdividem em:
LEGAIS: Provenientes de instrumentos com força legal (Legislação, penalidades por Lei);
JUSTAS: Refletem as obrigações da empresa relacionadas a fatores éticos e morais (independente de Lei), está voltada diretamente a postura de RESPONSABILIDADE SOCIAL da empresa.
CONSTRUTIVAS: Ações espontâneas da empresa em termos de preservação e manutenção do bem estar voltado a comunidade onde está inserida.
CONTINGENCIA AMBIENTAL
As variações ambientais passaram a constar das avaliações de riscos empresariais e a contingencias ganharam relevante importância. 
Os danos podem decorrer, principalmente de falhas operacionais ou de alterações nas condições ecológicas. 
A percepção de risco deve envolver não apenas as convicções das pessoas, suas atitudes, juízos e sentimentos, mas evidenciar de forma monetária os perigos e benefícios em dada sociedade ou cultura. 
Algumas atividades econômicas que exploram diretamente recursos naturais devem compensar o meio ecológico e social por suas atividades, são elas, madeiras e minérios. Outra situação de incerteza que demanda possíveis compensações são os de vazamento de produtos tóxicos que atingem os lençóis freáticos provocando danos de proporções gigantescas.
A POSIÇÃO DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS e o PASSIVO AMBIENTAL
A corresponsabilidade das instituições financeiras em conceder credito a empresa poluentes tem feito com que o Passivo Ambiental ganhem importância significativa em alguns países.
Estados Unidos – tem restringido a concessão de crédito as entidades que representem qualquer risco ambiental potencial. Isso se justifica pela não restituição do credito concedido em caso de algum problema com a empresa (falência) e também pela responsabilização da instituição em contribuir para a degradação e prejuízos ambientais causados.
Outras instituições internacionais – que tem linhas de crédito para projetos ambientais, exigem relatórios como o EIA e RIMA para concessão de créditos.
Brasil – Criado o Protocolo Verde – linha de crédito para empresas que tivessem interesse na aquisição de tecnologias antipoluentes. BNDES faz averiguação de seus clientes em relação a linhas de créditos especiais e o BB exige entre outros documentos a licença ambiental para liberação de suas linhas de crédito.
O DIREITO E A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
O Direito através de suas normativas tem seu papel fundamental na pratica dos procedimentos operacionais, social e ambiental.
A CF/88 em seu artigo 225, traça linhas de politica nacional em relação ao meio ambiente, onde ficou determinado que: 
 O meio ambiente saudável constitui-se em direito dos brasileiros, cabendo ao governo e a coletividade o dever de preserva-lo para as futuras gerações. 
Entretanto é valido lembrar que desde 1975, o Decreto nº 1413 artigo 1º já estabelecia que as industrias já deveriam adotar condições para prevenir e corrigir os inconvenientes e prejuízos da contaminação do meio ambiente.
O DIREITO E A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Outras normativas foram criadas com intuito de preservar e garantir a proteção ambiental:
Lei Federal nº 6803 de 1980 – zoneamento industrial e licenciamento ambiental, que abordou fatores como:
Emissão de gases, vapores, ruídos, radiações, etc.
Riscos de explosão, incêndios, vazamentos danosos, etc.
Padrões de uso e utilização do solo;
Horários de atividade;
Lei nº 6938 de 1981 – coordenar e estabelecer diretrizes para a Politica Nacional do Meio Ambiente;
Definição da expressão MEIO AMBIENTE como sendo “o conjunto de condições, leis, influencias e interações de ordem física, química e biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas, como um patrimônio publico a ser necessariamente, assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo (art. 2º e 3º).
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
A politica de meio ambiente, estabeleceu para licenciamento de atividades que se utilizem dos recursos ambientais potencialmente poluidores a apresentação de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que deve ser elaborado por técnicos habilitados onde entre outro as informações deve conter:
Diagnostico ambiental da área;
Descrição da ação proposta;
Descrição, analise e previsão dos impactos significativos positivos e negativos;
Exemplo – atividades potencialmente poluidoras
Atividades contidas no art. 2º da Resolução Conama 001/86:
Estradasde rodagem;
Ferrovias;
Portos e terminais de minério, petróleo e outros produtos químicos;
Aeroportos;
Oleodutos, gasodutos, minerodutos;
Linhas de transmissão de energia elétrica;
Extração de minérios;
Aterros sanitários;
Qualquer atividade que utilize carvão vegetal e derivados,
Distritos Industriais e Zonas Estritamente Industriais, etc.
RIMA – Relatório de Impacto Ambiental
Através dos dados fornecidos no EIA é possível identificar os valores gastos no processo de recuperação de danos ambientais.
Os gastos necessários para realização desse estudo de Impacto Ambiental são de responsabilidade da empresa. 
Após isso é necessário o monitoramento da atividade através de coleta e aquisições de informações do trabalho de campo, analises de laboratório e estudos técnicos e científicos, pois elas possibilitam a elaboração do RIMA – Relatório de Impacto Ambiental que deverá conter entre outras informações:
Objetivos e justificativas do projeto, compatibilidade com as politicas setoriais e governamentais;
Síntese dos resultados dos estudos de diagnostico da área de influencia do projeto.
Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos, etc.
LEIS DE CRIMES AMBIENTAIS
FEDERAL:
Sancionada em 1988 – Lei Federal nº 9605 trata das sanções penais e administrativas nos casos de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
Define os atos considerados criminosos, as penalidades sujeitas ao responsáveis, inclusive a pessoa física que representa a empresa. 
Entre outras prerrogativas, impede que os dirigentes da pessoa jurídica, seja, diretores, administradores, membros do conselho, auditores, gerentes, são considerados responsáveis pois deixaram de impedir o dano, quando podiam agir para evitá-la.
ESTADUAL:
Caberá a Secretaria de Meio Ambiente de cada estado, autorizar, licenciar, fiscalizar e controlar as instalações, construções, ampliações, operação e funcionamento de fontes de poluição, bem como as empresas, quanto a técnicas de redução e emissão de efluentes tóxicos.
PRINCIPAIS DESASTRES AMBIENTAIS NO BRASIL
Vazamento de óleo na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro (2000)
Uma mancha negra com tamanho equivalente a quatro campos de futebol tomou a Baía de Guanabara. Os 1,3 milhão de litros de óleo que contaminaram as águas partiram de um vazamento nos dutos da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras.
O vazamento é considerado um dos acidentes ambientais mais graves de toda a América do Sul.
A Petrobras foi condenada a pagar R$ 35 milhões em multas para o Ibama e também seguiu o Termo de Compromisso para Ajuste Ambiental, contribuindo com R$ 250 milhões para 37 projetos de preservação ambiental. 
Vazamento de óleo nos Rios Barigui e Iguaçu, no Paraná (2000)
Cerca de 4 milhões de litros de óleo cru vazaram da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), também da Petrobras, afetando os rios Barigui e Iguaçu, no município de Araucária.
O incidente aconteceu devido ao rompimento de uma junta de expansão de um oleoduto durante uma operação de transferência de petróleo do terminal marítimo de São Francisco do Sul, no estado de Santa Catarina, para a Repar. A mancha de óleo, com espessura de cinco centímetros, avançou por 30 quilômetros. O vazamento foi considerado três vezes maior que o ocorrido na Baía de Guanabara.
O desastre comprometeu o ecossistema da região e afetou peixes e mamíferos, como antas e capivaras. A população ribeirinha também sofreu com o cheiro forte e o comprometimento da qualidade da água dos rios. Em 2013, a Petrobras foi condenada a pagar mais de R$ 610 milhões - sem correção e juros -, valor correspondente à soma das indenizações e dos trabalhos de recuperação das áreas afetadas.
Incêndio na Ultracargo, no Porto de Santos (2015)
Um incêndio nos tanques de combustíveis do Terminal Químico de Aratu, da empresa Ultracargo, entrou para a história. A explosão de uma válvula, devido a um erro operacional, originou o fogo que levou nove dias para ser controlado e mobilizou agentes de todo o litoral paulista.
Na ocasião, os bilhões de litros de água utilizados para controlar as chamas voltaram às águas. A quantidade de oxigênio no mar caiu drasticamente e a temperatura aumentou 7°C. Por consequência, nove toneladas de 142 espécies de peixes morreram. 
De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, o episódio é o maior incêndio do gênero no Brasil. 
Em maio de 2019, a empresa firmou um acordo de R$ 67,3 milhões por conta dos danos ambientais causados na ocasião.
Rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais (2015)
A cidade de Mariana e as regiões ao seu redor foram tomadas por um rastro de destruição com o rompimento das barragens do Fundão e de Santarém, ambas da mineradora Samarco. Em seu caminho, a lama destruiu por completo a pequena Bento Rodrigues. O episódio é considerado a maior catástrofe ambiental da história brasileira.
Ao todo, 600 famílias ficaram desalojadas, 19 pessoas morreram e 1469 hectares de vegetação foram comprometidos. Cerca de 663 quilômetros de rios e córregos foram contaminados pela lama, e poucas horas após o rompimento, a massa de rejeitos chegou ao rio Doce, a maior bacia da região sudeste brasileira.
A turbidez da água comprometeu de forma grave o ecossistema e ocasionou a morte de toneladas de peixes e outros animais da região. O episódio, marcado pelos 43 milhões de metros cúbicos de rejeitos lançados no ambiente, somou mais de R$ 350 milhões em autos de infração. 
Rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais (2019)
A cidade de Brumadinho viu a destruição se repetir com o rompimento da barragem I na mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale. O mar de lama destruiu tudo o que encontrou pela frente: casas, plantações, pousadas, estradas e vegetação.
Segundo a empresa, cerca de 300 funcionários estavam trabalhando no local na hora do rompimento. Devido ao curso dos rejeitos e ao rompimento inesperado, o episódio fez mais de 241 vítimas fatais, de acordo com os dados divulgados em maio de 2019.
Segundo análise do Ibama, os rejeitos de minério devastaram 133,27 hectares de vegetação nativa da Mata Atlântica e 70,65 hectares de Áreas de Preservação Permanente (APP). O Rio Paraopeba, afluente do São Francisco, foi gravemente contaminado. O impacto ambiental foi devastador e ainda não pode ser totalmente mensurado.
E por hoje é só....